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A Liahona

Volume 38 - Núm ero 2


FE V E R E IR O /M A R Ç O DE 1985
A Liahona

Fevereiro/Março de 1985
Volume 38 - N? 2
PBMA0540PC)
São Paulo - Brasil

Publicação oficial em português de


A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos
Últimos Dias, apresentando material das
revistas ENSIGN, NEW ERA e FRIEND.

A Primeira Presidência:
Spencer W. Kimball, Marion G. Romney,
Gordon B. Hinckley.

Conselho dos Doze:


Ezra Taft Benson, Howard W. Hunter,
Thomas S. Monson, Boyd K. Packer,
Marvin J. Ashton, Bruce R. McConkie,
L. Tom Perry, David B. Haight,
James E. Faust, Neal A. Maxwell,
Russell M. Nelson, Dallin H. Oaks.

Comitê de Supervisão: M. Russell


Ballard, Loren C. Dunn, Rex D. Pinegar,
Charles Didier, George P. Lee.

Editor: 1 Mensagem da Primeira Presidência: Filhos de Deus,


M. Russell Ballard Presidente Marion G. Romney
International Magazines:
6 Pesquisa sobre o Livro de Mórmon, John L. Sorenson
Editor Gerente: Larry A. Hiller 19 Primária: Uma Força a Serviço do Bem, Dwan J. Young
Editor Associado: David Mitchell
21 “ Deus Não Nos Deu o Espírito de Temor” ,
Seção Infantil: Lois Richardson
Presidente Gordon B. Hinckley
Desenhista: Mary A. Hodson
25 Élder Russell M. Nelson: A Aplicação de Leis Divinas,
A Liahona: Marvin K. Gardner
Diretor Responsável: José Maria Carleto 30 A Águia na Garrafa, Craig J. Smith
Editor: Paulo Dias Machado
Assinaturas: Victor Hugo da C. Pires 32 Desastre de Avião, Steven R. A ffleck
Supervisor de Produção: Orlando 35 O Que Se Vê Hoje
Albuquerque
41 Vizinhas Amigáveis, Nonie Gilbert
Capa: Aquarela de 1979, por Al Rounds, de Seção Infantil:
Utah, mostrando o Templo de Kirtland,
Ohio, como seria logo após estar 1 Só para Divertir
terminado, em 1836. Neste exemplar, inicia- 3 Os Caçadores, Alma J. Yates
se um ensaio fotográfico em três partes,
sobre os locais históricos da Igreja, como
6 Crescemos, e Nos Tornamos Como Nossos Pais, Pat Graham
são atualmente. 8 Só para Divertir

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5,00; aérea, US$ 10,00. Preço de exem plar em nossa dinam arquês, espanhol, finlandês, francês, holandês, R edação e A dm inistração: Av. P ro f. Francisco M orato,
agência: CrS 750,00. inglês, italiano, jap o n ês, norueguês, sam oano, sueco e 2.430 - Telefone (011) 814-2277.
Mensagem da Prim eira Presidência

FILHOS DE DEUS
Presidente M arion G. Romney
Primeiro Conselheiro na Primeira Presidência

Esta mensagem fo i tirada de um que pensamos, ao declararmos esta da montanha, com suas dezesseis
discurso proferido em 28 de fevereiro verdade pura e simples: “ Sou um filho pedras — e pediu ao Senhor que as
de 1976. de Deus.” Sabemos que esta afirmação tocasse, para que se iluminassem. Essas
uando reflito sobre a letra do hino não significa que Deus é o Pai de pedras seriam colocadas nos barcos.
Q da Igreja, “ Sou um Filho de
Deus” , muita coisa me passa pela
nosso corpo físico, tangível, pois temos
conhecimento de que este é fruto de
O irmão de Jared tinha uma fé tão
grande, que o Senhor “ estendeu a mão
mente. nossos pais terrenos. e tocou nas pedras, uma por uma, com
Sou um filho de Deus, Assim, o que realmente queremos o dedo. E o véu foi tirado dos olhos
Por ele estou aqui. dizer, quando cantamos ou afirmamos do irmão de Jared, que viu o dedo do
Mandou-me à terra, deu-me um lar, “ Sou um filho de Deus” ? Para Senhor; e este era como o dedo de um
E pais tão bons pra mim. responder a esta questão, é preciso homem, semelhante à carne e sangue; e
primeiro compreender que o Senhor o irmão de Jared caiu perante o
Sou um filho de Deus, revelou ao Profeta Joseph Smith que Senhor, tomado de terror.
Não me desampareis. os seres humanos são almas; isto é, “ E o Senhor viu que o irmão de
Ah, hoje mesmo começai somos seres duais, e dual significa dois. Jared havia caído por terra e disse-lhe:
A ensinar-me as leis. Um objeto dual significa um objeto Levanta-te. Por que caíste?
Sou um filho de Deus, composto de duas partes. Como alma “ E (o irmão de Jared) respondeu ao
E galardão terei. humana, cada um de nós é composto Senhor: Vi o dedo do Senhor e temi
Se cumpro sua lei aqui, de duas partes, ou dois corpos — um que me ferisse; pois eu não sabia que o
Com ele viverei. corpo espiritual e outro físico. Foi o Senhor tinha carne e sangue.
Coro: próprio Senhor quem afirmou que “ o “ E o Senhor lhe disse: Em virtude
espírito e o corpo são a alma do de tua fé, viste que tomarei sobre mim
Ensinai-me, ajudai-me homem” . (D&C 88:15.) Assim, é o carne e sangue; e nunca ninguém se
A s leis de Deus guardar, nosso espírito, e não nosso corpo chegou a mim com uma fé tão grande
Para que um dia eu vá físico, que foi “ gerado” por Deus. como a tua; pois, se assim não fora,
Com ele habitar. No Livro de Mórmon, encontramos não poderias ver meu dedo. Viste algo
(Cante Comigo, B-76.) a descrição da forma e natureza de mais que isto?
Quando Naomi Randall escreveu a um espírito que ainda não recebeu o “ E ele respondeu: Não,” (e neste
letra desta bela canção, dizia a última corpo físico. Considero esse relato, no ponto, o irmão de Jared se encheu de
sentença, no original: “ Ensinai-me o Livro de Éter, uma das mais coragem), “ mostra-te a mim, Senhor.
que devo saber.” Ao lê-la, o dramáticas histórias ou verdades das “ E o Senhor lhe disse: Crerás nas
Presidente Spencer W. Kimball sugeriu escrituras. palavras que eu te disser?
a troca da palavra saber por fazer, isto Lembramo-nos de que o irmão de “ E ele respondeu: Sim, Senhor, eu
é: “ Ensinai-me o que devo fazer, para Jared e seus companheiros foram sei que falas a verdade, pois és Deus de
que um dia eu vá com ele habitar.” afastados da Torre de Babel pelo verdade e não podes mentir.
(N. do T.: a tradução literal diria isso, Senhor. Depois de guiá-los até o “ E, quando disse estas palavras, eis
ao invés de ajudai-me as leis de oceano, o Senhor ordenou-lhes que o que o Senhor se lhe mostrou e disse:
Deus guardar” .) atravessassem. Então, construíram oito Em vista de saberes estas coisas, estás
O conceito desta música, de que barcos, ficando prontos para enfrentar redimido da queda; portanto, és
“ sou um filho de Deus” , não é novo. o oceano. Os barcos, porém, eram trazido de volta a minha presença e,
Em seu famoso discurso proferido no fechados, e não haveria luz. O irmão por esta razão, mostro-me a ti.
Areópago, Paulo declarou aos de Jared, homem de fé inigualável, “ Eis que sou aquele que foi
atenienses que somos a “ geração” de suplicou ao Senhor que os ajudasse a preparado desde a fundação do mundo
Deus. (Atos 17:28.) Em nossa época, iluminar os barcos. Na verdade, o para redimir meu povo.”
numa revelação registrada na seção Senhor lhe perguntou: “ Que desejais Isto aconteceu cerca de 2200 anos
setenta e seis de Doutrina e Convênios, que eu faça?” antes de Cristo nascer de Maria, em
o Profeta Joseph Smith afirma que os E o irmão de Jared tirou dezesseis Belém. Mas o Senhor esteve lá,
“ habitantes (dos mundos) são filhos e pedras de algumas rochas, levou-as à naquela montanha, com o irmão de
filhas gerados para Deus” . (Vers. 24.) montanha — sempre me comovo ao Jared, e afirmou: “ Eis que sou Jesus
Muitas vezes tenho meditado sobre o pensar nesse homem solitário no topo Cristo... Em mim terá luz a
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Hgp
Havia um propósito para
a nossa vinda à terra, e
este propósito era sermos
provados.

humanidade, eternamente, todos viver nesta terra. Assim, nessas escrituras, aprendemos
aqueles que crerem em meu nome; e “ E havia entre eles um (um entre também a respeito das três fases de
esses se tornarão meus filhos e minhas esses espíritos) que era semelhante a nossa existência como filhos de Deus.
filhas. Deus (e esse, naturalmente, era o Abraão denomina essas três fases de
“ E nunca me mostrei a homem Salvador), e disse aos que se achavam “ estados” : Passamos pelo estado pré-
algum dos que criei, pois nunca houve com ele: Desceremos, pois há espaço -mortal, quando vivemos como filhos
um homem crente em mim como tu lá.” Eles contemplaram o espaço em espirituais de Deus; temos esta vida
és.” que esta terra se encontra, e o Senhor terrena, que é a mortalidade que ora
E aqui temos a descrição da Jesus ordenou: “ Desceremos, pois há atravessamos; e, no futuro, teremos a
aparência de um espírito: “ Vês que espaço lá, e tomaremos destes materiais reunião da alma, passando ao estado
foste criado segundo minha própria e faremos uma terra onde estes (os da imortalidade, através da
imagem?” filhos espirituais de Deus) possam ressurreição.
O Senhor estava chamando a morar; Lembremo-nos da afirmativa de
atenção desse grande profeta para o “ E (faremos uma coisa com eles:) Abraão, de que no mundo espiritual o
fato de que seu espírito — o espírito prová-los-emos com isto, para ver se Senhor prometeu: “ Aos que
não corporificado de Jesus Cristo — eles farão todas as coisas que o Senhor guardarem seu primeiro estado lhes
tinha a mesma imagem do corpo dele, seu Deus lhes mandar: será acrescido; ... e os que guardarem
o irmão de Jared: “ Vês que foste “ E aos que guardarem seu primeiro seu segundo estado terão aumento de
criado segundo minha própria imagem? estado (o estado espiritual em que se glória sobre suas cabeças para todo o
Sim, todos os homens foram criados, encontravam) lhes será acrescido; e os sempre.”
no começo, à minha própria imagem. que não guardarem seu primeiro estado
Sabemos que guardamos nosso
“ Eis que este corpo que agora vês é não terão glória no mesmo reino com
primeiro estado, pelo fato de estarmos
o corpo do meu espírito; e o homem aqueles que guardarem seu primeiro
aqui, na mortalidade, e, recebendo
foi por mim criado segundo o corpo estado; e os que guardarem seu
nosso corpo, nos foi acrescido.
do meu espírito; e assim como te segundo estado (nosso estado atual,
Sabemos também que o evangelho nos
apareço em espírito, aparecerei a meu este período mortal), terão aumento de
ensina como guardar este segundo
povo na carne.” (Éter 2:25; 3:1-16.) glória sobre suas cabeças para todo o
estado, para que, na próxima vida ou
Uma das grandes verdades contidas sempre.” (Abraão 3:22-26.)
terceiro estado, tenhamos “ aumento de
neste relato, é o esclarecimento de Por esta escritura, aprendemos que
glória sobre (nossas) cabeças para todo
quem éramos como filhos espirituais havia um propósito para nossa vinda à
o sempre” .
pré-mortais de Deus. Éramos terra, e este propósito era sermos
indivíduos, seres distintos, dotados de provados, para ver se faríamos tudo o Nenhum povo no mundo — exceto
livre-arbítrio, e tínhamos um nome, que o Senhor nos ordenasse. as pessoas que pertencem a esta Igreja
antes de virmos para a terra. Ao nascermos neste mundo como — tem o conhecimento que possuímos
Abraão, ao relatar uma sua visão, alma humana, nosso espírito — que é a respeito das grandes verdades eternas
forneceu-nos outras informações filho de Deus — entra em nosso corpo concernentes a nós próprios. Temos o
maravilhosas a respeito de nossa que é fruto de nossos pais mortais; e, privilégio de saber quem somos, de
existência como filhos de Deus. por ocasião da morte, o espírito e o onde viemos, por que estamos aqui e
“ Ora, o Senhor havia mostrado a corpo são separados. E a morte é só para onde podemos ir. E, o que é mais
mim, Abraão, as inteligências que isto, uma separação do espírito e do importante, sabemos como chegar
foram organizadas antes de existir o corpo. O corpo retorna à terra ou aonde desejamos ir. Como somos
mundo; e entre todas estas havia matéria terrena, e o espírito volta ao afortunados conhecendo a importância
muitas nobres e grandes. mundo espiritual. da nossa conduta durante a
“ E Deus viu estas almas que eram Quando somos ressuscitados, o mortalidade!
boas, e ele ficou no meio delas e disse: espírito entra novamente no corpo, e Felizmente, recebemos também
A estes farei meus governantes; porque cada um de nós volta a ser uma alma, muitas outras verdades concernentes ao
ele estava entre os que eram espíritos.” sendo que nosso corpo e nosso espírito que nos podemos tornar. Sabemos que,
Nós estávamos lá, assim como todos jamais serão separados outra vez. “ E a no princípio, o Senhor revelou o
os demais filhos espirituais de Deus, ressurreição dos mortos é a redenção evangelho a Adão e que o revelou a
nosso Pai, que foram designados a da alma.” (D&C 88:16.) cada dispensação subseqüente.
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Quando somos
ressuscitados, o espírito
entra novamente no
corpo, e cada um de nós
volta a ser uma alma.

Temos conhecimento de que Satanás “ Agora, na verdade eu vos digo que, Agora, com respeito a quem somos e
se insinuou entre a posteridade de através da redenção que se fez por vós ao que aspiramos ser, o Senhor falou
Adão, depois que este lhes falou do (ele se refere ao sacrifício expiatório de ao Profeta Joseph Smith:
evangelho que lhe fora revelado. Disse Cristo), é que se realiza a ressurreição “ Aqueles que forem do espírito
Satanás: “ Não creiam; e (em sua dos mortos... celestial, receberão o mesmo corpo que
maioria) eles não creram.” (Moisés “ E a redenção da alma se realiza fora mortal; assim recebereis os vossos
5:13.) através daquele que vivifica todas as corpos, e a vossa glória (não existe
É de nosso conhecimento que entre coisas (Jesus Cristo), em cujo seio se dúvida quanto à ressurreição; todos os
o tempo de Adão e o dilúvio, Enoque decreta que os pobres e os humildes da que receberam um corpo mortal serão
construiu uma cidade habitada por terra a herdarão. ressuscitados) será aquela pela qual os
pessoas que aprenderam e aceitaram “ Portanto, é necessário que ela (a vossos corpos são vivificados.
aquilo que sabemos. Essa gente viveu terra) seja santificada de toda “ Vós que sois vivificados por uma
de modo tal, que a cidade de Enoque iniqüidade, a fim de que seja porção da glória celeste então
foi retirada da terra enquanto as preparada para a glória celestial.” recebereis a plenitude dela.
nações apóstatas se entretinham com Este é o destino da terra. Ela foi “ E aqueles que são vivificados por
iniqüidades, guerras e derramamento feita não só para nos servir de uma porção da glória terrestre, então
de sangue. habitação durante a vida mortal, mas receberão sua plenitude.
Sabemos que Noé conhecia o também para ser a morada eterna “ E também aqueles que são
evangelho, e que outros profetas, entre daqueles que merecerem a glória vivificados por uma porção da glória
Enoque e Noé, o pregaram. É de nosso celestial. teleste, então receberão sua plenitude.”
conhecimento que o povo rejeitou o “ Pois, depois que tiver realizado o (D&C 88:14-31.)
evangelho até o Senhor mandar um propósito da sua criação (falando Como santos dos últimos dias,
dilúvio para lavar a iniqüidade da sobre a terra como habitação do sabemos que, para obter a exaltação e
terra, e dar aos espíritos que viriam homem mortal), ela será coroada com vida eterna no reino celestial, onde
depois, a oportunidade de um novo glória, sim, com a presença de Deus, o habitam nosso Pai, nosso Salvador e
começo. Pai; os justos de todas as épocas, é preciso
Sabemos a respeito de Abraão e do “ Para que os corpos que forem do que obedeçamos aos princípios e
povo justo que existiu depois dele. reino celestial a possuam para todo o ordenanças do Evangelho de Jesus
Conhecemos o ministério de Jesus sempre; pois, com esse intento foi ela Cristo. Isto requer integridade, pureza
Cristo — como nasceu no meridiano feita e criada, e com esse intento são e retidão. Exige que evitemos qualquer
dos tempos, pregou o evangelho e eles santificados. espécie de impureza, tanto em
realizou o grande sacrifício que “ E aqueles que não forem pensamento quanto em ação.
proporciona a ressurreição e os meios santificados através da lei que vos dei, Precisamos orar fervorosamente, a
para sermos purificados de nossos a lei de Cristo, hão de herdar outro fim de recebermos o auxílio do Pai
próprios pecados, desde que nos reino, o reino terrestre, ou o reino Eterno em nossa vida diária.
arrependamos e vivamos em retidão. teleste. Se estivermos realmente interessados
Conhecemos a história dos jareditas “ E aquele que não pode obedecer à no fato de que somos filhos de Deus,
e dos nefitas. lei do reino celestial (isto é, ao viveremos como um filho de Deus,
Sabemos que estamos vivendo na Evangelho de Jesus Cristo), não pode alguém que procura a posição de
última dispensação, e que o Salvador suportar a glória celestial. herdeiro de tudo o que seu Pai tem
voltará e mais uma vez varrerá da terra “ E aquele que não pode obedecer à reservado para aqueles que guardam
toda injustiça. lei do reino terrestre, não pode seu segundo estado.
Também aprendemos a respeito dos suportar a glória terrestre. Espero que adquiramos uma
três graus de glória: Três tipos de “ E aquele que não pode obedecer à compreensão melhor do que significa
almas imortais surgirão na ressurreição lei do reino teleste, não pode suportar ser um filho de Deus, de qual é nosso
— as celestiais, as terrestriais e as a glória teleste; portanto, não se acha potencial e de como precisamos viver
telestiais. digno de receber um reino de glória. na terra, a fim de conquistarmos essa
Disse o Senhor a Joseph Smith, a Por isso, deverá permanecer num reino grande bênção.
respeito da ressurreição: que não seja de glória.” Vivamos à altura do conhecimento
4 A Liahona
que temos a respeito de quem somos e
do que realmente significa ser um filho
de Deus. □

Idéias para os Mestres Familiares

Alguns Pontos que Merecem Ênfase


Talvez os queira ressaltar em sua
mensagem:
1. Nosso corpo mortal é gerado por
nossos pais terrenos, e nosso espírito é
filho de nosso Pai Celestial. “ O
espírito e o corpo são a alma do
homem.”
2. Como filhos espirituais de Deus,
no estado pré-mortal, éramos seres
individuais, dotados de livre-arbítrio e
um nome.
3. Viemos à terra para sermos postos
à prova, para ver se faríamos o que o
Senhor nos ordena.
4. Por ocasião da morte, espírito e
corpo separam-se. O corpo vai à terra
ou matéria terrena, e o espírito volta
ao mundo espiritual.
5. Quando ressuscitamos, o espírito
entra novamente no corpo, e cada um
de nós volta a ser uma alma, sendo
que o espírito e o corpo jamais serão
separados outra vez.
6. Devemos viver de maneira
adequada a um filho de Deus, a
alguém que procura tornar-se herdeiro
de tudo o que o Pai tem reservado
para nós.

Sugestões para Debate


1. Fale do que sente ou relate
experiências a respeito de ser um filho
de Deus. Peça aos membros da família
que expressem aquilo que sentem.
2. A mensagem contém passagens
das escrituras ou citações que a família
poderia ler em voz alta e debater?
3. Este debate ficaria melhor, se
conversasse com o chefe da casa antes
da visita? O líder do quorum ou bispo
tem uma mensagem concernente a este
assunto?
Fevereiro/Março de 1985
PESQUISA SOBRE O LIVRO
DE MÓRMON: 1? Parte
C om o Vem Sendo Alterada Nossa
Compreensão da A ntiga A m érica e
Suas Escrituras
John L. Sorenson

Introdução Wells Jakeman, Hugh Nibley e Sidney


Nas últimas décadas, estudos realizados B. Sperry, a comunidade sempre
por profissionais especializados em crescente de pesquisadores SUD
arqueologia, geografia, cultura e língua começou, no final da década de 1940,
americana, forneceram-nos uma a desvendar alguns desses detalhesf3>.
enorme soma de informações de Essa mudança de perspectiva — a
grande interesse para os leitores e visão de novas possibilidades — é
adeptos do Livro de Mórmon, exemplificada pela descoberta de John
informações essas que os antigos W. Welch, apenas quinze anos atrás,
estudiosos do livro talvez não tenham de que a form a literária chamada
nem mesmo imaginado existir. A quiasma, característica do Oriente
qualidade e quantidade de estudos Próximo, encontrava-se oculta no
especializados sobre o Livro de Livro de Mórmon, sem ser reconhecida
Mórmon é tão vasta e profunda hoje por seus leitores até quase cento e
em dia, que uma pessoa sozinha não quarenta anos após sua primeira
teria possibilidade de manter-se publicação, em 1830<4). Nos últimos
atualizada em todos os aspectos dessas anos, outros pesquisadores vêm
pesquisas. encontrando fatos, padrões e
Na verdade, grande parte do que as implicações insuspeitados no Livro de
gerações antigas pensavam a respeito Mórmon, que não haviam sido notados
de civilizações americanas pré- até então.
-colombianas está obsoleto. A s ciências Muitos santos dos últimos dias não
que estudam as civilizações antigas tiveram acesso aos informes sobre
passaram por profundas modificações. como as pesquisas recentes têm
Nas primeiras décadas deste século, alterado nossa compreensão do Livro
ainda se pensava na ciência como de Mórmon como documento antigo.
sendo a busca e descoberta de verdades Muitos também não têm conhecimento
permanentes e infalíveis. Hoje, os dessas novas e surpreendentes
cientistas e filósofos admitem que a descobertas que corroboram o Livro de
natureza de suas especulações requer Mórmon, e que foram possíveis graças
uma reinterpretação regular de teorias a avançados métodos científicos. Nosso
e dados.,l> O ponto de vista de Karl propósito neste e nos próximos dois
Popper, de que a ciência é “eterna artigos é fornecer alguns vividos
tentativa”/ 21 tornou-se largamente exemplos de como alguns eruditos
aceito. Por conseguinte, embora SUD passaram a encarar o Livro de
existam atualmente talvez mil vezes Mórmon à luz de novas teorias e
mais informações sobre as antigas descobertas sobre o passado. Estes
culturas da América do que havia meio artigos não pretendem expor
século atrás, os maiores conhecedores ensinamentos oficiais da Igreja mas,
do assunto hoje são muito menos baseados em minha pesquisa e estudo
dogmáticos ao descreverem o que pessoal, novas informações que, a meu
sucedeu no Novo Mundo pré-europeu. ver, merecem ser consideradas.
Também ocorreram mudanças em
algumas idéias que os santos dos A arqueologia do Livro de Mórmon
últimos dias tinham a respeito do Livro tem sido um dos maiores interesses dos
de Mórmon. Nossa fé nos princípios santos dos últimos dias. Sempre que se
salvadores ensinados pelos profetas, de anuncia uma conferência sobre o tema,
Néfi a Morôni, não se alterou; ou pelo menos uma modesta multidão se
melhor, talvez haja até crescido. Mas, faz presente. Infelizmente, alguns
ao considerar essa escritura como um autores e conferencistas não se acham
documento antigo, o estudante tão bem informados sobre o assunto
cuidadoso tem agora consciência de quanto deviam, o mesmo acontecendo
que existe muito mais do que com os críticos da Igreja que
suspeitávamos. Começando com M. ocasionalmente o comentam.
F evereiro/M arço d e 1985 7
Não se trata de uma questão de e características, nas épocas e lugares igualmente, na medida do possível, ter
intenções, crenças ou testemunho — apropriados. uma visão clara dos locais e épocas dos
mas de simples saber. A comparação Seria aconselhável que os estudiosos acontecimentos nele descritos.
do Livro de Mórmon com descobertas do Livro de Mórmon ampliassem seu
arqueológicas e matérias afins é uma conceito do livro, atualizando-se As Terras dos Nefitas e Jareditas
atividade intelectual, erudita. Sempre quanto aos fatos. Podemos ilustrar este Alguns leitores acham que o Livro de
que alguém, seja ou não santo dos ponto, citando o exemplo de B. H. Mórmon não contém informações
últimos dias, decidir dedicar-se a essa Roberts, um dos mais perspicazes suficientes para indicar sua geografia.
disciplina acadêmica, deverá fazê-lo intelectuais da Igreja de sua época. Em Na verdade, ele apresenta inúmeros
segundo as regras que a governam. vários artigos, principalmente do ano informes geográficos. Quando se
O primeiro passo indispensável é de 1922, ele tentou comparar o Livro examinam atentamente essas
determinar a natureza do Livro de de Mórmon com uma novela referências, ao lado de deduções
Mórmon e que partes dele podem ser romântica de cem anos atrás, intitulada razoáveis que delas se podem tirar, o
devidamente comparadas com View o f the Hebrews (Visão dos livro prova ser rico e muito consistente
descobertas científicas. Em seguida, é Hebreus), escrita por Ethan Smith, um em suas informações sobre o assunto.
necessário verificar o que os ministro da Nova Inglaterra. Como Seria impossível, em poucas páginas,
arqueólogos e outros estudiosos alguns críticos haviam sugerido que o apresentar uma exposição completa
realmente sabem, e quais as condições Profeta Joseph Smith baseara o Livro sobre sua geografia. Entretanto, nos
que limitam esse conhecimento. Ambos de Mórmon na referida novela, o Élder últimos quarenta anos pelo menos,
os aspectos da questão merecem Roberts examinou tanto esta obra muitos estudiosos do assunto, que
atentas considerações, para podermos quanto a literatura científica da época fizeram uma análise profunda do livro,
tirar legitimamente, até as conclusões a respeito dos antigos povos e culturas chegaram a conclusões básicas
mais simples. da América, comparando-os com o semelhantes: (1) Os eventos relatados
Um dos problemas encontrados por Livro de Mórmon. pelos escribas nefitas e jareditas,
certos autores e conferencistas SUD, é Infelizmente, o que então se evidentemente cobriram apenas um
confundirem o texto do Livro de presumia ser verdadeiro acerca da território limitado na “ terra da
Mórmon propriamente dito com sua antiga civilização americana, provou promissão” ou Novo Mundo; e (2)
interpretação tradicional. Como basear-se em informações incompletas, atualmente se conhece apenas um
exemplo, podemos citar a afirmação e em alguns casos, inexatas. Em seus local, no Hemisfério Ocidental, que
comum de que o Livro de Mórmon é estudos, por exemplo, o Élder Roberts parece qualificar-se como cenário'6'.
“ a história dos índios americanos” . aplicou a idéia geral que prevalecia na Esses pontos são muito importantes.
Esta afirmação contém um número de época, de que o Livro de Mórmon era Durante bastante tempo, pouca gente
suposições não investigadas — de que uma história de todo o Hemisfério parecia ver qualquer dificuldade em
o livro de escritura é uma história, no Ocidental. Percebe-se agora que em situar o Livro de Mórmon em toda
sentido comum — um relato ambos os aspectos (conhecimento do América do Norte e do Sul. A
sistemático e cronológico dos principais material intelectual apropriado e geografia mostrava-se tão óbvia — um
eventos passados de uma nação ou análise dos aspectos técnicos do Livro continente norte e um continente sul,
território; que “ os” índios americanos de Mórmon), algumas de suas unidos por um istmo estreito.
formam um grupo único; e que suposições sobre este livro não são Eventualmente, entretanto, tornou-se
aproximadamente cem páginas de texto corretas. difícil aceitar esse ponto de vista a
contendo matéria histórica e cultural Entre as críticas feitas ao Livro de respeito das terras do Livro de
conseguem relatar toda a história de Mórmon por arqueólogos, as duas Mórmon, à luz das novas informações.
um hemisfério. Quando se apresenta mais conhecidas (o livro de Robert Por exemplo, no início do século vinte,
esse tipo de suposição, os críticos Wauchope, falecido, e o artigo de as pesquisas haviam demonstrado que
respondem de forma semelhante, Michael Coe, cerca de uma década cerca de mil e quinhentas línguas
criticando não o texto antigo em si, atrás(5)) apresentam limitações estavam em uso no Novo Mundo por
mas as suposições a ele relacionadas. semelhantes. Esses dois eminentes ocasião da descoberta européia.(7) E
O resultado tem sido uma porção de estudiosos basearam suas reações ao novos conhecimentos a respeito da
informações sobre o Livro de Mórmon Livro de Mórmon na mesma suposição estabilidade e evolução das línguas
prejudicadas por “ evidências” inadequada de que o relato deste livro tornou impossível a suposição de que
irrelevantes, lógica sem fundamento e trata de eventos que envolvem os todas fossem derivadas do hebreu que,
conclusões conflitantes. Muitas índios americanos de todo o Novo presumivelmente, era a língua dos
comparações feitas por santos dos Mundo. Suas conclusões foram tão nefitas e lamanitas. A arqueologia
últimos dias têm se baseado em falhas quanto as de alguns santos dos também começou a revelar uma
falsidades, tanto em termos de análise últimos dias. incrível diversidade de culturas,
de escrituras quanto de fatos É evidente que, se formos comparar reforçando a idéia de que muitos
arqueológicos. Por outro lado, os o Livro de Mórmon como registro grupos viveram nas Américas.
poucos arqueólogos profissionais que antigo, com informações tiradas de Já no virar do século, alguns santos
se arriscaram a tais comparações, outras fontes, os fatos considerados começaram a examinar mais
freqüentemente se enganaram em dois deverão pertencer a épocas e locais detidamente o que o próprio Livro de
pontos: (1) foram ingênuos em relação correspondentes. Por exemplo, seria Mórmon dizia sobre o assunto.
ao Livro de Mórmon em si — o que infrutífero tentar explicar as Descobriram indicações de que o
ele diz, e o que não diz; e (2) não circunstâncias que cercaram as cenário da história jaredita e nefita
consideraram adequadamente os epístolas de Paulo, tratando seus provavelmente era mais limitado do
detalhes arqueológicos dos períodos escritos como se tivessem vindo da que se vinha supondo. Então, em 1939,
corretos e nas áreas mais prováveis da Babilônia, na época do cativeiro judeu. os Washburns publicaram uma análise
América antiga. Na verdade, somente Para traçar um paralelo entre o Livro detalhada da geografia do Livro de
nos últimos anos foram realizadas de Mórmon e o que os arqueólogos Mórmon, baseada estritamente no
pesquisas suficientes para criar um descobriram sobre seu cenário próprio texto, e demonstrando a sua
quadro confiável e plausível de eventos histórico, na antiga América, devemos consistência. Após a publicação de sua
8 A Liahona
— a Mesoamérica, nome dado pelos
pesquisadores das civilizações
americanas à porção que compreende o
México central e sul, e o norte da
América Central, onde se deu o mais
alto grau de desenvolvimento da
cultura antiga, no hemisfério. A
escritura cita, por exemplo, uma longa
tradição de registros escritos no
território nefita-jaredita. Na
Mesoamérica, são conhecidos mais de
doze sistemas de escrita, alguns dos
quais, segundo evidências correntes,
datam pelo menos do início do
primeiro milênio A .C.(9) Em nenhum
outro lugar das Américas existem
atualmente evidências confiáveis de
que, antes da chegada dos europeus,
no século dezesseis, houvesse um
genuíno sistema de escrita e uma
tradição de livros. Na Mesoamérica,
podemos identificar também quase
todos os tipos de aspectos geográficos
e culturais especificados pelo Livro de
Mórmon — a presença (e ausência) de
determinadas relações de montanhas,
Fotografia de ruínas em Monte Atban, bacias, rios, “ águas” , gargantas,
Oaxaca, México, mostrando qual pode ser subidas, descidas, “ passagens” , locais
o resultado final do trabalho arqueológico. de ruínas cujas datas coincidem com a
A construção em primeiro plano data mais escritura, e assim por diante.<10)
ou menos da época de Cristo. Como as Naturalmente, colocando as terras
aberturas de observação estão dispostas em do Livro de Mórmon dentro de uma
posição crítica em relação ao sol e à lua,
região limitada como a Mesoamérica,
dizem ter sido um observatório, mas sua
função verdadeira permanece obscura.
precisamos considerar por um novo
(Fotografia de James Christensen.) prisma as velhas perguntas que têm
interessado os leitores do livro. Por
exemplo, como as placas de Néfi se
deslocaram do campo de batalha final,
perto da “ estreita língua de terra” ,
Esta fotografia demonstra os precisos
processos de identificação usados no
para o local em que Joseph Smith as
trabalho arqueológico e mostra material encontrou, em Nova York? Sobre este
esmigalhado no chão de uma sepultura ponto, o Livro de Mórmon não dá
desmoronada, num local perto da fronteira nenhum esclarecimento. Uma
Guatemala-México. possibilidade óbvia é que o próprio
Morôni talvez haja levado os registros
para Nova York, durante seus trinta e
seis anos de perambulações, da época
O resultado finaI de materiais quebrados do extermínio dos nefitas até o
retirados p o r arqueólogos pode se um momento em que escreveu nas placas
objeto restaurado como este vaso com pela última vez. (Ver Mórmon 6:6;
efígie, de duas peças, encontrado num Morôni 1:1-4; 10:1.) Ele também
túmulo destruído, na localidade mostrada poderia tê-las colocado lá como ser
na fotografia ao lado. ressuscitado. Sabemos apenas que,
sejam quais forem os meios, em 1827
as placas estavam na “ colina de regular
porte” , perto da casa de Joseph Smith,
obra, A n Approach to the Study o f em Palmyra, Nova York, quando
Book o f Mormon Geography, analistas Morôni lhe entregou os registros
das escrituras descobriram ainda mais sagrados.
informações nas próprias passagens do Em muitos casos, quando
Livro de Mórmon, sugerindo que a percebemos a plausibilidade de uma
região abrangida pelos acontecimentos escala limitada para a geografia do
desse livro chegava, provavelmente, a Livro de Mórmon, questões sobre
apenas centenas, em lugar de milhares língua, cultura, filiações raciais e
de quilômetros de comprimento e de outros “ problemas” levantados pelos
largura.<8) críticos sobre o livro de escritura,
Baseado em minhas próprias adquirem uma perspectiva inteiramente
pesquisas, concluo, como os outros, diferente.
que apenas uma área parece qualificar- Portanto, concentrando-nos
-se em todos os aspectos fundamentais primordialmente em dados da área
Fevereiro /M a rç o d e 1985 9
mesoamericana, examinaremos o Livro
de Mórmon em relação às melhores
informações disponíveis sobre a
civilização e geografia dessa região(11).

A Natureza do Registro
Uma outra importante idéia nova sobre
o Livro de Mórmon é o fato de não ser
História no sentido habitual da
palavra, hoje. Ao invés de ser uma
narrativa do que aconteceu em
determinado território, assemelha-se ao
Velho Testamento, isto é, uma crônica
familiar escrita por profetas sob a
inspiração do Senhor. Assim, o Livro
de Mórmon é semelhante, em
importantes aspectos, a “ histórias de
família ou linhagens” . Esta classe de
documento contém informações
selecionadas sobre a origem do grupo,
por que foi escolhido por Deus,
eventos decisivos que afetaram seu
destino, regras em que basearam o
sistema de poder e seu relacionamento
com outros grupos. É típico de uma
linhagem usar esse tipo de relato
histórico para definir suas próprias
fronteiras, reforçar seu poder,
estabilizar sua estrutura social e
esclarecer, aos próprios membros,
quem são eles.
A maioria dos documentos
históricos, escritos ou orais, de
civilizações e tribos antigas, são desse
tipo(l2). Não afirmam relatar completa
ou sistematicamente tudo “ o que
aconteceu” em todo um território. Na
verdade, a linhagem ou grupo familiar
pode não ter controle exclusivo da
terra (como foi o caso de Abraão).
Muitas vezes, constituíam apenas parte
de uma sociedade, lado a lado com
grupos semelhantes, dentro ou fora de
nações formais que muitos de nós
consideramos assunto apropriado da
História.

Um dos três livros maias mais conhecidos,


o Códice Dresden.
10 A Liahona
O relato do período patriarcal no principal. Mesmo períodos que Guatemala, conta a invasão de um
Velho Testamento, por exemplo, é duravam séculos podiam ser ignorados, pequeno grupo de guerreiros de
fornecido por registros de certa sem dúvida por pouco ter neles características culturais mexicanas, que
linhagem, contando, primordialmente, acontecido que fosse considerado chegaram a dominar a região cerca de
seus principais eventos históricos e as decisivo para o destino dos seiscentos anos antes. Os maoris, da
grandes verdades que seus líderes descendentes de Néfi ou de Jared. Nova Zelândia, afirmam descender de
receberam de Deus. Mostra Abraão um pequeno grupo de pessoas
mudando-se do norte da Mesopotâmia Os Limites da Arqueologia supostamente vindo da Polinésia
para Canaã, depois Egito, e sua família Portanto, os relatos do Livro de central, em canoas. Dados vagamente
vivendo estreitamente ligada a outros Mórmon não tratam de nações no confirmatórios podem ser usados para
povos e culturas que são praticamente sentido moderno, mas se preocupam, apoiar ambas essas tradições;
ignorados no registro. Ur, Ló, de modo geral, com as linhas entretanto, a evidência é questionável,
Abimeleque, Gomorra, os “ cinco reis” governantes. As linhas de sucessão, e os estudiosos costumam travar
e Melquisedeque são mencionados porém, são quase invisíveis na discussões sobre esse tipo de questão.
apenas de passagem, embora fossem arqueologia, e isto constitui um Suponhamos, entretanto, que nos
parte essencial do cenário. Aparecem problema. Nem a famosa dinastia dos seja possível identificar uma série de
quase como que acessórios colocados hicsos do Egito, na Idade do Bronze, paralelos significativos entre o que o
num palco para facilitar o relato de nem os tão discutidos dominadores Livro de Mórmon conta a respeito da
como e por que Israel conquistou seu toltecas do México, de mil anos atrás, vida de outrora, nas terras nefitas, e o
lugar na terra prometida. podem ser mais do que teoricamente que as pesquisas correntes revelam
Tanto os documentos nefitas quanto relacionados às ruínas.(13) Se a natureza sobre os costumes da Mesoamérica.
os jareditas apresentam essas da evidência arqueológica, lingüística e Estaríamos precisamente no mesmo
características. Morôni, o último histórica de que dispomos atualmente terreno — o da possibilidade — como
escriba da linhagem de Néfi, concluiu e sobre a Mesoamérica torna difícil aqueles que tratam de questões
enterrou o registro não porque não identificar grupos específicos como históricas não pertencentes às
havia mais história acontecendo ao uma possível linhagem de Néfi, o que escrituras.
redor dele. (Ver Mórmon 8:1-9; não dizer de indivíduos? É um A possibilidade é um elo aceitável
Morôni 1:1-2.) Esses acontecimentos problema inerente a qualquer pesquisa entre o texto do Livro de Mórmon e os
simplesmente não mais faziam parte da histórica sobre civilizações antigas. Os vestígios materiais? Certamente. É a
história do seu grupo. (Naturalmente, especialistas ainda não resolveram suas mesma ligação que eminentes
havia outras razões mais importantes diferenças de opinião sobre a arqueólogos vêm fazendo há anos entre
para terminar e selar o registro. Ver identidade dos invasores israelitas que outros textos e seus contextos,
Morôni 1:4; página-título.) Torna-se cercaram Jericó na época de Josué e especialmente na grande obra realizada
aparente, assim, por que o resumo de antes.(14) Não existe nenhum nos últimos anos em relação à história
Mórmon ignora o povo de Zarahemla monumento perto do Jordão que bíblica.
ou “ mulequitas” , como os chamamos, afirme “ Israel atravessou aqui” ; e no Os arqueólogos permanecem na
embora fossem mais numerosos que os Egito não se encontra nenhuma ignorância a respeito de grande parte
nefitas. (Ver Mosiah 25:2-3.) Éter indicação da terra de Gósen. Em lugar da vida na antigüidade, simplesmente
também não deu muita atenção aos disso, somos forçados a procurar por ser muito difícil chegar a
usurpadores do poder, provavelmente padrões de costumes ou de colonização conclusões sobre credos, estruturas
de uma linhagem adversária, que que pareçam relacionar-se com algo sociais e personalidades, tendo por
aprisionaram seus antepassados, mencionado nas escrituras. base cacos de louça de barro,
alijando-os do trono; na verdade, não Entretanto, uma interpretação (como fragmentos de pedras e muralhas
são nem mesmo mencionados pelo “ o novo tipo de cerâmica observado desmoronadas. E como os arqueólogos
nome no Livro de Éter. (Ver Éter nesta camada deve representar a sempre descobrem apenas minúsculas
10:30-31; 11:17-19.) Para o povo da entrada dos hebreus” ) não emana só frações de toda a evidência deixada no
linhagem de Jared, esses nomes não dos “ fatos” . Os estudiosos levantam solo, somos continuamente
eram importantes. um caso, apresentam a proposição de surpreendidos por novas revelações.
Significativamente, o tema desses que determinado documento ou Mesmo quando o estudo de artefatos
registros da América antiga era o tradição combina com os vestígios culturais é suplementado por outras
destino das principais famílias que os materiais encontrados. Outros informações — de lingüística histórica,
mantinham. Outras pessoas eram às estudiosos talvez não estejam inscrições, antropologia biológica,
vezes mencionadas, mas somente convencidos; podem até atacar identificação botânica — não podemos
porque forneciam o cenário e veementemente a hipótese. O Popol ter certeza. Assim sendo, todas as
acessórios necessários para o drama Vuh, uma história familiar da alta interpretações de descobertas
Fevereiro/M arço de 1985 11
arqueológicas devem ser calmamente Pode esta identificação ser provada? É militarismo ter desempenhado seu
prefaciadas por um “ por enquanto” claro que não; mas, estabelecendo a papel na história da Mesoamérica.
ou “ parece” . plausibilidade, estamos simplesmente Nas décadas de 1950 e 1960, algumas
A arqueologia, portanto, tem suas seguindo os mais avançados raciocínios vozes — Armillas, Rands, Palerm(?l)
próprias limitações que forçam os da arqueologia moderna. O Professor passaram a insistir em que tal
arqueólogos a tirarem conclusões L. R. Binford insiste que, diante da concepção precisava ser revista.
razoáveis, embora um tanto incertas, “ ambigüidade dos fatos nos registros Entretanto, ninguém lhes deu ouvidos.
baseando-se nos dados limitados e arqueológicos” , o arqueólogo que se A grande mudança deu-se em 1970,
ambíguos que encontram. Michael confrontar com esta ambigüidade deve com o trabalho realizado pela
Coe, da Universidade de Yale, por “pesar prudentemente as possíveis Universidade de Tulane, em Becan, na
exemplo, tenta relacionar deuses alternativas, e depois chegar a uma Península de Iucatán. O centro do
astecas específicos, cujas características conclusão quanto à mais plausível” . local é cercado por um fosso de quase
conhecemos principalmente através de Em outras palavras, a plausibilidade dois quilômetros de circunferência,
tradições registradas pelos espanhóis no torna-se o padrão de julgamento da perto de dezesseis metros de largura. A
século dezesseis, a imagens olmecas de verdade, em termos de arqueologia."8* terra retirada havia sido empilhada,
2.500 anos antes, que ele pensa Isto é tudo o que podemos fazer. formando um parapeito do lado de
representarem deuses com Afinal de contas, a ciência, sem falar dentro do fosso. David Webster
características semelhantes às dos na história escrita pelo homem, é descreve o efeito militar desta
deuses astecas.(15) Seu colega, George “ eterna tentativa” , assegura-nos fortificação:
Kubler, baseando-se nas mesmas Popper, acrescentando: “ Apenas em “ Atirar alguma coisa por cima do
informações, discorda nossas experiências subjetivas de parapeito, estando do lado de fora, é
veementemente*16’; mas isso, também, é convicção, em nossa fé subjetiva, quase impossível. Os defensores,
uma questão de julgamento. podemos ter ‘certeza absoluta’.” (19) A possivelmente protegidos por uma f
Entrementes, mesmo quanto à antiga ciência não fornece equivalente para paliçada, podiam lançar projéteis de
Judéia, área supostamente bem essa “ fé subjetiva” ; não obstante, é longo alcance sobre inimigos que se
conhecida, as interpretações variam muito interessante ver quão plausível aproximassem, usando atiradeiras de
grandemente. O Professor William F. parece agora a história nefita, à luz das lanças e fundas. ” (22)
Albright, duas gerações atrás, febricitantes escavações dos últimos Isto parece quase uma paráfrase de
identificou o sítio de Tell Lachish cinqüenta anos. Alma 49:18-20. Mas o conquistador
como a cidade “ Laquis” , mencionada espanhol, Cortez, viu fortificações
no Velho Testamento em relação às Guerra semelhantes, ao penetrar nas florestas
invasões assíria e babilônica. Ele baseia Um dos tópicos sobre os quais as entre Tabasco, no México e Honduras,
essa identificação em um relato opiniões dos especialistas mudaram na década de 1520. Seria Becan
tradicional de Eusébio, em IV A.D., drasticamente, colocando-se mais de simplesmente um desses locais
no qual este cita localidades e acordo com o Livro de Mórmon, é o
distâncias de viagem, tornando o sítio conflito armado. Até recentemente, a
em questão um candidato plausível Mesoamérica era predominantemente
para a cidade do Velho Testamento. O concebida como habitada unicamente
Professor Ahlstrom, da Universidade por sociedades pacíficas no auge da
de Chicago, o desafiou a provar essa Era Clássica, exemplificadas pelas
identificação. David Ussishkin, da espetaculares ruínas maias e de
Universidade de Tel-Aviv, que Teotihuacan, datadas de
trabalhou durante anos no local, aproximadamente 300 a 800 A .D .(20)
admite que a identificação aceita é Supunha-se que os líderes maias
puramente circunstancial, mas, ainda passavam todo o tempo contemplando
assim, em sua opinião, “ altamente e adorando pacificamente um
provável” .<l7) complexo conjunto de deuses,
Vários pesquisadores do Livro de apreciando sua arte notável, fazendo
Mórmon acham que o grande sítio de jogos filosóficos com seus calendários,
Kaminaljuyu, parte da moderna e agindo, em todos os outros aspectos Arm as reconstituídas, um martelo de pedra
Cidade da Guatemala, poderia da vida, como “ os gregos do Novo e uma lança, do sítio de Monte Alto, sul
qualificar-se como a cidade de Néfi, Mundo” . Só após o ano 1000 A.D., se da Guatemala, quase certamente da época
mencionada no Livro de Mórmon. cogitou da possibilidade de o do Livro de Mórmon.
12 A Liahona
insignificantes, de data muito posterior Leste lhe assegurara que o arco e a
ao Livro de Mórmon? Webster flecha, mencionados em várias
demonstrou que o fosso de Becan e sua passagens do Livro de Mórmon, não
muralha foram construídos entre 150 e existiam na Mesoamérica até 900 A.D.
450 A.D., aproximadamente, período Eu, porém, pude garantir-lhe que uma
que abrangeria o tempo em que peça de cerâmica do México central
Mórmon e Morôni viveram e mostrava a figura de um homem com
lutaram.(23) tais armas. O fragmento data de
A partir daí, surgiu uma grande aproximadamente oitocentos anos
quantidade de novos dados antes da data “ reconhecida”
corroborantes. Mais de cem sítios mencionada pelo referido professor'30'.
fortificados são agora conhecidos. O A descrição de fortificações em
trabalho de Ray Matheny, em Edzna, Alma 48 até 3 Néfi 3, as freqüentes
revelou uma grande fortaleza cercada batalhas registradas nos anais jareditas
por um fosso que data, e nefitas, a proporção de vítimas,
aproximadamente, da época de muitas das táticas e armas empregadas,
Cristo<24). Loma Torremote, no Vale o modelo de organização dos exércitos,
do México, era um povoado que ficava e outras informações sobre esse tópico
no alto de uma colina, rodeado por reveladas no Livro de Mórmon,
uma paliçada, mais ou menos em 400 parecem agora perfeitamente
A .C.<25) Parte dos três quilômetros de plausíveis, em vista de nossos
muralhas defensivas no famoso Monte conhecimentos mais recentes sobre a
Alban, data de antes de 200 A .C.(26) O Mesoamérica.
núcleo de Los Naranjos, na parte
ocidental de Honduras, era totalmente População
circundado por uma grande vala, em Em 1560, o Padre Bartolomeo de Las
alguma época entre 1000 e 500 A .C.(27) Casas calculou que quarenta milhões
Além dos locais propriamente ditos, de nativos americanos haviam perecido
foram encontrados vestígios de artes “ injustamente e devido à tirania” na
gráficas, restos de armas e estatuetas Nova Espanha, no espaço de duas
de guerreiros, de diversos períodos, gerações após a descoberta de
assim como muralhas de pedra. Colombo(3l). Na década de 1930, o
(Comparar com Alma 48:8.)(28) E a antropólogo A. L. Kroeber estimou a
armação com crânios (Tzompantli população total do hemisfério por
asteca), usada na época da Conquista ocasião da chegada dos europeus em
pelos astecas, para amedrontar os apenas oito milhões e quatrocentos
possíveis rebeldes contra seu controle mil.(32) Esses extremos ilustram as
militar, foi agora encontrada no Vale dificuldades de se determinar o número
Cuicatlan, de Oaxaca, datando de da população pré-européia. E
antes da época de Cristo(29). freqüente o cálculo do número de
Torna-se cada vez mais patente que habitantes refletir a época de seus
as práticas de guerra, em uso quando autores. Os números de Kroeber não
os europeus chegaram, remontam aos puderam deixar de ser afetados pelo
primórdios da história da pessimismo da Grande Depressão que
Mesoamérica. Entretanto, até dez anos perturbou historiadores, antropólogos
atrás, a maioria das descrições da vida e outros eruditos. Por outro lado, a
primitiva na área contradizia estimativa de Henry Dobyns, no
frontalmente este ponto de vista. próspero ano de 1966, o levou a
O efeito intimidatório de opiniões concluir que noventa milhões de
obsoletas fez-se sentir num fato nativos habitavam as Américas por
recente. Um de meus ex-alunos volta do ano de 1500 — mais de
escreveu-me muito preocupado, porque quarenta milhões deles no México e
seu professor em uma universidade do América Central.<33)
Fevereiro /M arço de 1985 13
Os estudos sobre número de problemas especiais do Livro de atividades metalúrgicas do que a
habitantes, naturalmente, não são Mórmon, pontos específicos demonstrada até aqui pelo pequeno
baseados em especulações ou fantasias mencionados no texto e que não número de peças encontradas. Sabemos
interpretativas. À medida que são encontravam paralelo na antiga que os peruanos usavam técnicas
examinadas mais atentamente as fontes América. Entretanto, tanto críticos simples de trabalho em metal, logo
históricas e arqueológicas, e que os como apologistas desse assunto depois de 2000 A .C .(37) Uma vez que se
especialistas corrigem uns aos outros demonstraram um conhecimento aceita, em geral, que havia contato
através de críticas mútuas, começa a inadequado das afirmações entre o Peru e a Mesoamérica, seria
emergir uma melhor compreensão dos escriturísticas e dos materiais culturais surpreendente que uma característica
números reais. Em sua obra de 1976, comparativos relacionados ao tempo e cultural tão valiosa quanto os metais,
The Native Population o f the Américas lugar certos. não fosse transmitida do primeiro para
in 1492, William Deneva pesou todos Durante muitos anos, os especialistas o último.(38) Mesmo sem considerar a
os argumentos. Sua estimativa de em Mesoamérica sustentavam que a possibilidade de uma introdução
cinqüenta e sete milhões para o metalurgia era desconhecida na área transoceânica da metalurgia, o
hemisfério, parece razoavelmente até depois do fim da Era Clássica, por conhecimento peruano sugere que a
segura. Ele conclui que o México e a volta de 900 A.D. O Livro de arqueologia ortodoxa errou neste
América Central tinham cerca de vinte Mórmon, por outro lado, indica que os ponto, e que, de fato, os povos da
e sete milhões.<34) Também, segundo nefitas usavam ferro, cobre, latão, aço, Mesoamérica tinham mais
Fernando de Alva Ixtlilxochitl, que ouro e prata quase desde o início de conhecimento dessa tecnologia do que
usou documentos nativos como fontes sua história (2 Néfi 5:15), e os jareditas pareceu até agora.
para a história do México central pós- conheciam o ouro, a prata e outros Estudos lingüísticos apóiam a idéia
-conquista, os “ toltecas” do século dez metais, mais de mil anos antes. do uso de metais na Mesoamérica
empenhavam-se em guerras com forças Entretanto, novos dados e novas antiga. Há muitos anos, os lingüistas
de milhões, sofrendo mais de cinco interpretações, mais uma vez colocam vêm trabalhando na comparação de
milhões e meio de baixas.<35) Mesmo o Livro de Mórmon em uma luz mais línguas sobreviventes relacionadas, com
descontando possíveis exageros, tais favorável. o fim de reconstruir as línguas-mãe ou
cifras não estão fora do limite do Quase todos os artefatos de metal protolínguas. Os professores Longacre
razoável, como também não as mesoamericanos pertencem aos séculos e Millon reconstruíram parte do
duzentas e trinta mil mortes de que precedem imediatamente a protomisteca, falado no estado de
guerreiros atribuídas aos nefitas Conquista Espanhola. Mesmo então, Oaxaca, México, e áreas adjacentes.
seiscentos anos antes. (Ver Mórmon não havia um suprimento abundante Segundo as informações de que
6:10-15.) de metal na área; assim, provavelmente dispõem, uma pàlavra para metal (ou
As cifras referentes à população da os objetos antigos eram reutilizados ou pelo menos, sino de metal) parece ter
Mesoamérica, oferecidas pelos derretidos e refundidos. Naturalmente, estado em uso por volta de 1000
demógrafos décadas atrás, não podiam objetos de tal valor apenas raramente A .C.(39) O estudo realizado por
ser reconciliadas com as afirmações do seriam deixados em lugares onde os Kayfman das línguas tzeltal-tzotzil,
Livro de Mórmon de que milhões de arqueólogos poderiam descobri-los. Os mostra que na área maia, outra palavra
pessoas haviam sido destruídas nas poucos objetos de metal encontrados para metal remonta a
derradeiras guerras jareditas e nefitas. são em geral pequenos, ou foram aproximadamente 500 A.D.; mas a
Agora, a análise dos dados sobre as propositadamente depositados como mesma raiz também é encontrada em
terras ocupadas, a ecologia, o tamanho ofertas em túmulos ou locais sagrados. huasteca, língua maia que se supõe ter-
das comunidades, as baixas de guerra e A descoberta de cerca de uma -se separado do grupo principal por
outros fatores relacionados à dúzia de peças de metal datando de volta de 2000 A .C.(40) Nesse meio
população, no texto do Livro de antes de 900 A.D. e remontando a 100 tempo, Campbell e Kaufman, num
Mórmon, demonstram consistência e A.C. nos assegura que aqueles povos estudo influente sobre a proto-mixe-
realismo significativos nas mudanças conheciam a metalurgia. Sem dúvida -zoqueana, demonstram um tanto
demográficas relatadas. Ao mesmo alguma, contudo, os objetos de metal conclusivamente, que esta era a língua
tempo, os números absolutos eram relativamente raros e um tanto principal da civilização olmeca. Esta
registrados no livro são da mesma valiosos em todas as épocas. Patterson tinha, também, uma palavra para
ordem das cifras consideradas supõe que a comparativa raridade do metal, que na opinião dos autores não
aceitáveis pelas atuais pesquisas sobre a metal nas épocas pré-colombianas surgiu em época posterior a 1500
Mesoamérica. tinha relação com a limitada tecnologia A .C.<41) Assim, os lingüistas históricos
que tornava difícil a mineração.(36) mostram agora que os metais parecem
Emprego do Metal Não obstante, é intrigante não ter sido conhecidos, e presumivelmente
Os críticos consideravam como termos encontrado mais evidências de usados, nas três mais importantes
14 A Liahona
famílias de línguas da antiga
Mesoamérica, bem antes de 1000 A.C.
Podemos ter confiança de que, no
futuro, os arqueólogos provavelmente
descobrirão mais peças de metal,
embora talvez raras, para preencher as
lacunas atuais.
Entre os metais mencionados no
Livro de Mórmon, está o ziff. (Ver
Mosiah 11:8.) Vários derivados hebreus
deste termo são razoavelmente
possíveis, seja com o sentido de
“ brilhante” ou “ laminado” . Em
termos de substâncias da Mesoamérica,
talvez tumbaga seja a possibilidade
mais lógica.(42) Esta liga de cobre e
ouro era comumente produzida na
Colômbia e América Central, mas
também foi encontrada num sítio
maia.(43) Outra possibilidade é a liga
singular de cobre-estanho, descoberta
por Rubin de la Borbolla, Caley e
Easby, na parte ocidental do
México.(44> Ou o estanho, sozinho,
poderia ter sido o ziff. Os cientistas da
metalurgia moderna tendem a acreditar
que todas as ligas já sejam conhecidas,
e que nada de novo, como o ziff,
ainda poderá ser identificado.
Um caso paralelo nos ajuda a
perceber que ainda existem problemas
de análise física e de classificação a
serem resolvidos. Fontes da Rússia
medieval mencionam um metal,
kharsini, que somente nos últimos
tempos foi identificado tentativamente
pela leitura cuidadosa dos documentos,
como uma substância nativa composta
de arsênico e antimônio; os entendidos
achavam, anteriormente, que kharsini
devia ser latão.(45) Como no caso
paralelo, Caley e Easby criticaram os
arqueólogos da Mesoamérica por sua
“ recusa teimosa em aceitar os fatos”
sobre a mineração, fundição e uso do
estanho nos tempos pré-colombianos.
Os arqueólogos, em geral, vinham
negando a própria presença desse metal
nos dias pré-hispânicos.<46)
Entretanto, Craddock corrigira outro
erro sobre metal antigo no
Representação de um trecho de Mediterrâneo, usando novas análises
fortificações e trincheiras, baseada em para demonstrar que o latão, a liga de
descobertas feitas em Becan, Campeche, cobre-zinco, era realmente usada pelos
México. gregos e etruscos por volta da época de
F evereiro/M arço d e 1985 15
Léhi. O zinco metálico talvez também aprender que, embora um documento 5. Robert Wauchope, Lost Tribes
tenha sido usado.(47) A história padrão dos tempos antigos possa conter and Sunken Continents (Chicago:
que prevaleceu durante anos, era que o material religioso desconhecido, ainda University of Chicago Press, 1962).
uso do zinco e suas ligas surgira na assim pode oferecer novos horizontes Michael D. Coe, “ Mormons and
Europa só a partir de 1700. Essa teoria sobre os vestígios materiais que lhes Archaeology: An Outside View” ,
tornava as “ placas de latão” um tanto interessam. E contraproducente Dialogue 8 (1973), pp. 40-48.
problemáticas; agora, porém, é ignorarem os santos ou os arqueólogos 6. Apesar de algumas discordâncias a
perfeitamente possível que fossem de o trabalho uns dos outros. Uma respeito de detalhes, os autores a seguir
latão, exatamente como informa o atitude conscienciosa de ambas as estão entre aqueles que chegaram a
Livro de Mórmon. partes, é o melhor caminho. □ conclusões semelhantes a estas, em
O importante nisto tudo, é o que ordem cronológica: J. A. e J. N.
aprendemos a respeito de (Continua.) .Washburn, A n Approach to the Study
“ conhecimento” . Neste instante, não o f Book o f Mormon Ceography
sabemos o que é o z if f Por mais NOTAS (Provo: New Era Publishing, 1939); M.
completas que os metalurgistas e 1. Thomas Kuhn, The Structure o f Wells Jakeman, em aulas na BYU e
arqueólogos considerem suas Scientific Revolutions (Chicago: conferências públicas, pelo menos de
informações, podemos ter certeza de University of Chicago Press, 1962). 1946 em diante; Thomas Stuart
que nova luz será lançada, através de 2. Karl R. Popper, The Logic o f Ferguson, Cumorah— Where?
novos estudos — sobre a composição Scientific Discovery (New York: Basic (Independence, Missouri, 1947); Milton
química das amostras já conseguidas, Books, 1959), p. 280. “ O velho ideal R. Hunter e Thomas Stuart Ferguson,
de descobertas que certamente serão científico do epistema — de certeza Ancient America and the Book o f
feitas no futuro, de terminologia de absoluta, conhecimento demonstrável Mormon (Oakland, Califórnia: Kolob
metais e assim por diante. — provou ser uma utopia. A exigência Book Co., 1950): Ross T. Christensen,
Gostaríamos, por exemplo, de que se de objetividade científica torna “ The Present Status of Book of
fizesse um estudo mais cuidadoso do inevitável que toda declaração Mormon Archaeology; Parte 2,
conteúdo de um vaso de cerâmica científica seja uma eterna tentativa. Ela Millenial Star (out. de 1952), p. 234 e
desenterrado em Teotihuacan, México, poderá ser corroborada, mas toda seguintes; John L. Sorenson, “ Where
há vários anos, pelo arqueólogo sueco corroboração se relaciona a outras in the World? Views on Book of
Sigvald Linne, e que data de afirmações que, uma vez mais, são Mormon Geography” , trabalho sobre
aproximadamente 300-400 A.D., o tentativas. Apenas em nossas o Livro de Mórmon divulgado
qual contém certa massa de “ aparência experiências subjetivas de convicção, particularmente (Book of Mormon
metálica” em cuja composição entram em nossa fé subjetiva, podemos ter Working Paper) n. 8, 1955; V. Garth
cobre e ferro.(48) Ao mesmo tempo, os ‘certeza absoluta’.” (Grifado no Norman, “ Book of Mormon
santos dos últimos dias interessados original.) Geography Study on the Narrow Neck
deveriam examinar atentamente o texto 3. M. Wells Jakeman, “ The Ancient of Land Region” , trabalho sobre
do Livro de Mórmon, para analisar e Middle-American Calendar System: Its Geografia do Livro de Mórmon,
correlacionar todas as referências e Origin and Development” , Brigham divulgado particularmente, (Book of
implicações sobre metais. Só então se Young University (BYU) Publications Mormon Geography Working Paper)
poderá fazer uma comparação In Archaeology and Early History, n? n. 1, 1966; Sidney B. Sperry, Book o f
adequada. Entretanto, o “ problema” 1, 1947; Hugh Nibley, “ The Book of Mormon Compendium (Salt Lake City:
da utilização de metal, encontrado no Mormon as a Mirror of the East” , Bookcraft, 1968), pp. 447-451; Hugh
Livro de Mórmon, já parece ter Improvement Era 51 (1948), pp. 202- Nibley, “ The Book of Mormon and
avançado um grande passo no caminho -04, 249-51; Sidney B. Sperry, Our the Ruins” , Foundation for Ancient
de sua solução. Book o f Mormon (Salt Lake City: Research and Mormon Studies, Nibley
Num sentido mais amplo, a Stevens and Wallis, 1947).
pesquisa, como processo contínuo e 4. John W. Welch, “ A Study
aberto, é a tese deste artigo. Não seria Relating Chiasmus in the Book of
sensato, os leitores SUD, ou os Mormon to Chiasmus in the Old
arqueólogos profissionais e seus Testament, Ugaritic Epics, Homer and
associados simplesmente não fazerem Selected Greek and Latin Authors” ,
nada. O leitor SUD que deseja ir além Master’s Thesis, Brigham Young
de uma consideração superficial das University, 1970; John W. Welch,
“ evidências” , precisa aprimorar sua editor, Chiasmus in Antiquity
capacidade de examinar um texto (Hildesheim: Gerstenberg Verlag, Fotografia de objeto de ouro do Cenote do
antigo. Os arqueólogos deveriam 1981). Sacrifício, Chichen Itza.
16 A L iah on a
Archive Reprint BMA-BM (1980), p. 2; concentraram principalmente na área
David A. Palmer, In Search o f geral da cidade de Desolação, que
Cumorah: New Evidences fo r the Book ficava na terra de Desolação, “ nas
o f Mormon from Ancient Mexico proximidades da estreita passagem que
(Bountiful, Utah: Horizon Publishers, dava caminho para a terra do sul”
1981). (Mórmon 3:5, 7). (4) E portanto,
7. Por exemplo, Norman A. segundo este raciocínio, Cumora, o
McQuown, “ Indigenous Languajes of campo da batalha final dos nefitas e
Native America” , American lamanitas, ficava perto da estreita
Anthropologist 57 (1955), pp. 501-70. nesga de terra.
8. As escrituras que estabelecem um 12. I. M. Lewis, “ Force and Fission
possível âmbito limitado para as terras in Northern Somali Lineage
dos nefitas (e jareditas) foram Structure” , American Anthropologist
debatidas por muitos estudiosos. 63 (1961), p. 109; F. Barth,
Encontramos um exemplo nos últimos “ Segmentary Opposition and the
escritos de Sidney B. Sperry, há muito Theory of Games: A Study of Pathan
tempo professor de escrituras na Organization” , Journal o f the Royal
Universidade Brigham Young, que com Anthropological Institute 89 (1959), p.
freqüência debateu as implicações de 7; W. F. Albright, Yahweh and the
escrituras como Ômni 1:20-21; Mosiah Gods o f Canaan: A Historical Analysis
8:7-12 com Alma 22:30-32; Mórmon 1- o f Two Contrasting Faiths (London:
-5; Éter 9:3; e Éter 14 e 15. Ver University of London/The Athlone
também J. Nile Washburn, Book o f Press, 1968), p. 82; Nigel Davies, “ The
Mormon Lands and Times (Salt Lake Aztec Concept of History: Tula and
City: Horizon Publishers, 1974), pp. Teotihuacan” , trabalho apresentado no
205-17, 283-87; e Ferguson, 1947, e 44? International Congress of
Palmer, 1981, citados na nota de Americanists, Manchester, 1982.
rodapé 6. 13. William F. Albright, The
9. Michael D. Coe, “ Early Steps in Archaeology o f Palestine
the Evolution of Maya Writing” , em (Harmondsworth: Penguin Books,
H. B. Nicholson, editor, Origins o f 1949), pp. 85-87; Richard A. Diehl,
Religious A rt and Iconography in “ Tula” , em J. A. Sabloff, editor,
Preclassic Mesoamerica (Los Angeles: Supplement to the Handbook o f
UCLA Latin American Center and Middle American Indians, Vol. 1,
Ethnic Arts Council of Los Angeles, Archaeology (Austin: University of
Califórnia 1976), pp. 110-11. Texas Press, 1981), p. 291.
10. Além das fontes citadas nas 14. Kathleen M. Kenyon, The Bible
notas 6 e 8, ver John L. Sorenson, A n and Recent Archaeology (Atlanta,
Ancient American Setting fo r the Book Geórgia: John Knox Press, 1978), pp.
o f Mormon (Provo: Foundation for 33-43.
Ancient Research and Mormon 15. Michael D. Coe, Mexico, 2?
Studies, no prelo). edição (New York: Praeger, 1977), p.
11. Consideremos este raciocínio: (1) 86 .
O Cumora dos nefitas e o Ramá dos 16. George Kubler, “ The
jareditas eram a mesma colina (Éter Iconography of the Art of
15:11). (2) Essa área, coberta de ossos Teotihuacan” , Dumbarton Oaks
(Ômni 1:22; Mosiah 8:8; e 21:26-27 Studies in Pre-Columbian A rt and
etc.) e também uma “ terra dotada de Archaeology, n? 4 (Washington, D.C.,
muitas águas, rios e fontes” (Mórmon 1967), pp. 11-12.
6:4; Éter 15:8), ficava no país da 17. A disputa a respeito da
Desolação, que fazia fronteira com a identificação foi resumida em uma
terra de Abundância, na estreita nesga conferência por Ussishkin, na
de terra (Alma 22:29-32). (3) Em Universidade Brigham Young, em
Mórmon, capítulos de 3 a 6, fica claro fevereiro de 19,82.
aue as batalhas finais dos nefitas se 18. Lewis R. Binford, “ Reply” ,
F evereiro /M a rço d e 1985 17
Current Anthropology 24 (junho de Development in the Area o f the Universidad Nacional Autonoma de
1983), p. 373; ênfase no original. Tehuacan Valley: Some Results o f the Mexico, Centro de Estúdios May as,
19. Ver nota 2. Paio Blanco Project, University of Cuadernos 5 (1972), p. 118; Marcelo
20. David L. Webster, Defensive Michigan, Museum of Anthropology Alejandre, Cartilla Huasteca con su
Earthworks at Becan, Campeche, Technical Reports, no. 11 (Research Gramatica, Diccionario y Varias Regias
México: Implications for Maya Reports in Archaeology, Contribution para Aprender el Idioma, Secretaria de
Warfare, (Tulane University, Middle 6), 1979, p. 211. Fomento, Mexico, 1899, pp. 84, 88; H.
American Research Institute, 30. Florencia Muller, “ Instrumental de Charency, “ Les Noms de Metaux
Publication 41, 1976), p. 108. y Armas” , em Sociedad Mexicana de chez Differents Peuples de La Nouvelle
21. Angel Palerm, “ Notas sobre las Antropologia, Teotihuacan: Onceava Espagne” , Congres Internacional des
Construcciones Militares y la Guerra en Mesa Redonda (Mexico, 1966), p. 231. Americanistes, Compte-Rendy, Paris
Mesoamerica” , Anales dei Instituto 31. Henry F. Dobyns, “ Estimating 1890, Paris, 1892, pp. 539-41.
Nacional de Antropologia e Historia Aboriginal American Population: An 41. Lyle Campbell e T. Kaufman,
(México), 7 (1956), pp. 123-34; Pedro Appraisal of Techniques with a New “ A Linguistic Look at the Olmecs” ,
Armillas, “ Mesoamerican Hemispheric Estimate” , Current American Antiquity 41 (1976), pp. 80-
Fortifications” , Antiquity 25 (1951), Anthropology 7 (1966), p. 396. -89.
pp. 77-86; Robert L. Rands, Some 32. Ibid., p. 396. 42. Read H. Putnam, “ Were the
Evidences of Warfare in Classic Maya 33. Ibid., p. 416. Plates of Mormon of Tumbaga?”
Art, tese de doutoramento, Columbia 34. William M. Denevan, editor, The Papers, 15th Annual Symposium on
University, New York, 1952 (University Native Population o f the Américas in the Archaeology o f the Scriptures
Microfilms Doctoral Dissertation Series 1492 (Madison: University of (Provo, Utah: BYU Extension
n? 4233, 1952). Wisconsin Press, 1976), pp. 289-92. Publications, 1964), pp. 101-90.
22. Webster, p. 96. 35. Milton R. Hunter e Thomas S. Atualmente disponível na Foundation
23. Ibid., p. 87. Ferguson, Ancient America and the for Ancient Research and Mormon
24. Ray T. Matheny, Deanne L. Book o f Mormon (Oakland, Studies (FARMS) Reprint PUT-64
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Hauck, Investigations at Edzna, 385. Esta é a única fonte em inglês. Provo, UT 84602, USA).
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The Hydraulic System (Brigham Young Copper, Silver, and Gold Accessible to “ Tumbaga Object from the Early
University, New World Archaeological Early Metallurgists” , American Classic Period, Found at Altún Ha,
Foundation, Paper 46, 1983), pp. 169- Antiquity 36 (1971), p. 331. British Honduras (Belize)” , Science
-91. 37. J. W. Grossman, “ An Ancient 168 (3 de abril de 1970), pp. 116-18.
25. “ Current Research” , American Gold Worker’s Tool Kit: The Earliest 44. R. R. Caley e D. T. Easby, Jr.,
Antiquity 45 (1980), p. 622. Metal Technology in Peru” , “ New Evidence of Tin Smelting and
26. Richard E. Blanton e Stephen A. Archaeology 25 (1972), pp. 270-75; A. the Use of Metallic Tin in Pre-
Kowalewski, “ Monte Alban and after C. Paulsen, “ Prehistoric Trade -Conquest Mexico” , 35 Congreso
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100. 38. Charles Kelley e Carroll L. Riley, Kharsini in Medieval Written
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Becquelin, Etudes Mesoamericaines, Nuclear America, Southern Illinois Azerbaidzhanskoi SSR 37, n? 4(1981),
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28. Palerm, p. 129; Webster, p. 98. “ Proto-Mixtecan and Proto-Amuzgo- 47. P. T. Craddock, “ Europe’s
29. Charles S. Spencer e Elsa M. -Mixtecan Vocabularies: A Preliminary Earliest Brass” , M ASCA Journal 1
Redmond, “ Formative and Classic Cultural Analysis” , Anthropological (December 1978), pp. 4-5.
Developments in the Cuicatlan Linguistics 3 (1961), p. 22. 48. Sigvald Linne, Mexican Highland
Canada: A Preliminary Report” , em 40. Terence Kaufman, “ El Proto- Cultures, Ethnographical Museum of
Robert D. Drennan, editor, Prehistoric -Tzeltal-Tzotzil: Fonologia Comparada Sweden, Stockholm, Publication 7,
Social, Political, and Economical y Diccionario Reconstruído” , 1942, p. 142.
18 A L iah on a
PRIMÁRIA: UMA
FORÇA A
SERVIÇO DO BEM
Dwan J. Young
Presidente Geral da Primária

Irmã Dwan J. Young, presidente geral da


Primária.

s crianças da Primária são uma chamado para que todas as líderes e


A das mais poderosas influências a
serviço do bem, no mundo de hoje.
professores busquem um
relacionamento mais próximo ao Pai
Podemos aprender muito com elas, Celestial. É necessário que as crianças
pois compartilham o evangelho com percebam sua influência em nossa vida,
seus amigos não-membros, ajudam a para que tenham o desejo de seguir o
ativar pessoas inativas e se fortalecem nosso exemplo. Queremos ensinar as
mutuamente. O tema da Primária: “ E crianças de forma tal, que saibam que
todos os teus filhos serão discípulos do são filhas do Pai Celestial, que ele as
Senhor” , coloca em foco a ama e que, não importa o que lhes
responsabilidade que todos temos de aconteça na vida, continuam sendo
ensinar as crianças, para que elas, por dele e ele cuidando delas.
sua vez, tenham condições de ensinar Sabemos que, quando as crianças
outras pessoas. começam a sentir o evangelho, gostam
Essa responsabilidade foi aceita pelas de repartir com os outros seu
professoras e líderes da Primária em conhecimento. Temos notícias de
toda a Igreja, juntamente com o crianças que falaram aos pais e amigos
desafio do novo ano: “ Buscai ao não-membros ou inativos sobre aulas
Senhor” . que tiveram na Primária, trazendo-os
A cada ano lançamos um desafio de volta à vida ativa na Igreja.
especial para todos os que trabalham Em Quillabamba, Peru, por
na Primária. O desafio deste ano é um exemplo, um garoto deu um bom
F evereiro/M arço d e 1985 19
exemplo ao ministro de outra Igreja. por exemplo, preparado para meninos pais, bispos, professores e lideres da
Todas as vezes que esse ministro via o e meninas de dez e onze anos, tem por Primária.
menininho SUD, ele estava lendo o finalidade o autodesenvolvimento. Encontrei, no Taiti, uma dessas
Livro de Mórmon. Quando lhe Incentiva-os a viverem os princípios do heroínas, Mary Tua, presidente da
perguntou por que o livro era tão evangelho, escolhendo uma experiência Primária da Ala Pamatai, da Estaca
fascinante, o garoto lhe disse que em cada uma das quatro categorias, ou Papeete. Ao descobrir que havia
contava a história dos antigos seja, pessoal, familiar, da Igreja e duzentos nomes nas listas de chamada
habitantes da América do Sul, e que o comunitária. Algumas experiências da Primária, embora apenas cinqüenta
ministro deveria lê-la. Esse convite incluem desenvolver um talento, que crianças freqüentassem as reuniões, a
levou às palestras dos missionários e ao deverá ser compartilhado com outras irmã Tua sentiu que precisava esforçar-
batismo. pessoas, descobrir como ser um amigo -se para reativar o maior número
A reunião sacramental da Primária, melhor, preencher um gráfico pessoal possível de crianças. Examinou todos
este ano, salienta que devemos de genealogia ou fazer seu diário, ler as os nomes junto com o secretário da
incentivar as crianças a lerem as escrituras todos os dias pelo menos ala, e depois visitou as crianças que
escrituras, a orarem e a serem durante um mês, e planejar e executar ainda moravam dentro dos limites da
obedientes aos mandamentos do Pai um projeto de serviço individual, ala, convidando-as a freqüentarem a
Celestial. Compartilharemos familiar ou de classe. Quando quatro Primária, com o consentimento dos
experiências especiais em que as experiências são terminadas, os pais. Dentro de cinco meses, cem
crianças “ buscaram ao Senhor” . Uma participantes recebem um prêmio em crianças compareciam às reuniões
nova canção, “ Buscai ao Senhor” , reconhecimento de sua realização. semanalmente, e oito crianças com
será cantada pelas crianças, para Todas as crianças da Primária mais de oito anos foram batizadas.
lembrar-lhes a necessidade de buscarem podem colocar o evangelho em ação Quando visitei Papeete, as classes
ao Senhor enquanto são jovens. A durante os dias de atividades estavam repletas de crianças que
história de como o jovem Joseph trimestrais, os quais proporcionam ouviam atentamente as aulas bem
Smith buscou ao Senhor será contada, divertimentos saudáveis às crianças da preparadas por professoras amorosas e
e as crianças prestarão testemunho ao Primária de todas as idades. Estamos cheias de motivação. Naquele dia, a
cantar: “ Que Deus Vive Eu Sei” , entusiasmadas com esse programa de Irmã Tua estava particularmente feliz,
(Cante Comigo, B-39). atividades quatro vezes por ano, porque mais três de “ suas” crianças
Outras canções do “ Cante Comigo” porque não-membros da Igreja e haviam comparecido. Ela as encontrara
serão incluídas na apresentação das crianças que normalmente não em um supermercado e conseguira
crianças na reunião sacramental: freqüentam a Primária aos domingos, permissão da mãe para que fossem à
“ Graças Te Damos, Ô Senhor” , podem ser facilmente nelas incluídos. Primária. O espírito de entusiasmo
“ Obediência” , “ Gosto de Ler sobre Em Caracas, Venezuela, foi feito um gerado pelas crianças parecia afetar
Jesus” , “ Se de Coração Me Buscares” programa, nos dias de atividades, em todos na ala.
e “ Histórias do Livro de Mórmon” . que cento e cinqüenta crianças Uma das grandes alegrias que tenho
A apresentação incluirá também apresentaram músicas e danças neste chamado é a de conversar com
duas canções de “ Mais Hinos para tradicionais. Cada ala também exibiu crianças do mundo inteiro. Nem
Crianças” : “ Guarda os trabalhos manuais e artísticos através sempre compreeendo a língua que
Mandamentos” e “ Crianças de Todo o dos quais as crianças tiveram falam, mas posso sentir como amam o
Mundo” , e dois hinos: “ Que Manhã oportunidade de demonstrar seus Salvador e aqueles que as ensinam e
Maravilhosa” e “ H á'H oras de talentos e aptidões. orientam. Em todos os lugares que
Preciosa Paz” . Outra atividade de muito sucesso é visitei, senti o amor das líderes e
Espero que os pais apreciem cantar “ Seguir as Pegadas de Heróis e professores da Primária aos alunos.
esses e outros hinos e canções com seus Heroínas” , na qual as crianças Como líderes e professores da
filhos. Poderiam usá-los na noite aprendem a fazer algum trabalho Primária, nossa responsabilidade é
familiar ou em outras atividades. manual ou artístico relacionado à vida muito grande. O conselho transmitido
Cantar com as crianças os hinos de uma pessoa famosa. As crianças no versículo treze, do capítulo
aprendidos na Primária desenvolve a precisam de heróis e heroínas que cinqüenta e quatro de Isaías, de que
união familiar e ajuda a reforçar os possam imitar. Há muitos exemplos de “ todos os teus filhos serão discípulos
ensinamentos da Primária que as grandes líderes da Igreja e outras do Senhor” , é acompanhado da
crianças recebem em classe. pessoas que se dedicaram ou promessa de que “ a paz de teus filhos
Um dos propósitos da organização é continuam a dedicar-se ao serviço da será abundante” . Sem dúvida alguma,
ensinar as crianças a viverem os humanidade. E também existem os desejamos que nossos filhos tenham a
preceitos aprendidos em classe. heróis e heroínas com quem paz dos que vivem o evangelho e
O programa O Evangelho em Ação, conversamos diariamente, como nossos apóiam os seus princípios. □
20 A Liahona
Mensagem da Primeira Presidência

“DEUS NÃO NOS DEU


O ESPÍRITO DE TEMOR”
Presidente Gordon B. Hinckley
Segundo Conselheiro na Primeira Presidência

Versão resumida de um discurso de amor, e de moderação.” (Ver II A maravilha foi que seus amigos a
proferido em 5 de novembro de 1983, Timóteo 1:7.) respeitaram. Além disso, sua força deu
a estudantes universitários SUD, no Esses princípios são os grandes força aos outros, que criaram coragem
Instituto de Religião de Lago Salgado. antídotos para os temores que nos para serem responsáveis, decentes e
roubam as forças, chegando mesmo a moralmente firmes devido ao exemplo
enho viajado por todo o mundo, e dela. Deus nos deu o poder do
T durante minha vida, encontrei
pessoas com grandes problemas e
nos deixar derrotados. São princípios
que nos dão poder.
Que poder? O poder do evangelho,
evangelho para nos elevar acima de
nossos temores.
preocupações. Em resposta a tais o poder da verdade, o poder da fé, o Deus nos deu o poder da verdadé.
desafios e ansiedades, cito poder do sacerdócio. O Presidente Joseph F. Smith
freqüentemente algumas palavras que No ano passado, grande parte da declarou certa vez: “ Cremos em toda a
foram escritas há muito tempo pelo cristandade comemorou quinhentos verdade, não importa a que assunto se
Apóstolo Paulo. Na época, anos do nascimento de Martinho refira. Não há um único princípio de
provavelmente estava preso em Roma, Lutero, a quem homenageamos como verdade que possa existir em qualquer
pronto para ser “ oferecido” em um dos grandes e corajosos precursores seita ou denominação religiosa (ou,
sacrifício, conforme afirma. (II da Restauração. Aprecio muito a letra poderia dizer, em qualquer pesquisador
Timóteo 4:6.) Ele havia sido um deste maravilhoso hino: da verdade) no mundo, que não
grande missionário, imperturbável em aceitemos ou que o rejeitemos.
seu testemunho, zeloso no desejo de Invencível Deus nos vale, Estamos dispostos a aceitar toda a
testificar a respeito do Senhor Torre augusta, poderosa. verdade, independente de sua origem,
ressuscitado. Sabia que seus dias Sua voz nos homens cale, pois ela permanecerá, resistirá a tudo.”
estavam contados, e com grande Imponente, majestosa. (Doutrina do Evangelho, p. 1.)
emoção escrevia a um jovem O mal sobrepujou Não temos nada a temer, quando
companheiro, Timóteo, a quem E o mundo resgatou. vivemos pela luz da verdade eterna.
descreve como “ meu amado filho” : É grande o seu poder, Mas, é melhor termos discernimento.
“ Por cujo motivo te lembro que Que a tudo fa z suster O sofisma tem um jeito de disfarçar-se
despertes o dom de Deus que existe em — Reinará eternamente! em verdade. Meias verdades são usadas
ti... para desencaminhar as pessoas, ao
“ Porque Deus não nos deu o (“ Invencível Deus Nos Vale” , Hinos,
serem apresentadas com a aparência de
espírito de temor, mas de fortaleza, e n? 3.)
verdades integrais. Insinuações são
de amor, e de moderação.” (II Existe uma poderosa força no freqüentemente usadas por inimigos
Timóteo 1:6-7.) conhecimento de que vós e eu somos desta obra, como se representassem a
Quem entre nós pode dizer que filhos e filhas de Deus. Temos dentro verdade. Teorias e hipóteses são
jamais sentiu medo? Não conheço de nós algo da divindade. A pessoa expressas como se fossem verdades
ninguém que tenha sido totalmente que possui este conhecimento e permite confirmadas. Frases tiradas do
poupado. Naturalmente alguns sentem que isto influencie sua vida, não fará contexto de tempo ou circunstâncias,
mais medo que outros, alguns nada mesquinho ou vulgar. ou da palavra escrita, são apresentadas
conseguem vencê-lo rapidamente, mas Encorajemos nossa divindade como verdades, sendo que, na
outros são apanhados na armadilha e interior a vir à superfície. Não realidade, tal procedimento pode
muitas vezes levados à derrota pelo precisamos, por exemplo, temer o conter a essência da mentira.
temor. Experimentamos o medo do ridículo devido a nossa fé. Todos nós, John Jaques, um converso inglês da
ridículo, o temor do insucesso, o pavor ocasionalmente, sofremos um pouco Igreja, expressou esta idéia nas belas
da solidão, o receio da ignorância. desse ridículo. Mas existe dentro de palavras que agora cantamos:
Alguns temem o presente, outros o nós um poder capaz de superá-lo e, na
futuro. Alguns carregam o peso do verdade, transformá-lo em força. A verdade o que é?
pecado e dariam praticamente qualquer Lembro-me de ouvir a experiência de É começo e fim .
coisa para livrar-se dele, mas têm medo uma aluna de segundo grau que Para ela limites não há;
de mudar de vida. Reconheçamos que morava longe da Igreja, e conseguiu Pois que tudo se acabe,
o temor não vem de Deus, mas que modificar muitos de seus amigos. Ela e A terra e o céu,
esta força persistente e destrutiva tem outros jovens, que não eram membros Sempre resta a verdade
origem no adversário da verdade e da da Igreja, estavam planejando Que é luz para mim.
retidão. O temor é a antítese da fé. organizar uma festa. A garota Dom supremo da vida será!
Seus efeitos corroem e até matam. expressou firmemente sua opinião:
“ Porque Deus não nos deu o “ Podemos divertir-nos muito, sem (“ A Verdade o que é?” , Hinos, n?
espírito de temor, mas de fortaleza, e precisar beber.” 102.)
Fevereiro/M arço de 1985 21
Não precisaremos temer, enquanto
tivermos em nossa vida o poder
derivado da retidão, vivendo segundo a
verdade de Deus, nosso Pai Eterno.
Nem precisaremos temer enquanto
tivermos o poder da fé . A Igreja tem
um exército de críticos e inimigos, que
escarnecem do que é sagrado. Eles
depreciam aquilo que vem de Deus.
Tentam satisfazer os desejos daqueles
que, evidentemente, apreciam ver as
coisas sagradas sendo ridicularizadas.
Não posso imaginar nada que esteja
menos em harmonia com o espírito de
Cristo do que esse tipo de coisas.
Sentimo-nos magoados pela
profanação do que nos é sagrado. Mas
não precisamos temer. Esta causa é
maior do que qualquer homem.
Sobreviverá a todos os seus inimigos.
Precisamos apenas seguir avante pelo
poder da fé, sem temor. Disse o
Senhor, nos primórdios desta obra:
“ Portanto, não temais, pequeno
rebanho; fazei o bem; deixai que a
terra e o inferno se unam contra vós,
pois, se estiverdes estabelecidos sobre a
minha rocha, eles não poderão
prevalecer...
“ Buscai-me em todo pensamento;
não duvideis, não temais.
“ Vede as chagas que penetram o
meu lado, e também as impressões dos
pregos nas minhas mãos e pés; sede
fiéis, guardai os meus mandamentos e
herdareis o reino dos céus.” (D&C
6:34, 36-37.)
Paulo escreveu aos coríntios:
“ Vigiai, estai firmes na fé: portai-vos
varonilmente, e fortalecei-vos.” (I
Coríntios 16:13.)
“ Porque Deus não nos deu o
espírito de temor, mas de fortaleza, e
de am or...” (Ver II Timóteo 1:7.)
Amor a quê? Amor ao Senhor, amor
à sua obra, à sua causa e ao seu reino;
amor às pessoas; amor de uns pelos
outros.
22 A L iahona
Tenho percebido, inúmeras vezes, O que Paulo quis dizer com a Experimentamos o medo
que o amor ao Senhor consegue vencer palavra moderação? Penso que se
o abismo do medo. O amor à Igreja referia à lógica fundamental do do ridículo, o temor do
também ajuda a sobrepujar suas evangelho. O evangelho, para mim,
dúvidas. Tenho falado a estudantes não é uma grande massa de jargão malogro, o pavor da
universitários sobre minha experiência teológico. É uma coisa simples, bela e solidão, o receio da
na faculdade, mais de cinqüenta anos lógica, uma seqüência regular e
atrás. Em muitos aspectos, foi um ordenada de verdades singelas. Os ignorância.
melancólico período de cinismo e mistérios não me preocupam. Não me
desespero. Eram os piores anos da importa se os portões celestiais se
Grande Depressão. A taxa de abrem para a frente ou para o lado.
desemprego superava trinta por cento Minha única preocupação é de que se
quando me formei, em 1932. Os abram. Não me aflige o fato de o
Estados Unidos e o resto do mundo Profeta Joseph Smith ter dado diversas
atravessavam dificuldades terríveis. Foi versões da primeira visão, como não
uma época de filas para conseguir um me aflige o fato de que há quatro
prato de sopa, e uma época de evangelistas no Novo Testamento, cada
suicídios. um com sua própria visão, cada qual
Os jovens em idade universitária relatando os eventos de modo que
tendem sempre a ser um pouco críticos atendesse a seus propósitos na ocasião.
e cínicos, mas, na década de 1930, essa Preocupo-me mais com o fato de
atitude era multiplicada pelo cinismo que Deus revelou nesta dispensaçâo um
dos tempos. Era fácil duvidar de plano grandioso, maravilhoso e belo,
muitas coisas, questionar os aspectos que motiva homens e mulheres a
da vida no mundo, na Igreja, em amarem seu Criador e Redentor,a
certas facetas do evangelho. Mas foi apreciarem e servirem-se uns aos
também uma época de alegria e de outros, a trilharem com fé o caminho
amor. Atrás de tais pensamentos, que leva à imortalidade e à vida eterna.
encontrei um alicerce básico de amor Sou grato pela magnífica declaração
em meus pais maravilhosos, numa boa de que “ a glória de Deus é inteligência,
família, num bispo excelente, em ou em outras palavras, luz e verdade” .
professores devotados e fiéis, e nas (D&C 93:36.) Sou grato pelo
escrituras, que lia e ponderava. mandamento que nos foi dado: “ Nos
Embora em nossa juventude nos melhores livros procurai palavras de
fosse difícil entender muitas coisas, sabedoria” , e de que adquiríssemos
havia em nosso coração um amor a conhecimento “ pelo estudo e também
Deus e sua grande obra que nos pela fé” . (D&C 88:118.)
elevava acima de quaisquer dúvidas e Lembro-me de que, quando estava
temores. Amávamos o Senhor e na faculdade, havia grande celeuma a
amávamos bons e respeitáveis amigos. respeito da questão da evolução
E desse amor extraímos grande força. orgânica. Tive aulas de geologia e
Quão grande e magnificente é o biologia, e ouvi toda a história do
poder do amor, que nos faz vencer o darwinismo, como era então ensinada.
medo e a dúvida, as preocupações e o Pensei muito sobre o assunto, mas não
desânimo. deixei que me perturbasse, pois sabia o
“ Deus não nos deu o espírito de que as escrituras diziam sobre nossa
temor, mas de fortaleza, e de amor, e origem e relacionamento com Deus. E
de moderação.” desde aí, familiarizei-me com o que
Fevereiro /M a rço d e 1985
Caminhemos com
confiança e com serena
dignidade em nossa
convicção a respeito de
Jesus Cristo, nosso
Salvador e Redentor.

considero um tipo de evolução muito


mais importante — a evolução de
homens e mulheres como filhos e filhas
de Deus, e nosso maravilhoso potencial
de crescimento como filhos de nosso
Criador. Para mim, esse grande
princípio está expresso nestes versículos
da revelação:
“ E o que não edifica não é de Deus,
e é treva.
“ O que é de Deus é luz; e aquele
que recebe a luz e persevera em Deus,
recebe mais luz, e essa luz se torna
mais e mais brilhante até o dia
perfeito.” (D&C 50:23-24.)
Gostaria de que refletíssemos sobre
estas palavras. É maravilhosa a
promessa que elas contêm em relação
ao grande potencial que possuímos
dentro de nós, fruto de uma promessa
plantada em nós como expressão do
amor de Deus a seus filhos e filhas.
O que qualquer de nós tem a temer,
concernente aos desafios e dificuldades
da vida? “ Somente o próprio medo” ,
como disse uma vez o Presidente dos
Estados Unidos, Franklin D.
Roosevelt, num contexto diferente.
Vejamos novamente as importantes
verdades ensinadas por Paulo:
“ Porque Deus não nos deu o espírito
de temor, mas de fortaleza, e de amor,
e de moderação.” (II Timóteo 1:7.)
Em seguida, Paulo dá este excelente
conselho a Timóteo: “ Portanto não te
envergonhes do testemunho de nosso Idéias para os Mestres Familiares lógico.
Senhor.” (II Timóteo 1:8.) 5. Vencendo o temor, caminhemos
Que este conselho seja uma Alguns Pontos que Merecem Ênfase. com confiança — jamais com
incumbência pessoal para cada um de Talvez deseje ressaltá-los em sua arrogância — e com a serena dignidade
nós. Caminhemos com confiança — mensagem: de nossa convicção a respeito do
jamais com arrogância — e com serena 1. “ O temor não vem de Deus, mas Salvador.
dignidade em nossa convicção a do adversário. O medo é o oposto da
respeito de Jesus Cristo, nosso fé. Deus nos dá poder, amor e Sugestões para o debate:
Salvador e Redentor. Procuremos moderação, como antídotos para o 1. Fale de seus sentimentos e
força na força que dele emana. medo. experiências a respeito de sobrepujar o
Encontremos paz na paz que era a 2. O poder do evangelho nos dá espírito do medo. Peça aos membros
própria essência do seu ser. Estejamos força, por sabermos que somos filhos e da família que falem do que sentem.
prontos a sacrificar-nos no espírito filhas de Deus. 2. A mensagem contém passagens
daquele que fez de si mesmo um 3. Podemos sobrepujar o medo e a das escrituras ou citações que a família
sacrifício por todos os homens. dúvida, a preocupação e o desânimo, poderia ler em voz alta e debater?
Caminhemos na virtude, segundo o através do poder sustentador do amor 3. Este debate ficaria melhor, se
mandamento recebido, e depois — amor ao Senhor, aos pais, família, conversasse com o chefe da casa antes
busquemos perdão na misericórdia que amigos e líderes da Igreja. da visita? O líder do quorum ou bispo
ele prometeu. Demonstremos-lhe nosso 4. O poder da moderação nos ajuda tem alguma mensagem concernente a
amor, servindo-nos uns aos outros. □ a ver que o evangelho é simples, belo e este assunto?
24 A L iah on a
acorreram imediatamente, e o Dr. estúdio fotográfico. Conhecido por sua
Nelson proferiu a bênção. “ O Espírito perfeita afinação musical, cantou em
ordenou que a hemorragia cessasse e coros na escola e na faculdade,
que o homem continuasse a viver, apresentou-se em espetáculos musicais,
retornando para o seu lar e sua e cantou em quartetos vencedores de
profissão.” E foi o que aconteceu. concursos. Tocava piano e fazia parte
“ Pouco podem os homens fazer da equipe de debates.
sozinhos, para curar um corpo doente Embora Russell tivesse alcançado
ou ferido” , diz o Élder Nelson. “ Com sucesso em outras atividades, seu
certo conhecimento, são capazes de treinador de futebol sempre o manteve
fazer um pouco mais; com no banco dos reservas. “ Acho que
especialização na medicina, ainda mais uma das razões era que sempre me
um pouco. O verdadeiro poder da senti um pouco na defensiva a respeito
cura, entretanto, é um dom de Deus. de minhas mãos” , lembra-se ele.
Ele achou por bem que parte desse “ Temia que alguém pisasse nelas com
Élder Russell M. Nelson: poder fosse usado através da seus sapatos pesados.” Passados quase
autoridade do seu sacerdócio, para quarenta anos, essas mãos operaram o
A beneficiar e abençoar a humanidade
nos momentos em que tudo o que o
treinador.
No colegial, decidiu estudar

APLICAÇÃO homem souber fazer sozinho, não for


suficiente.”
medicina. Saiu-se muito bem nos
estudos, foi membro de várias

DE LEIS Como cirurgião cardiologista, o Dr.


Nelson tem visto o poder do sacerdócio
operando em muitas ocasiões em que o
sociedades honorárias, e recebeu seu
Bacharelado em Artes no mês de junho
de 1945. Nessa época, já estava
DIVINAS homem nada mais podia fazer. Mas
tem testemunhado também outro
cursando o primeiro ano da escola de
medicina, terminando o curso de
M arvin K. G ardner princípio divino em funcionamento: quatro anos em três. Em agosto de
“ Se desejar uma bênção, obedeça à lei 1947, aos vinte e dois anos, tornou-se
sobre a qual essa bênção se funda.” médico, formado, tendo concluído o
Ele conta, por exemplo, de uma curso como primeiro da classe.
ocasião em que o Presidente Spencer Nesse meio tempo, conhecera e se
W. Kimball lhe pediu uma bênção casara com Dantzel White. Ela fora
antes da cirurgia. Após a bênção, disse primeiro soprano numa peça da
o Profeta: “ Agora você pode começar universidade na qual Russell havia sido
a fazer o que precisa para que essa persuadido a participar. Quando a
bênção venha a realizar-se.” conheceu e ouviu cantar, ficou
le estava em Manzanillo, México, “ Trabalhando quarenta anos com o enamorado: “ Era a garota mais linda
E em fevereiro de 1978, num
congresso médico com um grupo de
corpo divinamente criado” , diz a nova
Autoridade Geral, “ tenho lidado com
que já tinha visto, e sabia que me
casaria com ela.” Não foi preciso
colegas com os quais se havia formado as leis de Deus cem por cento do nenhuma outra motivação para
trinta anos antes. Subitamente um dos tempo. Essas leis são inegáveis, participar da peça, e eles se casaram
médicos adoeceu seriamente, sofrendo eternas, para sempre. E elas se aplicam três anos mais tarde, em 31 de agosto
forte hemorragia gástrica. Em a um chamado apostólico da mesma de 1945, no Templo de Lago Salgado.
circunstâncias normais, qualquer dos forma que se referem ao trabalho de Dantzel terminou seus estudos e
homens presentes na sala poderia tê-lo um cirurgião.” trabalhou como professora até o
tratado. Todos eram treinados na Experiências desse calibre ajudaram nascimento do primeiro filho.
ciência da cura; todos haviam a preparar Russell M. Nelson para seu Como interno na Universidade de
aperfeiçoado suas aptidões e chamado", em 7 de abril de 1984, Minnesota, o Dr. Nelson trabalhou em
conhecimentos durante anos de quando ingressou no Quorum dos uma equipe que fez história na
experiência. Mas, contemplando o Doze Apóstolos. Muito antes desse medicina: Após três anos de desafios,
sofrimento de seu colega, perceberam chamado, aprendera a respeitar e desenvolveram a primeira máquina
que nada podiam fazer. seguir as leis divinas em sua vida capaz de desempenhar as funções do
“ Estávamos num balneário, numa pessoal e profissional. Ele atribui uma coração e dos pulmões de um paciente
remota aldeia de pescadores” , recorda grande parte ao legado que seus durante uma cirurgia cardíaca. Em
o Élder Russell M. Nelson. “ Não havia antepassados lhe deixaram: Os seus 1951, o aparelho funcionou
hospital, e o mais próximo ficava em oito bisavós uniram-se à Igreja na perfeitamente na primeira operação de
Guadalajara, a muitos quilômetros Europa, emigraram para Utah e se coração exposto, num ser humano.
montanhosos de distância. Era noite; estabeleceram na cidade de Efraim. Quatro anos mais tarde, o Dr.
nenhum avião poderia levantar vôo. Sua coragem e dedicação à Igreja Nelson realizou com sucesso a primeira
Devido à falta de equipamento, não inspiraram sentimentos semelhantes nas operação desse tipo, em Lago Salgado,
havia como fazer uma transfusão. gerações que os sucederam. tornando Utah o terceiro estado do
Todo nosso conhecimento conjunto, e Russell nasceu na Cidade do Lago país a atingir esse importante marco.
toda nossa preocupação de nada Salgado, em 9 de setembro de 1924, e é Ele atribui esses eventos que fizeram
valiam, e não podíamos ajudar nosso filho de Marion C. e Edna Anderson história, à obediência à lei divina:
amigo, cuja vida se esvaía diante de Nelson. Quando garoto, tinha vários “ Quando ingressei na escola de
nossos olhos. Estávamos impotentes interesses. Aos dez anos, fazia medicina, foi-nos ensinado que não
para deter-lhe a hemorragia.” pequenos trabalhos para a companhia podíamos tocar o coração humano,
A vítima solicitou uma bênção. publicitária de seu pai. Mais tarde, pois este cessaria de bater. Mas
Vários médicos que portavam o trabalhou num banco em regime de Doutrina e Convênios 88:36 diz que ‘a
Sacerdócio de Melquisedeque meio-período, e também no correio e todos os reinos se deu uma lei’.
Fevereiro/M arço de 1985 25
Portanto, eu sabia que até mesmo a por desejarem ver-me! Todos esses
bênção da pulsação cardíaca era anos, as pessoas que iam ao meu
baseada em leis. E raciocinei que, se consultório, realmente não queriam
essas leis fossem compreendidas e estar lá. Espero que a maioria de
controladas, talvez pudessem ser minhas entrevistas, agora, seja de
utilizadas em favor dos enfermos. caráter prazenteiro.”
“ Para mim, isto significava que, se Caracteristicamente, qualquer
trabalhássemos, estudássemos e tristeza pelo encerramento de um
fizéssemos as perguntas certas em capítulo de sua vida é amenizada pelo
nossas experiências científicas, entusiasmo diante do capítulo prestes a
aprenderíamos as leis que governam as se iniciar: “ Aprendi anos atrás, com o
pulsações. Agora, tendo aprendido Presidente N. Eldon Tanner, a jamais
algumas dessas leis, sabemos que olhar para trás. Ele me ensinou a não
podemos desligar as batidas do olhar pelo ‘retrospectoscópio’ e a não
coração, realizar delicados reparos em me afligir pelo que eu poderia ter feito
válvulas ou vasos danificados, e depois de maneira diferente. Portanto, não
fazer o coração bater novamente.” revivo o passado. Cada hora tem sua
Antes de voltar para a Cidade do própria oportunidade, e, ou fiz um
Lago Salgado, ele foi convocado para bom trabalho, ou falhei. Afasto-me do
servir durante dois anos como médico passado, sabendo que dei o que tinha
no Exército Americano, na Guerra da de melhor.”
Coréia; trabalhou na Coréia e no Através de anos de serviço na Igreja,
Japão, e no Walter Reed Army o Élder Nelson sempre fez o melhor.
Medicai Center, em Washington, D.C. Ele não teve oportunidade de servir
Mais tarde, trabalhou um ano no como missionário de tempo integral
Massachusetts General Hospital, em aos dezenove anos, porque os Estados
Boston, voltando depois à Unidos estavam em guerra. Mas tem
Universidade de Minnesota por um sempre encontrado oportunidades de
ano, após o que recebeu seu grau de fazer a obra missionária. Quando uma
doutorado em 1954. enfermeira lhe perguntou o que o
Voltando para casa, em Utah, o Dr. tornava diferente dos outros cirurgiões,
Nelson continuou suas pesquisas, suas ele lhe apresentou a Igreja. E não
aulas e as cirurgias. Envolvendo-se no demorou muito para que a batizasse;
serviço público, teve influentes cargos mais tarde, o filho dela cumpriu uma
profissionais — locais, nacionais e missão.
internacionais. A extensa lista inclui Quando outros dois colegas —
serviço como presidente da Thoracic marido e mulher — demonstraram
Surgical Directors Association, e interesse pela Igreja, explicou-lhes
diretor da American Board of Thoracic alguns de seus princípios e emprestou-
Surgery. No Hospital SUD, em Lago -lhes um exemplar do Livro de
Salgado, serviu como chefe da Divisão Mórmon. Uma semana mais tarde, eles
de Cirurgia Torácica e vice-presidente o devolveram com o polido muito
da junta de diretores. Entre as obrigado.
inúmeras honrarias que recebeu, estão “ Que história é essa de ‘muito
a “ Citation for International Service” , obrigado’? perguntou aos dois. “ É
da American Heart Association, e o uma reação totalmente inadequada
“ Golden Plate Award” , da American para alguém que leu este livro. Vocês
Academy of Achievement. não o leram. Por favor, levem-no de
No transcorrer dos anos, ele tocou volta e leiam-no, e depois o devolvam
literalmente o coração de milhares de com uma resposta mais apropriada.”
pacientes, incluindo grandes líderes da Admitindo que haviam apenas
Igreja e líderes cívicos. Em 1972 folheado o livro, aceitaram o desafio.
realizou uma cirurgia no coração do Três semanas mais tarde, voltaram com
Élder Spencer W. Kimball, após a qual lágrimas nos olhos. “ Sabemos que este
recebeu o testemunho de que seu livro é verdadeiro” , disseram. “ Como
paciente viria a ser, um dia, presidente podemos aprender mais?”
da Igreja. (Ver “ Russell M. Nelson: Sorrindo, o jovem médico disse:
Um Exemplo de Obediência” , A “ Agora sei que vocês leram o livro.
Liahona, abril de 1983.) Então podemos ir em frente.” E
O que pensa ele agora, nessa sua finalmente os batizou.
transição da medicina para serviço de Durante anos de rigorosos estudos
tempo integral na Igreja? “ Estou médicos e pesadas responsabilidades
entusiasmado com este privilégio de profissionais, Russell Nelson serviu
servir” , diz ele. Depois, sorrindo: fielmente em suas designações da
“ Tenho pensado em como será Igreja. Trabalhou na Escola Dominical
agradável ser procurado pelas pessoas e no quorum dos sacerdotes, em
bispados e num sumo conselho.
Vidro de aumento de alta potência, e um Durante dez anos, foi missionário na
“spotligh t” especial, auxiliam o cirurgião Praça do Templo. Serviu como
Nelson na mesa operatória. presidente de estaca, presidente geral
A Liahona
Seção Infantil

A n o n h o r Ligue os pontinhos encontrados nas


» C U llU ij / í p C l l 11 I c l l extremidades das varas A, B, C, D e
T ") * O E ’ com os Pontinhos Que estão perto
U íll ± C1XG , de cada peixe. Todas as linhas devem
ser retas, não devendo tocar ou
Glen Dines cruzar, outra linha, qualquer dos
peixes ou as plantas marinhas.

F evereiro /M a rço d e 1985


Seção Infantil — I
Tem po de C om partilhar

Crescemos, e
nos Tomamos
Como Nossos
Pais
“ Honra teu pai e tua mãe.”
(Mateus 19:19.)
Pat Graham

À medida que Instruções


crescemos, tornamo- 1. Nas peças em branco do quebra-
-nos cada vez mais -cabeças, desenhe você mesmo e o que
parecidos com nossos deseja tornar-se.
pais. Talvez seu cabelo 2. Pinte as figuras e recorte todas as
seja da mesma cor que peças do quebra-cabeças.
o de sua mãe, e talvez você seja da 3. Leia a poesia e faça os gestos
mesma altura de seu pai. Geralmente correspondentes.
nos tornamos parecidos com nossos 4. Durante uma noite familiar, use
pais nas coisas que fazemos e na os quebra-cabeças para ensinar a
maneira como as fazemos. Honramos poesia com gestos.
nossos pais quando fazemos coisas
certas, como eles nos ensinaram. Idéias para o Tempo de Compartilhar
Existe mais alguém com quem nos 1. Prepare os quebra-cabeças em
podemos tornar parecidos. Na Bíblia, tamanho grande. Distribua as peças e
lemos que “ criou Deus o homem a sua diga às crianças que os combinem.
imagem” . (Gênesis 1:27.) Além de 2. Leia “ Crescer” e demonstre os
nossa aparência ser semelhante à de gestos.
nosso Pai Celestial, podemo-nos tornar 3. Prepare peças dos quebra-cabeças
como ele é nas coisas que fazemos. para cada criança colorir e levar para
Observem os quebra-cabeças desta casa.
página. Como vocês vêem, cada peça 4. Pergunte às crianças mais velhas que
do quebra-cabeças tem apenas uma qualidades estão desenvolvendo,
outra que combina com ela. Os semelhantes às qualidades dos pais
coelhinhos crescem para se tornar (senso de humor, paciência, talentos,
coelhos grandes — jamais se tornam consideração, altruísmo etc.). Debata
sapos! E a semente da maçã não se que qualidades devemos desenvolver,
transforma em pinheiro, mas vira uma para nos tornarmos mais parecidos
macieira. com o Pai Celestial.
* Girinor

Uma pequenina semente pode crescer


Crescer Polegar e indicador juntos

E uma árvore poderá ser.


Braços levantados, como galhos

Este filhote franze seu focinho


Franzir o nariz

Está crescendo um lindo coelhinho.


Dois dedos para cima, como orelhas

Você sabe o que é um girino?


Mãos nadando

É um sapo quando pequenino.


Mão esquerda em concha; mão direita, sapo,
salta para a esquerda

E as crianças que estamos a ver.


As crianças apontam para si mesmas e para
as outras

Vocês acham que elas vão crescer?


Braços estendidos para cima

Claro que vão, e existe Alguém


Apontar para cima com o indicador

Em cuja imagem crescem também.


Braço direito para cima

Filhas de Deus elas vão ser


Acenar com a cabeça que sim

Se como ele souberem viver.


Cruzar os braços

(desenhe você mesmo) (desenhe o que deseja tornar-se)


— Você acha mesmo que vamos com ele? — perguntei. — É isso o que
apanhar um puma, Jonathan? — os caçadores fazem, matam pássaros,
perguntou Janalee, enquanto subíamos pumas e outros bichos.
a montanha. — Bem, isso é uma bobagem —
— O Irmão Poole caçou um, — disse Janalee, colocando as mãos na
disse eu. — Se ele pode, nós também cintura, como sempre faz, quando fica
podemos. zangada. — De que nos serve um bem-
— Vai ser divertido ter um puminha -te-vi morto?
de estimação para a gente cuidar. — De que nos serve um bem-te-vi
— Puma de estimação? — grunhi. vivo? — perguntou Joe. — Meu pai
— Ele não vai ser bichinho de sempre diz que eles não servem para
estimação. Vamos transformá-lo num nada.
tapete igual ao do Irmão Poole. — Ora, acho que eles são bonitos.
— Um tapete? O que é que vamos Essa é uma boa razão para não matá-
fazer com um velho tapete em que -los. Além disso, minha professora da
ninguém pode pisar? Um puma de Primária disse que o profeta nos pediu
Os Caçadores estimação seria muito melhor.
— Quem foi que já ouviu falar num
que não matássemos passarinhos.
— Ora bolas! — remungou Joe. Ele
Alma J. Yates puma de estimação? — perguntei, olhou para mim. — Por que você a
arregalando os olhos. — Mas antes de trouxe junto?
caçarmos um puma, precisamos — Ele não me trouxe, — disse
treinar, caçando coisas menores. Janalee. — Ele trouxe você.
Entramos em nossa cabana e — Meninas não entendem nada de
descansamos um instante, enquanto caçadas, Jonathan. Não seria melhor
uando minha irmã Janalee e eu comíamos algumas bolachas de passas ela voltar para a cabana para não se
Q construímos nossa cabana,
decidimos que seria uma cabana de
que mamãe nos dera.
— O que vamos caçar primeiro? —
machucar?
Olhei para Janalee e depois para
caçador. Nós a montamos num perguntou Janalee, tirando as passas Joe, e em seguida olhei para o chão.
bosque, no topo de uma colina. Não de suas bolachas e jogando-as no chão. — Talvez Janalee esteja certa, —
era uma cabana de verdade, como Ela não gosta de passas nas bolachas e disse eu. — Não precisamos matar os
aquelas que os pioneiros construíam, em nenhuma outra coisa. bem-te-vis. Há outras coisas.
mas para nós servia. Procuramos uma Mastiguei minha bolacha e respondi: — Você também? — gemeu Joe. —
pedra bem grande, apoiamos nela — Há alguns bem-te-vis naquelas • Não vou caçar com uma menina.
alguns galhos, e cobrimos as duas árvores lá atrás. Poderíamos atirar Meninas não sabem caçar.
aberturas com sacos de estopa. Dava neles. Havia uma velha lata caída no chão.
para entrarmos e nos sentarmos bem Foi então que meu amigo Joe Apanhei-a e coloquei-a sobre um
quietinhos, sem que ninguém soubesse chamou: tronco de árvore tombado.
que estávamos lá. — Ei, Jonathan, você está aí? — Afastem-se alguns passos, —
Construímos nossa cabana, porque Às vezes ele aparecia, quando gritei para Joe e Janalee. Eles se
desejávamos apanhar um puma. terminava suas tarefas em casa. afastaram. — Agora, vamos ver qual
Sabíamos que havia pumas nas Joe enfiou a cabeça pela abertura e de vocês consegue derrubar aquela
montanhas, porque nosso vizinho, o sorriu. — O que vocês estão fazendo? lata.
Irmão Poole, caçara um. Ele fez um — Vamos caçar, — disse-lhe Joe deu risada.
tapete com a pele do animal, e o Janalee. — Quer ir conosco? — Ela não vai acertar nem de
colocou na sua sala, mas não deixa — Claro. Estou até com meu binóculo!
ninguém pisar nele. estilingue aqui. Ele colocou uma pedra no seu
Mas, desde o momento em que vi Entreguei a espingarda de chumbo a estilingue, puxou com força, mastigou
aquela velha pele de puma, senti Janalee, dizendo: um pouco a língua, fez pontaria e
vontade de caçar um, e Janalee disse — Tome. Você leva isto, e Joe e eu deixou a pedra voar. Chegou perto,
que me ajudaria. Papai fez para mim vamos apanhar algumas pedras para mas não acertou na lata.
uma atiradeira — é o que a maioria os estilingues. — Vamos ver você chegar assim tão
das pessoas chama de estilingue — e eu Meu amigo e eu enchemos os perto, — desafiou Joe.
tenho minha própria espingarda de bolsos de pedras. Estávamos ouvindo Janalee não disse uma palavra.
chumbo. Sei atirar com aquela bem-te-vis cantando ali por perto. Pegou meu estilingue, procurou uma
espingarda melhor do que ninguém. Começamos a andar devagarinho por pedra redonda e lisa, e foi para o lugar
Bem, quase ninguém. Janalee entre os arbustos e árvores, pois em que se encontrava Joe. Ajeitou a
provavelmente atira um pouco melhor, queríamos apanhar os passarinhos de pedra no couro do estilingue, puxou,
mas nunca faz nenhum comentário surpresa. fez pontaria e soltou. Bateu
sobre isso. — Lá está um, — sussurrou Janalee. diretamente na lata, derrubando-a do
Minha irmã sabe atirar melhor, jogar — Não é bonito? Olhem só suas penas tronco.
bola com mais força e correr mais como são sedosas. — Pura sorte, — murmurou Joe,
ligeiro do que eu ou qualquer de meus — Está bem, Jonathan, disse Joe — com o rosto vermelho.
amigos. Como não tenho um irmão vamos matá-lo. — Tentem novamente, então, —
com quem fazer tudo isso, até que é — Matá-lo! — gritou Janalee, dando disse eu. E eles tentaram. Na verdade,
bom ter uma irmã como Janalee. um pulo e assustando o passarinho, atiraram mais três vezes. Janalee não
Bem, certa manhã, Janalee e eu que fugiu. — Por que você quer matá- errou uma. Joe raspou a lata na
pegamos rilinha espingarda de chumbo, -lo? Ele não fez mal a ninguém! segunda tentativa, mas não a
o estilingue, o canivete e a — Olhe o que você aprontou! — derrubou.
machadinha, e fomos para nossa reclamou Joe. — Você quer experimentar com a
cabana, a fim de caçar pumas. — O que você acha que íamos fazer espingarda de chumbo? — perguntei.
Fevereiro/Março de 1985 Seção Infantil — 5
Joe olhou para mim e balançou a
cabeça.
— Acho que ela pode ficar, —
resmungou. — Mas vamos caçar.
Estamos só perdendo tempo aqui.
Continuamos a andar pelo bosque, e
quando passamos por algumas árvores,
vimos um gambá. Logo atrás dele
estavam três gambazinhos. Eu já tinha
visto gambás antes, mas não uma
família inteirinha. Joe e eu pegamos
os estilingues.
— Qual deles vamos matar? —
sussurrou Joe.
— O que você acha do grandão? —
murmurei em resposta, colocando uma
pedra no estilingue.
— O grandão? — perguntou Janalee
horrorizada, agarrando meu ombro. —
Aquela é a mãe!
— Você prefere que a gente mate um
dos filhotinhos? — perguntei, tirando
a mão dela de meu ombro.
— Não quero que vocês matem
nenhum!
— Por que não?
— Ora bolas! — reclamou Joe. —
Já sei. Ela acha que eles são
bonitinhos.
Olhei para Janalee, ela estava com as
mãos na cintura novamente. Olhei para
os gambás. Dois deles estavam
cheirando as plantinhas em volta. Eles
eram mesmo bonitinhos.
— De que adianta caçar, se não se
pode matar alguma coisa de vez em
quando? — quis saber Joe.
— Podemos observá-los, — disse
Janalee. — É muito mais divertido.
Assim, sentamo-nos e observamos os
gambás durante algum tempo. Não
disse nada a Janalee, mas realmente foi
bem divertido observar os filhotinhos
seguindo a mãe e brincando entre as
plantinhas. E quando finalmente se
afastaram, fiquei satisfeito de não
termos matado nenhum. Ilustração de Jerry Thompson
— Vamos voltar para a cabana um
pouco, — disse eu. — Ainda tenho
duas bolachas de passas. Podemos — E daí? Você não deixa a gente que sua barriguinha ia estourar, mas
dividi-las e planejar nossa próxima matá-lo, mesmo, — disse ele. ele continuava comendo.
caçada. — Claro que não! Quem haveria de Foi então que apareceu Zeke, o
— Se vamos ter uma caçada de querer matar um esquilinho? cachorro de caça do Irmão Arnold. O
verdade, — resmungou Joe, — é — Eu poderia acertá-lo daqui, — esquilo viu o cachorro bem a tempo.
melhor não trazer sua irmã. disse Joe para mim. — Ele está lá Caiu nas quatro patas e disparou para
Fomos todos para a cabana, e assim parado. as pedras, com Zeke logo atrás dele.
que chegamos lá, vimos um esquilo Olhei para Janalee. — O que Eu fiquei parado, olhando, mas não
fugindo pelo outro lado. Ele estivera devemos fazer? — perguntei. foi o que fez Janalee. Ela agarrou meu
comendo as passas que Janalee tirara — Dá-me um biscoito. estilingue, pegou uma pedra, fez
de suas bolachas. Entreguei-lhe um, que ela pontaria e atirou. Acertou direto no
— Vamos pegá-lo, — disse Joe. esmigalhou em cima de uma pedra, a traseiro do Zeke. Ele deu um grito e
Depois olhou para Janalee e alguns metros de distância de nós. saiu correndo, na disparada.
murmurou: — Ora bolas! Depois, disse: — Nenhum cachorro bobo vai ferir
O esquilo correu para um monte de — Vamos esconder-nos atrás dos nossos animais! — gritou Janalee.
pedras, onde se sentou nas perninhas arbustos e observar. — Belos caçadores somos nós, —
traseiras, e ficou a nos observar. Joe reclamou, mas foi conosco. Mal queixou-se Joe. Não podemos atirar
— Agora você espantou o esquilo! tínhamos alcançado os arbustos, e já o em pássaros, nem em gambás, nem em
— disse Janalee, sacudindo o dedo esquilinho estava correndo em direção esquilos, e quando aparece um bom
para Joe. à bolacha, e se pôs a comer. Parecia cão de caça, nós o espantamos. Nunca
6 — Seção Infantil A Liahona
reserva de animais. Vamos proteger os Quando Janalee e eu fizemos que
bichos. Seremos como policiais, e não sim, ele disse:
deixaremos que nada ou ninguém os — Então está certo. Vocês dois vão
machuque. E vamos trazer comida até sua casa e arranjam algumas
para eles. É esse tipo de caçadores que migalhas de pão, e eu vou buscar
vamos ser. alface e outras coisas com mamãe. Nós
Joe franziu a testa. Ele não parecia nos encontramos aqui novamente assim
muito convencido com a idéia. que for possível. Não podemos deixar
Finalmente, perguntou: este lugar desprotegido por muito
— Se somos policiais, quem vai ser o tempo. Zeke pode voltar.
capitão? — E meu puma? — perguntei.
ouvi falar de caçadores assim. — Aquele que proteger os animais e Janalee sorriu.
— Bem, não somos caçadores pássaros, e tratá-los bem, — respondeu — Bem, se ele se comportar bem,
comuns, — disse Janalee, devolvendo- Janalee. vamos deixar que ele fique aqui.
-me o estilingue. Joe apanhou uma pedra do chão e Talvez até encontremos um pedaço de
— Que tipo de caçadores somos atirou-a numa árvore. carne para ele.
então? — perguntei. — Posso fazer isso. Ao descermos a montanha, senti-me
Janalee não respondeu — Então você será o capitão da feliz por ter uma irmã como Janalee.
imediatamente. Depois, disse: reserva, — disse-lhe Janalee, sorrindo. Ela vale tanto quanto qualquer
— Vamos fazer desta área uma — De verdade? irmão! □
Fevereiro/M arço de 1985 Seção Infantil — 7
Ligue os Pontinhos Pães e
Roberta L. Fairall Peixes
D. A. Stone

Certa vez, Jesus alimentou uma


multidão faminta com apenas cinco
pães e dois peixes. Depois que todos
haviam comido, ainda sobraram doze
cestas de pão e peixe. Encontre cinco
pães e dois peixes nesta gravura, e
pinte-os. □

Andando em
Círculos
Colleen Fahy
da Escola Dominical e como preparar as refeições e a lavar a louça,
Representante Regional. auxilia os filhos em seus trabalhos
Entretanto, por mais envolvido que escolares, e lê para eles quando vão
estivesse em outras prioridades para a cama. E nós dois tiramos
importantes, a principal preocupação regularmente um tempo para estarmos
do Élder Nelson sempre foi sua sozinhos.”
família. Certa vez, o repórter de uma Ele acha que seu papel vai mudar,
revista nacional externou interesse por agora? “ Tenho certeza de que a
uma fotografia da incomum família do sensação será diferente — voltado
médico — nove filhas e um filho. Dr. totalmente para o trabalho na Igreja,
Nelson explicou: “ Acreditamos que ao invés da prática da medicina” ,
nosso maior objetivo na vida é responde ela. “ Mas continuarei com
fortalecer nossa família. Tudo o que minha posição de apoio. Sinto-me
fazemos, servindo na Igreja e na honrada em ser sua companheira e
comunidade, procurando instrução compartilhar disto com ele.”
contínua, assim como nossas Os filhos sentem o mesmo que a
ocupações, tem por finalidade Irmã Nelson. Durante todos esses
proporcionar desenvolvimento à nossa anos, jamais duvidaram do amor de
família.” seu pai, e cada um sentia-se o filho
O repórter surpreendeu-se: “ Mas predileto. “ Nunca senti que papai
anteriormente, em nossa entrevista, o estivesse ocupado demais que não
senhor disse que sempre tinha, com sua pudesse me dar atenção” , diz a filha
esposa, tentado obedecer à escritura Emily. “ Passamos muito tempo
que diz ‘buscai primeiro o reino de juntos.”
Deus’. (Mateus 6:33.) E agora me diz Mesmo com todos os seus afazeres,
que a família está em primeiro lugar?” ele arranjou tempo para estabelecer
“ Ele achou que me apanhara numa uma relação duradoura com cada um
armadilha. Mas eu simplesmente pensei deles. Como viajava muito, costumava
em minhas prioridades, há tanto tempo levar consigo um membro da família
estabelecidas, e respondi: ‘Não posso de cada vez, fosse a Irmã Nelson, ou
buscar o reino de Deus sem amar e um dos filhos. Em vez de considerar
honrar primeiro a família que ele me esse costume uma extravagância,
deu. Não posso honrar essa família encarava-o como um sábio
sem amar e proteger primeiro minha investimento.
esposa!’” “ Essas viagens deram-me
Ele reconhece o mérito de Dantzel oportunidade de ouvir seus problemas
em tê-lo apoiado, quando procurava e suas ambições e de simplesmente
estudar cada vez mais, em nunca ter conversarmos e compartilharmos
reclamado de sua pobreza nos anos nossas idéias e experiências.”
difíceis, e em ser “ o coração de nosso A família Nelson sempre contou com
lar” . hábitos consistentes: leitura diária das
Mas a Irmã Nelson insiste em que é escrituras às 6h30min; oração familiar
realmente ele quem dá apoio: “ Ele me às 6h45min; em todas as refeições, e às
faz sentir extremamente importante em lOhOO da noite; e noites familiares
sua vida. Jamais permitiu que as semanais. Todos compartilham do
crianças fossem rudes comigo ou que amor dos pais pela música e gostam de
me respondessem. E sempre diz: cantar juntos. Durante anos, sons de
‘Mamãe é a rainha da casa. Tudo será piano, violino, violão, acordeão e
feito da maneira que ela deseja.’ flauta encheram aquela casa.
Sempre tive esse tipo de apoio.” Os feriados e as férias também
Quinta-feira é o dia em que ela faz o foram sempre esperados ansiosamente.
que tem vontade. Toda manhã de No inverno, esquiam. O esqui é, nas
quinta-feira, Irmã Nelson presta próprias palavras do Élder Nelson,
serviço voluntário no Hospital SUD. “ um de meus maiores amores” . No
E, como membro do Coro do verão, praticam esqui-aquático, nadam
Tabernáculo desde 1967, tem ensaio e jogam tênis. Uma vez por ano, vão
toda quinta-feira à noite. “ No andar a cavalo. “ Lembro-me com
passado, Russell organizava seus saudades das ocasiões em que cavalguei
compromissos a fim de ficar em casa com cada um deles, quando eram
com as crianças nessa noite.” pequenos” , diz o Élder Nelson.
Certa vez, o Presidente Harold B. “ Enterrava meu nariz no cabelo deles,
Lee perguntou à Irmã Nelson como se passava meus braços por sua cintura.
sentia a esposa de um homem tão Tenho certeza de que todos achavam
ocupado. Sua resposta, posteriormente que eu os segurava, para que se
citada muitas vezes pelo Presidente sentissem seguros. Mas eu me estava
Lee, foi: “ Quando ele está em casa, ele agarrando ao momento precioso que
está em casa.” tinha sozinho com cada um. Certa vez,
“ Em casa, ele nos devota toda a sua ofereci uma prece de gratidão ao meu
atenção” , diz ela. “ Em lugar de Pai Celestial pelo grande privilégio de
assistir à televisão, ele me ajuda a ser pai daquela criança, pois sabia que
A L iah on a
cada uma delas era um espírito coisas boas — escrituras e boa como outra testemunha de Jesus
maravilhoso.” música. Isto me dá um início de dia Cristo. Não existe outra explicação
Realmente, o casal Nelson considera melhor do que qualquer outra coisa para o Livro de Mórmon além daquela
cada um de seus filhos uma bênção. que experimentei.” oferecida pelo Profeta Joseph Smith.”
Em 1972, tiveram seu décimo filho — A preparação pessoal do Élder O Élder Russell M. Nelson leva para
o primeiro menino. Dezessete anos Nelson, suas muitas experiências na o Quorum dos Doze a mesma
antes, a Irmã Nelson teve uma Igreja e com a família, assim como sua dedicação e devotamento, a mesma
experiência durante a noite — “ mais profissão, intensificaram seu energia e entusiasmo que dedicou ao
do que um mero sonho” — que a testemunho. Ele, que passou a vida seu trabalho como cirurgião.
convenceu de que algum dia teria um lidando com a medicina, contempla Mas sua nova tarefa tem para ele
filho homem. Com o passar do tempo, sua fé com olhos de cientista, assim uma dimensão ainda mais abrangente:
sua certeza se fortaleceu em várias como com os de um discípulo: “ Creio “ Tenho uma fé profunda e permanente
ocasiões. Em 1972, o marido também que o cirurgião está em posição em Deus e em seu Filho, Jesus Cristo.
teve uma experiência durante a noite, inigualável para compreender uma das O trabalho no qual estou agora
na qual “ foi-me dado saber que desta maiores criações de Deus — o corpo empenhado é a causa mais importante
vez Dantzel iria dar à luz um menino, humano. Cada um dos segmentos do do mundo. É completo, é satisfatório e
aquele que lhe aparecera todos esses corpo motiva a minha fé. desafiador. E preciso fazer o melhor,
anos” . Quando Russell Jr. nasceu, e o “ E a isso acrescento o grande poder pois sou responsável por esta
pai telefonou para casa para dar a convincente do Livro de Mórmon, mordomia.” □
notícia às meninas, elas gritaram de
alegria.
Há mais espaço na casa hoje.
Marjorie, de dezoito anos, e Russell,
de doze, são os únicos que ainda
moram com eles. As outras oito já se
casaram: Marsha (Sra. Chris
McKellar), Wendy (Sra. Norman
Maxfield), Gloria (Sra. Richard Irion),
Brenda (Sra. Richard Miles), Sylvia
(Sra. David Webster), Emily (Sra. Brad
Wittwer), Laurie (Sra. Richard Marsh),
e Rosalie (Sra. Michael Ringwood). E
agora eles têm vinte e dois netos.
Como era de se esperar, a família
encontrou meios de se manter unida. O
Nelson News é um jornalzinho mensal
que inclui um artigo de cada membro
da família e um calendário de
importantes eventos familiares. E toclos
os meses eles jantam juntos e fazem
uma festinha para comemorar os
aniversários do mês. Fazem um bolo
com o nome de todos os que estão
sendo homenageados, e o Élder Nelson
tira fotografias do bolo para enviar aos
que estão ausentes, para que saibam
que a família comemorou seu
aniversário.
Depois que várias filhas haviam
saído de casa, o Élder Nelson
converteu um dos quartos vazios em
estúdio. “ Foi idéia de minha mulher.
Ela insistiu em que eu tivesse essa
regalia.” É abastecido com
equipamento fotográfico, um
computador para pesquisa científica,
um processador de textos e uma
“ maravilhosa biblioteca” de livros da
Igreja e literatura científica.
Ele começa o dia tirando uma hora
para ficar a sós. “ Levanto-me antes do
resto da família, e isso me dá tempo
para ler as escrituras, fazer minhas
orações, e cerca de meia hora para
tocar hinos e músicas de Johann
Sebastian Bach no órgão. Quando saio
de casa, minha mente está repleta de

O Élder e a Irmã Nelson hoje.


Fevereiro/Março de 1985
A AGUIA NA GARRAFA
Craig J. Smith

uem imaginaria ser possível quanto me esforçara para chegar a e humilhação que experimentei não
Q aprender uma lição valiosa com
uma garrafa? Eu, certamente que não,
Águia, e no fato de que, dentro de
alguns instantes, saberia o resultado de
pode ser descrita com palavras. O que
eu considerara apenas um pequeno
pelo menos até aquela memorável meus diligentes esforços — sucesso ou passo na escada que me conduziria ao
primavera. Era uma época especial malogro. posto de Águia, na verdade um passo
para mim, pois, se tudo corresse de Finalmente, após uma eternidade de que eu dava por certo, foi justamente
acordo com o planejado, logo dez minutos, chegou a minha vez. Meu aquele que me impedira de alcançar
alcançaria a meta pela qual vinha amigo foi chamado logo depois de minha meta. Conseguiria eu me
lutando há mais de três anos — receber mim, a uma sala contígua. Depois de recobrar desse insucesso aparentemente
meu distintivo de Escoteiro-Águia conversarmos alguns minutos, a junta intransponível? Bem, se dependesse de
(equivalente a Escoteiro da Pátria). inquiriu-me a respeito de meu projeto meu pai, sem dúvida alguma.
Minha felicidade ia ser maior ainda, de serviço. Discutimo-lo Alguns dias mais tarde, meu pai
pois receberia essa distinção detalhadamente, e então me pediram convidou-me para dar com ele um
juntamente com meu melhor amigo. que saísse da sala enquanto eles passeio de carro. Como no momento
Nós crescêramos juntos e éramos como deliberavam. A espera para ser não tinha nada de melhor para fazer,
irmãos. Nossa experiência no entrevistado não fora nada comparada resolvi aceitar. Afinal, por que não?
Escotismo também era semelhante. a esta. Não tinha idéia de onde iríamos, mas
Havíamos começado como Lobinhos, O pesado silêncio do saguão foi isso logo me foi revelado. Ao nos
mais ou menos na mesma época, e finalmente quebrado, quando abriram aproximarmos de uma fábrica de
esperávamos ansiosamente culminar a porta da sala de entrevistas e me garrafas, da vizinhança, percebi que,
nossos esforços, no mesmo tribunal de pediram que entrasse, junto com meus por alguma estranha razão, aquele era
honra, a fim de nos tornarmos Águias. pais e o Chefe de Escoteiros. O líder o nosso destino. Entramos no edifício
Somente uma coisa se interpunha da junta começou elogiando-me por ter no começo do processo de fabricação
entre nós e esse grande evento — as alcançado um estágio tão avançado no das garrafas. Papai apontou-me as
juntas examinadoras. Seriamos programa de Escotismo. Bem, todos grandes reservas de areia para
entrevistados individualmente por uma esses elogios eram muito bons, mas lá fabricação do vidro. Observamos
junta composta de dois ou três no fundo da mente, eu ficava fascinados as grandes gotas de vidro
homens, escolhidos dentre a liderança imaginando ouvi-lo dizer: “ M as...” ou líquido e branco caindo nos moldes das
de nosso distrito de Escotismo. Esses “ E ntretanto...” . Mal podia imaginar garrafas.
homens avaliariam nossa atitude a que esse pesadelo realmente Ele me mostrou todo o processo,
respeito de coisas como o posto de aconteceria. Depois de alguns minutos explicando qual a função de cada peça
Águia, o programa de Escotismo em de palavras elogiosas, o líder da junta da maquinaria e qual sua contribuição
geral, nosso país, e nosso projeto de acrescentou: “ Entretanto, achamos que para o acabamento final da garrafa.
serviço como Escoteiros-Águia. Esse seu projeto de serviço não é suficiente Uma das últimas coisas que papai me
projeto de serviço deveria ser um para merecer o distintivo de Águia.” mostrou, foi a máquina que realizava
extraordinário ato de serviço em prol Jamais em minha vida me sentira tão uma tarefa chamada de “ têmpera” . O
de nossa comunidade, sendo o humilhado. Estava arrasado. Não temperador era um aparelho que
requisito final da difícil escalada ao tenho a menor idéia do que disseram aplicava uma enorme pressão a cada
posto de Águia. Para garantir a dali em diante. Não sentia mais nada, garrafa com o fim de determinar se era
aceitação de meu projeto por parte de não pensava em mais nada. Lembro- suficientemente forte para ser
minha junta examinadora, apresentei-o -me, entretanto, de como me senti considerada “ segura” para uso
a alguns líderes do distrito, antes de ir constrangido ao cair no choro diante público. Muitas garrafas se quebravam
em frente. Eles me asseguraram que dos candidatos a Águia, ao passar pela quando sob a pressão. Papai sugeriu
estava ótimo. sala na qual esperara tão ansiosamente. que eu levasse uma delas como
Finalmente chegou a tão esperada Lembro-me também de que meu lembrança do passeio. Lembro-me de
noite em que meu amigo e eu grande amigo, com quem trabalhara ter pensado: “ Papai, foi um passeio
deveríamos apresentar-nos diante das lado a lado por três longos anos, muito interessante, mas será que é
juntas examinadoras. Aguardar para passou no exame sem qualquer mesmo necessário que eu carregue uma
ser chamado a uma das salas de problema. Ele receberia seu distintivo garrafa comigo pelo resto de minha
entrevista pareceu-me um tempo de Águia no próximo tribunal de honra vida?”
interminável. Só conseguia pensar em — sem mim. A sensação de depressão Mal percebi o significado que aquela
30 A Liahona
garrafa teria. A caminho de casa,
papai voltou-se para mim e explicou:
“ Craig, o que aconteceu com você na
junta examinadora dos Águias, é
semelhante ao processo da têmpera.
Você foi colocado sob muita pressão,
como as garrafas. O resultado dessa
experiência depende de você, que
poderá partir-se devido à pressão, ou
suportá-la e reagir. Se reagir, não
apenas terá alcançado seu amigo,
como, mais tarde, por causa da força
extra que vai adquirir sobrepujando
mais esse obstáculo, provavelmente
poderá até ultrapassá-lo.”
Agradeci a meu pai pelo que me
disse. Senti-me realmente grato por ter-
-me dado algo para suavizar a dor.
Mas foi somente vários anos mais tàrde
que percebi de verdade tudo o que esta
experiência significou. Compreendi que
meu pai era especial, muito especial.
Ele não apenas se deu ao trabalho de
mostrar-me a fábrica de garrafas, mas
também foi preciso muita imaginação
para ter essa idéia. Existem pais que,
nas mesmas circunstâncias,
simplesmente teriam dito: “ É uma
pena, filho. Pensei que você fosse
conseguir.” ou: “ Bem, acho que você
vai ter que tentar novamente. Agora,
com licença, que estou atrasado.”
A lição que aprendi na fábrica de
garrafas foi, e ainda é, muito valiosa.
Por causa dela, consegui meu distintivo
de Águia e a garrafa quebrada que
apanhei naquele dia tornou-se um de
meus bens mais apreciados. O mais
importante, porém, foi a lição que meu
pai demonstrou, simplesmente notando
que seu filho tinha um problema, e
tentando ajudá-lo a resolvê-lo. E de
que forma criativa ele o fez! Por causa
do método incomum, mas muito
eficiente, ainda me lembro da lição
depois de nove anos. Somente espero
que, quando eu tiver filhos, consiga
seguir o exemplo de meu pai, achando
tempo para dar prioridade às coisas
mais importantes. □
F evereiro/M arço d e 1985 31
DESASTRE DE AVIÃO!
Steven R. Affleck

ão tenho idéia de quanto tempo minucioso e competente como piloto; e


N passei cochilando, mas acordei de
repente com o pequenino avião
eu me coloquei totalmente à vontade,
preparando-me para aproveitar a
bimotor sendo sacudido por fortes viagem de volta a Lago Salgado.
correntes de ar, e a noite clara Observei a bela noite, ao voarmos pelo
transformada em nebulosidade. céu. Senti uma proximidade muito
Olhando para Mike, o piloto, li grande com Deus, olhando a terra
preocupação em seu rosto. Ele estava embaixo e suas criações lá em cima.
ajustando os controles e verificando os Muitas vezes ficara imaginando
instrumentos. O som ritmado dos como Deus podia cuidar de todas as
motores não tinha mais harmonia, o suas criações. Como consegue ouvir as
que me deixou inquieto, mesmo com orações de todos os seus filhos, e
minha limitada experiência de vôo. preocupar-se com cada indivíduo?
Sabia que as coisas não iam bem. Uma Esses pensamentos, aliados ao ronco
outra olhadela em Mike confirmou monótono dos motores, me embalaram
meus temores. e fizeram-me dormir. Agora,
Mike chamou o centro de radar de entretanto, estava bem acordado,
Lago Salgado, pelo rádio, explicando- observando com crescente ansiedade o
-lhes que estávamos perdendo pressão e esforço que Mike fazia para recobrar o
altitude. Eu não disse nada. Naquele controle do aparelho.
momento, não estava realmente A cada momento que passava, ficava
preocupado. Não permitia que minha mais óbvio que não íamos conseguir
mente abrigasse a idéia de que alcançar um local seguro para aterrar.
estávamos em perigo. Mike Estávamos caindo rapidamente em
comunicou-se novamente com o centro direção a uma área montanhosa e
de radar de Lago Salgado. “ Creio que irregular. Não víamos nada a não ser
há formação de gelo no carburador” escuridão, e só ouvíamos o sinal de
disse ele. “ Estamos caindo como alarme do avião, indicando que nossa
uma pedra.” velocidade caíra abaixo do nível de
Senti uma carga de adrenalina segurança. Seria impossível descrever o
percorrendo o corpo. Será que ainda sentimento de impotência que se
estava dormindo? Sentia-me apossou de mim.
atordoado. Mas a trepidação contínua, Subitamente fui atingido pela fria
e uma olhadela nos números do realidade de que as leis da natureza, da
altímetro do avião, logo me gravidade e da aerodinâmica não fazem
convenceram de que aquilo não tinha acepção de pessoas. Os elementos não
nada a ver com sonho. consideram o que é justo, ou que a
Naquela noite, Mike e eu havíamos vida de familiares e entes queridos seria
decolado de Las Vegas, Nevada, para tão dramaticamente mudada, caso
voltarmos a Lago Salgado, Utah, após Mike e eu morrêssemos. Perguntei a
uma viagem de negócios a Fênix, Mike se havia alguma esperança de
Arizona. Quando o avião atingiu alcançarmos Lago Salgado. Ele
quatro mil e quinhentos metros de respondeu: “ Não, estamos caindo.”
altitude, relaxei, pensando em como Acrescentou que não sentiríamos coisa
era bom que aquela viagem tivesse alguma. A morte seria instantânea.
terminado, e como seria maravilhoso Muitas vezes me perguntara o que as
surpreender Karin, minha mulher que pessoas pensam, quando sabem que a
não me esperava até sexta-feira pela morte é inevitável. Imaginara se
manhã. lembranças da vida pregressa lhes
Mike e eu já voáramos juntos muitas passava pela mente, se havia uma
vezes. Ele é um ótimo amigo, e muito sensação de pânico.
Ilustração de Richard Brown
32 A Liahona
F evereiro/M arço d e 1985
m

por um momento havíamos sentido tivesse uma hemorragia interna por


pânico, e agora, um espírito causa da visão embaçada; sabia que, se
confortador estava conosco. fosse o caso, o tempo era um fator
Ao terminar a oração, olhei pela decisivo. Depois de inspecionar o avião
janela e ainda não havia visibilidade. O para ver se havia vazamento de
som dos motores piorara. Estávamos gasolina, e descobrindo que não havia
perdendo altitude num ritmo perigo de incêndio, Mike levou-me de
apavorante, e o alarme continuava volta ao aparelho, dando-me alguns
soando. Pela última vez transmitimos à cobertores e um saco de dormir.
torre de radar de Lago Salgado nossa Não sabia quanto sangue havia
posição e altitude. perdido, e não ousava dormir
Eles nos informaram de que enquanto Mike estivesse ausente.
estávamos muito abaixo da altitude Regulei meu relógio para me despertar
segura para aquela área. Os picos das a cada quinze minutos, a fim de
montanhas já se alteavam acima de permanecer consciente. Lembro-me de
nós. que em minha pasta se encontrava meu
Mike perguntou-me se estava com diário pessoal, que também continha
medo. Disse-lhe que apenas sentia por uma fotografia de minha família.
Karin e pelas crianças. Seus Encontrei a pasta, abri-a e localizei o
sentimentos eram semelhantes em diário. Mantive-me acordado, olhando
Meus pensamentos estavam com relação a sua família. Trocamos o retrato dos meus e escrevendo no
minha família. O rosto de cada um de palavras de apreço mútuo por nossa diário toda vez que o relógio
meus oito filhos projetou-se em minha boa amizade e depois esperamos. despertava. Mike partira às llh30min
mente — sete belos filhos e uma filha. Olhei pela janela, procurando da noite e orei por sua segurança
Como isto poderia estar acontecendo? cegamente o chão. Com o piscar da durante a noite inteira.
Eles precisavam do pai. Eu precisava lâmpada na ponta da asa, vi o pico de Às 3h00 da madrugada, ouvi o
deles. Pensei em minha mulher, que uma montanha irregular a poucos ronco de aviões de busca, mas foi
não desconfiava de nada, e que seria metros do avião. O aparelho virou somente às 5h00 que um deles se
forte mas sofreria muito. Vi a imagem para a esquerda. Quando Mike nivelou aproximou o suficiente para ver o sinal
angélica de minha mãe e senti sua dor. as asas, olhei para baixo e vi o chão. de minha lanterna. O piloto inclinou a
Visualizei meu pai, tentando confortar Fiquei alarmado com a velocidade que asa, indicando que vira meu sinal.
todos eles. Lembro-me de ter achado estávamos descendo. Encontrávamo- Com toda certeza eu logo seria salvo, e
estranho que não estivesse sentindo -nos a alguns metros do impacto. Mike deveria ter encontrado ajuda.
medo e pânico por mim mesmo, mas A próxima coisa de que me lembro Mais quatro horas se passaram até
que me sentisse triste por aqueles que foi o estrondo e a força do avião que um grupo de resgate e um
ficariam para trás. Pensei em metas atingindo o solo. O primeiro tranco, helicóptero conseguiram aproximar-se
ainda não alcançadas, em promessas que foi tremendo, atirou-me para do local do acidente. Não tinham
não cumpridas. Todos esses frente; minha testa bateu em algo, mas qualquer notícia de Mike. Foi somente
pensamentos e muitos mais foram a mente permaneceu lúcida e não às IlhOO da manhã que ele encontrou
condensados em apenas alguns registrou dor. Estávamos agora uma estrada e pegou uma carona até o
segundos, como se o tempo tivesse deslizando em total escuridão. Era hospital, onde tivemos um alegre
parado por um instante, para que eu como correr de olhos vendados através reencontro. Ele havia caminhado a
pudesse pensar em tudo aquilo. de uma casa estranha, esperando noite inteira esperando conseguir
Olhei para Mike e novamente tropeçar ou bater em alguma coisa a ajuda, sem saber em que condições eu
observei sua força e concentração. Ele qualquer momento. estava. Foi um ato de verdadeira
disse: “ Ore por nós, Steve.” Eu O deslizamento continuou. Quanto bravura e amor fraterno.
estivera orando, mas, quando Mike tempo levaria para batermos numa Algumas pessoas dizem que tivemos
pediu que fizesse uma oração, tive rocha, árvore ou montanha? Eu sorte — uma oportunidade em um
consciência, subitamente, de que todo esperava outro impacto, mas não milhão. Mas tenho certeza de que não
seu treinamento e experiência como aconteceu. Em vez disso, o avião foi questão de sorte. Fomos salvos por
piloto não nos poderia salvar. Ele parou. O silêncio era total. nosso Pai Celestial.
estava colocando sobre mim a Sentimos pressa de nos afastar, Muitas vezes tenho-me perguntado
responsabilidade de invocar os poderes temendo uma explosão. Abri a porta e por que ele interveio. Muita gente
do céu. Percebera que o único capaz pulamos para a escuridão, indo para morre em circunstâncias semelhantes.
de intervir para controlar nosso longe do aparelho. Tinha agora Tenho certeza de que oraram e
destino, era o Senhor. Mike podia consciência de que estava ferido. desejavam viver. Por que o Senhor nos
apenas ser um instrumento em suas Estava perdendo muito sangue por um atendeu? Passei toda aquela noite do
mãos. ferimento na testa, mas continuava desastre pensando nessa pergunta.
Orei novamente, desta vez com mais vivo! Sabia que o Senhor nos Senti a calma segurança de que nosso
intensidade do que jamais orara em preservara. periodo de vida é medido por um
minha vida. Sabia que só Deus poderia Mike não estava ferido. Não perdeu poder maior que o nosso. Mike e eu
garantir-nos o dom da vida. Senti-me tempo e administrou-me primeiros ainda não havíamos terminado nossa
induzido a invocar o poder do socorros imediatamente. Eu sentia o missão — não estávamos designados
sacerdócio, e assim, na oração, ordenei sangue gotejando da testa, que doía. para morrer. Nas dez horas mais ou
que o avião, pelo poder do sacerdócio, Mas, de alguma forma, aquela dor me menos, antes de ser resgatado, agradeci
ficasse inteiro e nos protegesse. dava segurança. Ambos agradecemos a ao Senhor e prometi usar esse dom de
Surpreendi-me um pouco diante de nosso Pai Celestial por nossa vida. vida primeiro para abençoar a vida de
minha ousadia, mas senti uma paz Depois de avaliar a situação, Mike meus familiares, e, segundo, para
confirmadora. Sabia que agora achou que devia ir imediatamente em servir a meus semelhantes, onde quer
precisava exercer a fé necessária. Nem busca de socorros. Temia que eu que ele desejasse. □
34 A L iahona
Vista aérea do Monte Cumorah, Nova York. O monumento do Monte Cumorah fica num maciço de árvores, na parte esquerda
central da fotografia.
O centro de visitantes da Igreja fica à direita das árvores, ao pé da colina e fora da estrada principal.

O QUE SE VÊ HOJE
Excursão Fotográfica pelos Locais H istóricos da Igreja

A partir deste número, A Liahona


publicará uma série de ensaios
fotográficos, mostrando locais
históricos da Igreja como se
apresentam hoje. Viajaremos por áreas
importantes para o progresso e
desenvolvimento da Igreja, veremos
onde moraram os santos, e por onde o
Profeta Joseph caminhou, falou — e
morreu. Neste número, examinaremos
locais históricos especiais de Nova
York, Pennsylvania, Vermont e Ohio.
No futuro, nossas câmeras seguirão as
pegadas dos santos em suas migrações
através do Missouri, Illinois, e pelas
planícies até o Vale do Grande Lago
Salgado. Fotografias para este primeiro
segmento, de Jed A. Clark e Longin
Lonczyna Jr.
F evereiro/M arço d e 1985
Acima: A rua principal de Palmyra, Nova York, onde fo i impressa a primeira edição do Livro de Mórmon, no edifício
de telhado branco, ao centro da fotografia. O prédio, com doze janelas de caixilhos brancos, abrigava no segundo andar
a impressora de Egbert B. Grandin. A prensa manual na qual fo i impresso o Livro de Mórmon é de propriedade da
Igreja. Abaixo: Vista do monumento a Joseph Smith em Sharon, Vermont, mostrando um pequeno lago entre os dois
edifícios que abrigam o centro de visitantes e alojamento para missionários.

36 A Liahona
Acima, à esquerda: Uma réplica moderna da casa de Peter Whitmer Sr., em Fayette, Condado de Sêneca, Nova York,
onde a Igreja fo i organizada, aos 6 de abril de 1830. Acima, à direita: A lousa de sepultura de ardósia, do filhinho de
Joseph e Emma Smith, fo i fixada num monumento de granito. De seus nove filhos, cinco morreram na infância. Abaixo:
Vista aérea da zona rural do Distrito de Harmony, Pennsylvania, onde o Profeta e Emma Smith moraram e fo i traduzida
a maior parte do Livro de Mórmon e recebidas quinze seções de Doutrina e Convênios. A casa deles ficava à esquerda
do pátio de estacionamento cinza, do lado direito da estrada.
Acima: Missionários moram agora na antiga loja de Newel K. Whitney, em Kirtland, Ohio. Construída em
1823, fo i o lar do profeta e sua família durante mais de um ano. Brigham Young encontrou Joseph pela
primeira vez, quando este cortava madeira nos fundos da loja. Abaixo: Esta bela casa de Joseph Smith Sr. e
sua esposa, Lucy Mack Smith, abrigou-os durante seus últimos anos em Kirtland, Ohio. Parte de seu belo
madeiramento original ainda está intacta.

38 A L iahona
Esquerda: O primeiro andar da loja de Newel K.
Whitney, em Kirtland, Ohio. A porta que fica logo à
esquerda leva aos alojamentos da família Smith e ao
quarto onde Joseph provavelmente traduzia.
Diretamente em frente fica a sala da Escola dos
Profetas, onde ocorreram grandes manifestações
espirituais, incluindo a aparição do Salvador. Abaixo:
Saguão de entrada da casa de John Johnson, em
Hiram, Ohio, onde Joseph e Emma viveram,
enquanto o Profeta trabalhava na nova tradução da
Bíblia. Desta casa, o Profeta fo i arrastado pelo
populacho e coberto de piche e penas. Mais acima: O
Templo de Kirtland visto do leste. □

F evereiro/M arço d e 1985 39


A Liahona
VIZINHAS
AMIGÁVEIS
Nonie Gilbert

inveterada, mas não tinha consciência


do meu mal. Elas oraram, comigo e
por mim, durante os longos meses em
que lutei para vencer o vício, e
finalmente comecei a melhorar. E elas
mantiveram meu problema em
absoluto sigilo.
Sem comentários ou julgamentos,
elas aturaram meu comportamento de
alcoólatra, os cigarros que fumava,
minha maneira de falar não muito
adequada, e opiniões que devem ter
sido ofensivas para elas. Com grande
amor, certamente inspirado por Deus,
elas venceram minha atitude cheia de
preconceitos em relação aos mórmons.
Comecei a sentir-me como um membro
bem aceito da grande comunidade
mórmon à qual pertencia. Agora tinha
vizinhas e amigas que, por acaso, eram
minhas professoras visitantes.
Se a atitude de Loraine ou Leora
naquela primeira visita, ou em visitas
subseqüêntes, tivesse parecido
insincera, nem que fosse em
pequeníssimo grau, posso garantir que
não teria havido mais visitas. Mas
Ilustração de Dilleen Marsh

jamais senti que apareciam apenas para


cumprir uma obrigação.
Já faz muitos anos que Leora e
Loraine são minhas professoras
visitantes, e há muito tempo deixei de
beber. Mas sempre me lembrarei de
como me ajudaram em minha
recuperação. Elas continuam minhas
amigas.
Elas jamais me julgaram. Nunca me
ostaria de contar-lhes uma história não havia sido nada positiva. Jovem e
G de amor.
Não sou membro de A Igreja de
um tanto intolerante, eu achava que os
mórmons eram rígidos e agressivos, e,
condenaram. Jamais me traíram
através de mexericos. Sempre
respeitaram meu pedido de que
Jesus Cristo dos Santos dos Últimos portanto, os visitantes anteriores nunca
omitissem a mensagem espiritual, e
Dias, mas considero as mulheres de sua haviam sido convidados a voltar.
aceitaram o fato de que me sentia feliz
Igreja como minhas irmãs. As duas Agora, assim de repente, lá estavam
como membro de outra religião.
principais razões de me sentir assim, duas mulheres SUD, irradiando
Tudo o que fizeram, realmente foi
chamam-se Leora Duke e Loraine simpatia, calor humano, amor,
amar-me e aceitar-me.
Stoddard. aceitação e cuidado. Qualquer pessoa
Com Loraine e Leora comecei a
Logo depois que meu marido e eu podia perceber que eram sinceras. Eu
aprender o que é a tolerância. Sinto-me
nos mudamos para Farmington, Utah, não sabia o que pensar. Por que haveriam de
alguns anos atrás, essas duas senhoras feliz por ter perdido a tendência de
importar-se comigo e com minha
nos visitaram, transmitindo num só julgar todas as pessoas que encontrava,
família?
dentro de sessenta segundos.
fôlego, se bem me lembro, esta Aparentemente, entretanto, Loraine
mensagem: Assim, a despeito do fato de recusar
e Leora realmente se importavam, pois
“ Alô! Somos Loraine e Leora, suas continuavam voltando. Eu tinha a mensagem oficial das professoras
vizinhas e professoras visitantes da visitantes, aprendi, através do seu
certeza de que, com o tempo, elas
Igreja Mórmon. Gostaríamos de visitá- exemplo, lições mais elevadas de amor,
perderiam o interesse. Não era fácil
-la mensalmente — com ou sem uma tolerância e aceitação. □
encontrar-me em casa. Meus horários
mensagem espiritual, conforme preferir eram muito corridos e imprevisíveis.
— mas gostaríamos de aparecer para Mas o esforço delas e a maneira como
Nonie Gilbert, escritora “free-lancer” e
nos certificarmos de que a senhora e me aceitaram sem reservas, fizeram mãe de quatro filhos, é diretora de relações
sua família estão bem.” com que passasse a esperar suas visitas. públicas da Utah Alcoholism Foundation
Até ali, minha experiência com Quando Leora e Loraine começaram (Fundação de Utah para Combate ao
qualquer tipo de visitas de mórmons a me visitar, eu era uma alcoólatra Alcoolismo).
Fevereiro/M arço de 1985 41
Notícias Locais

os m eus sapatos, que devem ser gas­ Setenta e presidente da Área América
Caminhada tos em serviço.” do Sul Meridional.
diária Para o Presidente Kimball há um
sentim ento positivo sobre a vida.
A 1500? estaca é um marco na histó­
ria da Igreja e indica seu rápido cresci­
). Malan Heslop "T oda obra de D eus tem u m propósi­ m ento nos últim os anos. A primeira
Church News to ” , disse ele. "Ele conhece o fim des­ centena de estacas levou 96 anos para
de o princípio. Ele sabe o que nos edi- ser completada, a segunda 24, a tercei­
ficará, o que nos libertará, o que des­ ra oito e a quarta centena quatro anos.
truirá o plano e o que nos dará o triu n ­ A m ilésim a estaca, em Nauvoo, Illi­
fo eterno. O Senhor nem sempre cura nois, foi criada em 1979, com as 400
o m al nem salva aqueles que estão em estacas seguintes sendo organizadas
perigo,- para assim fazê-lo é necessário em quatro anos. A 1400? estaca foi
frustrar todo o plano. N em sempre ali­ criada em Piúra, no Peru. Existem,
via o sofrim ento e a angústia, e igual­ atualm ente, 5,5 milhões de membros
m ente, as situações desagradáveis po­ da Igreja distribuídos em quase 15.000
dem fazer parte do im portante plano. alas e ramos em todo o mundo.
N aturalm ente, devemos afastar de
nós as situações desagradáveis, mas
estas são, freqüentem ente, grandes
bênçãos ocultas." Os Templos
Presidente Kimball tem tido m uitos
problem as de saúde durante sua vida. se espalham pelo
Sofreu várias cirurgias graves como a
operação do coração e de câncer na mundo todo
garganta. Estes foram obstáculos que Com a dedicação, em dezembro de
apenas dim inuíram sua atividade por 1984, do Templo da Cidade de G uate­
u m curto período. Ele não parou e o mala, na Guatemala, a Igreja possui
im portante para ele é prosseguir sem ­ agora 32 templos em funcionamento
pre. no m undo inteiro, com m ais oito em
ndando todos os dias para cá e Referindo-se ao Profeta o Presidente construção e outros sete em fase de

A para lá no corredor de seu apar­


tam ento, o Presidente Spencer
W. Kimball se exercita. A boa saúde é
Gordon B. H inckley disse: A idade e a
doença têm exaurido a força e a ener­
gia que durante m uitos anos foram
um sím bolo para toda a Igreja. O pas­
planejamento.
Os templos atualm ente em funcio­
nam ento, incluindo o de M anti, no es­
im portante para ele, e agora m esm o tado de Utah, que está sendo reforma­
está sendo colocado à prova. Mas ele so do Profeta foi desacelerado e dim i­ do, são:
não desiste. D iariam ente, faz alguns nuído m as o seu coração continua a Alberta (Canadá)
exercícios, fisioterapia e cam inha pelo bater pelo seu povo. Apia (Samoa)
corredor. Arizona (USÁ)
O Presidente fará 90 anos no próxi­ Atlanta (Geórgia, USA)
m o dia 28 de março. Ele reconhece Boise (Idaho, USA)
que sua idade está avançando e sente- A Igreja Cidade da G uatem ala (Guatemala)
-se um pouco cansado. Mas seu m aior
sofrim ento é a frustração. Ele deseja
cria sua Cidade do México (México)
Dallas (Texas, USA)
trabalhar, assistir às reuniões que po­
de e freqüentem ente sente-se m elhor
1500.a Estaca Havaí
Idaho Falls (Idaho, USA)
assistindo às reuniões no tem plo. Lá, A 1500? estaca da Igreja foi criada no Jordan River (Utah, USÁ)
sente-se à vontade, n u m am biente fa­ dia 4 de novembro de 1984, 150 anos Lago Salgado (Utah, USA)
m iliar e entre irmãos. após a organização da primeira estaca Logan (Utah, USA)
"D evo ser paciente e longãnim o" em Kirtland, no estado de Ohio, em Londres (Inglaterra)
confessa ele, "isto é o trabalho em 1834. Los Angeles (Califórnia, USA)
si” . A Nova Estaca de Caliche, Chile, foi Manila (Filipinas)
A parentem ente, sua filosofia se en­ criada pela divisão da Estaca de Antofa- M anti (Utah, USA)
quadra na declaração do Presidente gasta, sob a direção do Élder A. Theo- Nova Zelândia
Heber J. Grant: “ M inha vida é como dore T uttle, do Primeiro Q uorum dos Nuku'alofa (Tonga)
42 A L iah on a
Oakland (Califórnia, USA) Guido e Adelia G ratti de Genaro, nas­
Ogden (Utah, USA) Dois novos ceu em Salto, São Paulo. Ele e a espo­
Papeete (Taiti)
Provo (Utah, USA) Representantes sa, Irany Alves, são pais de três filhos
e m oram na Estaca Sorocaba Brasil.
Santiago do Chile
Saint George (Utah, USA)
Regionais no Tem curso superior e atualm ente tra­
balha com venda de livros.
São Paulo (Brasil)
Seattle (Washington, USA)
Brasil
Os irmãos Nelson de Genaro e
Sidney (Austrália)
Suíça Alfredo Helinton de Lemos foram
Taipei (Formosa) chamados como Representantes
Tóquio (Japão) Regionais da Igreja no Brasil
W ashington (D.C., USA)

Templos em construção:
Buenos Aires (Argentina)
Chicago (Illinois, USA)
Denver (Colorado, USA)
Estocolmo (Suécia)
Freiberg (República D em ocrática
Alemã)
Johannesburg (África do Sul)
Lima (Peru) residente de estaca durante 6
Seoul (Coréia)

Templos em fase de planejamento:


P anos, Alfredo H elinton de Le­
m os é o Representante Regional
das regiões São Paulo Leste e São
Paulo Sul. A nteriorm ente foi presi­
Bogotá (Colômbia)
dente das estacas de C uritiba e C uri­
Frankfurt (Alemanha)
tiba N orte. Tam bém foi conselheiro
Guaiaquil (Equador)
na presidência de distrito, sum o con­
Las Vegas (Nevada, USA)
Portland (Oregon, USA) selheiro, presidente da Escola D om i­
nical, bispo e conselheiro de bispo.
San Diego (Califórnia, USA)
elson de Genaro, representante Nascido em Recife, Pernambuco, é
Toronto Ontário (Canadá)

Festa no Distrito
N regional da região de C am pi­
nas, S. Paulo, foi presidente de
estaca duas vezes. Foi presidente das
estacas de Cam pinas e Sorocaba.
filho de M anoel Gomes e M aria José
de Lemos. Casado com Rosina de
Alencar, têm cinco filhos e residem
na ala de Vila Oficinas da estaca de
de Mato Grosso Tam bém foi conselheiro da M issão
São Paulo N orte. A nteriorm ente foi
C uritiba. E médico oftalm ologista
particular e tam bém do Exército Bra­
do Sul bispo e presidente de ram o. Filho de sileiro.
Arlindo Martins dos Santos Sobrinho
Presidente do Distrito de Mato
Grosso do Sul
omo parte da Semana da Pátria
Reorganização de Estacas
C e especialmente comemorando
o nono aniversário do Ramo I de
Campo Grande, o D istrito de Mato
Grosso do Sul, sob a direção de seu pre­
Estaca São Paulo Ipiranga
Presidente — Milton Cenko, 38
anos, gerente de vendas, ex-sumo
de bispo, presidente do quorum de
élderes e professor do seminário.

sidente Arlindo M artins dos Santos So­


conselheiro e bispo. Estaca São Paulo Brasil
brinho, realizou um a belíssim a progra­ Conselheiros — João Capezzutti Presidente Aledir Paganelli Bar-
mação nos dias 7, 8 e 9 de setem bro pp. Netto, 47 anos, delegado de polí­ bour, 48 anos, professor de Geolo­
As atividades foram realizadas na cia, ex-sumo conselheiro e bispo; gia e Economia da Universidade de
única capela que é ocupada pelos três Jorge Miguel Luiz de Macedo Co- Sáo Paulo, antigo conselheiro da
ramos de Campo Grande, a qual foi pe­ vacs, 32 anos, engenheiro de pro­ presidência de estaca, sumo conse­
quena para acomodar todos os partici­ cessamento de dados, ex-sumo lheiro, bispo e conselheiro de bis­
pantes. Futebol de salão e vôlei tive­
ram animadíssimas torcidas organiza­
conselheiro e presidente de quo­ po.
das. As reuniões comemorativas foram rum de élderes. Conselheiros — Adhemar Damia-
espirituais, e contaram com a participa­ ni, 45 anos, diretor de produção de
ção dos pioneiros no evangelho daquele Estaca Araraquara Brasil uma companhia de processamento
distrito. Uma reunião do SEI e o baile Presidente Roberto Pires, 43 anos, de dados. Anteriormente foi sumo
que se seguiu encerraram as festivida­ negociante de madeiras, antigo conselheiro, secretário de estaca,
des, com a entrega de medalhas aos ven­ conselheiro de distrito, e presidên­ bispo e presidente de ramo.
cedores dos campeonatos.
A grande m eta do D istrito de Campo cia de estaca, bispo e presidente da Cláudio Cuellar, 36 anos, diretor
Grande é tomar-se um a estaca, e seus Escola Dominical. artístico de impressão, foi sumo
desafios e esforços vão direcionar-se Conselheiro — Wilson Roberto de conselheiro, presidente de missão
nesse sentido. Souza, 32 anos, antigo conselheiro da estaca e bispo.
Fevereiro/M arço de 1985 43
no bairro do Ipiranga. M encionou zes de poderem ir à capela recém-dedi-
Dedicação da tam bém que na m esm a época servi­ cada para ouvirem os conselhos dos lí­
Sede da Estaca ram como m issionários de tem po in­
tegral naquela área, o Élder James E.
deres inspirados.
N esta Conferência foi alcançado o
S. Paulo Ipiranga Faust do Q uorum dos Doze Apóstolos
e o Élder W illiam G. Bangerter do
recorde de freqüência desde que a es­
taca foi formada em novembro de
Q uorum dos Setenta. 1982: 972 santos foram beneficiados
Em seguida o Presidente Staniscia, com os ensinam entos desta reunião.
proferiu a oração dedicatória, encer­ U m outro fato m arcante desta Con­
rando assim a bela e com ovente ceri­ ferência foi durante o pedido de apoio
m ônia. dos novos portadores do Sacerdócio de
M elquisedeque; enquanto os nom es
iam sendo citados, os hom ens iam-se
Vinte anos por levantando, orgulhosos de poderem
ser apoiados e receberem o Sacerdócio
uma bênção... Maior,- isto não seria nada se 5 daque­
les 13 hom ens apoiados, não fossem
Presidente Eraldo Luís dos Santos da m esm a família! O pai e os 4 filhos:
2.° Conselheiro na Presidência da a Fam ília Ferreira do Valle, da Ala Te-
Estaca resópolis. Foram batizados há alguns
s santos de Petrópolis espera­ m eses, três deles se preparam para fa­

m sua capela localizada em local O ram 20 anos para terem sua


prim eira capela construída nos
zer um a m issão de tem po integral e
são m uito unidos.

E histórico, distante apenas 500


m etros de onde D. Pedro I deu o
célebre grito de "Independência ou
M orte” , a Estaca S. Paulo Ipiranga, rea­
m oldes e padrões da Igreja. Foram 20
anos de longa e paciente espera.
A dedicação da capela se deu no dia
21 de setem bro p.p., e nos dias 22 e 23
O Élder D idier prestou um tributo à
esposa e mãe daquela família, pedindo
que ela se levantasse, assim todos po­
deriam conhecer a m ulher que criou
de setem bro foi realizada a 4? Confe­ um a fam ília tão bela e tão unida.
lizou nos dias 28, 29 e 30 de setem bro rência Semestral da Estaca Petrópolis Foram dias de júbilo, lágrimas e o
p.p.., um a programação especial como Brasil, com a presença do Élder C har­ reconhecim ento da mão do Senhor em
parte da dedicação da sede da estaca. les A. Didier, Presidente de Área. No todas as coisas. Os santos de Petrópo­
Nos dias 28 e 29 foram apresentadas dom ingo pela m anhã foi realizada a lis estão agradecidos por terem , agora,
atividades culturais de m úsica e tea­ sessão em Juiz de Fora e à tarde a ses­ um local adequado para assistirem às
tro que encantaram as 650 pessoas são em Petrópolis. Todos ficaram feli­ reuniões.
que lá com pareceram , e no dia 30 de
setem bro, sob a presidência de D em ar
Staniscia, Presidente da Estaca S. Pau­
lo Ipiranga, teve início a cerim ônia de
dedicação, com todos os presentes
cantando o hino nacional brasileiro
enquanto a bandeira nacional era has­
teada no m astro que fica no jardim da
capela.
Entre os presentes, além da presi­
dência e m em bros da estaca, estavam Da direita para a
tam bém o Presidente José B. Puerta, esquerda: Presidente
A. José Mendonça,
do Tem plo de S. Paulo e esposa, o Élder Charles A.
Pres. Roger Call da M issão S. Paulo Didier, Bispo Antônio
Sul, o Pres. Oswaldo Silva Camargo de Oliveira e a
Família Ferreira do
da Estaca S. Paulo Perdizes, o Irmão Valle.
Lynn A. Sorensen, D iretor para As­
suntos Tem porais da Igreja do Brasil e
esposa e outros convidados especiais
que fazem parte da história da Igreja Dedicada a Primeira Capela em Portugal
daquela área. Élder Roberto Gaertner
O coro da estaca, regido pela Irm ã Missão - Portugal Lisboa
N air R. Sceppa, abrilhantou a reunião
com duas belíssim as canções. o dia 11 de novem bro p.p., A capela está situada à rua Penedo
O Presidente Eduardo A. S. Contie-
ri, conselheiro na presidência da esta­
ca e prim eiro brasileiro a ser presiden­
te do ram o do Ipiranga em 1956, falou
N deu-se u m im portantíssim o
acontecim ento em Portugal:
foi a dedicação da 1 ? capela deste belo
país.
da Saudade, 20, e o edifício foi com ­
prado em 1977, tendo passado por vá­
rias reformas.
Após a conferência do distrito de
sobre algumas fam ílias daquele tem ­ A capela atualm ente serve como lo­ Coim bra, os m em bros reuniram -se
po, que ajudaram no crescim ento da cal para reuniões de dois ram os, o ra­ novam ente para ouvir a oração dedica­
Igreja naquela área. m o I e II de Coimbra, e tam bém como tória, que foi proferida pelo Presidente
M uito em ocionante foi o relato do sede do distrito de Coimbra, que além Ficklin da M issão Portugal Lisboa.
Irmão Lynn A. Sorensen, quando re­ destes ram os o distrito tem ainda os U m pequeno coral, organizado pe­
lem brou que há 44 anos atrás, ou seja ram os das cidades de Viseu, Leiria e los m em bros do distrito, elevou espi­
em 1940, como m issionário de tem po Aveiro. Este distrito é presidido pelo ritualm ente os que com pareceram à
integral, foi designado para trabalhar Presidente Carlos Cabral. cerim ônia de dedicação da capela.
44 A Liahona
Novo grupo
de missionários
do Templo
casa do Senhor precisa sem pre

A de m uitos obreiros para m antê-


-la como um a '' casa de ord e m ''.
Nossa revista já publicou a história de
alguns m issionários do tem plo e neste
m ês focalizamos um novo grupo.
Paulo Pradelino da Costa, 58 anos,
1? m em bro batizado em Canoas, e
sua esposa, M arina G ünther da Costa,
são os prim eiros m issionários do tem ­
plo enviados pela Estaca Novo H am ­
burgo. O casal tem um a única filha e
foram selados no tem plo de São Paulo
em janeiro de 1979. São m em bros da
Igreja desde 1960, tendo am bos ocupa­
do m uitos cargos no ram o, ala e esta­
ca. Ao serem entrevistados pelos seus será o m elhor período de nossa vida. m issionária em julho de 1984. Ela de­
líderes do sacerdócio para cum prirem Nós tem os um a fam ília m aravilhosa clarou: "Q uando fui chamada para a
m issão, a Irm ã M arina, sentiu-se na — 4 filhos, 3 noras, 5 netos — e nosso m issão no tem plo, disse como Néfi:
obrigação de explicar que tin h a alguns m aior desejo é selar todos eles a nós 'Eu irei e cum prirei as ordens do Se-
problem inhas de saúde que talvez pu­ como um a fam ília etern a.” nh o r’...”
dessem atrapalhar. Mas com o incen­ O utra história de fé e dedicação é da Rosa Pilos Caceres é da Argentina,
tivo do bispo e do presidente da esta­ Irmã M aria N úbia de Lima Landim, Estaca Tucum ã, Barrio (Ala) Centro.
ca, o casal decidiu-se a aceitar im edia­ 63 anos, da Ala I, Estaca Fortaleza Tem 68 anos, 2 filhos, 7 netas, 1 neto
tam ente o cham ado e assim chegaram M ontese, Ceará, que conheceu a Igre­ e 4 bisnetos. E m em bro da Igreja desde
a São Paulo em m arço de 1984 e até ja há 3 anos e desde o início teve o de­ 1964 e já serviu em quase todos os car­
agora sem pre sentiram -se bem dispos­ sejo de cum prir missão, e só lam enta­ gos da Sociedade de Socorro. Esta é a
tos, abençoados, e fortalecidos pelo va não ser jovem para fazer m issão de quarta vez que vem ao tem plo. A pri­
trabalho do Senhor. O irm ão C osta é proselitism o. Falou com seu bispo e m eira foi em 1979, quando se selou ao
aposentado do M inistério da Aeronáu­ depois com o presidente da estaca. Es­ esposo, falecido havia dois meses.
tica e diz sentir-se m uito bem traba­ te lhe disse que iria pensar sobre o as­ Eles estavam com tudo pronto para vi­
lhando no tem plo: "é com o se esti­ sunto, pois seu estado de saúde não rem ao tem plo, com as entrevistas fei­
véssemos em outro m undo, tão tran ­ era dos m elhores e o fato de ter de usar tas, recom endações etc, quando o Se­
qüilo, sem preocupações” , diz ele, ao m uletas poderia tornar-se um em peci­ nhor o cham ou. Então ela veio, fez o
que a esposa acrescenta: ” o tem plo é lho. Mas a Irmã N úbia orou, recebeu selam ento e m uita obra vicária pelos
um pedacinho do céu. Somos m uito u m a bênção do sacerdócio e seu cha­ seus fam iliares falecidos. Em 1980
felizes aqui.” m ado veio. No dia 19 de outubro de voltou para realizar as ordenanças pe­
O outro casal m issionário, chegado 1984 ela deixou sua terra natal com los seus m ortos e em 1982 veio como
à m issão em novem bro de 1984, é pro­ destino a São Paulo, para realizar seu m issionária do alojam ento por 6 m e­
veniente do Ramo de Passo Fundo desejo de servir ao Senhor. Ela diz: ses. Em agosto de 1984 voltou nova­
Sul, ao qual pertencem há 19 anos, ” Sou m uito grata ao Pai Celestial por m ente como m issionária do templo,
sendo tam bém os prim eiros m issioná­ ter enviado os m issionários à m inha agora para ficar um ano.
rios do Tem plo enviados pelo ramo. casa. Desde que m e batizei, nunca fal­ Seus filhos não são m em bros da
A esposa, Irmã Jandira, de 54 anos, tei a um a reunião da Igreja e espero Igreja, m as a apóiam. O m arido foi
explica que foi seu próprio filho que nunca faltar. Cheguei a ir para a reu­ m em bro ativo e dedicado e segundo
os cham ou para a m issão, quando era nião com água pelo joelho m as não diz a Irmã Rosa, todos os que o conhe­
presidente do ramo. Esse filho é ex- faltei. Não tenho palavras para dizer o ceram guardam dele boas recordações.
-m issionário, casado, com u m filho. quanto sou feliz e grata ao Senhor por Ao ser entrevistada pelo presidente de
Tem um outro filho na M issão São tudo o que o Evangelho de Jesus C ris­ sua estaca e cham ada para a missão,
Paulo Sul e m ais dois casados. A Irmã to representa para m im .” respondeu prontam ente: "Sim , eu
Jandira declara que a única coisa difí­ Lucia Perez tem 67 anos, nasceu na vou. U m a vez que se conhece o evan­
cil foi separar-se dos netos, aos quais é cidade de Mendoza, Argentina, per­ gelho é isto o que se tem de fazer: ser­
m uito apegada. tence ao Barrio (Ala) San Miguel, Es­ vir ao Senhor” .
O Irmão Orlando Trage, 64 anos, taca M endoza. É m em bro da Igreja há D iz que é m uito feliz com o traba­
batizado em 1965, viu seu pequeno ra­ 22 anos, tendo ocupado m uitos cargos lho do tem plo pois o considera extre­
mo de Passo Fundo, com um a fre­ na Sociedade de Socorro, prim ária e m am ente dignificante. E agora espera
qüência m édia de 26 pessoas, com A.M .M . e tam bém trabalhou com G e­ que o Tem plo da Argentina fique
apenas dois élderes locais, progredir e nealogia. "Q uando conheci o evange­ pronto para servir ali também.
dividir-se, estando cada unidade com lho verdadeiro” , diz ela, "não duvidei Benedita da Paixão M onteiro é do
um a freqüência de 160 a 170 pessoas e soube que Joseph Sm ith e o Livro de Ramo de Belém do Pará, tem 54 anos,
quando partiu para a m issão. "É um a M órm on davam testem unho do Pai é viúva, com 5 filhos. Ao completar
grande alegria representar o nosso dis­ Eterno e de seu Filho Jesus C risto. Na dois anos de seu batism o, em outubro
trito nesse chamado de m issionários terceira palestra pedi o b atism o.” A Ir­ de 1984, com pletava tam bém 7 meses
do tem plo e tem os certeza de que este m ã Perez chegou ao tem plo como de m issão no Tem plo de São Paulo.
Fevereiro/M arço de 1985 (Continua na página seguinte.| 45
"Q uando os m issionários com eça­ lis, a prim eira capela com pleta do es­
ram a visitar a m inha casa, quem rece­ Primeira Capela tado foi inaugurada e dedicada. Mais
bia as palestras era o m eu filho,
Jorge” , conta ela. "N essa época eu an­ dedicada e de 300 pessoas estiveram presentes à
cerim ônia, entre as quais a presidên­
dava insatisfeita com m inha religião,
como que espiritualm ente fam inta e
primeira Ala do cia da Estaca Brasília e o gabinete do
prefeito local.
quando m eu filho se batizou, eu co­
m ecei a ler o Livro de M órm on e os fo­
Estado de Goiás O Irmão Carlos França, ex-m issioná­
rio, foi designado bispo da Ala Anápo­
lhetos m issionários e m e converti nápolis é um a linda cidade onde lis, e seus conselheiros são os Irmãos
im ediatam ente. Pedi aos m issionários
que viessem dar-me as palestras o
m ais depressa possível pois queria ba-
tizar-m e no domingo seguinte. Não
A está localizada a Base Aérea da
A eronáutica, responsável pela
defesa aérea de Brasília e controle de
Cesar Silva e João Batista Silva.
N a m esm a ocasião, houve a form a­
ção de u m ram o a ser presidido pelo Ir­
tráfego aéreo nacional. A Igreja deu mão Benedito Ferreira Souto, tam bém
posso descrever a emoção que senti ao início a suas atividades em Anápolis ex-missionário.
ser batizada, ao pensar que daquele por volta de 1968 e conta hoje com O povo SUD de Anápolis está bem
m om ento em diante seria contada en­ 400 m em bros. feliz e preparando-se para a constru­
tre o rebanho de Deus e de seu Filho Em 21 de outubro p.p., em Anápo- ção de sua segunda capela.
Jesus C risto. Ao receber a im posição
das mãos para o dom do Espírito San­
to, senti o desejo de servir ao Senhor
como m issionária.”
Falou com o presidente da M issão
Recife, Irm ão Paulo Puerta, sobre seu
desejo, e depois de algum tem po rece­
beu o cham ado para servir na Missão
São Paulo Sul. Chegou ao CTM para
receber treinam ento com m ais 62 jo­
vens m issionários e foi enviada para o
campo. Mas depois de um mês, o pre­
sidente da M issão achou m elhor
transferí-la para o tem plo devido à
idade. Ela declara: "E stou m uito feliz
no tem plo. O trabalho é m uito aben­
çoado e dignificante, e m e sinto em o­
cionada e hum ilde pelas bênçãos que
recebo, que acho que nem as m ereço.”
Silvia N élida Torres de Ferrari, 60
anos, tam bém é argentina, do Barrio
(Ala) M onolito, Estaca M ar dei Plata. Da esquerda para a direita: Deraldo C. Paes Lopes - Pres. Quorum Élderes Ala, Cesar Silva - 1?
É m em bro da Igreja há 26 anos, viúva, Conselheiro Bispado, Carlos França - Bispo, Lidiana M. B. França - Esposa Bispo, D aniel A. Glória -
Pres. Estaca Brasília Brasil, Flávio Roque -1 ? Conselheiro Pres. Estaca, Irmão Eugênio - Sumo
e tem 4 filhos. Chegou ao Tem plo de Conselheiro Estaca, João Batista Silva - 2? Conselheiro Bispado
São Paulo em junho de 1984, devendo
servir por um ano. O que m ais a atraiu
para a Igreja foi justam ente a obra ge­
nealógica e vicária. Havia perdido o Informações a respeito do alojamento
pai quando conheceu o evangelho.
Pouco depois de batizada falecia seu
do Templo em São Paulo
esposo e depois um filho. Assim a
Preços: Fins de semana: os membros não mais
doutrina de salvação dos m ortos e da D iária para solteiros .......Cr$ 15.000* poderão ser hospedados nos fins de se­
fam ília eterna lhe deu m uito conforto. Diária para casal ............. Cr$ 25.000* mana. O alojamento encontra-se aber­
Sempre trabalhou em cargos relacio­
Crianças até 6 anos ......... (não pagam) to de 2? feira a partir das 18 horas a sá­
nados com genealogia, tanto na ala co­
Crianças acima de bado até as 14 horas.
m o na estaca. Finalm ente seu bispo 6 anos/abaixo de 12 anos Cr$ 8.000* Não poderão ser atendidos hóspedes
sentiu que ela devia fazer m issão no que chegarem foia dos dias de funcio­
Refeições avulsas para
Tem plo de São Paulo e chamou-a. A namento. Portanto as viagens devem
m embros de excursões .. Cr$ 3.000
princípio ela não sentiu grande desejo Desjejum avulso ............. Cr$ 1.500 ser planejadas de modo que a perma­
de atender ao cham ado pois parecia-
nência em São Paulo não ocorra duran­
-lhe difícil separar-se dos dois neti- te o fim de semana como explicado aci­
* Nota: estão incluídos nos preços das
nhos. Mas depois de orar e ponderar, ma. Deste modo o alojamento poderá
sentiu o desejo de fazer a vontade do diárias o desjejum e duas refeições.
m elhor atender aos fins para os quais
Senhor. Irm ã Silvia diz que nada se foi planejado.
pode comparar à paz sentida no tem ­ Uso do alojamento para hospedagem
plo. "O trabalho ali realizado é tão se- em São Paulo: os membros que deseja­ Crianças que não serão seladas no
grado e nos aproxim a tanto do Senhor rem utilizar-se do alojamento do tem ­ Templo: é aconselhável que os pais tra­
e dos nossos parentes falecidos, que plo têm o compromisso de freqüentar o gam apenas as crianças a serem seladas
nossa visão se alarga e podem os com ­ templo todos os dias. no templo, porque nem o Tem plo e
preender m uitos dos m istérios da vida nem o alojamento têm condições para
e fortalecer nosso espírito, preparan- Reservas: todas as reservas devem ser cuidar das m esmas. Crianças de qual­
do-nos assim para passarmos à outra feitas com antecedência pois as vagas quer idade não devem ser deixadas a
vida.” são limitadas. sós no alojamento.
46 A L iah on a
a Portugal com o propósito específico
Nasce em de dar bênçãos patriarcais. Não pode­
Ponta Grossa m os descrever a nossa alegria.
Tivem os o privilégio de dar bênçãos
a segunda a 350 irm ãos e irmãs, jovens na m aio­
ria, nas m aiores cidades de Portugal.
geração de Nessas experiências espirituais vis­
lum bram os centenas e centenas de jo­
missionários vens partindo, num futuro bem próxi­
Airton Eurich mo, para outras terras, como partiam
Conselheiro da Estaca Ponta Grossa no passado, os portugueses em suas
caravelas, ao sabor dos ventos e das
correntes m arítim as, em busca de ou­
tras terras, de ouro, pérolas e outras ri­
quezas m ateriais. Hoje, os vemos par­
tindo e dedicando parte de suas vidas,
com o m esm o entusiasm o e denodo,
levando as verdades eternas que certa­
m ente modificarão a vida de m uitas
pessoas por esse m undo afora.

Botucatu já tem seu Ramo


Enviado por Clery Pereira Bentim
Estaca de Marília
a cinco anos, m ais ou m enos, a m itia assiduidade ideal e assim o bis­

H fam ília De Herdani, m em bros


da Igreja em Araraquara, trans­
feriu residência para Botucatu. D u­
po de Bauru, Nivaldo Bentim , autori­
zou que se formasse um grupo, cujo lí­
der do sacerdócio seria o Irmão H enri­
rante algum tem po, continuaram per­ que Roberto Brino, ex-m issionário ca­
tencendo à sua ala em Araraquara, já sado com Evelyn De Herdani.
que em Botucatu não havia nenhum a Esse grupo passou a realizar reu­
Centro de T reinam ento M is­ unidade da Igreja. Passado algum tem ­ niões dom inicais na própria residên­

O sionário de São Paulo recebeu


no dia 11 de setem bro de 1984,
o Élder D anielson Samways, o prim ei­
ro m issionário filho de ex-missionário
po, com eçaram a freqüentar a ala de
Bauru, por ser m ais perto.
Som ente a mãe, a irm ã Diva, e as
duas filhas, Elizabete e Evelyn, eram
cia dos De Herdani e no dia 4 de no­
vem bro de 1984, foi transform ado em
ram o da Estaca M arília Brasil em reu­
nião especial presidida pelo presiden­
da Estaca Ponta Grossa, o qual está m em bros. Embora gravem ente enfer­ te da estaca, W ilson Novelli.
presentem ente servindo na M issão ma, a irm ã Diva propagava o evange­ A presidência do ramo é a seguinte:
Brasil Recife. lho entre os amigos e novos conheci­ H enrique Roberto Brino, presidente,-
Élder D anielson Samways é filho de dos e foi assim que algumas fam ílias José Alves Floriano, prim eiro conse­
Daniel Samways que serviu como se filiaram à Igreja, batizando-se em lheiro; Roberto Bernardo de Oliveira,
m issionário nos anos de 1961-1962 na Bauru e freqüentando as reuniões ali. secretário e Ademar Zaponi, presiden­
antiga M issão Brasileira do Sul, cuja A distância, porém, (90 Km) não per­ te do Q uorum de Élderes.
sede era na cidade de C uritiba.

O Patriarca
Lombardi volta
a Portugal
José Lombardi
Patriarca da Estaca S. Paulo
esde que m inha esposa e eu fi­

D zemos m issão em Portugal tí­


nham os um grande desejo de
voltarm os àquela terra e darmos um
abraço forte nos queridos irm ãos a
quem tanto am am os, especialm ente,
os de Porto, onde passam os o m aior
tempo de nossa m issão de 17 meses.
Após sete anos, pensávam os ser di­
fícil voltar, quando fomos surpreendi­
dos por um telefonem a do Élder Na foto, da esquerda para a direita: Roberto Bernardo de Oliveira, Henrique Roberto Brino, José Alves
Faust, designando-nos para voltarm os Floriano e Ademar Zaponi.
Fevereiro /M arço de 1985 47
Semana da Rio recebe administradores do SEI
família Oswaldo de Bittencourt Amarante Filho
Comunicações Públicas - Estaca RJ/BR
na Estaca Estaca Rio de Janeiro/Brasil te­ ' 'A Im portância da Leitura do Livro de
Rio de Janeiro
entro das atividades da Sema­
A ve a honra e o privilégio de rece­
ber em noite especial os Irmãos
Bryan W eston e Frank Day, adm inis­
M órm on e o Seminário na Vida dos Jo­
vens da Igreja1'. Como é sabido, m i­
lhares de pessoas estudam o Livro de

D na da Família, realizada de 23
a 25 de agosto p.p. na Capela
do Engenho de D entro, foi promovido
tradores do Sistem a Educacional da
Igreja responsáveis pela A mérica do
Sul e África do Sul, dia 19 de setem bro
de 1984. Estes irm ãos ocupam a ter­
M órm on no m undo inteiro, inclusive
os alunos dos Institutos de Religião.
U m núm ero especial ao piano pela Ir­
m ã Eliza Greco m em bro da Ala En­
um Super Festival de Tortas e Salga­
ceira posição em linha de autoridade cantado e outro pelo Presidente M en­
dos preparados pelas talentosas m u ­
do SEI abaixo da Prim eira Presidência donça e sua filha da Estaca de Petrópo­
lheres da Sociedade de Socorro. Os lí­ e do Q uorum dos Doze Apóstolos. lis abrilhantaram a reunião.
deres que form aram o júri tiveram di­ A Reunião Fam iliar Especial foi pre­ O espírito de urgência na leitura do
ficuldades em escolher os m elhores sidida pela Presidência da Estaca e di­ Livro de M órm on foi absorvido pelos
pratos. rigida pelo coordenador do SEI no Rio, presentes que vibraram com a belíssi­
O dia 24 foi o dia escolhido para o Jorge Galhano. O tem a escolhido foi ma reunião.
grandioso Baile da Família, sendo um
dos m ais anim ados da estaca. Todos
Após o Presidente Saul, o Élder
dançaram bastante e houve prêm ios
para os m ais anim ados participantes.
Convenção Stanley Peterson, em seu discurso, sa­
lientou a im portância do S.E.I. na vi­
O ponto m áxim o foi a apresentação do Seminário da de cada jovem e de cada m em bro, e
do Grupo de D ança Britz, com posto
de jovens do PAS da Ala do Méier. e Instituto de as grandes experiências que cada um
terá com o estudo das escrituras.
Para term inar, houve no dia 25,
um a G incana da Família. Era necessá­
Religião Finalizando a reunião o Irmão Israel
com andou a parte tão esperada, a Bus­
rio que toda a fam ília participante José Glaiton Ferreira da Silva ca de Escrituras, que foi bem disputa­
cantasse e tocasse instrum entos. A fa­ Diretor de Comunicações Públicas - da e m ovim entada.
m ília Novello foi a vencedora. Houve Estaca São Paulo Norte
m edalhas para todos os participantes
o últim o dia 22 de setem bro
da Gincana.
Esta sem ana dedicada à fam ília
u n iu bastante os m em bros da estaca. N pp., realizou-se na Estaca São
Paulo N orte um Supersábado
especial.
Para esta reunião especial estavam
presentes autoridades do Seminário e
Instituto, Élder Saul M essias de O li­
veira, R epresentante Regional e D ire­
tor do Sistem a Educacional da Igreja,
Irmãos Harry Klein, Benedito Carlos
de Souza, Israel de O liveira e assisten­
tes que colaboraram para o bom anda­
m ento do programa. Tam bém presen­
tes a Presidência da Estaca São Paulo
N orte e os Bispados das Alas junta­
m ente com os alunos do Seminário e
In stituto de cada unidade.
A reunião com os alunos foi aberta
pelo Irmão Israel de O liveira que deu
as boas-vindas e anunciou a presença
do Élder Stanley Peterson, C om issá­
rio do Sistem a Educacional da Igreja
que veio ao Brasil para avaliar o po­
tencial dos alunos e dos professores
n esta parte de Sião.
Na parte devocional os alunos do
S.E.I. apresentaram um jogral inspira­
do retratando tudo aquilo que apren­
deram nas salas de aulas. Em seguida
o Representante Regional, Élder Saul
M essias de Oliveira, expressou o seu
agradecim ento e apreço aos alunos e
professores, enfim a todos que partici­
pam ativam ente do Sistem a Educacio­
nal da Igreja na Estaca São Paulo Norte.
48 A L iah on a
o dia inteiro para observar e apreciar a
Dia da criança beleza do m undo anim al. Cada unida­ A dança
de da estaca tinha um a cor específica
no Zoológico para identificar suas crianças com em festival
Maria Gleide Gonzalez m u ita criatividade. Era com um as Laureni Fochetto
Diretoia de Comunicações Públicas pessoas perguntarem onde tínham os
da Estaca Santos Brasil comprado os chapéus, cam isetas e
etc., m uitas tam bém queriam saber
associação Prim ária, da Estaca quem eram os ' 'm ó rm o n s" e com isso

A Santos-Brasil, prom oveu no dia


12 de outubro um passeio ao
Zoológico de São Paulo.
nossa Igreja ficou m ais conhecida.
Saldo final do passeio: 170 crianças
em estado perfeito e 50 líderes cansa­
As 170 crianças e 50 líderes tiveram das, sujas, arranhadas, porém felizes.

o dia 17 de novem bro p.p.

N realizou-se o Festival de Dança


da Estaca São Paulo Norte e
cinco alas fizeram apresentações das
m ais diversas com u m único cenário
idealizado pela liderança da estaca.
O programa foi um a verdadeira via­
gem, com ALA VILA EDE fazendo
um a viagem a Nova York e Shangri-la,
Dia da Criança que eles cham aram de "Sonho Colori­
d o ". ALA JAÇANÃ levando-nos a Por­
Enviado por Wilson Taveira to Rico com "M enudo". ALA TUCU-
Comunicações Públicas - Estaca Curitiba Leste RIJVI revivendo em dança as O lim ­
píadas. ALA SANTANA fazendo um a
viagem até um a loja de bonecas, de­
pois até a A mérica do N orte e, por
fim, apresentando-nos as lutas m ar­
ciais. ALA VILA NOVA CACHOEIRI-
NHA trazendo o m odernism o da dan­
ça.
Escolhida a m elhor apresentação,
Vila Ede vibrou com o prim eiro lugar.

ob a presidência do presidente da boradores, pais e amigos. A atividade

S Estaca João C adam uro no dia 13


de outubro de 1984 foi realizada
na sede da Estaca C uritiba Leste (Ala
foi m u ito bem sucedida pois teve a
participação graciosa de palhaços que
alegraram a todos, especialm ente às
5), um a festividade com em orando o
Dia da Criança. Esta atividade congre­ crianças, com suas brincadeiras. Além
gou um grande núm ero de crianças da desta apresentação contam os com n ú ­
Primária, líderes da organização, cola- m eros folclóricos de Portugal.
Fevereiro/M arço de 1985
Ramo da Cruz, e do Presidente de es­ tou os jovens das alas e ram o e o tro­
I Conferência taca, Otávio B aptista de Carvalho, féu de m elhor atuação foi entregue à
realizou-se em Araçoiaba da Serra, no Ala de Cam po Limpo que representou
de Jovens sítio Bruma Seca, nos dias 12, 13 e 14 a história da Arca de Noé.
da Estaca de outubro de 1984, a prim eira Confe­
rência de Jovens da Estaca São Paulo
As m edalhas conquistadas pelos
grupos m istos vencedores das compe­
São Paulo Taboão Taboão.
As palestras sobre Prim eiros Socor­
tições esportivas foram entregues
num anim ado baile.
Enviado por Glória e Comelius Salik, ros, A Segunda Vinda de C risto e a Im ­ Por se destacarem em vários aspec­
presidente de Rapazes e Moças da portância de Nos Prepararmos para tos da Conferência foram premiados os
Estaca São Paulo Taboão um a Profissão pelos Irmãos Márcio jovens Osório Braga Filho, do Ramo da
Silveira, Carlos Schibelscky e Marco Cruz e Jane Cristina Romero, da Ala
om a participação de 164 jo­ Aurélio A. Bueno ressaltaram a im ­ Jardim Celeste respectivamente.

C vens e líderes das Alas Ferreira,


Cam po Limpo, Jardim Celeste,
Jardim Taboão, Jardim C lem entino e
portância da preparação.
U m Show de Talentos com h istó ­
rias do Velho T estam ento m ovim en­
U m a reunião de testem unhos encer­
rou a conferência elevando espiritual­
m ente todos os seus participantes.

íi TTii ém w h én m n

O Dia da Mulher
Hélio Murillo Agner
Diretor de Comunicações Públicas
da Estaca Rio de Janeiro

Sociedade de Socorro da Estaca tivo de hortas, arm azenam ento de ali­

A Rio de Janeiro M adureira, reali­


zou no dia 3 de novem bro de
1984, na sede da Estaca, u m programa
m entos e roupas, economia dom ésti­
ca, congelam ento, higiene e saúde, ar­
tesanato, prim eiros socorros e outros.
dedicado apenas às m ulheres. Foi "O O almoço foi preparado durante as
DIA DA MULHER” . O programa foi aulas, à vista de todas, inclusive o do­
extenso mas bem proveitoso, tanto ce de cascas de bananas que serviu de
para as jovens como para as adultas. sobremesa. D urante o transcorrer da
Além dos ensinam entos teóricos e atividade o sacerdócio deu um a valio­
práticos, as unidades da Estaca, orga­ sa ajuda, tom ando conta das crianças.
nizaram exposições de artesanatos e
diversos tipos de arm azenam entos. Reiniciando as atividades à tarde, a
Os oradores foram a Presidente da segunda conselheira, Irmã Rosangela,
Sociedade de Socorro, a Irmã M aria deu um a aula sobre profissionalização
Eugenia R. Lopes e o Irmão Orlando e auto-suficiência. Logo em seguida,
Rosante Jr., Supervisor do programa aulas sobre maquiagem, padrões, gi­
na estaca, que ressaltaram a im por­ nástica rítm ica para jovens e adultos.
tância da m ulher SUD desenvolver O programa term inou com um belíssi­
seus talentos, capacidade e virtudes. mo show de talentos, com ginástica
Após os discursos o local foi transfor­ rítm ica e piano por algumas irmãs das
m ado em um a grande oficina. Ali se diversas unidades.
prepararam quitutes, leite de soja, Estiveram presentes 80% das m u ­
am aciante de roupas; foi ensinado o lheres de toda a estaca; além das visi­
arm azenam ento de alim entos e m os­ tantes, alguns m em bros do sacerdócio
traram produtos já armazenados há compareceram, auxiliando na progra­
um , dois e até m ais anos. Tiveram mação, na parte de som, arrum ação, e
ainda aulas teóricas e práticas de cul­ aulas.
50 A L iahona
dino Plácido da Silva, possuidor da
Salve lindo M edalha do Pacificador, que teve a Coral Juventude
pendão... oportunidade de exibí-la orgulhosa­
m ente e rem em orar, resum idam ente, da Promessa
Bemardino Plácido da Silva seu significado. Francisco X. S. Santos
Dir. Com. Públicas Estaca Lem brou que é a Bandeira N acional Comunicações Públicas
Curitiba Norte a secular expressão de nossa história,
coral Juventude da Promessa

C
om um espírito alvissareiro, os
santos da Ala III, Estaca C u riti­
ba N orte, com em oraram o Dia
que representou a Pátria quando Rei­
no, Império e República, sem pre con­
servando a originalidade da prim eira
bandeira na razão da lealdade à Pátria
O foi organizado por iniciativa
do Irmão Ramiro M artins Silva
Filho, com o objetivo principal de le­
var a m ensagem do evangelho através
da Bandeira, o Símbolo N acional e do sincero am or às suas tradições.
do canto. Em outubro de 1983 foi feita
Maior. O augusto Símbolo da Pátria é a
a inscrição na Federação de C onjuntos
A solenidade foi presidida pelo Bis­ evocação dos heróis do passado e sin­
Corais do Rio de Janeiro e a prim eira
po José de Oliveira Macedo, seu con­ tetiza o sentim ento cívico devotado
apresentação foi dia 18 de outubro
selheiro M anoel Starkow ski e secretá­ pelas heróicas Forças Armadas do Bra­
pp., durante o programa Corais na Ti-
rio Elcio Lipi Borges. sil em campos de batalha e de todos os
juca, prom ovido pela Associação de
Nas palavras de boas-vindas proferi­ que por seu esforço, por sua fé e por
Amigos da Praça Saens Pena.
das pelo Bispo Macedo, não faltaram seu trabalho, construíram e cons-
O local dessa estréia foi a Igreja dos
citações patrióticas e a rem issão à ins­ troem a nossa grande Pátria una e in­
Sagrados Corações, na Tijuca, e a au­
pirada 12? Regra de Fé de A Igreja de divisível e nesses quase cinco séculos diência aplaudiu em pé os com anda­
Jesus C risto dos Santos dos Ú ltim os de lutas profícuas, im plantaram a dos do regente Ramiro.
Dias. m aior civilização tropical do m undo. A segunda apresentação foi por oca­
Os hinos N acional e à Bandeira fo­ Desfraldada e resplandecente no
sião do Supersábado do Sistema Edu­
ram regidos pela Irm ã Rose Santos. m astro à frente da capela, a Bandeira
cacional da Igreja, no programa En­
O orador designado para saudar o do Brasil despertou em todos um forte contro de Corais. Cabe salientar que
Pavilhão N acional foi o Irmão Bernar- sentim ento cívico.
nesse evento, apresentaram-se: Coral
da Escola Técnica Federal de Q uím ica
do Rio de Janeiro, regido pelo m aestro
Sérgio Rodrigues de Freitas; Coral Ex-
celsior, regido pelo m aestro Paulo Ve-
lasco; Coral da Pontifícia U niversida­
de Católica, regido pela m aestrina
Lydia Podorolsky e o nosso Juventude
da Promessa, regido pelo irm ão Rami­
ro, entre outros.
A audiência reuniu 658 pessoas na
capela do Andaraí e todos os grupos
foram calorosam ente aplaudidos.
A terceira apresentação foi dia 9 de
dezem bro pp. na Igreja Nossa Senhora
de Fátim a, rua Riachuelo 367, a con­
vite do padre Lemos.
Rose, regendo; Bemardino, com medalhas; Borges, 2? Cons. Estaca; Macedo, Bispo; Manoel, Cons. Ala,- O utros com prom issos estão em an­
Lipi, Secretário da Ala e membros da Ala III. dam ento.
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São Paulo - S.P.

V________________ J
Fevereiro/Março de 1985 51
I Festival de arte Jovens e adultos
e música da solteiros de Limeira unem-se num
Estaca Rio de arrojado projeto de serviço
Janeiro Antonio Luiz Rebelo
Limeira - Estaca Rio Claro
Jacqueline Tavares da Silva
Diretora de Comunicações Públicas
s jovens da Ala de Limeira, Es­ e a m eta foi ultrapassada. Assim, 35
da Ala Encantado/Estaca Rio de
Janeiro
"B rasil, m eu Brasil brasileiro
M eu m ulato isoneiro.
O taca Rio Claro, desejavam pas­
sar os dias 1, 2 e 3 de novem ­
bro p.p. no litoral. Precisariam arreca­
dar 1 m ilhão de cruzeiros para as des­
jovens e 5 adultos, alojaram-se em
duas casas alugadas na Cidade Ocean,
com todas as refeições gratuitas, além
da viagem.
Vou cantar-te nos m eus versos.” pesas. As pizzas foram vendidas de casa
(Ari Barroso) JOÃO MARCOS e ROSANA ideali­ em casa, por telefone, com barracas
m m eio a invasão da m úsica es­ zaram um projeto de serviço para arre­ armadas perto de Supermercados,

E trangeira em nosso país, a cu ltu ­


ra brasileira ficou como que es­
quecida nos livros de nossas estantes
e em discos empoeirados. M esm o em
cadar aquela soma: m ontar e vender
700 pizzas sem iprontas em duas se­
m anas. Todos puseram -se ao trabalho
com carros nas praças etc. num a bela
dem onstração de trabalho de equipe.
Todos trabalharam e se divertiram .

nossos bailes é raro escutarm os m úsi­


ca popular brasileira.
Porém, no dia onze de novem bro
p.p., um grupo de santos dos últim os
Atenção
dias despertou a nossa m úsica de um
longo esquecim ento e realizou o 1?
FAM (Festival de Arte e Música) da
Estaca Rio de Janeiro-Brasil. Foi na
Capela Méier, e contam os com a pre­
sença de um grupo de talentosos ir­
m ãos e um a platéia bem receptiva. Fo­
ram m om entos inesquecíveis onde
m úsicas com o Andança, Travessia,
G arota de Ipanem a e outras foram
m uito bem cantadas com o acom pa­
nham ento de piano, violão, flauta e
percussão. Houve tam bém a execução
de m úsicas folclóricas como M ulher
Rendeira e a apresentação de um a m ú ­
sica inédita: Saudades de Paquetá.
Sem dúvida foi u m a noite m em orá­
vel que pode servir de valioso estím u ­
lo para novos talentos e para a m aravi­
lhosa m úsica brasileira.

NENHUM
LAR
SUD
DEVE
FICAR
SEM
A Ala de Limeira, Estaca Rio buídos a organizações beneficentes
SUA
“A LIAHONA”
A Claro, por interm édio do Bis-
po Antonio Luiz Rebelo rece-
beu da Com panhia Prada de Calça-
ou pessoas deficientes. Os calçados
se encontram na Divisão de Distri-
buição à Av. Prof. Francisco M orato
dos, cerca de m il pés desparcerados 2430, São Paulo, à disposição das
de calçados novos para serem distri- pessoas interessadas.
52 A Liahona
Falecimento
do Élder G. Homer
Durham

Élder G. Homer Durham, de 74 anos, em assuntos latino-americanos e asiáticos, en­


O membro da presidência do Primeiro
Quorum dos Setenta, faleceu a 10 de ja­
neiro, após um ataque cardíaco. Os funerais
tre outros.
Em 1970, retornou a Utah como primeiro
comissário do estado e oficial-chefe executivo
foram realizados no dia 14 de janeiro, na Cida­ do ensino superior, cuja posição ocupou até o
de do Lago Salgado. seu chamado com o Autoridade Geral. Antes
Élder Durham servia com o Representante de mudar-se para o Arizona, foi vice-presiden­
Regional do Conselho dos Doze, quando foi te da Universidade de Utah (1953-60), diretor
chamado, em abril de 1977, para ser membro do Instituto do Governo da universidade
do Quorum dos Setenta. Passou a fazer parte (1946-53), e presidente do Departamento de
da presidência desse quorum em outubro de Ciência Política (1948-53). Lecionou também
1981. na Universidade Estadual de Utah e foi profes­
Nascido em Parowan, Utah, em 1911, sua sor convidado da Universidade da Califórnia,
vida de extensos serviços na Igreja com eçou Los Angeles, onde recebeu seu doutorado em
com seu chamado missionário para a Grã-Bre­ Ciências Políticas.
tanha, e incluiu o serviço em sumos-conse- Além disso, inclui-se nos serviços profissio­
lhos em Utah e Arizona, na Junta Geral da Es­ nais do Élder Durham um vasto trabalho co­
cola Dom inical, e com o presidente do Com itê m o membro de com itês governamentais e
de Adultos da Igreja. Na ocasião da sua morte, educacionais, consultor de administração pú­
era diretor executivo do Departamento H istó­ blica para vários estados, e em outros cargos
rico da Igreja. públicos em várias organizações profissionais.
Profissionalmente, Élder Durham era um Élder Durham era conhecido também como
educador com ampla e impressiva experiência autor, compilador e editor de inúmeros livros
em administração. Na década de 1960 foi pre­ e publicações sobre administração pública, e
sidente da Universidade do Estado do Arizona por suas pesquisas sobre os ex-presidentes da
e viu o aumento de matrículas de alunos quase Igreja, com o Joseph Smith, John Taylor, Wil-
triplicar para 26.000. Durante sua gestão, cur­ ford Woodruff, Heber J. Grant e David O.
sos de direito, arquitetura, engenharia e enfer­ McKay.
magem, foram oficialm ente iniciados, e vários Deixa sua esposa Eudora Widtsoe Durham,
centros organizados para estudos avançados um filho, duas filhas, vinte netos e um bisneto.

Fevereiro /M a rç o d e 1985 53

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