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Higiene Ocupacional

Alexandre Alleoni, Claudia Aparecida Arantes de Carvalho,


Eduardo Milaneli, Fernando Stoco,
Jaime Vicente de Jesus e Lilian Adriana Goia Stenico
higiene ocupacional

aaANEXOS DA DÉCIMA QUINTA NORMA REGULAMENTADORA: NR-15

São consideradas atividades ou operações dos EPI, então esse trabalhador terá direito ao
insalubres aquelas que, por sua natureza, con- adicional de insalubridade, mas se os riscos
dição ou métodos de trabalho, exponham os cessarem com a utilização de tais equipamen-
empregados a agentes nocivos à saúde, aci- tos, o empregador ficará desobrigado desse
ma dos limites de tolerância fixados em razão pagamento. Apenas uma perícia pode deter-
da natureza e da intensidade do agente, e do minar se o trabalhador tem direito ou não a
tempo de exposição aos seus efeitos (Art. 189 receber o adicional de insalubridade.
da CLT).
A Norma Regulamentadora que estabelece
O exercício do trabalho em condições in- os critérios para concessão do adicional de in-
salubres assegura ao trabalhador o direito ao salubridade é a NR-15. A relação abaixo apre-
adicional de insalubridade, que será de 40, 20 sentará os percentuais:
ou 10% do salário mínimo regional, nos graus
15.2 O exercício de trabalho em condições
máximo, médio ou mínimo, estabelecidos pelo
de insalubridade, de acordo com os subitens do
Ministério do Trabalho.
item anterior, assegura ao trabalhador a per-
Os agentes nocivos são classificados em: cepção de adicional, incidente sobre o salário
mínimo da região, equivalente a:
f físicos: calor, ruídos, vibrações, frio, radia-
ções, pressão, umidade; f 15.2.1 40% (quarenta por cento), para insa-
lubridade de grau máximo;
f químicos: chumbo, poeiras, fumos, produtos
químicos em geral; f 15.2.2 20% (vinte por cento), para insalu-
bridade de grau médio;
» biológicos: doenças infectocontagiosas,
bactérias, vírus, bacilos, fungos. f 15.2.3 10% (dez por cento), para insalubri-
dade de grau mínimo;
Os agentes que pertencem ao local de
trabalho, por sua natureza, concentração, in- 15.3 No caso de incidência de mais de um
tensidade ou tempo de exposição, capazes de fator de insalubridade, será apenas conside-
provocar problemas à saúde do trabalhador, rado o de grau mais elevado, para efeito de
dão-lhe o direito de receber o adicional de in- acréscimo salarial, sendo vedada a percepção
salubridade em seu salário. cumulativa.
É função do empregador, adotar medidas 15.4 A eliminação ou neutralização da in-
que minimizem a ação do agente nocivo sobre salubridade determinará a cessação do paga-
a integridade física e mental do trabalhador. A mento do adicional respectivo.
principal medida é a utilização dos equipamen-
A neutralização da insalubridade acontece
tos de proteção individuais (EPI), conforme a
a partir da adoção de medidas de proteção co-
função e o ambiente a que o trabalhador per-
letiva ou individual.
tence.
O técnico em segurança do trabalho deve-
Esses EPI são obrigatoriamente fornecidos
rá atuar sempre objetivando a eliminação da
pelo empregador, que tem o dever de cobrar
insalubridade, a fim de assegurar para o traba-
seu uso correto pelo trabalhador. Nem sempre
lhador um ambiente seguro e saudável.
a utilização dos EPI afasta o risco, mas apenas
ameniza o agente causador da insalubridade.
Devem ser adotadas medidas de segurança
para evitar ao máximo os agentes causadores
da insalubridade.
Se a atividade for considerada insalubre e
os riscos persistirem mesmo com a utilização

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aaDÉCIMA SEXTA NORMA REGULAMENTADORA: NR-16

NR-15: Insalubridade e NR-16: ff em exposição a calor, radiações ionizantes,


Periculosidade agentes químicos e poeiras minerais;

Realizar trabalho exposto a agentes noci- ff sob pressões hiperbáricas, agentes químicos
vos à saúde faz que o empregador seja obri- específicos e agentes biológicos;
gado a pagar adicional de insalubridade, para ff em ambiente de radiações não ionizantes,
que se compensem os danos causados ao fun- vibrações, frio e umidade, comprovadas por
cionário. Esse adicional é variável conforme a meio de laudo de inspeção do local de tra-
gravidade do agente a que o funcionário está balho.
exposto (COAD, [s.d.]).
Em se tratando da insalubridade, podemos
Nestas aulas serão apresentadas, entre
entender como limite de tolerância a concen-
outras, as atividades que dão direito ao adi-
tração – ou intensidade máxima ou mínima –
cional de insalubridade, sua caracterização e
relacionada à natureza e ao tempo de exposi-
eliminação.
ção ao agente sem que sem causem danos à
Como a área de Segurança e Saúde é saúde do trabalhador durante o seu tempo de
sempre embasada em fundamentação legal, o trabalho.
tema Insalubridade baseia-se em:
O trabalho em condições de insalubridade
ff Decreto-Lei n. 5.452, de 1° de maio de 1943 assegura ao trabalhador o direito a adicional
– CLT, artigos 142, 189 a 195 e 405. equivalente a:
ff Portaria n. 12 do Ministério do Trabalho ff insalubridade de grau máximo: 40%;
e Emprego (MTE), de 12 de novembro de
ff insalubridade de grau médio: 20%;
1979 (DOU de 23 de novembro de 1979).
ff insalubridade de grau mínimo: 10%;
ff Portaria n. 290 MTE, de 11 de abril de 1997
(Informativo 16/97). Caso haja mais de um fator de insalubri-
ff Portaria n. 3.214 MTE, de 8 de junho de dade, será considerado apenas o de grau mais
1978 – NR15 (DOU de 6 de julho de 1978). elevado para efeito do acréscimo salarial, sen-
do vedado o pagamento cumulativo.
ff Resolução n. 121 do Tribunal Superior do
Trabalho, de 28 de outubro de 2003 – Sú- São discriminadas pela legislação as ativi-
mulas 47, 80, 139, 248, 289 e 349 (Infor- dades ou operações que geram direito ao adi-
mativos 47 e 48/2003). cional de insalubridade (o Anexo 4 foi revoga-
do), de acordo com a NR-15:
ff Resolução n. 148 TST, de 26 de junho de
2008 – Súmula 228 e Orientação Jurispru- Anexo 1: limites de tolerância para ruído
dencial 47 SBDI-1 (Fascículo 28/2008). contínuo ou intermitente. Entende-se por ruído
contínuo ou intermitente, para os fins de apli-
ff Súmula Vinculante n. 4 STF, de 7 de maio de
cação de limites de tolerância, o ruído que não
2008 (Fascículo 20/2008).
seja ruído de impacto.
Anexo 2: limites de tolerância para ruídos
Conceitos de impacto. Entende-se por ruído de impacto
Pode-se considerar atividades ou opera- aquele que apresenta picos de energia acústica
ções insalubres aquelas que se desenvolvem: de duração inferior a 1 segundo, a intervalos
superiores a 1 segundo.
ff acima dos limites de tolerância nas ativida-
des que envolvam ruído contínuo ou inter- Anexo 3: limites de tolerância para expo-
mitente e ruídos de impacto; sição ao calor. A exposição ao calor deve ser

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avaliada através do “Índice de Bulbo Úmido – charcados, com umidade excessiva, capazes
Termômetro de Globo”. de produzir danos à saúde dos trabalhadores.
Anexo 5: limites de tolerância para radia- Anexo 11: agentes químicos cuja insalubri-
ções ionizantes. Nas atividades ou operações dade é caracterizada por limite de tolerância
em que trabalhadores ficam expostos a radia- e inspeção no local de trabalho. As atividades
ções ionizantes, os limites de tolerância são os ou operações nas quais os trabalhadores ficam
constantes da Resolução 6/73 CNEN: Normas expostos a agentes químicos.
Básicas de Proteção Radiológica.
Anexo 12: limites de tolerância para poei-
Anexo 6: trabalho sob pressões hiperbári- ras minerais. O presente Anexo aplica-se a to-
cas. Trabalho sob ar comprimido efetuado, em das e quaisquer atividades nas quais os traba-
ambientes em que o trabalhador é obrigado a lhadores permaneçam expostos a poeiras, no
suportar pressões maiores que a atmosférica exercício do trabalho.
e em que se exige cuidadosa descompressão.
Anexo 13: agentes químicos. Relaciona as
Anexo 7: radiações não ionizantes. São ra- atividades e operações envolvendo agentes
diações não ionizantes as micro-ondas, os ul- químicos, como: arsênico, carvão, chumbo,
travioletas e o laser. cromo, fósforo, hidrocarbonetos e outros com-
postos de carbono, mercúrio, silicatos e subs-
Anexo 8: vibrações. As operações e ativi-
tâncias cancerígenas.
dades que exponham os trabalhadores, sem
proteção adequada, às vibrações localizadas Anexo 14: agentes biológicos. Relaciona as
ou de corpo inteiro, realizadas no local de tra- atividades e operações que envolvem agentes
balho. biológicos.
Anexo 9: frio. As atividades ou operações Embora estejam discriminadas na legisla-
executadas no interior de câmaras frigoríficas, ção, é importante apurar e classificar a insa-
ou em locais que apresentem condições simi- lubridade com perícia realizada pelo Ministério
lares, que exponham os trabalhadores ao frio, do Trabalho e Emprego.
sem proteção adequada.
A Tabela 1 apresenta o correspondente
Anexo 10: umidade. As atividades ou ope- percentual das atividades ou operações que
rações executadas em locais alagados ou en- exponham o trabalhador ao adicional de insa-
lubridade, de acordo com cada Anexo.

Tabela 1  Correspondente percentual das atividades ou operações que exponham o


trabalhador ao adicional de insalubridade.

Anexo Atividades ou operações que exponham o trabalhador Percentual

Níveis de ruído contínuo ou intermitente superiores aos limites de


1 tolerância fixados no Quadro constante do Anexo 1 e no item 6 do 20%
mesmo anexo.

Níveis de ruído de impacto superiores aos limites de tolerância fixados


2 20%
nos itens 2 e 3 do Anexo 2.

Exposição ao calor com valores de IBUTG superiores aos limites de


3 20%
tolerância fixados nos Quadros 1 e 2.

Níveis de radiações ionizantes com radioatividade superior aos limites


4 40%
de tolerância fixados neste Anexo.

5 Ar comprimido 40%

Radiações não ionizantes consideradas insalubres em decorrência de


6 20%
inspeção realizada no local de trabalho.

(continua)

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higiene ocupacional

Vibrações consideradas insalubres em decorrência de inspeção realizada


7 20%
no local de trabalho

Frio considerado insalubre em decorrência de inspeção realizada no local


8 20%
de trabalho

Umidade considerada insalubre em decorrência de inspeção realizada no


9 20%
local de trabalho

Agentes químicos cujas concentrações sejam superiores aos limites de 10%, 20% ou
10
tolerância fixados no Quadro I. 40%

Poeiras minerais cujas concentrações sejam superiores aos limites de


11 40%
tolerância fixados neste Anexo.

Atividades ou operações, envolvendo agentes químicos, consideradas


10%, 20% ou
12 insalubridades em decorrência de inspeção realizada no local de
40%
trabalho.

13 Agentes biológicos. 20% ou 40%

Fonte: do autor, 2016.

Em se tratando dos agentes biológicos, os e outros estabelecimentos destinados aos


percentuais de insalubridade foram relacio- cuidados da saúde humana (aplica-se uni-
nados e definidos pela legislação vigente, de camente ao pessoal que tenha contato com
acordo com o exercício de atividades que os os pacientes, bem como aos que manuseiam
envolvem. A insalubridade será caracterizada objetos de uso desses pacientes, não pre-
pela avaliação qualitativa, conforme Anexo XIV viamente esterilizados);
da NR-15.
ff hospitais, ambulatórios, postos de vacinação
e outros estabelecimentos destinados ao
Insalubridade de Grau Máximo (40%) atendimento e tratamento de animais (apli-
ca-se apenas ao pessoal que tenha contato
Trabalhos ou operações em contato perma-
com tais animais);
nente com:
ff contato em laboratórios com animais desti-
ff pacientes em isolamento por doenças infec-
nados ao preparo de soro, vacinas e outros
tocontagiosas, bem como objetos de seu
produtos;
uso, não previamente esterilizados;
ff laboratórios de análise clínica e histopatolo-
ff carnes, glândulas, vísceras, sangue, ossos,
gia (aplica-se apenas ao pessoal técnico);
couros, pelos e dejeções de animais porta-
dores de doenças infectocontagiosas (car- ff gabinetes de autópsias, anatomia e histoa-
bunculose, brucelose, tuberculose); natomopatologia (aplica-se somente ao pes-
soal técnico);
ff esgotos (galeria e tanques);
ff cemitérios (exumação de corpos);
ff lixo urbano (coleta e industrialização).
ff estábulos e cavalariças;
Insalubridade de Grau Médio (20%) ff resíduos de animais deteriorados. contato
permanente com pacientes, animais ou ma-
Trabalhos e operações em contato perma-
terial infectocontagiante, é o trabalho re-
nente com pacientes, animais ou com material
sultante da prestação de serviço contínuo e
infectocontagiante em:
obrigatório, decorrente de exigência firmada
ff hospitais, serviços de emergência, enfer- no próprio contrato de trabalho, com exposi-
marias, ambulatórios, postos de vacinação ção permanente aos agentes insalubres.

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higiene ocupacional

Eliminação da Insalubridade dora-NR. (Alteração dada pela Portaria MTE


1.565/2014)
Eliminar ou neutralizar a insalubridade é o
Sobre Adicional de Periculosidade, segundo
que determinará a cessação do pagamento do
o Art. 193 da CLT:
adicional, e podem ocorrer adotando-se medi-
das de ordem geral, que conservem o ambien- São consideradas atividades ou opera-
te de trabalho dentro dos limites de tolerância ções perigosas, na forma da regulamentação
e/ou utilizando-se equipamento de proteção aprovada pelo Ministério do Trabalho, aquelas
individual (EPI). Isso ficará caracterizado por que, por sua natureza ou métodos de traba-
meio de avaliação pericial, por órgão compe- lho, impliquem o contato permanente com in-
tente, que comprove que não existe risco à flamáveis ou explosivos em condições de risco
saúde do trabalhador. acentuado.

Entendimentos do Tribunal Superior do O adicional de periculosidade é equivalente


Trabalho (TST), por meio da Súmula n. 289 do a 30% do salário do empregado. Para a carac-
TST, firmaram o entendimento de que o sim- terização da periculosidade, são necessárias
ples fornecimento do aparelho de proteção três condições:
pelo empregador não exime o pagamento do ff existência do agente periculoso;
adicional de insalubridade, cabendo-lhe tomar
ff contato com o agente;
as medidas reduzam ou eliminem a nocivida-
de, entre elas as que se referem ao uso efetivo ff condição de risco acentuado.
do equipamento pelo empregado.
Outra posição adotada pelo TST, agora por
Condições que geram Periculosidade
meio da Súmula n. 248, é de que reclassificar ff explosivos (abordados na NR16);
ou descaracterizar a insalubridade, por ato da
ff inflamáveis (abordados na NR16 e definidos
autoridade competente, satisfaz o respectivo
na NR20);
adicional, sem ofender nenhum direito adquiri-
do ou princípio da irredutibilidade salarial. Des- ff radiações ionizantes (Portarias n. 3.393/87
sa forma, é legal admitir o direito adquirido, e 518/03);
uma vez que se trata de salário condicionado ff eletricidade (Lei n. 7.369/85 e Decreto n.
à existência da insalubridade, admitindo a su- 93.412/86).
pressão do adicional, caso desapareça o agen-
te insalubre.
Acumulação com o adicional de
periculosidade
Periculosidade
Não é legal o direito de o empregado usu-
De acordo com a NR-16, temos a seguinte fruir, ao mesmo tempo, dos adicionais de pe-
condição para que uma atividade seja conside- riculosidade e de insalubridade. Portanto, caso
rada perigosa: o empregado exerça suas funções, simultane-
16.1. São consideradas atividades e ope- amente, em ambiente perigoso e insalubre,
rações perigosas as constantes dos Anexos pode optar pelo adicional de insalubridade, ob-
números 1 e 2 desta Norma Regulamenta- viamente, quando o valor deste for superior ao
de periculosidade (COAD, [s.d.]).

aaVIGÉSIMA NORMA REGULAMENTADORA: NR-20

1) Critérios para Capacitação

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higiene ocupacional

a) Capacitação para os trabalhadores que


adentram na área e NÃO mantêm contato dire-
to com o processo ou processamento.

b) Capacitação para os trabalhadores que


adentram na área e mantêm contato direto
com o processo ou processamento.

c) Atualização

2) Conteúdo programático b) Curso Básico


a) Curso Integração Carga horária: 8 horas
Carga horária: 4 horas I) Conteúdo programático teórico:
1. Inflamáveis: características, proprieda- Inflamáveis: características, propriedades,
des, perigos e riscos; perigos e riscos;
2. Controles coletivo e individual para tra- 1. Controles coletivo e individual para tra-
balhos com inflamáveis; balhos com inflamáveis;
3. Fontes de ignição e seu controle; 2. Fontes de ignição e seu controle;
4. Procedimentos básicos em situações de 3. Proteção contra incêndio com inflamá-
emergência com inflamáveis. veis;

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higiene ocupacional

4. Procedimentos básicos em situações de 7. Metodologias de Análise de Riscos: con-


emergência com inflamáveis; ceitos e exercícios práticos;
II) Conteúdo programático prático: Conhe- 8. Permissão para Trabalho com Inflamá-
cimentos e utilização dos sistemas de seguran- veis;
ça
9. Acidentes com inflamáveis: análise de
contra incêndio com inflamáveis. causas e medidas preventivas;
c) Curso Intermediário Carga horária: 16 10. Planejamento de Resposta a emergên-
horas cias com Inflamáveis;
I) Conteúdo programático teórico: II) Conteúdo programático prático: Conhe-
cimentos e utilização dos sistemas de seguran-
1. Inflamáveis: características, proprieda-
ça
des, perigos e riscos;
contra incêndio com inflamáveis.
2. Controles coletivo e individual para tra-
balhos com inflamáveis; e) Curso Avançado II
3. Fontes de ignição e seu controle; Carga horária: 32 horas
4. Proteção contra incêndio com inflamá- I) Conteúdo programático teórico:
veis;
1. Inflamáveis: características, proprieda-
5. Procedimentos em situações de emer- des, perigos e riscos;
gência com inflamáveis;
2. Controles coletivo e individual para tra-
6. Estudo da Norma Regulamentadora n.º balhos com inflamáveis;
20;
3. Fontes de ignição e seu controle;
7. Análise Preliminar de Perigos/Riscos: con-
4. Proteção contra incêndio com inflamá-
ceitos e exercícios práticos;
veis;
8. Permissão para Trabalho com Inflamá-
5. Procedimentos em situações de emer-
veis.
gência com inflamáveis;
II) Conteúdo programático prático: Conhe-
6. Estudo da Norma Regulamentadora n.º
cimentos e utilização dos sistemas de seguran-
20;
ça
7. Metodologias de Análise de Riscos: con-
contra incêndio com inflamáveis.
ceitos e exercícios práticos;
d) Curso Avançado I
8. Permissão para Trabalho com Inflamá-
Carga horária: 24 horas veis;
I) Conteúdo programático teórico: 9. Acidentes com inflamáveis: análise de
causas e medidas preventivas;
1. Inflamáveis: características, proprieda-
des, perigos e riscos; 10. Planejamento de Resposta a emergên-
cias com Inflamáveis;
2. Controles coletivo e individual para tra-
balhos com inflamáveis; 11. Noções básicas de segurança de pro-
cesso da instalação;
3. Fontes de ignição e seu controle;
12. Noções básicas de gestão de mudan-
4. Proteção contra incêndio com inflamá-
ças.
veis;
II) Conteúdo programático prático:
5. Procedimentos em situações de emer-
gência com inflamáveis; Conhecimentos e utilização dos sistemas
de segurança contra incêndio com inflamáveis.
6. Estudo da Norma Regulamentadora n.º
20; f) Curso Específico

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higiene ocupacional

Carga Horária: 16 horas sificada pelo tipo de utilização em comercial,


de serviços, cultural, etc..
I) Conteúdo programático teórico:
Emissões fugitivas - Liberações de gás ou
ff Estudo da Norma Regulamentadora n.º 20;
vapor inflamável que ocorrem de maneira con-
ff Metodologias de Análise de Riscos: conceitos tínua ou intermitente durante as operações
e exercícios práticos; normais dos equipamentos. Incluem liberações
ff Permissão para Trabalho com Inflamáveis; em selos ou gaxetas de bombas, engaxeta-
mento de válvulas, vedações de flanges, selos
ff Acidentes com inflamáveis: análise de cau-
de compressores, drenos de processos.
sas e medidas preventivas;
Envasado - líquido ou gás inflamável acon-
ff Planejamento de Resposta a emergências
dicionado em recipiente, podendo ser ou não
com Inflamáveis;
lacrado.

GLOSSÁRIO Exercícios simulados - Exercícios práticos


de simulação mais realista possível de um ce-
Áreas Classificadas - área na qual uma at- nário de acidente, durante o qual é testada a
mosfera explosiva está presente ou na qual é eficiência do plano de respostas a emergências,
provável sua ocorrência a ponto de exigir pre- com foco nos procedimentos, na capacitação
cauções especiais para construção, instalação da equipe, na funcionalidade das instalações e
e utilização de equipamentos elétricos. dos equipamentos, dentre outros aspectos.
Armazenamento - retenção de uma quan- Fechado - Produto fechado no processo de
tidade de inflamáveis (líquidos e/ou gases) e envasamento, de maneira estanque, para que
líquidos combustíveis em uma instalação fixa, não venha a apresentar vazamentos nas con-
em depósitos, reservatórios de superfície, dições normais de manuseio, armazenamento
elevados ou subterrâneos. Retenção de uma ou transporte, assim como sob condições de-
quantidade de inflamáveis, envasados ou em- correntes de variações de temperatura, umi-
balados, em depósitos ou armazéns. dade ou pressão ou sob os efeitos de choques
Articulação entre análise de risco e PPRA e vibrações.
- coerência, compatibilidade, harmonização no Fluxograma de processo - É um documento
reconhecimento e consideração dos riscos co- contendo, em representação gráfica, o balanço
muns aos dois documentos. de material e de energia dos fluxos de maté-
Comissionamento - conjunto de técnicas rias-primas, produtos, subprodutos e rejeitos
e procedimentos de engenharia aplicados de de um determinado processo de produção.
forma integrada à instalação ou parte dela, vi- Instalação - Unidade de extração, produ-
sando torná-la operacional de acordo com os ção, armazenamento, transferência, manu-
requisitos especificados em projeto. seio e manipulação de inflamáveis (líquidos
Coordenação - ação de assumir responsa- e gases) e líquidos combustíveis, em caráter
bilidade técnica. permanente ou transitório, incluindo todos os
equipamentos, máquinas, estruturas, tubula-
Distância de segurança - Distância mínima
ções, tanques, edificações, depósitos, termi-
livre, medida no plano horizontal para que, em
nais e outros necessários para o seu funcio-
caso de acidentes (incêndios, explosões), os
namento.
danos sejam minimizados.
Lacrado - Produto que possui selo e/ou la-
Edificações residenciais unifamiliares - Edi-
cre de garantia de qualidade e/ou de inviola-
ficações destinadas exclusivamente ao uso re-
bilidade.
sidencial, constituídas de uma única unidade
residencial. Manipulação - Ato ou efeito de manipular.
Preparação ou operação manual com inflamá-
Edifício: construção com pavimentos, cuja
veis, com finalidade de misturar ou fracionar
finalidade é abrigar atividades humanas, clas-

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higiene ocupacional

os produtos. Considera-se que há manipulação Planta geral de locação - planta que apre-
quando ocorre o contato direto do produto com senta a localização da instalação no interior do
o ambiente. terreno, indicando as distâncias entre os limi-
tes do terreno e um ponto inicial da instalação.
Manuseio - Atividade de movimentação de
inflamáveis contidos em recipientes, tanques Posto de serviço - Instalação onde se exer-
portáteis, tambores, bombonas, vasilhames, ce a atividade de fornecimento varejista de
caixas, latas, frascos e similares. Ato de ma- inflamáveis (líquidos e gases) e líquidos com-
nusear o produto envasado, embalado ou la- bustíveis.
crado.
Procedimentos operacionais - Conjunto de
Meio identificador - Sistema de identifica- instruções claras e suficientes para o desen-
ção definido pela empresa como, por exemplo, volvimento das atividades operacionais de uma
crachá, bottom, adesivo no crachá ou no capa- instalação, considerando os aspectos de segu-
cete, na vestimenta de trabalho ou similares. rança, saúde e meio ambiente que impactem
sobre a integridade física dos trabalhadores.
Metodologias de análises de risco - Cons-
titui-se em um conjunto de métodos e técni- Processo contínuo de produção - Sistema
cas que, aplicados a operações que envolvam de produção que opera ininterruptamente du-
processo ou processamento, identificam os ce- rante as 24 horas do dia, por meio do trabalho
nários hipotéticos de ocorrências indesejadas em turnos de revezamento.
(acidentes), as possibilidades de danos, efeitos
Processo ou processamento - Sequência
e consequências.
integrada de operações. A sequência pode ser
Exemplos de algumas metodologias: inclusive de operações físicas e/ou químicas. A
sequência pode envolver, mas não se limita à
a) Análise Preliminar de Perigos/Riscos
preparação, separação, purificação ou mudan-
(APP/APR);
ça de estado, conteúdo de energia ou compo-
b) What-if (E SE); sição.
c) Análise de Riscos e Operabilidade (HA- Proficiência - Competência, aptidão, capa-
ZOP); citação e habilidade aliadas à experiência.
d) Análise de Modos e Efeitos de Falhas Profissional habilitado - Profissional com
(FMEA/FMECA); atribuições legais para a atividade a ser de-
e) Análise por Árvore de Falhas (AAF); sempenhada e que assume a responsabilidade
técnica, tendo registro no conselho profissional
f) Análise por Árvore de Eventos (AAE);
de classe.
g) Análise Quantitativa de Riscos (AQR).
Prontuário da Instalação - Sistema organi-
zado de forma a conter uma memória dinâmica
Modificações ou ampliações das instala- das informações técnicas pertinentes às insta-
ções - Qualquer alteração de instalação indus- lações, geradas desde a fase de projeto, ope-
trial que: I - altere a tecnologia de processo ração, inspeção e manutenção, que registra,
ou processamento empregada; II - altere as em meio físico ou eletrônico, todo o histórico
condições de segurança da instalação indus- da instalação ou contém indicações suficientes
trial; III - adapte fisicamente instalações e/ou para a obtenção deste histórico.
equipamentos de plantas industriais existentes Recipiente - Receptáculo projetado e cons-
provenientes de outros segmentos produtivos; truído para armazenar produtos inflamáveis
IV- aumente a capacidade de processamento (líquidos e gases) e líquidos combustíveis con-
de quaisquer insumos; V - aumente a capa- forme normas técnicas.
cidade de armazenamento de insumos ou de
Riscos psicossociais - Influência na saúde
produtos; VI - altere o perfil de produção ou a
mental dos trabalhadores, provocada pelas
qualidade final dos produtos.

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higiene ocupacional

tensões da vida diária, pressão do trabalho e Trabalhadores capacitados - Trabalhadores


outros fatores adversos. que possuam qualificação e treinamento ne-
cessários à realização das atividades previstas
Separada por parede - Instalação de arma-
nos procedimentos operacionais.
zenamento localizada na instalação de fabrica-
ção, mas separada desta por parede de alve- Transferência - Atividade de movimenta-
naria. Instalação de armazenamento localizada ção de inflamáveis entre recipientes, tais como
em outra instalação e/ou edificação. tanques, vasos, tambores, bombonas e simila-
res, por meio de tubulações.
Sistema de Gestão de Mudanças - Proces-
so contínuo e sistemático que assegura que as Unidade de processo - Organização pro-
mudanças permanentes ou temporárias sejam dutora que alcança o objetivo para o qual se
avaliadas e gerenciadas de forma que os riscos destina através do processamento e/ou trans-
advindos destas alterações permaneçam em formação de materiais/substâncias.
níveis aceitáveis e controlados.

aaAGENTES FÍSICOS

Doenças ocupacionais por exposição Ruídos


aos agentes físicos, químicos,
biológicos e ergonômicos O ruído pode ser definido como uma mis-
tura de sons, acima do limite tolerável para o
Risco Profissional ser humano, que causam efeitos nocivos ao
trabalhador.
Risco profissional é a possibilidade de um
trabalhador sofrer um acidente em seu am-
biente de trabalho. Ruídos de Impacto

Os trabalhadores estão expostos a vários A Norma Regulamentadora 15 (NR-15) de-


tipos de riscos em seu ambiente profissional: fine ruído de impacto como sendo: “aquele que
apresenta picos de energia acústica de duração
ff riscos físicos;
inferior a 1 (um) segundo, a intervalos supe-
ff riscos químicos; riores a 1 (um) segundo”.
ff riscos biológicos; A mesma NR-15 define como “ruído contí-
ff riscos ergonômicos; nuo” ou “intermitente”, para os fins de aplica-
ção de limites de tolerância, o ruído que não
ff riscos de acidentes.
seja ruído de impacto. Os dois tipos de ruídos
devem ser medidos em decibéis (dB).
Riscos Físicos
Segundo essa mesma norma, o trabalha-
São os acidentes que ocorrem quando os dor não pode ficar exposto a ruídos acima de
trabalhadores ficam expostos, em seu ambien- 115 decibéis, sem estar devidamente protegi-
te de trabalho, a condições diferentes das que do, quando tratar-se de ruídos contínuos ou
estão acostumados a enfrentar em seu dia a intermitentes, e exposto a mais de 130 deci-
dia. béis, também sem a devida proteção, quando
São considerados agentes de risco físico: tratar-se de ruídos de impacto.
ruídos, vibrações, radiações, temperaturas ex- O Anexo 1 dessa norma, a seguir, apresen-
tremas, pressões anormais e umidade. ta os limites de tolerância para o tipo de ruído
A higiene do trabalho tem por objetivo im- contínuo ou intermitente e máxima exposição
plementar medidas de controle que reduzam diária a que o trabalhador pode ficar exposto.
os riscos a patamares que não prejudiquem a
saúde do trabalhador.

18
higiene ocupacional

Tabela 2  Anexo n. 1.

Limites de Tolerância para Ruído Contínuo ou


Máxima Exposição Diária Permissível
Intermitente – Nível de Ruído dB (A)

85 8 horas
86 7 horas
87 6 horas
88 5 horas
89 4 horas e 30 minutos
90 4 horas
91 3 horas e 30 minutos
92 3 horas
93 2 horas e 40 minutos
94 2 horas e 15 minutos
95 2 horas
96 1 hora e 45 minutos
98 1 hora e 15 minutos
100 1 hora
102 45 minutos
104 35 minutos
105 30 minutos
106 25 minutos
108 20 minutos
110 15 minutos
112 10 minutos
114 8 minutos
115 7 minutos

Fonte: do autor, 2016.

Efeitos do ruído permitidos pela norma. A seguir, são indicadas


algumas medidas importantes para se prote-
Os efeitos dos ruídos sobre o aparelho au-
ger a saúde do trabalhador:
ditivo podem ser definidos em três formas:
ff Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC):
ff surdez temporária: quando o trabalhador
isolamento de equipamentos que gerem ru-
fica exposto a um ruído contínuo, mesmo
ídos;
que por um breve período;
ff Equipamentos de Proteção Individual (EPI):
ff surdez permanente: quando o trabalhador
protetores auriculares, protetores tipo con-
fica exposto repetidas vezes, durante longo
cha;
tempo, a ruídos intensos; essa perda auditi-
va é irreversível; ff exames médicos periódicos;

ff trauma acústico: é uma perda de audição ff treinamento: informar quanto ao uso correto
momentânea devida a um ruído intenso. dos EPI;
ff medidas administrativas: exigir a obrigato-
O ruído pode, ainda, provocar diversas al-
riedade do uso dos EPI, fiscalizar seu uso.
terações em nosso corpo e organismo, depen-
dendo do tempo de exposição do trabalhador a
ele. Alguns exemplos são: hipertensão, perda Vibrações
de memória, disritmia cardíaca, fadiga nervo-
Tradicionalmente, a definição de vibração
sa, irritabilidade, vaso dilatação/contrição, dis-
é: “um corpo descreve um movimento oscila-
ritmia respiratória etc.  
tório em volta de um ponto fixo”.
É fundamental a implementação de medi-
No caso das vibrações, para caracterizar
das preventivas que evitem ou minimizem o
que se sofreu algum mal devido a uma vibra-
contato do trabalhador com ruídos acima dos

19
higiene ocupacional

ção, é preciso provar que houve contato físico As radiações mais penetrantes são as X e a
com o equipamento que provocou o problema. gama, capazes de atravessar a pele humana e
blindagens de concreto.
Existem dois tipos de vibrações de que o
trabalhador pode ser acometido: vibração lo- As radiações beta não penetram pratica-
calizada e vibração de corpo inteiro. mente nenhum material; a partícula alfa, por
sua vez, tem um poder de penetração muito
Vibrações Localizadas pequeno.
É muito importante observar que o raio
Vibrações localizadas, por definição, são
X, quando desligado, não emite radiação, não
aquelas transmitidas aos membros superiores,
constituindo, assim, um equipamento radioa-
pelo uso de ferramentas manuais, portáteis ou
tivo.
não.
Há diversas áreas nas quais a radiação é
Vibrações de Corpo Inteiro utilizada, como, por exemplo, na saúde (radio-
terapia), na indústria (radiografia industrial) e
São caracterizadas pelo local ou equipa- na agricultura e em pesquisas biológicas.
mento em que o trabalhador está inserido. Por
É difícil discutir o assunto do uso de Equi-
exemplo, se ele trabalha em um trator ou em
pamentos de Proteção Individual (EPI) quando
uma plataforma marítima de petróleo: em am-
se trata de radiações, devido ao seu alto poder
bos os casos ele sofrerá vibrações de corpo in-
de contaminação (radiações ionizantes) e aos
teiro, devido ao fato de seu corpo fazer parte
diversos tipos de radiações não ionizantes. O
do local ou equipamento.
trabalhador pode se proteger utilizando um do-
símetro, que é um aparelho que mede as doses
Radiações
de radiação que uma pessoa já tomou quando
São ondas eletromagnéticas que se trans- exposta a algum elemento ou material radioa-
mitem em alta velocidade, que em contato en- tivo. Mas o dosímetro não protege; ele apenas
tre si podem gerar efeitos diferentes sobre os informa o valor da radiação a que o trabalhador
elementos. foi exposto.

São exemplos de radiações eletromagnéti- No caso do raio X, pode-se colocar chumbo


cas: luz, ondas de rádio, laser, raios X e radia- nas paredes e pisos, isolando um pouco seu
ção gama. efeito sobre o operador.

Radiações Não Ionizantes Temperaturas extremas

São radiações que não produzem íons no Calor


elemento com o qual ela teve contato.
O calor é muito frequente em diversos ra-
São exemplos: raio laser, micro-ondas, in- mos de atividades, como, por exemplo, em
fravermelha, ultravioleta entre outras. siderúrgicas, fábricas de vidros e na indústria
têxtil, bem como nas atividades profissionais
Radiações Ionizantes ao ar livre, como é o caso da construção civil e
do trabalho agrícola.
Ao contrário das radiações não ionizantes,
essas produzem íons no elemento com o qual
Defesas do organismo contra o calor
tiveram contato. Além disso, são muito pene-
trantes. As principais defesas do organismo contra
São exemplos: radiação beta, gama, alfa o calor são a vasodilatação periférica e a su-
e raios X. dorese.

20
higiene ocupacional

Vasodilatação periférica ff exames médicos pré-admissão;


ff vestimentas adequadas.
Há maior fluxo de sangue na superfície do
corpo e no aumento de temperatura da pele.
Isso implica em aumento do calor cedido ao Problemas de saúde relacionados às
baixas temperaturas
ambiente ou em redução do calor ganho.
ff feridas;
Sudorese
ff predisposição para acidentes;
A quantidade de glândulas sudoríparas em ff agravamento de doenças reumáticas;
atividade é diretamente proporcional ao dese-
ff rachaduras e necrose da pele;
quilíbrio térmico no local.
ff predisposição para doenças das vias respi-
Doenças relacionadas ao calor ratórias.

As principais doenças devidas ao calor são: Pressões Anormais


ff exaustão ao calor;
Existe uma relação de serviços nos quais
ff desidratação; os trabalhadores ficam expostos a pressões
ff cãibras do calor; acima ou abaixo das pressões normais.

ff choque térmico. Trabalhos em altas altitudes expõem o tra-


balhador a baixas pressões. No Brasil, esses
casos são raros.
Medidas de controle para o
trabalhador Altas pressões são aquelas que estão aci-
ma da pressão atmosférica. São exemplos, os
Essas medidas visam a minimizar a sobre-
trabalhos realizados em tubulações de ar com-
carga térmica no trabalhador e zelar por sua
primido e os serviços feitos por mergulhadores.
saúde. São elas:
Esse tipo de trabalho pode causar ruptu-
ff aclimatação;
ra dos tímpanos, quando ocorre um aumento
ff ingestão de água e sal (soro); súbito de pressão e a liberação de nitrogênio
ff limitação do tempo de exposição; nos tecidos e vasos sanguíneos e, consequen-
temente, a morte.
ff exames médicos periódicos;
Essas atividades são geridas pela Norma
ff EPI;
Regulamentadora 15 (NR-15).
ff educação e treinamento.
Umidade
Frio
Trabalhos realizados em locais encharca-
Não existem muitos estudos aprofundados dos ou alagados, com umidade em excesso,
sobre esse tema. Sabe-se que os efeitos do frio que possam produzir algum problema à saúde
no organismo são causados pela temperatura do trabalhador, devem ser analisados cuidado-
do ar, pela velocidade do ar e pela variação de samente, e devem ser adotadas medidas de
calor radiante. controle nesses locais.
A umidade excessiva pode acarretar ao
Medidas de proteção contra o frio trabalhador problemas no aparelho respirató-
ff aclimatação; rio, doenças circulatórias, quedas, doenças de
pele e muitas outras complicações.
ff regime de trabalho;
Analisando cuidadosamente o ambiente de
ff exames médicos periódicos; trabalho, é possível adotar medidas que aju-

21
higiene ocupacional

dem o trabalhador, como, por exemplo, colo- Poeiras vegetais


car estrados de madeira no local, instalar ralos
para o escoamento da água e alterar o pro- ff exemplos: bagaço de cana de açúcar, algo-
cesso de trabalho. Pode-se, também, fornecer dão;
EPIs como, por exemplo, luvas de borracha, ff doenças causadas por elas: bagaçose (cana-
avental, botas e demais facilidades que mini- -de-açúcar), bissinose (algodão).
mizem a exposição do trabalhador a esse risco.
Poeiras alcalinas
Riscos químicos
ff exemplo: calcário;
É todo risco ao qual um trabalhador está
ff doenças causadas por elas: enfisema pulmo-
exposto ao ter contato com produtos químicos
nar, doenças pulmonares obstrutivas crôni-
que possam causar danos ao seu corpo ou à
cas.
sua saúde. Consideram-se danos ao corpo:
irritações de pele e olhos e queimaduras das
mais leves até as de consequências mais gra-
Fumos
ves. Danos relacionados à saúde estão ligados São fragmentos sólidos formados pela con-
ao período de exposição, se curta ou longa, e densação de vapores metálicos. Por exemplo:
às substâncias químicas com as quais o tra- fumos de óxido de zinco nas ações de solda-
balhador teve contato. Esses danos podem re- gem.
sultar em doenças respiratórias, doenças em
órgãos como rins e fígado, e, também, nos ca-
Névoas
sos de exposições mais graves, podem desen-
volver algum tipo de câncer. São fragmentos líquidos formados pela
condensação de vapores. Por exemplo: monó-
Agentes de Risco Químico xido de carbono liberado pelos escapamentos
dos carros.
Os agentes de risco químico são encon-
trados na forma sólida, líquida ou gasosa. São
Gases
produtos ou substâncias capazes de entrar no
corpo do trabalhador por via respiratória, como São substâncias em seu estado natural nas
poeiras, fumos ou vapores, ou pelo contato do condições normais de temperatura e pressão
trabalhador, em seu local de trabalho, de modo (CNTP). Por exemplo: hidrogênio, butano, gás
que os produtos químicos são absorvidos no liquefeito de petróleo (GLP), ácido nítrico.
corpo pela pele ou por ingestão.
Vapores
Poeiras
São moléculas dispersas no ar capazes de
São partes sólidas menores formadas pela se condensar e formar líquidos ou sólidos em
quebra de partes maiores. São classificadas condições normais de temperatura e pressão
em: minerais, vegetais a alcalinas. (CNTP). Por exemplo: gasolina, naftalina.

Poeiras minerais Classificações de névoas, gases e


vapores
ff exemplos: sílica, asbestos, carvão mineral;
ff doenças causadas por elas: silicose (quart- Névoas, gases e vapores são classificados
zo), asbestose (amianto), pneumoconiose conforme segue.
dos minérios (carvão mineral). ff irritantes: irritam as vias aéreas superiores.
Exemplos: soda cáustica, ácido sulfúrico,
cloro;

22
higiene ocupacional

ff asfixiantes: sonolência, convulsões, dor de que podem ser usados para proteger ou pre-
cabeça, coma e morte. Exemplos: hélio, me- venir o contato do trabalhador com as subs-
tano, nitrogênio, CO, CO2; tâncias químicas, visto que existe uma gama
muito grande dessas substâncias e as medi-
ff anestésicos: quase a totalidade dos solven-
das de proteção devem ser adotadas conforme
tes orgânicos. Têm ação inibidora sobre o
cada tipo.
sistema nervoso; causam danos diversos a
órgãos do corpo humano. Exemplos: benze-
no, butano e cetonas. Medidas de Proteção Individual (EPI)

Entrega de Equipamentos de Proteção In-


Vias de Penetração dos Agentes dividual (EPI) para os trabalhadores, como:
Químicos luvas e avental de raspa para soldadores, más-
São três as vias de penetração dos agentes cara de proteção respiratória, óculos de pro-
químicos: teção, sapatão de segurança e outros equipa-
mentos obrigatórios.
ff cutânea (pele);
ff digestiva (boca); Medidas de Proteção Coletiva
ff respiratória (nariz).
Ventilação e exaustão no local onde o tra-
A penetração dos agentes químicos no or- balhador estiver manuseando o produto quími-
ganismo do trabalhador depende de sua forma co, substituição do produto por outro menos
de utilização. tóxico, diminuição do tempo de exposição ao
produto químico, utilização de novas maneiras
de realizar o trabalho, treinamento e conscien-
Fatores que Influenciam a Toxicidade
tização do trabalhador sobre os riscos envolvi-
dos Elementos Contaminantes no
Ambiente dos em seu ambiente de trabalho.

Para se avaliar a toxidade dos componen- Riscos biológicos


tes químicos, é importante considerar alguns
fatores: Os riscos biológicos são os que acontecem
em locais de trabalhos mais específicos, como,
ff concentração: quanto maior a concentração,
por exemplo, hospitais e laboratórios, por meio
mais rápido seus efeitos tóxicos se manifes-
de microrganismos que, tendo contato com o
tarão no organismo do trabalhador;
trabalhador, podem provocar várias doenças.
ff índice respiratório: é a quantidade de ar ina-
São agentes transmissores dos riscos bio-
lado pelo trabalhador durante sua jornada
lógicos: bactérias, fungos, vírus, parasitas etc.
de trabalho;
Exemplos de doenças profissionais: tuber-
ff sensibilidade individual: é o nível de resis-
culose, brucelose, febre amarela, malária.
tência, que varia de um indivíduo para ou-
tro; Para que essas doenças sejam qualificadas
como doenças profissionais, é preciso que o
ff toxicidade: é o poder tóxico da substância
trabalhador entre em contato com o micro-or-
no organismo;
ganismo.
ff tempo de exposição: é por quanto tempo o
As contaminações biológicas ocorrem pelas
organismo fica exposto à substância conta-
vias cutânea (arranhões), respiratória (gases),
minante.
conjuntiva e oral.

Medidas de Controle A seguir, é apresentada uma classificação


para esses agentes, adotada pela Fiocruz, que
As medidas sugeridas a seguir, são apenas divide os agentes em quatro classes, levando
uma apresentação superficial de alguns meios

23
higiene ocupacional

em consideração o que pode afetar o trabalha- normas, criadas pela Comissão Técnica Nacio-
dor e a comunidade: nal de Biossegurança.
ff Classe 1: agentes que não apresentam riscos O trabalhador deve ser instruído e treina-
para o trabalhador nem para a comunidade. do quanto aos riscos envolvidos na manipu-
Exemplos: E. coli, B. subtilis; lação dessas substâncias, sobre como evitar
sua contaminação e conhecer profundamente
ff Classe 2: agentes que apresentam risco mo-
o micro-organismo com o qual ele está traba-
derado para o trabalhador e fraco para a
lhando.
comunidade, sempre havendo tratamento
para sua prevenção. Exemplos: vírus – her- É mandatório, ainda, fazer uso dos Equipa-
pes; parasitas – Schistosoma; mentos de Proteção Individual (EPI) necessá-
rios para se realizar um trabalho com seguran-
ff Classe 3: agentes que apresentam risco
ça, dentro das regras de segurança existentes.
grave para o trabalhador e risco modera-
O trabalhador deve usar avental, luvas descar-
do para a comunidade. Os ferimentos e os
táveis, máscara e óculos de proteção ou qual-
diagnósticos são graves; nem sempre existe
quer outro EPI que se faça necessário para que
um tratamento adequado para eles. Exem-
o trabalho seja realizado com segurança.
plos: vírus – hepatite B e C, HIV; parasitas
– Trypanosoma cruzi; bactérias – Brucella; De acordo com a Norma Regulamentadora
n. 9 (NR-9) que “estabelece a obrigatoriedade
ff Classe 4: agentes que apresentam risco gra-
da elaboração e implementação do Programa
ve tanto para o trabalhador como para a co-
de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA”
munidade; não há tratamento, e o risco de
são considerados riscos ambientais os riscos
se espalharem é bastante grave. Exemplos:
físicos, químicos e biológicos. Porém, existem
vírus de febres hemorrágicas.
mais dois tipos de riscos que serão estuda-
Em relação às medidas de segurança para dos adiante, que são os riscos ergonômicos e
esse tipo de risco, deve-se levar em conside- de acidentes, também de grande importância
ração as leis que tratam do assunto, como a para a preservação da saúde física e mental do
Legislação Brasileira de Biossegurança e suas trabalhador.

aaCRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO E MEDIDAS DE CONTROLE E MITIGAÇÃO

Etapas da higiene: antecipação, 9.3.3. O reconhecimento dos riscos ambientais de-


reconhecimento, avaliação e controle verá conter os seguintes itens, quando aplicáveis:

Antecipação a) a sua identificação;

A antecipação dos riscos se dá ainda na


b) a determinação e a localização das possíveis fon-
fase de projeto, quando os processos são defi-
tes geradoras;
nidos e os fluxos são estabelecidos.
Nesse contexto, a antecipação dos riscos c) a identificação das possíveis trajetórias e dos

se dá por análise comparativa de processos meios de propagação dos agentes no ambiente de


trabalho;
similares, que já estão em desenvolvimento,
ficando-se atento aos erros que não devem ser
d) a identificação das funções e a determinação do
reproduzidos no novo processo.
número de trabalhadores expostos;

Reconhecimento e) a caracterização das atividades e do tipo da ex-


posição;
O reconhecimento dos riscos deverá aten-
der ao disposto na NR-09, transcrito abaixo:

24
higiene ocupacional

f) a obtenção de dados existentes na empresa, in- proceda às medidas de controle, com base nos
dicativos de possível comprometimento da saúde seguintes requisitos, transcritos da NR-09:
decorrente do trabalho;
9.3.5.1. Deverão ser adotadas as medidas neces-
g) os possíveis danos à saúde relacionados aos ris- sárias suficientes para a eliminação, a minimização
cos identificados, disponíveis na literatura técnica; ou o controle dos riscos ambientais sempre que
forem verificadas uma ou mais das seguintes si-
h) a descrição das medidas de controle já existen- tuações:
tes.
a) identificação, na fase de antecipação, de risco
potencial à saúde;
Avaliação
b) constatação, na fase de reconhecimento, de ris-
A avaliação poderá ser quantitativa ou
co evidente à saúde;
qualitativa, como já observado anteriormente,
sendo de muita importância nas seguintes si- c) quando os resultados das avaliações quantita-
tuações: tivas da exposição dos trabalhadores excederem

a) comprovar o controle da exposição ou os valores dos limites previstos na NR-15, ou, na


ausência destes, os valores limites de exposição
a inexistência de riscos identificados na
ocupacional adotados pela American Conference
etapa de reconhecimento;
of Governmental Industrial Higyenists (ACGIH), ou
b) dimensionar a exposição dos trabalhado- aqueles que venham a ser estabelecidos em nego-
res; ciação coletiva de trabalho, desde que mais rigo-
rosos que os critérios técnico-legais estabelecidos;
c) subsidiar o equacionamento das medidas
de controle.
d) quando, através do controle médico da saúde,
ficar caracterizado o nexo causal entre danos ob-
Controle servados na saúde dos trabalhadores e a situação
de trabalho a que eles ficam expostos.
Depois de identificados e avaliados os ris-
cos, é necessário que a equipe de segurança

aaPARÂMETRO, INSTRUMENTAÇÃO E TÉCNICAS DE MEDIÇÃO

Instrumentos de medição Sonômetro ou decibelímetro

Histórico É um aparelho de medição de nível de


pressão sonora que registra sons e ruídos con-
O ruído sempre foi um grande problema,
siderando diversas grandezas físicas, como a
tanto para o trabalhador quanto para o empre-
frequência (f) e o decibel (dB).
sário, dentro dos vários ramos da indústria. A
Norma NBR 10.151, de 1987, com uma atu- Classes de uso:
alização em 1999, trata desse assunto, bem ff Tipo 0: uso em laboratórios;
como a norma regulamentadora 15 (NR15),
ff Tipo 1: quando é exigido elevado grau de
impondo parâmetros para que a saúde física e
precisão;
mental do trabalhador não seja afetada.
ff Tipo 2: para um grau aceitável de precisão;
ff Tipo 4: amostragem sem compromisso.

25
higiene ocupacional

ff Critério de referência – 85 dB(A), que cor-


responde a dose de 100% para uma exposi-
ção de 8 horas
ff Nível limiar de integração – 80 dB(A)
ff Faixa de medição mínima – 80 a 115 dB(A)
ff Incremento de duplicação de dose = 3 (q=3)
ff Indicação da ocorrência de níveis superiores
a 115 dB(A)

Instrumentos de medição para análise


Figura 1  Decibelímetro. Fonte: ©Thanapol Kuptanisakorn, quantitativa de gases e vapores
123RF®, ID da imagem: 21194805. Link da página:
<br.123rf.com/photo_21194805_sound-level-meter-
holding-on-hand.html>. Acesso em: 13 jul. 2016. Explosímetro

De acordo com a NHO 01 - Procedimento Conforme definição da MSA do Brasil, fa-


Técnico - Avaliação da Exposição Ocupacional bricante de equipamentos de segurança, o
ao Ruído, emitida pela Fundacentro, os decibe- explosímetro é um instrumento para rápida
límetros devem ser ajustados para atender aos detecção e medição de gases ou vapores com-
seguintes parâmetros: bustíveis no ar. Possui um bulbo aspirador co-
nectado do lado oposto da entrada de amostra.
ff Circuito de ponderação – “A”;
Pode ser utilizado no ambiente ou através de
ff Circuito de resposta – lenta (slow) ou rápida linha de amostragem, extraindo amostras de
(fast), quando especificado pelo fabricante; áreas remotas (poços, tanques etc).
ff Critério de referência – 85 dB(A), que cor- Possui um único botão de controle e um
responde a dose de 100% para uma exposi- medidor iluminado onde se lê de 0 a 100% do
ção de 8 horas; limite inferior de explosividade (LIE); é alimen-
ff Nível limiar de integração – 80 dB(A); tado por pilhas comuns. Utilizados em atmos-
feras combustíveis.
ff Faixa de medição mínima – 80 a 115 dB(A);
Serão indicados, a seguir, os diversos mo-
ff Incremento de duplicação de dose = 3
delos de explosímetros existentes no mercado:
(q=3);
ff modelo 2A: para testes gerais de gases ou
ff Indicação da ocorrência de níveis superiores
vapores combustíveis no ar;
a 115 dB(A).
ff modelos 3 e 4: para testes de atmosferas
com excesso de O2;
Dosímetro de ruídos
ff modelo 5: para ambientes com vapores de
Instrumento de uso pessoal que fornece
gasolina contendo composto de chumbo.
a dose de ruído diária, integralizada, a que o
trabalhador está exposto em seu ambiente de
Instrumentos de Medição para Análise
trabalho.
Quantitativa da Iluminância
De acordo com a NHO 01 - Procedimento
Luxímetro
Técnico - Avaliação da Exposição Ocupacional
ao Ruído, emitida pela Fundacentro, os dosí- O luxímetro é um aparelho que serve para
metros devem ser ajustados para atender aos medir o nível de luminosidade dos ambientes.
seguintes parâmetros: Segundo as Normas Técnicas, cada tipo de
ff Circuito de ponderação – “A” ambiente tem um nível de iluminação mínimo
para a realização das tarefas a que se destina,
ff Circuito de resposta – lenta (slow)
de modo a não comprometer a saúde do tra-
balhador.

26
higiene ocupacional

Assegurar os níveis de iluminância que per-


mitam ao trabalhador executar suas atividades
com conforto e produtividade é o objetivo das
análises da iluminação do ambiente. Um am-
biente escuro ou muito iluminado não é indica-
do, pois tanto a escuridão como o ofuscamento
é prejudicial ao trabalhador. Os níveis mínimos
de iluminância a serem observados nos locais
de trabalho são estabelecidos na NBR 5413, da
ABNT.
De acordo com o item 17.6.3.1 da NR 17,
que trata da Ergonomia, “a iluminação deverá
Figura 2  Luxímetro. Fonte: Publicado por Tilt u, “Economy ser uniformemente distribuída, geral e difusa,
lux meter/light meter”, 2010, Wikimedia Commons, sob
domínio público. Link da página: <commons.wikimedia. a fim de evitar ofuscamento, reflexos, sombras
org/wiki/File:ELV_LM_1302_(Lux_Meter_LX1010BS).jpg>. e contrastes excessivos”.
Acesso em: 13 jul. 2016.
A seguir, serão apresentados os valores de
referência básicos:

Tabela 3  Iluminâncias por Classe de Tarefas Visuais.

Classe Iluminância (lux) Tipo de atividade

20-30-50 Áreas publicas com arredores escuros


A
Iluminação geral 50-75-100 Orientação simples para permanência curta
para áreas usadas
interruptamente ou com Recintos não usados para trabalho contínuo;
100-150-200
tarefas visuais simples depósitos

Tarefas com requisitos visuais limitados,


200-300-500
trabalho bruto de maquinaria, auditórios

Tarefas com requisitos visuais normais, trabalho


B 500-750-1000
médio de maquinaria, escritórios
Iluminação geral para
área de trabalho Tarefas com requisitos especiais, gravação
1000-1500-2000
manual, inspeção, indústria de roupas

Tarefas visuais exatas e prolongadas, eletrônica


2000-3000-5000
de tamanho pequeno
C
Iluminação adicional para Tarefas visuais muito exatas, montagem de
5000-7500-10000
tarefas visuais difíceis. microeletrônica

10000-15000-20000 Tarefas visuais muito especiais, cirurgia

Fonte: do autor, 2016.

Instrumentos de medição para análise ambiente de trabalho, os quais serão transcri-


quantitativa da temperatura tos a seguir:

A temperatura no ambiente de trabalho é 1. A exposição ao calor deve ser avaliada através


fundamental para garantir bons níveis de pro- do “Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo”
dutividade e saúde. - IBUTG definido pelas equações que se seguem:

A NR-15 estabelece os requisitos para a re-


Ambientes internos ou externos sem carga solar:
alização do monitoramento da temperatura no

27
higiene ocupacional

IBUTG = 0,7 tbn + 0,3 tg 2. Os aparelhos que devem ser usados nesta ava-
liação são: termômetro de bulbo úmido natural,
Ambientes externos com carga solar: termômetro de globo e termômetro de mercúrio
comum.
IBUTG = 0,7 tbn + 0,1 tbs + 0,2 tg
3. As medições devem ser efetuadas no local em
Onde: que permanece o trabalhador, à altura da região do
corpo mais atingida.
tbn = temperatura de bulbo úmido natural
A NR-15 apresenta a seguinte tabela, acer-
tg = temperatura de globo ca dos limites de tolerância que devem ser
considerados:
tbs = temperatura de bulbo seco.

Tabela 4  Limites de Tolerância para exposição ao calor, em regime de trabalho intermitente


com períodos de descanso no próprio local de prestação de serviço.

Regime de trabalho intermitente com descanso Tipo de atividade


no próprio local de trabalho (por hora) Leve Moderada Pesada

Trabalho contínuo Até 30,0 Até 26,7 Até 25,0

45 minutos trabalho
30,1 a 30,5 26,8 a 28,0 25,1 a 25,9
15 minutos descanso

30 minutos trabalho
30,7 a 31,4 28,1 a 29,4 26,0 a 27,9
30 minutos descanso

15 minutos trabalho
31,5 a 32,2 29,5 a 31,1 28,0 a 30,0
45 minutos descanso

Não é permitido o trabalho, sem a adoção de


Acima de 32,2 Acima de 31,1 Acima de 30,0
medidas adequadas de controle

Fonte: do autor, 2016.

As demais tabelas, fórmulas e referências, atividade, são detalhadamente apresentadas


relacionadas ao metabolismo para cada tipo de na NR-15.

kkEXERCÍCIOS

1. Como são classificados os agentes biológi- c) NR-09;


cos?
d) NR-15;
2. Caso o trabalhador fique exposto a ruído e) Nenhuma das respostas.
excessivo que efeito isso pode ocasionar?
5. A que adicional um trabalhador tem direi-
3. Quais são os tipos de risco que o trabalha- to quando de uma exposição máxima a um
dor pode estar exposto? trabalho insalubre?
4. 4. Qual a Norma Regulamentadora que dis- a) 10%;
põe sobre a insalubridade e periculosidade
b) 20%;
do ambiente de trabalho?
c) 40%;
a) NR-04;
d) 50%;
b) NR-05;
e) Nenhuma das respostas.

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higiene ocupacional

6. A partir de ______ dB o trabalhador deverá e) nenhuma das respostas.


utilizar-se de ___________ para prevenir
10. Diminuição gradual da acuidade auditiva,
a perda de audição. Qual a alternativa que
decorrente da exposição contínua a níveis
melhor completa essa sentença?
elevados de ruído. Estamos falando de:
a) 85 | relaxante muscular;
a) surdez;
b) 115 | abafador de ruído;
b) cegueira;
c) 85 | abafador de ruído;
c) RIMA;
d) 115 | cadeira ergonômica;
d) PAIR;
e) nenhuma das alternativas anteriores está
e) nenhuma das alternativas anteriores está
correta.
correta.
7. Segundo a NR-17, um ruído ambiental não
11. Quantas e quais são as vias de penetração
deve ser superior a:
dos agentes químicos?
a) 5 dB(A);
12. Qual a função do explosímetro?
b) 25 dB(A);
13. O que é o luxorímetro?
c) 50 dB(A);
14. Quais aparelhos são utilizados para realizar
d) 80 dB(A); a medição da temperatura?
e) nenhuma das alternativas anteriores está
15. O que são as medidas de prevenção indi-
correta.
vidual?
8. Protetor auricular é um EPI previsto pela
16. O que são medidas de prevenção coletiva?
NR-17 para:
17. De que forma são classificados os agentes
a) proteção da face contra riscos químicos e
nocivos na insalubridade?
biológicos;
18. O que é uma área classificada?
b) proteção dos olhos contra iluminação in-
fravermelha; 19. Quais são os riscos físicos?

c) proteção dos ouvidos contra ruídos; 20. O que é ruído segundo a NR?
d) proteção dos olhos contra iluminação ul- 21. Quais são os efeitos do ruído sobre o apa-
travioleta; relho auditivo?
e) nenhuma das alternativas anteriores está 22. Que medidas podem ser consideradas pre-
correta. ventivas para promoção a promoção da
9. Qual a Norma Regulamentadora que esta- saúde do trabalhador?
belece limites para a exposição a ruídos, ca- 23. O que são vibrações localizadas?
lor, entre outros indicadores ergonômicos?
24. de que forma pode-se definir a vasodilata-
a) NR-04; ção periférica?
b) NR-05;
25. Quais as principais doenças decorrentes do
c) NR-15; calor?
d) NR-17;

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higiene ocupacional

qqREFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNI- de São Paulo. São Paulo, 1993. 35 p. <http://
CAS - ABNT. NBR 10520: informação e docu- solutions.3m.com.br/3MContentRetrievalAPI/
mentação: citações em documentos: apresen- BlobServlet?lmd=1245426065000&locale=pt_
tação. Rio de Janeiro: ABNT, 2002. 7p. BR&assetType=MMM_Image&assetId=11806
14577310&blobAttribute=ImageFile>. Acesso
BRASIL. Ministério da Justiça. Relatório de ati-
13 fev. 2015.
vidades. Brasília, DF, 1993. 28 p.
Percepção de Trabalhadores de uma Indústria
LACAZ; Francisco Antonio de Castro; SATO,
Têxtil sobre os Riscos de seu Ambiente de Tra-
Leny. Cadernos de Saúde do Trabalhador: Con-
balho <www.unilestemg.br/enfermageminte-
dições de Trabalho e Saúde dos trabalhadores
grada/artigo/v2/Orcione_pereira_Aline_espiri-
(as) do ramo da alimentação. São Paulo: INST
to_santo_e_Janine_de_paula.pdf>. Acesso 15
– CUT, 2000. p. 16.
fev. 2015.
SÃO PAULO (Estado). Secretaria do Meio Ambien-
te. Diretrizes para a política ambiental do Estado

ooGABARITO

1. Classe 1,2 ,3 e 4. 14. Os aparelhos que devem ser usados nesta


avaliação são: termômetro de bulbo úmido
2. Surdez temporária, surdez permanente e
natural, termômetro de globo e termômetro
trauma acústico.
de mercúrio comum.
3. riscos físicos; riscos químicos; riscos bioló-
15. As medidas de prevenção individual ocor-
gicos; riscos ergonômicos e riscos de aci-
rem através da entrega de Equipamentos
dentes.
de Proteção Individual (EPI) para os traba-
4. D. lhadores, como: luvas e avental de raspa
5. C. para soldadores, máscara de proteção res-
piratória, óculos de proteção, sapatão de
6. C. segurança e outros equipamentos obriga-
7. D. tórios.

8. C. 16. As medidas de proteção coletiva são ações


coletivas que eliminam ou reduzem riscos
9. D.
para o trabalhador como a ventilação e
10. D. exaustão no local onde o trabalhador esti-
ver manuseando o produto químico, substi-
11. São três as vias de penetração dos agentes
tuição do produto por outro menos tóxico,
químicos: cutânea (pele); digestiva (boca);
diminuição do tempo de exposição ao pro-
respiratória (nariz).
duto químico, utilização de novas maneiras
12. O explosímetro é um instrumento para rápi- de realizar o trabalho, treinamento e cons-
da detecção e medição de gases ou vapores cientização do trabalhador sobre os riscos
combustíveis no ar. envolvidos em seu ambiente de trabalho.

13. O luxímetro é um aparelho que serve para 17. Os agentes nocivos são classificados em:
medir o nível de luminosidade dos ambien-
ff físicos: calor, ruídos, vibrações, frio, radia-
tes.
ções, pressão, umidade;

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higiene ocupacional

ff químicos: chumbo, poeiras, fumos, produtos 22. São algumas medidas importantes para se
químicos em geral; proteger a saúde do trabalhador:
ff biológicos: doenças infectocontagiosas, bac- ff Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC):
térias, vírus, bacilos, fungos. isolamento de equipamentos que gerem ru-
ídos;
18. é denominada área classificada a área na
qual uma atmosfera explosiva está presen- ff Equipamentos de Proteção Individual (EPI):
te ou na qual é provável sua ocorrência a protetores auriculares, protetores tipo con-
ponto de exigir precauções especiais para cha;
construção, instalação e utilização de equi- ff exames médicos periódicos;
pamentos elétricos.
ff treinamento: informar quanto ao uso correto
19. São considerados agentes de risco físico: dos EPI;
ruídos, vibrações, radiações, temperaturas
ff medidas administrativas: exigir a obrigato-
extremas, pressões anormais e umidade.
riedade do uso dos EPI, fiscalizar seu uso.
20. A Norma Regulamentadora 15 (NR-15) de- 23. Vibrações localizadas, por definição, são
fine ruído de impacto como sendo: “aquele aquelas transmitidas aos membros supe-
que apresenta picos de energia acústica de riores, pelo uso de ferramentas manuais,
duração inferior a 1 (um) segundo, a inter- portáteis ou não.
valos superiores a 1 (um) segundo”.
24. A vasodilatação periférica ocorre quando
21. Os efeitos dos ruídos sobre o aparelho au- há maior fluxo de sangue na superfície do
ditivo podem ser definidos em três formas: corpo e no aumento de temperatura da pele.
ff surdez temporária: quando o trabalhador Isso implica em aumento do calor cedido ao
fica exposto a um ruído contínuo, mesmo ambiente ou em redução do calor ganho.
que por um breve período;
25. As principais doenças devidas ao calor são:
ff surdez permanente: quando o trabalhador
ff exaustão ao calor;
fica exposto repetidas vezes, durante longo
tempo, a ruídos intensos; essa perda auditi- ff desidratação;
va é irreversível; ff cãibras do calor;
ff trauma acústico: é uma perda de audição ff choque térmico.
momentânea devida a um ruído intenso.

rrSUAS ANOTAÇÕES

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