Professional Documents
Culture Documents
Foi a estética kantiana que definiu a forma dos objectos como elemento
essencial de estabelecimento de uma obra de arte.
Considera que a espiritualidade do conceito, do objecto artístico está
inserida na sua forma. A História da Arte deve assim, utilizar as formas
como modo de análise de uma obra, e de produzir uma teoria sobre o
mesmo.
A proposta formalista pretende construir uma História da Arte segundo os
critérios científicos que respeitem a autonomia da esfera artística,
congregando diversas metodologias, mas sempre apoiando o seu discurso
na questão da forma.
Este será o critério artístico que melhor poderá explicar a obra e os
desenvolvimentos internos, e que vai estabelecer um verdadeiro discurso
científico – factor endógeno.
No entanto, os factores externos também são considerados como factores
de compreensão do objecto artístico, são factores secundários, como a
política, a cultura, a sociedade, o local, as mentalidades, etc.
A Escola de Viena constitui mais um passo no caminhar do projecto da
Modernidade, que procura um discurso científico, objectivo, tanto na
História em geral, como na História da Arte.
1
desvendar esse sentido através da forma, e fá-lo-á estudando a evolução das
formas, o surgimento de novas formas e o estabelecimento e evolução de
novos estilos.
Fiedler:
É o criador de uma das mais importantes teorias da Escola de Viena – o
Conceito da Visibilidade pura. Na sua obra “O problema da forma da obra
de arte” de 1893, ele problematiza o projecto da forma, que considera
fundamental para análise da obra de arte e para elaboração da sua história,
estando acima de qualquer outro elemento.
No entanto não consegue estabelecer os princípios, as leis que regem a
Visibilidade pura, sendo a sua teoria maturada pelos seus sucessores.
Havia uma íntima relação entre o seu trabalho e a produção artística do seu
tempo. No seu texto “O naturalismo moderno e a sua veracidade artística”
Alois Riegl:
Tenta concretizar e dar substância às teorias de Fiedler.
O seu contributo é fundamental para a criação do tão desejado discurso
científico na Arte. Ele é um dos primeiros a ser sensível à questão do
sentido temporal da história. Considera que não existem épocas de apogeu
ou declínio na História da Arte, pois todas são meritórias de importância ou
interesse. Desse modo menospreza a questão do fim da história.
As suas teorias são expostas em trabalhos práticos de História da Arte,
concentrando-se tanto em épocas que até aí haviam sido consideradas como
de declínio, como em assuntos ou temas pouco tratados até aí: antiguidade
tardia e barroco. “A arte industrial Tardo Romana” e a “Origem da arte
Barroca”
2
Heinrich Wölfflin:
A sua versão do Formalismo é muito importante uma vez que foi a que mais
marcou esta corrente historiográfica. Os conceitos que elabora em 1915 são
os mais marcantes, debatidos e lidos de toda a tradição formalista. Constitui
a figura de maior impacto no processo de consolidação da disciplina de
História da Arte. Traduz uma ruptura total com o positivismo e com a
estética romântica, e explora uma visão idealista – Hegel.
Para explicar essa relação entre o homem e o mundo que o rodeia, utiliza a
noção de EINFUHLUNG: empatia.
Ele tende a definir através desse conceito que a percepção age, não como
um registo passivo de estímulos, mas como uma apropriação activa (valores,
simpatias, sensações), na apropriação e percepção dos objectos artísticos,
nomeadamente na arquitectura.
Há um a priorismo que tem a ver com as estruturas psicológicas do sujeito,
e que determinam uma apropriação activa.
3
Enfoque da psicologia da Questões formalistas das
arte, contributo de Wölfflin teorias de Fiedler
Conceitos fundamentais da
História da Arte
em 1915
CLÁSSICO
BARROCO
linear pictórico
superficial profundidade
forma fechada forma aberta
unidade diversidade
claro indistinto
Ele vai citar também as dimensões, óptica e táctil de Riegl, nos seus
trabalhos.
4
leis universais, não ira necessitar de obedecer a nenhumas outras, na
leitura das suas formas. Ele pretende fazer através desses conceitos, o
supremo projecto de uma história da arte sem nomes: extremamente
formalista. Deixa de ser uma história de artistas para ser uma história das
formas, confirmando o carácter autónoma da arte
Wölfflin alia mais uma vez, os factores endógenos aos exógenos, dando
sempre a primazia aos primeiros.
Assim, as categorias antitéticas correspondem a categorias de visão, e a sua
evolução vai explicar-se através das alterações fundamentais da visão do
mundo: modo como o mundo exterior é percepcionado.