You are on page 1of 81

Faculdade de Medicina Veterinária

HISTOLOGIA I
(TEÓRICAS E PRÁTICAS)

Filipa Pucariço / Inês Alves

2009/2010

1
 TÉCNICA HISTOLÓGICA

 TECIDO EPITELIAL

 TECIDO CONJUNTIVO

 TECIDO ADIPOSO

 TECIDO CARTILAGINOSO

 TECIDO ÓSSEO

 TECIDO NERVOSO

 TECIDO MUSCULAR

 CÉLULAS DO SANGUE

 HEMOCITOPOESE

 SISTEMA IMUNITÁRIO E ÓRGÃOS LINFÁTICOS

2
4. TECIDO EPITELIAL
Apesar da sua grande complexidade, o organismo humano é constituído por apenas
quatro tipos básicos de tecidos:
 Epitelial
 Conjuntivo
 Muscular
 Nervoso

Também têm grande importância funcional, as células livres presentes nos fluidos do
corpo, tal como o sangue e a linfa.

Tecido Células Matriz Extracelular Funções Principais


Longos Transmissão de
Nervoso Nenhuma
prolongamentos impulsos nervosos
Revestimento da
Células poliédricas superfície ou de
Epitelial Pequena quantidade
justapostas cavidades do corpo,
secreção
Células alongadas Quantidade
Muscular Movimento
contrácteis moderada
Vários tipos de
Conjuntivo células fixas e Abundante Apoio e protecção
migratórias

A maioria dos órgãos pode ser dividida em dois componentes: o parênquima,


compostos pelas células responsáveis pelas varias funções típicas do órgão, e o
estroma, que é o tecido de sustentação. Com excepção do encéfalo e da medula
espinhal, o estroma é constituído por tecido conjuntivo.

Os epitélios são constituídos por células poliédricas justapostas, entre as quais


há pouca substância extracelular. As células epiteliais aderem geralmente firmemente
umas às outras por meio de junções intercelulares  permite que as células se
organizem como folhetos que revestem a superfície externa e as cavidades do corpo e
que se organizem em unidades secretoras.

Principais funções dos epitélios:


 Revestimento de superfícies (por ex. na pele)
 Absorção de moléculas (por ex. nos intestinos)
 Secreção (nas glândulas)
 Percepção de estímulos (por ex. o neuro-epitélio olfactório e o gustativo)
 Contracção (exercida pelas células mioepiteliais)

3
AS FORMAS E CARACTERÍSTICAS DAS CÉLULAS EPITELIAIS

A forma das células epiteliais varia muito, desde células colunares altas até
células pavimentosas – achatadas como ladrilhos. A sua forma poliédrica deve-se ao
facto das células serem justapostas formando folhetos ou aglomerados
tridimensionais.
O núcleo dos vários tipos de células epiteliais tem forma característica,
variando de esférico até alongado ou elíptico. A forma dos núcleos acompanha
geralmente a forma das células; assim as células cubóides costumam ter núcleos
esféricos e células pavimentosas têm núcleos achatados. A forma dos núcleos também
é de grande utilidade para se determinar se as células epiteliais estão organizadas em
camada única ou em várias camadas.

Praticamente todos os epitélios estão apoiados sobre tecido conjuntivo. No


caso dos epitélios que revestem a cavidade dos órgãos ocos (principalmente no
aparelho digestivo, respiratório e urinário), esta camada de tecido conjuntivo recebe o
nome de lâmina própria. A porção da célula epitelial voltada para o tecido conjuntivo
é denominada porção basal ou pólo basal, enquanto a extremidade oposta,
geralmente voltada para uma cavidade, é denominada porção apical ou pólo apical; a
superfície desta última região é chamada superfície livre. As superfícies das células
epiteliais que confrontam células vizinhas são denominadas paredes laterais.

Lâminas Basais e Membranas basais


Na superfície de contacto entre as células epiteliais e o tecido conjuntivo
subjacente há uma estrutura chamada lâmina basal. Esta estrutura só é visível com o
microscópio electrónico.
Os componentes principais das lâminas basais são colagéneo tipo IV, as
glicoproteínas laminina e entactina e proteoglicanos.
Os componentes das lâminas basais são secretados pelas células epiteliais,
musculares, adiposas, de Schwann. Em alguns casos, fibras reticulares (produzidas por
células de tecido conjuntivo) estão intimamente associadas à lâmina basal,
constituindo a lâmina reticular.

As lâminas basais têm muitas funções. Além de um papel estrutural e na


filtração das moléculas, elas também podem:
 Influenciar a polaridade das células;
 Regular a proliferação e a diferenciação celular, ligando-se com factores de
crescimento;
 Influir no metabolismo celular;
 Organizar as proteínas nas membranas plasmáticas de células adjacentes,
afectando a transdução de sinais através destas membranas;
 Servir como caminho e suporte para migração de células.

4
Junções Intercelulares
As células epiteliais apresentam uma intensa adesão mútua e, para separá-las,
são necessárias forças mecânicas relativamente grandes. Essa coesão varia com o
tecido epitelial, mas é especialmente desenvolvida nos epitélios sujeitos a fortes
tracções e pressões, como no caso da pele. A adesão entre células é, em parte devida a
acção coesiva dos membros de uma família de glicoproteínas transmembranares
chamadas caderinas (perdem capacidade adesiva na ausência de Ca2+).
As membranas laterais, exibem especializações que constituem as junções
intercelulares. Os vários tipos de junções servem não só como locais de adesão, mas
eventualmente também como vedantes – prevenindo o fluxo de materiais pelo espaço
intercelular – e ainda podem oferecer canais para a comunicação entre células
adjacentes. Portanto, do ponto de vista funcional, as junções podem ser classificadas
como junções de adesão (zônulas de adesão, hemidesmossomas e desmossomas),
junções impermeáveis (zônulas de oclusão) e junções de comunicação (junções gap).

As junções estreitas ou zônulas de oclusão costumam ser as junções mais


apicais desta sequência.

“Zônulas”  indica que a junção forma uma faixa que circunda completamente a
célula

“Oclusão”  adesão das membranas que ocorre nestas junções, vedando o espaço
intercelular.

Epitélios com um ou poucos locais de fusão (por exemplo, nos túbulos


proximais do rim) são mais permeáveis à água e aos solutos que os epitélios com
numerosos locais de fusão (por exemplo, a bexiga urinária). Assim, a função principal
da junção estreita é promover uma vedação que impede o movimento de materiais
entre células epiteliais, tanto do ápice para a base, como da base para o ápice. Deste
modo as zonulas de oclusão participam na formação de compartimentos funcionais
delimitados por folhetos de células epiteliais.

Em muitos epitélios, o tipo seguinte de junção encontrado na sequência ápico-


basal é a zônula de adesão. Esta junção circunda toda a célula e contribui para a
aderência entre células vizinhas. Uma característica importante desta junção é a
inserção de numerosos filamentos de actina em placas de material electro-denso
presentes no citoplasma subjacente à membrana de junção. Os filamentos fazem parte
da trama terminal, uma rede de filamentos de actina, filamentos intermediários e
espectrina existente no citoplasma apical de muitas células epiteliais.

Zônula de oclusão + Zônula de adesão (que circundatoda a parede lateral da região


apical) + fileira de desmossomas

Complexo Unitivo

5
Junções comunicantes (junções gap)
São encontradas em outros tipos de tecido, sendo o músculo esquelético uma
excepção.
As proteínas da junção comunicante, chamadas conexinas, organizam-se em
hexâmeros em torno de um poro hidrófilo. Este conjunto é chamado conexon, e é a unidade
estrutural da junção, formada por dezenas ou centenas dessas estruturas. As conexinas são
uma família de várias proteínas com distribuição diferente nas várias células e formam canais
com propriedades fisiológicas distintas. Moléculas de sinalização como AMP e GMP cíclicos,
iões e algumas hormonas podem atravessar essas junções fazendo com que as células de
muitos tecidos trabalhem de uma maneira coordenada em vez de agirem como unidades
independentes. (participam por ex. na contracção do músculo cardíaco). Junções
comunicantes formam-se rapidamente entre células que foram previamente isoladas.
Inibidores metabólicos, especialmente aqueles que bloqueiam a fosforilação oxidativa, inibem
a formação destas junções ou desfazem as já existentes, indicando que elas são mantida spor
um processo activo.

Desmossoma ou Mácula de adesão


Estrutura complexa, em forma de disco, presente na superfície de uma célula, e que é
sobreposta à estrutura idêntica presente na superfície da célula adjacente. No lado
citoplasmático de cada uma das células e separada da membrana por um estreito espaço, há
uma placa circular chamada placa de ancoragem, composta pelo menos por 12 proteínas.
Pelo facto dos filamentos intermediários de queratina do citoesqueleto serem muito
fortes, os desmossomas promovem uma adesão bastante firme entre as células.
Hemidesmossomas podem ser encontrados na região de contacto entre alguns tipos
de células epiteliais e da sua lâmina basal. Estas junções têm a estrutura de meio desmossoma
e prendem a célula epitelial à lâmina basal. No entanto, nos desmossomas as placas de
ancoragem contêm principalmente caderinas, enquanto nos hemidesmossomas as placas
contêm integrinas, uma família de proteínas transmembranar que podem agir como
receptores para macromoléculas da matriz extracelular, tais como laminina e colagénio tipo IV.

ESPECIALIZAÇÕES DA SUPERFÍCIE LIVRE DAS CÉLULAS EPITELIAIS


A superfície livre de algumas células epiteliais possui modificações com a função de
aumentar a sua superfície ou mover partículas.

Microvilos
As células que exercem intensa absorção, como as do epitélio de revestimento do
intestino delgado e dos túbulos proximais dos rins, possuem centenas de microvilos. Nestas
células absortivas o glicoálice é mais espesso que na maioria das células e o conjunto do
glicoálice + microvilos é visto facilmente ao microscópio de luz, sendo denominado borda em
escova ou borda estriada.
No interior dos microvilos há grupos de filamentos de actina que, por meio de várias
outras proteínas, mantêm ligações cruzadas entre si e ligações com a membrana plasmática do
microvilo.

6
Estereocílios

Estereocílios são prolongamentos longos e imóveis de células do epidídimo e do ducto


deferente, que na verdade são microvilos longos e ramificados e que, portanto, não devem ser
confundidos com os verdadeiros cílios.
Os esteriocílios aumentam a área de superfície da célula, facilitando o movimento de
moléculas para dentro e para fora da célula.

Cílios e Flagelos
Os cílios são prolongamentos longos e dotados de mobilidade, presentes na superfície
de algumas células epiteliais. São envolvidos pela membrana plasmática e contêm dois
microtúbulos centrais, cercados por nove pares de microtúbulos periféricos. Os dois
microtúbulos dos pares periféricos são unidos entre si.
Os cílios estão inseridos em corpúsculos basais que são estruturas electro-densas
situadas no ápice das células, logo abaixo da membrana. A estrutura dos corpos basais é
análoga à dos centríolos.
Em organismos vivos, os cílios exibem um rápido movimento de vaivém. O movimento
ciliar de um conjunto de células de um epitélio é frequentemente coordenado para permitir
que uma corrente de fluido ou de partículas seja impelida numa direcção ao longo da
superfície do epitélio. O ATP é a fonte de energia para o movimento ciliar.
A estrutura dos flagelos, que no corpo humanos estão presentes somente em
espermatozóides, é semelhante à dos cílios, porem os flagelos são mais longos e limitados a
um por célula.

TIPOS DE EPITÉLIOS
Os epitélios são divididos em dois grupos principais, de acordo com a sua estrutura e
função: epitélios de revestimento e epitélios glandulares. Esta divisão é arbitrária, pois há
epitélios de revestimento em que todas as células secretam (por exemplo o epitelio da
cavidade do estômago), ou em que há algumas células glandulares espalhadas entre as células
de revestimento (por exemplo, células mucosas no intestino delgado ou na traqueia).

Epitélios de Revestimento
Nos epitélios de revestimento as células são organizadas em camadas que cobrem a
superfície externa do corpo ou revestem as cavidades do corpo. Podem ser classificados de
acordo com o número de camadas de células e conforme as características morfológicas das
células na camada superficial. Os epitélios simples contêm só uma camada de células na
camada superficial e os epitélios estratificados contêm mais de uma camada.

O epitélio prismático também é denominado epitélio colunar ou cilíndrico. O


7
endotélio que reveste os vasos sanguíneos e linfáticos e o mesotélio que reveste cavidades do
corpo, como a cavidade pleural e peritoneal, e também recobre as vísceras são exemplos de
epitélios pavimentosos simples. Um exemplo de epitélio cúbico é o epitélio que reveste
externamente o ovário, e um exemplo de epitélio prismático é o revestimento do intestino
delgado.

O epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado reveste cavidades húmidas,


ao contrario da pele, cuja superfície é seca e revestida por um epitélio estratificado
paviementoso queratinizado. As células de ambos formam várias camadas, sendo que as
células mais próximas do tecido conjuntivo (chamadas celas basais) são geralmente cúbicas ou
prismáticas.
No epitélio não queratinizado as células superficiais achatadas retêm os núcleos e boa
parte dos organelos, enquanto no epitélio queratinizado essas células são mortas, perdem os
seus organelos e o seu citoplasma é ocupado por uma grande quantidade de filamentos
intermediários de queratina.

O epitélio estratificado prismático é raro; está presente em poucas áreas do corpo


humano, como na conjuntiva ocular e nos grandes ductos excretores de glândulas salivares.

O epitélio de transição que reveste a bexiga urinária, o uréter e a parte superior da


uretra, é um epitélio estratificado cuja camada mais superficial é formada por células globosas,
nem pavimentosas, nem prismáticas. A forma destas células muda de acordo com a distensão
da bexiga, podendo as células ficar achatadas quando a bexiga estiver cheia.

O epitélio pseudo-estratificado é assim chamado porque embora seja formado apenas


por uma camada de células, os núcleos parecem estar em várias camadas. Todas as células
estão apoiadas na lâmina basal mas nem todas alcançam a superfície do epitélio, fazendo com
que a posição dos núcleos seja variável.

Células Neuroepiteliais  Células de origem epitelial que constituem epitélios com funções
sensoriais especializadas (por exemplo as células das papilas gustativas e da mucosa olfactória)

Células Mioepiteliais  Células ramificadas que contêm miosina e um grande número de


filamentos de actina. São capazes de realizar contracção, agindo, por exemplo nas porções
secretoras das glândulas mamárias, sudoríparas e salivares.

CLASSIFICAÇÃO

8
Nºcamadas Morfologia
 As outras dimensões prevalecem sobre a altura
 Corresponde ao endotélio (nos vasos sanguíneos ou
linfáticos) ou mesotélio (nas cavidades do corpo)
 A espessura das células deste epitélio reflecte a sua
função primária na troca rápida de substâncias entre o
Pavimentoso sangue e o tecido.
 Observação: em preparações de Hemalúmen-Eosina
não se consegue separar o citoplasma da Membrana
Basal. Assim temos de nos guiar pelos núcleos
achatados.
 A altura não excede notavelmente as outras
Simples dimensões
Todas as  Apresentam um núcleo esférico e localizado no centro
células estão da célula.
em contacto  Encontra-se como revestimento de pequenos ductos e
com a lâmina Cúbico túbulos que podem ter funções excretoras, secretoras
basal e o ou de absorção, como por exemplo nos canais
domínio apical excretores renais, das glândulas salivares, etc.
alcança o  Observação: a membrana basal pode ser posta em
lúmen evidência pelo método de Azan (aparece de azul).
 A altura é a dimensão predominante.
Função:
 Os núcleos alongados (ovais) localizam-se no domínio
- difusão
basal
- Absorção
 Encontra-se em superfícies de grande actividade
- Secreção
absortiva (como no epitélio de revestimento do
- muito pouca
intestino), embora também se possa encontrar em
protecção
superfícies altamente secretoras (epitélio da mucosa
contra factores
gástrica).
mecânicos
 O dominio apical apresenta frequentemente
microvilosidades, só visíveis ao microscópio
Cilíndrico electrónico, revelando-se ao microscópio óptico, como
um prato estriado, na superfície livre das células,
separado do resto do citoplasma por uma linha
refringente a fresco, ou corada intensamente, nas
preparações coradas.
 Deste modo, a superfície de absorção dos epitélios em
que existe prato estriado é muito aumentada.
 É frequente encontrarem-se células caliciformes, que
são autênticas glândulas unicelulares, de forma
globosa, semelhante a um cálice, que sintetizam
muco, e estão dispersas entre as outras células do
epitélio, como se pode observar no epitélio intestinal e
respiratório.

9
 As células da camada mais profunda são
indiferenciadas especializadas na mitose – camada
germinativa.
 As novas células aí formadas vão sucessivamente
empurrando as mais superficiais e são substituídas por
Estratificado outras mais recentes.
É constituido  O grau de queratinização das células das camadas
por uma ou superficiais permitem distinguir 2 tipos de epitélio
mais camadas pavimentoso estratificado:
de células; é Pouco queratinizado: Muito queratinizado
designado de Pavimentoso  As células da camada mais  As células da
acordo com externa são altamente camada mais
aforma das diferenciadas: elas externa contêm
células da aumentam o seu conteúdo queratina em
camada mais em queratina para proteger abundância que
superficial o tecido contra a acção evita a perda de
mecânica do alimento água e a penetração
ingerido. de material químico
 As células mais superficiais ou físico nocivos.
mantêm o seu núcleo.  As células mais
Ex.: boca, língua, faringe, superficiais não têm
esófago, vagina. núcleo.
Cuboide
Cilindrico
 É um tipo de epitélio cilíndrico simples, com uma só camada de células
ciliadas.
 A designação de pseudo-estratificado provém do facto de à primeira vista
parecer ser constituído por várias camadas de células, mas com efeito,
todas elas assentam na mesma membrana basal.
 Os núcleos é que se encontram a diferentes alturas, dando esse aspecto
Pseudo- estratificado.
estratificado Ciliado com estereocilios:
(desde as fossas nasais até aos (no epididimo), com 2 tipos
bronquíolos), apresentam 3 tipos celulares principais:
celulares:  Células cilíndricas com
 Células cilíndricas com cílios no estereocilios e aparelho de Golgi
domínio apical muito desenvolvido
 Células basais, ancoradas à  Células basais ancoradas à
membrana basal membrana basal
 Células caliciformes
 As células superficiais são polimorfas, parecendo pavimentosas ou prismáticas,
conforme o grau de distensão do órgão. Vão do lúmen até à lâmina basal.
 Na sua parte superficial apresentam uma zona de citoplasma mais denso,
característica do epitélio deste tipo.
 As células da camada mais superficial apresentam-se frequentemente
binucleadas, e em corte o bordo livre é convexo – células de Doghïell.
 As células da camada subjacente à superficial têm uma forma característica,
Transição
espalmadas na sua parte superior e afiladas na parte inferior – células em
raquete.
 Este tipo de epitélio estratificado reveste a bexiga, o uretero, o bacinete e os
cálices renais (sendo também designado por urotélio).

EPITÉLIOS GLANDULARES
10
Os epitélios glandulares são constituídos por células especializadas na actividade de secreção.
As moléculas a serem secretadas são, em geral, armazenadas nas células em pequenas
vesículas envolvidas por uma membrana, chamadas grânulos de secreção.
As células epiteliais glandulares podem sintetizar, armazenar e secretar proteínas (por
exemplo, o pâncreas), lípidos (por exemplo, a adrenal e as glândulas sebáceas) ou complexos
de carbohidratos e proteínas (por exemplo, as glândulas salivares). As glândulas mamárias
secretam os três tipos de substâncias. Menos comuns, são as células de glândulas que têm
baixa actividade sintética (por exemplo, as glândulas sudoríparas), que secretam
principalmente substâncias transportadas do sangue ao lúmen da glândula.

Tipos de Epitélios Glandulares


Os epitélios que constituem as glândulas do corpo podem ser classificados de acordo
com vários critérios. Glândulas unicelulares consistem em células glandulares isoladas, e
glândulas multicelulares são constituídas por agrupamentos de células. Um exemplo de
glândula unicelular é a células caliciforme presente no revestimento do intestino delgado ou
do trato respiratório.

As glândulas são sempre formadas a partir de epitélios de revestimentos cujas células


proliferam e invadem o tecido conjuntivo adjacente.
As glândulas exócrinas mantêm a ligação com o epitélio do qual se originam. Esta
ligação toma a forma de ductos tubulares formados por células epiteliais e através destes
ductos, as secreções são eliminadas, alcançando a superfície do corpo ou uma cavidade.

Nas glândulas endócrinas a ligação com o epitélio foi obliterada durante o


desenvolvimento. Como tal estas glândulas não tem ductos e as suas secreções são lançadas
no sangue e transportadas para o seu local de acção pela circulação sanguínea.
De acordo com a organização das células podem ser diferenciados dois tipos de
glândulas endócrinas. No primeiro tipo as células formam cordões anastomosados,
entremeados por capilares sanguíneos. (por exemplo, adrenal, paratiróide, lóbulo anterior da
hipófise). No segundo tipo, as células formam vesículas ou folículos preenchidos de material
secretado (por exemplo a tiróide).

As glândulas exócrinas têm uma porção secretora, constituída por células e ductos,
que transportam a secreção eliminada das células.
As glândulas simples têm somente um ducto não-ramificado, enquanto as glândulas
compostas têm ductos ramificados.

Dependendo da forma da sua porção secretora, as glândulas simples podem ser:

Tubulares Acinosas

Tubulares Tubulares
ramificadas enoveladas

As glândulas compostas podem ser:

11
Tubulares Acinosas Túbulo - acinosas

De acordo com o modo pelo qual os produtos de secreção deixam a célula, as


glândulas podem ser classificadas em merócrinas, holócrinas ou apócrinas.

Nas glândulas merócrinas (por exemplo o pâncreas) a secreção é libertada pela célula
por meio de exocitose, sem perda de outro material celular.
Nas glândulas holócrinas (por exemplo, as glândulas sebáceas) o produto de secreção
é eliminado juntamente com toda a célula, processo que envolve a destruição de células
repletas de secreção.
Um tipo intermediário é o apócrino, encontrado na glândula mamária, em que o
produto de secreção é descarregado em conjunto com porções do citoplasma apical.

As glândulas multicelulares são normalmente envolvidas por uma cápsula de tecido


conjuntivo; prolongamentos da cápsula chamados septos dividem a glândula em porções
menores chamadas lóbulos. Muitos dos ductos maiores das glândulas também passam pelos
septos.

BIOLOGIA DOS TECIDOS EPITELIAIS


Os tecidos epiteliais estão apoiados em tecido conjuntivo. Este serve não só para
apoiar o epitélio mas também para a sua nutrição e para promover a adesão do epitélio a
estruturas subjacentes. A área de contacto entre o epitélio e a lâmina própria pode ser
aumentada pela existência de uma interface irregular entre os dois tecidos, sob forma de
invaginações do conjuntivo, chamadas papilas. As papilas existem com maior frequência em
tecidos epiteliais de revestimento sujeitos a forças mecânicas, como pele, língua e gengiva.

Polaridade
Em muitas células epiteliais a distribuição de organelos na porção apoiada na lâmina
basal (pólo basal da célula) é diferente dos organelos presentes no citoplasma da porção livre
da célula (porção apical); a esta diferente distribuição, que é constante nos vários tipos de
epitélios dá-se o nome de polaridade das células epiteliais. Isto significa que diferentes partes
das células podem ter diferentes funções. A membrana plasmática das células epiteliais pode
ter composição molecular diferente nos seus diferentes pólos.
Com raras excepções, os vasos sanguíneos não penetram nos epitélios, portanto os
nutrientes das células epiteliais devem vir dos capilares sanguíneos existentes no tecido
conjuntivo subjacente.

Inervação
A maioria dos tecidos epiteliais é ricamente inervada por terminações nervosas
provenientes de plexos nervosos da lâmina própria. Além da inervação sensorial, o
funcionamento de muitas células epiteliais secretoras depende da inervação que inibe ou
estimula a sua actividade.

Transporte celular  Junqueira, página 82

Células que transportam por Pinocitose

12
Na maioria das células do corpos, moléculas presentes no meio extracelular são
interiorizadas para o citoplasma por vesículas de pinocitose que se formam no plasmalema.
Esta actividade é observada nos epitélios simples pavimentosos que revestem os capilares
sanguíneos e linfáticos (chamados endotélios) ou que revestem as cavidades do corpo
(mesotélios).

Células Serosas
As células acinosas do pâncreas e das glândulas salivares parótidas são exemplos de
células serosas. As células serosas são poliédricas ou piramidais, têm núcleos centrais
arredondados e polaridade bem definida. A região basal destas células exibe uma intensa
basofilia que resulta da grande acumulação neste local de RER granuloso sob a forma de
conjuntos paralelos de cisternas, associadas a abundantes polirribossomas. Na região apical há
um complexo de Golgi, bem desenvolvido e muitas vesículas arredondadas, envolvidas por
uma membrana e com conteúdo rico em proteínas, chamadas vesículas ou grânulos de
secreção. Em células que produzem enzimas digestivas (por exemplo células acinosas do
pâncreas) estas vesículas são chamadas grânulos de zimogénio. Das cisternas do aparelho de
golgi brotam grandes grânulos de secreção imaturos, também chamados grânulos de
condensação, envolvidos por uma membrana. À medida que água é retirada dos grânulos,
estes tornam-se mais densos, transformando-os em grânulos de secreção maduros.

Células Secretoras de Muco


A célula secretora de muco mais bem estudada é a célula caliciforme dos intestinos.
Esta célula possui numerosos grânulos de tamanho, que se coram fracamente e que contêm
muco, que é constituído por glicoproteínas intensamente hidrofílicas. Os grânulos de secreção
preenchem a região apical da célula e o núcleo fica normalmente situado na região basal. Esta
última é rica em RER. As proteínas são sintetizadas na base da célula, onde está maior parte do
reticulo endoplasmático. Monossacarídeos são acrescentados à proteína por enzimas –
glicosiltransferases – presentes no reticulo endoplasmático e no complexo de Golgi.

Células Mioepiteliais
Várias glândulas exócrinas (por exemplo, sudoríparas, lacrimais, salivares, mamárias)
contêm células mioepiteliais fusiformes ou de forma estrelada. As células mioepiteliais
localizam-se entre a lâmina basal e o pólo basal das células secretoras ou das células dos
ductos. Comunicam umas com as outras por junções comunicantes. Também contêm
filamentos intermediários da família da queratina, o que confirma a sua origem epitelial.
A função das células mioepiteliais, é contrair-se me volta da porção secretora ou
condutora da glândula e assim ajudar a impelir os produtos de secreção para o exterior.

Células Secretoras de Esteróides


Células que secretam esteróides são encontradas em vários órgãos do corpo (por
exemplo, testículos, ovários, adrenais). São células endócrinas especializadas em sintetizar e
secretar esteróides com actividade hormonal e têm as seguintes características:
 São células acidófilas poliédricas ou arredondadas, com um núcleo central e
citoplasma, que frequentemente possui muitas gotículas de lípidos.
 O citoplasma das células secretoras de esteróides possui abundante REL formado por
túbulos anastomosados
 As mitocôndrias esféricas ou alongadas destas células contem normalmente cristas
tubulares, em lugar das cristas em forma de prateleiras comummente encontradas nas
mitocôndrias de outras células.
5. TECIDO CONJUNTIVO
13
FUNÇÕES

Estrutural  Responsável pelo estabelecimento e manutenção da forma do corpo. Este papel


é feito por um conjunto de moléculas que compõem a matriz extracelular, que conecta e une
as células e órgãos, dando assim suporte ao corpo.

Armazenamento  é uma importante reserva para muitos factores de crescimento que


controlam a proliferação e diferenciação celular.

Nutrição  a matriz extracelular serve como um meio através do qual nutrientes e catabólitos
são trocados entre as células e os vasos saguíneos.

Defesa e reparação

ORIGEM

Os vários tipos de tecidos conjuntivos têm origem no mesênquima embrionário, que se


origina principalmente a partir do folheto embrionário intermediário, o mesoderma.
As células mesenquimais migram do seu sítio de origem, envolvendo-se e penetrando nos
órgãos em desenvolvimento.

CONSTITUIÇÃO

 Células Fibras
 Matriz extracelular
Substância fundamental

Matriz extracelular

Funções
 Protecção e suporte mecânico para células e tecidos
 Modulação do comportamento celular (adesão, migração, proliferação/apoptose e
diferenciação celular)

Degradação da Matriz Extracelular


 A ME pode ser degradada por metaloproteinases de matriz, uma familia de proteases Zn-
dependentes secretadas como zimogénios, activos na MEC.
 Estas enzimas podem ser inibidas especificamente com inibidores teciduais de
metaloproteinases (TIMP)
 A degradação da ME ocorre durante o desenvolvimento, o crescimento e o reparo de
tecidos.
 Membros da família das metaloproteinases:
 Colagenases: degradam o colagénio tipo I, II, III e V
 Estromelisinas: degradam compostos da membrana basal e elastina
 Gelatinases: degrada o colagénio tipo I
 Metaloproteinases de matriz do tipo de membrana: produzidas por células tumorais.

Componentes
 Colagénios
14
 Sistema elástico
 Proteínas multifuncionais
 Glicosaminoglicanos e proteoglicanos

Colagénias Sistema colagénio


Formadas pela proteína colagénio
Fibras Reticulares

Elásticas Formadas pela proteína elastina Sistema elástico

 SISTEMA COLAGÉNIO

Colagénio
 Proteínas extracelulares fibrosas muito abundantes
 São produzidas por diversos tipos de células
 Funções estruturais
 A sua renovação é muito lenta
 Há mais de 20 tipos de colagénio geneticamente diferentes
 Estrutura molecular: conformação em tripla hélice (3 cadeias α); Estrutura
primária: Glicina – X – Y.

As moléculas de colagénio alinham-se paralelamente umas às outras formando fibrilas. As


fibrilas agrupam-se em fibras e estas, por sua vez, associam-se formando feixes de
colagénio.

Síntese dos colagénios


1. Síntese das cadeias α;
2. Hidroxilação e glicosilação de alguns aminoácidos;
3. Formação da tripla hélice (procolagénio);
4. Condensação das moléculas de procolagénio em vacúolos e subsequente
secreção;
5. Clivagem extracelular do procolagénio dando origem às moléculas de
colagénio (tropocolagénio);
6. Polimerização das moléculas de colagénio sob a forma de fibrilas e
estabilização das fibrilas por ligações covalentes intra e intermoleculares promovidas
pela enzima lisil-oxidase.

Classificação

De acordo com a sua função e estrutura, os colagénios podem ser classificados em:

Colagénios que formam fibrilas  Colagénios dos tipos I, II, III, V e XI.
 Colagénio do tipo I: - é o mais abundante
- nos tendões, ligamentos, derme, osso, cápsulas de órgãos
- fibras extremamente resistentes à tracção
- constituem feixes que nunca se amostomosam
- são facilmente coráveis pelos corantes ácidos
- são de cor branca no estado fresco
 Colagénio do tipo III: juntamente com glicoproteínas associadas, forma as fibras
reticulares, que são fibrilas finas que se organizam em redes de sustentação em
órgãos com elevada densidade celular. Estas fibras são coradas por sais de prata,
15
sendo portanto chamadas de argirófilas. Encontram-se de forma abundante no
músculo liso, baço, nódulos linfáticos e medula óssea vermelha.

Colagénios associados a fibrilas  Colagénios dos tipos IX, XII e XIV.


 Estruturas curtas que ligam as fibrilas de colagénio umas às outras
 Não constituem fibrilas (não se polimerizam)
 Associam-se à superfície das fibrilas do colagénio fibrilar
 Medeiam interacções entre colagénios fibrilares e entre estes e outras
moléculas da matriz extracelular

Colagénios que formam redes  Colagénio do tipo IV.


 As suas moléculas associam-se para formar redes
 Da sua polimerização não resultam fibrilas
 É um dos principais constituintes das lâminas basais, nas quais tem o papel
de aderência e de filtração
 Presente na lâmina basal

Colagénios de ancoragem  Colagénio do tipo VII.


 Está presente nas fibrilas que ancoram as fibras de colagénio tipo I à lâmina
basal.

 SISTEMA ELÁSTICO

É composto por 3 tipos de fibras: elástica, oxitalânica e elaunínica.


Fibras com contorno e espessura irregulares, levemente amareladas (macroscopicamente).

Fibras elásticas
São formadas por 2 compartimentos:
 Componente amorfo - (elastina) – responsável pela componente elástica das fibras do
sistema elástico; proteína hidrofóbica (insolúvel); resulta da polimerização de
moléculas solúveis de tropoelastina no espaço extracelular.
Tecidos ricos em elastina: artérias de grande calibre, pele, ligamentos elásticos.

 Componente microfibrilar - (fibrilina) – fibrilas com 10-12 nm de diâmetro. Forma-se


primeiro e vai servir de substrato para a subsequente deposição do componente
amorfo.
Mutações nos genes da fibrilina: Síndrome de Marfan

As fibras elásticas são sintetizadas por:


 Fibroblastos (pele e tendões)
 Condrócitos (cartilagem elástica do pavilhão da orelha, epiglote, laringe e canais
auditivos)
 Células musculares lisas (vasos sanguíneos)

Fibras oxitalânicas
Podem ser encontradas nas fibras da zônula do olho e em certos locais da derme, onde há
ligação entre o sistema elástico e a lâmina basal.
Não possuem elasticidade mas são altamente resistentes a forças de tracção.
Fibras elaunínicas

16
Podem ser encontradas ao redor das glândulas sudoríparas e na derme.

Substância fundamental  preenche os espaços entre as células e fibras do tecido


conjuntivo e actua como lubrificante e como barreira à
penetração de microrganismos invasores.

 PROTEÍNAS MULTIFUNCIONAIS

Glicosaminoglicanos (GAG’s)  Cadeias polissacarídicas longas, não ramificadas, compostas


por unidades dissacarídicas repetidas. Estas unidades dissacarídicas são compostas por um
ácido urónico (ácido glicurónico ou idurónico) e uma hexosamina (glicosamina ou
galactosamina).
Os GAG’s têm comportamento hidrofílico. Há 4 grupos principais: ácido hialurónico, sulfatos
de condroitina, de heparano e de queratano.

Proteoglicanos  moléculas constituídas por cadeias de GAG’s ligadas covalentemente a um


componente proteico. Têm elevada densidade de carga e, portanto, pressão osmótica
significativa, fazendo com que o tecido conjuntivo resista à compressão, em função da elevada
capacidade hidrofílica destas moléculas.
Os GAG’s controlam as funções biológicas dos proteoglicanos através de ligações de
estabilização com os componentes da superfície celular, factores de crescimento e outros
constituintes da ME.

Funções dos GAG’s e dos Proteoglicanos


 Manutenção de um ambiente hidratado nos tecidos que permite a difusão de
nutrientes e catabolitos.
 Resistência às forças de compressão.
 Filtro regulador do tráfico de moléculas e células de acordo com a sua dimensão e/ou
carga.
 Modulação da sinalização química entre as células (ex: interacção com factores de
crescimento, influenciando a sua actividade biológica).

Glicoproteínas multiadesivas  são compostos de proteínas ligadas a cadeias de glicídios. Ao


contrário dos proteoglicanos é o componente proteico que predomina nestas moléculas.

Funções das glicoproteínas: importante papel na interacção entre células vizinhas nos tecidos
adultos e embrionários e ajudam as células a aderirem sobre os seus substratos (função
adesiva).

Exemplos de glicoproteínas
Fibronectina  sintetizada pelos fibroblastos e por algumas células epiteliais.
Laminina  participa na adesão de células epiteliais à sua lâmina basal.

As células interagem com componentes da matriz extracelular através de proteínas


transmembranares, que são receptores da matriz, e são denominadas por integrinas, e ligam-
se ao colagénio, à fibronectina e à laminina.

 Fluido tecidual: para além da substância fundamental existe uma pequena quantidade de
fluido que é semelhante ao plasma sanguíneo quanto ao conteúdo em iões e substâncias

17
difundidas. Contém uma pequena % de proteínas plasmáticas de pequeno peso molecular, as
quais passam através das paredes dos capilares para os tecidos como resultado da pressão
hidrostática do sangue.

Células do tecido conjuntivo

Fibroblastos
Características:
 Células fusiformes com núcleo grande e ovóide e fracamente corado
 Citoplasma basófilo e rico em RER, com prolongamentos citoplasmáticos estendidos
para a matriz para o contacto com outros fibroblastos.
 Aparelho de Golgi bem desenvolvido, devido à função de secreção de proteínas

Fibroblastos: células com intensa actividade de síntese


Fibrócitos: células metabolicamente quiescentes. São menores e mais delgados do que os
fibroblastos; possuem poucos prolongamentos citoplasmáticos e o citoplasma possui pouca
quantidade de RE; têm núcleo menor, mais escuro e mais alongado do que os dos fibroblastos.
Miofibroblastos: participam na cicatrização de ferimentos, têm função contráctil.

Função: Sintetizam colagénio e elastina (fibras) e GAG’s, proteoglicanos e glicoproteínas


multiadesivas (ME).

Macrófagos
Origem: Derivam dos monócitos (formados na medula óssea), que migram para o tecido
conjuntivo, diferenciam-se e dão origem aos macrófagos.
 Possuem designações específicas em alguns órgãos:
 Figado  Células de Kupffer
 Osso  Osteoclastos
 SNC  Células microgliais
 Constituem o sistema fagocitário mononuclar, pois encontram-se em todos os tecidos e
quando se dá entrada de microrganismos estranhos no organismo migram para os locais
de inflamação atraídos por certos mediadores (quimiotaxia).

Características
 Capacidade de divisão mitótica
 Capacidade de voltar a sintetizar membranas e enzimas intercelulares gastas no
decurso da fagocitose
 Lisossomas – degradação do material fagocitado
 Fagossomas – armazenamento temporário do material fagocitado
 Núcleo irregular

Funções
 Fagocitose
 Eliminação de fibras senescentes e de material da matriz extra-celular
 Indicação da presença de antigénios aos linfócitos (resposta inflamatória e
imunológica)
 Produção de Citocinas

Mastócitos

18
Origem: células precursoras hematopoiéticas (produtoras de sangue) situadas na medula
óssea

Características:
 Núcleo esférico, pequeno e central;
 Citoplasma repleto de grânulos de secreção acidófilos metacromáticos (mudam a cor
de alguns corantes básicos) que se coram intensamente. Estes grânulos possuem
Histamina, Heparina e mediadores quimiotácticos (atraem monócitos, neutrófilos e
eosinófilos)

Existem 2 tipos:
 Mastócitos da mucosa (pedominantemente no intestino e no pulmão)
 Mastócitos do tecido conjuntivo onde apresentam maior número de grânulos de
maiores dimensões (pele, cavidade peritoneal)

Função: colaboram nas reacções imunes, nas reacções alérgicas e na expulsão de parasitas;
têm um importante papel na inflamação pois produzem e armazenam mediadores químicos
(ex. histamina).

Plasmócitos
Origem: Derivam da diferenciação de linfócitos B

Características:
 Aparelho de Golgi muito desenvolvido
 Nucléolo proeminente de forma estrelada
 RER muito desenvolvido
 Citoplasma basófilo (devido à grande quantidade de ribossomas associados ao RE) e
há uma área acidófila junto ao núcleo (aparelho de Golgi)

Função: síntese e de imunoglobulinas (glicoproteínas)

Leucócitos
Origem: Vêm do sangue por migração através da parede dos capilares e vénulas (diapedese)

Podem ser: Neutrófilos, Eosinófilos, Linfócitos, Monócitos, Basófilos

Função: defesa contra microrganismos agressores através de quimiotaxia e fagocitose;


induzem os mecanismos característicos da inflamação: aumento do fluxo sanguíneo,
permeabilidade vascular,etc.

Células adiposas
Células do tecido conjuntivo que se tornaram especializadas no armazenamento de energia na
forma de triglicerídeos (gorduras neutras).

TIPOS DE TECIDOS CONJUNTIVOS


19
 Tecido laxo (predomínio da matriz extracelular)
Mucoso/  Fibras colagénias e reticulares também estão presentes mas não são abundantes
Mesenquimato  Os fibroblastos fusiforme e estrelado estão espaçados e envoltos pela ME
so  Consistência gelatinosa
 Encontra-se sobretudo ao nível do cordão umbilical (Geleia de Wharton) e na
polpa do dente em desenvolvimento.
 Consistência delicada, flexível, bem vascularizado e pouco resistente
às tracções
 Torna possíveis os deslocamentos de tecido vizinhos
 Serve de suporte aos epitélios, v.sanguíneos e nervos, entre fibras e
Laxo/ feixes musculares, sob a pele…
 Não há predomínio acentuado de nenhum dos componentes; sendo
Frouxo
as células mais abundantes fibroblastos e macrófagos.
 Os fibroblastos são reconhecidos pelo seu núcleo oval
 Encontra-se nas papilas da derme, na hipoderme, envolvem os vasos
sanguíneos, nervos e músculos.
 É menos flexível do que o laxo mas oferece resistência e protecção
aos tecidos
Propriamente
 Predomínio das fibras colagénias em relação às células
dito
Não modelado Modelado

 Fibras de colagénio organizadas  Fibras de colagénio orientadas


sem orientação definida paralelamente e alinhadas com
 Predominam fibras elásticas e os fibroblastos
Denso reticulares  O núcleo dos fibroblastos
 Fibroblastos separados por aparecem como linhas
feixes de colagénio e delgadas escuras e o
reconhecidos pelo núcleo oval citoplasma não é visível ao MO.
 Encontra-se na derme profunda  Encontra-se nos tendões,
da pele ligamentos e córnea.
 Formado por fibras reticulares associadas com células reticulares
Reticular (fibroblastos).
 Próprio dos órgãos hematopoiéticos
 Forma uma rede de sustentação das células livres desses orgãos
 Formado por fibras elásticas dispostas paralelamente nos ligamentos
da coluna, ou concentricamente nas camadas ou lâminas na parede
da aorta.
Elástico
 O espaço entre as fibras elásticas é ocupado por fibras de colagénio e
fibroblastos achatados
 Escassos elementos celulares e poucas fibras colagénicas
 As fibras elásticas são sintetizadas pelas fibras musculares lisas.
Tecido adiposo  Possui mais células (adipócitos) do que fibras colagénias e
substância fundamental.
Cartilagem  ME não calcificada
Especial
Hematopoiético  Encontrado na medula de alguns ossos

Tecido ósseo  ME calcificada

6. TECIDO ADIPOSO
20
O tecido adiposo é um tipo especial de tecido conjuntivo onde se observa
predominância de células adiposas (adipócitos). Essas células podem ser encontradas isoladas
ou em pequenos grupos no tecido conjuntivo laxo, porém a maioria delas formam grandes
agregados, constituindo o tecido adiposo distribuído pelo corpo.
O tecido adiposo é o maior de depósito corporal de energia, sob a forma de
triglicerídeos, sendo as principais reservas de energia do organismo. O triglicerídeos do tecido
adiposo não são depósitos estáveis, porém renovam-se continuamente, e o tecido é muito
influenciado por estímulos nervosos e hormonais.

Além do papel energético o tecido adiposo tem outras funções:


 Localizando-se abaixo da pele, modela a superfície, sendo em parte responsável pelas
diferenças de contorno entre o corpo da mulher e do homem;
 Forma também coxins absorventes de choques, principalmente na palma dos pés e na
planta das mãos;
 Contribui para o isolamento térmico do organismo, já que as gorduras são mas
condutoras de calor;
 Preenche espaços entre outros tecidos;
 Contribui para a manutenção de certos órgãos nas suas posições normais;
 Tem também actividade secretora, sintetizando diversos tipos de moléculas.

Há duas variedades de tecido adiposo:


1. Tecido adiposo comum, amarelo ou unilocular, cujas células, quando completamente
desenvolvidas, contêm apenas uma gotícula de gordura que ocupa quase todo o
citoplasma.
2. Tecido adiposo, pardo, ou multilocular, formado por células que contêm numerosas
gotículas lipídicas e muitas mitocôndrias.

TECIDO ADIPOSO UNILOCULAR

A cor do tecido unilocular varia entre o branco e o amarelo escuro, dependendo da


dieta do animal. Essa coloração deve-se principalmente ao acumulo de carotenos dissolvidos
nas gotículas de gordura. Praticamente todo o tecido adiposo presente em humanos adultos é
unilocular, sendo a sua acumulação em alguns locais influenciada pela idade e pelo sexo do
indivíduo.
Este tecido forma o panículo adiposo, camada disposta sob a pele que é de espessura
uniforme por todo o corpo do recém-nascido. Com a idade, o panículo adiposo tende a
desaparecer em certas áreas, desenvolvendo-se em outras. Esta disposição selectiva de
gorduras é regulada, principalmente, pelas hormonas sexuais e pelas hormonas produzidas
pela camada cortical da glândula adrenal.

As células adiposas uniloculares são grandes. Quando isoladas, estas são esféricas,
tornando-se poliédricas no tecido adiposo pela compreensão recíproca. A gotícula lipídica é
removida pelos solventes mecânicos, usados na técnica histológica. A demonstração dos
lípidos pode ser feita nos cortes histológicos obtidos por congelação, sem a passagem dos
tecidos nos solventes de lípidos, e corados com Sudan III (alaranjadado) ou Sudan black.
Cada célula adiposa é envolvida por uma lâmina basal, e a sua membrana plasmática
mostra numerosas vesículas de pinocitose.

21
O tecido unilocular apresenta septos de tecido conjuntivo, que contêm vasos e nervos.
Desses septos partem fibras reticulares (colagéneo III) que vão sustentar as células adiposas.
A vascularização do tecido adiposo é muito abundante, quando se considera a
pequena quantidade de citoplasma “funcionante”. A relação volume de capilar
sanguíneo/volume de citoplasma é maior no tecido adiposo do que no musculo estriado, por
exemplo.

Deposição e Mobilização dos Lípidos


Os lípidos armazenados nas células adiposas são principalmente triglicerídeos, isto é,
ésteres de ácidos gordos e glicerol. Os triglicerídeos armazenados originam-se da seguinte
maneira:
 Absorvidos da alimentação e trazidos até às células adiposas como triglicerídeos dos
quilomicrons;
 Oriundos do fígado e transportados até ao tecido adiposo, sob a forma de
triglicerídeos constituintes das lipoproteínas de pequeno peso molecular, ou VLDL
(very low density lipoprotein)
 Da síntese nas próprias células adiposas, a partir da glicose.

Os quilomicrons são partículas formadas pelas células epiteliais do intestino delgado, a


partir dos nutrientes absorvidos. São constituídos por 90% de triglicerídeos e pequenas
quantidades de colesterol, fosfolípidos e proteínas. Após deixarem as células epiteliais,
penetram nos capilares linfáticos de intestino e são levados pela corrente linfática, indo
posteriormente atingir o sangue, que os distribui por todo o organismo.
Nos capilares sanguíneos do tecido adiposo, graças à enzima lipase lipoprotéica,
produzida pelas células adiposas, ocorre a hidrólise dos quilomicrons e das lipoproteínas, com
libertação dos seus componentes, ácidos gordos e glicerol.

As células adiposas podem sintetizar ácidos gordos e glicerol, a partir de glicose,


processo que é acelerado pela insulina. Esta hormona estimula a penetração da glicose na
célula adiposa.
A hidrólise dos triglicerídeos é desencadeada principalmente pela noradrenalina. Este
neuro transmissor é libertado pelas terminações pós-ganglionares do nervo simpático do
tecido adiposo e captado por receptores da membrana dos adipócitos que activam lipase
sensível a hormona, promovendo a libertação de ácidos gordos e glicerol, que se difundem
para os capilares do tecido adiposo.

O tecido adiposo unilocular e multilocular são inervados por fibras simpáticas do


sistema nervoso autónomo. No tecido unilocular, as terminações nervosas são encontradas
nas paredes dos vasos sanguíneos, e apenas alguns adipócitos são inervados. Já no tecido
multilocular as terminações nervosas simpáticas atingem directamente tanto os vasos
sanguíneos como as células adiposas. O sistema nervoso simpático desempenha um
importante papel na mobilização das gorduras, quando os organismos são sujeitos a
actividades físicas intensas, jejuns ou ao frio.
A remoção dos lipidos, nos casos de necessidade energética, não se faz por igual em
todos os locais: primeiro são mobilizados os depósitos subcutâneos, os de mesentério e os
retroperitoneais, enquanto o tecido adiposo localizado nos coxins das mãos e dos pés resiste a
longos períodos de desnutrição.

22
O tecido adiposo unilocular é também um órgão secretor. Sintetiza várias moléculas
como leptina, que são transportadas pelo sangue, e a lipase lipoprotéica, que fica ligada à
superfície das células endoteliais dos capilares sanguíneos situados em volta dos adipócitos.

Nota: A leptina actua principalmente no hipotálamo, diminuindo a ingestão de alimentos e


aumentando o gasto de energia.

Histogênese do Tecido Adiposo Unilocular


As células adiposas uniloculares originam-se no embrião, a partir de células derivadas
do mesênquima, os lipoblastos. Estas células são parecidas com os fibroblastos, no entanto
têm a capacidade de armazenar gordura no seu interior.

TECIDO ADIPOSO MULTILOCULAR


O tecido adiposo multilocular é também denominado tecido adiposo pardo, derivado
da sua cor característica. Essa mesma cor é devida à vascularização abundante e as numerosas
células. Por serem ricas em citocromos as suas mitocôndrias têm cor avermelhada.
Ao contrário do tecido unilocular, o multilocular é de distribuição limitada, localizando-
se em ares determinadas. Este tecido é abundante em animais que hibernam e foi
denominado glândula hibernante. Como este tecido não cresce a sua quantidade no adulto é
extremamente reduzida.

Características:
As células do tecido adiposo multilocular são menores que as do tecido adiposo
unilocular e têm forma poliédrica. O citoplasma é carregado de gotículas lipídicas de vários
tamanhos e contem numerosas mitocôndrias, cujas cristas são particularmente longas,
podendo ocupar toda a espessura da mitocôndria.
As células tomam um arranjo epitelióide, formando massas compactas em associação
com capilares sanguíneos, lembrando as glândulas endócrinas.
O tecido adiposo multilocular é especializado na produção de calor, tendo um papel
muito importante nos mamíferos que hibernam.

Histogénese do tecido adiposo multilocular


As células mesenquimatosas que vão formar o tecido multilocular tornam-se
epitelióides, adquirindo um aspecto de glândula endócrina cordonal, antes de acumularem
gordura. Depois do nascimento não há formação de tecido adiposo multilocular nem ocorre
transformação de um tipo de tecido adiposo noutro.

23
7. TECIDO CARTILAGINOSO
O tecido cartilaginoso contém células, os condrócitos, e abundante material extracelular, que
constitui a matriz. As cavidades da matriz, ocupadas pelos condrócitos, são chamadas lacunas.
Uma lacuna pode conter um ou mais condrócitos.

 O tecido cartilaginoso é um tecido conjuntivo especializado para o desempenho de


funções estruturais.
 A cartilagem é uma forma semi-rígida de tecido conjuntivo, constituída por células e ME
envoltas pelo pericôndrio

Funções

1. Atenuador de choques (devido à flexibilidade e resistência)


2. Suporte semi-rígido de tecidos moles (pavilhão auricular, nariz e vias aéreas), devido à
sua rigidez aliada à elasticidade.
3. Manutenção da estrutura óssea
4. Essencial num dos processos de deposição de tecido ósseo - ossificação endocondral.
5. Suporte de Articulações (devido à superfície lisa, permitindo os movimentos de fricção)

 A maioria das cartilagens é avascular e consequentemente a troca de metabolitos entre


os condrócitos e os tecidos vizinhos depende da difusão pela água de solvatação da
substância fundamental.
 O tecido cartilagíneo depende, assim, dos capilares existentes junto do pericôndrio para a
manter a viabilidade dos condroblastos e condrócitos.
 Isso limita a espessura máxima que a cartilagem pode desenvolver enquanto mantém a
viabilidade das células mais profundas.
 Nos sítios onde a cartilagem é mais espessa há canais da cartilagem que conduzem
pequenos vasos para o centro da massa cartilagínea.

Conforme as diferentes necessidades funcionais do organismo, as cartilagens diferenciam-se


em três tipos:

 A cartilagem hialina é a mais comum, a sua matriz possui delicadas fibrilas constituídas
principalmente por colagéneo tipo II.
 A cartilagem elástica, que possui poucas fibrilas de colagéneo tipo II e abundantes
fibras elásticas;
 A cartilagem fibrosa, apresenta uma matriz constituída preponderantemente por
fibras de colagéneo tipo I.

24
As cartilagens (excepto as articulares e a cartilagem fibrosa) são envolvidas por uma bainha
conjuntiva que recebe o nome de pericôndrio, o qual continua gradualmente com a cartilagem
por uma face e com o conjuntivo adjacente pela outra. O pericôndrio contém vasos
sanguíneos, linfáticos e nervos.
Constituição

Células - Condroblastos ou condrócitos (dependendo da maturidade):


 secretam a matriz extracelular, a qual envolve e retém as próprias células que a
produziram
 derivam de células mesenquimatosas
 contêm lipidos e glicogénio, RER bem desenvolvido e aparelho de Golgi
 os condroblastos que se localizam junto do pericôndrio, possuem grande quantidade de
organitos relacionados com a síntese e exportação de glicoproteínas.
 os condrócitos apresentam-se já completamente rodeados por matriz.
 os que estão próximos da periferia da cartilagem são ovóides, enquanto que os que se
situam mais profundamente na cartilagem são arredondados.
 os condrócitos ocupam pequenas cavidades - as lacunas - existentes na matriz que
secretam. Cada lacuna pode ter um ou mais condrócitos.

Matriz extracelular

 Colagénio Tipo II: fibrilas finas que não se organizam em feixes nem se intercruzam,
estrutura laxa
 Elastina
 Proteoglicanos: formam agregados que ocupam os espaços formados entre as fibrilhas
de colagénio e conferem elevado grau de hidratação à matriz. Os GAGs sulfatados
(condroitino sulfato e queratano sulfato) predominam nos agregados de proteoglicanos,
com moléculas de ácido GAG não-sulfatado hialurónico formando a estrutura central do
complexo.

 As propriedades mecânicas da cartilagem devem-se principalmente à riqueza em água e


não tanto às fibrilas de colagénio:
 Resistência á compressão
 Flexibilidade relativa
 Permite a difusão de gases e metabolitos, nutrição dos condrócitos
A matriz cartilagínea possui também componentes específicos, como a glicoproteína
condronectina, a qual ajuda as células a manter contacto entre si e com componentes fibrosos
e amorfos da matriz.

Pericôndrio

 Contém células semelhantes aos fibroblastos, que se diferenciam em condroblastos com


potencial capacidade para formar cartilagem
 Possui uma camada fibrosa externa e uma camada condrogénica interna cujas células
secretam matriz cartilagínea.

25
 Possui feixes de colagénio I e III
 Envolve a cartilagem, excepto nos locais onde esta se encontra exposta ao líquido
sinovial
 Localiza-se à periferia dos pontos de condrogénese
CONDROGÉNESE
 A cartilagem diferencia-se em locais denominados pontos de condrogénese localizados
nos tecidos mesenquimatosos, a partir de células precursoras aí existentes.
 A formação da cartilagem começa pela diferenciação de células mesenquimais primitivas
em forma de estrela, para formar células arredondadas precursoras da cartilagem:
condroblastos.
 Divisões mitóticas subsequentes dão origem a agregados de condroblastos.
 Assim, as células cartilagíneas ou condroblastos, concentram-se, tornam-se globosas e
dão início à síntese de substância fundamental e de material fibroso extracelular
começando, então, a produzir uma matriz extracelular distinta da pre-existente,
designada matriz cartilaginea.
 A secreção do material extracelular aprisiona cada condroblasto dentro da matriz
cartilagínea (lacunas), separando desse modo os condroblastos uns dos outros.
 Cada condroblasto sofre, então, uma ou duas divisões mitóticas adicionais para formar
um pequeno grupo de células maduras separadas por uma pequena quantidade de
material extracelular.
 As células maduras da cartilagem, completamente envolvidas pela matriz que
sintetizaram e depositaram, denominam-se condrocitos.
 Os condrocitos mantêm a integridade da matriz cartilagínea.
 Em resultado da sua diferenciação, os condroblastos passam a sintetizar e depositar
extracelularmente colagénio de tipo II em vez dos colagénios I e III predominantes na
generalidade dos tecidos conjuntivos. Passam também a sintetizar proteoglicanos e
glicoproteínas típicos das cartilagens.
 Essa sequência de diferenciação e maturação é mais adiantada no centro da massa de
cartilagem em crescimento. Em direcção à periferia da cartilagem, os condroblastos em
estágios progressivamente mais precoces de diferenciação fundem-se com o tecido
conjuntivo laxo circundante.
 Quando o crescimento está completo, a massa da cartilagem é constituída por
condrócitos incluídos numa grande quantidade de matriz extracelular.
 À periferia dos pontos de condrogénese, e rodeando as cartilagens adultas, existe o
pericôndrio (excepto nas cartilagens articulares)
 Tanto os condroblastos localizados junto ao pericôndrio como os condrocitos da porção
central da cartilagem mantêm a capacidade de proliferar.
 O crescimento da cartilagem ocorre (apenas quando é estimulado) por:
1. Crescimento intersticial: dá-se pelo aumento das dimensões da cartilagem resultante
da mitose dos condrocitos (condrócitos dividem-se para formar grupos), ou seja, a partir
de dentro.
2. Crescimento aposicional: dá-se pelo crescimento da cartilagem determinado por
mitose dos condroblastos situados na região mais profunda do pericôndrio, o
pericôndrio condrogénico. A porção mais periférica do pericôndrio, o pericôndrio

26
fibroso, não está envolvida no crescimento da cartilagem mas sim na interacção com
tecidos adjacentes.
 As características da matriz cartilagínea determinam que a mobilidade dos condrocitos
seja limitada, pelo que é regra encontrar agrupadas as células filhas das mitoses
responsáveis pelo crescimento intersticial da cartilagem – grupos isogénicos.
 Quando a orientação destes grupos de condrocitos é ao acaso, e a sua dimensão
pequena, denominam-se grupos isogénicos coronais
 Quando se originam grandes grupos de condrocitos achatados, inequivocamente
alinhados segundo uma determinada direcção, a designação adoptada é grupos
isogénicos axiais. A formação de grupos isogénicos axiais é caracteristica das cartilagens
envolvidas em processos de ossificação.
 A este compartimento peri-celular da matriz cartilagínea denomina-se matriz territorial,
e ao restante chama-se matriz inter-territorial.

Observação
 Os condrócitos acumulam glicogénio no seu citoplasma, sendo PAS-positivos. Considera-
se que tais reservas possam compensar, por via anaeróbia, situações pontuais de
deficiente aporte energético por difusão através da matriz cartilagínea.
 O pericôndrio é também PAS-positivo devido à presença de numerosos feixes de
colagénio
 A matriz cartilagínea é basófila, e corada metacromaticamente por certos corantes,
devido à sua grande riqueza em ácido hialurónico e sulfato de condroitina.
 Quando se observa tecido cartilagíneo numa preparação histológica, é comum encontrar
dois tipos de artefacto técnico que devem ser tidos em conta quando da interpretação:
 Pode ocorrer retracção artefactual dos condrocitos (que pode dar a entender que estes
não ocupam totalmente o seu espaço na matriz), a qual torna evidente o espaço
totalmente ocupado in vivo por estas células - lacuna.
 Pode simultaneamente ocorrer extracção artefactual e selectiva de componentes da
matriz cartilagínea, o que frequentemente se traduz por uma diminuição e alteração
pronunciadas da intensidade da coloração da cartilagem.

CARTILAGEM HIALINA

 Forma o primeiro esqueleto do embrião, que posteriormente é substituído por um


esqueleto ósseo
 É assim designada por ser translúcida no tecido fresco.
 É a mais abundante, sendo encontrada no septo nasal, na laringe, na traqueia, na maioria
das superfícies articulares e nas extremidades esternais das costelas.
 Também forma o precursor do osso no esqueleto em desenvolvimento.
 Numa preparação de cartilagem hialina madura há duas zonas evidentes.

Zona interna
 Fortemente basófila.
27
 Os condrocitos desta zona dispõem-se em grupos característicos usualmente
constituídos por 2 a 4 plenamente diferenciadas.
 Os grupos são separados por uma grande massa de matriz cartilagínea amorfa, enquanto
as células de cada grupo são separadas apenas por uma camada delgada da matriz.

Zona periférica
 Corada palidamente.
 Funde-se ao tecido conjuntivo adjacente.
 Estendendo-se da zona interna até à superfície os condrocitos são progressivamente
menos diferenciados, de modo que as células do pericôndrio superficiais se assemelham
a fibroblastos maduros.
 As células da cartilagem periférica não se dividem para formar grupos.

 A cartilagem hialina madura é caracterizada por pequenos agregados de condrócitos


incluídos numa matriz amorfa de substância fundamental, reforçada por fibras de
colagénio.
 Os condrocitos maduros são caracterizados por núcleos pequenos com a cromatina
dispersa e o citoplasma basófilo granular, reflectindo o RER bem desenvolvido.
 Gotículas de lípidos, frequentemente maiores que os núcleos são uma característica
proeminente dos condrócitos maiores.
 O citoplasma é rico em glicogénio. Essas características reflectem o papel activo dos
condrocitos na síntese da substância fundamental e dos elementos fibrosos da matriz da
cartilagem.
 A matriz aparece bastante amorfa, já que a substância fundamental e o colagénio têm
propriedades de refracção semelhantes. A intensidade variável da coloração da matriz
reflecte a concentração dos proteoglicanos ácidos sulfatados, que é maior em torno dos
grupos de células completamente diferenciadas e menor no pericôndrio.
 O colagénio da cartilagem hialina é do tipo II, à excepção da cartilagem auricular

CARTILAGEM ELÁSTICA

 Existente na epiglote, pavilhão auricular, canal auditivo externo, parte das cartilagens
da laringe e nas paredes das trompas de Eustáquio.
 A sua estrutura histológica é semelhante à da cartilagem hialina
 A sua elasticidade deriva da presença de numerosos feixes ramificados de fibras elásticas
dentro da matriz cartilagínea, especialmente concentradas à volta dos condrocitos.
 A correcta visualização destas fibras elásticas está dependente da utilização de corantes
apropriados, como a orceína.
 O colagénio também é um componente importante da matriz da cartilagem e constitui a
massa do pericôndrio, entremeado por algumas fibras elásticas.
 O desenvolvimento e o crescimento da cartilagem elástica ocorrem por crescimento,
tanto intersticial como aposicional.

28
CARTILAGEM FIBROSA/FIBRO-CARTILAGEM

 Encontra-se nos discos intervertebrais, sínfise púbica e em associação com o tecido


conjuntivo fibroso nas cápsulas das articulações, nos ligamentos e em algumas inserções
tendinosas a nível do esqueleto.
 Tem características intermediárias entre a cartilagem e o tecido conjuntivo fibroso denso.
 Apresenta alternância de regiões contendo condrocitos e matriz cartilagínea (hialina)
com áreas ocupadas por fibroblastos e feixes de colagénio de tipos I e III, orientados na
direcção das tensões funcionais.
 A MEC possui baixa concentração de proteoglicanos e água, e não possui pericôndrio.

Alterações das cartilagens

 Em situações muito particulares, como a etapa que precede a substituição de tecido


cartilagíneo por tecido ósseo durante a ossificação endocondral, os condrocitos podem
promover a calcificação da matriz cartilagínea.
 A calcificação da matriz cartilagínea, e modificações adicionais como a deposição de
colagénio XIII, são o resultado de uma diferenciação dos condrocitos que se traduz
morfologicamente pela sua hipertrofia.
 Por comprometer a permeabilidade da matriz cartilagínea, a sua calcificação irá
determinar a morte dos condrocitos.

29
8. TECIDO ÓSSEO

É um tecido conjuntivo rígido, inflexível, no qual a matriz extracelular é calcificada.


Todos os ossos são revestidos por membranas de tecido conjuntivo interna – endósteo - e
externa – periósteo.

Periósteo  contém fibras de colagénio e fibroblastos. Fibras de Sharpey são feixes de


colagénio do periósteo que penetram no tecido ósseo e prendem firmemente o periósteo ao
osso. Na sua porção profunda, apresenta células osteoprogenitoras, que se multiplicam por
mitose e se diferenciam em osteoblastos, desempenhando papel importante no crescimento
dos ossos e na reparação de fracturas.

Endósteo  contituído por uma camada de células osteogénicas achatadas, revestindo as


cavidades do osso esponjoso, o canal medular, os canais de Havers e os de Volkmann.

Funções do Periósteo e do Endósteo:


 Nutrição do tecido ósseo
 Fornecimento de novos osteoblastos para o crescimento e a recuperação do osso

FUNÇÕES
 Suporte para os tecidos moles.
 Protege órgãos vitais (contidos nas caixas craniana e torácica e no canal raquidiano).
 Aloja e protege a medula óssea, formadora das células do sangue.
 Funciona como depósito de cálcio, fósforo e outros iões, armazenando-os e libertando-os
de maneira controlada.
 Absorver toxinas e metais pesados, minimizando os seus efeitos adversos noutros tecidos.

COMPOSIÇÃO
 Células
 Matriz óssea

Células

Osteócitos  situam-se em cavidades ou lacunas (um em cada lacuna) no interior da matriz


óssea. A sua nutrição depende de canalículos que existem na matriz que possibilitam as trocas
de moléculas e iões entre os capilares sanguíneos e os osteócitos.
Características
São células achatadas que têm pequena quantidade de RER; aparelho de Golgi pouco
desenvolvido e núcleo com a cromatina condensada. São essenciais para a manutenção da
matriz óssea.

30
Osteoblastos  dispõem-se nas superfícies ósseas, lado a lado. Sintetizam a parte orgânica
(colagénio tipo I, proteoglicanos e glicoproteínas) da matriz óssea. Participam na mineralização
da matriz.
Características
Quando estão em intensa actividade sintética são cubóides com citoplasma muito basófilo. Em
estado pouco activo tornam-se achatados e a basofilia diminui.

Osteoclastos  originam-se de precursores mononucleados provenientes da medula óssea


que, em contacto com o tecido ósseo, fundem-se e formam osteoclastos multinucleados.
Frequentemente, nas áreas de reabsorção te tecido ósseo encontram-se porções dilatadas dos
oscteoclastos, colocadas em depressões da matriz escavadas pela actividade destas células –
as lacunas de Howship.
Características
São células gigantes, móveis, mononucleadas e extensamente ramificadas. Têm citoplasma
granuloso, fracamente basófilo nos osteoclastos jovens e acidófilo nos maduros.

Zona clara: zona de adesão do osteoclasto à matriz óssea, onde se cria um microambiente
fechado onde se dá a reabsorção óssea, através da digestão por ácido, colagenase e outras
hidrolases que os osteoclastos produzem. É pobre em organelos mas contém muitos
filamentos de actina. A actividade dos osteoclastos é coordenada por citocinas e por
hormonas.

Matriz Óssea (osteóide)

Parte inorgânica (50% do peso da matriz):


Os iões mais encontrados são o fosfato e o cálcio.
Capa de hidratação  o cálcio e o fósforo foram cristais de hidroxiapatite que são hidratados,
existindo portanto uma camada de água e iões em volta do cristal, que facilita as trocas de iões
entre o cristal e o líquido intersticial.

Parte orgânica (35%):


 Fibras de colagénio tipo I (95%) e tipo V
 Glicosaminoglicanos e Proteoglicanos
 Glicoproteínas: osteocalcina (captura o Ca2+ da circulação na mineralização), osteonectina
(espécie de cola entre o colagénio e os cristais de hidroxiapatite) (sintetizadas pelos
osteoblastos e com propriedades específicas na mineralização do osso)
 Diversas sialoproteínas: osteopontina (medeia a ligação das células à matriz),
sialoproteínas I e II (ligação celular e iniciam a formação de cálcio durante a mineralização)
 Proteínas morfogenéticas do osso (BMPs) (induzem a transformação de células
mesenquimatosas em osteoblastos)

Devido à sua riqueza em fibras de colagénio, a matriz óssea descalcificada cora-se pelos
corantes selectivos do colagénio.
A associação de hidroxiapatite com fibras de colagénio é responsável pela dureza e resistência
do tecido ósseo.
Após a remoção do cálcio, os ossos mantêm a sua forma intacta, porém tornam-se tão flexíveis
quanto os tendões.

 Mineralização da matriz óssea


 A calcificação da matriz pre-óssea resulta da acção das "vesículas da matriz" produzidas
pelos osteoblastos e por estes libertadas.
31
 As vesículas da matriz contêm fosfatase alcalina e pirofosfatase capazes de clivar iões
fosfato de variadas moléculas e, por outro lado, o osteóide contém a proteína
osteocalcina que concentra iões cálcio naquele território.
 Estes dois factores determinam que a concentração local de iões cálcio e fosfato seja
elevada, pois:
 A osteocalcina liga-se ao Ca2+
 Os osteoblastos têm elevados níveis de fosfatase alcalina que eleva a
concentração local de fosfato e esta aumenta a concentração de cálcio.
 Os osteoblastos produzem vesículas da matriz que acumulam Ca2+ e libertam
fosfato de outros componentes da matriz.
 Aumento do ponto isoeléctrico e formação de cristais de fosfato de cálcio.
 A proteína osteonectina tem um papel importante na interacção dos cristais de
hidroxiapatite com as abundantes fibrilas de colagénio do osso.

TIPOS DE TECIDO ÓSSEO

1. De acordo com a organização microscópica

Ambos possuem as mesmas células e os mesmos constituintes da matriz.

Osso imaturo, trabecular, primário ou não lamelar  é o que aparece primeiro, tanto no
desenvolvimento embrionário como na reparação de fracturas, sendo temporário e
substituído por tecido secundário.
 As fibras de colagénio dispõem-se irregularmente, sem orientação definida.
 Tem menor quantidade de minerais e maior proporção de osteócitos do que o tecido
ósseo secundário. (A matriz é menos mineralizada e menos densa aos raios X)
 Ao MO a matriz é mais basófila do que a do osso maduro.
 Abundante no feto e no osso em crescimento ou remodelação.
 No adulto é encontrado nos alvéolos dentários e em alguns pontos de inserção de
tendões.

Osso maduro, secundário ou lamelar  As fibras de colagénio organizam-se em lamelas que,


ou ficam paralelas umas às outras, ou se dispõem em camadas concêntricas em torno de
canais com vasos, formando os sistemas de Havers.
 As lacunas que contêm osteócitos situam-se entre as lamelas ósseas ou dentro destas. Em
cada lamela as fibras de colagénio estão paralelas umas às outras.
 Separando grupos de lamelas, ocorre frequentemente o acúmulo de uma substância
cimentante que consiste em matriz mineralizada com muito pouco colagénio.
 Diáfise  as lamelas ósseas organizam-se constituindo os sistemas de Havers, os
circunferenciais interno e externo e os intermediários. Cada sistema de Havers é um
cilindro longo, paralelo à diáfise e formado por 4 a 20 lamelas concêntricas. No centro
desse cilindro ósseo existe o canal de Havers (revestido de endósteo) que contém vasos e
nervos. Os canais de Havers comunicam entre si, com a cavidade medular e com a
superfície externa do osso por meio de canais transversais ou oblíquos - canais de
Volkmann. Estes distinguem-se dos canais de Havers por não apresentarem lamelas
ósseas concêntricas.

2. De acordo com a organização macroscópica, o osso secundário pode ser:

32
Osso compacto  formado por partes sem cavidades visíveis
 É formado por uma estrutura óssea repetitiva: colunas ósseas cilíndricas (sistema de
Harvers), paralelas ao eixo maior dos ossos longos, ou seja, alinhadas com as tensões
exercidas sobre o osso.
 Cada coluna é formada por camadas ósseas concêntricas – lamelas – dispostas em torno
de um canal central (canal de Harvers) que contém vasos sanguíneos, linfáticos e nervos.
 Os feixes neurovasculares interconectam-se uns com os outros e com o endósteo e
periósteo por meio dos canais de Volkmann, que perfuram as colunas em ângulo recto
(ou obliquamente) com os canais de Havers.
 Cada sistema de Havers começa como um canal amplo, em cuja periferia os osteoblastos
depositam lamelas ósseas. Com a deposição de lamelas sucessivas, o diâmetro do canal
de Havers diminui e os osteoblastos são aprisionados como osteócitos, em espaços
chamados de lacunas, na matriz.
 Os osteocitos não preenchem completamente as lacunas, sendo o estreito espaço
restante ocupado por líquido extracelular ósseo.
 Os osteocitos dispõem-se, portanto, em aneis concêntricos dentro das lamelas.
 Entre as lacunas adjacentes e o canal central há numerosos pequenos canais
interconectantes chamados de canalículos, que contêm finas extensões citoplasmáticas
dos osteocitos.
 Como resultado da reabsorção contínua e da reposição de osso, sistemas de Havers
completos recém-formados dispõem-se entre os sistemas formados antes e parcialmente
reabsorvidos. Os remanescentes das lamelas que não circundam mais os canais de Havers
formam sistemas intersticiais (lamelas intersticiais) entre os sistemas de Havers intactos.

Osso esponjoso  formado por partes com muitas cavidades intercomunicantes


 É formado por um conjunto de trabéculas ósseas separadas por um labirinto de espaços
que contêm medula óssea vermelha.
 As trabéculas deste tipo de osso são delgadas e formadas por lamelas dispostas
paralelamente entre si e à superfície da trabécula.
 O número, a espessura e a orientação dessas trabéculas ósseas dependem das forças às
quais o osso particular está exposto.
 As trabéculas são revestidas pelo endósteo, que contém células osteoprogenitoras,
osteoblastos e osteoclastos.
 O osso esponjoso usualmente não contém sistemas de Havers, e os osteocitos trocam
metabolitos por meio dos canalículos com os sinusoides sanguíneos na medula

3. De acordo com a forma

 Ossos longos
Epífises (extremidades)  são formadas por osso esponjoso com uma delgada camada
superficial compacta.
Diáfise (parte cilíndrica)  é quase totalmente compacta, com pequena quantidade de osso
esponjoso na sua parte profunda, delimitando o canal medular.

Nos ossos longos, o osso compacto é também chamado de osso cortical.


As cavidades do osso esponjoso e o canal medular da diáfise dos ossos longos são ocupados
pela medula óssea.

 Ossos curtos
Têm o centro esponjoso, sendo cobertos em toda a periferia por uma camada compacta.

33
 Ossos chatos (constituem a abobada craniana)
Existem 2 camadas de osso compacto, as tábuas interna e externa, separadas por osso
esponjoso que, recebe o nome de díploe.

HISTOGÉNESE

O primeiro tecido ósseo formado é o do tipo primário. Este é pouco a pouco substituído por
tecido secundário. Assim, durante o crescimento dos ossos podem observar-se, lado a lado,
áreas de tecido primário, áreas de reabsorção e áreas de tecido secundário.

Ossificação Intramembranosa

Ocorre no interior de membranas de tecido conjuntivo.


 É o processo de formação dos ossos frontal, parietal, occipital, temporal e maxilares.
 Contribui para o crescimento dos ossos curtos e para o aumento em espessura dos
ossos longos.
Centro de ossificação primária  local da membrana conjuntiva onde a ossificação começa.

1. Diferenciação de células mesenquimatosas que se transformam em grupos de


osteoblastos.
2. Os osteoblastos sintetizam o osteóide (matriz não mineralizada) que se mineraliza
englobando alguns desses osteoblastos que se transformam em osteócitos.
3. Como vários desses grupos surgem quase simultaneamente no centro de ossificação, á
confluência das traves ósseas formadas, dando ao osso um aspecto esponjoso.
4. Entre as traves formam-se cavidades que são penetradas por vasos sanguíneos e
células mesenquimatosas indiferenciadas, que irão dar origem à medula óssea.
5. Os vários centros de ossificação crescem radialmente e substituem a membrana
conjuntiva preexistente.
6. A parte da membrana que não sofre ossificação passa a constituir o periósteo e o
endósteo.

Ossificação Endocondral

Inicia-se sobre uma peça de cartilagem hialina, que gradualmente é destruída e substituída por
tecido ósseo formado a partir de células do conjuntivo adjacente.
 É o processo de formação dos ossos curtos e longos.

1. A cartilagem hialina sofre modificações, havendo hipertrofia dos condrócitos, redução


da matriz cartilaginosa a finos tabiques e sua mineralização e morte dos condrócitos
por apoptose.
2. As cavidades previamente ocupadas pelos condrócitos são invadidas por capilares
sanguíneos e células osteogénicas vindas do tecido conjuntivo adjacente. Essas células
diferenciam-se em osteoblastos que depositarão matriz óssea sobre os tabiques de
cartilagem calcificada.
Nos cortes histológicos distingue-se a cartilagem calcificada por ser basófila, enquanto o
tecido ósseo depositado sobre ela é acidófilo.

34
Desde o inicio da formação do centro primário surgem osteoclastos e ocorre absorção do
tecido ósseo formado no centro da cartilagem, aparecendo assim, o canal medular.
À medida que se forma o canal medular, células hematógenas multipotentes trazidas pelo
sangue dão origem à medula óssea. Estas células vão depois produzir todos os tipos de
células do sangue.

Mais tarde formam-se os centros secundários de ossificação, um em cada epífise. São


semelhantes ao centro primário da diáfise mas o seu crescimento é radial em vez de
longitudinal. A porção central do osso formado nos centros secundários também contém
medula óssea.

Quando o tecido ósseo formado nos centros secundários ocupa as epifíses, o tecido
cartilaginoso fica reduzido a 2 locais:
 Cartilagem articular (que persistirá por toda a vida e não contribui para a formação de
tecido ósseo)
 Cartilagem de conjugação (ou disco epifisário) fica entre o tecido ósseo das epifíses e
o da diáfise e será responsável pelo crescimento longitudinal do osso

Na cartilagem de conjugação distinguem-se 5 zonas:


 Zona de repouso  onde existe cartilagem hialina sem qualquer interacção
morfológica
 Zona de cartilagem seriada (ou de proliferação)  onde os condrócitos se dividem
rapidamente e formam colunas paralelas de células achatadas e empilhadas no
sentido longitudinal do osso
 Zona de cartilagem hipertrófica  apresenta condrócitos muito volumosos, com
depósitos citoplasmáticos de glicogénio e lípidos. A matriz fica reduzida a tabiques
delgados entre as células hipertróficas. Os condrócitos entram em apoptose
 Zona de cartilagem calcificada  onde ocorre a mineralização dos delgados
tabiques de matriz cartilaginosa e termina a apoptose dos condrócitos
 Zona de ossificação  onde aparece tecido ósseo. Capilares sanguíneos e células
osteoprogenitoras originadas do periósteo invadem as cavidades deixadas pelos
condrócitos mortos. Estas células diferenciam-se em osteoblastos, que vão
depositar a matriz óssea

CRESCIMENTO E REMODELAÇÃO DOS OSSOS

Crescimento dos ossos  consiste na formação de tecido ósseo novo, associada à reabsorção
parcial de tecido já formado.

 Ossos chatos
Crescem por formação do tecido ósseo pelo periósteo situado entre as suturas e na face
externa do osso, enquanto ocorre reabsorção na face interna.

 Ossos longos
As epifíses aumentam de tamanho devido ao crescimento radial da cartilagem, acompanhado
por ossificação endocondral.
A diáfise cresce em extensão pela actividade dos discos epifisários e, em espessura, pela
formação de tecido ósseo na superfície interna. Esta reabsorção interna aumenta o diâmetro
do canal medular.

35
ARTICULAÇÕES

Articulação: estrutura formada por tecido conjuntivo que une dois ossos e possibilita a
realização de movimentos de um em relação ao outro.

Podem ser:

Diartroses  Permitem grandes movimentos; encontram-se na união dos ossos


longos.
Existe uma cápsula que liga as extremidades ósseas, delimitando uma
cavidade fechada – cavidade articular – que contém o líquido sinovial.
Este líquido é uma via transportadora de substâncias entre a cartilagem
articular (avascular) e o sangue dos capilares da membrana sinovial.
As cápsulas das diartroses têm estruturas diferentes, conforme a
articulação considerada, sendo constituídas por 2 camadas:
 camada fibrosa(externa) - constituída por tecido conjuntivo denso.
 camada sinovial (interna) - constituída por 2 tipos de células:
- Um é parecido com fibroblastos
- Outro tem aspecto e actividade funcional
semelhantes ao macrófago

Sinartroses  Não permitem movimentos ou permitem movimentos muito limitados


e podem ser:

Sinostoses Sincondroses Sindesmoses


Os ossos são unidos Os ossos são Os ossos são unidos
por tecido ósseo; são unidos por por tecido
totalmente cartilagem hialina; conjuntivo denso;
desprovidas de têm movimentos têm movimentos
movimentos. limitados. limitados.

Cartilagem articular:
 Não é recoberta por pericôndrio.
 Apresenta fibras de colagénio de tipo II, com uma disposição vertical junto ao osso.
 Perto da superfície, alteram a sua direcção, entrecruzando-se, tornando-se quase
paralelas à mesma.
 Os condrocitos mais profundos são aproximadamente globulares, dispondo-se em filas
perpendiculares. As mais superficiais são mais achatadas e distribuem-se
aleatoriamente.

36
9. TECIDO NERVOSO
 Distribuído pelo organismo.
 Forma uma rede elaborada de comunicações.
 Função integradora do sistema nervoso nos metazoários.
 Capacidade de receber, transmitir, analisar e armazenar informações (meios externo e
interno).

Sistema Nervoso Central (SNC) Sistema Nervoso periférico (SNP)


Encéfalo Nervos
Constituintes neurais do sistema Gânglios nervosos
fotorreceptor Receptores periféricos
Medula espinhal

ORGANIZAÇÃO GERAL DO SISTEMA NERVOSO (Função)

Sistema nervoso somático


Percepção somatosensorial e controlo voluntário da musculatura esquelética

Sistema nervoso visceral


Regulação de funções viscerais involuntárias

Os nervos são constituídos principalmente por prolongamentos dos neurónios (células


nervosas) situadas no SNC ou nos gânglios nervosos.

O tecido nervoso apresenta os seguintes componentes:


 Neurónios, células geralmente com longos prolongamentos;
 Células neuróglicas (neuróglia, nevróglia, glia), que sustentam os neurónios e
participam noutras funções importantes.
 Neurópilo

No SNC há uma segregação entre os corpos celulares dos neurónios e os seus


prolongamentos. Isto faz com que sejam reconhecidos no encéfalo e na medula
espinhal duas porções distintas, a substância branca e a substância cinzenta.

37
Substância cinzenta  de coloração cinzenta quando observada macroscopicamente.
É formada principalmente por corpos celulares dos neurónios e células da glia,
contendo também prolongamentos de neurónios.

Substância Branca  Não contém corpos celulares de neurónios, sendo constituída


por prolongamentos de neurónios e por células de glia. Possui uma grande quantidade
de material esbranquiçado denominado mielina, que envolve certos prolongamentos
dos neurónios (axónios).

NEURÓNIO
São células nervosas abundantes, que se concentram em determinadas zonas do
organismo. Têm formas e dimensões muito variadas mas todos possuem
prolongamentos citoplasmáticos. Não têm capacidade regenerativa.

Propriedades fisiológicas
 Excitabilidade (são excitáveis, ou seja, respondem a alterações do meio – estímulos –
com modificações da diferença de potencial eléctrico que existe entre as superfícies
externa e interna da membrana celular);

 Condutibilidade (conduzem sinais eléctricos através do impulso nervoso que


transmite a informação a outros neurónios, músculos ou glândulas).

Circuitos Electrónicos
NEURÓNIOS Circuitos
Simples
Circuitos Neuronais
Complexos (combinação
de dois ou mais circuitos

Os neurónios possuem morfologia complexa, porém quase todos apresentam


três componentes:
 Corpo celular (pericário ou soma) – é o centro trófico da célula e também é
capaz de receber estímulos;
 Dendrites (pólo receptor) – prolongamentos numerosos, especializados na
função de receber estímulos do meio ambiente, de células epiteliais sensoriais
ou de outros neurónios.
 Axónio - prolongamento único, especializado na condução de impulsos que
transmitem informações do neurónio para outras células (nervosas,
musculares, glandulares).
38
Tipos Morfológicos de neurónios

Multipolares
 A forma mais comum
 Dendrites múltiplas
Ex: motoneurónios da medula espinhal

Bipolares
 Uma dendrite que se estende na direcção oposta à do axónio.
Ex: retina

Pseudo-unipolares
 Fusão da porção justa-celular dos dois prolongamentos
 Um ramo para a periferia e outro para o SNC
 Aqui o estímulo captado pelas dendrites passa directamente para o terminal axónico,
sem passar pelo corpo celular.
Ex: neurónios sensitivos dos gânglios raquidianos

De acordo com a função:


 Neurónios sensoriais (aferentes) – recolhem informação do meio (exterior ou interior)
e conduzem-na ao SNC.
 Neurónios de associação ou interneurónios – são os mais abundantes e estabelecem
conexões entre os neurónios no SNC, formando circuitos complexos.
 Neurónios motores (eferentes) – transmitem a informação do SNC para os órgãos
efectores (músculos e glândulas).

No SNC os corpos celulares dos neurónios localizam-se apenas na substância cinzenta.


A substância branca não apresenta pericários, mas apenas prolongamentos destes.
No SNP os pericários são encontrados em gânglios e em alguns órgãos sensoriais como
a mucosa olfactória.

CORPO CELULAR

 Contém o núcleo (claro, nucléolo proeminente  alta actividade sintéctica) e o


citoplasma perinuclear. Próximo ao nucléolo ou à membrana nuclear, observa-se, no
sexo feminino, cromatina sexual, sob a forma de um grânulo esférico;
 Forma e dimensões muito diferentes e variadas.

39
 É principalmente um centro trófico, mas também tem função receptora e integradora
de estímulos, recebendo estímulos excitatórios ou inibitórios gerados noutras células
nervosas.

Ultrastrutura
 Rico em RER, que forma agregados de cisternas paralelas, entre as quais ocorrem
numerosos polirribossomas livres. Esses conjuntos de cisternas e ribossomas
constituem os corpos de Nissl (apresentam-se ao microscópio como manchas basófilas
espalhadas pelo citoplasma. Os corpos de Nissl têm como função a síntese de proteínas
com diversos destinos;
A quantidade de RER é variável, sendo mais abundante nos neurónios maiores,
particularmente nos neurónios motores.
 Complexo de Golgi constitui grupos de cisternas localizadas em torno do núcleo.
 Mitocôndrias em quantidade moderada no pericário, mas presentes em grande
quantidade no terminal axónico.
 Citosqueleto
Neurofilamentos (Filamentos intermédios, 10 nm Ø), abundantes tanto no
pericário como nos prolongamentos;
Microtúbulos (Estruturas tubulares, 20-28 nm Ø)
Microfilamentos (Actina, 3-5 nm Ø)

Funções:
 Estabilidade mecânica
 Tráfego intracitoplasmático de vesículas e organelos (microtúbulos)

 Lisossomas (lipofuscina – pigmento de cor parda, contendo lipidos, que se acumula


com o decorrer da idade e consiste em consiste em resíduos de material parcialmente
digeridos pelos lisossomas).

Nota: a doença de Alzheimer é causada por um desarranjo do citoesqueleto celular.

DENDRITES
 Pólo receptor;
 Prolongamentos numerosos que aumentam a superfície celular (tornando possível
receber e integrar impulsos trazidos por numerosos terminais axónicos de outros
neurónios) e recebem os estímulos;
 Ao contrário dos axónios (fibras nervosas) tornam-se mais finos à medida que se
ramificam, como os galhos de uma árvore;
 A composição do citoplasma é semelhante à do corpo celular, porém as dendrites não
apresentam complexo de Golgi;

40
A grande maioria dos impulsos que chegam a um neurónio é recebida por projecções
das dendrites, as espinhas ou gêmulas. São geralmente formadas por uma parte longa presa a
dendrite e termina numa pequena dilatação. Estas gêmulas existem em grande quantidade e
desempenham importantes funções, uma vez que são o primeiro local de processamento de
sinais (impulsos nervosos) que chegam ao neurónio.
Também participam na plasticidade dos neurónios, relacionada com a adaptação,
memória e aprendizagem. São estruturas dinâmicas, com plasticidade morfológica baseada na
proteína actina, um componente do citoesqueleto, que está relacionado com a formação de
sinapses e com a sua adaptação funcional.

AXÓNIO
 Pólo eferente
 Prolongamento único que conduz o impulso contendo informações;
 Calibre constante;
 É em geral mais longo e mais fino que as dendrites da mesma célula;
 Nasce de uma estrutura piramidal do corpo celular – cone de
implantação;
 Possui um revestimento de mielina que se rompe de espaços a
espaços;
 Não se ramifica tanto como as dendrites mas pode dar origem a
ramificações em ângulo recto – colaterais (que são mais frequentes no
SNC).
 A porção terminal do axónio é, no entanto, muito ramificada –
telodendra (pedaço de ramificações amielinicas) – e cada ramificação
termina numa dilatação fusiforme – botão ou bulbo terminal.

O citoplasma do axónio apresenta-se muito pobre em organelos. Possui poucas


mitocôndrias, algumas cisternas de REL e muitos microfilamentos e microtúbulos: A ausência
de RER e de polirribossomas demonstra que o axónio é mantido pela actividade sintética do
pericário.

FLUXO AXONAL

Existe um movimento muito activo de moléculas e organelos ao longo dos


axónios. Este movimento requer energia (degradação de ATP por proteínas motoras) e
é independente da actividade eléctrica do axónio.

Fluxo Anterógrado - Pericárdio (centro de produção de proteínas)  Terminal Axonal

41
Este fluxo possui diversas velocidades, mas há duas correntes principais:
 Rápida – 50 a 400 mm por dia; organelos precursores das vesículas sinápticas;
 Lenta – 1 a 5 mm por dia; Elementos do citoesqueleto, enzimas.

Promovido pela proteína motora cinesina.


Fluxo Retrógrado - Terminal Axonal  Pericárdio

Transporte de substâncias em sentido contrário.

É utilizado em neurofisiologia para estudar o trajecto das fibras nervosas;

SINAPSES

Sinapses – Contactos funcionais entre neurónios

Locais de contacto entre neurónios, responsáveis pela transmissão


unidireccional dos impulsos nervosos. Têm como função transformar sinais eléctricos
do neurónio pré-sináptico em sinais químicos que actuarão sobre a célula pós-
sináptica. Estes sinais são transmitidos por meio da libertação de neurotransmissores
(substâncias químicas que se combinam com proteínas receptoras, abrindo ou
fechando canais iónicos na célula pós-sináptica).
Os neuromoduladores são mensageiros químicos que não agem directamente
sobre as sinapses, porém modificam a sensibilidade neuronal aos estímulos sinápticos
excitatórios ou inibitórios.

A sinapse é constituída por um terminal axónico (terminal pré-sináptico) que traz o


sinal, uma região na superfície da outra célula (terminal pós-sináptico, que contém
vesículas sinápticas com neurotransmissores e muitas mitocôndrias) onde se gera o
novo sinal, e um espaço entre os dois terminais (fenda pós-sináptica).

De acordo com as partes do neurónio envolvidas:


Axo-somática – sinapse entre um axónio e um corpo celular.
Axo-dendrítica – sinapse entre um axónio e uma dendrite.
Axo-axónica – sinapse entre dois axónios.

O terminal pré-sináptico contém vesículas sinápticas com neurotransmissores e


contém também muitas mitocôndrias.

Sinapse química
A transmissão do impulso nervoso dá-se por libertação de neurotransmissores.
A despolarização que se propaga ao longo da membrana celular abre canais de cálcio
na região pré-sináptica, promovendo o influxo de cálcio que provoca a fusão das
vesículas sinápticas com a membrana pré-sináptica e a exocitose dos
42
neurotransmissores. Os neurotransmissores libertados (acetilcolina) reagem com os
receptores da membrana pós-sináptica provocando a sua despolarização por abertura
de canais de sódio e entrada deste ião (que se encontrava no meio extracelular) na
célula.
O excesso de membrana que se forma no terminal pré-sináptico é captado por
endocitose para ser reutilizado na formação de novas vesículas sinápticas. Os
neurotransmissores são sintetizados no compartimento pré-sináptico por enzimas
trazidas pelo fluxo axonal e introduzidos nas vesículas.

Sinapse eléctrica
As células nervosas unem-se por junções comunicantes que possibilitam a passagem
de iões. A onda de despolarização propaga-se livremente como no axónio e este é, por isso,
um processo mais rápido que a sinapse química. Comuns nos invertebrados.

Mecanismos de inactivação dos neurotransmissores

A acetilcolina não pode ficar ligada aos receptores da membrana pós-sináptica


indefinidamente e, por isso, existem processos para a retirar.

Degradação enzimática – degradação dos seus constituintes que são, no entanto,


aproveitados, através da acção de certas enzimas.

Recaptação – o neurotransmissor é recapturado pelo terminal axonal que o libertou,


através de proteínas transportadoras (ex: noradrenalina). A acetilcolina pode, no
entanto, ser degradada mais tarde, já dentro do axónio.

Células da glia – os astrócitos removem os neurotransmissores da fenda sináptica.

CÉLULAS DA NEURÓGLIA

Nas lâminas coradas pela HE as células da glia não se destacam bem,


aparecendo apenas os seus núcleos (espalhados entre os núcleo de maiores
dimensões dos neurónios). Para o estudo destas células são necessárias técnicas de
impregnação pela prata (ou ouro).

Existem várias células da glia mas nenhuma gera nem propaga impulsos
nervosos. Por outro lado, elas têm capacidade para divisão mitótica e são a sede mais
comum de
tumores do SNC.

43
Oligodendrócitos – Têm o corpo pequeno e poucos e curtos prolongamentos. Estes
prolongamentos enrolam-se aos axónios dos neurónios, produzindo a bainha de
mielina que serve de isolante eléctrico aos neurónios do SNC. Existem oligodendrócitos
satélite que ocorrem na substância cinzenta perto dos corpos celulares dos neurónios
e oligodendrócitos interfasciculares que ocorrem na substância branca em fileiras
entre os axónios.

Células de Schwann – têm a mesma função que os oligodendrócitos mas localizam-se


em volta dos axónios do SNP. Ao contrário dos oligodendrócitos que envolvem
diversos axónios, estas células formam mielina em torno de um único axónio, cada
uma.

Astrócitos – são as células da glia mais numerosas e têm forma estrelada com
múltiplos prolongamentos irradiando do corpo celular. Apresentam feixes de
filamentos intermediários constituídos pela proteína fibrilar ácida da glia, que
reforçam a estrutura celular. Esta proteína serve como marcador específico dos
astrócitos pors coram de vermelho intenso.

Funções: Ligam os neurónios aos capilares sanguíneos e à pia-máter (fina


camada de TC que reveste o SNC). Quando se injecta um corante na circulação
sanguínea, todos os órgãos ficam dessa cor com excepção do SNA. Isto acontece
porque existe uma barreira – barreira hemato-encefálica – que não deixa os capilares
sanguíneos entrar em contacto directo com os neurónios, impedindo assim a
passagem de certas substâncias do sangue para o tecido nervoso. A indução e
manutenção dessa barreira são feitas pelos astrócitos.

 Participam na homeostasia metabólica: metabolismo de neurotransmissores,


metabolismo energético e equilíbrio iónico.
 Participam na regulação de actividades dos neurónios.
 Sintetizam factores neurotróficos (estimuladores de neurónios)
 Durante o desenvolvimento embrionário, os prolongamentos dos astrócitos servem
como guia dos neurónios na sua migração, para que fiquem nos locais apropriados.
 Reparação do tecido nervoso (astrogliose).

Os astrócitos comunicam uns com os outros através de junções comunicantes


formando uma rede por onde transitam informações de um local para outro, atingindo
grandes distâncias dentro do SNC.

44
Microglia – são células pouco numerosas do sistema fagocítico mononuclear
(correspondem aos macrófagos do TC). São pequenas e alongadas, com
prolongamentos curtos e irregulares e os seus núcleos são escuros e alongados (ao
contrário das outras células da glia em que os núcleos são esféricos).

Funções:
 Participam na inflamação e reparação do SNC.
 Têm capacidade fagocitária e apresentadora de antigénios
 Removem os restos celulares das lesões do SNC.
Células ependimárias – células epiteliais colunares (formam uma espécie de epitélio
simples) que revestem internamente as cavidades encéfalo-medulares. Em alguns
locais elas são ciliadas, o que facilita a movimentação do líquido cefalorraquidiano.

Plexos coróides – são pregas muito vascularizadas da pia-máter que fazem as


saliências da parede dos ventrículos cerebrais. São revestidos por uma camada de
células ependimárias modificadas e produzem o líquido céfalorraquidiano.

SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO

É constituído por nervos, gâncglios e terminações nervosas. Os nervos são


feixes de fibras nervosas envolvidas por TC (que, por sua vez, são constituídas por um
axónio e pelas suas bainhas). Axónios de pequeno diâmetro são envolvidos por uma
única dobra da célula envoltória (que no caso do SNP é a célula de Schwann)
constituindo as fibras nervosas amielínicas. Nos axónios mais calibrosos a célula
envoltória forma uma dobra enrolada em espiral em torno do axónio, formando as
fibras nervosas mielínicas.

Fibras Mielínicas – o conjunto das membranas concêntricas enroladas ao axónio toma


o nome de mielina, um complexo lipoproteíco branco que é parcialmente removido
pelas técnicas histológicas. A bainha de mielina interrompe-se em intervalos regulares,
formando os nódulos de Ranvier, que são recobertos por expansões laterais das
células de Schwann. O intervalo entre dois nódulos é o internódulo que é recoberto
por uma única célula de Schwann.

Fibras Amielínicas – tanto no SNC como no SNP nem todos os axónios são recobertos
por mielina. Estas fibras são também envolvidas pelas células de Schwann, mas neste
caso não ocorre o enrolamento em espiral. Nesta fibras não existe nódulos de Ranvier
pois a bainha é contínua.

- O revestimento mielínico possibilita um acréscimo considerável da velocidade de


condução (pois os axónios tornam-se mais espessos). Como a mielina é um isolante

45
eléctrico, a despolarização da membrana (por abertura dos canais de sódio) só ocorre
no nódulos de Ranvier.

Nervos periféricos

No SNP as fibras nervosas agrupam-se em feixes,


originando os nervos. O tecido de sustentação dos
nervos é constituído por uma camada fibrosa mais
externa de TC denso – epineuro – que reveste o nervo e
preenche os espaços entre os feixes de fibras nervosas.
Cada um deste feixes é revestido por uma bainha de
várias camadas de células achatadas, justapostas e
unidas por junções oclusivas – perineuro. O perineuro
constitui uma barreira à passagens de várias
macromoléculas, é um importante mecanismo de defesa
contra agentes agressivos e regula a homeostasia no
interior do feixe. Dentro do perineuro encontram-se os
axónios (cada um envolvido pela bainha das células de
Schwann), cada um envolvido pelo endoneuro, camada de TC laxo rico em fibras
reticulares.

Os nervos estabelecem comunicação entre os centros nervosos e os órgãos dos


sentidos e os efectores:

Nervos sensitivos – são formados por fibras aferentes que levam informações
obtidas no interior do corpo e no meio ambiente para os centros nervosos.

Nervos motores – são formados por fibras eferentes que levam impulsos dos
centros nervosos para os órgãos efectores.

De acordo com as suas conexões centrais:

Nervos espinhais ou raquidianos – dispostos aos pares em conexão com os


dois lados da medula espinhal. São nervos mistos pois ligam-se À medula espinhal por
intermédio de uma raíz dorsal (fibras sensitivas) e de uma raíz ventral (fibras motoras).

Nervos cranianos – são 12 pares sem raizes dorsais e ventrais aparentes.


Podem ser sensitivos, motores ou mistos.

46
GÂNGLIOS

Acumulações de corpos celulares de neurónios situados fora do SNC. Conforme


a direcção do impulso nervoso:

Gânglios sensoriais (aferentes) – recebem fibras aferentes que levam impulsos


para o SNC. Alguns estão ligados às raizes dorsais dos nervos espinhais (gânglios
espinhais) e outros outros a nervos cranianos (gânglios cranianos). Possuem uma
cápsula de TC denso contínua com o epineuro do nervo periférico associado, os corpos
celulares prodominam na sua periferia e estão envolvidos por uma camada única de
células satélites achatadas. Os neurónios acumulados nestes gânglios são pseudo-
unipolares.

Gânglios motores (eferentes ou do SNA) – estão ligados aos nervos simpáticos


e parasimpáticos do SNA. Não possuem cápsula conjuntiva, os neurónios são
multipolares e a camada de células satélite é incompleta.

O Sistema Nervoso divide-se ainda em:

SN somático – relaccionado com a percepção somatosensorial e com o


controlo voluntário da musculatura esquelética.

SN autónomo

SISTEMA NERVOSO AUTÓNOMO

Relacionado com o controle da musculatura lisa, com a modulação do ritmo


cardíaco e com a secreção de algumas glândulas. A sua função é então ajustar certas
actividades do organismo a fim de manter a constância do meio interno (homeostasia).

As funções do SNA sofrem constantemente a influência da actividade


consciente do SNC.

O SNA é formado por duas partes, distintas pela sua anatomia e função: o
sistema simpático, que tem acção estimuladora e o sistema parasimpático, que tem
acção inibidora.

Degenerescência e regeneração nervosa

Como os neurónios geralmente não se dividem, a destruição de um neurónio


representa uma perda permanente. No entanto, os seus prolongamentos podem
regenerar-se dentro de certos limites, devido à actividade sintética dos seus corpos
celulares. Assim, os nervos podem regenerar-se, embora com dificuldade.

47
Num nervo lesado deve distinguir-se a parte da fibra que se separa do seu
neurónio (parte distal) e a parte que continua unida a ele (parte proximal). A parte
proximal, por manter contacto com o corpo celular, é frequentemente regenerada
enquanto que a parte distal não. A degenerescência da parte distal tem o nome de
degenerescência anterógrada e a da parte proximal, degenerescência retrógrada.

O SNP tem então capacidade de regenerar os seus axónios com a intervenção


das células de Schwann que formam um tubo que transporta o axónio para o alvo para
que seja reconstruído. No SNC, a capacidade regenerativa é mínima.

Plasticidade neuronal

O sistema nervoso exibe algum grau de palsticidade, ou seja, após uma lesão do
SNC os circuitos neuronais reorganizam-se graças ao crescimento dos prolongamentos
dos neurónios, que formam novas sinapses para substituir as que se perderam pela
lesão. Estabelecem-se, assim, novas comunicações que, dentro de certos limites,
permitem restabelecer as actividades funcionais dos circuitos perdidos.

A neurogénese é a formação de novos neurónios a partir de células estaminais.

 o método de Golgi é uma coloração capaz de corar os prolongamentos dos


neurónios. O bicromato de potássio e o nitrato de prata coram os prolongamentos de
negro sobre um fundo amarelo.

48
10. TECIDO MUSCULAR
Tecido Muscular  constituído por células alongadas, que contêm grande quantidade de
filamentos citoplasmáticos de proteínas contrácteis, geradoras das forças necessárias para a
contracção desse tecido, utilizando a energia contida nas moléculas de ATP.

Células Musculares – têm origem mesodérmica, e a sua diferenciação ocorre pela síntese de
proteínas filamentosas.

De acordo com as suas características morfológicas e funcionais, distinguem-se três tipos de


tecido muscular:
 Músculo estriado esquelético – formado por feixes de células cilíndricas muito longas
e multinucleadas, que apresentam estriações transversais. Essas células têm
contracção rápida e vigorosa e estão sujeitas ao controle voluntário.
 Músculo estriado cardíaco – células também apresentam estrias transversais, é
formado por células alongadas e ramificadas, que se unem por intermédio de discos
intercalares, estruturas encontradas exclusivamente no músculo cardíaco. A
contracção das células musculares cardíacas é involuntária, vigorosa e rítmica.
 Músculo liso – formado por aglomerados de células fusiformes que não possuem
estrias transversais. O processo de contracção é lento e involuntário.

Certos componentes das células musculares receberam nomes especiais.


- membrana celular = sarcolema;
- citoplasma = sarcoplasma;
- retículo endoplasmático liso = retículo sarcoplasmático.

Músculo Esquelético
Tecido muscular esquelético  formado por feixes de células muito longas (até 30 cm),
cilíndricas, multinucleadas e contendo muitos filamentos, as miofibrilas. O diâmetro das fibras
musculares estriadas esqueléticas varia de 10 a 100 µm. Estas fibras originam-se no embrião
pela fusão de células alongadas, os mioblastos.
Nas fibras musculares esqueléticas os numerosos núcleos localizam-se na periferia das fibras,
nas proximidades do sarcolema.
Esta localização nuclear ajuda a distinguir o músculo esquelético do músculo cardíaco, ambos
com estriações transversais, pois no músculo cardíaco os núcleos são centrais.

49
Organização do Músculo Esquelético
As fibras musculares estão organizadas em grupos de feixes,
sendo o conjunto de feixes envolvido por uma camada de
tecido conjuntivo rica em colagénio chamado epimísio, que
recobre o músculo inteiro.
Do epimísio partem finos septos de tecido conjuntivo laxo
que se dirigem para o interior do músculo, separando os
feixes. Esses septos constituem o perimísio.
Cada fibra muscular, individualmente, é envolvida pelo
endomísio, que é formado pela lâmina basal da fibra
muscular, associada a fibras reticulares. O endomísio
apresenta escassa população celular constituída por algumas
células do conjuntivo, principalmente fibroblastos.

 O tecido conjuntivo mantém as fibras musculares unidas, permitindo que a força de


contracção gerada por cada fibra individualmente actue sobre o músculo inteiro.
 É por intermédio do tecido conjuntivo que a força de contracção do músculo se
transmite a outras estruturas, como tendões e ossos.
 Os vasos sanguíneos penetram no músculo através dos septos de tecido conjuntivo e
formam uma extensa rede de capilares que correm entre fibras musculares.

Organização das Fibras Musculares Esqueléticas

Fibras musculares esqueléticas


 São cilíndricas (com um diâmetro que varia de 10 a 100 µm)
 Extremamente alongadas
 Multinucleadas (núcleos achatados, alongados longitudinalmente e localizados em
intervalos bastante regulares abaixo do sarcolema – na periferia das fibras)
 Não-ramificadas
 Apresentam estriações transversais
 Unidas por tecido conjuntivo: epimísio
 Dispostas em paralelo
 Envolvidas por células satélite
 O retículo sarcoplasmático tem elevadas concentrações de Ca2+
 As mitocôndrias e numerosos grânulos de glicogénio proporcionam uma rica fonte de
energia no escasso citoplasma entre as miofibrilas.
 Cerca de 80% do sarcoplasma é preenchido por miofibrilas orientadas paralelamente ao
eixo longo da célula.

Quando observadas ao microscópio óptico as fibras musculares esqueléticas mostram


estriações transversais, pela alternância de faixas claras e de faixas escuras.

Faixa mais escura: banda A (anisotrópica à luz)


 Filamentos finos de actina
 Filamentos grossos de miosina
 a banda A é dividida ao meio pela zona H (mais clara) constituída por creatina cinase
(cataliza a obtenção de ATP a partir de fosfocreatina e ADP)
 A zona H é ainda dividida por uma faixa mais densa M.
 A faixa M representa o local onde se ligam os filamentos de miosina, o que permite
mantê-los todos à mesma altura.

50
Faixa clara: banda I (isotrópica à luz)
 Filamentos finos de actina
 No centro de cada banda I nota-se uma linha transversal escura – a linha Z, onde estão
presos os filamentos de actina.
 A linha Z contém actinina- e divide cada miofibrila em numerosas unidades contrácteis
- sarcômeros - unidade estrutural e funcional responsável pela contracção da miofibrila.
Cada sarcômero, é formado pela parte da miofibrila que fica entre duas linhas Z
sucessivas e contém a banda A separando duas semibandas I

 A banda A apresenta uma zona mais clara no seu centro, a banda H. A disposição dos
sarcômeros coincide nas várias miofibrilas da fibra muscular, e as bandas formam um
sistema de estriações transversais, paralelas, que é característico das fibras musculares
estriadas.

Miofibrilas – feixes cilíndricos com 1-2 µm de diâmetro, são paralelas ao eixo maior da fibra
muscular e consistem no arranjo repetitivo de sarcômeros. Ao microscópio óptico é visível a
presença de filamentos finos de actina e de filamentos grossos de miosina, dispostos
longitudinalmente e organizados numa distribuição simétrica e paralela.

 O conjunto de miofibrilas está preso à membrana plasmática da célula muscular por meio
de diversas proteínas que têm afinidade pelos miofilamentos e por proteínas da
membrana plasmática. Uma dessas proteínas, chamada distrofina, liga os filamentos de
actina a proteínas do sarcolema.
 Da linha Z, partem os filamentos finos (actina) que vão até á borda externa da banda H. Os
filamentos grossos (miosina) ocupam a região central do sarcômero. Como resultado
dessa disposição, a banda I é formada somente por filamentos finos, a banda A é formada
por filamentos finos e grossos, e a banda H, somente por filamentos grossos.
 Um corte transversal na região lateral da banda A, mostra uma disposição simétrica tal
que cada filamento grosso fica rodeado por seis filamentos finos, formando um hexágono.

As miofibrilas do músculo estriado contêm 4 proteínas principais: miosina, actina,


tropomiosina e troponina. Os filamentos grossos são formados por miosina e outras três
proteínas são encontradas nos filamentos finos. A miosina e a actina, juntas representam 55%
do total das proteínas do músculo estriado.

Actina - apresenta-se sob a forma de polímeros longos (actina F) formados por 2 cadeias de
monómeros globulares (actina G) torcidas uma sobre a outra, em hélice dupla. As moléculas
51
de actina G são assimétricas. Quando os monómeros se polimerizam para formar actina F, a
frente de um monómero combina-se com a parte posterior do outro, produzindo um
filamento que, como cada monómero de actina G, também é polarizado.
Cada monómero globular de actina G possui uma região que interage com a miosina. Os
filamentos de actina ancorados perpendicularmente e, cada lado da linda Z exibem
polaridades opostas, em cada lado dessa linha.

Tropomiosina – molécula longa e fina (40nm de comprimento) constituída por 2 cadeias


polipeptídicas uma enrolada na outra. As moléculas de tropomiosina unem-se umas às outras
pelas extremidades, para formar filamentos de actina F.

Troponina – complexo de 3 subunidades: TnT, que se liga fortemente à tropomiosina; TnC, que
tem grande afinidade pelos iões cálcio; e TnI, que cobre o sitio activo da actina, onde ocorre a
interacção da actina com a miosina. Cada molécula de tropomiosina tem um local específico
onde se prende um complexo de troponina.

Miosina – molécula grande, em forma de bastão, formada por 2 péptidos enrolados em hélice
(20nm de comprimento). Numa das suas extremidades apresenta uma saliência globular ou
cabeça que possui locais específicos para combinação com ATP e é dotada de actividade
ATPásica.

 É nesta parte da molécula que tem lugar a hidrólise do ATP para libertar a energia usada
na contracção. Nesta parte também se encontra o local de combinação com a actina.
 Quando submetida a proteólise, a molécula de miosina pode ser dividida em dois
fragmentos: meromiosina leve e meromiosina pesada.
 A parte central do sarcómero, que corresponde à banda H, representa uma região de
sobreposição da miosina constituída exclusivamente da parte em bastão das moléculas. No
centro da banda H, encontra-se a linha M, que corresponde a ligações laterais entre
filamentos grossos adjacentes.
 A proteína principal da linha M é cretina cinase. Esta enzima catalisa a transferência de
um grupo fosfato da fosfocreatinina para ADP, fornecendo ATP para as contracções
musculares.

Fibras Musculares Esqueléticas (Corte transversal e longitudinal) Ultraestrutura da fibra muscular esquelética

52
Organização da fibra muscular

Tipos Morfo-Funcionais de Fibras Esqueléticas

Fibras Lentas – Vermelhas (tipo I)


- Encontradas nas unidades motoras de contracção lenta e prolongada.
- Dependem sobretudo do mecanismo aeróbio  são fibras musculares aeróbias.
- contêm mitocôndrias abundantes e são ricas em sarcoplasma.
- Possuem grande conteúdo de mioglobina, uma molécula de armazenamento do oxigénio
análoga à hemoglobina, o que explica a cor vermelha dessas fibras.

Fibras Rápidas – Brancas (tipo II)


- Encontradas em unidades motoras de contracção rápida e descontínua.
- Predominam nos músculos responsáveis pela contracção intensa mas esporádica, como o
bicípede e o tricípede do membro superior.
- Usam predominantemente vias anaeróbicas  são fibras musculares anaeróbicas.
- São grandes nos cortes transversais, contêm poucas mitocôndrias e pouca mioglobina.
- Têm também um suprimento sanguíneo relativamente pobre.
- São, no entanto, ricas em glicogénio e em enzimas glicolíticas.

Tipo Intermédio

Retículo Sarcoplasmático e Sistema de Túbulos Transversais

A contracção muscular depende da disponibilidade de iões Ca2+, e o músculo relaxa-se quando


o teor desse ião se reduz no sarcoplasma.

Retículo Sarcoplasmático – armazena e regula o fluxo de iões Ca2+. É uma rede de cisternas do
retículo endoplasmático liso, que envolve grupos de miofilamentos, separando-os em feixes
cilíndricos.
 Quando a membrana do reticulo é despolarizada pelo estimulo nervoso, os canais de Ca2+
abrem-se, e esses iões difundem-se passivamente, indo actuar sobre a troponina,
possibilitando a formação de pontes entre a miosina e actina.
 Quando cessa a despolarização, a membrana do retículo sarcoplasmático, por processo
activo, transporta Ca2+ para dentro das cisternas, o que interrompe a actividade contráctil.

Despolarização da membrana  Resulta na libertação de iões Ca2+  inicia-se na placa


motora, uma junção mioneural situada na superfície da fibra muscular

Sistema de Túbulos T ou Transversais - responsável pela contracção uniforme de cada fibra


muscular esquelética. É constituído por uma rede de invaginações tubulares da membrana
plasmática (sarcolema) da fibra muscular, cujos ramos vão envolver as junções das bandas A e
I de cada sarcómero.

53
Tríade: Complexo formado por um túbulo T e duas cisternas do retículo sarcoplasmático.

Mecanismo de contracção

Sarcômero em repouso – composto por filamentos finos e grossos que se dispõem


parcialmente.

Contracção – os 2 tipos de filamentos conservam os seus comprimentos originais. Durante a


contracção há deslizamento dos filamentos uns sobre os outros, o que aumenta a zona de
sobreposição entre os filamentos e diminui o tamanho do sarcómero.
 A contracção do músculo esquelético é controlada por grandes nervos motores cujas
fibras nervosas individuais se ramificam formando no seu conjunto uma unidade motora.
 Qualquer nervo motor enerva fibras de apenas um tipo, e todas as fibras de uma
unidade motora particular são do mesmo tipo metabólico
 A excitação de qualquer nervo motor resulta na contracção simultânea de todas as fibras
musculares da unidade motora correspondente.
 Quando os axónios mielinizados alcançam o perimísio, perdem a bainha de mielina, mas
permanecem cobertos por prolongamentos da células de Schwann.
 As extremidades do axónio contêm mitocôndrias e vesículas com acetilcolina que é
libertada após transmissão nervosa para a fenda sináptica.
 A terminação do axónio terminal ocupa uma depressão na fibra muscular – fenda
sináptica primária. Nesta região, o sarcolema dobra-se em pregas juncionais (fendas
sinápticas secundárias) onde estão localizados os receptores de acetilcolina.
 A lâmina basal estende-se para a fenda sináptica e contém acetilcolinesterase.
 Após este processo na placa motora, ocorre contracção.

Músculo Cardíaco

Tecido muscular cardíaco  formado por células alongadas e ramificadas (c/ aproximada/ 15
mm de diâmetro) que se agregam através de junções intercelulares complexas.

Comparação com o músculo esquelético


 É um tipo de músculo estriado caracterizado por um arranjo dos filamentos de actina e
miosina que medeiam a contracção.
 O sistema de túbulos T e o retículo sarcoplasmático não são tão bem organizados como no
músculo esquelético.
 A interação entre os túbulos T e o reticulo sarcoplasmático forma díades (em vez de
tríades) contituídas por um túbulo T e uma cisterna do retículo sarcoplasmático.
 O retículo sarcoplasmático não é tão desenvolvido como no músculo esquelético e
distribui-se irregularmente entre os miofilamentos.
 Contém numerosas mitocôndrias, o que reflecte o intenso metabolismo aeróbio desse
tecido. O tecido muscular esquelético, pelo contrário, apresenta um reduzido número de
mitocôndrias.

54
Fibras do músculo cardíaco

Células do músculo cardíaco ou cardiócitos  apresentam estriações transversais, possuem


apenas 1 ou 2 núcleos localizados centralmente (ao contrário das fibras esqueléticas que são
multinucleadas). São circundadas por uma bainha de tecido conjuntivo equivalente ao
endomísio do músculo esquelético, que contém capilares sanguíneos abundantes.

 são cilíndricas longas ramificadas


 à volta do núcleo pode ser encontrada lipofuscina (pigmento castanho), que se acumula
a partir da 2ª década de vida.
 são estruturas elípticas ou lobuladas, em corte transversal.
 têm mitocôndrias proeminentes e em elevada proporção
 sarcoplasma rico em glicogénio

 Entre as extremidades das células musculares cardíacas adjacentes há junções


intercelulares transversais especializadas chamadas discos intercalares:
 fornecem pontos de fixação para as miofibrilas
 coincidem sempre com as linhas Z
 permitem a disseminação extremamente rápida dos estímulos contrácteis de uma célula
para outra (fornecem áreas de baixa resistência eléctrica para a rápida propagação da
excitação por todo o miocárdio)  desse modo, as fibras adjacentes contraem-se
quase que simultaneamente, agindo portanto como um sincício funcional.

Discos intercalares: São constituídos por 3 tipos de junções:


- Desmossomos – unem as células musculares cardíacas, impedindo que elas se separem
durante a actividade contráctil.
- Zônula de adesão - onde se inserem e ficam envolvidos os filamentos de actina nas
extremidades dos sarcómeros terminais.
- Junções comunicantes – responsáveis pela continuidade iónica entre células musculares
vizinhas, i.e., facilitam a condução eléctrica de célula a célula, pois o sinal para a contracção
passa como uma onda de uma célula para outra.

Músculo Liso

Tecido muscular liso  formado pela associação de células longas, mais espessas no centro e
afilando-se nas extremidades,.

Fibras do músculo liso

Células musculares lisas  com núcleo único e central; são revestidas por uma lâmina basal e
mantidas juntas por uma rede muito delicada de fibras reticulares, que amarram as células
musculares lisas umas às outras, de tal maneira que a contracção simultânea de apenas
algumas ou de muitas células se transforme na contracção do músculo inteiro.
 O sarcolema das células apresenta cavéolas (depressões com aspecto e dimensões das
vesículas de pinocitose), que possuem iões Ca2+ que serão utilizados para dar início ao
processo de contracção.
 Apresentam corpos densos que se localizam principalmente na membrana, mas também
existem no citoplasma. Têm um importante papel na contracção.

Contracção do tecido muscular liso

55
 No músculo liso há um arranjo no qual os feixes de proteínas contrácteis cruzam a célula
em todas as direcções, estando inseridas em pontos de fixação – densidades focais –
dentro do citoplasma, bem como ancoradas à membrana celular.
 A tensão gerada pela contração é transmitida pelas densidades de fixação na membrana
celular para a lâmina externa circundante, permitindo assim que uma massa de células
musculares lisas funcione como uma unidade.
 Os filamentos intermédios de desmina e vimentina, abundantes no músculo liso,
também estão inseridos dentro das densidades focais.
 Pelo facto de as proteínas contrácteis estarem dispostas numa treliça cruzada, inserida
em torno da membrana celular, a contracção resulta no encurtamento da célula, que
assume uma forma globular, em contraste com a sua forma alongada no estado de
relaxamento.

Mecanismo de contração do músculo liso

1. os filamentos delgados de actina estão associados a tropomiosina (não têm troponina)


2. os filamentos espessos compostos por miosina só se fixam à actina se uma cadeia for
fosforilada.
3. a despolarização permite a passagem de iões de Ca2+ para o citosol
4. o Ca2+ liga-se à calmodulina, formando o complexo cálcio-calmodulina que activa a
cinase da miosina de cadeia leve
5. a miosina tipo II (com forma pregueada quando está desfosforilada) é fosforilada pela
cinase que induz o seu despregueamento
6. assim, o local de ligação para a actina na miosina fica exposto
7. a actina e a miosina interagem produzindo o deslizamento dos filamentos para que
ocorra contração.

 O músculo liso pode ser estimulado para contracção pela estimulação nervosa, hormonal
ou estiramento.
 Assim contém receptores de superfície que activam sistemas de segundos mensageiros
internos, para que aumente o Ca2+ intracelular.

Regeneração do tecido muscular

Músculo cardíaco  O músculo cardíaco não regenera. Nas lesões do coração, as partes
destruídas são invadidas por fibroblastos que produzem fibras de colagénio , formando uma
cicatriz de tecido conjuntivo denso.

Músculo esquelético  embora os núcleos das fibras musculares esqueléticas não se dividam,
o músculo tem capacidade de regeneração. As células satélites são responsáveis por essa
regeneração. São células mononucleadas, fusiformes, dispostas paralelamente às fibras
musculares dentro da lâmina basal que envolve as fibras. Após uma lesão ou outro estímulo,
as células satélites tornam-se activas e proliferam por mitose e fundem-se umas às outras para
formar novas fibras musculares esqueléticas.

Músculo liso  é capaz de regenerar de forma mais eficiente. Quando ocorre uma lesão, as
células musculares lisas que permanecem viáveis entram em mitose e reparam o tecido
destruído. Na regeneração deste tecido há também participação dos pericitos, que se
multiplicam por mitose e originam novas células musculares lisas.

56
12. CÉLULAS DO SANGUE
FUNÇÕES

 Funções de defesa do organismo (leucócitos)


 Transporte de gases (O2 e C02)
 Transporte de nutrientes e de produtos do catabolismo celular
 Transporte de moléculas reguladoras (e.g. hormonas)
 Transporte de células e moléculas do sistema imunitário
 Manutenção da homeostasia (equilíbrio ácido-base, pressão osmótica, termorregulação...)
 Regulação da temperatura do corpo
 Equilíbrio osmótico dos tecidos

COMPOSIÇÃO

Tecido conjuntivo que circula pelo sistema vascular sanguíneo dos animais vertebrados;

É formado por:

 Cerca de 45% são glóbulos sanguíneos


(eritrócitos ou hemácias ou glóbulos
vermelhos, plaquetas e leucócitos ou
glóbulos brancos)
 O restante é plasma (parte líquida onde
estão os glóbulos em suspensão)

Hematócrito

O sangue obtido por punção venosa, tratado por


anti-coagulantes (heparina, p.e.) e, em seguida,
centrifugado, separa-se em varias camadas que
revelam a sua heterogeneidade. Ao resultado obtido
por essa sedimentação, feita em tubos de vidro com
dimensões padrão, chama-se hematócrito.

O plasma vai corresponder ao sobrenadante translúcido ou amarelo e os glóbulos vão


sedimentar em duas camadas: a inferior (vermelha) são os glóbulos vermelhos e a
imediatamente superior (cinza), os brancos (menos densos).

Sobre os leucócitos existe uma delgada camada de plaquetas, não visível a olho nu.
57
Plasma
É composto por :
 Agua
 Proteínas (albuminas – sintetizadas no fígado, muito abundantes no plasmam e
têm o papel fundamental a manutenção da pressão osmótica no sangue -, alfa,
beta e gamaglobulinas, lipoproteinas e proteínas que participam na coagulação do
sangue, como a protrombina e o fibrinogénio)
 Sais inorgânicos e compostos orgânicos diversos (vitaminas, aminoácidos, glicose,
etc).

Esfregaço de sangue

Gota de sangue que se estende em delgada camada


sobre uma lâmina e se faz secar rapidamente.

Os esfregaços são corados com misturas especiais,


derivadas do método de Romanowsky: misturas de
Leishman, Wright, Giemsa, etc.

Estas misturas contêm eosina (corante ácido), azul-de-


metileno (corante básico), azures (corantes básicos de
cor púrpura) e eosinatos dos corantes básicos.

Eritrócitos ou Hemácias

 Células anucleadas
 Contêm uma grande quantidade de
hemoglobina – proteína transportadora de O2.
 Homem, Cão, Boi e Carneiro: forma de disco
bicôncavo.
 Cavalo e Gato: concavidade ligeira
 Cabra e Porco: achatados

A forma bicôncava proporciona grande superfície em relação ao volume, o que facilita as


trocas gasosas.

 São flexíveis - passam facilmente nas bifurcações dos capilares mais finos;
 Tempo de vida: 120 dias;
 A célula percursora do eritrócito tem núcleo e diferencia-se na medula óssea. Antes de
entrar em circulação, o núcleo é expulso e forma-se o reticulócito:

- Eritrócito recém-entrado na circulação sanguínea.


- Tem ainda no citoplasma raras mitocôndrias e poliribossomas.
- No Homem constitui 1-2% do total dos eritrócitos.
- Não se observa no sangue circulante do Cavalo e Ruminantes.

58
 A forma bicôncava é mantida por proteínas estruturais do citoesqueleto
(espectrina, actina, anquirina, proteína 4.1 e banda 3), que ancorado à face interna da
membrana plasmática é responsável pelo formato e deformabilidade do eritrócito.

 Doenças por anomalias na membrana: esferocitose, eliptocitose hereditária e


anemia falciforme (doença hereditária devida a uma mutação específica no gene da β-
globina ou hemoglobina S).

 Hemoglobina
- Proteína transportadora de oxigénio
- Constituída por 4 sub-unidades, cada uma delas formada por 1 cadeia polipeptídica
de globina contendo um grupo heme (porfirina + Fe2+);
- Os tipos de cadeias polipeptídicas presentes na molécula determinam o tipo de hemoglobina,
sendo a mais comum é a hemoglobina A (HgA): 2 cadeias α + 2 cadeias β;

Leucócitos

 Células incolores, de forma esférica quando em suspensão no sangue e têm a


função de proteger o organismo contra infecções.
 Produzidos na medula óssea ou em tecidos linfóides;
 Podem pertencer a dois grupos:
- Granulócitos – núcleo lobulado, de forma irregular e com grânulos específicos no
citoplasma
– Eosinófilos, Neutrófilos e Basófilos.

- Agranulócitos – núcleo com forma mais regular e não possuem granulações


especificas no citoplasma;
– Linfócitos e Monócitos

Em ambos os tipos de leucócitos podem existir granulações azurófilas que se coram de


púrpura, que são lisossomas.

59
 Leucócitos mais abundantes:
- Homem, Cavalo, Cão e Gato: neutrófilos (linfócitos- 20 a 40 %)
- Porco: linfócitos (50 a 60 %)
- Ruminantes: linfócitos (60 a 70 %)

 Diapedese ou Migração transendotelial: é a saída activa de leucócitos para fora


do sistema circulatório, por movimentos amebóides.
É mediada pela interacção entre as moléculas da superfície dos leucócitos e das células
endoteliais.
Ocorre predominantemente nas vénulas capilares.

TIPOS DE LEUCÓCITOS

NEUTRÓFILOS OU POLIMORFONUCLEARES

 Dimensões: 10-12µm

 Núcleo:
- Formado por 2 a 5 lobos ligados entre si
por finas pontes de cromatina;

- Rico em heterocromatina;

- Os núcleos de células de seres


femininos contêm um pequeno apêndice,
com forma de raquete – Corpúsculo de
Barr – que contêm cromatina sexual.

- Quando o neutrófilo é imaturo, o


núcleo tem forma de bastonete.

 Citoplasma:
- Granulações específicas (neutrófilas ou secundárias)

São as mais numerosas


Têm menores dimensões que as inespecíficas (perto do limite de resolução do MO)
Contêm enzimas (colagenase) e agentes bacteriostáticos e bactericidas (lisozima)

- Granulações inespecíficas (azurófilas ou primárias) - Lisossomas

Ocorrem em todos os granulócitos


Possuem defensinas

60
 Aspectos funcionais dos neutrófilos:
- São células fagocíticas (fagócitos profissionais).
- Têm vida curta
- Dotados de grande mobilidade.
- Acodem aos locais de inflamação, saindo dos vasos em grande quantidade.
- São rapidamente eliminados por apoptose após a fagocitose.

 Granulopoiese

Na maturação dos
granulócitos ocorrem
modificações citoplasmáticas
caracterizadas pela sintese de
proteínas, acondicionadas em
dois tipos de grânulos:
inespecíficos e específicos.

O mieloblasto é a célula mais imatura que pode formar os três tipos de granulócitos (só possui
grânulos azurófilos).

Quando nela surgem granulações específicas, passa a ser chamada de promielócito neutrófilo,
eosinófilo ou basófilo, conforme o tipo de granulações presentes (é menor, de cromatina mais
condensada e de citoplasma mais basófilo que o mieloblasto).

Depois forma-se o mielócito, em que desaparece a basofilia e aumenta a quantidade de


grânulos específicos, formando-se os mielócitos neutrófilo, basófilo e eosinófilo.

Seguidamente, o núcleo ganha uma chanfradura profunda formando-se o metamielócito (que


não se divide).

Antes de tomar a forma lobulada típica da célula madura, o granulócito neutrófilo passa por
uma fase intermediária em que o núcleo tem forma de bastonete.

Durante a maturação, os neutrófilos passam por diversos compartimentos anatómicos e


funcionais: medular de formação, medular de reserva, circulante, de marginação.

61
EOSINÓFILOS

 Núcleo bilobado;
 Granulações específicas Eosinófilas
- Apresentam diferenças morfológicas entre as espécies, por exemplo, no cavalo são esferas de
Semmer

- Cada grânulo específico tem


uma parte central em forma
de disco, densa aos electrões
e portanto, mais escura,
chamada cristalóide ou
internum. O prinicipal
componente desta camada é
a proteína básica principal,
rica em arginina e responsável
pela acidofilia do grânulo.

- A envolver o cristalóide está


uma camada menos densa, portanto mais clara, chamada matriz ou externum, principalmente
composta por proteína catiónica eosinofílica, peroxidase eosinofílica e neurotoxina.

 Aspectos funcionais dos eosinófilos:


- Realizam a fagocitose de complexos antigénio-anticorpo;
- Têm um papel modulador da resposta inflamatória (inflamações alérgicas)
- Participam na defesa contra parasitas (helmintes)

BASÓFILOS

Núcleo com forma irregular

 Granulações específicas
- São basófilas e cobrem parcialmente o núcleo;
- São densos e por isso muito escuros;
-Contêm histamina (agente vasoactivo), heparina
(anticoagulante), sulfato de heparano (agente
vasoactivo) e factores quimiotácticos para eosinófilos e
neutrófilos.
 Têm funções semelhantes às dos mastócitos:
- A membrana plasmática também possui receptores
para a imunoglobulina E;
- Libertam também os seus grânulos para o meio extracelular pelos mesmos estímulos;

62
LINFÓCITOS

 Dimensões:
- Pequenos (6-8µm), são os mais abundantes na
corrente sanguínea.
- Médios (8-12 µm)
- Grandes (>12 µm).
 Núcleo:
- Redondo ou com pequena chanfradura
- Rico em heterocromatina
- Escuro
 Citoplasma:
- Escasso, aparecendo nos esfregaços como um
pequeno anel delgado em volta do núcleo – orla perinuclear

Tem basofilia discreta, corando de azul claro

- Contem grânulos inespecíficos (azurófilos)

 São responsáveis pela defesa imunológica do organismo, pois reconhecem moléculas


estranhas presentes em diversos agentes infecciosos, combatendo-as por meio de resposta
humoral ou celular.

 Circulam entre os vários tecidos linfóides.

 Podem ter três tipos funcionais:


- Linfócitos T (60-80% dos linfócitos do sangue no Homem)
- Linfócitos B (20-30%)
- Células NK (natural killer) (5-10%)

MONÓCITOS

 São as maiores células do sangue;

 Núcleo
- Ovalar, com forma de rim (reniforme) ou em
forma de ferradura;

- A cromatina tem um arranjo pouco denso, por


isso cora-se mais palidamente que a dos
linfócitos;

 Citoplasma
- É abundante e fracamente basófilo;

- Contém granulações azurófilas (lisossomas)

63
 Complexo de Golgi bem desenvolvido, localiza-se junto ao entalhe nuclear e participa na
formação dos lisossomas.

 Os monócitos representam uma fase na maturação da célula mononuclear fagocitária


originada na medula óssea. Esta célula passa para o sangue, onde permanece por alguns dias
e, ao migrar por diapedese a parede dos capilares e vénulas, penetra nalguns órgãos,
transformando-se em macrófagos.

 Os macrófagos constituem uma fase mais avançada na vida da célula mononuclear


fagocitária.

PLAQUETAS

 São corpúsculos anucleados (2-3µm de ∅)


 Forma discóide
 Número por mL variável com as espécies:
- Equino: 200 000 - 500 000

- Cão: 200 000 - 600 000

- Bovino: 260 000 - 700 000

 Tempo de vida: ≅ 10 dias


 Nas aves, répteis e peixes são trombócitos e são nucleadas.
 Têm origem nas células gigantes e poliplóides da medula óssea – os megacariócitos.
 Nos esfregaços de sangue tendem a aparecer em grupos.
 Apresentam:
- Cromómero - Zona central contendo grânulos azurófilos;

- Hialómero - Orla periférica, ligeiramente basófila, composta por microtúbulos, filamentos de


actina e miosina.

 Tem um sistema de canais, o sistema canicular aberto, que comunica com invaginações da
membrana plasmática da plaqueta. Assim, o interior da plaqueta comunica livremente com a
sua superfície, facto que tem grande importância funcional por libertar as moléculas activas
armazenadas nas plaquetas.

 A membrana plasmática tem um glicocálice espesso.

 O Granulómero contém mitocôndrias, glicogénio e grânulos de três tipos:


- α – Alfa (fibrinogénio, factores de coagulação...)

- δ – Delta (ADP, ATP, serotonina)

- λ - Lambda (lisossomas)

64
 Hemostasia ou Hemostase – quando a parede de um vaso é lesada, inicia-se a hemostasia,
que visa impedir a hemorragia. A hemostasia é um fenómeno complexo que envolve a
musculatura lisa do vaso lesado, as plaquetas e diversos factores do plasma sanguíneo, que
promovem a coagulação do sangue. A contracção do músculo liso é estimulada pela
serotonina libertada pelas plaquetas.

As plaquetas actuam na coagulação do sangue por:

- Agregação primária – as plaquetas aderem ao colagénio e formam um tampão plaquetário;

- Agregação secundária – as plaquetas do tampão libertam ATP, fazendo aumentar o número


de plaquetas do tampão;

- Coagulação do sangue – formação do coágulo sanguíneo, devido à interacção sequencial de


13 proteínas, dando origem a um polímero de fibrina que vai apreender os eritrócitos, os
leucócitos e as plaquetas.

- Retracção do coágulo – retracção do coágulo graças à actuação da actina, miosina e ATP das
plaquetas.

- Remoção do coágulo – a parede do vaso, protegida pelo coágulo, restaura-se. O coágulo é


então removido pela enzima plasmina e outras libertadas pelos lisossomas das plaquetas.

65
13. HEMOCITOPOESE
É o processo contínuo e regulado de produção de células de sangue, que envolve
renovação, proliferação, diferenciação e maturação celular.

As células do sangue têm vida curta e são constantemente renovadas pela proliferação
mitótica de células localizadas nos órgãos hematopoiéticos.

Tem várias fases na vida pré-natal:

 Mesoblástica - Aquando da formação das primeiras células sanguíneas do embrião, na


mesoderme do saco vitelino. Dá-se o desenvolvimento de eritroblastos primitivos. Ocorre no
interior de vasos sanguíneos em desenvolvimento.

 Hepática – Ocorre no fígado. É caracterizada pelo desenvolvimento de eritroblastos,


granulócitos e monócitos; as primeiras células linfóides e megacariócitos aparecem.

 Medular – Ocorre no 2º mês de gestação, aquando da ossificação da clavícula, com


formação da medula óssea vermelha.

Na vida pós-natal os eritrócitos, granulócitos, linfócitos, monócitos e plaquetas originam-se a


partir de células estaminais da medula óssea vermelha. As células do sangue passam por
diversos estágios de diferenciação e maturação antes de passarem para o sangue.

Células estaminais – originam células filhas que seguem dois caminhos:

 Auto-renovação: as células continuam a linha de células estaminais, multiplicando-se


apenas o suficiente para manter a sua população (à medida que se vão multiplicando vão
perdendo a pluripotencialidade).

- Diferenciação: diferenciam-se noutros tipos celulares.

Têm morfologia semelhante à dos linfócitos;

Admite-se que todas as células derivam de um único


tipo celular de medula óssea, por isso chamada célula
estaminal pluripotente. Estas células proliferam e dão
origem a duas linhagens: as células linfóides, que vão
formar linfócitos, e as células mielóides, que vão
originar eritrócitos, granulócitos, monócitos e
plaquetas. Quando estas células se dividem formam-se
células progenitoras multipotentes que produzem as células percursoras (blastos - primeiro
estádio diferenciável ao MOC).

66
Células percursoras
Linhagem mielóide Linhagem linfóide
Proeritroblasto Linhagem eritróide Linfoblasto T Linfócito T
Mieloblasto Linhagens granulocitárias Linfoblasto B Linfócito B
Monoblasto (promonócito) Linhagem monocitária
Megacarioblasto Linhagem trombocitárias

Medula óssea – é um órgão difuso, mas volumoso e muito activo que se situa no canal
medular dos ossos longos e nas cavidades dos ossos esponjosos.

Medula óssea vermelha – é formada por tecido conjuntivo reticular (células e fibras
reticulares) que forma uma esponja percorrida por numerosos capilares sinusóides. Entre as
células reticulares existem macrófagos, células adiposas e células hematopoiéticas.

A matriz extracelular, além de colagénio dos tipos I e III, contém fibronectina, laminina e
preoteoglicanos.

Funções:

- Fornecer elementos figurados ao sangue


- Fornecer percusores de linfócitos B e T aos órgãos linfóides primários
- Armazenamento de Fe 2+
- Destruição de eritrócitos velhos

No adulto, a medula óssea vermelha existe no esterno, vértebras, costelas, diploe dos ossos
do crânio e epifises proximais do fémur e do úmero.

67
Medula óssea amarela – deve a sua cor às células adiposas que a constituem e não produz
células sanguíneas.

Funções:

- Reserva nutritiva
- Reserva de tecido hematopoiético (em certos casos, como nas hemorragias, a medula
amarela pode transformar-se em vermelha e voltar a produzir células sanguíneas)

No recém-nascido, toda a medula óssea tem cor vermelha, devido ao alto teor de hemácias e à
activa produção de células sanguíneas.

Com a idade, vai-se transformando em medula óssea amarela.

Em ambas existem nódulos linfáticos (que acumulam linfócitos) mas não existem vasos
linfáticos.

ERITROPOIESE – MATURAÇÃO DOS ERITRÓCITOS

Célula madura é a que atingiu o estágio de diferenciação que lhe permite exercer todas as suas
funções especializadas.

Eritropoiese é o processo natural de produção de eritrócitos que ocorre na medula óssea.

Este processo é estimulado pela eritropoietina, hormona sintetizada nos rins. Durante o
mesmo, há aumento gradual de hemoglobina.

Ocorre a partir do proeritroblasto, que são grandes


células com todos os elementos característicos de uma
célula que sintetiza proteínas.

O volume da célula vai diminuir; o seu núcleo também


diminui e a cromatina torna-se mais condensada, até
que o núcleo é expulso da célula; os nucléolos também
diminuem tornando-se invisíveis nos esfregaços e
então, transforma-se no eritroblasto basófilo;

Diminuem os ribossomas (e, portanto, a basofilia) e


aumenta a hemoglobina (bem como a acidofilia do
citoplasma), originando-se o eritroblasto
policromatófilo  eritroblasto acidófilo ou ortocromático, que não se divide;

A quantidade de organelos diminui igualmente e a célula perde o núcleo, transformando-se no


reticulócito (tem algumas mitocôndrias e muitos polirribossomas que, como não podem ser
renovados devido à ausência do núcleo, deixam de sintetizar hemoglobina e outras proteínas).

O reticulócito tem um período de vida médio de 3 dias, após o qual se transforma num
eritrócito maduro e é libertado da medula óssea para o sangue circulante.

68
GRANULOPOIESE – MATURAÇÃO DE GRÂNULOS

(apontamentos Sangue)

TROMBOCITOPOIESE – MATURAÇÃO DE PLAQUETAS

As plaquetas originam-se na medula óssea vermelha pela fragmentação do citoplasma dos


megacariócitos (que se formam por diferenciação dos megacarioblastos).

O megacarioblasto tem núcleo grande, oval e em forma de rim, tem


vários nucléolos e citoplasma basófilo.

O megacariócito tem núcleo irregularmente lobulado e cromatina


condensada sem nucléolos visíveis nos esfregaçoes. Tem citoplasma
abundante, levemente basófilo, rico em RER e REL, e inúmeras
granulações.

A trombocitopoiese é estimulada pela hormona trombopoietina,


sintetizada no fígado, que estimula a proliferação e diferenciação dos
megacariócitos.

Durante a maturação do megacariócito, aparecem grânulos


citoplasmáticos, delimitados por membrana. Esses grânulos são
percursores do hialómero das plaquetas e contêm diversas substancias
biologicamente activas. Com o amadurecimento do megacariócito, a quantidade de
membranas lisas aumenta, e vão formar-se os canais de demarcação. Essas membranas
acabam a confluir, dando origem às plaquetas.

Os megacariócitos localizam-se adjacentes aos capilares sinusóides, o que facilita a libertação


de plaquetas.

LINFOCITOPOIESE – MATURAÇÃO DE LINFÓCITOS

Os linfócitos circulantes no sangue e na linfa originam-se principamlente no timo e nos órgãos


linfóides periféricos (baço, linfonodos) através de células trazidas da medula óssea pelo
sangue.

Os linfócitos T e B diferenciam-se, respectivamente, no timo e na medula óssea.

Nos tecidos, o linfócito B diferencia-se em plasmócito, célula produtora de imunoglobulinas.

69
O linfoblasto é grande, esférico, com citoplasma basófilo e sem granulações azurófilas.
Apresenta cromatina relativamente condensada e 2 ou 3 nucléolos. Esta célula forma o
prolinfócito que já é menor e já possui algumas granulações azurófilas. Os seus nucléolos não
são facilmente observáveis devido à condensação da cromatina. Esta células dá origem
directamente ao linfócito circulante.

À medida que os linfócitos maturam, a cromatina vai-se tornando mais condensada, os


seus nucléolos menos visíveis e a célula vai diminuindo de tamanho. Além disso,
subpopulações de linfócitos adquirem receptores superficiais específicos, que podem ser
identificados por técnicas de imunocitoquímica.

MONOCITOPOIESE – MATURAÇÃO DE MONÓCITOS

Os monócitos não são células terminais como os granulócitos, mas intermediárias, destinadas
a formar os macrófagos dos tecidos.

A célula mais jovem da linhagem é o promonócito (idêntica ao mieloblasto) que tem cromatina
delicada, citoplasma basófilo e RER muito desenvolvido. Tem numerosos grânulos azurófilos
finos (lisossomas) e transformam-se em monócitos que passam para o sangue (onde
permanecem cerca de 8 horas). Depois, os monócitos migram para o tecido conjuntivo,
atravessando a parede das vénulas e capilares, e diferenciam-se em macrófagos.

70
14. SISTEMA IMUNITÁRIO E ÓRGÃOS LINFÓIDES
É constituído por células isoladas ou organizadas em estruturas (principalmente órgãos
linfóides) que se distribuem por todo o organismo.

Função: defender o organismo contra microrganismos e moléculas estranhas


potencialmente perigosas. Este sistema trata as células cancerosas como estranhas porque
elas têm proteínas novas que não existem nas células normais.

As células do sistema imunitário são capazes de reconhecer as que são próprias do


corpo (self) das que são estranhas (non-self), quer estejam isoladas, quer faça, parte de um
vírus, fungo, etc.

Após identificar os agressores, o SI coordena a sua inactivação ou destruição (resposta imune)


através de células ou substâncias presentes no sangue e nos líquidos organicos. No entanto,
podem existir disfunções no SI: hipersensibilidade (resposta exagerada a um certo antigénio)
autoimunidade (reacção contra moléculas do próprio organismo, causando doenças auto-
imunes).

Antigénio – qualquer substância capaz de induzir uma resposta imune específica.

Imunidade específica e imunidade inespecífica

Mecanismos de defesa
Mecanismos de defesa inespecíficos específicos
(sistema imunitário)
1.ª linha de defesa 2.ª linha de defesa 3.ª linha de defesa
• Pele • Fagócitos
• Linfócitos
• Membranas mucosas • Resposta inflamatória
• Anticorpos
• Secreções • Proteínas anti-microbiais (?)

Imunidade inespecífia (natural)

Constitui a primeira linha de defesa contra agentes infectantes. A resposta não exige
contacto anterior com o agente infectante, não aumenta de intensidade com
contactos sucessivos desse agente e é sempre a mesma, para qualquer agente. É uma
força de acção imediata. No aspecto filogenético é mais antiga que a imunidade
especifica. Ex: pele, mucosas, fagócitos.

Imunidade específica
71
É uma resposta que requer um período de latência (é mais tardia) e que é específica
para cada antigénio. No caso de um segundo contacto de determinado atingénio, tem
a capacidade de o reconhecer, aumentando a sua eficácia – memória imunológica. Ex:
linfócitos B (imunidade humoral) e T (imunidade celular).

Nota: para demonstrar o papel dos linfócitos na imunidade específica irradiou-se um


rato de modo a que ele ficasse sem células sanguíneas e injectou-se-lhe um antigénio.
Verificou-se que não ocorria resposta imunitária. Depois repetiu-se a experiência mas
para além do antigénio, inoculava-se uma célula sanguínea (uma de cada vez).
Verificou-se que a resposta imunitária só era restaurada quando a célula inoculada era
um linfócito.

IMUNIDADE HUMORAL

A imunidade humoral ou adquirida depende de glicoproteínas circulantes no


sangue e outros lipidos, chamadas anticorpos (imunoglobulinas, gamaglobulinas) que
se ligam de forma específica aos antigénios que os induziram levando à sua destruição.
São produzidos pelos plasmócitos, células originadas pelos linfócitos B.
Cada anticorpo reage com um determinante antigénico (local de ligação a um
anticorpo, num antigénio. No mesmo antigénio existem vários epitopos específicos e
provoca o aparecimento de sinais químicos que indicam a presença do invasor a outros
componentes do SI.

 Os linfócitos B, quando activados por um antigénio, proliferam e diferenciam-se


em plasmócitos (RER muito desenvolvido), que segregam os anticorpos
(imunoglobulinas).
 Nos primatas e roedores, originam-se na medula óssea (fim da vida fetal e pós-
natal) ou no fígado fetal;
 Nos Ruminantes, Coelho e Porco, originam-se no tecido linfóide do intestino.
 Nas aves, diferenciam-se na bolsa de Fabricius: massa de tecido linfático
localizada próximo da cloaca.
 Depois de se originarem, penetram nos capilares sanguíneos por
movimentação amebóide, são transportados pelo sangue e vão instalar-se nos
órgãos linfóides, à excepção do timo.
 Os linfócitos B constituem 5-10% dos linfócitos do sangue.

Os mecanismos dos anticorpos podem ser:

72
Aglutinação ou precipitação de antigénios solúveis – os anticorpos ligam-se a mais do
que um antigénio formando um aglomerado deles que facilita a fagocitose e reduz o
número de antigénios livres com que o SI tem de se preocupar.

Opsonização – diversos anticorpos ligam-se a um só antigénio e a moléculas fagocíticas


(que possuem receptores para o complexo antigénio-anticorpo) de modo a facilitar a
fagocitose.

Neutralização – diversos anticorpos ligam-se a um só antigénio bloquando os seus


locais activos e impedido a sua adesão às mucosas.

Os anticorpos podem ainda activar o sistema complemento, a resposta inflamatória ou


a acção de outras respostas inespecíficas.

Alguns linfócitos B não se diferenciam em plasmócitos mas sim em células memória.


Estas células têm vida longa e são elas as responsáveis pela resposta imunitária
secundária, ou seja, aquela que ocorre numa segunda exposição a um mesmo
antigénio. Esta resposta é mais intensa, mais rápida e mais duradoura que a resposta
imunitária primária.

IMUNIDADE CELULAR

Esta resposta começa com a acção de células apresentadoras (derivam da


medula óssea. Ex: células dendriticas, macrófagos, linfócitos B) que digerem os
antigénios. Após a digestão, elas migram para os linfonodos a fim de apresentar
fragmentos de proteínas do antigénio na sua membrana celular, através de uma
ligação com moléculas do complexo maior de histocompatibilidade (MHC).

Os linfócitos T (que só reconhcem o antigénio quando apresentado por estas


células e associado às suas moléculas do MHC) são activados pelo reconhecimento
deste antigénio apresentado e diferenciam-se em linfócitos T auxiliares (que podem
recomeçar o ciclo, procurando novos antigénios apresentados, ou estimular a acção de
linfócitos B) e linfócitos T citotóxicos (que lisam células alvo específicas, incluindo
células infectadas por virus, células tumorais e células de aloenxertos, através da acção
de perforinas – proteínas que abrem orifícios na membrana das células provocando a
sua lise – ou por apoptose.

Linfócitos T – activados por fragmentos de antigénios expostos à superfície de outras


células. O receptor das células T (TCR) reage com o antigénio ligado ao MHC, na célula
alvo.

73
Linfócitos T Auxiliares Linfócitos T citotóxicos

Modulam a actividade de outros tipos de • Lisam células alvo específicas (células


células implicados na resposta imune infectadas por vírus, células

• São activados por células tumorais e células de aloenxertos).


apresentadoras de antigénios (APC)

A activação de linfócitos T auxiliares por células apresentadoras de antigénios requer dois


sinais: o 1º é a interacção entre o fragmento de antigénio com as moléculas do MHC; o 2º é a
interacção entre o linfócito T e a célula apresentadoras, através de moléculas superficiais CD8.

De acordo com as moléculas que o constituem, o MHC divide-se em duas classes: MHCI,
presentes nas superfície da maioria das células do organismo e que apresentam antigénios
com origem no interior da célula; e MHCII, expressas principalmente em células
apresentadoras e que apresentam antigénios exógenos.

As moléculas do MHCI restringem o reconhecimento de antigénios aos linfócitos T


citotóxicos e as do MHCII aos linfócitos T auxiliares.

Como já vimos, as duas principais classes de resposta imune específica são mediadas por
dois tipos diferentes de linfócitos.

 Na imunidade humural intervêm os linfóctios B que são produzidos na medula óssea e


sofrem a sua diferenciação também aí. No caso das aves a sua produção e
diferenciação ocorre na Bolsa de Fabricius – massa de tecido linfático situada junto à
cloaca.
 Na imunidade celular intervêm os linfócitos T que se formam na medula óssea e se
diferenciam no timo.

Oa linfócitos B e T, no repouso, são morfologicamente semelhantes (são indistinguíveis).


Existem várias técnicas para os diferenciar mas todas elas têm como base a diferença entre as
proteínas membranares dos mesmos. Os linfócitos B possuem imunoglobulinas e proteína
B220 enquanto que os linfócitos T possuem proteínas CD8 (citotóxicos) e CD4 (auxiliares).

Células apresentadoras de antigénios


Conjunto heterogéneo de células com origem na medula óssea
– Células dendríticas
– Macrófagos
– Linfócitos B
• Distribuição geral.
• Processam e apresentam antigénios exógenos às células T.
• Papel fulcral na iniciação e controlo da resposta imunitária.
• As únicas células capazes de iniciar a resposta por TH.

74
TECIDOS E ÓRGÃOS LINFÓIDES

Os linfócitos são o componente principal mas podem também existir


plasmócitos. Os linfócitos têm núcleo redondo e pouco citoplasma, e têm vários níveis
de organização pois podem estar dispersos pelos tecidos linfóides ou aglutinados em
nódulos.
O estroma (esqueleto de sustentação) dos órgãos linfóides é constituído por
células reticulares (fibroblastos) unidas por fibras reticulares (colagéneo tipo III). O
timo e a bolsa de fabricius são excepções pois as células reticulares são de origem
epitelial.
Para visualização destas fibras reticulares é necessário usar métodos de
impregnação metálica.

Órgãos linfáticos primários (centrais) – locais onde ocorre a produção de linfócitos.


Ex: medula óssea, timo e bolsa de fabricius.

Órgãos linfáticos secundários (periféricos) – locais de acumulação e diferenciação de


linfócitos. Contém ambos os tipos de linfócitos (B e T). É aqui que se inicia
normalmente a resposta imunitária.
Ex: linfonodos, baço, tecido linfóide associados às mucosas dos tractos digestivo,
respiratório e urinário (MALT) (ex: amígdalas).

BOLSA DE FABRICIUS

É um órgão linfoepitelial característico das aves e responsável pela produção de


linfócitos B. É um divertículo dorsal da cloaca que involui com a idade (atrofia, torna-se
mais dificil de identificar). Apresenta uma mucosa pragueada revestida por um epitélio
pseudo-estratificado colunar e grande parte da sua parede é ocupada por folículos
linfáticos. Os veios brancos que parecem septos não são septos mas sim zonas de TC.

TIMO

É um órgão linfoepitelial situado no mediastino, entre os sacos pleurais. Tem


uma origem biológica dupla pois é formado a partir da endoderme do 3º par de bolsas
faringeas embrionárias (células epiteliais) envolvidas por percussores de linfoblastos
(células conjuntivas) e linfócitos: medula óssea. Assim, possui dois lobos, envoltos por
uma cápsula de tecido conjuntivo denso que origina septos incompletos que dividem o
parênquima em lóbulos contínuos uns com os outros (na zona medular). Cada lóbulo é
formado por uma parte periférica – zona cortical – que envolve uma parte central,
mais clara – zona medular. A intensidade da cor deve-se à concentração de linfócitos
nessa zona.

75
Zona cortical – No cortéx tímico temos muitos linfócitos T em várias fases de
maturação. É no cortéx que os linfócitos, provenientes da medula, adquirem os
receptores e as moléculas que os caracterizam e é também no cortéx que, por
recombinação génica, eles adquirem várias formas, que lhes permitem ligar-se a vários
tipos de antigénio. Os linfócitos multiplicam-se intensamente nesta zona e ficam aqui
acumulados por algum tempo. Depois, adquirem a capacidade de reconhecer o que é
próprio e o que é estranho ao organismo, e a maioria deles morre por apoptose
(quando reconhecem o próprio ou quando não reconhece o estranho) sendo
fagocitados pelos macrófagos. Os linfócitos “saudáveis” migram para a zona medular
onde entram na corrente sanguínea atravessando a parede das vénulas. São depois
transportados para outros órgãos linfáticos.

Zona medular – na medula também existe alguma maturação de linfócitos mas menor
que no cortéx. As células reticulares da medula são mais evidentes devido à menor
concentração de linfócitos e verifica-se a ocorrência de corpúsculos de Hassal
(constituídos por células reticulares epiteliais achatadas, em arranjo concêntrico e
unidas por numerosos desmossomas. Estas células secretam substâncias que induzem
a diferenciação dos linfócitos).

Estroma – é constituído por células reticulares epiteliais (células que não produzem
fibras reticulares) que formam uma rede tridimensional do interior da qual se
encontram os linfócitos T. Os prolongamentos de cada célula reticular contactam com
os prolongamentos de outras células através de desmossomas. São células de núcleos
grandes com eucromatina. Não produzem fibras reticulares; Possuem filamentos
intermédios (citoqueratinas)

Vascularização e Barreira Hematotímica – as artérias penetram no timo pela cápsula,


ramificam-se e aprofundam-se no órgão. A barreira hematotímica separa o sangue e o
parênquima do cortéx tímico (onde se estão a formar os linfócitos) de modo a proteger
os linfócitos em maturação dos antigénios circulantes no sangue. O timo não possui
vasos linfáticos aferentes e não constitui um filtro para a linfa (como ocorre nos
linfonodos).

Histofisiologia – o timo desenvolve-se até à puberdade, altura em que começa a


involuçao (começa a haver uma deplecção linfocitária, ou seja, o tecido linfóide vai
desaparecendo e sendo substituído por tecido adiposo). No entanto, o timo não
desaparece totalmente. Células estaminais migram constantemente da madula óssea
para o timo (pelo sangue) e aí proliferam e sofrem diferenciação em linfócitos T.

76
Os linfócitos T que saem do timo colonizam regiões bem definidas – áreas timo-
dependentes – ex: zona paracortical do linfonodo, placas de Peyer, polpa branca do
baço. Estas zonas não se desenvolveriam se fosse realizada uma timoctomia no aminal
à nascença.

TECIDOS LINFÓIDES ASSOCIADOS ÀS MUCOSAS (MALT)

Os tratos digestivo, respiratório e genito-urinário estão sujeitos a invasões


microbianas frequentes uma vez que se abrem para o meio externo. Para os proteger,
existem agregados de linfócitos (nódulos linfáticos) ou tecido linfóide difuso
localizados nas mucosas desses tratos. Em alguns locais formam-se órgãos bem
estruturados como as tonsilas e as placas de Peyer do intestino delgado.

Nestes tecidos existem linfócitos B, T e células apresentadoras de antigénios.

Tonsilas (amígdalas) – órgãos constituídos por aglomerados de tecido linfóide, com


cápsula incompleta. A superfície luminal é revestida por um epitélio estratificado
pavimentoso não querenatizado que em alguns ponto se invagina para o tecido
linfóide formando fendas claras – criptas. As amígdalas estão colocadas em posições
estratégicas para defender o organismo contra antigénios transportados pelo ar e
pelos alimentos, iniciando uma resposta imunitária. É um órgão produtor de linfócitos
que podem infiltrar o epitélio. Não tem organização em cortéx e medula e é um órggão
mais maciço que a bolsa de fabricius (visto que esta tem um lúmen ao redor do qual se
dispoem várias pregas).

Situam-se por debaixo do epitélio de revestimento da boca e da faringe

Placas de Peyer – aglomerados de folículos linfáticos que se situam no íleo a são


particularmente proeminentes em animais jovens. Nos ruminantes, algumas
funcionam como órgãos linfóides primários na produção de linfócitos B. O epitélio
intestinal ao redor das PP é especializado de modo a permitir o transporte de
antigénios para o tecido linfóide. As PP têm, então, como função, a vigilância
imunitária. Através das células M os linfócitos das PP entram em contacto com os
antigénios do lúmen do intestino.

LINFONODOS (GÂNGLIOS LINFÁTICOS – DILATAÇÃO DO VASO LINFÁTICO)

São órgãos em forma de rim, envolvidos por uma cápsula e constituídos por
tecido linfóide. Aparecem espalhados pelo corpo, sempre no trajecto dos vasos
linfáticos. Apresentam um lado convexo e outro com uma reentrância – hilo – pelo
77
qual penetram as artérias nutridores e saem as veias. Já os vasos linfáticos entram pelo
bordo convexo (aferentes) e saem pelo hilo (eferentes). Tendem a ocorrer em grupos.
Ausentes na galinha. Variam de aspecto com a idade e com os processos
fisiopatológicos a que estão sujeitos.

O parênquima do órgão é sustentado por células reticulares e fibras reticulares


por elas sintetizadas. A cápsula de tecido conjuntivo denso que envolve o linfonodo
envia trabéculas para o seu interior, dividindo o parênquima em compartimentos
incompletos.

Zona cortical (superficial) – localiza-se por baixo da cápsula e está ausente no hilo. É
constituída por tecido linfóide frouxo (que forma os seios subcapsulares e os seios
peritrabeculares) e por nódulos ou folículos linfáticos (condensações esféricas de
linfócitos – predominantemente B). Estes nódulos podem apresentar áreas centrais
claras – centros germinativos – onde proliferam os linfócitos B em resposta a
estímulos antigénicos.

 Os linfonódulos existem no pulmão, na parede dos brônquios.

Zona cortical profunda ou região paracortical – é formada por tecido linfóide difuso e
não apresenta nódulos linfáticos. Nela predominam linfócitos T, ao lado de células
reticulares, plasmócitos e macrófagos. É uma área timo-dependente.

Nesta zona dá-se a recirculação dos linfócitos:

Os linfócitos deixam os linfonodos pelos vasos linfáticos eferentes que confluem com
outros vasos linfáticos e desembocam em veias. Pelo sangue, os linfócitos retornam ao
linfonodo através das vénulas do endotélio alto da zona paracortical. Por diapedese, os
linfócitos atravessam a parede dessas vénulas voltando ao tecido linfático e voltando a
sair do linfonodo pelos vasos linfáticos aferentes.

Zona medular – ocupa o centro do linfonodo e o hilo e é constituída pelos cordões


medulares (formados principalmente por linfócitos B e algumas fibras e células
reticulares, plasmócitos e macrófagos). Separando os cordões medulares encontram-
se os seios medulares que recebem a linfa que vem da zona cortical e comunicam com
os vasos linfáticos eferentes. É menos corada que o cortéx.

Circulação da linfa no linfonodo: Vasos linfáticos aferentes  seio subcapsular 


seios peritrabeculares  seios medulares  vasos linfáticos eferentes.

Os seios são espaços irregulares delimitados de modo incompleto por células


endoteliais, células reticulares com fibras reticulares e macrófagos. Têm aspecto de
esponja e recebem a linfa trazida pelos vasos aferentes, encaminhando-a para os
eferentes.
78
Células dendriticas – apresentadoras de antigénios:

 Células dendriticas foliculares – interagem com os linfócitos B nos centros


germinativos
 Células dendriticas interdigitantes – Localizadas na zona paracortical;
Apresentam antigénios a linfócitos T

HISTOFISIOLOGIA

Os linfonodos são filtros da linfa, removendo partículas estranhas antes que a


linfa retorne ao sistema circulatório sanguíneo. Isto faz-se pela fagocitose dos
macrófagos. Os linfonodos também intervêm na resposta imunitária pois são local de
proliferação e diferenciação de linfócitos B e de activação e proliferação dos linfócitos
T (zona timo-dependente).

 No porco, os folículos linfáticos estão no centro do linfonodo, não existem cordões


medulares e os vasos linfáticos aferentes penetram profundamente no linfonodo.
 Os gânglios hemáticos são numerosos nos ruminantes, ocorrem no tecido adiposo ao
longo da coluna vertebral e estão associados a vasos sanguíneos. Têm, então, cor
avermelhada devido ao sangue que neles circula em largos seios (os seios têm uma
mistura de sangue linfa) e têm organização semelhante à dos linfonodos mas sem
vasos linfáticos.

BAÇO

É o maior órgão linfóide e o único interposto na circulação sanguínea. Por ser


rico em células fagocitárias e por estar em contacto com o sangue, o baço é um
importante órgão de defesa contra microorganismos que penetram no sangue e é
também o principal órgão destruidor de eritrócitos envelhecidos. Origina linfócitos que
passam para o sangue e, pela sua localização, responde com rapidez aos antigénios
que o invadam. É um grande produtor de anticorpos.

Possuí uma cápsula de tecido conjuntivo denso que emite trabéculas que
dividem o parênquima em compartimentos incompletos. No parênquima (polpa
esplénica) observam-se pontos esbranquiçados (nódulos linfáticos) – polpa branca –
entre os quais existe um tecido vermelho-escuro, rico em sangue – polpa vermelha.

Polpa vermelha – formada por estruturas alongadas – cordões esplénicos ou de


Billroth – entre os quais se situam os sinusóides ou seios esplénicos.

79
Os cordões são contínuos e formados por uma rede frouxa de células e fibras
reticulares, macrófagos, plasmócitos e outras células sanguíneas extravasadas.

Os sinusóides (que se apresentam como espaços claros) são revestidos por


células endoteliais alongadas e dispostas longitudinalmente. Estas células deixam
espaços entre si mas são ainda envolvidas por uma lâmina basal (também ela
descontínua) e por fibras reticulares transversais.

Polpa branca – é descontínua e formada por tecido linfático que constitui as bainhas
periarteriais (ou seja, tecido linfóide – linfócitos - distribuído em torno de uma artéria
central) e por nódulos linfáticos que se formam por espessamento dessas bainhas.

 Na bainha linfática periarterial predominam os linfócitos T (área timo-


dependente).
 Nos nódulos linfáticos (centros germinativos) predominam os linfócitos B.

Entre a polpa branca e a polpa vermelha existe uma zona mal delimitada – zona
marginal – constituída pelos seios marginais. Nestes seios encontram-se linfócitos,
macrófagos e células dendriticas que retêm e processam antigénios trazidos pelo
sangue. É a primeira zona de contacto entre os antigénios presentes no sangue e as
células que participam na resposta imune.

Polpa esplénica – todo o parênquima é formado por tecido conjuntivo linfóide, com
células e fibras reticulares, macrófagos, células apresentadoras e células linfóides.

CIRCULAÇÃO

A artéria esplénica divide-se ao penetrar no hilo, dando ramos que seguem as


trabéculas conjuntivas. Ao deixarem as trabéculas para penetrarem no parênquima, as
artérias são logo envolvidas pela bainha linfática periarterial – artérias centrais. A
artéria forma numerosos ramos que vão irrigar o tecido linfóide que a envolve. Depois
de deixar a polpa branca, estas arteríolas ainda se subdividem e estes últimos ramos
têm um espessamento na sua porção terminal – elipsóide – ao qual se seguem
capilares arteriais que levam o sangue para os sinusóides.

Na circulação fechada os capilares terminais abrem directamente para os seios


venosos da polpa vermelha e o sangue permanece sempre dentro dos vasos.

80
Na circulação aberta os capilares terminam como vasos abertos nos espaços
entre as células dos cordões esplénicos. Teoria aceite para a espécie humana.

VARIAÇÕES HISTOLÓGICAS DO BAÇO NOS MAMÍFEROS DOMÉSTICOS

Baço de armazenamento – armazena grande quantidade de sangue no cavalo,


ruminantes e carnívoros. Tem cápsula e trabéculas numerosas e ricas em fibras
musculares lisas (10) e possui pouco tecido linfóide (11).

Baço defensivo – ocorre no homem e nos lagomorfos. Tem tecido linfóide abundante,
poucas trabéculas e miócitos lisos. Tem baixa capacidade de armazenamento de
sangue.

O baço tem, assim, ainda como função o armazenamento de sangue e ferro.

FUNÇÕES

Polpa Branca
 Resposta Imune (células B e T) a antigénios presentes no sangue.

Polpa Vermelha:
 Remoção de partículas e de eritrócitos (hemocaterese) envelhecidos ou
defeituosos.
 Armazenamento de sangue (cavalo, carnívoros e ruminantes);
 Reciclagem do ferro da hemoglobina dos eritrócitos.
 Hematopoiese extramedular.
81

You might also like