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Precificação de

produtos e serviços
Aprenda como definir o preço certo e
entenda por que essa decisão é importante
para a manutenção do seu negócio
Índice

Introdução 3

Cap. 1 - Precificação: o que significa e por que é tão importante? 5

Cap. 2 - A diferença entre preço e valor 9

Cap. 3 - Como calcular o preço de um produto ou serviço 14

Cap. 4 - Pequeno glossário da precificação 21

Considerações finais 28

Mais conteúdos interessantes 29

Referências 30

Precificação de produtos e serviços


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Introdução

Se dissermos que o dono de um negócio tem várias obrigações e


responsabilidades para se preocupar se quiser manter a empresa
aberta e crescendo, pode até parecer que estamos nos repetindo,
certo? Na verdade, estamos mesmo. Mas sabe por quê? Porque
queremos que você e a sua pequena empresa se desenvolvam e
cresçam por meio de uma administração sólida e eficiente. E isso
só é possível se o dono tomar conta dos vários processos que
envolvem a gestão do negócio.

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Desde os trâmites burocráticos para abrir a empresa e ter um CNPJ até o atendimento pós-venda e a satisfação do cliente, é
importante que o empresário esteja ciente do que acontece, seja ele próprio fazendo, seja delegando as tarefas e conferindo
depois. Bom, no meio de todo esse trabalho, existe um que precisa de atenção especial, pois dele depende a sustentabilidade e
a manutenção do negócio. Estamos falando da precificação de um produto ou serviço.

O preço de venda é considerado o mais flexível quando falamos dos itens relacionados a um produto ou serviço, por isso,
ele pode afetar rapidamente a competitividade, o volume de vendas e a lucratividade do negócio. Muitos donos de negócios
ainda têm dificuldade em estabelecer um preço adequado e acabam usando apenas uma ou duas variáveis, como o custo
fixo, o benchmarking ou o custo da matéria-prima. Na realidade, precificar exige um pouco mais de tempo, de números e de
matemática.

Porém, você não precisa se preocupar, pois estamos aqui para ajudar nesta tarefa. Com este guia, você vai entender com mais
detalhes a importância da precificação, como definir o preço de um produto e de um serviço e também a diferença entre preço e
valor. Para fechar, apresentamos um pequeno dicionário com alguns termos que estão diretamente relacionados à formação de
preço, assim, quando surgir qualquer dúvida, você pode consultá-lo e resolver a questão.

Boa leitura!

Precificação de produtos e serviços


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Capítulo 1

Precificação: o que significa


e por que é tão importante?

No dicionário formal, precificar significa simplesmente definir


o preço de um produto ou serviço. Porém, no mundo dos
negócios, o dono de uma empresa precisa enxergar esse termo
como uma atividade estratégica, na qual ele precisa analisar as
questões econômico-financeiras internas e externas para depois
determinar um preço que seja suficiente para cobrir os gastos,
manter o negócio aberto e ainda ter lucro.

Pareceu complicado? Fique tranquilo, pois ao longo deste guia


você vai ver que esta tarefa não é difícil, mas, sim, um pouco
trabalhosa, exigindo uma atenção especial.

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O que tem que ficar claro é que qualquer negócio, independentemente de ser uma pequena indústria, uma loja ou uma
prestadora de serviço, precisa fazer uma precificação correta do seu produto ou serviço.

Outro ponto importante é entender que o preço não está limitado somente à estratégia de atração de clientes. Há diversas
razões para ser criterioso ao estabelecer um valor para a venda. Veja algumas que merecem destaque:

Satisfazer o consumidor: sim, um preço que se ajusta ao bolso do cliente é uma das razões para
ele comprar de você.

Ajustar-se ao público-alvo: o preço é também uma forma de dizer ao mercado a que tipo de
consumidor sua empresa é voltada.

Enfrentar a concorrência: uma política de preço possibilita ao gestor conhecer até onde pode ir
para se manter competitivo.

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Conceder descontos: a definição de uma margem mínima aceitável assegura que a empresa não
acabe tendo prejuízos na venda.

Melhorar resultados: um preço de venda adequado gera lucro e desenvolvimento, enquanto


uma definição equivocada compromete os resultados e pode levar à falência.

Pagar obrigações: uma correta precificação garante que haja recursos em caixa para o custeio
da operação e o pagamento das obrigações relacionadas a ela, como salários e impostos.

Bom, já de início deu para perceber que estabelecer o preço correto é realmente algo que merece dedicação, afinal, nunca é
demais lembrar que desse valor depende a sobrevivência do negócio e, consequentemente, do dono e de seus funcionários, não
é verdade? Por isso que agora vamos mostrar como trabalhar para que o preço não influencie negativamente a rentabilidade e a
lucratividade da sua empresa.

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Como equilibrar preço, rentabilidade e lucratividade

Como já dissemos, o preço precisa ser, no mínimo, suficiente para pagar aquilo que se está vendendo. É o que chamamos
de ponto de equilíbrio: quando os rendimentos da empresa são exatamente iguais à soma dos custos e das despesas. Ele é
calculado para saber quanto, em número de transações ou dinheiro, é preciso para bancar as operações sem ter prejuízo.

No entanto, esse ponto do equilíbrio não deve ser a meta de nenhuma empresa que se considere eficiente, pois não basta ter
uma boa rentabilidade, mostrando que sua empresa conseguiu o dinheiro necessário para pagar os custos e as despesas. É
preciso correr atrás da lucratividade, que é aquela parte dos recursos que sobra depois de saldar todas as obrigações.

Então, o ideal é que as empresas operem acima do ponto de equilíbrio, assim, além de terem lucro, podem realizar
investimentos e possibilitar o crescimento do negócio. E este desafio começa lá na precificação, quando aplicamos a margem de
lucro, que é um percentual adicionado aos custos totais de um produto ou serviço, formando o preço final da comercialização e
definindo a porcentagem de lucro que a empresa terá em cima daquela venda.

Mas nem tudo se resume a custos e despesas. Ao preço de um produto também deve estar agregado o valor que ele representa.
Parece uma conversa esquisita, afinal, preço e valor são a mesma coisa, certo? Errado! Diariamente, costumamos usar os dois
conceitos como sinônimos, mas eles não são. E é este o assunto do próximo capítulo.

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Capítulo 2

A diferença entre
preço e valor

Imagine a seguinte situação: uma pessoa foi morar sozinha pela


primeira vez e nunca lavou roupas na vida. Quando estava na
casa dos pais, ela colocava tudo no cesto e, depois de dois dias,
tudo aparecia limpo e cheiroso no seu guarda-roupas. Quando
sua mãe disse que precisava trocar a máquina de lavar por uma
mais moderna, que tivesse mais processos e lavasse mais tipos
de tecidos e com mais peso (tanto o marido quanto os 4 filhos
usavam uniformes com variados tipos de tecido), essa pessoa
não entendeu por que pagar um preço tão alto em algo assim,
afinal, não custava nada lavar umas peças à mão de vez em
quando.

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Depois de 2 semanas no apartamento novo, ela se deparou um produto ou serviço representa a quantia em dinheiro
com sua gaveta de meias vazia e os uniformes do trabalho que terá de ser paga para adquiri-lo, como comprar
sujos, jogados em um canto do banheiro. Percebeu, então, uma máquina de lavar ou pagar pela instalação do ar-
que estava na hora de ir para o tanque e pensou: vou condicionado. Estamos falando apenas das questões
tirar de letra! Bom, 2 horas depois, suas meias brancas, monetárias.
agora beges, e as roupas do trabalho estavam pingando
no varal. Detalhe, há 5 dias não parava de chover e a Já o valor representa os benefícios que determinado
umidade não deixaria nada secar pela próxima semana. produto ou serviço entrega aos clientes. A lavadora, por
Resultado: uma ligação para a mãe com um pedido de ajuda exemplo, vai liberar a pessoa do esforço físico de lavar
para, juntas, irem comprar uma máquina igual à da mãe, roupas à mão e ainda dar mais tempo para ela fazer outras
independentemente do preço. atividades. Em cidades muito quentes, o ar-condicionado
acaba se tornando um item quase obrigatório, tanto no
Tudo bem, o exemplo foi bastante extremo, mas deu para sentido de garantir ambientes mais agradáveis para estudar
notar que antes da máquina se mostrar uma necessidade, e trabalhar quanto para preservar alguns equipamentos,
ela representava apenas um número. E que isso mudou como alimentos e computadores.
a partir do momento que mostrou os benefícios para o
dia a dia da pessoa. Quer dizer: o preço e o valor estão De qualquer forma, preço e valor são conceitos que estão
diretamente ligados à utilidade, à vontade, ao desejo e aos interligados, só não podemos confundir um com o outro.
sonhos das pessoas. Tanto que, na hora de colocar o preço de venda de um
produto e serviço, é preciso levar em consideração o valor
Para sermos mais didáticos, podemos dizer que o preço de agregado a ele.

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Como agregar valor

Na filosofia popular, é costume dizer que “o que tem preço, não tem valor”. Bem, não é exatamente isso, mas é bem próximo.
Fica mais fácil entender se pensarmos em caro e barato. Se um consumidor entra na sua loja e, ao avaliar um produto, o
considera caro, significa que ele tem a percepção de um custo muito alto para um produto com pouco valor. Já se ele considerar
barato, pode significar que o produto vale mais do que custa. Enfim, o ideal é que o preço seja justo e corresponda ao valor.

Por isso que é fundamental agregar valor ao produto ou serviço que se quer vender, pois dá um norte ao trabalho e cria
uma referência dentro do mercado. Principalmente se levarmos em conta o cenário econômico brasileiro, que passa por
instabilidades quase sazonais.

Ótimos exemplos de venda de valor são as empresas de alimentos e as indústrias automobilísticas. Tudo bem, você vai dizer,
mas elas são grandes, têm muito dinheiro e um alcance gigantesco dos consumidores. Só que precisamos lembrar que todas
elas começaram pequenas, assim como você, e alcançaram o patamar de hoje com muito trabalho, o que inclui a agregação de
valor aos seus produtos.

O mais importante dos exemplos é entendermos que eles não oferecem simplesmente comida ou carro. Por mais que, na
essência, o produto continue sendo um alimento ou um veículo, agora eles vêm acompanhados de algo a mais, um elemento
subjetivo capaz de conquistar e fidelizar consumidores: a experiência.

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O presunto de uma determinada marca, por exemplo, pode ter as mesmas qualidades oferecidas pelo dos concorrentes, mas o
que faz ele ser mais consumido é justamente o valor agregado, o benefício que nem sempre sentimos ao consumir o produto. O
mesmo vale para o carro. O que era para ser somente um meio de locomoção representa liberdade, aventura, independência e
diversos outros sentimentos e experiências.

De uma forma ou de outra, são esses valores que movem as pessoas e colocam os preços em segundo plano. Tendo ou
não recursos financeiros, a vontade de consumir será despertada no público-alvo. No entanto, é preciso que essa oferta de
experiências diferenciadas seja bem trabalhada, com cuidado e sensibilidade. Caso contrário, o dono do negócio pode ver o
nome do seu produto ou serviço cair no esquecimento.

Trazendo para mais perto da nossa realidade, podemos voltar ao exemplo da instalação do ar-condicionado. Quem compra um
equipamento desses quer vê-lo instalado o mais rápido possível, principalmente se estiver no verão, não importando muito o
preço, mas, sim, a agilidade.

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Então, uma boa forma de criar valor é oferecer o serviço de instalação com mais agilidade que os concorrentes. Se o outro
prestador dá um prazo de 3 dias para o serviço, você deve garantir que faz em 2.

Vai demandar mais trabalho, com possíveis horas extras e, até, a contratação de mais mão de obra, mas no final quem conquista
o cliente é você, pois realiza o desejo dele de ter uma boa noite de sono com um dia de antecedência. Agora, sempre que
precisar de um trabalho ágil e de qualidade, vai lembrar do seu nome, seja para ele mesmo, seja para indicar a outras pessoas.

O importante dessa discussão sobre preço e valor é você, dono do negócio, entender que o preço final de um produto não deve
ser o resultado apenas de contas com números, mas também deve levar em consideração as necessidades e as vontades dos
consumidores.

Bem, entendido tudo isso, vamos às contas, afinal, elas são ponto de partida para fazer uma precificação correta.

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Capítulo 3

Como calcular o preço de um


produto ou serviço

Vamos apresentar aqui duas formas de chegar ao preço de


venda de um produto ou serviço: por markup e por margem de
contribuição. Mas antes de partir para os cálculos em si, você
precisa cumprir três etapas obrigatórias para que a política de
preços do seu negócio seja construída de forma adequada. Veja:

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1ª Conheça seus custos e despesas

O principal risco ao adotar uma estratégia de preços baixos é ter prejuízo mesmo com boas vendas. Isso acontece quando o

rendimento se torna insuficiente para cobrir todos os custos e despesas. Nesse cenário, o dono do negócio se engana com o

volume de clientes, pois sua margem de lucro está tão achatada que a empresa patina, acumula dívidas e não sai do vermelho.

Quando falamos em custos, estamos nos referindo aos gastos que são próprios da atividade, como a compra de

matéria-prima e o pagamento de fornecedores, enquanto as despesas são aquelas que dão suporte para que a empresa

alcance seus objetivos, como o aluguel do imóvel e o honorário do contador.

2ª Defina sua margem de lucro

Qual será o lucro da sua empresa com a venda de um determinado produto? Essa é uma questão importante, pois não

basta que o valor obtido seja suficiente apenas para cobrir os custos e as despesas. Se a sua política de preços garante que o

negócio somente sobreviva, sem proporcionar o ganho desejado, a estratégia está equivocada.

O lucro resulta da diferença entre o faturamento gerado pelas vendas de uma mercadoria ou serviço e os custos e despesas

existentes (estimados de acordo com o passo anterior). Não existe uma margem de lucro ideal que se aplique a todo o tipo

de empresa. Por isso, a sua busca deve ser pelo equilíbrio, visando uma rentabilidade responsável. Mas lembre-se que preços

baixos comprometem as finanças, enquanto valores altos afastam clientes e levam mercadorias a encalhar no estoque.

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3ª Não ignore o mercado

Outro aspecto que não pode ser esquecido é o mercadológico, ou seja, seu preço de venda deve ser compatível com as

exigências do mercado, não se distanciando daquilo que é praticado por seus concorrentes. Obviamente, determinadas

campanhas de venda podem jogar o preço para baixo temporariamente. É uma estratégia de enfrentamento pontual, mas não

um valor da empresa.

Não faça da guerra de preços uma ação permanente. Em primeiro lugar, porque talvez seu concorrente tenha conseguido

melhores condições que você junto aos fornecedores. Em segundo, porque a falência é um caminho provável ao tomar essa

direção.

Esclarecido esses pontos, vamos aprender a calcular preços!

Como calcular preço de venda por markup

Para calcular o preço de venda por markup, nós usamos como base o custo de produção. Ou seja, tudo o que você gastou
para produzir o item que será vendido, como a matéria-prima e mão de obra utilizada na produção. Para o caso de revenda de
produto, é o que você pagou para comprá-lo e levá-lo até a sua loja. Se é uma empresa de prestação de serviços, é a sua hora
de trabalho – ou do funcionário que desempenhou a atividade.

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Vamos pegar como exemplo uma loja de roupas que precisa colocar o preço em uma camiseta. Temos as seguintes variáveis:

Preço unitário total de venda - 100%

Despesas fixas (DF) - 15% sobre a venda

Despesas variáveis (DV) - 20% sobre a venda

Margem de lucro (ML) - 12%

Custo de produção (CP) - R$ 20,00

Primeiro, precisamos calcular o markup. Agora, para definir o preço de venda por
Para isso, basta aplicar a seguinte fórmula: unidade, é só multiplicar o markup pelo
100/100 - (DF+DV+ML). Vamos ver como fica: custo de produção. Assim teremos:

Markup = 100 / [100 - (15 + 20 + 12)] Preço de venda = CP x markup


Markup = 100 / (100 - 47) Preço de venda = 20 x 1,88
Markup = 100/53 Preço de venda = R$ 37,60
Markup = 1,88

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Como calcular preço de venda por margem de contribuição

Usar a fórmula da margem de contribuição é uma outra maneira de planejar a precificação dos seus produtos e serviços. A
grande vantagem em relação ao cálculo do markup é que você pode usar a fórmula sobre o total de vendas de determinado
produto, o que permite visualizar melhor quando é conveniente mexer no seu preço para ganhar competitividade.

Além disso, também é possível usar o cálculo da margem de contribuição para saber quantas vendas são necessárias para
chegar ao ponto de equilíbrio em determinado período. Claro que isso só é possível com uma projeção de vendas realista.

Assim como no modelo anterior, aqui também precisamos calcular a margem de contribuição. A conta é bem simples:

Margem de contribuição = valor das vendas – (custos variáveis + despesas variáveis)

Sendo que o valor das vendas considera o preço final pelo qual o produto ou serviço é ou será vendido. Os custos variáveis
são os mesmos custos de produção que falamos no markup, incluindo a variação para revenda de produtos e prestadores de
serviços. E as despesas variáveis são aquelas que mudam de período para período, como os impostos sobre vendas e a comissão
de vendedores.

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Para você entender melhor, vamos usar o mesmo exemplo do markup, das camisetas, no qual:

Os custos variáveis ou de produção são de R$ 20,00



O preço de venda por unidade é de R$ 37,60

As despesas variáveis são de 20% sobre a venda (em reais, temos R$ 7,52)

O cálculo fica assim:

Margem de contribuição = 37,60 - (20+7)


Margem de contribuição = 37,60 - 27
Margem de contribuição = R$ 10,60

Com esse número em mãos, você pode fazer uma projeção de vendas para determinado período e verificar se a margem de
contribuição obtida é suficiente para cobrir todos os gastos com a produção e a venda do produto ou serviço.

Precificação de produtos e serviços


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Digamos que você paga R$ 1.692,00 mensais de despesas fixas e vende, em um mês, 300 camisetas. Multiplicando o número de
vendas pela margem de contribuição, que é R$ 10,60, chega ao resultado de R$ 3.180,00. Há uma sobra de R$ 1.488,00, que deve
ser usado para pagar as despesas variáveis (que nosso nosso exemplo é de R$ 2.256,00) e ainda tirar um lucro. Como vemos,
isso não é possível, pois há um prejuízo de R$ 768,00.

Para consertar a situação, há 2 saídas. A primeira é mexer no preço do produto, e isso não significa aumentá-lo. Estudando
a concorrência, você pode perceber que seu preço está alto demais. E se ele custar R$ 35,00 em vez de R$ 37,60, será que as
vendas não fariam a receita aumentar? Mas tenha cuidado. Em vez de se basear na intuição, avalie o mercado com rigor.

A segunda saída é diminuir os custos de produção ou as despesas fixas. Ou seja, cortar os gastos supérfluos e otimizar os
processos produtivos. Se der resultado, o valor que ultrapassar o necessário para pagar as despesas fixas será o seu lucro.

Demos 2 exemplos bem práticos para você entender bem como precificar um produto ou serviço. Porém, não saia fazendo
contas atrás de contas e enlouquecendo seus parceiros, funcionários e fornecedores. Antes de tomar qualquer atitude, planeje!
Olhe com uma visão crítica para o negócio, analise os números que você já tem em mãos e, a partir daí, comece um processo de
precificação, seja de um novo produto ou serviço, seja a revisão dos preços daquilo que você já oferece.

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Capítulo 4

Pequeno glossário de termos


relacionados à precificação

Como falamos lá na introdução, aqui você vai encontrar um


pequeno glossário com os principais termos relacionados à
precificação de um produto ou serviço. Consulte sempre que
necessário!

Precificação de produtos e serviços


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Custos

São todos os valores associados à fabricação e produção daquilo que você oferece ao mercado. Então,
a matéria-prima, a depreciação de máquinas e equipamentos e a mão de obra produtiva, por exemplo,
configuram-se como custos, porque fazem parte do processo de produção. Quer dizer, impactam
diretamente naquilo que você manufatura. Eles podem ser fixos ou variáveis:

Fixos: não mudam conforme o volume de produção ou de vendas. Seu valor até pode ser alterado
por algum reajuste, mas ainda assim representa um gasto fixo, repetindo-se mês a mês e
integrando a estrutura do negócio, como o salário dos funcionários da produção.

Variáveis: estão diretamente relacionados com a produção ou as vendas. Por isso, ficam sujeitos a
mudanças de um período para outro. Quanto mais se produz ou vende, por exemplo, maior é a
necessidade de matéria-prima e, por consequência, o gasto para manter o negócio em
funcionamento.

Despesas

São os valores adicionais e necessários para manter o funcionamento de um negócio, mas


não estão diretamente vinculados ao processo de fabricação. Embora sejam elementos
indispensáveis, eles não compõem o produto e o desenvolvimento dele
diretamente. Também são divididos em fixos e variáveis:

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Fixas: apesar do nome sugerir, essas despesas não necessariamente têm valores intocáveis. A
principal característica delas é, na verdade, sua periodicidade. É muito importante lembrar que elas
ocorrem em caso de faturamento ou não. Por isso devem ser considerados em projeções, levando
em conta épocas de alta ou de baixa nas vendas. Como exemplo, podemos citar as contas de
consumo em geral, como o aluguel do imóvel, honorários do contador, água e telefone.

Variáveis: são aquelas que, além de terem uma variação grande de valor, também não ocorrem
com uma periodicidade preestabelecida. É o caso da comissão dos vendedores, dos valores
de frete e de demissões ou contratações.

Tributos

Os tributos são o conjunto de impostos, taxas e contribuições que formam a receita da União, dos
estados e dos municípios. Vamos entender melhor cada um deles.

Impostos: são um tipo de tributo, cujos recursos obtidos não têm uma destinação específica.
Geralmente são utilizados para o financiamento de serviços públicos, como educação, saúde e
segurança. Eles podem incidir sobre o patrimônio, como o IPTU e o IPVA, a renda (Imposto de
Renda Pessoa Física e Pessoa Jurídica) e o consumo, como o IPI e o ICMS.

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Taxas: são os valores cobrados do contribuinte por um serviço prestado pelo poder
público, como a taxa de lixo urbano ou a taxa para a confecção do passaporte.

Contribuições: podem ser de melhoria ou especiais. No primeiro caso estão as contribuições


cobradas em uma situação que representa um benefício ao contribuinte, como uma obra pública
que valorizou seu imóvel. Já as contribuições especiais são cobradas quando há uma destinação
específica para um determinado grupo, como o PIS e o PASEP, que são direcionados a um fundo
dos trabalhadores do setor privado e público.

Comissões

As comissões são um dos itens que compõem a folha de pagamento dos vendedores. No
comércio em geral, ela é calculada aplicando um determinado percentual sobre o valor de uma
venda. Mas também podem aparecer comissões sobre o faturamento da empresa e até sobre as
metas de produção ou de uma prestação de serviço. O importante é entender que esse valor que
será repassado para o funcionário deve constar na formação do preço do produto ou serviço. Ele
é um bom exemplo de despesa variável.

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Margem de lucro

É o percentual adicionado aos custos totais de um produto ou serviço, formando o preço final da
comercialização e definindo a porcentagem de lucro que a empresa terá em cima daquela venda.
A margem de lucro está relacionada com a formação de preços e com a lucratividade da empresa
em relação ao investimento realizado.

Markup

O markup é um índice que mostra a relação entre o custo de produção e distribuição de um bem
ou serviço e seu preço de venda. Trata-se de um conceito aplicado à economia, à contabilidade e
à administração de empresas. Com ele, você chega a um valor que cobre todos os gastos fixos e
variáveis para a produção do item vendido e garante a margem de lucro pretendida.

Margem de contribuição

A margem de contribuição é o ganho bruto sobre as vendas, ou seja, o que sobra para a empresa
depois de pagar o custo de produção e os impostos referentes à comercialização do produto.
Com esta sobra, você deve pagar as outras despesas da empresa e obter o lucro. Usar a fórmula
da margem de contribuição é uma outra maneira de planejar a precificação dos seus produtos.

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Lucratividade

A lucratividade é uma medida para indicar quanto um negócio efetivamente ganhou em relação a
tudo o que recebeu. É fácil entender: quando uma empresa vende um produto ou um serviço, o
preço cobrado não é totalmente destinado ao negócio, uma vez que há custos com mão de obra,
estrutura, fabricação ou compra. Na prática, parte do dinheiro recebido é usada justamente para
pagar pelo processo que levou até a venda para o cliente. Para a lucratividade, a fórmula é dada
por: (lucro líquido / receita bruta) x 100, sendo que a receita bruta consiste na soma de todos
os recebimentos do negócio antes de qualquer desconto. Já o lucro líquido corresponde a quanto
efetivamente sobra para a empresa depois de descontados os valores devidos.

Rentabilidade

A rentabilidade está ligada a um investimento inicial e em quanto de retorno ele é capaz de


proporcionar para o negócio. Se o investimento tem uma rentabilidade baixa, é dispensável
na realidade da empresa. Se a rentabilidade é elevada, então é um investimento capaz de
efetivamente trazer dinheiro para o negócio. Em último caso, se ela for negativa, o investimento
é prejudicial para o empreendimento. A rentabilidade também é calculada levando em conta o
lucro líquido, mas fazendo a devida relação com um investimento determinado para se chegar a
tal resultado. Assim, a fórmula fica da seguinte maneira: (lucro líquido / investimento) x 100.

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Benchmarking

É um importante instrumento de gestão que usa a comparação entre produtos, serviços e


práticas empresariais da sua empresa com concorrentes para melhorar as funções e processos
internos. Feito por meio de pesquisas, é um importante aliado para vencer a concorrência,
uma vez que analisa as estratégias e possibilita à sua empresa criar e ter ideias
novas baseado do que já foi realizado.

Taxa de cartão

É a taxa cobrada pelas transações feitas por meio de cartão, independentemente se for de
crédito, de débito ou parcelada. Há diferentes tipos de percentuais de cobrança, inclusive em
relação ao tipo de máquina. Eles podem ir de 2% para transações no débito em máquinas
convencionais a até 4% nas vendas no crédito pelas maquininhas wi-fi.

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Considerações finais

É bastante coisa para analisar e colocar no papel, mas, como


dono do negócio, você sabe que todos esses processos são
necessários para manter a empresa sustentável agora e no
futuro. Então, faça tudo com calma, elabore um planejamento,
divida as tarefas com seus parceiros (se for este o caso), analise
as informações que você tem em mãos e, caso necessário, vá
atrás de novos dados.

Com um mercado super competitivo como o nosso, todo detalhe


que puder fazer melhor que o concorrente vai aproximar
você cada vez mais dos clientes, garantindo o aumento das
vendas e, consequentemente, o aumento da rentabilidade e da
lucratividade também.

Esperamos que você aproveite bastante este material e volte


para a leitura sempre que tiver uma dúvida.

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Sobre o autor Gestão por resultados: características, vantagens e usos

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Marcio Roberto Andrade


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Foundation pelo EXIN e Microsoft Gestão financeira: faça certo e fique no azul
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Gestão financeira: a importância de um controle eficiente

Precificação de produtos e serviços


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Referências

Blog ContaAzul 1

Blog ContaAzul 2

Blog ContaAzul 3

Blog ContaAzul 4

Blog ContaAzul 5

Endeavor 1

Endeavor 2

Endeavor 3

Sebrae

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30
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