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Por que mulheres inofensivas – sem chapéu pontudo e com vassoura só para
limpar a casa – foram exterminadas na Idade Média? Fanatismo, alucinações e
até comida estragada podem explicar a perseguição às feiticeiras.
Segundo o Martelo das Feiticeiras e outros manuais da época, bruxa (ou bruxo)
era alguém que praticava magia para fins malignos, com a ajuda do demônio. O
conceito de bruxaria surgiu na Idade Média, mas outras formas de magia eram
praticadas desde a Antiguidade – e nem sempre eram vistas como algo mau. No
mundo greco-romano, a palavra mageia designava uma espécie de religião não
oficial baseada no culto de deuses ligados à noite e à escuridão. Segundo a
crença da época, divindades como Plutão, deus dos mortos, e Hécate, deusa
das encruzilhadas e da lua nova, podiam tanto causar doenças quanto curá-las.
“As leis romanas condenavam a magia com fins maléficos, pois a enfermidade e
a morte freqüentemente eram atribuídas a causas mágicas. Mas a magia com
fins benéficos na Grécia e em Roma era considerada lícita e mesmo necessária”,
diz o historiador Carlos Roberto Figueiredo Nogueira, da USP, em seu livro
Bruxaria e História.
Não é difícil entender por quê: enxotadas do comando da Igreja (desde o século
2, o sacerdócio cristão era exclusividade dos homens), as mulheres fizeram das
práticas mágicas proibidas sua solitária esfera de poder. Entre as figuras mais
respeitadas nas aldeias e nos campos – onde viviam 95% da população
européia no século 15 – estavam as curandeiras, chamadas de “mulheres
sábias” na Inglaterra, França, Alemanha e outros países. “Eram geralmente
viúvas ou solteironas, com enorme conhecimento de ervas medicinais. Embora
fossem pessoas miseráveis, tinham grande prestígio. Num mundo quase sem
médicos, elas serviam como faz-tudo: parteiras, adivinhas, terapeutas”, diz o
historiador Henrique Carneiro, da USP.
Fogo na corte
Sálvia
Esclaréia
Hissopo
Salsa
Suas folhas servem como tempero e sua raiz é usada como diurético
(medicamento que facilita o xixi).
Dedaleira
Centeio
A ergotina, produzida pelo fungo que contamina sua espiga, é usada para
amenizar a dor do parto e conter hemorragias. Um de seus alcalóides, a
ergotamina, possui propriedades lisérgicas.
Beladona
Planta ornamental usada para tratar espasmos na laringe e nas cordas vocais.
Bruxaria e História
História Noturna