Professional Documents
Culture Documents
18031014134588500000001635943
ADVOCACIA
&
CONSULTORIA
PEDIDO DE LIMINAR
CARÁTER DE EXTREMA URGÊNCIA
JUSTIÇA GRATUITA
. 1
ADVOCACIA
&
CONSULTORIA
1. DOS FATOS
1.1 DO EDITAL N. 01/2017: CONCURSO PÚBLICO PARA PROVIMENTO DE
CARGOS DE SOLDADO COMBATENTE FEMININO DA POLÍCIA MILITAR DO
ESTADO DO MARANHÃO
. 2
ADVOCACIA
&
CONSULTORIA
Ocorre que a Banca apenas informou que a autora teria sido considerada
INAPTA, sem apontar qual teria sido a altura da autora, o que tornou desde lodo seu direito
de recorrer previsto no edital de regência (subitem 9.17) letra morta, vez que, sem saber
exatamente qual teria sido o motivo da sua reprovação na altura, como poderá o candidato
recorrer?
Ora, a atitude dos corréus em manter o resultado em sigilo, ofende
sobremaneira o princípio da ampla defesa e contraditório, bem como prejudica o direito dos
candidatos em recorrer, seja em âmbito administrativo, seja em âmbito judicial, uma vez que,
não havendo a publicização do resultado e os motivos que levaram a inaptidão, como irá
recorrer?
Não obstante, observe Exa. que dos exames médicos apresentados por
ocasião desta etapa, a requerente foi considerada inapta pelos corréus apenas no
exame biométrico, cujo fato, importa ressaltar, NÃO ELIDE a capacidade para o
desempenho do cargo de soldado, já demonstrado com a aprovação nas etapas anteriores,
especialmente no teste físico, devendo a autora permanecer nas demais etapas do certame.
Ora, conforme se infere dos atestados médicos fornecidos por MÉDICO
ORTOPEDISTA E MÉDICO DO TRABALHO (DOC. 11 E 12), a requerente possui,
exatamente, 1,59 (um vírgula cinquenta e nove centímetros de altura), vale dizer,
apenas um centímetro a menos do que aduz o art. 9º, inciso VII, do Estatuto dos
Militares do Maranhão, mostrando-se nesse particular, desproporcional e
desarrazoada a reprovação sumária da requerente, conforme entendimento
pacífico dos Tribunais Superiores e do Próprio Egrégio de Justiça do Maranhão.
Portanto, a inaptidão da requerente, após ultrapassar todas as fases
anteriores, apenas por este motivo, além de ofender sobremaneira os princípios da
proporcionalidade e razoabilidade, princípios constitucionais implícitos e que devem servir
de parâmetros para todo o atuar dos gestores públicos, também ofende aos princípios
constitucionais da eficiência, impessoalidade e isonomia, isto porque, possuir apenas um
centímetro a menos, seguramente não impedirá a autora de desempenhar o cargo de policial,
conforme, sendo, portanto, desarrazoado e desproporcional sua eliminação sumária,
especialmente pro já haver ultrapassado o próprio exame de higidez física e conforme tem
decidido o próprio Egrégio do Maranhão em decisões recentes.
Por ocasião deste certame, a defensoria publica impetrou mandado de
segurança com o mesmo objetivo, sendo concedida a medida liminar para que a candidata
pudesse seguir nas etapas do certame (DOC. 13).
Assim sendo, é de rigor a manutenção da autora na próxima etapa do certame
que é o curso de formação de soldados.
2. DO DIREITO
2.1. DA NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA DOS PRINCÍPIOS
CONSTITUCIONAIS IMPLÍCITOS DA PROPORCIONALIDADE E
RAZOABILIDADE. DA ALTURA DA REQUERENTE (1,59M). DA INEXISTÊNCIA
. 3
ADVOCACIA
&
CONSULTORIA
Art. 9º. Para matrícula nos estabelecimentos de ensino militar destinados à formação de
Oficiais, Sargentos e Soldados PM, QOPM e QOPM Fem, é necessário que o candidato
satisfaça as seguintes condições:
I- ser brasileiro;
II - revogado;
III - estar em dia com as obrigações militares e eleitorais;
IV - possuir até a data limite da inscrição a idade máxima de 28 (vinte e oito) anos;
(NR)
V - ter idoneidade moral;
VI - ter sanidade física e mental;
VII - ter no mínimo 1,65 m de altura, se masculino, e 1,60 m de altura, se do sexo
feminino;
VIII - ser aprovado em concurso público mediante os seguintes critérios:
a) para oficiais PM, será exigido o certificado de conclusão do 2º Grau e ser aprovado
inclusive nos exames: físico, médico e psicotécnico;
b) para praças PM, o candidato deverá possuir certificado de conclusão de 2º Grau e ser
aprovado inclusive nos exames: físico, médico e psicotécnico.
IX - ser habilitado para a direção de veículo automotor, no mínimo, na categoria ‘A’ ou
‘B’”.
. 4
ADVOCACIA
&
CONSULTORIA
[...] Portanto, ao meu sentir, com o devido respeito aos que pensam
diversamente, cumprir a lei nem que o mundo pereça é uma atitude que
não tem mais o abono da Ciência Jurídica, neste tempo em que o espírito
da justiça se apoia nos direitos fundamentais da PESSOA HUMANA,
apontando que a RAZOABILIDADE É A MEDIDA SEMPRE PREFERÍVEL
PARA SE MENSURAR O ACERTO OU O DESACERTO DE UMA SOLUÇÃO
JURÍDICA. [...] STJ - RMS: 24430 AC 2007/0142581-3, Relator: Ministro
NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, Data de Julgamento: 03/03/2009, T5 - QUINTA
TURMA, Data de Publicação: DJe 30/03/2009.
. 6
ADVOCACIA
&
CONSULTORIA
Ora, veja-se que tanto o Superior Tribunal de Justiça como o próprio Egrégio
do Maranhão, são pacíficos em admitir a ausência de proporcionalidade e razoabilidade na
reprovação dos candidatos que tenham 01 (centímetro) a menos de altura do que o exigido no
texto seco da Lei, com muito mais razão, a requerente que já ultrapassou todas as etapas
anteriores, demonstrando que possui higidez física e mental para se submeter ao curso de
formação de soldados.
Por outro lado, não haverá qualquer prejuízo para a Administração Pública
ou para terceiros, se a requerente for considerada apta para se submeter ao curso de
formação, isto porque, o curso de formação é de caráter eliminatório, razão pela qual, se a
requerente demonstrar que não tem aptidão para o exercício do cargo, será simplesmente
eliminada nesta etapa, que certamente é mais difícil e penosa.
Conforme consta do art. 7º, caut e inciso III, da Lei n.º 12.016/09, ao
despachar a inicial, o juiz ordenará:
“III - que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando houver fundamento
relevante e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da medida, caso seja
finalmente deferida, sendo facultado exigir do impetrante caução, fiança ou depósito,
com o objetivo de assegurar o ressarcimento à pessoa jurídica”.
. 7
ADVOCACIA
&
CONSULTORIA
. 8
ADVOCACIA
&
CONSULTORIA
1
BUENO, Cássio Scarpinella. Mandado de segurança. São Paulo: Saraiva, 2002. p. 13
. 9
ADVOCACIA
&
CONSULTORIA
8 - DOS PEDIDOS
. 11
ADVOCACIA
&
CONSULTORIA
. 12
ADVOCACIA
&
CONSULTORIA
Nestes Termos;
Pede e Espera Deferimento.
. 13