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PROFESSOR: RAFAEL ANDRADE DE MEDEIROS DIREITO PENAL

TURMA: CARREIRAS POLICIAIS EXERCÍCIOS

CONCURSO DE PESSOAS 14. O concurso formal próprio distingue-se do concurso for-


mal impróprio pelo elemento subjetivo do agente, ou
1. Tratando-se de crimes contra a vida, se a participação seja, pela existência ou não de desígnios autônomos.
for de menor importância, a pena aplicada poderá ser 15. Ocorre concurso formal imperfeito quando há dolo em
diminuída de um sexto a um terço. relação ao delito desejado e dolo eventual no tocante
2. Para a existência da coautoria, são necessários os se- aos outros resultados da mesma ação, situação em que
guintes requisitos: pluralidade de condutas, relevância o agente deve ser apenado pelo sistema de acúmulo ma-
causal, liame subjetivo entre os agentes e identidade de terial.
infração para todos os participantes. 16. Os desígnios autônomos que caracterizam o concurso
3. A doutrina considera plurissubjetivos os crimes que po- formal impróprio referem-se a qualquer forma de dolo,
dem ser praticados por um ou mais agentes. direto ou eventual.

4. A coautoria é obrigatória no caso do crime de rixa, pois 17. A jurisprudência do STJ preconiza que o lapso temporal
a norma incriminadora reclama como condição obriga- superior a trinta dias entre os crimes de roubo pratica-
tória do tipo a existência de, pelo menos, três pessoas, dos pelo mesmo agente não dá azo à aplicação da conti-
considerando irrelevante que um deles seja inimputá- nuidade delitiva, devendo incidir a regra do concurso
vel. material.
5. Verifica-se, nos parágrafos do art. 29 do CP, que deter- 18. Plínio praticou um crime de latrocínio (previsto no art.
minam punibilidade diferenciada para a participação no 157, §3º, parte final, do CP) no qual houve uma única
crime, aproximação entre a teoria monista e a teoria du- subtração patrimonial, com desígnios autônomos e com
alista, o que sugere que, no CP, é adotada a teoria mo- dois resultados mortes (vítimas). Nessa situação, Plínio
nista temperada. praticou o crime de latrocínio em concurso formal im-
próprio, disposto no art. 70, caput, parte final, do CP, no
6. A autoria mediata distingue-se da participação em sen- qual se aplica a regra do concurso material, de forma
tido estrito em razão do domínio do fato. Tem-se, como que as penas devem ser aplicadas cumulativamente.
exemplo da primeira, a utilização de inimputáveis para
a prática de crimes. ESTUDO DOS ERROS
7. A autoria mediata não é admitida nos crimes de mão 19. Suponha que um holandês, maior de 18 anos de idade,
própria e nos tipos de imprudência. tenha viajado para o Brasil para estudos e, por falta de
8. Em se tratando de autoria colateral, não existe concurso conhecimento da legislação brasileira, tenha acendido,
de pessoas. em praça pública, um cigarro de maconha, acreditando
ser permitido o seu comportamento. Nessa situação, se
9. Em se tratando de peculato, crime próprio de funcioná- flagrado pela polícia, o estrangeiro terá excluída a cul-
rio público, não é possível a coautoria de um particular, pabilidade de sua conduta por erro de proibição.
dada a absoluta incomunicabilidade da circunstância
elementar do crime. 20. A depender das circunstâncias pessoais do autor do
crime, o desconhecimento da lei pode ser escusado.
10. O concurso de agentes na realização de um crime pres-
supõe sempre o prévio ajuste de vontades na consecu- 21. O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado
ção de um resultado danoso desejado por todos. pode isentar a pena, considerando-se, nesse caso, as
qualidades da vítima real, e não as da pessoa contra a
11. Haverá participação culposa em crime doloso na situa- qual o agente queria praticar o crime.
ção em que um médico, agindo com negligência, fornece
ao enfermeiro substância letal para ser ministrada a um 22. Erro de pessoa e aberratio ictus são espécies de erro na
paciente, e o enfermeiro, embora percebendo o equí- execução do crime, não tendo nenhuma relação com a
voco, decide ministrá-la com a intenção de matar o paci- representação que o agente faz da realidade.
ente. 23. Configura erro de tipo essencial a conduta de um indiví-
12. Em relação à participação no concurso de pessoas, a le- duo que, após estrangular outro, crendo que ele esteja
gislação penal brasileira adota a teoria da acessoriedade morto, enforque-o para simular suicídio, com compro-
mínima. vação posterior de que a vítima tenha morrido em de-
corrência do enforcamento.
CONCURSO DE CRIMES
24. Para a teoria limitada da culpabilidade, adotada pelo CP
13. No caso de concurso material de delitos, quando os cri- brasileiro, toda espécie de descriminante putativa, seja
mes forem praticados, mediante mais de uma ação ou sobre os limites autorizadores da norma, seja incidente
omissão, e resultarem na aplicação cumulativa de penas sobre situação fática pressuposto de uma causa de justi-
de reclusão e detenção, o agente deverá cumprir, pri- ficação, é sempre considerada erro de proibição.
meiramente, a pena de detenção. 25. Todo erro penalmente relevante relacionado a uma
causa de exclusão da ilicitude é erro de proibição indi-
reto.

— "Errei mais de 9.000 cestas e perdi quase 300 jogos. Em 26 diferentes finais de partidas fui encarregado de jogar a bola que
venceria o jogo... e falhei. Eu tenho uma história repleta de falhas e fracassos em minha vida. E é exatamente por isso que sou
um sucesso.". (Michael Jordan) 1
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26. Com relação à disciplina das descriminantes putativas, é 37. Emoção e paixão são causas excludentes de culpabili-
isento de pena quem, por erro plenamente justificado dade.
pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se exis-
38. A doença mental e o desenvolvimento mental incom-
tisse, tornaria a ação legítima, mas essa isenção de pena
pleto ou retardado, por si só, afastam por completo a
não ocorre se o erro derivar de culpa e o fato for punível
responsabilidade penal do agente.
como crime culposo.
39. A imputabilidade penal é um dos elementos que consti-
27. O erro de proibição pode ser direto — o autor erra sobre
tuem a culpabilidade e não integra a tipicidade.
a existência ou os limites da proposição permissiva —,
indireto — o erro do agente recai sobre o conteúdo pro- 40. Considere que um servidor público receba, por escrito,
ibitivo de uma norma penal — e mandamental — séria ameaça a fim de não realizar ato de ofício e se
quando incide sobre o mandamento referente aos cri- omita, e verifique, posteriormente, que a carta tenha
mes omissivos, próprios ou impróprios. sido endereçada a outro servidor público em idêntica si-
tuação funcional. Nesse caso, a conduta do servidor que
CULPABILIDADE recebe a carta configura erro de tipo essencial invencí-
28. São considerados portadores de desenvolvimento men- vel.
tal incompleto, segundo o CP, os silvícolas não adapta- 41. De acordo com a teoria adotada pelo CP, em regra, a
dos, os surdos-mudos com total ou quase total impossi- consciência da ilicitude é requisito essencial do dolo.
bilidade de comunicação e as pessoas com acentuado
grau de primitivismo cultural. GABARITOS
29. A condição de silvícola e a surdo-mudez completa são 1. C 10. E 19. E 28. C 37. E
consideradas causas de exclusão da imputabilidade ab- 2. C 11. E 20. E 29. E 38. E
soluta, por presunção legal expressa, com fulcro no cri- 3. E 12. E 21. E 30. C 39. C
tério biopsicológico, de as pessoas nessas condições de- 4. C 13. C 22. E 31. C 40. E
monstrarem incapacidade de entender o que seja ilici- 5. C 14. C 23. E 32. E 41. E
tude e de se autodeterminar de acordo com esse enten- 6. C 15. C 24. E 33. C
dimento. 7. C 16. C 25. E 34. C
30. A avaliação da imputabilidade é sempre retroativa. 8. C 17. C 26. C 35. E
9. E 18. C 27. E 36. C
31. A coação irresistível, que constitui causa de exclusão da
culpabilidade, é a coação moral, porquanto a coação fí-
sica atinge diretamente a voluntariedade do ato, elimi-
nando, se irresistível, a própria conduta.
32. Considere que Jonas encarcere seu filho adolescente,
usuário de drogas, em um dos cômodos da casa da famí-
lia, durante três dias, para evitar que ele volte a se dro-
gar. Nesse caso, Jonas pratica o crime de cárcere pri-
vado.
33. São causas de exclusão da culpabilidade, expressamente
previstas no Código Penal brasileiro, a coação moral ir-
resistível e a ordem não manifestamente ilegal de supe-
rior hierárquico.
34. A embriaguez completa, culposa por imprudência ou ne-
gligência — aquela que resulta na perda da capacidade
do agente de entender o caráter ilícito de sua conduta —
, no momento da prática delituosa, não afasta a culpabi-
lidade.
35. A embriaguez fortuita completa não exclui a culpabili-
dade do agente.
36. O CP adota o sistema vicariante, que impede a aplicação
cumulada de pena e medida de segurança a agente semi-
imputável e exige do juiz a decisão, no momento de pro-
latar sua sentença, entre a aplicação de uma pena com
redução de um a dois terços ou a aplicação de medida de
segurança, de acordo com o que for mais adequado ao
caso concreto.

— "Errei mais de 9.000 cestas e perdi quase 300 jogos. Em 26 diferentes finais de partidas fui encarregado de jogar a bola que
venceria o jogo... e falhei. Eu tenho uma história repleta de falhas e fracassos em minha vida. E é exatamente por isso que sou
um sucesso.". (Michael Jordan) 2

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