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Artigo I

Criação da Organização

É criada a Organização Mundial do Comércio (a seguir designada «a OMC»).

Artigo II

Âmbito da OMC

1 — A OMC constituirá o enquadramento institucional comum para a


condução das relações comerciais entre os seus Membros em questões
relativas aos acordos e aos instrumentos jurídicos conexos que figuram nos
Anexos do presente Acordo.

2 — Os acordos e os instrumentos jurídicos conexos que figuram nos Anexos


1, 2 e 3 (a seguir designados «acordos comerciais multilaterais») fazem parte
integrante do presente Acordo e são vinculativos para todos os Membros.

3 — Os acordos e os instrumentos jurídicos conexos que figuram no Anexo 4


(a seguir designados «acordos comerciais plurilaterais») fazem igualmente
parte do presente Acordo para os Membros que os tenham aceitado, sendo
vinculativos para esses Membros. Os acordos comerciais plurilaterais não
criam obrigações nem direitos para os Membros que não os tenham aceitado.

4 — O Acordo Geral sobre Pautas Aduaneiras e Comércio de 1994, tal como


figura no Anexo 1A (a seguir designado «GATT de 1994»), é juridicamente
distinto do Acordo Geral sobre Pautas Aduaneiras e Comércio, de 30 de
Outubro de 1947, que acompanha o Acto Final adoptado aquando da
conclusão da segunda sessão do Comité Preparatório da Conferência das
Nações Unidas sobre Comércio e Emprego, tal como posteriormente
rectificado ou alterado (a seguir designado «GATT de 1947»).

Artigo III

Funções da OMC

1 — A OMC facilitará a aplicação, gestão e funcionamento do presente


Acordo e dos acordos comerciais multilaterais e promoverá a realização dos
seus objectivos, constituindo igualmente o enquadramento para a aplicação,
gestão e funcionamento dos acordos comerciais plurilaterais.

2 — A OMC constituirá o fórum para as negociações entre os seus Membros


no que respeita às suas relações comerciais multilaterais em questões
abrangidas pelos acordos que figuram nos anexos ao presente Acordo. A
OMC, poderá igualmente constituir um fórum para a realização de outras
negociações entre os seus Membros no que respeita às suas relações
multilaterais, bem como um enquadramento para a aplicação dos resultados de
tais negociações caso a Conferência Ministerial assim o decida.

3 — A OMC assegurará a gestão do Memorando de Entendimento sobre as


Regras e Processos Que Regem a Resolução de Litígios (a seguir designado
«Memorando de Entendimento sobre Resolução de Litígios» ou «MERL»),
que figura no Anexo 2 do presente Acordo.

4 — A OMC assegurará a gestão do Mecanismo de Exame das Políticas


Comerciais (a seguir designado «MEPC»), previsto no Anexo 3 do presente
Acordo.

5 — A fim de conferir uma maior coerência à elaboração das políticas


económicas mundiais, a OMC cooperará, conforme adequado, com o Fundo
Monetário Internacional e com o Banco Internacional para a Reconstrução e o
Desenvolvimento e respectivas agências.

Artigo IV

Estrutura da OMC

1 — Será instituída uma Conferência Ministerial composta por representantes


de todos os Membros, que se reunirá, pelo menos, uma vez de dois em dois
anos. A Conferência Ministerial exercerá as funções da OMC e tomará as
medidas necessárias para o efeito. A Conferência Ministerial será competente
para decidir de todas as questões abrangidas por qualquer dos acordos
comerciais multilaterais, se nesse sentido for solicitada por um membro, em
conformidade com os requisitos específicos em matéria de tomada de decisões
previstos no presente Acordo e no acordo comercial multilateral pertinente.

2 — Será instituído um Conselho Geral composto por representantes de todos


os Membros, que se reunirá conforme adequado. No intervalo, entre as
reuniões da Conferência Ministerial, as suas funções serão exercidas pelo
Conselho Geral. O Conselho Geral exercerá igualmente as funções que lhe
incumbem por força do presente Acordo. O Conselho Geral estabelecerá o seu
regulamento interno e aprovará os regulamentos internos dos comités
previstos no n.º 7.

3 — O Conselho Geral reunir-se-á, conforme adequado, para desempenhar


funções de Órgão de Resolução de Litígios, tal como previsto no Memorando
de Entendimento sobre Resolução de Litígios. O Órgão de Resolução de
Litígios poderá ter o seu próprio Presidente e estabelecer o regulamento
interno que considere necessário para o cumprimento daquelas funções.
4 — O Conselho Geral reunir-se-á, conforme adequado, para desempenhar as
funções de Órgão de Exame das Políticas Comerciais previsto no Mecanismo
de Exame das Políticas Comerciais. O Órgão de Exame das Políticas
Comerciais poderá ter o seu próprio Presidente e estabelecer o regulamento
interno que considere necessário para o cumprimento daquelas funções.

5 — Serão instituídos um Conselho do Comércio de Mercadorias, um


Conselho do Comércio de Serviços e um Conselho dos Aspectos dos Direitos
de Propriedade Intelectual Relacionados com o Comércio (a seguir designado
«Conselho TRIPS»), que funcionarão sob a orientação geral do Conselho
Geral. O Conselho do Comércio de Mercadorias supervisionará o
funcionamento dos acordos comerciais multilaterais que figura no Anexo 1A.
O Conselho do Comércio de Serviços supervisionará o funcionamento do
Acordo Geral sobre o Comércio de Serviços (a seguir designado «GATS»). O
Conselho TRIPS supervisionará o funcionamento do Acordo sobre os
Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual Relacionados com o
Comércio (a seguir designado «Acordo sobre TRIPS»). Estes Conselhos
exercerão as funções que lhes forem atribuídas pelos respectivos acordos e
pelo Conselho Geral. Estabelecerão os seus regulamentos internos, sob
reserva da aprovação do Conselho Geral. Poderão participar nestes Conselhos
os representantes de todos os Membros. Os Conselhos reunir-se-ão quando
necessário para o exercício das suas funções.

6 — O Conselho do Comércio de Mercadorias, o Conselho do Comércio de


Serviços e o Conselho TRIPS estabelecerão órgãos subsidiários de acordo
com as necessidades. Estes órgãos subsidiários estabelecerão os respectivos
regulamentos internos, sob reserva da aprovação dos respectivos Conselhos.

7 — A Conferência Ministerial estabelecerá um Comité do Comércio e


Desenvolvimento, um Comité das Restrições Relacionadas com a Balança de
Pagamentos e um Comité do Orçamento, Finanças e Administração, que
exercerão as funções que lhes incumbem por força do presente Acordo e dos
acordos comerciais multilaterais, bem como quaisquer outras funções que lhes
sejam atribuídas pelo Conselho Geral, podendo estabelecer outros comités
com as competências que considerarem adequadas. No âmbito das suas
funções, o Comité do Comércio e Desenvolvimento examinará
periodicamente as disposições especiais dos acordos comerciais multilaterais a
favor dos países menos desenvolvidos Membros e apresentará relatórios ao
Conselho Geral para que este tome as medidas que considerar adequadas.
Poderão participar nos comités os representantes de todos os Membros.

8 — Os órgãos previstos nos acordos comerciais plurilaterais exercerão as


funções que lhes incumbem por força dos referidos acordos e funcionarão no
quadro institucional da OMC. Estes órgãos informarão periodicamente o
Conselho Geral das suas actividades.
Artigo V

Relações com outras organizações

1 — O Conselho Geral tomará as medidas adequadas para assegurar uma


cooperação eficaz com outras organizações intergovernamentais cujas
competências estejam relacionadas com as da OMC.

2 — O Conselho Geral poderá tomar as medidas adequadas tendo em vista a


consulta e a cooperação com organizações não governamentais que se ocupem
de questões relacionadas com as da OMC.

Artigo VI

Secretariado

1 — É criado um Secretariado da OMC (a seguir designado «o Secretariado»),


dirigido por um Director-Geral.

2 — A Conferência Ministerial nomeará o Director-Geral e adoptará as regras


que definem as respectivas competências, deveres, condições para o exercício
de funções e duração do mandato.

3 — O Director-Geral nomeará os membros do pessoal do Secretariado e


determinará os seus deveres e condições para o exercício de funções, em
conformidade com as regras adoptadas pela Conferência Ministerial.

4 — As funções do Director-Geral e do pessoal do Secretariado terão um


carácter exclusivamente internacional. No cumprimento dos seus deveres, o
Director-Geral e o pessoal do Secretariado não solicitarão nem aceitarão
instruções de qualquer Governo ou autoridade estranha à OMC. O Director-
Geral e o pessoal do Secretariado abster-se-ão de qualquer acção que seja
incompatível com o seu estatuto de funcionários internacionais. Os Membros
da OMC respeitarão o carácter internacional das funções do Director-Geral e
do pessoal do Secretariado e não os procurarão influenciar no cumprimento
dos seus deveres.

Artigo VII

Orçamento e contribuições

1 — O Director-Geral apresentará ao Comité do Orçamento, Finanças e


Administração as previsões orçamentais e as demonstrações financeiras anuais
da OMC. O Comité do Orçamento, Finanças e Administração examinará as
previsões orçamentais e as demonstrações financeiras anuais apresentadas
pelo Director-Geral e formulará as recomendações pertinentes ao Conselho
Geral. As previsões orçamentais anuais serão submetidas à aprovação do
Conselho Geral.

2 — O Comité do Orçamento, Finanças e Administração proporá ao Conselho


Geral regulamentação financeira que incluirá disposições definindo:

a) A tabela das contribuições com a repartição das despesas da OMC entre os


seus Membros; e
b) As medidas a tomar relativamente aos Membros com contribuições em
atraso.

A regulamentação financeira basear-se-á, na medida do possível, nas regras e


práticas do GATT de 1947.

3 — O Conselho Geral adoptará a regulamentação financeira e as previsões


orçamentais anuais por uma maioria de dois terços que inclua mais de metade
dos Membros da OMC.

4 — Os Membros pagarão prontamente à OMC a respectiva contribuição


correspondente à sua parte nas despesas da OMC, em conformidade com a
regulamentação financeira adoptada pelo Conselho Geral.

Artigo VIII

Estatuto da OMC

1 — A OMC será dotada de personalidade jurídica, sendo-lhe concedida pelos


seus Membros a capacidade jurídica que se afigure necessária para o exercício
das suas funções.

2 — Os Membros da OMC conceder-lhe-ão os privilégios e imunidades


necessários para o exercício das suas funções.

3 — Os Membros da OMC concederão igualmente aos funcionários desta


última e aos representantes dos Membros os privilégios e imunidades
necessários para o exercício independente das suas funções relacionadas com
a OMC.

4 — Os privilégios e imunidades a conceder por um Membro à OMC, aos


seus funcionários e aos representantes dos seus Membros serão análogos aos
privilégios e imunidades previstos na Convenção sobre Privilégios e
Imunidades das Instituições Especializadas, aprovada pela Assembleia Geral
das Nações Unidas em 21 de Novembro de 1947.

5 — A OMC poderá concluir um acordo de sede.


Artigo IX

Tomada de decisões

1 — A OMC manterá a prática da tomada de decisões por consenso seguida


por força do GATT de 1947 (1). Salvo disposição em contrário, nos casos em
que não for possível chegar a uma decisão por consenso, a questão em causa
será decidida por votação. Nas reuniões da Conferência Ministerial e do
Conselho Geral, cada Membro da OMC disporá de um voto. Nos casos em
que as Comunidades Europeias exerçam o seu direito de voto, disporão de um
número de votos igual ao número dos seus Estados membros (2) que sejam
Membros da OMC. As decisões da Conferência Ministerial e do Conselho
Geral serão adoptadas por maioria dos votos expressos, salvo disposição em
contrário prevista no presente Acordo ou no acordo comercial multilateral
pertinente (3).

———
(1) Considera-se que o organismo em causa tomou uma decisão por consenso sobre uma questão que lhe
foi apresentada, se nenhum Membro presente na reunião no decurso da qual a referida decisão foi tomada
não se tiver oposto formalmente à decisão proposta.
(2) O número de votos das Comunidades Europeias e dos seus Estados membros não ultrapassará, em
caso algum, o número dos Estados membros das Comunidades Europeias.
(3) As decisões do Conselho Geral, quando este se reunir na qualidade de Órgão de Resolução de Litígios,
serão tomadas unicamente em conformidade com o disposto no n.º 4 do artigo 2.º do Memorando de
Entendimento sobre Resolução de Litígios.

2 — Incumbe exclusivamente à Conferência Ministerial e ao Conselho Geral


a adoptação de interpretações do presente Acordo e dos acordos comerciais
multilaterais. No caso da interpretação de um acordo comercial multilateral
que figure no Anexo 1, essa competência será exercida com base numa
recomendação do Conselho que supervisiona o funcionamento desse acordo.
A decisão de adoptar uma interpretação será tomada por maioria de três
quartos dos Membros. O disposto no presente número não será utilizado de
um modo que prejudique as disposições em matéria de alteração previstas no
artigo X.

3 — Em circunstâncias excepcionais e salvo disposição em contrário do


presente número, a Conferência Ministerial poderá decidir dispensar um
Membro de uma das obrigações que lhe incumbem por força do presente
Acordo ou de um dos acordos comerciais multilaterais, desde que tal decisão
seja tomada por três quartos (4) dos Membros.

a) Qualquer pedido de derrogação respeitante ao presente Acordo será


submetido à apreciação da Conferência Ministerial, em conformidade com a
prática em matéria de tomada de decisões por consenso. A Conferência
Ministerial fixará um prazo, não superior a 90 dias, para examinar o pedido.
Se não se chegar a consenso dentro desse prazo, qualquer decisão de
concessão de uma derrogação será tomada por três quartos (4) dos Membros.
b) Qualquer pedido de derrogação respeitante aos acordos comerciais
multilaterais que figuram nos Anexos 1A, 1B ou 1C e respectivos anexos será
inicialmente submetido à apreciação do Conselho do Comércio de
Mercadorias, do Conselho do Comércio de Serviços ou do Conselho dos
TRIPS, respectivamente, dentro de um prazo não superior a 90 dias. No termo
desse prazo, o Conselho em causa apresentará um relatório à Conferência
Ministerial.
———
(4) Qualquer decisão de concessão de uma derrogação respeitante a uma
obrigação sujeita a um período de transição ou a um prazo para aplicação por
etapas que o Membro requerente não tenha cumprido no final do período ou
do prazo em questão será unicamente tomada por consenso.

4 — Qualquer decisão tomada pela Conferência Ministerial relativamente à


concessão de uma derrogação deverá indicar as circunstâncias excepcionais
que justificam a decisão, as modalidades e condições que regem a aplicação
da derrogação, bem como a data de cessação da derrogação. Qualquer
derrogação concedida por um período superior a um ano será examinada pela
Conferência Ministerial, o mais tardar, um ano após ter sido concedida e,
posteriormente, todos os anos até ao termo da sua vigência. Aquando de cada
exame, a Conferência Ministerial verificará se continuam reunidas as
condições excepcionais que justificam a derrogação e se as modalidades e
condições que lhe estão associadas foram respeitadas. Com base no reexame
anual, a Conferência Ministerial pode prorrogar, alterar ou pôr termo à
derrogação.

5 — As decisões a título de um acordo comercial plurilateral, incluindo


quaisquer decisões relativas a interpretações e a derrogações, serão regidas
pelas disposições desse acordo.

Artigo X

Alterações

1 — Qualquer Membro da OMC pode introduzir uma proposta de alteração


das disposições do presente Acordo ou dos acordos comerciais multilaterais
que figuram no Anexo 1, apresentando a referida proposta à Conferência
Ministerial. Os Conselhos enumerados no n.º 5 do artigo IV podem
igualmente apresentar à Conferência Ministerial propostas de alteração das
disposições dos correspondentes acordos comerciais multilaterais que figuram
no Anexo 1, cujo funcionamento supervisionem. Durante um prazo de 90 dias
a contar da apresentação formal da proposta à Conferência Ministerial, a
menos que esta decida um prazo mais longo, qualquer decisão de Conferência
Ministerial no sentido de apresentar aos Membros, para aceitação, a alteração
proposta, será tomada por consenso. A menos que seja aplicável o disposto
nos n.os 2, 5 ou 6, esta decisão precisará se é aplicável o disposto nos n.os 3
ou 4. Se se chegar a consenso, a Conferência Ministerial apresentará
imediatamente a alteração proposta aos Membros, para aceitação. Caso,
dentro do prazo estabelecido, não seja possível chegar a consenso numa
reunião da Conferência Ministerial, esta última decidirá, por maioria de dois
terços dos Membros, da apresentação, ou não, da alteração proposta aos
Membros, para aceitação. Sob reserva do disposto nos n.os 2, 5 e 6, à
alteração proposta é aplicável o disposto no n.º 3, a menos que a Conferência
Ministerial decida, por maioria de três quartos dos Membros, que é aplicável o
disposto no n.º 4.

2 — As alterações das disposições do presente artigo e das disposições dos


artigos seguintes produzirão efeitos unicamente após terem sido aceites por
todos os Membros:

Artigo IX do presente Acordo;


Artigos I e II do GATT de 1994;
N.º 1 do artigo II do GATS;
Artigo 4.º do Acordo TRIPS.

3 — As alterações das disposições do presente Acordo, ou dos acordos


comerciais multilaterais que figuram nos Anexos 1A e 1C, que não as
enumeradas nos n.os 2 e 6, susceptíveis de alterar os direitos e obrigações dos
Membros, produzirão efeitos, no que respeita aos Membros que as tenham
aceitado, a partir do momento em que tenham sido aceites por dois terços dos
Membros e, posteriormente, no respeita a qualquer outro Membro, a partir do
momento em que este as tenha aceitado. A Conferência Ministerial poderá
decidir, por maioria de três quartos dos Membros, que uma alteração adoptada
ao abrigo do disposto no presente número é de tal natureza que qualquer
Membro que não a tenha aceitado, num prazo que a Conferência Ministerial
fixará para cada caso, poderá retirar-se do Acordo OMC ou continuar a ser
Membro com o consentimento da Conferência Ministerial.

4 — As alterações das disposições do presente Acordo ou dos acordos


comerciais multilaterais que figuram nos Anexos 1A e 1C, que não as
numeradas nos n.os 2 e 6, não susceptíveis de alterar os direitos ou as
obrigações dos Membros, produzirão efeitos para todos os Membros a partir
do momento em que tenham sido aceites por três quartos dos Membros.

5 — Salvo nos casos previstos no n.º 2, as alterações das partes I, II e III do


GATS e dos respectivos anexos produzirão efeitos, no que respeita aos
Membros que os tenham aceitado, a partir do momento em que tenham sido
aceites por dois terços dos Membros e, posteriormente, no que respeita a cada
Membro, a partir do momento em que o mesmo as tenha aceitado. A
Conferência Ministerial poderá decidir, por maioria de três quartos dos
Membros, que uma alteração que produz efeitos por força da disposição
anterior é de tal natureza que um Membro que não a tenha aceitado num prazo
que a Conferência Ministerial fixará para cada caso poderá retirar-se do
Acordo OMC ou continuar a ser Membro com o consentimento da
Conferência Ministerial. As alterações das partes IV, V e VI do GATS e
respectivos anexos produzirão efeitos, para todos os Membros, a partir do
momento em que tenham sido aceites por dois terços dos Membros.

6 — Não obstante as outras disposições do presente artigo, as alterações do


Acordo TRIPS que preencham os requisitos do n.º 2 do seu artigo 71.º
poderão ser adoptadas pela Conferência Ministerial sem qualquer outro
processo de aceitação formal.

7 — Qualquer Membro que aceite uma alteração do presente Acordo ou de


um acordo comercial multilateral que figure no Anexo 1 depositará um
instrumento de aceitação junto do Director-Geral da OMC, dentro do prazo de
aceitação fixado pela Conferência Ministerial.

8 — Qualquer Membro da OMC poderá apresentar uma proposta de alteração


de disposições dos acordos comerciais multilaterais que figuram nos Anexos 2
e 3, submetendo tal proposta à apreciação da Conferência Ministerial. A
decisão de aprovação de alterações do acordo comercial multilateral que
figura no Anexo 2 será tomada por consenso, produzindo tais alterações
efeitos, para todos os Membros, a partir do momento em que tenham sido
aprovadas pela Conferência Ministerial. As decisões de aprovação de
alterações do acordo comercial multilateral que figura no Anexo 3 produzirão
efeitos, para todos os Membros, a partir do momento em que tenham sido
aprovadas pela Conferência Ministerial.

9 — A pedido dos Membros parte num acordo comercial, a Conferência


Ministerial poderá decidir unicamente por consenso, aditar tal acordo ao
Anexo 4. A pedido dos Membros parte num acordo comercial plurilateral, a
Conferência Ministerial poderá decidir suprimir esse Acordo do Anexo 4.

10 — As alterações introduzidas num acordo comercial plurilateral serão


regidas pelas disposições desse mesmo acordo.

Artigo XI

Membros originais

1 — As Partes Contratantes no GATT de 1947 à data da entrada em vigor do


presente Acordo e as Comunidades Europeias, que aceitem o presente Acordo
e os acordos comerciais multilaterais e para as quais são anexadas listas de
concessões e de compromissos ao GATT de 1994, bem corno listas de
compromissos específicos ao GATS, tornam-se Membros originais da OMC.

2 — Os países menos desenvolvidos reconhecidos como tal pelas Nações


Unidas serão unicamente obrigados a assumir compromissos e a fazer
concessões na medida em que tal seja compatível com as respectivas
necessidades financeiras, comerciais e de desenvolvimento ou com as
respectivas capacidades administrativas e institucionais.

Artigo XII

Adesão

1 — Qualquer Estado ou território aduaneiro distinto que possua plena


autonomia na condução das suas relações comerciais externas e em relação a
outras questões previstas no presente Acordo e nos acordos comerciais
multilaterais pode aderir ao presente Acordo, em condições a acordar entre ele
e a OMC. Tal adesão é aplicável relativamente ao presente Acordo e aos
acordos comerciais multilaterais que o acompanham.

2 — As decisões em matéria de adesão serão tomadas pela Conferência


Ministerial. A Conferência Ministerial aprovará o acordo sobre as
modalidades de adesão por uma maioria de dois terços dos Membros da
OMC.

3 — A adesão a um acordo comercial plurilateral será regida pelas disposições


desse mesmo acordo.

Artigo XIII

Não aplicação dos acordos comerciais multilaterais entre determinados Membros

1 — O presente Acordo e os acordos comerciais multilaterais que figuram nos


Anexos 1 e 2 não são aplicáveis entre um Membro e qualquer outro Membro
se, quando um deles se tomar Membro, não aceitar tal aplicação.

2 — O disposto no n.º 1 só pode ser invocado entre Membros originais da


OMC que eram Parte Contratante no GATT de 1947 no caso de o artigo
XXXV desse acordo já ter sido anteriormente invocado e estar em vigor entre
essas Partes Contratantes no momento da entrada em vigor do presente
Acordo.

3 — O disposto no n.º 1 é aplicável entre um Membro e um outro Membro


que tenha aderido a título do artigo XII unicamente se o Membro que não
aceita a aplicação tiver desse facto notificado a Conferência Ministerial antes
de esta ter aprovado o acordo sobre as modalidades de adesão.
4 — A pedido de um Membro, a Conferência Ministerial poderá examinar a
aplicação do presente artigo em casos especiais e formular as recomendações
adequadas.

5 — A não aplicação de um acordo comercial plurilateral entre partes nesse


acordo será regida pelas disposições desse mesmo acordo.

Artigo XIV

Aceitação, entrada em vigor e depósito

1 — O presente Acordo ficará aberto à aceitação, através de assinatura ou de


qualquer outro modo, das Partes Contratantes no GATT de 1947 e das
Comunidades Europeias, que são elegíveis para se tornarem Membros
originais da OMC em conformidade com o disposto no artigo XI do presente
Acordo. Tal aceitação é aplicável ao presente Acordo e aos acordos
comerciais multilaterais que o acompanham. O presente Acordo e os acordos
comerciais multilaterais que o acompanham entrarão em vigor na data fixada
pelos Ministros, em conformidade com o n.º 3 do Acto Final que consagra os
resultados das negociações comerciais multilaterais do Uruguay Round e
ficará aberto à aceitação por um período de dois anos a contar dessa data,
salvo decisão em contrário dos Ministros. Uma aceitação que ocorra após a
entrada em vigor do presente Acordo entrará em vigor 30 dias após a referida
aceitação.

2 — Um Membro que aceite o presente Acordo após a sua entrada em vigor


aplicará as concessões e cumprirá as obrigações previstas nos acordos
comerciais multilaterais que devem ser aplicadas e cumpridas durante um
período com início na data da entrada em vigor do presente Acordo, como se
o tivesse aceitado à data da sua entrada em vigor.

3 — Até à entrada em vigor do presente Acordo, o texto do presente Acordo e


o dos acordos comerciais multilaterais serão depositados junto do Director-
Geral das Partes Contratantes no GATT de 1947. O Director-Geral enviará, no
mais curto prazo de tempo, a cada Estado e às Comunidades Europeias, que
tenham aceitado o presente Acordo, uma cópia autenticada do presente
Acordo e dos acordos comerciais multilaterais, bem como uma notificação de
cada aceitação. O presente Acordo e os acordos comerciais multilaterais, bem
como qualquer alteração neles introduzida, serão depositados junto do
Director-Geral da OMC na data da entrada em vigor do presente Acordo.

4 — A aceitação e a entrada em vigor de um acordo comercial plurilateral


serão regidas pelas disposições desse mesmo acordo. Tais acordos serão
depositados junto do Director-Geral das Partes Contratantes no GATT de
1947. Na data da entrada em vigor do presente Acordo, tais acordos serão
depositados junto do Director-Geral da OMC.

Artigo XV

Recesso

1 — Qualquer Membro pode retirar-se do presente Acordo. Tal recesso é


simultaneamente aplicável ao presente Acordo e aos acordos comerciais
multilaterais e produz efeitos no termo de um prazo de seis meses a contar da
data em que o Director-Geral da OMC tiver recebido a notificação escrita do
recesso.

2 — O recesso de um acordo comercial plurilateral será regido pelas


disposições desse mesmo acordo.

Artigo XVI

Disposições diversas

1 — Salvo disposição em contrário do presente Acordo ou dos acordos


comerciais multilaterais, a OMC será regida pelas decisões, procedimentos e
práticas habituais seguidas pelas Partes Contratantes no GATT de 1947 e
pelos órgãos criados no âmbito do GATT de 1947.

2 — Na medida do possível, o Secretariado do GATT de 1947 tornar-se-á o


Secretariado da OMC e o Director-Geral das Partes Contratantes no GATT de
1947 exercerá as funções de Director-Geral da OMC até que a Conferência
Ministerial nomeie um Director-Geral em conformidade com o disposto no n.º
2 do artigo VI do presente Acordo.

3 — Em caso de conflito entre uma disposição do presente Acordo e uma


disposição de um dos acordos comerciais multilaterais, prevalece a disposição
do presente Acordo relativamente ao objecto do conflito.

4 — Cada Membro assegurará a conformidade das suas disposições


legislativas, regulamentares e administrativas com as suas obrigações, tal
como enunciadas nos acordos que figuram em anexo.

5 — Não poderão ser formuladas reservas relativamente a nenhuma


disposição do presente Acordo. Só poderão ser formuladas reservas
relativamente a disposições dos acordos comerciais multilaterais na medida do
previsto nesses acordos. As reservas respeitantes a uma disposição de um
acordo comercial plurilateral serão regidas pelas disposições desse acordo.
6 — O presente Acordo será registado em conformidade com as disposições
do artigo 102 da Carta das Nações Unidas.

Feito em Marráquexe em 15 de Abril de 1994, num único exemplar, em


língua espanhola, francesa e inglesa, fazendo fé qualquer dos textos.

Notas explicativas:

Os termos «país» ou «países», tal como utilizados no presente Acordo e nos


acordos comerciais multilaterais, devem ser interpretados no sentido de incluir
qualquer território aduaneiro distinto que seja Membro da OMC.

No caso de um território aduaneiro distinto Membro da OMC, sempre que


uma expressão utilizada no presente Acordo e nos acordos comerciais
multilaterais seja acompanhada do termo «nacional», tal expressão será
interpretada, salvo indicação em contrário, como respeitando a esse território
aduaneiro.

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