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: Suspensão do Processo
Suspensão do Processo
SUSPENSÃO DO PROCESSO
CONCEITO
Ocorre a suspensão do processo quando um acontecimento voluntário
ou não provoca, temporariamente, a paralisação da marcha dos atos
processuais.
Ao contrário dos fatos extintivos, no caso de simples suspensão, tão
logo cesse o efeito do evento extraordinário que deu causa a suspensão, a
movimentação do processo se restabelece normalmente.
A suspensão inibe o andamento do feito, mas não elimina o vínculo
jurídico emanado da relação processual, que mesmo inerte continua a
subsistir com toda sua eficácia.
Assim, nenhum prejuízo sofrem os atos processuais anteriormente
praticados que permanecem íntegros e válidos à espera da superação
dacrise.
São previstas no art. 265, I e III – CPC, como causas que
motivam a suspensão do processo, a morte ou perda da capacidade
processual de qualquer das partes, de seu representante legal ou
procurador, bem como quando for oposta exceção de incompetência do
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juízo, da câmara ou do tribunal, assim como de suspeição ou
impedimento do juiz.
CASOS DE SUSPENSÃO DO PROCESSO
O art. 265 – CPC, prevê causas de ordem física, lógica e jurídica para
a suspensão do processo:
I morte ou perda da capacidade processual de qualquer das partes, do
seu representante legal ou de seu procurador.
II a convenção das partes.
III a oposição de exceção de incompetência do juízo, da câmara ou
do tribunal, bem como de suspeição ou impedimento do juiz.
IV quando a sentença de mérito:
a) depender do julgamento de outra causa, ou da declaração da
existência ou inexistência da relação jurídica, que constitua o objeto
principal de outro processo pendente.
b) não puder ser proferida senão depois de verificado determinado
fato, ou de produzida certa prova, requisitada a outro juízo.
c) tiver por pressuposto o julgamento de questão de estado, requerido
como declaração incidente.
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V motivo de força maior.
VI demais casos regulados pelo código.
O término da suspensão é automático, naqueles casos em que haja um
momento preciso, fixado na própria lei, como na hipótese de exceção de
incompetência, ou no ato judicial que a decretou, como no caso em que se
defere a paralisação do feito por prazo determinado.
Sendo, porém, impreciso o termo da suspensão, tal como se passa em
situação de motivo de força maior, a retomada da marcha e dos prazos
processuais dependerá de uma nova deliberação judicial e da consequente
intimação das partes.
A suspensão, seja por morte, seja por incapacidade da parte ou de seu
representante legal, não é automática. É ato do juiz, que só é praticado
quando apresentada, nos autos, a prova do óbito ou da incapacidade (art.
265, § 1º).
Com a morte da parte desaparece um dos sujeitos da relação
processual, que, não podendo o processo prosseguir enquanto não houver
sua substituição pelo respectivo espólio ou sucessores (art. 43 CPC).
Nas demais hipóteses, morta a parte (autor ou réu), o juiz determinará
a suspensão do processo, sem prazo determinado, até que os sucessores se
habilitem, na forma do disposto nos arts. 1.055 a 1.062 CPC.
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Art. 1.055 – CPC:
A longa inércia dos interessados, todavia, poderá conduzirá extinção
do
processo por abandono da causa (art. 267, II CPC).
A capacidade civil de exercício é pressuposto de validade da relação
processual. Daí a necessidade de suspender o processo quando uma parte se
torna interdito, para que o curador se habilite a representála nos autos.
Ocorrendo semelhante situação quando o representante legal da parte
(pai, tutor ou curador) se torna incapaz. O processo só poderá ter andamento
depois da respectiva substituição.
Na hipótese de morte do advogado de qualquer das partes, o processo,
mesmo depois de iniciada a audiência, não pode prosseguir. Imediatamente,
o juiz suspenderá o processo e promoverá, a requerimento de interessado ou
ex officio, a intimação pessoal da parte para constituir novo mandatário em
20 dias. Outorgado mandato a outro causídico, cessará a suspensão. (art.
265, § 2º CPC)
Se, o morto era procurador do autor e este não nomear outro advogado
no prazo legal, o processo será declarado extinto, sem julgamento de
mérito. Arcando a parte omissa com as despesas processuais e honorários
advocatícios. (art. 265, § 2º CPC)
Se entretanto, a inércia for do réu, em substituir seu advogado
falecido, mandará o juiz que, após o prazo da lei, o processo tenha
prosseguimento à sua revelia (art. 265, § 2º).
Embora o código não tenha previsto expressamente o procedimento a
observar na eventualidade de perda de capacidade do advogado, a solução,
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por analogia, deve ser a mesma do óbito, isto é, do art. 265, § 2º CPC.
A dissolução ou a extinção de pessoa jurídica não se equipara à morte
da pessoa natural, para efeito de suspensão do processo, porque sempre
haverá alguém encarregado de representála, legalmente, até final
liquidação de seus direitos e obrigações.
SUSPENSÃO POR CONVENÇÃO DAS PARTES
Permite o art. 265 – CPC, que as partes convencionem a suspensão do
processo, que para produzir efeito depende de ato subseqüente do juiz,
posto que, no sistema do código, o impulso do procedimento é oficial, isto
é, o andamento do processo não fica na dependência da vontade ou
colaboração das partes (art. 262 – CPC).
As partes devem comunicar o acordo ao juiz, para que este decrete a
suspensão ajustada. A decisão do juiz é ato vinculado e não discricionário,
de sorte que, na hipótese do art. 265, II, não é dado ao juiz vetar a
suspensão.
A suspensão convencional não pode ultrapassar o prazo de seis meses
(art. 265, § 3º CPC), findo o prazo convencionado, a retomada do curso do
processo não depende de provocação da parte: "o escrivão fará os autos
conclusos ao juiz, que ordenará o prosseguimento do processo", ex officio
(art. 265, § 3º CPC).
SUSPENSÃO EM RAZÃO DE EXCEÇÃO
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Na dúvida sobre a legitimidade de sua atuação, prescreve o código a
abstenção da prática dos atos processuais até que a situação se defina pelos
meios adequados. Sendo lícito a qualquer das partes arguir, por meio de
exceção, a incompetência (art. 112), o impedimento (art. 134) ou
asuspeição (art. 135).
SUSPENSÃO POR PREJUDICIALIDADE
O inciso IV do art. 265 – CPC, determina a suspensão do processo
sempre que a sentença de mérito estiver na dependência de solução de uma
“questão prejudicial” que é objeto de outro processo, ou de ato processual a
ser praticado fora dos autos, como as diligências deprecadas a juízes de
outras comarcas ou seções judiciárias.
Prejudiciais são as questões de mérito que antecedem, logicamente, à
solução do litígio e nela forçosamente haverão de influir; são questões
ligadas ao próprio mérito e que por si só podem ser objeto autônomo de um
outro processo.
A prejudicial é interna quando submetida à apreciação do mesmo juiz
que vai julgar a causa principal.
É externa quando objeto de outro processo pendente.
Se a prejudicial é interna, não há suspensão do processo, pois seu
julgamento será apenas um capítulo da sentença da causa.
Só há razão para a suspensão do processo, de que cogita o art. 265, IV,
a – CPC, quando a questão prejudicial for objeto principal de outro
processo pendente, sendo então, questão prejudicial externa.
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Mesmo no caso da letra c do citado dispositivo legal, a declaratória
incidental sobre questão de estado, que causa a suspensão do processo, não
é a proposta ao juiz da causa a ser suspensa; mas aquela ajuizada como
incidente de outro processo, mas que também será prejudicial da primeira
causa
A suspensão, em todos os casos do inciso IV, do art. 265, perdura até
que a questão prejudicial ou preliminar seja solucionada. Mas esse prazo
não pode ultrapassar um ano, hipótese em que o processo retomará seu
curso normal e será julgado independentemente da diligência que provocara
sua paralisação (art. 265, § 5º).
PREJUDICIALIDADE E CONEXÃO
Não há contradição entre a regra do art. 265, IV, a, que manda
suspender a causa prejudicada, e a do art. 106, que manda reunir as causas
conexas, para julgamento simultâneo.
Quase sempre a prejudicialidade gera conexão de causas em virtude da
causa comum ou da identidade de objeto que se apura entre a causa
prejudicial e a prejudicada.
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b) as fases em que se encontram as duas causas sejam inconciliáveis, o
feito prejudicado está em primeiro grau de jurisdição e o prejudicial em
segundo.
c) os procedimentos são diversos e inteiramente incompatíveis.
d) a causa petendi na ação prejudicial seja totalmente diversa da que
fundamenta a causa prejudicada.
SUSPENSÃO POR MOTIVO DE FORÇA MAIOR
O motivo de força maior é uma razão física que toma impossível o
funcionamento do órgão jurisdicional e, consequentemente, o andamento do
feito, como um incêndio que destruísse o edifício do Fórum, ou o tornasse
inacessível, ainda exemplificando, um alagamento provocado por chuvas
torrenciais, impossibilitando o deslocamento e acesso das partes e do
próprio juiz ao edifício do Fórum.
Sendo, como é, uma impossibilidade de ordem física, ou natural, seus
efeitos perduram enquanto não desaparece a respectiva causa.
FÉRIAS E SUSPENSÃO DO PROCESSO
O art. 179 CPC, expressa que a superveniência de férias suspende o
curso do prazo e não do processo, que recomeçará a correr do primeiro dia
útil seguinte ao término das férias.
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O Código de Processo Civil distingue bem entre férias e feriados, e
apenas à superveniência de férias é que atribui o “efeito suspensivo” do
prazo processual (art. 179 – CPC).
No caso de dias feriados, se neles cair o vencimento de algum prazo,
apenas ficará este prorrogado para o primeiro dia útil seguinte (art. 184, §
1º). Assim, a intercalação desses dias nãoúteis no curso do prazo é
irrelevante e não afeta, de maneira nenhuma, o seu cômputo final.
Art. 46 da Lei 9.610/98:
“Não constitui ofensa aos direitos autorais:
(...)
III a citação em livros, jornais, revistas ou qualquer outro meio de
comunicação, de passagens de qualquer obra, para fins de estudo, crítica
ou polêmica, na medida justificada para o fim a atingir, indicandose o
nome do autor e a origem da obra”.
Referências bibliográficas:
Theodoro Jr., Humberto. Teoria Geral do Direito Processual Civil I. 53. ed. Rio de Janeiro: Editora
Forense, 2012. 822 p.
Alvim, J. E. Carreira. Teoria Geral do Processo. 13. ed. Rio de Janeiro: Editora Forense, 2010. 315p.
Silva, De Plácido e. Dicionário Jurídico Conciso. 1. ed. Rio de janeiro: Editora Forense, 2008. 749p.
Pinto, Antônio Luiz de Toledo e outros. Vade Mecum. 11. ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2011. 2003p.
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