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PROJETO FINAL 2011/1

AP 2
ESTÁGIO SUPERVISIONADO IV

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO


CURSOS DE LICENCIATURA

ROSEMEIRY DA SILVA PINTO CAVALCANTE


PÓLO: VOLTA REDONDA
CURSO: MATEMÁTICA
MATRÍCULA: 20062301493
"Trate um homem como ele é e ele permanecerá como é.
Trate um homem como ele pode e deveria ser e ele se tornará o que pode
e deveria ser."
(Johann Wolfgang von Goethe, escritor, cientista e filósofo alemão)

I - INTRODUÇÃO

Em meu primeiro nível de estágio, cujo objetivo era centrado na


observação, passei grande parte desse tempo acompanhando a orientadora
educacional e durante os intervalos, ficava na sala de professores conversando
com meus futuros e já presentes, colegas. Certa manhã, observei uma
professora falando do rendimento de seus alunos de uma turma noturna e sua
insatisfação com os mesmos, a ponto de se sentir desestimulada em dar aulas
neste turno. Seus comentários me chamaram atenção, pois seus alunos eram
descredibilizados por ela mesma. Lembro-me que não me contive em apenas
ouvir, e quando dei por mim, estava participando daquele diálogo. Expus minha
opinião e sugeri à mesma que considerasse que eles eram verdadeiros
guerreiros, esforçados em aprender, uma vez que tinham um dia de batalhas e
trabalhos que os consumiam, no entanto, estavam ali, à noite, disposto em
terem uma mudança de vida. Como educadores, devemos levar-lhes palavras
que os levem a vencer cada dia, cada desesperança, ou desejo de desistir, e
possam prosseguir nesta jornada, escrevendo uma nova história para suas
vidas; assim como a colega que também teve um longo dia de trabalho e
ausência de casa, quem sabe até distante dos filhos, entregues à alguém para
acompanhá-los como seus alunos lhe são entregues. Lembro-me como ambas
me ouviram e ao final, a orientadora a aconselhou a seguir em frente,
considerando a realidade e dificuldades de seus alunos, e para alegria de
todas, a professora falou que iria tentar olhar seus alunos sob um novo olhar, e
de que seria possível conduzí-los ao êxito!

Essa experiência levou-me a refletir sobre o poder das palavras e seus


efeitos.

A Bíblia, nosso manual de vida, é atemporal, a palavra nela contida é


tanto para os antigos, quanto para os contemporâneos e até mesmo para os
nossos herdeiros que viverão no futuro. Nela existem verdades sobre o poder
da palavra e sua ação sobre o homem, podemos encontrar citações como:

“A língua é um pequeno membro... que incendeia uma floresta” Tg 3:5

“Porque em verdade vos digo que qualquer que disser a este monte:
Ergue-te e lança-te no mar, e não duvidar em seu coração, mas crer que
se fará aquilo que diz, tudo o que disser lhe será feito.” Mc 11:23

Partindo do princípio que a palavra não é tangível, e nem é superficial,


mas é um sustento invisível com efeitos profundos que alcançam a alma ou
estima do homem, podemos afirmar que a palavra lançada para alguém o
influenciará grandemente.

“Assim como imagina em sua alma, assim o é” Pv 23:7

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II - MY FAIR LADY

George Bernard Shaw criou uma peça teatral intitulada “Pigmaleão”,


mais tarde transformada no musical "My Fair Lady", depois adaptado para o
cinema. Na peça o personagem prof. Higgins, conversando com seu amigo
coronel Pickering, diz que poderia transformar uma mera florista numa
duquesa, como aquela que vendia flores na rua, próxima a eles. Eliza, a
florista, ouve o diálogo e vai mais tarde à casa do professor, na esperança
desta transformação. Prof. Higgins, desafiado pelo cel. Pickering a cumprir o
que dissera, aceita-a como aluna e "cobaia". Eliza passa então por um árduo e
massacrante treinamento com o professor, sempre apoiada, contudo, pelo cel.
Pickering, até se transformar na lady que já era em potencial.

Após o sucesso no baile em que foi apresentada à aristocracia, Eliza,


diante da autoglorificação do Prof. Higgins que se achava o único responsável
pela vitória, diz ao cel. Pickering:

"Veja, real e verdadeiramente, tirando as coisas que todos podem


adquirir (o vestido, a maneira apropriada de falar e coisas assim), a diferença
entre uma lady e uma florista não é como ela se comporta, mas como é
tratada. Eu serei sempre uma florista para o professor Higgins, porque ele
sempre me trata como uma florista, e sempre tratará. Mas eu sei que eu posso
ser uma lady para você, porque você sempre me tratou como uma lady, e
sempre tratará".

Lúcia, desde a infância tinha a crença pessoal: "Sou tão burra, não
consigo aprender as coisas direito", apesar de ter um potencial normal de
aprendizagem. O início desta crença pode ter sido as repetidas "broncas" de
sua mãe - "Você é tão burra, não consegue aprender as coisas direito" -,
quando ela tinha alguma dificuldade normal em aprender algo.

Essas repetidas mensagens negativas, vinda de uma pessoa


afetivamente significativa para a pequena Lúcia, podem ter começado a criar
nela uma crença de que era 'burra'. Nas situações em que ficava mais ansiosa,
como numa prova escolar, essa 'mensagem' gravada no seu inconsciente
emergia na forma de pensamentos automáticos, dificultando sua concentração,
fazendo-a até esquecer coisas que havia compreendido e memorizado ao
estudar para a prova. Conseqüentemente, ia mal.

A nota baixa na prova 'confirmava', para Lúcia e sua mãe, que ela era
'burra' mesmo. Isso fortalecia sua crença. Numa próxima prova, a possibilidade
desta crença atrapalhar seu desempenho tornava-se maior, num círculo vicioso
que envolveria posteriormente mensagens negativas semelhantes de
professores e colegas de escola.

A fala de Eliza ao cel. Pickering retrata o "Efeito Pigmalião" [Pigmalião,


foi um escultor de Chipre que esculpiu uma estátua tão perfeita de mulher que
se apaixonou por ela. Pigmalião, então, suplicou à deusa Vênus para que

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insuflasse vida à estátua e foi atendido. Casou-se com a estátua tornada
mulher e foi feliz para sempre], nome concebido por Robert Merton, professor
de sociologia da Columbia University, para explicar o fenômeno da "profecia
auto-realizável": quando nos imbuímos da certeza de que algo ocorrerá
conosco ou com pessoas a quem estamos ligados, inconscientemente
dispomos as coisas para que este algo ocorra de fato.

A partir do que foi narrado acima, vale fazermos uma pergunta a nós
mesmos: Estamos contribuindo para a criação ou fortalecimento - em nossos
filhos, alunos e subordinados - de crenças positivas ou negativas sobre si
mesmos, sobre os outros e o mundo?

Como educadores temos usado nosso senso criativo para criar


paradigmas sobre nossos alunos levando-os a romper ou aprisionando suas
vidas?

O limite do homem é medido por sua perseverança. Levamos nossos


alunos a perseverarem no processo ensino-aprendizagem ou somos os
primeiros a desistirem?

III - O PROJETO

Minha proposta é fazermos uso do 'Efeito Pigmalião' na formação das


crenças pessoais de nossos alunos.

Para descobrirmos nosso empenho nessa formação, façamos os


seguintes questionamentos à nós mesmos:

- Estamos contribuindo para a criação ou fortalecimento - em nossos


filhos, alunos e subordinados - de crenças positivas ou negativas sobre
si mesmos, sobre os outros e o mundo?

- Se quisermos contribuir de forma positiva, como fazer?

O efeito Pigmalião foi assim nomeado por Robert Rosenthal e Lenore


Jacobson, destacados psicólogos americanos, que realizaram um importante
estudo sobre como as expectativas dos professores afetam o desempenho dos
alunos. Segundo os autores, professores que têm uma visão positiva dos
alunos tendem a estimular o lado bom desses alunos e estes devem obter
melhores resultados; inversamente, professores que não têm apreço por seus
alunos adotam posturas que acabam por comprometer negativamente o
desempenho dos educandos.

Todos temos consciência de que um professor por muito que o aluno


tenha maus resultados, deve sempre estimulá-lo e desafiá-lo para fazer melhor,
porque todos nós temos capacidades e às vezes só precisamos de um
“empurrãozinho” para que estas se revelem. O efeito Pigmalião interfere não só
com o nosso rendimento escolar mas também com a nossa auto-estima,
quando sabemos que os outros (neste caso os professores), acham que temos

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capacidades e apostam em nós incentivando-nos a fazer cada vez melhor, a
nossa confiança face a futuras atividades que realizemos vai aumentar e os
resultados serão cada vez mais elevados. Porém o efeito inverso não implica
que o resultado seja também negativo. Pela lógica quando um professor não
acredita em nós e não nos estimula temos tendência a desanimar, chegamos
mesmo a desistir, mas será que todos são assim? Não, eu pelo menos acho
que não. As pessoas não são todas iguais e por isso não reagem todas da
mesma maneira, por isso posso afirmar que alguns alunos quando não
acreditados pelo professor, e apesar da falta de estímulos, lutam e esforçam-se
para mostrar que o professor estava errado e que de fato têm capacidades e
valor. Logo o resultado do efeito Pigmalião não pode ser generalizado, visto
que o ser humano é diferente e tem diferentes formas de reagir perante
determinadas situações.

Pedagogicamente falando, considero que todos os professores, deviam


ter consciência do que realmente é o efeito Pigmalião e entenderem que o
sucesso dos seus alunos também passa pelas suas mãos. A estimulação é
extremamente necessária no ensino para se fazerem alunos cada vez mais
bem formados, capazes e lutadores. O sucesso não depende exclusivamente
de um só indivíduo, passa também pelo efeito das expectativas daqueles que
os rodeiam.

Não são os limites que tornam as pessoas limitadas,


mas a sua postura diante deles.

1. Metodologia do Projeto:

Ter consciência de que os alunos precisam aprender e que não podem


perder tempo, nos levam a agilizar o tempo pedagógico, em especial na sala
de aula, onde a chamada não ocupa metade do período; a classe nunca fica à
toa esperando o professor preparar a aula ou corrigir cadernos dos alunos. É
preciso ter o entendimento de que todo o período escolar é usado em prol da
aprendizagem, e assim concentrarmos esforços para que todo o tempo
disponível se transforme em tempo útil para aprender de maneiras diferentes e
interessantes, sempre em favor dos alunos.

Dessa forma, junto ao “bom dia” introdutório em sala de aula, o professor


deve trazer um pensamento ou versículo bíblico que eleve a estima e encoraje
os alunos a crerem no seu próprio potencial e desejarem conquistar o desafio
do dia. Uma mensagem que em menos de cinco minutos levará ao aluno à
uma mudança de mente conduzindo-o à vitórias inimagináveis!

Ao finalizar a aula, antes do “até a próxima” um elogio acerca do


rendimento da aula dada pode dar um grande estímulo ao aluno, bem como um
feedback da mensagem introdutória no início da aula para ser repensada,
levando-o a desejar estar presente na aula seguinte e obter novas conquistas
tornando vencedor a cada dia.

O tema do dia/semana pode ser definido pelo coordenador pedagógico e


informado à toda equipe escolar: professores, atendentes de disciplinas,

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secretários, diretores... Em reunião prévia.

O tema do dia/semana poderá ser divulgado também em reuniões de


pais, ou outra atividade extracurricular promovido pela escola.

Se cremos no poder da palavra, que então façamos uso dela para


conduzirmos nossos alunos ao êxito.

Nossas dificuldades e deficiências apontam caminhos para as nossas maiores vitórias. Na


vida não são os perfeitos que vencem, mas aqueles que superam suas maiores dificuldades.
O mundo pertence aos que tem coragem de enfrentar suas dificuldades.
Os verdadeiros vencedores se conhecem profundamente, e, ao invés de focarem seus limites
e limitações, focam suas forças e possibilidades. Os verdadeiros vencedores vencem a si
mesmo, e é justamente por isso que a vida os premia.

2. Duração do Projeto:

Ao longo de todo o ano letivo.

3. Público a ser Alcançado:

Toda a comunidade escolar, pois acredito que a aplicabilidade se


estenderá além dos limites da sala de aula, uma vez que cada indivíduo
envolvido no projeto freqüenta outros ambientes além da escola, relacionando-
se com a família, equipe de trabalho e sociedade em geral.

4. Estrutura para realização do Projeto:

A frase chave pode ser escrita no canto direito do quadro negro, sem a
necessidade de se fazer cartazes.

5. Diferencial do Projeto:

O grande diferencial do projeto é o custo zero.

6. Sustentabilidade do Projeto:

É comprovado cientificamente que um hábito se cria com a repetição de


uma atividade por 30 dias. A nova linguagem sugerida neste projeto terá
continuidade nos períodos subseqüentes.

“Pensamentos tornam-se ações, ações tornam-se hábitos,


hábitos tornam-se nosso caráter e o
caráter torna-se nosso destino”.

7. Resultados Esperados:

Que a nova linguagem seja um agente de formação de vencedores,


verdadeiros superadores, que saibam lidar com adversidades e com o
aprendizado que receberam, ajudar outros a alcançarem também o sucesso.

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Que a nova linguagem adotada deixe de ser apenas um projeto e se
torne uma cultura no estabelecimento de ensino.

IV - CONCLUSÃO

Como professores, precisamos contagiar nossos alunos, fazê-los com


que se apaixonem por aprender, constroem novas idéias, enfrentam desafios e
busquem soluções.

O reconhecimento de que “o professor é a mensagem”, e a


compreensão da forma como os professores comunicam (por palavras ou
gestos) as suas expectativas aos educandos e estes captam a mensagem e se
deixam influenciar de forma positiva.

Crenças e expectativas tornam-se, com freqüência, profecias que acabam por


se confirmar. Assim, se quisermos levar todos os nossos alunos a aprender, é
importante que tenhamos acerca deles crenças e expectativas positivas. Os
professores são uma espécie de Pigmalião: tem o poder de esculpir seus
alunos de acordo com seus desejos e expectativas.

V - AGRADECIMENTOS

- Ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de


Janeiro Campus Volta Redonda que me recebeu como estagiária nos
três últimos períodos, em especial aos tutores José Ricardo e Alini
Barbosa que me receberam, acompanharam e ensinaram através de
suas aulas, como se portar e se relacionar em sala de aula, estabelecer
limites, encorajar e estimular os alunos levando-os a crer que é possível
vencer obstáculos e celebrar a conquista, com compromisso e
profissionalismo.

- À coordenadora Márcia Spíndola por sua palavra sempre amiga e


receptiva.

- Por fim, aos tutores à distância cuja prontidão em responder nossas


questões é exemplar.

“Viva como se fosse morrer amanhã, aprenda


como se fosse viver para sempre”. Mahatma Gandhi

Bibliografia:
http://edukamedia.blogspot.com/2006/06/o-efeito-pigmaleo-na-sala-de-aula.html
http://www2.uol.com.br/vyaestelar/felicidade_saude01.htm

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http://www.udemo.org.br/RevistaPP_02_04PraticaPedagogica.htm
http://www.geopalavras.com/2010/07/o-efeito-pigmaliao.html
GRADE DE CORREÇÃO
APRESENTAÇÃO 0,0 0,5 1,0 X X
CRIATIVIDADE 0,0 0,5 1,0 X X
BASE TEÓRICA 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0
CLAREZA 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0
OBJETIVIDADE 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0
FUNCIONALIDADE 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

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