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Concreto Armado da UFPR

2006
Agradeço a colaboração prestada pelos Professores Carlos E. N. L. Michaud, Jorge L.
Ceccon e Miguel F. Hilgenberg Neto na elaboração deste texto. Agradecimento especial ao
Professor Roberto Dalledone Machado que além de colaborar a elaboração do texto, permitiu
que sua publicação LAJES USUAIS DE CONCRETO ARMADO fosse incorporada ao Capítulo 8
desta edição.

M. A. Marino
Universidade Federal do Paraná
Departamento de Construção Civil
(41) 3361-3438
marino@ufpr.br
1ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO
1
1.1 Introdução
Basicamente, as estruturas de concreto armado apresentam bom desempenho porque,
sendo o concreto de ótima resistência à compressão, este ocupa as partes comprimidas ao passo
que o aço, de ótima
A resistência à tração,
concreto ocupa as partes
M M comprimido tracionadas. É o caso
das vigas de concreto
armadura armado (Figura 1.1).
tracionada
A Corte AA

Figura 1.1 - Viga de concreto armado


Sendo o aço, também de boa resistência a compressão, o mesmo pode colaborar com o
concreto em regiões comprimidas. É o caso dos pilares de concreto armado (Figura 1.2).
As obras de concreto estrutural, no
N Brasil, são regidas, basicamente,
pela ABNT NBR 6118 Projeto de
Estruturas de Concreto –
Procedimento – mar/2004. Segundo
concreto
o item 1.2, esta Norma aplica-se às
comprimido
estruturas de concreto normais,
A A identificados por massa específica
armadura seca maior do que 2 000º kg/m3, não
comprimida excedendo 2 800 kg/m3, do grupo I
de resistência (C10 a C50), conforme
classificação da ABNT NBR 8953.
armadura Entre os concretos especiais
comprimida excluídos desta Norma estão o
Corte AA concreto-massa e o concreto sem
finos.

Figura 1.2 - Pilar de concreto armado

1.2 Histórico
É atribuída ao francês Lambot a primeira construção de concreto armado. Tratava-se de um
barco que foi construído em 1855. Outro francês, Coignet, publicou em 1861 o primeiro trabalho
descrevendo aplicações e uso do concreto armado1.

1.3 Viabilidade do concreto armado


O sucesso do concreto armado se deve, basicamente, a três fatores:

1
Para melhor conhecimento da história do concreto armado, ver O CONCRETO NO BRASIL, Vol. 1, A. C.
Vasconcelos, edição patrocinada por Camargo Corrêa S.A., 1985.
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− aderência entre o concreto e a armadura;
− valores próximos dos coeficientes de dilatação térmica do concreto e da armadura; e
− proteção das armaduras feita pelo concreto envolvente.
O principal fator de sucesso é a aderência entre o concreto e a armadura. Desta forma, as
deformações nas armaduras serão as mesmas que as do concreto adjacente, não existindo
escorregamento entre um material e o outro. É este simples fato de deformações iguais entre a
armadura e o concreto adjacente, associado à hipótese das seções planas de Navier, que permite
quase todo o desenvolvimento dos fundamentos do concreto armado.
A proximidade de valores entre os coeficientes de dilatação térmica do aço e do concreto
torna praticamente nulos os deslocamentos relativos entre a armadura e o concreto envolvente,
quando existe variação de temperatura. Este fato permite que se adote para o concreto armado o
mesmo coeficiente de dilatação térmica do concreto simples.
Finalmente, o envolvimento das barras de aço por concreto evita a oxidação da armadura
fazendo com que o concreto armado não necessite cuidados especiais como ocorre, por exemplo,
em estruturas metálicas.

1.4 Propriedades do concreto


O concreto, assim como outro material, tem coeficiente de dilatação térmica, pode ser
representado por um diagrama tensão-deformação, possui módulo de elasticidade (módulo de
deformação), etc. Apresenta, também, duas propriedades específicas, que são a retração e a
fluência (deformação lenta).
1.4.1 Concretos da ABNT NBR 6618
Segundo a ABNT NBR 8953, os concretos a serem usados estruturalmente estão divididos
em dois grupos, classificados de acordo com sua resistência característica à compressão (fck),
conforme mostrado na Tabela 1.1. Nesta Tabela a letra C indica a classe do concreto e o número
que se segue corresponde à sua resistência característica à compressão (fck), em MPa1.
Grupo I fck Grupo II fck
C15 15 MPa C55 55 MPa
C20 20 MPa C60 60 MPa
C25 25 MPa C70 70 MPa
C30 30 MPa C80 80 MPa
C35 35 MPa
C40 40 MPa
C45 45 MPa
C50 50 MPa
Tabela 1.1 - Classes de concreto estrutural
A dosagem do concreto deverá ser feita de acordo com a ABNT NBR 12655. A composição
de cada concreto de classe C15 ou superior deve ser definida em dosagem racional e
experimental, com a devida antecedência em relação ao início da obra. O controle tecnológico da
obra deve ser feito de acordo com a ABNT NBR 12654.
ABNT NBR 6118, item 8.2.1:
“Esta Norma se aplica a concretos compreendidos nas classes de resistência do
grupo I, indicadas na ABNT NBR 8953, ou seja, até C50.
A classe C202, ou superior, se aplica a concreto com armadura passiva3 e a classe
C25, ou superior, a concreto com armadura ativa4. A classe C15 pode ser usada
apenas em fundações, conforme ABNT NBR 6122, e em obras provisórias.”

1
1 MPa = 0,1 kN/cm2 = 10 kgf/cm2.
2
A adoção de um concreto com resistência mínima de 20 MPa visa uma durabilidade maior das estruturas.
3
Concreto armado.
4
Concreto protendido.
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1.4.2 Massa específica
Segundo o item 8.2.2, a ABNT NBR 6118 se aplica a concretos de massa específica normal,
que são aqueles que, depois de secos em estufa, têm massa específica compreendida entre
2 000 kg/m3 e 2 800 kg/m3. Se a massa específica real não for conhecida, para efeito de cálculo,
pode-se adotar para o concreto simples o valor 2 400 kg/m3 e para o concreto armado
2 500 kg/m3.
Quando se conhecer a massa específica do concreto utilizado, pode-se considerar para
valor da massa específica do concreto armado aquela do concreto simples acrescida de
100 kg/m3 a 150 kg/m3.
1.4.3 Coeficiente de dilatação térmica
Para efeito de análise estrutural, o coeficiente de dilatação térmica pode ser admitido como
sendo igual a 10-5/ºC (ABNT NBR 6118, item 8.2.3).
1.4.4 Resistência à compressão
As prescrições da ABNT NBR 6118 referem-se à resistência à compressão obtida em
ensaios de cilindros moldados segundo a ABNT NBR 5738, realizados de acordo com a
ABNT NBR 5739 (item 8.2.4 da ABNT NBR 6118).
Quando não for indicada a idade, as resistências referem-se à idade de 28 dias. A
estimativa da resistência à compressão média, fcmj, correspondente a uma resistência fckj
especificada, deve ser feita conforme indicado na ABNT NBR 12655.
A evolução da resistência à compressão com a idade deve ser obtida através de ensaios
especialmente executados para tal. Na ausência desses resultados experimentais pode-se adotar,
em caráter orientativo, os valores indicados em [3.8.2.2].
1.4.5 Resistência à tração
Segundo a ABNT NBR 6118, item 8.2.5, a resistência à tração indireta fct,sp e a resistência à
tração na flexão fct,f devem ser obtidas de ensaios realizados segundo a ABNT NBR 7222 e a
ABNT NBR 12142, respectivamente.
A resistência à tração direta fct pode ser considerada igual a 0,9 fct,sp ou 0,7 fct,f ou, na falta de
ensaios para obtenção de fct,sp e fct,f, pode ser avaliado o seu valor médio ou característico por
meio das equações seguintes:
fct,m = 0,3 × 3 fck
2

fctk,inf = 0,7 fct,m = 0,21 × 3 fck


2
fct,m e fck em MPa Equação 1.1
fctk,sup = 1,3 fct,m = 0,39 × 3 fck
2

Sendo fckj ≥ 7MPa, estas expressões podem também ser usadas para idades diferentes de
28 dias.
O fctk,sup é usado para a determinação de armaduras mínimas. O fctk,inf é usado nas análises
estruturais.
1.4.6 Módulo de elasticidade
Segundo a ABNT NBR 6118, item 8.2.8, o módulo de elasticidade deve ser obtido segundo
ensaio descrito na ABNT NBR 8522, sendo considerado nesta Norma o módulo de deformação
tangente inicial cordal a 30% de fc, ou outra tensão especificada em projeto. Quando não forem
feitos ensaios e não existirem dados mais precisos sobre o concreto usado na idade de 28 dias,
pode-se estimar o valor do módulo de elasticidade usando a expressão:
E ci = 5 600 fck E ci e f ck em MPa Equação 1.2

O módulo de elasticidade numa idade j ≥ 7 dias pode também ser avaliado através dessa
expressão, substituindo-se fck por fckj.
Quando for o caso, é esse o módulo de elasticidade a ser especificado em projeto e
controlado na obra.

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O módulo de elasticidade secante a ser utilizado nas análises elásticas de projeto,
especialmente para determinação de esforços solicitantes e verificação de estados limites de
serviço, deve ser calculado pela expressão:
E cs = 0,85 E ci Equação 1.3
Na avaliação do comportamento de um elemento estrutural ou seção transversal pode ser
adotado um módulo de elasticidade único, à tração e à compressão, igual ao módulo de
elasticidade secante (Ecs).
Na avaliação do comportamento global da estrutura pode ser utilizado em projeto o módulo
de deformação tangente inicial (Eci).
1.4.7 Coeficiente de Poisson e módulo de elasticidade transversal
Para tensões de compressão menores que 0,5 fc e tensões de tração menores que fct, o
coeficiente de Poisson ν pode ser tomado como igual a 0,2 e o módulo de elasticidade transversal
Gc igual a 0,4 Ecs (ABNT NBR 6118, item 8.2.9).
Observar que a equação clássica da Resistência dos Materiais para a determinação do
módulo de elasticidade transversal G não é seguida à risca pela ABNT NBR 6118. Para se obter
Gc igual a 0,4 Ecs, seria necessária a imposição de um coeficiente de Poisson igual a 0,25, ou
seja:
Ecs Ecs
Gc = = = 0,4 Ecs
2(1 + ν ) 2(1 + 0,25 )

1.4.8 Diagrama tensão-deformação - compressão


Uma característica do concreto é não apresentar, para diferentes dosagens, um mesmo tipo
de diagrama tensão-deformação. Os
σc concretos mais ricos em cimento (mais
resistentes) têm um "pico" de resistência
40 MPa (máxima tensão) em torno da deformação
2‰. Já os concretos mais fracos
30 MPa apresentam um "patamar" de resistência
que se inicia entre as deformações 1‰ e
2‰ (Figura 1.3).
20 MPa

10 MPa
εc

1‰ 2‰ 3‰ 4‰

Figura 1.3 - Diagramas tensão-deformação (compressão)


de concretos diversos
A ABNT NBR 6118, item 8.2.10.1, não leva em consideração os diferentes diagramas
tensão-deformação mostrados na
σc Figura 1.3 e apresenta, de modo
simplificado, o diagrama
parábola-retângulo mostrado na
fck Figura 1.4.
  ε  
2

σ c = f ck 1 − 1 − c  
  2‰  

εc
2‰ 3,5‰

Figura 1.4 - Diagrama tensão-deformação (compressão)


da ABNT NBR 6118

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1.4.9 Diagrama tensão-deformação - tração
Para o concreto não fissurado, pode ser adotado o diagrama tensão-deformação bilinear de
tração, indicado na Figura 1.5 (ABNT NBR 6118,
σct item 8.2.10.2).

fctk
0,9 fctk

Eci
εct
0,15‰

Figura 1.5 - Diagrama tensão-deformação


(tração) da ABNT NBR 6118
1.4.10 Fluência e retração
1.4.10.1 Fluência
A fluência é uma deformação que depende do carregamento. Corresponde a uma contínua
(lenta) deformação do concreto, que ocorre ao longo do tempo, sob ação de carga permanente.
Um aspecto do comportamento das deformações de peças de concreto carregada e descarregada
é mostrado na Figura 1.6.

recuperação
deformação ∆l0
εc
elástica recuperação da ∆lc
fluência
l

fluência -
εcc(t,t0)
deformação elástica
∆l0
inicial - εc(t0) t
t0 εc(t0) =
l
t0 t
∆lc
t εcc(t,t0) =
carga sem carga l−∆l0

Figura 1.6 - Deformação de bloco de concreto carregado e descarregado


1.4.10.2 Retração
A retração do concreto é uma deformação independente de carregamento. Corresponde a
uma diminuição de volume que ocorre ao longo do tempo devido à perda d'água que fazia parte
da composição
εcs ∆ls
química da mistura
da massa de
concreto. A curva
l que representa a
variação da
retração ao longo
do tempo tem o
aspecto mostrado
εcs(t,t0) = ∆ls na Figura 1.7.
t l
Figura 1.7 - Retração do concreto

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1.4.10.3 Deformação total
A deformação total do concreto, decorrido um espaço de tempo após a aplicação de um
carregamento permanente, corresponde a:
σ ( t ) σ t( )
ε c ( t ) = c 0 + c 0 ϕ( t, t 0 ) + ε cs ( t, t 0 )
E ( t 0 ) Eci ( t 0 )
1ci23 144244 3
εc ( t 0 ) εcc ( t, t0 )

σc ( t 0 )
εc ( t ) = [1 +ϕ( t, t 0 )] + εcs ( t, t 0 ) Equação 1.4
Eci ( t 0 )
onde:
εc(t) deformação específica total do concreto no instante t;
εc(t0) deformação específica imediata (t0) do concreto devida ao carregamento
(encurtamento);
εcc(t,t0) deformação específica do concreto devida à fluência no intervalo de tempo t – t0;
εcs(t,t0) deformação específica do concreto devida à retração no intervalo de tempo t – t0;
σc(t0) tensão atuante no concreto no instante (t0) da aplicação da caga permanente
(negativa para compressão);
Eci(t0) módulo de elasticidade (deformação) inicial no instante t0; e
ϕ(t,t0) coeficiente de fluência correspondente ao intervalo de tempo t – t0.
Em casos onde não é necessária grande precisão, os valores finais (t∞) do coeficiente de
fluência ϕ(t∞,t0) e da deformação específica de retração εcs(t∞,t0) do concreto submetido a tensões
menores que 0,5 fc quando do primeiro carregamento, podem ser obtidos, por interpolação linear,
a partir da Tabela 1.2. Esta Tabela fornece o valor do coeficiente de fluência ϕ(t∞,t0) e da
deformação específica de retração εcs(t∞,t0) em função da umidade ambiente e da espessura
equivalente 2 Ac / u, onde:
Ac área da seção transversal; e
u perímetro da seção em contato com a atmosfera.

Umidade ambiente
40 55 75 90
(%)

Espessura fictícia
2Ac/u 20 60 20 60 20 60 20 60
(cm)
5 4,4 3,9 3,8 3,3 3,0 2,6 2,3 2,1
ϕ(t∞,t0) 30 3,0 2,9 2,6 2,5 2,0 2,0 1,6 1,6
t0 60 3,0 2,6 2,2 2,2 1,7 1,8 1,4 1,4
(dias) 5 -0,44 -0,39 -0,37 -0,33 -0,23 -0,21 -0,10 -0,09
εcs(t∞,t0)
30 -0,37 -0,38 -0,31 -0,31 -0,20 -0,20 -0,09 -0,09
(‰)
60 -0,32 -0,36 -0,27 -0,30 -0,17 -0,19 -0,08 -0,09
Tabela 1.2 – Valores característicos superiores da deformação específica de retração εcs(t∞,t0)
e do coeficiente de fluência ϕ(t∞,t0)

1.5 Propriedades do aço


O aço, assim como outro material, tem coeficiente de dilatação térmica, pode ser
representado por um diagrama tensão-deformação, possui módulo de elasticidade, etc.
Apresenta, também, uma propriedade específica, que é o coeficiente de conformação superficial.
1.5.1 Categoria dos aços de armadura passiva
Nos projetos de estruturas de concreto armado deve ser utilizado aço classificado pela
ABNT NBR 7480 com o valor característico da resistência de escoamento nas categorias CA-25,

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CA-50 e CA-601 (item 8.3.1 da ABNT NBR 6118). Estes aços e suas respectivas resistência
características à tração (fyk) estão mostrados na Tabela 1.3.
Categoria fyk
CA-25 250 MPa
CA-50 500 MPa
CA-60 600 MPa
Tabela 1.3 - Aços de armadura
passiva
Os diâmetros nominais devem ser os estabelecidos na ABNT NBR 7480.
1.5.2 Coeficiente de conformação superficial
Os fios e barras podem ser lisos ou providos de saliências ou mossas. Para cada categoria
de aço, o coeficiente de conformação superficial mínimo, determinado através de ensaios de
acordo com a ABNT NBR 7477, deve atender ao indicado na ABNT NBR 7480 (item 8.3.2 da
ABNT NBR 6118).
A ABNT NBR 7480 relaciona o coeficiente de conformação superficial η com as categorias
dos aços. A ABNT NBR 6118 caracteriza a superfície das barras através do coeficiente para
cálculo da tensão de aderência da armadura η1. Os coeficientes estabelecidos pelas normas
ABNT NBR 7480 e ABNT NBR 6118 estão mostrados na Tabela 1.42.
Superfície η1 η
Lisa (CA-25) ≥ 1,0
1,00
Entalhada (CA-60) ≥ 1,5
1,40
Alta Aderência (CA-50) ≥ 1,5
2,25
Tabela 1.4 - Coeficientes de conformação superficial
(ABNT NBR 7480) e para Cálculo da
Tensão de Aderência (ABNT NBR 6118)
1.5.3 Massa específica
Segundo o item 8.3.3 da ABNT NBR 6118, pode-se adotar para massa específica do aço de
armadura passiva o valor de 7 850 kg/m3.
1.5.4 Coeficiente de dilatação térmica
O valor 10-5/ºC pode ser considerado para o coeficiente de dilatação térmica do aço, para
intervalos de temperatura entre -20ºC e 150ºC (Item 8.3.4 da ABNT NBR 6118).
1.5.5 Módulo de elasticidade
Na falta de ensaios ou valores fornecidos pelo fabricante, o módulo de elasticidade do aço
pode ser admitido igual a 210 GPa (ABNT NBR 6118, item 8.3.5).
1.5.6 Diagrama tensão-deformação, resistência ao escoamento e à tração
O diagrama tensão-deformação do aço, os valores característicos da resistência ao
escoamento fyk, da resistência à tração fstk e da deformação na ruptura εuk devem ser obtidos de
ensaios de tração realizados segundo a ABNT NBR ISO 6892. O valor de fyk para os aços sem
patamar de escoamento é o valor da tensão correspondente à deformação permanente de 2‰
(ABNT NBR 6118, item 8.3.6).
Nos projetos de estruturas de concreto armado, a ABNT NBR 6118 permite utilizar o
diagrama simplificado mostrado na Figura 1.8, para os aços com ou sem patamar de escoamento.
Este diagrama é válido para intervalos de temperatura entre -20ºC e 150ºC e pode ser aplicado
para tração e compressão.

1
As letras CA significam concreto armado e o número associado corresponde a 1/10 da resistência característica em
MPa.
A NBR 6118 define o coeficiente de conformação superficial como ηb e estabelece, para o CA-60, o valor mínimo de
2

1,2, diferente do apresentado na Tabela 2, página 7 da NBR 7480/1996. Nesta Tabela o valor mínimo de η
corresponde a 1,5, como apresentado na Tabela 1.4.
2006 1-7 ufpr/tc405
σs

fyk

εs
10‰

Figura 1.8 - Diagrama tensão-deformação do aço


1.5.7 Características de dutilidade
Os aços CA-25 e CA-50, que atendam aos valores mínimos de fyk/fstk e εuk indicados na
ABNT NBR 7480, podem ser considerados como de alta dutilidade. Os aços CA-60 que
obedeçam também às especificações dessa Norma podem ser considerados como de dutilidade
normal (item 8.3.7 da ABNT NBR 6118).
1.5.8 Soldabilidade
Para que um aço seja considerado soldável, sua composição deve obedecer aos limites
estabelecidos na ABNT NBR 8965.
A emenda de aço soldada deve ser ensaiada à tração segundo a ABNT NBR 8548. A carga
de ruptura, medida na barra soldada deve satisfazer o especificado na ABNT NBR 7480 e o
alongamento sob carga deve ser tal que não comprometa a dutilidade da armadura. O
alongamento total plástico medido na barra soldada deve atender a um mínimo de 2%
(ABNT NBR 6118, item 8.3.9).
1.5.9 Classificação
Conforme especifica a ABNT NBR 7480, item 4.1, os aços a serem usados em estruturas de
concreto armado serão classificados:
− como barras, se possuírem diâmetro nominal igual ou superior a 5 mm e forem obtidos
exclusivamente por laminação à quente; e
− como fios, se possuírem diâmetro nominal igual ou inferior a 10 mm e forem obtidos
por trefilação ou processo equivalente.
De acordo com a categoria, as barras e fios de aço serão classificadas conforme mostrado
na Tabela 1.5.
Categoria Classificação
CA-25
Barras
CA-50
CA-60 Fios
Tabela 1.5 - Barras e fios de aço
As características das barras (CA-25 e CA-50) e fios (CA-60), definidas pela
ABNT NBR 7480, estão mostradas nas Tabela 1.6 e Tabela 1.7.

2006 1-8 ufpr/tc405


Barras
Diâmetro Massa Área da
Perímetro
Nominal Nominal1 Seção
(cm)
(mm) (kg/m) (cm2)
5 0,154 0,196 1,57
6,3 0,245 0,312 1,98
8 0,395 0,503 2,51
10 0,617 0,785 3,14
12,5 0,963 1,227 3,93
16 1,578 2,011 5,03
20 2,466 3,142 6,28
22 2,984 3,801 6,91
25 3,853 4,909 7,85
32 6,313 8,042 10,05
40 9,865 12,566 12,57
Tabela 1.6 - Características das barras de aço para concreto armado

Fios
Diâmetro Massa Área da
Perímetro
Nominal Nominal Seção
(cm)
(mm) (kg/m) (cm2)
2,4 0,036 0,045 0,75
3,4 0,071 0,091 1,07
3,8 0,089 0,113 1,19
4,2 0,109 0,139 1,32
4,6 0,130 0,166 1,45
5,0 0,154 0,196 1,57
5,5 0,187 0,238 1,73
6,0 0,222 0,283 1,88
6,4 0,253 0,322 2,01
7,0 0,302 0,385 2,22
8,0 0,395 0,503 2,51
9,5 0,558 0,709 2,98
10,0 0,617 0,785 3,14
Tabela 1.7 - Características dos fios de aço para concreto armado

1.6 Referências normativas2


As normas relacionadas a seguir contêm disposições que constituem prescrições para a
ABNT NBR 6118. Como toda norma está sujeita a revisão, recomenda-se que seja verificada a
conveniência de se usarem as edições mais recentes das normas citadas a seguir (item 2 da
ABNT NBR 6118). A ABNT possui a informação das Normas Brasileiras em vigor em um dado
momento.
1
A densidade linear de massa, em kg/m, é obtida pelo produto da área da seção nominal em m2 por 7 850 kg/m3.
2
O texto relativo a esta seção é, basicamente, uma cópia do capítulo 2 da NBR 6118.
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ABNT NBR 5674:1999 Manutenção de edificações - Procedimento
ABNT NBR 5732:1991 Cimento Portland comum - Especificação
ABNT NBR 5733:1991 Cimento Portland de alta resistência - Especificação
ABNT NBR 5735:1991 Cimento Portland de alto-forno - Especificação
ABNT NBR 5736:1991 Cimento Portland pozolânico- Especificação
ABNT NBR 5737:1992 Cimento Portland resistente a sulfatos - Especificação
ABNT NBR 5738:1994 Moldagem e cura de corpos-de-prova cilíndricos ou prismáticos
de concreto - Procedimento
ABNT NBR 5739:1994 Concreto - Ensaio de compressão de corpos-de-prova
cilíndricos - Método de ensaio
ABNT NBR 6004:1984 Arames de aço - Ensaio de dobramento alternado - Método de
ensaio
ABNT NBR 6120:1980 Cargas para cálculo de estruturas de edificações -
Procedimento
ABNT NBR 6122:1996 Projeto e execução de fundações - Procedimento
ABNT NBR 6123:1988 Forças devidas ao vento em edificações - Procedimento
ABNT NBR 6153:1988 Produto metálico - Ensaio de dobramento semi-guiado -
Método de ensaio
ABNT NBR 6349:1991 Fios, barras e cordoalhas de aço para armaduras de
protensão – Ensaio de Tração – Método de ensaio
ABNT NBR 7190:1997 Projeto de estruturas de madeira
ABNT NBR 7222:1994 Argamassa e concreto - Determinação da resistência à tração
por compressão diametral de corpos-de-prova cilíndricos -
Método de ensaio
ABNT NBR 7477:1982 Determinação do coeficiente de conformação superficial de
barras e fios de aço destinados a armaduras de concreto
armado - Método de ensaio
ABNT NBR 7480:1996 Barras e fios de aço destinados a armaduras para concreto
armado - Especificação
ABNT NBR 7481:1990 Tela de aço soldada - Armadura para concreto – Especificação
ABNT NBR 7482:1991 Fios de aço para concreto protendido – Especificação
ABNT NBR 7483:1991 Cordoalhas de aço para concreto protendido – Especificação
ABNT NBR 7484:1991 Fios, barras e cordoalhas de aço destinados a armaduras de
protensão – Ensaios de relaxação isotérmica – Método de
ensaio
ABNT NBR 7680:1983 Extração, preparo, ensaio e análise de testemunhos de
estruturas de concreto – Procedimento
ABNT NBR 8522:1984 Concreto - Determinação do módulo de deformação estática e
diagrama tensão-deformação - Método de ensaio
ABNT NBR 8548:1984 Barras de aço destinadas a armaduras para concreto armado
com emenda mecânica ou por solda - Determinação da
resistência à tração - Método de ensaio
ABNT NBR 8681:2003 Ações e segurança nas estruturas - Procedimento
ABNT NBR 8800:1986 Projeto e execução de estruturas de aço de edifícios (Método
dos estados limites) - Procedimento
ABNT NBR 8953:1992 Concreto para fins estruturais - Classificação por grupos de
resistência - Classificação
ABNT NBR 8965:1985 Barras de aço CA 42S com características de soldabilidade
destinadas a armaduras para concreto armado - Especificação
ABNT NBR 9062:2001 Projeto e execução de estruturas de concreto pré-moldado –
Procedimento
ABNT NBR 11578:1991 Cimento Portland composto – Especificação
ABNT NBR 11919:1978 Verificação de emendas metálicas de barras de concreto
armado - Método de ensaio
ABNT NBR 12142:1991 Concreto - Determinação da resistência à tração na flexão em
corpos-de-prova prismáticos - Método de ensaio
ABNT NBR 12654:1992 Controle tecnológico de materiais componentes do concreto -
Procedimento

2006 1-10 ufpr/tc405


ABNT NBR 12655:1996 Concreto - Preparo, controle e recebimento – Procedimento
ABNT NBR 12989:1993 Cimento Portland branco – Especificação
ABNT NBR 13116:1994 Cimento Portland de baixo calor de hidratação – Especificação
ABNT NBR 14859-2:2002 Laje pré-fabricada – Requisitos. Parte 2: Lajes bidirecionais
ABNT NBR 14931:2003 Execução de estruturas de concreto - Procedimento.
ABNT NBR ISO 6892:2002 Materiais metálicos – Ensaio de tração à temperatura ambiente
ABNT NBR NM 67:1998 Concreto - Determinação da consistência pelo abatimento do
tronco de cone

1.7 Simbologia1
A simbologia adotada na ABNT NBR 6118, no que se refere a estruturas de concreto, é
constituída por símbolos-base e símbolos subscritos. Os símbolos-base utilizados com mais
freqüência encontram-se estabelecidos em 1.7.1 e os símbolos subscritos em 1.7.2.
As grandezas representadas pólos símbolos devem sempre ser expressas em
unidades do Sistema Internacional (SI) (item 4.1 da ABNT NBR 6118).
1.7.1 Símbolos base
1.7.1.1 Letras minúsculas
a distância ou dimensão
menor dimensão de um retângulo
deslocamento máximo (flecha)
b largura
dimensão ou distância paralela à largura
menor dimensão de um retângulo
bw largura da alma de uma viga
c cobrimento da armadura em relação à face do elemento
d altura útil
dimensão ou distância
e excentricidade de cálculo oriunda dos esforços solicitantes MSd e NSd
distância
f resistência
h dimensão
altura
i raio de giração mínimo da seção bruta de concreto da peça analisada
k coeficiente
l comprimento
vão
n número
número de prumadas de pilares
r raio de curvatura interno do gancho
rigidez
s espaçamento das barras da armadura
t comprimento do apoio paralelo ao vão da viga analisada
tempo
u perímetro
w abertura de fissura
x altura da linha neutra
z braço de alavanca
distância
1.7.1.2 Letras maiúsculas
A área da seção cheia
Ac área da seção transversal de concreto
As área da seção transversal da armadura longitudinal de tração
A's área da seção transversal da armadura longitudinal de compressão

1
O texto relativo a esta seção é, basicamente, uma cópia do capítulo 4 da NBR 6118.
2006 1-11 ufpr/tc405
D diâmetro dos pinos de dobramento das barras de aço
E módulo de elasticidade
EI rigidez
F força
ações
G ações permanentes
Gc módulo de elasticidade transversal do concreto
H altura
Ic momento de inércia da seção de concreto
K coeficiente
M momento
momento fletor
MRd momento fletor resistente de cálculo
MSd momento fletor solicitante de cálculo
M1d momento fletor de 1ª ordem de cálculo
M2d momento fletor de 2ª ordem de cálculo
N força normal
Nd força normal de cálculo
NRd força normal resistente de cálculo
NSd força normal solicitante de cálculo
Q ações variáveis
R reação de apoio
Rd esforço resistente de cálculo
Sd esforço solicitante de cálculo
T temperatura
momento torçor
TRd momento torçor resistente de cálculo
TSd momento torçor solicitante de cálculo
V força cortante
Vd força cortante de cálculo
1.7.1.3 Letras gregas
α ângulo
parâmetro de instabilidade
coeficiente
fator que define as condições de vínculo nos apoios
β ângulo
coeficiente
δ coeficiente de redistribuição
deslocamento
ε deformação
εc deformação específica do concreto
εs deformação específica do aço
φ diâmetro das barras da armadura
φl diâmetro das barras de armadura longitudinal de peça estrutural
φn diâmetro equivalente de um feixe de barras
φt diâmetro das barras de armadura transversal
φvibr diâmetro da agulha do vibrador
γc coeficiente de ponderação da resistência do concreto
γf coeficiente de ponderação das ações
γm coeficiente de ponderação das resistências
γs coeficiente de ponderação da resistência do aço
ϕ coeficiente de fluência
λ índice de esbeltez
µ coeficiente
momento fletor reduzido adimensional

2006 1-12 ufpr/tc405


ν coeficiente de Poisson
força normal adimensional
θ rotação
ângulo de inclinação
desaprumo
ρ taxa geométrica de armadura longitudinal de tração
ρc massa específica do concreto
ρmín taxa geométrica mínima de armadura longitudinal de vigas e pilares
ρs taxa geométrica de armadura aderente passiva
σc tensão à compressão no concreto
σct tensão à tração no concreto
σs tensão normal no aço
σRd tensões normais resistentes de cálculo
σSd tensões normais solicitantes de cálculo
τRd tensões de cisalhamento resistente de cálculo
τSd tensão de cisalhamento de cálculo usando o contorno adequado ao fenômeno
analisado
τTd tensão de cisalhamento de cálculo, por torção
τwd tensão de cisalhamento de cálculo, por força cortante
1.7.2 Símbolos subscritos
1.7.2.1 Letras minúsculas
apo apoio
c concreto
cor corrigido
d valor de cálculo
e equivalente
ef efetivo
eq equivalente
f feixe
fad fadiga
fic fictícia
g ações permanentes
h horizontal
i número seqüencial
inf inferior
j idade (referente à cura do concreto)
k valor característico
número seqüencial
lim limite
m média
máx máximo
mín mínimo
nec necessário
nom nominal
q ações variáveis
r radial
s aço de armadura passiva
sec secante
ser serviço
sup superior
t tração
transversal
tot total
u último
de ruptura

2006 1-13 ufpr/tc405


v vertical
viga
vão vão
vig viga
w alma
transversal
x direção ortogonal
y direção ortogonal
escoamento do aço
1.7.2.2 Letras maiúsculas
R resistências
S solicitações
1.7.3 Números
0 início
instante de aplicação de carga
28 aos 28 dias
1.7.4 Simbologia específica
1.7.4.1 Símbolos base
fc resistência à compressão do concreto
fck resistência característica à compressão do concreto
fckj resistência característica à compressão do concreto aos j dias
fcmj resistência média à compressão do concreto aos j dias
fct resistência do concreto à tração direta
fctk resistência característica à tração do concreto
fctk,inf resistência característica inferior à tração do concreto
fctk,sup resistência característica superior à tração do concreto
fct,m resistência média à tração do concreto
fct,f resistência do concreto à tração na flexão
fct,sp resistência do concreto à tração indireta
fstk resistência característica à tração do aço
fyk resistência característica ao escoamento do aço
t tempo
u perímetro da seção em contato com a atmosfera
Ac área da seção transversal
Eci módulo de elasticidade ou módulo de deformação tangente inicial do concreto,
referindo-se sempre ao módulo cordal a 30% fc
Eci(t0) módulo de elasticidade (deformação) inicial do concreto
Ecs módulo de elasticidade secante do concreto, também denominado módulo de
deformação secante do concreto
Gc módulo de elasticidade transversal do concreto
M momento fletor
N força normal
εc deformação específica do concreto
εc(t) deformação específica do concreto no instante t
εc(t0) deformação específica imediata do concreto
εcc deformação específica do concreto devida à fluência
εcc(t,t0) deformação específica do concreto devida à fluência no intervalo de tempo t – t0
εcs deformação específica do concreto devida à retração
εcs(t,t0) deformação específica do concreto devida à retração no intervalo de tempo t – t0
εct deformação específica do concreto à tração
εc0 deformação específica do concreto no instante da aplicação do carregamento
(deformação inicial)
εs deformação específica do aço
εuk deformação específica característica do aço na ruptura

2006 1-14 ufpr/tc405


η coeficiente de conformação superficial
η1 coeficiente para cálculo da tensão de aderência da armadura
ϕ(t,t0) coeficiente de fluência correspondente ao intervalo de tempo t – t0
ν coeficiente de Poisson
σc tensão à compressão no concreto
σc(t0) tensão à compressão imediata no concreto
σct tensão à tração no concreto
σs tensão normal no aço
1.7.4.2 Símbolos subscritos
inf inferior
sup superior
t tempo
t0 início de contagem de tempo

1.8 Exercícios
Ex. 1.1: Complete o quadro abaixo.
fck fctk,inf fctk,sup Eci Ecs
Concreto
(MPa) (MPa) (MPa) (MPa) (MPa)
C20
C25
C30
C35
C40
C45
C50

Ex. 1.2: Defina os diagramas tensão-deformação - compressão (parábola-retângulo) e


tensão-deformação - tração para o concreto C20. Complete o quadro abaixo e defina os
diagramas usando as seguintes escalas:
deformação: 1 cm = 1‰
tensão: 1 cm = 5 MPa
σc σct
εc compressão tração
(MPa) (MPa)
0,0‰
0,5‰
1,0‰
1,5‰
2,0‰
2,5‰
3,0‰
3,5‰

2006 1-15 ufpr/tc405


Ex. 1.3: Defina o diagrama tensão-deformação para o aço CA-50. Complete o quadro abaixo
e defina o diagrama usando as seguintes escalas:
deformação: 1 cm = 1‰
tensão: 1 cm = 100 MPa
σs
εs
(MPa)
0,0‰
1,0‰
2,0‰
3,0‰
4,0‰
5,0‰
10,0‰

2006 1-16 ufpr/tc405


2QUALIDADE DAS ESTRUTURAS
2
2.1 Condições gerais1
As estruturas de concreto devem atender aos requisitos mínimos de qualidade, durante sua
construção e serviço, e aos requisitos adicionais estabelecidos em conjunto entre o autor do
projeto estrutural e o contratante.
Os requisitos da qualidade de uma estrutura de concreto são classificados em três grupos
distintos:
− capacidade resistente, que consiste basicamente na segurança à ruptura;
− desempenho em serviço, que consiste na capacidade da estrutura manter-se em
condições plenas de utilização, não devendo apresentar danos que comprometam em
parte ou totalmente o uso para o qual foi projetada; e
− durabilidade, que consiste na capacidade da estrutura resistir às influências
ambientais previstas e definidas em conjunto pelo autor do projeto estrutural e o
contratante, no início dos trabalhos de elaboração do projeto.
A solução estrutural adotada em projeto deve atender aos requisitos de qualidade
estabelecidos nas normas técnicas, relativos:
− à capacidade resistente (estado limite último - ELU);
− ao desempenho em serviço (estados limites de serviço - ELS); e
− à durabilidade da estrutura.
A qualidade da solução adotada deve ainda considerar as condições:
− arquitetônicas;
− funcionais;
− construtivas;
− estruturais; e
− de integração com os demais projetos (elétrico, hidráulico, ar condicionado, etc.).
Todas as condições impostas ao projeto devem ser estabelecidas previamente e em comum
acordo entre o autor do projeto estrutural e o contratante. Para atender aos requisitos de
qualidade impostos às estruturas de concreto, o projeto deve atender a todos os requisitos
estabelecidos na ABNT NBR 6118 e em outras complementares e específicas, conforme o caso.
As exigências relativas à capacidade resistente e ao desempenho em serviço deixam de ser
satisfeitas quando são ultrapassados os respectivos estados limites. As exigências de
durabilidade deixam de ser atendidas quando não são observados os critérios de projeto definidos
na seção 7 da ABNT NBR 6118.
Para tipos especiais de estruturas, devem ser atendidas exigências particulares
estabelecidas em Normas Brasileiras. Exigências particulares podem, por exemplo, consistir em
resistência a explosões, ao impacto, aos sismos, ou ainda relativas a estanqueidade, ao
isolamento térmico ou acústico.

2.2 Estados limites


2.2.1 Estado limite último (ELU)
Estado limite relacionado ao colapso, ou a qualquer outra forma de ruína estrutural, que
determine a paralisação do uso da estrutura.
A segurança das estruturas de concreto deve sempre ser verificada em relação aos
seguintes estados limites últimos:
1
O texto relativo a esta seção é, basicamente, uma cópia do capítulo 5 da ABNT NBR 6118.
2006 2-1 ufpr/tc405
− estado limite último da perda do equilíbrio da estrutura, admitida como corpo rígido;
− estado limite último de esgotamento da capacidade resistente da estrutura, no seu
todo ou em parte, devido às solicitações normais e tangenciais, admitindo-se a
redistribuição de esforços internos, desde que seja respeitada a capacidade de
adaptação plástica, e admitindo-se, em geral, as verificações separadas das
solicitações normais e tangenciais;
− estado limite último de esgotamento da capacidade resistente da estrutura, no seu
todo ou em parte, considerando os efeitos de segunda ordem;
− estado limite último provocado por solicitações dinâmicas;
− estado limite de colapso progressivo; e
− outros estados limites últimos que eventualmente possam ocorrer em casos especiais.
2.2.2 Estados limites de serviço (ELS)
Estados limites de serviço são aqueles relacionados à durabilidade das estruturas,
aparência, conforto do usuário e a boa utilização funcional das mesmas, seja em relação aos
usuários, seja em relação às máquinas e aos equipamentos utilizados.
A segurança das estruturas de concreto pode exigir a verificação de alguns dos seguintes
estados limites de serviço:
− estado limite de formação de fissuras (ELS-F)
− estado limite de abertura das fissuras (ELS-W)
− estado limite de deformações excessivas (ELS-DEF)
− estado limite de vibrações excessivas (ELS-VE)
Em construções especiais pode ser necessário verificar a segurança em relação a outros
estados limites de serviço diferentes dos acima definidos.
2.2.2.1 Estado limite de formação de fissuras (ELS-F)
Estado em que se inicia a formação de fissuras. Admite-se que este estado limite é atingido
quando a tensão de tração máxima na seção transversal for igual à resistência do concreto à
tração na flexão (13.4.2 e 17.3.1 da ABNT NBR 6118).
2.2.2.2 Estado limite de abertura das fissuras (ELS-W)
Estado em que as fissuras se apresentam com aberturas iguais aos máximos estabelecidos
em 13.4.2 e 17.3.3 da ABNT NBR 6118.
2.2.2.3 Estado limite de deformações excessivas (ELS-DEF)
Estado em que as deformações atingem os limites estabelecidos para a utilização normal
dados em 13.3 e 17.3.2 da ABNT NBR 6118.
2.2.2.4 Estado limite de vibrações excessivas (ELS-VE)
Estado em que as vibrações atingem os limites estabelecidos para a utilização normal da
construção.

2.3 Durabilidade das estruturas de concreto1


As estruturas de concreto devem ser projetadas e construídas de modo que sob as
condições ambientais previstas na época do projeto e quando utilizadas conforme preconizado em
projeto conservem suas segurança, estabilidade e aptidão em serviço durante o período
correspondente à sua vida útil.
Por vida útil de projeto, entende-se o período de tempo durante o qual se mantêm as
características das estruturas de concreto, desde que atendidos os requisitos de uso e
manutenção prescritos pelo projetista e pelo construtor, bem como de execução de reparos
necessários decorrentes de danos acidentais.
O conceito de vida útil aplica-se à estrutura como um todo ou às suas partes. Desta forma,
determinadas partes das estruturas podem merecer consideração especial com valor de vida útil
diferente do todo.

1
O texto relativo a esta seção é, basicamente, uma cópia do capítulo 6 da ABNT NBR 6118.
2006 2-2 ufpr/tc405
A durabilidade das estruturas de concreto requer cooperação e esforços coordenados de
todos os envolvidos nos processos de projeto, construção e utilização, devendo, como mínimo,
ser seguido o que estabelece a ABNT NBR 12655, sendo também obedecidas as disposições
constantes de manual de utilização, inspeção e manutenção.
O manual de utilização, inspeção e manutenção deve ser produzido por profissional
habilitado, devidamente contratado pelo contratante, de acordo com o porte da construção, a
agressividade do meio, as condições de projeto, materiais e produtos utilizados na execução da
obra. Esse manual deve especificar de forma clara e sucinta, os requisitos básicos para a
utilização e a manutenção preventiva, necessária para garantir a vida útil prevista para a estrutura,
conforme indicado na ABNT NBR 5674.
2.3.1 Mecanismos de envelhecimento e deterioração
Os mecanismos de envelhecimento e deterioração são referentes ao concreto, a armadura e
a estrutura propriamente dita.
Os mecanismos preponderantes de deterioração relativos ao concreto são:
− lixiviação, por ação de águas puras, carbônicas agressivas ou ácidas que dissolvem e
carreiam os compostos hidratados da pasta de cimento;
− expansão por ação de águas e solos que contenham ou estejam contaminados com
sulfatos, dando origem a reações expansivas e deletérias com a pasta de cimento
hidratado;
− expansão por ação das reações entre os álcalis do cimento e certos agregados
reativos; e
− reações deletérias superficiais de certos agregados decorrentes de transformações de
produtos ferruginosos presentes na sua constituição mineralógica.
Os mecanismos preponderantes de deterioração relativos à armadura são:
− despassivação por carbonatação, ou seja, por ação do gás carbônico da atmosfera; e
− despassivação por elevado teor de íon cloro (cloreto).
Os mecanismos de deterioração da estrutura propriamente dita são todos aqueles
relacionados às ações mecânicas, movimentações de origem térmica, impactos, ações cíclicas,
retração, fluência e relaxação.
2.3.2 Agressividade do ambiente
A agressividade do meio ambiente está relacionada às ações físicas e químicas que atuam
sobre as estruturas de concreto, independentemente das ações mecânicas, das variações
volumétricas de origem térmica, da retração hidráulica e outras previstas no dimensionamento das
estruturas de concreto.
Nos projetos das estruturas correntes, a agressividade ambiental deve ser classificada de
acordo com o apresentado na Tabela 2.1 e pode ser avaliada, simplificadamente, segundo as
condições de exposição da estrutura ou de suas partes.
O responsável pelo projeto estrutural, de posse de dados relativos ao ambiente em que será
construída a estrutura, pode considerar classificação mais agressiva que a estabelecida na
Tabela 2.1.

2006 2-3 ufpr/tc405


Classe de Classificação geral do Risco de
agressividade Agressividade tipo de ambiente para deterioração
ambiental efeito de projeto da estrutura
Rural
I Fraca Insignificante
Submersa
II Moderada Urbana1), 2) Pequeno
Marinha1)
III Forte Grande
Industrial1), 2)
Industrial1), 3)
IV Muito Forte Elevado
Respingos de maré
1)
Pode-se admitir um microclima com uma classe de agressividade mais branda
(um nível acima) para ambientes internos secos (salas, dormitórios, banheiros,
cozinhas e áreas de serviço de apartamentos residenciais e conjuntos comerciais
ou ambientes com concreto revestido com argamassa e pintura).
2)
Pode-se admitir uma classe de agressividade mais branda (um nível acima) em:
obras em regiões de clima seco, com umidade relativa do ar menor ou igual a
65%, partes de estrutura protegidas de chuva em ambientes predominantemente
secos, ou regiões onde chove raramente.
3)
Ambientes quimicamente agressivos, tanques industriais, galvanoplastia,
branqueamento em industrias de celulose e papel, armazéns de fertilizantes,
industrias químicas.
Tabela 2.1 - Classes de agressividade ambiental

2.4 Critérios de projeto visando a durabilidade1


2.4.1 Drenagem
Deve ser evitada a presença ou acumulação de água proveniente de chuva ou decorrente
de água de limpeza e lavagem, sobre as superfícies das estruturas de concreto.
As superfícies expostas que necessitam ser horizontais, tais como coberturas, pátios,
garagens, estacionamentos, e outras, devem ser convenientemente drenadas, com disposição de
ralos e condutores.
Todas as juntas de movimento ou de dilatação, em superfícies sujeitas à ação de água,
devem ser convenientemente seladas, de forma a torná-las estanques à passagem (percolação)
de água.
Todos os topos de platibandas e paredes devem ser protegidos por chapins. Todos os
beirais devem ter pingadeiras e os encontros a diferentes níveis devem ser protegidos por rufos.
2.4.2 Formas arquitetônicas e estruturais
Disposições arquitetônicas ou construtivas que possam reduzir a durabilidade da estrutura
devem ser evitadas.
Deve ser previsto em projeto o acesso para inspeção e manutenção de partes da estrutura
com vida útil inferior ao todo, tais como aparelhos de apoio, caixões, insertos, impermeabilizações
e outros.
2.4.3 Qualidade do concreto de cobrimento
A durabilidade das estruturas é altamente dependente das características do concreto e da
espessura e qualidade do concreto do cobrimento da armadura.
Ensaios comprobatórios de desempenho da durabilidade da estrutura frente ao tipo e nível
de agressividade previsto em projeto devem estabelecer os parâmetros mínimos a serem
atendidos. Na falta destes e devido à existência de uma forte correspondência entre a relação
água/cimento, a resistência à compressão do concreto e sua durabilidade, permite-se adotar os
requisitos mínimos expressos na Tabela 2.2.

1
O texto relativo a esta seção é, basicamente, uma cópia do capítulo 7 da ABNT NBR 6118.
2006 2-4 ufpr/tc405
Classe de agressividade (Tabela 2.1)
Concreto
I II III IV
Relação
água/cimento em ≤ 0,65 ≤ 0,60 ≤ 0,55 ≤ 0,45
massa
Classe de concreto
≥ C20 ≥ C25 ≥ C30 ≥ C40
(ABNT NBR 8953)
Tabela 2.2 - Correspondência entre classe de agressividade e
qualidade do concreto
Os requisitos das Tabela 2.2 e Tabela 2.3 são válidos para concretos executados com
cimento Portland que atenda, conforme seu tipo e classe, às especificações das ABNT NBR 5732,
ABNT NBR 5733, ABNT NBR 5735, ABNT NBR 5736, ABNT NBR 5737, ABNT NBR 11578,
ABNT NBR 12989 ou ABNT NBR 13116, com consumos mínimos de cimento por metro cúbico de
concreto de acordo com a ABNT NBR 12655.
Não é permitido o uso de aditivos contendo cloreto na sua composição em estruturas de
concreto armado.
2.4.3.1 Cobrimento
O cobrimento mínimo da armadura é o menor valor que deve ser respeitado ao longo de
todo o elemento considerado e que se constitui num critério de aceitação.
Para garantir o cobrimento mínimo (cmin) o projeto e a execução devem considerar o
cobrimento nominal (cnom), que é o cobrimento mínimo acrescido da tolerância de execução (∆c).
Assim as dimensões das armaduras e os espaçadores devem respeitar os cobrimentos nominais,
estabelecidos na Tabela 2.3 para ∆c = 10 mm. Nas obras correntes o valor de ∆c deve ser maior
ou igual a 10 mm.
Classe de agressividade ambiental (Tabela 2.1)
Componente ou
I II III IV2)
elemento
Cobrimento nominal (cnom)
Laje1) 20 mm 25 mm 35 mm 45 mm
Viga1) e Pilar 25 mm 30 mm 40 mm 50 mm
1)
Para a face superior de lajes e vigas que serão revestidas com argamassa
de contrapiso, com revestimentos finais secos tipo carpete e madeira, com
argamassa de revestimento e acabamento tais como pisos de elevado
desempenho, pisos cerâmicos, pisos asfálticos, e outros tantos, as
exigências desta tabela podem ser substituídas pelo cobrimento nominal
referente à barra ou feixe (cnom ≥ φbarra ou cnom ≥ φfeixe), respeitado um
cobrimento nominal de no mínimo 15 mm (cnom ≥ 15 mm).
2)
Nas faces inferiores de lajes e vigas de reservatórios, estações de
tratamento de água e esgoto, condutos de esgoto, canaletas de efluentes e
outras obras em ambientes química e intensamente agressivos a armadura
deve ter cobrimento nominal igual ou maior que 45 mm (cnom ≥ 45 mm).
Tabela 2.3 - Correspondência entre classe de agressividade ambiental e
cobrimento nominal para ∆c = 10 mm
Quando houver um adequado controle de qualidade e rígidos limites de tolerância da
variabilidade das medidas durante a execução pode ser adotado o valor ∆c = 5 mm, mas a
exigência de controle rigoroso deve ser explicitada nos desenhos de projeto. Permite-se, então, a
redução dos cobrimentos nominais prescritos na Tabela 2.3. em 5 mm.
Os cobrimentos nominais e mínimos estão sempre referidos à superfície da armadura
externa, em geral à face externa do estribo (Figura 2.1).

2006 2-5 ufpr/tc405


cl

ct
φl

φt cl ≥ cnom ≥ φl
ct ≥ cnom ≥ φt

Figura 2.1 - Cobrimentos de barras


longitudinais e transversais
O cobrimento nominal de uma barra ou de um feixe de barras (Figura 2.2) deve sempre ser:
c nom ≥ φbarra
Equação 2.1
c nom ≥ φfeixe = φn = φ n

φ = φbarra
φn
cnom ≥ φn
φn = φfeixe

n=3 cnom ≥ φn
φn = φ 3

Figura 2.2 - Feixe de barras


A dimensão máxima característica do agregado graúdo utilizado no concreto não pode
superar em 20% a espessura nominal do cobrimento, ou seja:
dmax ≤ 1,2 c nom Equação 2.2

2.4.4 Controle da fissuração


O risco e a evolução da corrosão do aço na região das fissuras de flexão transversais à
armadura principal depende essencialmente da qualidade e da espessura do concreto de
cobrimento da armadura. Aberturas características limites de fissuras na superfície do concreto
estabelecidas no item 13.4.2 da ABNT NBR 6118, em componentes ou elementos de concreto
armado, são satisfatórias para as exigências de durabilidade.

2.5 Simbologia específica


2.5.1 Símbolos base
cl cobrimento da barra longitudinal
cmin cobrimento mínimo
cnom cobrimento nominal (cobrimento mínimo acrescido da tolerância de execução)
ct cobrimento da barra transversal (estribo)
dmax dimensão máxima característica do agregado graúdo
n número de barras que constituem um feixe
φ diâmetro das barras que constituem um feixe
φbarra diâmetro da barra
φfeixe diâmetro equivalente de um feixe de barras
φl diâmetro da barra longitudinal
2006 2-6 ufpr/tc405
φn diâmetro equivalente de um feixe de barras (diâmetro nominal)
φt diâmetro da barra transversal (estribo)
∆c tolerância de execução para o cobrimento
2.5.2 Símbolos subscritos
barra barra
feixe feixe
max máximo
min mínimo
nom nominal

2.6 Exercícios
Ex. 2.1: Determinar a menor classe possível de concreto (menor fck), bem como o maior
fator possível água/cimento (maior A/C) para as seguintes construções:
− construção urbana, ambiente interno seco;
− construção industrial, ambiente externo seco; e
− construção marinha, ambiente externo.
Ex. 2.2: Determinar o cobrimento nominal a ser adotado para as barras das vigas e pilares
das seguintes construções:
− construção urbana, ambiente interno seco;
− construção industrial, ambiente externo seco; e
− construção marinha, ambiente externo.
Ex. 2.3: Determinar os valores de a e b do estribo abaixo representado. A viga será
construída em local de classe de agressividade ambiental II, as barras longitudinais superiores
tem diâmetro 10 mm, as barras
longitudinais inferiores tem
diâmetro 16 mm e o estribo será
constituído por barras de 6,3 mm.
Considerar valores inteiros (em
40 cm b centímetros) para as dimensões a
e b, barras mais próximas
possível das faces e ignorar as
curvaturas dos cantos do estribo.

a
20 cm

Ex. 2.4: Determinar as coordenadas dos eixos das barras longitudinais mostradas na figura
abaixo. A viga será construída em local de classe de
y agressividade ambiental I, as barras longitudinais
superiores tem diâmetro 16 mm, as barras
longitudinais inferiores tem diâmetro 25 mm e o
estribo será constituído por barras de 8 mm.
Considerar as barras mais próximas possível das
faces.

50 cm

30 cm

2006 2-7 ufpr/tc405


3AÇÕES, SOLICITAÇÕES E RESISTÊNCIAS1
3
3.1 Tipos de ações
Na análise estrutural deve ser considerada a influência de todas as ações que possam
produzir efeitos significativos para a segurança da estrutura em exame, levando-se em conta os
possíveis estados limites últimos e os de serviço.
As ações a considerar classificam-se de acordo com a ABNT NBR 8681 em:
− permanentes;
− variáveis; e
− excepcionais.
3.1.1 Ações permanentes
Ações permanentes são as que ocorrem com valores praticamente constantes durante toda
a vida da construção. Também são consideradas como permanentes as ações que crescem no
tempo, tendendo a um valor limite constante. As ações permanentes devem ser consideradas com
seus valores representativos mais desfavoráveis para a segurança.
As ações permanentes são constituídas pelas:
− ações permanentes diretas; e
− ações permanentes indiretas.
3.1.1.1 Ações permanentes diretas
As ações permanentes diretas são constituídas pelos:
− peso próprio da estrutura;
− pesos dos elementos construtivos fixos e das instalações permanentes; e
− empuxos permanentes.
3.1.1.1.1 Peso próprio da estrutura
Nas construções correntes admite-se que o peso próprio da estrutura seja avaliado
considerando a massa especifica do material conforme estabelecido em [1.4.2].
3.1.1.1.2 Peso dos elementos construtivos fixos e das instalações permanentes
As massas específicas dos materiais de construção correntes podem ser avaliadas com
base nos valores indicados na ABNT NBR 6120. Os pesos das instalações permanentes são
considerados com os valores nominais indicados pelos respectivos fornecedores.
3.1.1.1.3 Empuxos permanentes
Consideram-se como permanentes os empuxos de terra e outros materiais granulosos
quando forem admitidos não removíveis.
Como representativos devem ser considerados os valores característicos Fk,sup ou Fk,inf
conforme a ABNT NBR 8681.
3.1.1.2 Ações permanentes indiretas
As ações permanentes indiretas são constituídas pelas deformações impostas por:
− retração;
− fluência;
− deslocamentos de apoio; e
− imperfeições geométricas.

1
O texto relativo a este capítulo é, basicamente, uma cópia dos capítulos 11 e 12 da ABNT NBR 6118.
2006 3-1 ufpr/tc405
3.1.1.2.1 Retração do concreto
A deformação específica de retração do concreto deve ser calculada conforme indica o
Anexo A da ABNT NBR 6118.
Na grande maioria dos casos, permite-se que ela seja calculada simplificadamente através
da Tabela [1.2], por interpolação. Essa tabela fornece o valor característico superior da
deformação específica de retração entre os instantes t0 e t∞, εcs(t∞,t0), em algumas situações
usuais.
Nos casos correntes das obras de concreto armado, em função da restrição à retração do
concreto, imposta pela armadura, satisfazendo o mínimo especificado na ABNT NBR 6118, o valor
de εcs(t∞,t0) pode ser adotado igual a
ε cs ( t ∞ , t 0 ) = −0,15‰ (-15 × 10 -5 ) Equação 3.1
Esse valor admite elementos estruturais de dimensões usuais, entre 10 cm e 100 cm
sujeitos a umidade ambiental não inferior a 75%.
O valor característico inferior da retração do concreto é considerado nulo.
Nos elementos estruturais permanentes submetidos a diferentes condições de umidade em
faces opostas, admite-se variação linear da retração ao longo da espessura do elemento
estrutural entre os dois valores correspondentes a cada uma das faces.
3.1.1.2.2 Fluência do concreto
As deformações decorrentes da fluência do concreto devem ser calculadas conforme indica
o Anexo A da ABNT NBR 618.
Nos casos em que a tensão σc(t0) não varia significativamente, permite-se que essas
deformações sejam calculadas simplificadamente pela expressão:
 1 ϕ( t ∞ , t 0 ) 
ε c ( t ∞ , t 0 ) = σ c ( t 0 ) +  Equação 3.2
 Eci ( t 0 ) Eci ( 28 ) 
onde:
εc(t∞,t0) é a deformação específica total do concreto entre os instantes t0 e t∞;
σc(t0) é a tensão no concreto devida ao carregamento aplicado em t0;
ϕ(t∞,t0) é o limite para o qual tende o coeficiente de fluência provocado por carregamento
aplicado em t0;
Eci(t0) é o módulo de elasticidade inicial do concreto no instante t0; e
Eci(28) é o módulo de elasticidade inicial do concreto aos 28 dias.
O valor de ϕ(t∞,t0) pode ser calculado por interpolação da Tabela [1.2]. Essa Tabela fornece
o valor característico superior de ϕ(t∞,t0) em algumas situações usuais.
O valor característico inferior de ϕ(t∞,t0) é considerado nulo.
3.1.1.2.3 Deslocamentos de apoio
Os deslocamentos de apoio só devem ser considerados quando gerarem esforços
significativos em relação ao conjunto das outras ações, isto é, quando a estrutura for hiperestática
e muito rígida.
O deslocamento de cada apoio deve ser avaliado em função das características físicas do
correspondente material de fundação. Como representativo desses deslocamentos, devem ser
considerados os valores característicos superiores, δk,sup, calculados com avaliação pessimista da
rigidez do material de fundação, correspondente, em princípio, ao quantil de 5% da respectiva
distribuição de probabilidade.
Os valores característicos inferiores podem ser considerados nulos.
O conjunto desses deslocamentos constitui-se numa única ação, admitindo-se que todos
eles sejam majorados pelo mesmo coeficiente de ponderação.
3.1.1.2.4 Imperfeições geométricas
Na verificação do estado limite último das estruturas reticuladas, devem ser consideradas as
imperfeições geométricas do eixo dos elementos estruturais da estrutura descarregada. Essas
imperfeições podem ser divididas em dois grupos:

2006 3-2 ufpr/tc405


− imperfeições globais; e
− imperfeições locais.
3.1.2 Ações variáveis
As ações variáveis são constituídas pelas:
− ações variáveis diretas; e
− ações variáveis indiretas.
3.1.2.1 Ações variáveis diretas
As ações variáveis diretas são constituídas pelas:
− cargas acidentais1 previstas para o uso da construção; e
− ação do vento e da chuva.
Todas as ações devem respeitar as prescrições feitas por Normas Brasileiras específicas.
3.1.2.1.1 Cargas acidentais previstas para o uso da construção
As cargas acidentais correspondem normalmente a:
− cargas verticais de uso da construção;
− cargas móveis, considerando o impacto vertical;
− impacto lateral;
− força longitudinal de frenação ou aceleração; e
− força centrífuga.
Essas cargas devem ser dispostas nas posições mais desfavoráveis para o elemento
estudado, ressalvadas as simplificações permitidas por Normas Brasileiras específicas.
3.1.2.1.2 Ação do vento
Os esforços devidos à ação do vento devem ser considerados e recomenda-se que sejam
determinados de acordo com o prescrito pela ABNT NBR 6123, permitindo-se o emprego de
regras simplificadas previstas em Normas Brasileiras específicas.
3.1.2.1.3 Ação da água
O nível d'água, ou de outro líquido, adotado para cálculo de reservatórios, tanques,
decantadores e outros deve ser igual ao máximo possível compatível com o sistema de
extravasão, considerando apenas o coeficiente γf = γf3 =1,2 (ver 3.5 e 3.6). Nas estruturas em que
a água de chuva possa ficar retida deve ser considerada a presença de uma lâmina de água
correspondente ao nível da drenagem efetivamente garantida pela construção.
3.1.2.1.4 Ações variáveis durante a construção
As estruturas em que todas as fases construtivas não tenham sua segurança garantida pela
verificação da obra pronta, devem ter, incluídas no projeto, as verificações das fases construtivas
mais significativas e sua influência na fase final.
A verificação de cada uma dessas fases deve ser feita considerando a parte da estrutura já
executada e as estruturas provisórias auxiliares com os respectivos pesos próprios. Além disso
devem ser consideradas as cargas acidentais de execução.
3.1.2.2 Ações variáveis indiretas
As ações variáveis indiretas são constituídas pelas:
− variações uniformes de temperatura; e
− variações não uniformes de temperatura.
3.1.2.2.1 Variações uniformes de temperatura
A variação da temperatura da estrutura, causada globalmente pela variação da temperatura
da atmosfera e pela insolação direta, é considerada uniforme. Ela depende do local de
implantação da construção e das dimensões dos elementos estruturais que a compõem.

1
O termo "cargas acidentais", embora bastante consagrado na engenharia brasileira de estruturas, não representa
carregamento que provoque acidente, mas corresponde, apenas e tão somente, as "cargas não permanentes". Nos
paises de língua inglesa, cargas acidentais (não permanentes) são definidas como "live loads" e cargas
permanentes como "dead loads".
2006 3-3 ufpr/tc405
De maneira genérica podem ser adotados os seguintes valores:
− para elementos estruturais cuja menor dimensão não seja superior a 50 cm, deve ser
considerada uma oscilação de temperatura em torno da média de 10ºC a 15ºC;
− para elementos estruturais maciços ou ocos com os espaços vazios inteiramente
fechados, cuja menor dimensão seja superior a 70 cm, admite-se que essa oscilação
seja reduzida respectivamente para 5ºC a 10ºC; e
− para elementos estruturais cuja menor dimensão esteja entre 50 cm e 70 cm
admite-se que seja feita uma interpolação linear entre os valores acima indicados.
A escolha de um valor entre esses dois limites pode ser feita considerando 50% da
diferença entre as temperaturas médias de verão e inverno, no local da obra.
Em edifícios de vários andares devem ser respeitadas as exigências construtivas prescritas
pela ABNT NBR 6118 para que sejam minimizados os efeitos das variações de temperatura sobre
a estrutura da construção.
3.1.2.2.2 Variações não uniformes de temperatura
Nos elementos estruturais em que a temperatura possa ter distribuição significativamente
diferente da uniforme, devem ser considerados os efeitos dessa distribuição. Na falta de dados
mais precisos, pode ser admitida uma variação linear entre os valores de temperatura adotados,
desde que a variação de temperatura considerada entre uma face e outra da estrutura não seja
inferior a 5ºC.
3.1.3 Ações dinâmicas
Quando a estrutura, pelas suas condições de uso, está sujeita a choques ou vibrações, os
respectivos efeitos devem ser considerados na determinação das solicitações e a possibilidade de
fadiga deve ser considerada no dimensionamento dos elementos estruturais de acordo com a
seção 23 da ABNT NBR 6118.
3.1.4 Ações excepcionais
No projeto de estruturas sujeitas a situações excepcionais de carregamento, cujos efeitos
não possam ser controlados por outros meios, devem ser consideradas ações excepcionais com
os valores definidos, em cada caso particular, por Normas Brasileiras específicas.

3.2 Tipos de estruturas


Segundo a ABNT NBR 8681, as estruturas são classificadas como:
− grandes pontes;
− edificações tipo 1; e
− edificações tipo 2.
3.2.1 Grandes pontes
Grandes pontes são aquelas em que o peso próprio da estrutura supera 75% da totalidade
das ações permanentes.
3.2.2 Edificações tipo 1
Edificações tipo 1 são aquelas onde as cargas acidentais superam 5 kN/m2.
3.2.3 Edificações tipo 2
Edificações tipo 2 são aquelas onde as cargas acidentais não superam 5 kN/m2.

3.3 Valores das ações


3.3.1 Valores característicos
Os valores característicos Fk das ações são estabelecido em função da variabilidade de
suas intensidades.
3.3.1.1 Ações permanentes
Para as ações permanentes, os valores característicos devem ser adotados iguais aos
valores médios das respectivas distribuições de probabilidade, sejam valores característicos

2006 3-4 ufpr/tc405


superiores ou inferiores. Esses valores estão definidos na ABNT NBR 6118 ou em Normas
Brasileiras específicas, como a ABNT NBR 6120.
Alguns valores apresentados na ABNT NBR 6120, para peso específico de materiais de
construção, correspondem a:
blocos de argamassa ................................................................................................. 22 kN/m3
lajotas cerâmicas ....................................................................................................... 18 kN/m3
tijolos furados ............................................................................................................. 13 kN/m3
tijolos maciços ............................................................................................................ 18 kN/m3
argamassa de cal, cimento e areia ............................................................................ 19 kN/m3
argamassa de cimento e areia ................................................................................... 21 kN/m3
concreto simples ........................................................................................................ 24 kN/m3
concreto armado ........................................................................................................ 25 kN/m3
3.3.1.2 Ações variáveis
Os valores característicos das ações variáveis, Fqk estabelecidos por consenso e indicados
em Normas Brasileiras específicas, correspondem a valores que têm de 25% a 35% de
probabilidade de serem ultrapassados no sentido desfavorável, durante um período de 50 anos, o
que significa que o valor característico Fqk é o valor com período médio de retorno de 200 a 140
anos respectivamente. Esses valores estão definidos na ABNT NBR 6118 ou em Normas
Brasileiras específicas, como a ABNT NBR 6120.
Alguns valores apresentados na ABNT NBR 6120, para valores mínimos de cargas verticais,
correspondem a:
ginásios de esportes ................................................................................................. 5,0 kN/m2
lojas ........................................................................................................................... 4,0 kN/m2
restaurantes .............................................................................................................. 3,0 kN/m2
escritórios .................................................................................................................. 2,0 kN/m2
forros ......................................................................................................................... 0,5 kN/m2
edifícios residenciais
dormitório, sala, copa, cozinha e banheiro ...................................................... 1,5 kN/m2
despensa, área de serviço e lavanderia .......................................................... 2,0 kN/m2
escadas
com acesso ao público .................................................................................... 3,0 kN/m2
sem acesso ao público .................................................................................... 2,5 kN/m2
3.3.2 Valores representativos
As ações são quantificadas por seus valores representativos, que podem ser:
− valores característicos conforme definido em 3.3.1;
− valores convencionais excepcionais, que são os valores arbitrados para as ações
excepcionais;
− valores reduzidos, em função da combinação de ações, tais como:
! verificações de estados limites últimos, quando a ação considerada se
combina com a ação principal. Os valores reduzidos são determinados a partir
dos valores característicos pela expressão ψ0 Fk, que considera muito baixa a
probabilidade de ocorrência simultânea dos valores característicos de duas ou
mais ações variáveis de naturezas diferentes; e
! verificações de estados limites de serviço. Estes valores reduzidos são
determinados a partir dos valores característicos pelas expressões ψ1 Fk e ψ2 Fk,
que estimam valores freqüentes e quase permanentes, respectivamente, de
uma ação que acompanha a ação principal.
3.3.3 Valores de cálculo
Os valores de cálculo Fd das ações são obtidos a partir dos valores representativos,
multiplicando-os pelos respectivos coeficientes de ponderação γf.

2006 3-5 ufpr/tc405


3.4 Tipos de carregamento1
Durante o período de vida da construção, podem ocorrer os seguintes tipos de
carregamento:
− normal;
− especial;
− excepcional; ou
− de construção.
Os tipos de carregamento podem ser de longa duração ou transitórios, conforme seu tempo
de duração.
3.4.1 Carregamento normal
O carregamento normal decorre do uso previsto para construção. Admite-se que o
carregamento normal possa ter duração igual ao período de referência da estrutura, e sempre
deve ser considerado na verificação da segurança, tanto em relação a estados limites últimos
quanto em relação a estados limites de serviço.
3.4.2 Carregamento especial
Um carregamento especial decorre da atuação de ações variáveis de natureza ou
intensidade especiais, cujos efeitos superem em intensidade os efeitos produzidos pelas ações
consideradas no carregamento normal. Os carregamentos especiais são transitórios, com duração
muito pequena em relação ao período de referência da estrutura. Os carregamentos especiais são
em geral considerados apenas na verificação da segurança em relação aos estados limites
últimos, não se observando as exigências referentes aos estados limites de serviço.
3.4.3 Carregamento excepcional
Um carregamento excepcional decorre da atuação de ações excepcionais que podem
provocar efeitos catastróficos. Os carregamentos excepcionais somente devem ser considerados
no projeto de estrutura de determinados tipos de construção, para os quais a ocorrência de ações
excepcionais não possa ser desprezada e que, além disso, na concepção estrutural, não possam
ser tomadas medidas que anulem ou atenuem a gravidade das conseqüências dos efeitos dessas
ações. O carregamento excepcional é transitório, com duração extremamente curta. Com um
carregamento do tipo excepcional, considera-se apenas a verificação da segurança em relação a
estados limites últimos, através de uma única combinação última excepcional de ações.
3.4.4 Carregamento de construção
O carregamento de construção é considerado apenas nas estruturas em que haja risco de
ocorrência de estados limites, já durante a fase de construção. O carregamento de construção é
transitório e sua duração deve ser definida em cada caso particular. Devem ser consideradas
tantas combinações de ações quantas sejam necessárias para verificação das condições de
segurança em relação a todos os estados limites que são de se temer durante a fase de
construção.

3.5 Coeficientes de ponderação das ações


3.5.1 Estado limite último
3.5.1.1 Coeficientes de majoração de ações
Quando se consideram estados limites últimos, os coeficientes γf de ponderação
(majoração) das ações podem ser considerados como o produto de dois outros, de tal forma que:
γ f = γ f 1 × γ f 3 ≥ 1,0 Equação 3.3
onde2:
γf1 leva em conta a variabilidade das ações; e
γf3 considera os possíveis erros de avaliação dos efeitos das ações, seja por problemas
construtivos, seja por deficiência do método de cálculo empregado.

1
O texto relativo a este capítulo é, basicamente, uma cópia do item 4.3.2 da ABNT NBR 8681.
O coeficiente de combinação ψ0 faz o papel do terceiro coeficiente, que seria indicado por γf2.
2

2006 3-6 ufpr/tc405


O desdobramento do coeficiente de segurança γf em coeficientes parciais permite que os
valores gerais estabelecidos para γf possam ser discriminados em função de peculiaridades dos
diferentes tipos de estruturas e de materiais de construção considerados.
Tendo em vista as diversas ações levadas em conta no projeto, o índice do coeficiente γf
pode ser alterado para identificar a ação considerada, resultando os símbolos γg, γq e γε, de tal
forma que:
γ g (ações permanente s diretas)

γ εg (ações permanente s indiretas)
γ f = γ f1 × γ f 3 = Equação 3.4
γ q (ações variáveis diretas)
γ εq (ações variáveis indiretas)

Os coeficientes de ponderação para combinações últimas γg, γεg, γq e γεq são apresentados,
em forma de tabelas, na ABNT NBR 8681, considerando:
− ações permanentes diretas consideradas separadamente (Tabela 1);
− ações permanentes diretas agrupadas (Tabela 2);
− efeitos de recalques de apoio e de retração dos materiais (Tabela 3);
− ações variáveis consideradas separadamente (Tabela 4); e
− ações variáveis consideradas conjuntamente (Tabela 5).
A ABNT NBR 6118 procura sintetizar, na sua Tabela 11.1, os valores mais usados
apresentados nas Tabelas 1 a 5 de ABNT NBR 8681. Por se tratar de uma tabela incompleta (não
leva em conta os tipos de estrutura, não diferencia ações consideradas separadamente de ações
agrupadas, não apresenta coeficientes para efeitos de temperatura, etc.) recomenda-se, sempre,
o uso das tabelas da ABNT NBR 8681.
Quando as ações permanentes diretas são agrupadas (Tabela 1 da ABNT NBR 8681) e as
ações variáveis são consideradas conjuntamente (Tabela 5 da ABNT NBR 8681), os valores de γg,
γεg, γq e γεq assumem os valores apresentados na Tabela 3.11, Tabela 3.2 e Tabela 3.3.

Grandes pontes
Ações

Combinações de Permanentes Variáveis


ações Diretas (γg) Indiretas (γεg) Diretas (γq) Indiretas (γεq)
D F D F D F D F

Normais 1,3 1,0 1,2 0,0 1,5 0,0 1,2 0,0

Especiais
ou de 1,2 1,0 1,2 0,0 1,3 0,0 1,0 0,0
construção

Excepcionais 1,1 1,0 0,0 0,0 1,0 0,0 0,0 0,0

D → desfavorável F → favorável
Tabela 3.1 - ELU - Coeficientes γf – Grandes pontes - Ações permanentes diretas agrupadas e
ações variáveis consideradas conjuntamente

1
A Tabela 3.1, Tabela 3.2 e Tabela 3.3 foram construídas com base na afirmação contida no rodapé da Tabela 5 da
ABNT NBR 8681:
“Quando as ações variáveis forem consideradas conjuntamente, o coeficiente de ponderação mostrado na
tabela 5 se aplica a todas as ações, devendo-se considerar também conjuntamente as ações permanentes diretas.
Nesse caso permite-se considerar separadamente as ações indiretas como recalque de apoio e retração dos
materiais conforme tabela 3 e o efeito de temperatura conforme tabela 4.“
2006 3-7 ufpr/tc405
Edificações tipo 1 e pontes em geral
Ações

Combinações de Permanentes Variáveis


ações Diretas (γg) Indiretas (γεg) Diretas (γq) Indiretas (γεq)
D F D F D F D F

Normais 1,35 1,0 1,2 0,0 1,5 0,0 1,2 0,0

Especiais
ou de 1,25 1,0 1,2 0,0 1,3 0,0 1,0 0,0
construção

Excepcionais 1,15 1,0 0,0 0,0 1,0 0,0 0,0 0,0

D → desfavorável F → favorável
Tabela 3.2 - ELU - Coeficientes γf – Edificações tipo 1 e pontes em geral - Ações permanentes
diretas agrupadas e ações variáveis consideradas conjuntamente

Edificações tipo 2
Ações

Combinações de Permanentes Variáveis


ações Diretas (γg) Indiretas (γεg) Diretas (γq) Indiretas (γεq)
D F D F D F D F

Normais 1,4 1,0 1,2 0,0 1,4 0,0 1,2 0,0

Especiais
ou de 1,3 1,0 1,2 0,0 1,2 0,0 1,0 0,0
construção

Excepcionais 1,2 1,0 0,0 0,0 1,0 0,0 0,0 0,0

D → desfavorável F → favorável
Tabela 3.3 - ELU - Coeficientes γf – Edificações tipo 2 - Ações permanentes diretas agrupadas e
ações variáveis consideradas conjuntamente
O valor do coeficiente de ponderação, de cargas permanentes de mesma origem, num dado
carregamento, deve ser o mesmo ao longo de toda estrutura. A única exceção é o caso da
verificação da estabilidade como corpo rígido.
O valor do coeficiente de ponderação, para ações variáveis direta decorrentes de empuxos
d'água, ou de outro líquido, adotado para cálculo de reservatórios, tanques, decantadores e outros
deve ser considerando como sendo 1,1 (ver 3.1.2.1.3).
3.5.1.2 Pilares com dimensão inferior a 20 cm
Em casos especiais, permite-se a consideração de pilares ou pilares-parede com dimensões
entre 19 cm e 12 cm, desde que se multipliquem as ações a serem consideradas no
dimensionamento por um coeficiente adicional (coeficiente de ajustamento) γn apresentado na
Tabela 3.4. Em qualquer caso não se permite pilar com seção transversal inferior a 360 cm2.

2006 3-8 ufpr/tc405


b (cm) ≥ 19 18 17 16 15 14 13 12
γn 1,00 1,05 1,10 1,15 1,20 1,25 1,30 1,35
onde:
γn = 1,95 – 0,05b (b em cm)
b é a menor dimensão da seção transversal da parede ou pilar.
nota: o coeficiente γn deve majorar os esforços solicitantes finais de cálculo nos
pilares, quando de seu dimensionamento.
Tabela 3.4 - Coeficiente γn - ELU
3.5.1.3 Fatores de combinação de ações
A consideração da simultaneidade das ações variáveis é expressa pelo fator ψ0 da
ABNT NBR 8681 e estão, resumidamente, apresentados na Tabela 3.5. O fator ψ0 pode ser
representado por:
γ f = γ f 2 = ψ 0 ≤ 1,0 Equação 3.5

Ações ψ0
Edificações residenciais, de acesso restrito 0,5
Edificações comerciais, de escritórios e de
Cargas acidentais de 0,7
acesso público
edifícios
Bibliotecas, arquivos, depósitos, oficinas e
0,8
garagens
Pressão dinâmica do vento nas estruturas
Vento 0,6
em geral
Variações uniformes de temperatura em
Temperatura 0,6
relação à média anual local
Passarelas de pedestre 0,6
Pontes rodoviárias 0,7
Passarelas e pontes Pontes ferroviárias não especializadas 0,8
Pontes ferroviárias especializadas 1,0
Vigas de rolamento de pontes rolantes 1,0
Tabela 3.5 - Coeficiente γf2 – ELU
3.5.2 Estado limite de serviço
O coeficiente de ponderação das ações para estados limites de serviço é dado pela
Equação 3.6 e tem valor variável conforme a verificação que se deseja fazer (Tabela 3.6).
γ f = γ f2 Equação 3.6
onde:
γf2 = 1,0 para combinações raras;
γf2 = ψ1 para combinações freqüentes; e
γf2 = ψ2 para combinações quase permanentes.

2006 3-9 ufpr/tc405


Ações ψ1 ψ21), 2)
Edificações residenciais, de acesso restrito 0,4 0,3
Edificações comerciais, de escritórios e de
Cargas acidentais de 0,6 0,4
acesso público
edifícios
Bibliotecas, arquivos, depósitos, oficinas e
0,7 0,6
garagens
Pressão dinâmica do vento nas estruturas
Vento 0,3 0,0
em geral
Variações uniformes de temperatura em
Temperatura 0,5 0,3
relação à média anual local
Passarelas de pedestre 0,4 0,3
Pontes rodoviárias 0,5 0,3
Passarelas e pontes Pontes ferroviárias não especializadas 0,7 0,5
Pontes ferroviárias especializadas 1,0 0,6
Vigas de rolamento de pontes rolantes 0,8 0,5
Para combinações excepcionais onde a ação principal for sismo, admite-se adotar para ψ2 o valor zero.
1)

Para combinações excepcionais onde a ação principal for o fogo, o fator de redução ψ2 pode ser reduzido,
2)

multiplicando-o por 0,7.

Tabela 3.6 - Coeficiente γf2 - ELS

3.6 Combinações de ações


Um carregamento é definido pela combinação das ações que têm probabilidades não
desprezíveis de atuarem simultaneamente sobre a estrutura, durante um período
pré-estabelecido.
A combinação das ações deve ser feita de forma que possam ser determinados os efeitos
mais desfavoráveis para a estrutura. A verificação da segurança em relação aos estados limites
últimos e aos estados limites de serviço deve ser realizada em função de combinações últimas e
combinações de serviço, respectivamente.
3.6.1 Combinações últimas
Uma combinação última pode ser classificada em:
− normal;
− especial ou de construção; e
− excepcional.
3.6.1.1 Combinações últimas normais
Em cada combinação devem estar incluídas as ações permanentes e a ação variável
principal, com seus valores característicos e as demais ações variáveis, consideradas como
secundárias, com seus valores reduzidos de combinação, conforme ABNT NBR 8681.
De modo geral, as combinações últimas usuais de ações deverão considerar:
− o esgotamento da capacidade resistente de elementos estruturais de concreto
armado; e
− a perda de equilíbrio como corpo rígido
3.6.1.1.1 Esgotamento da capacidade resistente de elementos estruturais
A equação para o cálculo de solicitações considerando o possível esgotamento da
capacidade resistente de elementos estruturais de concreto armado pode ser representada por:
Fd = γ g Fgk + γ εg Fεgk + γ q (Fq1k + ∑ψ 0 j Fqjk ) + γ εq ψ 0ε Fεqk Equação 3.7

2006 3-10 ufpr/tc405


onde:
Fd é o valor de cálculo das ações para combinação última.
Fgk representa as ações permanentes diretas (valor característico):
− peso próprio da estrutura;
− peso dos elementos construtivos fixos das instalações permanentes; e
− empuxos permanentes.
Fεgk representa as ações permanentes indiretas (valor característico):
− retração do concreto;
− fluência do concreto;
− deslocamentos de apoio; e
− imperfeições geométricas.
Fq1k representa a ação variável direta considerada como principal (valor característico).
Fqjk representa as ações variáveis diretas das quais Fq1k é escolhida principal (valor
característico):
− cargas acidentais;
− ação do vento; e
− ação da água.
Fεqk representa as ações variáveis indiretas (valor característico):
− variações uniformes de temperatura; e
− variações não uniformes de temperatura.
γg representa o coeficiente de ponderação para ações permanentes diretas:
Grandes pontes (Tabela 3.1):
− 1,3 para combinação desfavorável; e
− 1,0 para combinação favorável.
Edificações tipo 1 e pontes em geral (Tabela 3.2):
− 1,35 para combinação desfavorável; e
− 1,0 para combinação favorável.
Edificações tipo 2 (Tabela 3.3):
− 1,4 para combinação desfavorável; e
− 1,0 para combinação favorável.
γεg representa o coeficiente de ponderação para ações permanentes indiretas (Tabela 3.1,
Tabela 3.2 e Tabela 3.3):
− 1,2 para combinação desfavorável; e
− 0,0 para combinação favorável.
γq representa o coeficiente de ponderação para ações variáveis diretas:
Grandes pontes (Tabela 3.1):
− 1,5 para combinação desfavorável; e
− 0,0 para combinação favorável.
Edificações tipo 1 e pontes em geral (Tabela 3.2):
− 1,5 para combinação desfavorável; e
− 0,0 para combinação favorável.
Edificações tipo 2 (Tabela 3.3):
− 1,4 para combinação desfavorável; e
− 0,0 para combinação favorável.
γεq representa o coeficiente de ponderação para ações variáveis indiretas (Tabela 3.1,
Tabela 3.2 e Tabela 3.3):
− 1,2 para combinação desfavorável; e
− 0,0 para combinação favorável.
ψ0j representa o fator de redução de combinação para ações variáveis diretas
(Tabela 3.5):
− 0,5 para cargas acidentais de edifícios residenciais;
− 0,7 para cargas acidentais de edifícios comerciais ou de escritórios;
− 0,8 para bibliotecas, arquivos, oficinas e garagens; e
− 0,6 para o vento.

2006 3-11 ufpr/tc405


ψ0ε representa o fator de redução de combinação para ações variáveis indiretas
(Tabela 3.5):
− 0,6 para variações uniformes de temperatura.
No caso geral, devem ser consideradas inclusive combinações onde o efeito favorável das
cargas permanentes seja reduzido pela consideração de γg = 1,0. No caso de estruturas usuais
de edifícios essas combinações que consideram γg reduzido (1,0) não precisam ser
consideradas.
Deve ser observado que a Equação 3.7 não considera a ação variável indireta (temperatura)
como possível de ser a ação principal dentre as ações variáveis (diretas ou indiretas). Caso os
efeitos de temperatura (Fεqk) venham a se constituir em fator altamente significativo para a
determinação dos esforços em estruturas, constituindo-se numa possível ação variável principal, a
seguinte equação deve também ser verificada:
Fd = γ g Fgk + γ εg Fεgk + γ q ∑ψ 0j Fqjk + γ εq Fεqk Equação 3.8

3.6.1.1.2 Cargas de Fundações


A capacidade de carga1 de fundações superficiais (sapatas) ou de fundações profundas
(estacas ou tubulões), de modo geral, são definidas por tensões admissíveis (fundações
superficiais) ou cargas admissíveis (fundações profundas). Essas tensões ou cargas admissíveis
incluem coeficientes (fatores) de segurança que minoram as resistências dos elementos de
fundação. Segundo a Tabela 1 da ABNT NBR 6122, os fatores de segurança globais mínimos
correspondem a:
capacidade de carga de fundações superficiais ................................................................. 3,0
capacidade de carga de estacas ou tubulões sem prova de carga .................................... 2,0
capacidade de carga de estacas ou tubulões com prova de carga .................................... 1,6
Os valores das solicitações correspondentes às reações de apoio a serem suportadas por
elementos de fundação, decorrentes das combinações de ações estabelecidas pela Equação 3.7
(estado limite último), consideram coeficientes de ponderação (majoração) variáveis de acordo
com a natureza das ações.
Se as reações de apoio a serem suportadas por elementos de fundação, definidas pela
Equação 3.7 do estado limite último, forem usadas diretamente nos projetos de fundações
superficiais ou profundas, baseados no critério das tensões ou cargas admissíveis, haverá um
confronto de critérios de segurança, pois:
− o critério do estado limite último usa coeficientes de segurança diferenciados tanto
para as solicitações (ações) como para as resistências dos materiais; e
− o critério das tensões ou cargas admissíveis usa um único coeficiente de segurança
global envolvendo tanto as solicitações (ações) com as resistências dos materiais.
Portanto, para que não ocorra confronto entre critérios de segurança, a aplicação do critério
das tensões ou cargas admissíveis nas fundações superficiais ou profundas implica na
necessidade das solicitações resultantes das combinações de ações atuantes na estrutura serem
consideradas sem coeficientes de ponderação (majoração).
Por outro lado, a probabilidade de ocorrência simultânea de diferentes ações variáveis
(cargas acidentais, vento, temperatura, etc.), representada pelo coeficiente ψ0, deve ser
considerada.
Desta forma, a equação para a definição das reações de apoio a serem suportadas por
elementos de fundação superficiais ou profundas, que empregam fator se segurança global
(tensões ou cargas admissíveis), corresponde a:
Fd,fund = Fgk + Fεgk + (Fq1k + ∑ψ 0 j Fqjk ) + ψ 0 ε Fεqk Equação 3.9

1
A ABNT NBR 6122 estabelece dois modos de verificação de segurança. O cálculo empregando fator de segurança
global (tensões e cargas admissíveis) e o cálculo empregando-se fatores de segurança parciais (estado limite
último). O primeiro é quase que o único utilizado.
2006 3-12 ufpr/tc405
A Figura 3.1 mostra as solicitações decorrentes das diversas combinações de ações, a
serem usadas na verificação da
Nz capacidade do terreno de fundação
Hy superficial (sapata). A força normal
My Nz, sendo de compressão, tem o
sentido indicado na Figura. Os
Mx Hx momentos fletores Mx e My, bem
como as forças horizontais Hx e Hy
dependem das combinações das
ações (direção do vento, por
exemplo) e podem assumir tanto
valores positivos como negativos.

Figura 3.1 – Solicitações em sapatas de concreto armado


Deve-se tomar muito cuidado com a manipulação da Equação 3.7 e da Equação 3.9. No
caso específico da Figura 3.1, a Equação 3.7 deve ser usada para o dimensionamento da sapata
de concreto armado, ao passo que a Equação 3.9 seria a usada para a verificação da capacidade
do terreno de fundação.
Exemplo 3.1: Definir a equação de cálculo das ações para a combinação última normal (Fd) de
estruturas de edifícios comerciais onde os carregamentos são resultantes de
combinações que só levam em consideração as ações permanentes diretas
(peso próprio da estrutura, paredes, caixa d'água, etc.) e ações variáveis diretas
(cargas acidentais e vento). Considerar o esgotamento da capacidade resistente
de edificações tipo 2 para:
- carregamentos gerais desfavoráveis; e
- efeito favorável das cargas permanentes.
Estabelecer, também, as equações de cálculo a serem usadas em projeto de
fundação.
Solução: Para a combinação última normal, deverão ser usados, para a Equação 3.7, os
valores da Tabela 3.3 e da Tabela 3.5. Para o projeto de fundações diretas,
deverá ser usada a Equação 3.9.
Fgk: Gk (valor característico da ação permanente direta)
Fqk,acid: Qk (valor característico da ação variável direta – carga acidental)
Fqk,vento: Wk (valor característico da ação variável direta – vento)
γg: 1,4 (combinação normal, ação permanente direta desfavorável)
1,0 (combinação normal, ação permanente direta favorável)
γq: 1,4 (combinação normal, ação variável direta desfavorável geral)
0,0 (combinação normal, ação variável direta favorável)
ψ0: 0,7 (carga acidental de edifício comercial - desfavorável)
0,0 (carga acidental de edifício comercial - favorável)
ψ0: 0,6 (vento - desfavorável)
0,0 (vento - favorável)
a. Ação permanente direta desfavorável (γg =1,4)
Fd = γ g Fgk + γ εg Fεgk + γ q (Fq1k + ∑ψ 0 j Fqjk ) + γ εq ψ 0 ε Fεqk
Fd = 1,4 Gk + 0,0 (Qk + 0,0 Wk) → Fd = 1,4 Gk ◄
Fd = 1,4 Gk + 1,4 (Qk + 0,0 Wk) → Fd = 1,4 Gk + 1,4 Qk ◄
Fd = 1,4 Gk + 1,4 (Qk + 0,6 Wk) → Fd = 1,4 Gk + 1,4 Qk + 0,84 Wk ◄
Fd = 1,4 Gk + 1,4 (Wk + 0,0 Qk) → Fd = 1,4 Gk + 1,4 Wk ◄
2006 3-13 ufpr/tc405
Fd = 1,4 Gk + 1,4 (Wk + 0,7 Qk) → Fd = 1,4 Gk + 1,4 Wk + 0,98 Qk ◄
b. Ação permanente direta favorável (γg =1,0)
Fd = γ g Fgk + γ εg Fεgk + γ q (Fq1k + ∑ψ 0 j Fqjk ) + γ εq ψ 0 ε Fεqk
Fd = 1,0 Gk + 0,0 (Qk + 0,0 Wk) → Fd = 1,0 Gk ◄
Fd = 1,0 Gk + 1,4 (Qk + 0,0 Wk) → Fd = 1,0 Gk + 1,4 Qk ◄
Fd = 1,0 Gk + 1,4 (Qk + 0,6 Wk) → Fd = 1,0 Gk + 1,4 Qk + 0,84 Wk ◄
Fd = 1,0 Gk + 1,4 (Wk + 0,0 Qk) → Fd = 1,0 Gk + 1,4 Wk ◄
Fd = 1,0 Gk + 1,4 (Wk + 0,7 Qk) → Fd = 1,0 Gk + 1,4 Wk + 0,98 Qk ◄
c. Ação para projeto de fundação
Fd,fund = Fgk + Fεgk + (Fq1k + ∑ψ 0 j Fqjk ) + ψ 0 ε Fεqk
Fd = Gk + 0,0 (Qk + Wk) → Fd = Gk ◄
Fd = Gk + (Qk + 0,0 Wk) → Fd = Gk + Qk ◄
Fd = Gk + (Qk + 0,6 Wk) → Fd = Gk + Qk + 0,6 Wk ◄
Fd = Gk + (Wk + 0,0 Qk) → Fd = Gk + Wk ◄
Fd = Gk + (Wk + 0,7 Qk) → Fd = Gk + Wk + 0,7 Qk ◄
d. Observações
d.1 Vento
Todas as equações que envolvem o vento (Wk) equivalem a quatro, ou seja o
vento tem que ser considerado atuando nas duas direções principais da estrutura (da
esquerda para direita, da direita para a esquerda, de baixo para cima e de cima para
baixo). Isto vale dizer que haveria 14 combinações possíveis de ações
(carregamentos) para o item a e mais 14 combinações para o item b. O total
corresponderia a 28 possíveis combinações de ações (carregamentos) para a
consideração do estado limite último - combinação normal.

WK4

Wk2

Wk1

Wk3
planta de pilares
da estrutura

d.2 Verificação da fundação direta


Também para o projeto de fundação haveria outras 14 combinações de ações,
dependentes das direções do vento.
A planilha para fornecimento das ações possíveis de atuarem nos elementos de
fundação, para cada um deles (cada pilar), tem o aspecto mostrado a seguir. É importante
observar que as 14 combinações de ações, individualmente, têm que ser verificadas. A
combinação de valores da tabela, como por exemplo valores máximos, não deve ser
incluída como outros casos possíveis de combinação de ações.

2006 3-14 ufpr/tc405


Sapata (Bloco) nº .... Nz Mx My Hx Hy
cp
cp + ca
cp + ca + (0,6 vt1)
cp + ca + (0,6 vt2)
cp + ca + (0,6 vt3)
cp + ca + (0,6 vt4)
cp + vt1
cp + vt2
cp + vt3
cp + vt4
cp + vt1 + (0,7 ca)
cp + vt2 + (0,7 ca)
cp + vt3 + (0,7 ca)
cp + vt4 + (0,7 ca)
cp: carga permanente
ca: carga acidental
vt: vento
d.3 Estruturas usuais de edifícios
Caso a estrutura venha a ser considerada como “usual”, os efeitos decorrentes
das ações permanentes diretas favoráveis (γg =1,0) não precisam ser considerados.
Isto vale dizer que todo o item b poderia ser desconsiderado.
d.4 Carregamentos obrigatórios em estruturas
As ações (carregamentos) consideradas neste exemplo (cargas permanentes,
cargas acidentais e vento) constituem as ações obrigatórias de serem consideradas
em todas as estruturas. Para qualquer tipo de estrutura, a ação do vento tem que ser
considerada.
Incluindo a definição dos carregamentos nos elementos de fundação, são
necessárias 42 combinações de ações para o projeto estrutural de um edifício de
concreto armado. A consideração de ações indiretas (fluência, retração, recalques de
apoio, temperatura, etc.) elevaria bem mais este valor.

3.6.1.1.3 Perda de equilíbrio como corpo rígido


A equação para a verificação da perda de equilíbrio como corpo rígido pode ser
representada por:
S(Fsd ) ≥ S(Fnd )
Fsd = γ gs G sk + R d Equação 3.10
Fnd = γ gn G nk + γ q (Q1k + ∑ψ 0j Q jk ) − γ qs Q s,min
onde:
S(Fsd) é o valor de cálculo das solicitações estabilizantes.
S(Fnd) é o valor de cálculo das solicitações não estabilizantes.
Fsd representa as ações estabilizantes (valor de cálculo).
Fnd representa as ações não estabilizantes (valor de cálculo).
Rd é o esforço resistente considerado como estabilizante, quando houver.
Gsk é o valor característico da ação permanente estabilizante.
Gnk é o valor característico da ação permanente instabilizante.
Q1k é o valor característico da ação variável instabilizante considerada como principal.
Qjk é o valor característico da ação variável instabilizante.
Qs,min é o valor característico mínimo da ação variável estabilizante que acompanha
obrigatoriamente uma ação variável instabilizante.

2006 3-15 ufpr/tc405


γgs representa o coeficiente de ponderação para ações permanentes diretas
estabilizante:
− 1,0 para combinação favorável.
γgn representa o coeficiente de ponderação para ações permanentes diretas
instabilizante:
− valores das Tabelas 1 e 2 da ABNT NBR 8681.
γq representa o coeficiente de ponderação para ações variáveis diretas instabilizante:
− valores das Tabelas 4 e 5 da ABNT NBR 8681.
γqs representa o coeficiente de ponderação da ação variável estabilizante que
acompanha obrigatoriamente uma ação variável instabilizante:
− usar o valor que conduza ao máximo Fnd.
ψ0j representa o fator de redução de combinação para ações variáveis diretas
instabilizantes:
− usar valores que levem em conta a simultaneidade das ações.
Exemplo 3.2: Verificar as condições de segurança quanto ao tombamento da barragem de
rejeito abaixo representada. Considerar:
– massa específica do concreto da barragem igual a 2 200 kg/m3; e
– massa específica do material de rejeito igual 1 300 kg/m3.
54 m
51 m

1H
1,8V

0m
A

Solução: Deverá ser verificada a condição de perda de equilíbrio como corpo rígido da
barragem. Para tal deverão ser calculados o momento estabilizante [S(Fsd)] e o
momento não estabilizantes [S(Fnd)] em relação ao pé da barragem (ponto A). A
barragem será segura se [S(Fsd)] ≥ [S(Fnd)]. Deverão ser usados, para a
Equação 3.10, as seguintes notações e os seguintes valores para as ações e
coeficientes:
Gsk = Gpp,bar (peso próprio da barragem - ação característica estabilizante)
Q1k = Erej (empuxo do material de rejeito - ação característica não
estabilizante)
Fsd = γgs Gsk = γgs Gpp,bar (valor de cálculo da ação estabilizante)
Fnd = γq Q1k = γq Erej (valor de cálculo da ação não estabilizante)
γgs = 1,0 (combinação normal, ação permanente direta favorável)
γq = 1,2 (ver 3.1.2.1.3)
a. Massas específicas e pesos específicos do concreto e do material de rejeito (valores
característicos)
ρconc = 2 200 kg/m3 ⇒ pconc = 22 000 N/m3 = 22 kN/m3
ρrej = 1 300 kg/m3 ⇒ prej = 13 000 N/m3 = 13 kN/m3

2006 3-16 ufpr/tc405


b. Ação permanente estabilizante (peso próprio da barragem)

1
1,8

H = 54 m

Gsk
A
B

54
B= = 30 m
1,8
B×H 30 × 54
G sk = Gpp,bar = × p conc = × 22 = 17 820,0 kN/m
2 2
Fsd = γ gs G sk = 1,0 × 17 820 = 17 820,0 kN/m
c. Ação variável não estabilizante (empuxo do material de rejeito)

H = 51 m
Q1k

H2 512
Q1k = E rejei = × p rejei = × 13 = 16 906,5 kN/m
2 2
Fnd = γ qQ1k = 1,2 × 16 905,5 = 20 286,6 kN/m
d. Solicitações de cálculo (momentos referentes ao pé da barragem - ponto A)

Fsd

Hrej = 51 m
Fnd

Bbar = 30 m

2 × B bar 2 × 30
S(Fsd ) = M d,
A
pp,bar = Fsd × = 17 820,0 × = 356 400,0 kNm/m
3 3

2006 3-17 ufpr/tc405


Hrejei
S(Fnd ) = Md,
51
emp,rejei = Fnd × = 20 286,6 × = 344 872,2 kNm/m
A
3 3
e. Condição de segurança
S(Fsd ) > S(Fnd ) ⇒ barragem segura ◄
123 123
( 356 400,0 ) ( 344 872,2 )

f. Consideração do material de rejeito como sólido


Como o peso próprio da estrutura supera em 75% peso total das ações permanentes
deve ser considerado para γq o valor 1,5 (Tabela 5 da ABNT NBR 8681).
f.1 Ação variável não estabilizante (empuxo do material de rejeito)

H = 51 m
Q1k

H2 512
Q1k = E rejei = × p rejei = × 13 = 16 906,5 kN/m
2 2
Fnd = γ qQ1k = 1,5 × 16 905,5 = 25 358,25 kN/m
f.2 Solicitações de cálculo (momentos referentes ao pé da barragem – ponto A)

Fsd

Hrej = 51 m
Fnd

Bbar = 30 m

2 × B bar 2 × 30
S(Fsd ) = M d,
A
pp,bar = Fsd × = 17 820,0 × = 356 400,0 kNm/m
3 3
Hrejei
S(Fnd ) = Md,
51
emp, rejei = Fnd × = 25 358,25 × = 431090,25 kNm/m
A
3 3
f.3 Condição de segurança
S(Fsd ) < S(Fnd ) ⇒ barragem não segura ◄
123 123
( 356 400,0 ) ( 431090,25 )

3.6.1.2 Combinações últimas especiais ou de construção


Em cada combinação devem estar presentes as ações permanentes e a ação variável
especial, quando existir, com seus valores característicos e as demais ações variáveis com
probabilidade não desprezível de ocorrência simultânea, com seus valores reduzidos de
combinação, conforme ABNT NBR 8681.

2006 3-18 ufpr/tc405


As combinações últimas de ações deverão considerar o esgotamento da capacidade
resistente de elementos estruturais. A equação para o cálculo de solicitações pode ser
representada por:
Fd = γ g Fgk + γ εg Fεgk + γ q (Fq1k + ∑ψ 0j Fqjk ) + γ εq ψ 0 ε Fεqk Equação 3.11
onde:
Fd é o valor de cálculo das ações para combinação última.
Fgk representa as ações permanentes diretas, para a situação transitória considerada
(valor característico).
− peso próprio parcial da estrutura;
− peso dos elementos construtivos transitórios;
− empuxos transitórios.
Fεgk representa as ações permanentes indiretas, para a situação transitória considerada
(valor característico).
− retração parcial do concreto;
− fluência parcial do concreto; e
− deslocamentos de apoio.
Fq1k representa a ação variável direta principal (especial, se for o caso), para a situação
transitória considerada (valor característico).
Fqjk representa as demais ações variáveis diretas que podem agir concomitantemente com
a ação principal Fq1k (valor característico):
− ações variáveis transitórias durante a construção; e
− demais ações variáveis diretas (vento, água, etc.).
Fεqk representa as ações variáveis indiretas que podem agir concomitantemente com a
ação principal Fq1k (valor característico).
− variações de temperatura.
γg representa o coeficiente de ponderação para ações permanentes diretas:
Grandes pontes (Tabela 3.1):
− 1,2 para combinação desfavorável; e
− 1,0 para combinação favorável.
Edificações tipo 1 e pontes em geral (Tabela 3.2):
− 1,25 para combinação desfavorável; e
− 1,0 para combinação favorável.
Edificações tipo 2 (Tabela 3.3):
− 1,3 para combinação desfavorável; e
− 1,0 para combinação favorável.
γεg representa o coeficiente de ponderação para ações permanentes indiretas (Tabela 3.1,
Tabela 3.2 e Tabela 3.3):
− 1,2 para combinação desfavorável; e
− 0,0 para combinação favorável.
γq representa o coeficiente de ponderação para ações variáveis diretas:
Grandes pontes (Tabela 3.1):
− 1,3 para combinação desfavorável; e
− 0,0 para combinação favorável.
Edificações tipo 1 e pontes em geral (Tabela 3.2):
− 1,3 para combinação desfavorável; e
− 0,0 para combinação favorável.
Edificações tipo 2 (Tabela 3.3):
− 1,2 para combinação desfavorável; e
− 0,0 para combinação favorável.
γεq representa o coeficiente de ponderação para ações variáveis indiretas (Tabela 3.1,
Tabela 3.2 e Tabela 3.3):
− 1,0 para combinação desfavorável; e
− 0,0 para combinação favorável.

2006 3-19 ufpr/tc405


ψ0j1 representa o fator de redução de combinação para ações variáveis diretas que podem
agir concomitantemente com a ação principal Fq1k, durante a situação transitória. Este
fator deverá ser igual aos valores adotados nas combinações normais (Tabela 3.5),
salvo quando a ação principal Fq1k tiver um tempo de atuação muito pequeno ou
probabilidade de ocorrência muito baixa, caso em que ψ0j pode ser tomado com o
correspondente ψ2j (Tabela 3.6):
− 0,5 ou 0,3 para cargas acidentais de edifícios residenciais;
− 0,7 ou 0,4 para cargas acidentais de edifícios comerciais ou de escritórios;
− 0,8 ou 0,6 para bibliotecas, arquivos, oficinas e garagens; e
− 0,6 ou 0,0 para o vento.
ψ0ε representa o fator de redução de combinação para ações variáveis indiretas que
podem agir concomitantemente com a ação principal Fq1k, durante a situação
transitória. Este fator deverá ser igual aos valores adotados nas combinações normais
(Tabela 3.5), salvo quando a ação principal Fq1k tiver um tempo de atuação muito
pequeno ou probabilidade de ocorrência muito baixa, caso em que ψ0ε pode ser
tomado com o correspondente ψ2ε (Tabela 3.6):
− 0,6 ou 0,3 para variações uniformes de temperatura.
Deve ser observado, que a Equação 3.11 não considera a ação variável indireta
(temperatura) como possível de ser a ação principal dentre as ações variáveis (diretas ou
indiretas). Caso os efeitos de temperatura (Fεqk) venham a se constituir em fator altamente
significativo para a determinação dos esforços em estruturas, constituindo-se numa possível ação
variável principal, a seguinte equação deve também ser verificada:
Fd = γ g Fgk + γ εg Fεgk + γ q ∑ψ 0j Fqjk + γ εq Fεqk Equação 3.12

3.6.1.3 Combinações últimas excepcionais


Em cada combinação devem figurar as ações permanentes e a ação variável excepcional,
quando existir, com seus valores representativos e as demais ações variáveis com probabilidade
não desprezível de ocorrência simultânea, com seus valores reduzidos de combinação, conforme
ABNT NBR 8681. Nesse caso se enquadram, entre outras, sismo, incêndio e colapso progressivo.
As combinações últimas de ações deverão considerar o esgotamento da capacidade
resistente de elementos estruturais. A equação2 para o cálculo de solicitações pode ser
representada por:
Fd = γ g Fgk + Fq1exc + γ q ∑ψ 0j Fqjk Equação 3.13
onde:
Fd é o valor de cálculo das ações para combinação última.
Fgk representa as ações permanentes diretas, para a situação transitória considerada
(valor característico).
− peso próprio parcial da estrutura;
− peso dos elementos construtivos transitórios; e
− empuxos transitórios.
Fq1exc representa a ação variável transitória excepcional (valor característico).
Fqjk representa as ações variáveis diretas que podem agir concomitantemente com a ação
excepcional Fq1exc (valor característico).
− ações variáveis transitórias; e
− demais ações variáveis diretas (vento, água, etc.).
γg representa o coeficiente de ponderação para ações permanentes diretas:
Grandes pontes (Tabela 3.1):
− 1,1 para combinação desfavorável; e
− 1,0 para combinação favorável.

A ABNT NBR 8681 define este fator como ψ0,ef. Como a ABNT NBR 6118 não faz distinção de valores ψ0, a
1

Equação 3.7 (combinação última normal) e a Equação 3.11 (combinação última especial ou de construção) são
iguais na apresentação, embora com significados diferentes na aplicação.
2
A equação apresentada pela ABNT NBR 6118 contém os termos Fεgk e Fεqk, o que não faz sentido pois os
coeficientes γεg e γεq são nulos (Tabela 3.1, Tabela 3.2 e Tabela 3.3).
2006 3-20 ufpr/tc405
Edificações tipo 1 e pontes em geral (Tabela 3.2):
− 1,15 para combinação desfavorável; e
− 1,0 para combinação favorável.
Edificações tipo 2 (Tabela 3.3):
− 1,2 para combinação desfavorável; e
− 1,0 para combinação favorável.
γq representa o coeficiente de ponderação para ações variáveis diretas
Grandes pontes (Tabela 3.1):
− 1,0 para combinação desfavorável; e
− 0,0 para combinação favorável.
Edificações tipo 1 e pontes em geral (Tabela 3.2):
− 1,0 para combinação desfavorável; e
− 0,0 para combinação favorável.
Edificações tipo 2 (Tabela 3.3):
− 1,0 para combinação desfavorável; e
− 0,0 para combinação favorável.
ψ0j representa o fator de redução de combinação para ações variáveis diretas que podem
agir concomitantemente com a ação excepcional Fq1exc, durante a situação transitória.
Este fator deverá ser igual aos valores adotados nas combinações normais
(Tabela 3.5), salvo quando a ação excepcional Fq1exc tiver um tempo de atuação muito
pequeno ou probabilidade de ocorrência muito baixa, caso em que ψ0j pode ser
tomado com o correspondente ψ2j (Tabela 3.6).
− 0,5 ou 0,3 para cargas acidentais de edifícios residenciais;
− 0,7 ou 0,4 para cargas acidentais de edifícios comerciais ou de escritórios;
− 0,8 ou 0,6 para bibliotecas, arquivos, oficinas e garagens; e
− 0,6 ou 0,0 para o vento.
3.6.2 Combinações de serviço
As combinações de serviço são classificadas de acordo com sua permanência na estrutura
e devem ser verificadas como estabelecido a seguir:
− quase permanentes;
− freqüentes; e
− raras.
3.6.2.1 Combinações quase permanentes de serviço
São combinações que podem atuar durante grande parte do período de vida da estrutura e
sua consideração pode ser necessária na verificação do estado limite de deformações excessivas.
Nas combinações quase permanentes de serviço, todas as ações variáveis são
consideradas com seus valores quase permanentes ψ2 Fqk.
A equação para o cálculo de solicitações pode ser representada por:
Fd,ser = Fgk + ∑ψ 2j Fqjk Equação 3.14
onde:
Fd,ser é o valor de cálculo das ações para combinações de serviço.
Fgk representa as ações permanentes diretas (valor característico):
− peso próprio da estrutura;
− peso dos elementos construtivos fixos das instalações permanentes; e
− empuxos permanentes.
Fqjk representa as ações variáveis diretas (valor característico):
− cargas acidentais;
− ação do vento; e
− ação da água.
ψ2j representa o fator de redução de combinação quase permanente para as ações
variáveis diretas (Tabela 3.6):
− 0,3 para cargas acidentais de edifícios residenciais;
− 0,4 para cargas acidentais de edifícios comerciais ou de escritórios;

2006 3-21 ufpr/tc405


− 0,6 para bibliotecas, arquivos, oficinas e garagens; e
− 0,0 para o vento.
3.6.2.2 Combinações freqüentes de serviço
São combinações que se repetem muitas vezes durante o período de vida da estrutura e
sua consideração pode ser necessária na verificação dos estados limites de formação de fissuras,
de abertura de fissuras e de vibrações excessivas. Podem também ser consideradas para
verificações de estados limites de deformações excessivas decorrentes de vento ou temperatura
que podem comprometer as vedações.
Nas combinações freqüentes de serviço, a ação variável principal Fq1 é tomada com seu
valor freqüente ψ1 Fq1k e todas as demais ações variáveis são tomadas com seus valores
quase permanentes ψ2 Fqk.
A equação para o cálculo de solicitações pode ser representada por:
Fd,ser = Fgk + ψ 1 Fq1k + ∑ψ 2j Fqjk Equação 3.15
onde:
Fd,ser é o valor de cálculo das ações para combinações de serviço.
Fgk representa as ações permanentes diretas (valor característico):
− peso próprio da estrutura;
− peso dos elementos construtivos fixos das instalações permanentes; e
− empuxos permanentes.
Fq1k representa a ação variável direta considerada como principal (valor característico).
Fqjk representa as ações variáveis diretas das quais Fq1k é escolhida principal (valor
característico):
− cargas acidentais;
− ação do vento; e
− ação da água.
ψ1 representa o fator de redução de combinação freqüente para a ação variável direta
principal Tabela 3.6):
− 0,4 para cargas acidentais de edifícios residenciais;
− 0,6 para cargas acidentais de edifícios comerciais ou de escritórios;
− 0,7 para bibliotecas, arquivos, oficinas e garagens; e
− 0,3 para o vento.
ψ2j representa o fator de redução de combinação quase permanente para as ações
variáveis diretas (Tabela 3.6):
− 0,3 para cargas acidentais de edifícios residenciais;
− 0,4 para cargas acidentais de edifícios comerciais ou de escritórios;
− 0,6 para bibliotecas, arquivos, oficinas e garagens; e
− 0,0 para o vento.
3.6.2.3 Combinações raras de serviço
São combinações que ocorrem algumas vezes durante o período de vida da estrutura e sua
consideração pode ser necessária na verificação do estado limite de formação de fissuras.
Nas combinações raras de serviço, a ação variável principal Fq1 é tomada com seu valor
característico Fq1k e todas as demais ações são tomadas com seus valores freqüentes ψ1 Fqk.
A equação para o cálculo de solicitações pode ser representada por:
Fd,ser = Fgk + Fq1k + ∑ψ 1j Fqjk Equação 3.16
onde:
Fd,ser é o valor de cálculo das ações para combinações de serviço.
Fgk representa as ações permanentes diretas (valor característico):
− peso próprio da estrutura;
− peso dos elementos construtivos fixos das instalações permanentes; e
− empuxos permanentes.
Fq1k representa a ação variável direta considerada como principal (valor característico).

2006 3-22 ufpr/tc405


Fqjk representa as ações variáveis diretas das quais Fq1k é escolhida principal (valor
característico):
− cargas acidentais;
− ação do vento; e
− ação da água.
ψ1 representa o fator de redução de combinação freqüente para a ação variável direta
principal Tabela 3.6):
− 0,4 para cargas acidentais de edifícios residenciais;
− 0,6 para cargas acidentais de edifícios comerciais ou de escritórios;
− 0,7 para bibliotecas, arquivos, oficinas e garagens; e
− 0,3 para o vento.
Exemplo 3.3: Definir as equações cálculo das ações para as combinações de serviço (Fd,ser) de
estruturas de edifícios residenciais onde os carregamentos são resultantes de
combinações que só levam em consideração as ações permanentes diretas
(peso próprio da estrutura, paredes, caixa d'água, etc.) e ações variáveis diretas
(cargas acidentais e vento).
Solução: Deverá ser usada a Equação 3.14 para a combinação quase permanente, a
Equação 3.15 para a combinação freqüente e a Equação 3.16 para a
combinação rara. Os valores de ψ1 e ψ2 são os constantes da Tabela 3.6.
Fgk: Gk (valor característico da ação permanente direta)
Fqk,acid: Qk (valor característico da ação variável direta – carga acidental)
Fqk,vento: Wk (valor característico da ação variável direta – vento)
ψ1: 0,4 (carga acidental de edifício residencial - desfavorável)
0,0 (carga acidental de edifício residencial - favorável)
ψ2: 0,3 (carga acidental de edifício residencial - desfavorável)
0,0 (carga acidental de edifício residencial - favorável)
ψ1: 0,3 (vento - desfavorável)
0,0 (vento - favorável)
ψ2: 0,0 (vento - desfavorável)
0,0 (vento - favorável)
a. Combinação quase permanente
Fd,ser = Fgk + ∑ ψ 2 j Fqjk
Fd,ser = Gk + 0,3 Qk + 0,0 Wk → Fd,ser = Gk + 0,3 Qk ◄
b. Combinação freqüente
Fd,ser = Fgk + ψ 1 Fq1k + ∑
ψ 2 j Fqjk
Fd,ser = Gk + 0,4 Qk + 0,0 Wk → Fd,ser = Gk + 0,4 Qk ◄
Fd,ser = Gk + 0,3 Wk + 0,3 Qk → Fd,ser = Gk + 0,3 Wk + 0,3 Qk ◄
c. Combinação rara
Fd,ser = Fgk + Fq1k + ∑ψ 1j Fqjk
Fd,ser = Gk + Qk + 0,3 Wk → Fd,ser = Gk + Qk + 0,3 Wk ◄
Fd,ser = Gk + Wk + 0,4 Qk → Fd,ser = Gk + Wk + 0,4 Qk ◄
Todas as equações que envolvem o vento (Wk) equivalem a quatro, ou seja o vento
tem que ser considerado atuando nas duas direções principais da estrutura (da esquerda
para direita, da direita para a esquerda, de baixo para cima e de cima para baixo). Isto vale
dizer que haveria 5 combinações possíveis de ações (carregamentos) para a combinação
freqüente e 8 combinações possíveis para a combinação rara.

2006 3-23 ufpr/tc405


3.7 Solicitações e tensões de cálculo
As solicitações (esforços), decorrentes das ações atuantes em elementos estruturais,
classificam-se em:
− Solicitações normais, caracterizadas pelos momentos fletores (M) e forças normais
de (N), e
− Solicitações de cisalhamento, caracterizadas pelos momentos torçores (T) e forças
cortantes (V).
As tensões, também decorrentes das ações, classificam-se em:
− Tensões normais (σ), relacionadas aos momentos fletores (M) e forças normais (N), e
− Tensões de cisalhamento (τ), relacionadas aos momentos torçores (T) e forças
cortantes (V).
Como as ações a serem consideradas no projeto estrutural correspondem às ações de
cálculo (ações combinadas), as solicitações e as tensões deverão, também, ser representadas
pelos seus valores de cálculo. Desta, forma, para efeito de dimensionamento e verificação de
elementos estruturais os valores das solicitações e tensões a serem considerados são:
− Solicitações e tensões normais:
MSd momento fletor solicitante de cálculo;
NSd força normal solicitante de cálculo; e
σSd tensão normal solicitante de cálculo.
− Solicitações e tensões de cisalhamento:
TSd momento torçor solicitante de cálculo;
VSd força cortante solicitante de cálculo; e
τSd tensão de cisalhamento solicitante de cálculo.
Exemplo 3.4: Determinar, para a viga abaixo indicada, a envoltória do diagrama de momentos
fletores solicitantes de cálculo (MSd), considerando ações diretas, estado limite
último, combinações últimas normais, edificação tipo 2 e peso próprio
desprezível. Admitir:
a. estrutura qualquer, onde as combinações das ações que consideram o
efeito favorável das cargas permanentes (γg = 1,0) precisam ser
consideradas; e
b. estrutura usual de edifício onde as combinações das ações que
consideram o efeito favorável das cargas permanentes (γg = 1,0) não
precisam ser consideradas (ver 3.6.1.1.1).
Gk = 10 kN
Qk = 5 kN (permanente)
(variável)
A C

B D
4m 4m 2m

Solução: Deverão ser usados, para a Equação 3.7, os seguintes valores para as ações e
coeficientes (Tabela 3.3 – edificação tipo 2):
Fd = γ g Fgk + γ εg Fεgk + γ q (Fq1k + ∑ ψ 0 j Fqjk ) + γ εq ψ 0 ε Fεqk
Fgk = Gk = 10 kN (valor característico da ação permanente direta)
Fq1k = Qk = 5 kN (valor característico da ação variável direta principal)
γg = 1,4 (combinação normal, ação permanente direta desfavorável)
γg = 1,0 (combinação normal, ação permanente direta favorável)
γq = 1,4 (combinação normal, ação variável direta desfavorável geral)
γq = 0,0 (combinação normal, ação variável direta favorável geral)
Para o caso a, deverão ser consideradas as seguintes combinações:
Fd = 1,4 Gk + 0,0 Qk (permanente desfavorável + ação variável favorável)
Fd = 1,4 Gk + 1,4 Qk (permanente desfavorável + variável desfavorável geral)
Fd = 1,0 Gk + 0,0 Qk (permanente favorável + ação variável favorável)

2006 3-24 ufpr/tc405


Fd = 1,0 Gk + 1,4 Qk (permanente favorável + variável desfavorável geral)
Para o caso b, deverão ser consideradas as seguintes combinações:
Fd = 1,4 Gk + 0,0 Qk (permanente desfavorável + ação variável favorável)
Fd = 1,4 Gk + 1,4 Qk (permanente desfavorável + variável desfavorável geral)
a. Consideração do efeito favorável da ação permanente
a.1 Fd = 1,4 Gk + 0,0 Qk

1,4 x 10 = 14 kN
0,0 x 5 = 0 kN
A C MSd,A = -00 kNm
MSd,B = -14 kNm
B D MSd,C = -28 kNm
4m 4m 2m MSd,D = -00 kNm

a.2 Fd = 1,4 Gk + 1,4 Qk

1,4 x 10 = 14 kN
1,4 x 5 = 7 kN
A C MSd,A = -00 kNm
MSd,B = -00 kNm
B D MSd,C = -28 kNm
4m 4m 2m MSd,D = -00 kNm

a.3 Fd = 1,0 Gk + 0,0 Qk

1,0 x 10 = 10 kN
0,0 x 5 = 0 kN
A C MSd,A = -00 kNm
MSd,B = -10 kNm
B D MSd,C = -20 kNm
4m 4m 2m MSd,D = -00 kNm

a.4 Fd = 1,0 Gk + 1,4 Qk

1,0 x 10 = 10 kN
1,4 x 5 = 7 kN
A C MSd,A = -00 kNm
MSd,B = +04 kNm
B D MSd,C = -20 kNm
4m 4m 2m MSd,D = -00 kNm

a.5 envoltória MSd

-28 kNm

-14 kNm

+4 kNm
2006 3-25 ufpr/tc405
b. Não consideração do efeito favorável da ação permanente
b.1 Fd = 1,4 Gk + 0,0 Qk

1,4 x 10 = 14 kN
0,0 x 5 = 0 kN
A C MSd,A = -00 kNm
MSd,B = -14 kNm
B D MSd,C = -28 kNm
4m 4m 2m MSd,D = -00 kNm

b.2 Fd = 1,4 Gk + 1,4 Qk

1,4 x 10 = 14 kN
1,4 x 5 = 7 kN
A C MSd,A = -00 kNm
MSd,B = -00 kNm
B D MSd,C = -28 kNm
4m 4m 2m MSd,D = -00 kNm

b.3 envoltória MSd

-28 kNm

-14 kNm

c. Observações
Deve ser observado que a consideração ou não do efeito favorável da carga
permanente define a existência ou não de momentos positivos atuando na viga. A
envoltória MSd mostrada no item a.5 mostra um momento positivo máximo de 4 kNm,
enquanto que a envoltória MSd mostrada no item b.3 não apresenta momentos positivos.
Em princípio, deve-se acreditar que o efeito favorável da carga permanente deva ser
sempre considerado nas combinações de ações, e que a envoltória apresentada no
item a.5 é a única correta.
Na realidade a opção mostrada em 3.6.1.1.1, onde a ABNT NBR 6118 estabelece:
"No caso de estruturas usuais de edifícios essas combinações que consideram
γg reduzido (1,0) não precisam ser consideradas"
não pode ser usada isoladamente. A ABNT NBR 6118 estabelece, também:
"14.6.7 Estruturas usuais de edifícios - Aproximações permitidas
14.6.7.1 Vigas contínuas
Pode ser utilizado o modelo clássico de viga contínua, simplesmente apoiada
nos pilares, para o estudo das cargas verticais, observando-se a necessidade das
seguintes correções adicionais:
a) não devem ser considerados momentos positivos menores que os que se
obteriam se houvesse engastamento perfeito da viga nos apoios internos;
b) ............."
Portanto, ao diagrama (envoltória) apresentado no item b.3, deve-se acrescentar o
diagrama de momentos fletores para o seguinte carregamento:

2006 3-26 ufpr/tc405


1,4 x 5 = 7 kN
MSd,A = -0,00 kNm
A
C MSd,B = +8,75 kNm
B MSd,C = -10,5 kNm
4m 4m

Desta forma, embora o efeito favorável da ação permanente não tenha sido
considerado nas combinações últimas, a envoltória MSd apresenta momentos positivos,
como mostrado no diagrama seguinte.
-28 kNm

-14 kNm

+8,75 kNm

3.8 Resistências
3.8.1 Valores característicos
Os valores característicos fk das resistências são os que, num lote de material, têm uma
determinada probabilidade de serem ultrapassados, no sentido desfavorável para a segurança.
Usualmente é de interesse a resistência característica inferior fk,inf., cujo valor é menor que a
resistência média fm, embora por vezes haja interesse na resistência característica superior fk,sup,
cujo valor é maior que fm.
Para os efeitos desta Norma, a resistência característica inferior é admitida como sendo o
valor que tem apenas 5% de
probabilidade de não ser atingido
probabilidade
densidade de

pelos elementos de um dado lote


de material (Figura 3.2).
distribuição
5% normal

fk,inf fm
resistências

Figura 3.2- Valor característico de resistência


3.8.1.1 Resistência característica do concreto
O concreto, quer preparado no canteiro quer pré-misturado, deverá apresentar uma
resistência característica fck, compatível com a adotada no projeto. Conforme mostrado na
Tabela [1.1], ao se definir a classe do concreto, fica estabelecido o valor da sua resistência
característica (por exemplo, para o concreto classe C25, o valor de fck corresponde a 25 MPa).

2006 3-27 ufpr/tc405


A especificação pura e simples da classe não é suficiente para a caracterização do
concreto. A ABNT NBR 6118 exige, também, que seja fixado um valor máximo para a relação
água/cimento, conforme mostrado na Tabela [2.2].
Outras características do concreto, tais como diâmetro máximo da brita, “slump”, etc.
também podem ser requeridas. Em casos específicos, o consumo mínimo de cimento por metro
cúbico de concreto pode vir a ser solicitado.
Outro fator importante que deve ser estabelecido pelo profissional responsável pelo projeto
é a data em que o concreto deverá ser solicitado estruturalmente. Etapas construtivas, tais como,
retirada de cimbramento, manuseio de pré-moldados, etc., definem valores da resistência
característica do tipo fck,14, fck,90, fck,180, onde o número posterior à vírgula corresponde à data em
que o concreto deverá ser solicitado estruturalmente. A não indicação da data significa que o
concreto foi dosado para atingir sua resistência característica aos 28 dias (fck = fck,28).
3.8.1.2 Resistência característica do aço
Conforme mostrado na Tabela [1.3], ao se definir a categoria do aço, fica estabelecido o
valor da sua resistência característica (por exemplo, para o aço CA-25, o valor de fyk corresponde
a 250 MPa).
3.8.2 Valores de cálculo
3.8.2.1 Resistência de cálculo
A resistência de cálculo fd é dada pela expressão:
f
fd = k Equação 3.17
γm
onde:
fd resistência de cálculo;
fk resistência característica; e
γm coeficiente de ponderação (minoração) da resistência.
O coeficiente γm é obtido pela multiplicação de três fatores, de tal forma que:
γ m = γ m1 × γ m2 × γ m3 Equação 3.18
onde:
γm1 leva em conta a variabilidade da resistência efetiva, transformando a resistência
característica num valor extremo de menor probabilidade de ocorrência;
γm2 considera as diferenças entre a resistência efetiva do material da estrutura e a
resistência medida convencionalmente em corpos-de-prova padronizados; e
γm3 considera as incertezas existentes na determinação das solicitações resistentes, seja
em decorrência de métodos construtivos seja em virtude do método de cálculo
empregado.
3.8.2.2 Resistência de cálculo do concreto
Quando os valores de projeto são referidos à resistência do concreto aos 28 dias, a
resistência de cálculo fica definida pela expressão:
f
fcd = ck Equação 3.19
γc

O valor de γc varia acordo com os estados limites e com as combinações de ações. Seus
valores estão mostrados na Tabela 3.7.
Combinações γc
Normais 1,40
Estado Limite Ultimo
Especiais ou de construção 1,20
Excepcionais 1,20
Estado Limite de Serviço 1,00
Tabela 3.7 - Valores de γc

2006 3-28 ufpr/tc405


Para a execução de elementos estruturais nos quais estejam previstas condições
desfavoráveis (por exemplo, más condições de transporte, ou adensamento manual, ou
concretagem deficiente por concentração de armadura), o coeficiente γc deve ser multiplicado por
1,1.
Para elementos estruturais pré-moldados e pré-fabricados deve ser consultada a
ABNT NBR 9062.
Admite-se, no caso de testemunhos extraídos da estrutura, dividir o valor de γc por 1,1
No caso em que o concreto venha a ser solicitado antes dos 28 dias, a resistência de
cálculo fica definida pela expressão:
fckj f
fcd = ≅ β1 ck Equação 3.20
γc γc
Na Equação 3.20, fckj representa a resistência característica do concreto aos j dias. Os
valores de β1 dependem do tipo de cimento e podem ser estabelecidos pelas expressões:
  28  
 0,38  1− 
fckj  
 t  
β1 = =e para concreto de cimento CPIII e CPIV
fck

  28  
 0,25  1− 
fckj  
 t  
β1 = =e para concreto de cimento CPI e CPII Equação 3.21
fck

  28  
 0,20  1− 
fckj  
 t  
β1 = =e para concreto decimento CPV - ARI
fck

Na Equação 3.21, t corresponde a idade efetiva do concreto, em dias. Alguns valores de β1


estão mostrados na Tabela 3.8.
β1
Dias CPIII e CPIV CPI e CPII CPV - ARI
3 0,46 0,60 0,66
7 0,68 0,78 0,82
14 0,85 0,90 0,92
21 0,94 0,96 0,97
28 1,00 1,00 1,00
Tabela 3.8 - Valores de β1
Exemplo 3.5: Definir o valor de fcd para o concreto classe C25. Considerar combinação de
ações normais para estado limite último, cimento CPIV e concreto solicitado aos
10 e 28 dias. Considerar, também, estado limite de serviço.
Solução: A fixação da classe do concreto automaticamente define o valor da resistência
característica fck, conforme mostrado na Tabela [1.1]. A obtenção do valor da
resistência de cálculo fcd aos 28 dias é feita pela Equação 3.19, com valores de γc
obtidos da Tabela 3.7. Para a determinação do valor da resistência de cálculo fcd
aos 10 dias deverão ser usadas a Equação 3.20 e a Equação 3.21.
a. Valor de fcd aos 28 dias para o concreto classe C25 - ELU
fck = 25 MPa = 2,5 kN/cm 2
γ c = 1,4
f ck 2,5
fcd = = = 1,79 kN/cm 2 ◄
γ c 1,4
b. Valor de fcd aos 28 dias para o concreto classe C25 - ELS
fck = 25 MPa = 2,5 kN/cm 2

2006 3-29 ufpr/tc405


γ c = 1,0
f 2,5
f cd = ck = = 2,50 kN/cm 2 ◄
γ c 1,0
c. Valor de fcd aos 10 dias para o concreto classe C25, cimento CPIV - ELU
fck = 25 MPa = 2,5 kN/cm 2
γ c = 1,4
t = 10 dias
cimento = CPIV
  28     28  
 0,38  1−   0,38  1− 
  t     10 
  
β1 = e =e = 0,774
f ck 2,5
f cd,10 = β1 = 0,774 × = 1,38 kN/cm 2 ◄
γc 1,4
d. Valor de fcd aos 10 dias para o concreto classe C25, cimento CPIV - ELS
fck = 25 MPa = 2,5 kN/cm 2
γ c = 1,0
t = 10 dias
cimento = CPIV
  28     28  
 0,38  1−   0,38  1− 
 t    10  
   
β1 = e =e = 0,774
f ck 2,5
f cd,10 = β1 = 0,774 × = 1,94 kN/cm 2 ◄
γc 1,0

3.8.2.3 Resistência de cálculo do aço


O valor da resistência de cálculo fyd é definido pela expressão:
f yk
f yd = Equação 3.22
γs

O valor de γs varia acordo com os estados limites e com as combinações de ações. Seus
valores estão mostrados na Tabela 3.9.
Combinações γs
Normais 1,15
Estado Limite Ultimo
Especiais ou de construção 1,15
Excepcionais 1,00
Estado Limite de Serviço 1,00
Tabela 3.9 - Valores de γs
Exemplo 3.6: Definir o valor de fyd para o aço CA-50. Considerar ações normais para o estado
limite último, e estado limite de serviço.
Solução: A fixação da categoria do aço automaticamente define o valor da resistência
característica fyk, conforme mostrado na Tabela [1.3]. A obtenção do valor da
resistência de cálculo fyd é feita pela Equação 3.22, com valores de γs obtidos da
Tabela 3.9.
a. Valor de fyk para o aço CA-50 - ELU
f yk = 500 MPa = 50 kN/cm 2
γ s = 1,15
f yk 50
f yd = = = 43,5 kN/cm 2 ◄
γ s 1,15

2006 3-30 ufpr/tc405


b. Valor de fyk para o aço CA-50 - ELS
f yk = 500 MPa = 50 kN/cm 2
γ s = 1,0
f yk 50
f yd = = = 50,0 kN/cm 2 ◄
γ s 1,0

3.9 Esforços resistentes de cálculo


Os esforços resistentes de cálculo decorrem da distribuição de tensões (resistentes)
atuantes numa dada seção do elemento estrutural. Desta forma, assim como para as solicitações
e tensões de cálculo, os esforços e as tensões resistências de cálculo a serem consideradas são:
− Esforços e tensões normais:
MRd momento fletor resistente de cálculo;
NRd força normal resistente de cálculo; e
σRd tensão normal resistente de cálculo.
− Esforços e tensões de cisalhamento:
TRd momento torçor resistente de cálculo;
VRd força cortante resistente de cálculo; e
τRd tensão de cisalhamento resistente de cálculo.

3.10 Verificação da segurança


Na verificação da segurança das estruturas de concreto devem ser atendidas:
− as condições construtivas; e
− as condições analíticas de segurança.
3.10.1 Condições construtivas de segurança
Para as condições construtivas de segurança devem ser atendidas as exigências
estabelecidas:
− nos critérios de detalhamento constantes das seções 18 e 20 da ABNT NBR 6118;
− nas normas de controle dos materiais, especialmente a ABNT NBR 12655; e
− no controle de execução da obra, conforme ABNT NBR 14931 e Normas Brasileiras
específicas.
3.10.2 Condições analíticas de segurança
As condições analíticas de segurança devem ser verificadas para o:
− estado limite último; e
− estado limite de utilização.
3.10.2.1 Estado limite último
As condições analíticas de segurança estabelecem que as resistências não devem ser
menores que as solicitações e devem ser verificadas em relação a todos os estados limites e
todos os carregamentos especificados para o tipo de construção considerada, ou seja, em
qualquer caso deve ser respeitada a condição:
Rd ≥ Sd Equação 3.23
onde:
Rd representa os esforços resistentes de cálculo; e
Sd representa as solicitações de cálculo.
Os valores de cálculo dos esforços resistentes são determinados a partir dos valores de
cálculo das resistências dos materiais adotados no projeto, ou das tensões resistentes de cálculo,
como definido em 3.8.2.1.
As solicitações de cálculo são calculadas, para a combinação de ações considerada, de
acordo com a análise estrutural.

2006 3-31 ufpr/tc405


Para a verificação do estado limite último de perda de equilíbrio como corpo rígido, Rd e Sd
devem assumir os valores de cálculo das ações estabilizantes e desestabilizantes
respectivamente.
Uma condição analítica de segurança pode ser representada no trecho ∆l de uma viga de
concreto armado, mostrada na Figura 3.3.
εc
σc
Rcd
MRd x MSd

h d z

As

Rsd
bw εs
∆l
esforços resistentes solicitações de
de cálculo cálculo
("interno") ("externa")

Figura 3.3 - Solicitações e resistências em viga de concreto armado


Na Figura 3.3, as dimensões, áreas, deformações, tensões, esforços e solicitações
correspondem a:
MSd solicitação de cálculo obtida da envoltória MSd (ações características - permanentes,
variáveis, dinâmicas ou excepcionais - ponderadas pelos coeficientes γf e combinadas
entres si definem a envoltória MSd, como mostrado no Exemplo 3.4);
MRd esforço resistente de cálculo, binário dado pelo produto Rcd z ou Rsd z;
εc encurtamento (deformação) do concreto provocado pelo momento fletor solicitante de
cálculo MSd;
εs alongamento (deformação) da armadura provocado pelo momento fletor solicitante de
cálculo MSd;
σc tensão de compressão atuante na região de concreto comprimido decorrente do
encurtamento (deformação) εc;
x posição da linha neutra (distância compreendida entre a fibra de concreto mais
comprimida e a linha neutra);
z braço de alavanca (distância entre os esforços resistentes de cálculo Rcd e Rsd);
d altura útil da viga (distância compreendida entre a fibra de concreto mais comprimida e
o centro de gravidade da seção geométrica da armadura tracionada);
bw largura da viga;
h altura da viga;
As área da seção transversal da armadura tracionada:
Rcd esforço resistente de cálculo, atuante na região de concreto comprimido, igual a ∫σcdA;
Rsd esforço resistente de cálculo, atuante na armadura tracionada, igual a σs As (σs obtido
do diagrama tensão-deformação do aço, através εs).
Na Figura 3.3, confrontando os valores de MSd e MRd, conclui-se:
a. MRd >>> MSd
O trecho ∆l é seguro (Rd > Sd), com excesso de materiais. A seção transversal da viga
não é econômica.
b. MRd > MSd
O trecho ∆l é seguro (Rd > Sd), com sobra de materiais. A seção transversal da viga
estará mais próxima da econômica quanto menor for à sobra de material.

2006 3-32 ufpr/tc405


c. MRd = MSd
O trecho ∆l atinge o limite de segurança (Rd = Sd), com uso adequado de materiais. A
seção transversal da viga mais econômica será aquela em que o balanço dos
materiais (concreto e aço) atingir o menor custo.
d. MRd < MSd
O trecho ∆l não é seguro (Rd < Sd), com falta de materiais. A seção transversal da viga
tem que ser redimensionada.
O redimensionamento da seção transversal do trecho ∆l da viga pode ser feito
alterando, de forma isolada ou combinada, os valores d, bw ou As. A alteração das
resistências do concreto ou do aço, embora possa ser feita, não constitui prática
comum nos projetos de estrutura de concreto armado.
3.10.2.2 Estruturas em regime elástico linear
No projeto de estruturas de concreto armado, se for considerado comportamento em regime
elástico linear (elástico ou pseudo-elástico), os coeficientes de ponderação γf, conforme mostrados
em 3.6, poderão ser aplicados tanto às ações características (carregamento) como aos esforços
resultantes (momento fletor, força cortante, força norma ou momento torçor). Desta forma, Sd
pode ser obtido de duas formas, como mostrado na Equação 3.24.
S(γ f Fk )

S d = ou Equação 3.24
γ S = γ S(F )
 f k f k

Caso o comportamento da estrutura não possa ser considerado em regime elástico linear,
os coeficientes de ponderação γf deverão ser aplicados somente às ações características
(carregamento), conforme estabelecido em 3.6.1. Neste caso o valor de Sd deve ser estabelecido
considerando apenas a primeira igualdade da Equação 3.24 (Sd = S(γf Fk).
Diz-se que não há linearidade geométrica quando o comportamento estrutural deixa de ser
linear em virtude da alteração da geometria do sistema.
Considerando que a aplicação direta dos coeficientes de ponderação γf nas ações
características (carregamento) é válida para qualquer comportamento de estrutura, fica mais
simples adotar sempre este procedimento.
3.10.3 Estado limite de serviço
As condições usuais de verificação da segurança relativas aos estados limites de serviço
são, de modo geral, expressas pela desigualdade:
S d ≤ S lim Equação 3.25
onde:
Sd representa as solicitações de cálculo; e
Slim corresponde a valores limites estabelecidos.

3.11 Simbologia específica


3.11.1 Símbolos base
b menor dimensão da seção transversal da parede ou pilar
bw largura da alma de uma viga
d altura útil
fcd resistência à compressão do concreto de cálculo
fck resistência à compressão do concreto característica
fckj resistência à compressão do concreto característica aos j dias
fd resistência de cálculo
fk resistência característica
fk,inf resistência característica inferior
fk,sup resistência característica superior
fm resistência média
fyd resistência ao escoamento do aço de cálculo
fyk resistência ao escoamento do aço característica
2006 3-33 ufpr/tc405
gk valor característico da ação permanente
h altura
l vão
qk valor característico da ação variável
t tempo
x altura da linha neutra
z braço de alavanca
As área da seção transversal da armadura longitudinal de tração
B base
E empuxo
Eci(t0) módulo de elasticidade inicial do concreto no instante t0
Eci(28) módulo de elasticidade inicial do concreto aos 28 dias
F ações
Fd valor de cálculo das ações
Fd,fund valor de cálculo das ações a serem considerados em projetos de fundações,
quando nesses projetos será usado o método das tensões ou cargas admissíveis
Fd,ser valor de cálculo das ações para combinações de serviço
Fgk valor característico das ações permanentes diretas
Fk valor característico das ações
Fk,inf valor inferior característico das ações
Fk,sup valor superior característico das ações
Fnd valor de cálculo das ações não estabilizantes
Fqjk valor característico das ações variáveis diretas
Fqk valor característico das ações variáveis
Fq1exc valor característico da ação variável transitória excepcional
Fq1k valor característico da ação variável direta principal
Fsd valor de cálculo das ações estabilizantes
Fεgk valor característico das ações permanentes indiretas
Fεqk valor característico das ações variáveis indiretas
Gk valor característico da ação permanente
Gnk valor característico da ação permanente instabilizante
Gsk valor característico da ação permanente estabilizante
H altura
Hx força horizontal na direção x
Hy força horizontal na direção y
M momento fletor
MRd momento fletor resistente de cálculo
MSd momento fletor solicitante de cálculo
Mx momento fletor na direção x
My momento fletor na direção y
N força normal
NRd força normal resistente de cálculo
NSd força normal solicitante de cálculo
Nz força normal na direção z
Qjk valor característico da ação variável instabilizante
Qk valor característico de ação variável
Q1k valor característico da ação variável instabilizante considerada como principal
Qs,min valor característico mínimo da ação variável estabilizante que acompanha
obrigatoriamente uma ação variável instabilizante
Rcd esforço resistente de cálculo atuante na região de concreto comprimido
Rd esforço resistente de cálculo
esforço resistente considerado como estabilizante
Rsd esforço resistente de cálculo atuante na armadura tracionada
S(Fnd) valor de cálculo das solicitações não estabilizantes
S(Fsd) valor de cálculo das solicitações estabilizantes
Sd solicitação de cálculo
Sk solicitação característica
Slim solicitações limites
2006 3-34 ufpr/tc405
T momento torçor
TRd momento torçor resistente de cálculo
TSd momento torçor solicitante de cálculo
V força cortante
VRd força cortante resistente de cálculo
VSd força cortante solicitante de cálculo
Wk valor característico de ação variável devida ao vento
β1 coeficiente referente à resistência do concreto a j dias
εc deformação específica do concreto
εc(t∞,t0)deformação específica total do concreto entre os instantes t0 e t∞
εs deformação específica do aço à tração
εcs(t∞,t0)
deformação específica do concreto devida à retração entre os instantes t0 e t∞
δk,sup deslocamento de apoio (valor característico superior)
γc coeficiente de ponderação da resistência do concreto
γf coeficiente de ponderação das ações
γf1 parte do coeficiente de ponderação das ações γf que considera a variabilidade das
ações
γf2 parte do coeficiente de ponderação das ações γf que considera a simultaneidade de
atuação das ações
γf3 parte do coeficiente de ponderação das ações γf que considera os desvios gerados
nas construções e as aproximações feitas em projeto do ponto de vista das
solicitações
γg coeficiente de ponderação para as ações permanentes diretas
γgn coeficiente de ponderação para as ações permanentes diretas instabilizantes
γgs coeficiente de ponderação para ações permanentes diretas estabilizantes
γm coeficiente de ponderação das resistências
γm1 parte do coeficiente de ponderação das resistências γm que considera a
variabilidade da resistência dos materiais envolvidos
γm2 parte do coeficiente de ponderação das resistências γm que considera a diferença
entre a resistência do material no corpo de prova e na estrutura
γm3 parte do coeficiente de ponderação das resistências γm que considera os desvios
gerados nas construções e as aproximações feitas em projeto do ponto de vista das
resistências
γn coeficiente de ajuste de γf que considera o aumento de probabilidade de ocorrência
de desvios relativos e falhas na construção (aplicado em paredes e pilares com
dimensões abaixo de certos valores)
γq coeficiente de ponderação para as ações variáveis diretas
coeficiente de ponderação para ações variáveis diretas instabilizantes
γqs coeficiente de ponderação da ação variável estabilizante que acompanha
obrigatoriamente uma ação variável instabilizante
γs coeficiente de ponderação da resistência do aço
γεg coeficiente de ponderação para as ações permanentes indiretas (retração, fluência,
deslocamento de apoios e imperfeições geométricas)
γεq coeficiente de ponderação para as ações variáveis indiretas (temperatura)
ϕ(t∞,t0) limite para o qual tende o coeficiente de fluência provocado por carregamento
aplicado em t0
ρ massa específica
σ tensão normal
σc tensão à compressão no concreto
σc(t0) tensão no concreto devida ao carregamento aplicado em t0
σSd tensão normal solicitante de cálculo
σRd tensão normal resistente de cálculo
τ tensão de cisalhamento
τSd tensão de cisalhamento solicitante de cálculo
τRd tensão de cisalhamento resistente de cálculo
ψ0 fator de redução de combinação para as ações variáveis diretas para ELU
2006 3-35 ufpr/tc405
ψ0j fator de redução de combinação para as ações variáveis diretas para ELU
fator de redução de combinação para as ações variáveis diretas instabilizantes
ψ0ε fator de redução de combinação para as ações variáveis indiretas para ELU
ψ1 fator de redução de combinação freqüente para ELS
ψ1j fator de redução de combinação freqüente para ELS
ψ2 fator de redução de combinação quase permanente para ELS
ψ2j fator de redução de combinação quase permanente para ELS
3.11.2 Símbolos subscritos
acid acidental
bar barragem
conc concreto
emp empuxo
pp peso próprio
rej rejeito
ser serviço
vento vento

3.12 Exercícios
Ex. 3.1: Determinar, para a viga abaixo indicada, a envoltória do diagrama das forças
cortantes solicitantes de cálculo (VSd), considerando ações diretas, estado limite último,
combinações últimas normais, edificação tipo 2 e peso próprio desprezível. Admitir:
a. estrutura qualquer, onde as combinações das ações que consideram o efeito favorável
das cargas permanentes (γg = 1,0) precisam ser consideradas; e
b. estrutura usual de edifício onde as combinações das ações que consideram o efeito
favorável das cargas permanentes (γg = 1,0) não precisam ser consideradas.
Gk = 10 kN
Qk = 5 kN (permanente)
(variável)
A C

B D
4m 4m 2m

Ex. 3.2: Determinar, para a viga abaixo indicada, a envoltória do diagrama de momentos
fletores solicitantes de cálculo (MSd), considerando
a. combinação última normal;
b. combinação última especial (Qk corresponde ao carregamento especial);
c. combinação última excepcional (Qk corresponde ao carregamento excepcional);
d. combinação quase permanente de serviço;
e. combinação freqüente de serviço; e
f. combinação rara de serviço.
A viga, cujo peso próprio pode ser desprezado, é parte de uma estrutura usual de edifício
residencial (edificação tipo 2), cujas ações (cargas) são provenientes de:
− peso de elementos construtivos (Gk);
− carga acidental (Qk); e
− vento (Wk).
Gk = 10 kN
Wk = 5 kNm Qk = 5 kN
A C

B D
4m 4m 2m

2006 3-36 ufpr/tc405


Ex. 3.3: Determinar as solicitações de cálculo (NSd) atuantes na barra AD. A estrutura é de
um edifício residencial, cujas ações (cargas) são provenientes de:
− peso próprio da viga AC mais elementos construtivos (gk); e
− carga acidental (qk).
Considerar:
− estado limite último, combinações últimas normais, edificação tipo 1; e
− estado limite de serviço, combinação quase permanente.

qk = 50 kN/m

gk = 10 kN/m

A B C

10 m 8m

Ex. 3.4: Determinar, para a viga abaixo indicada, a envoltória do diagrama de momentos
fletores solicitantes de cálculo (MSd) e a envoltória do diagrama das forças cortantes solicitantes
de cálculo (VSd). O carregamento gk (carga permanente) corresponde a uma ação permanente
direta e os carregamentos q1k e q2k (cargas acidentais de mesma natureza1) correspondem a
ações variáveis diretas independentes, ou seja, podem atuar simultaneamente ou não.
Considerar:
− estado limite último, combinações últimas normais, edificação tipo 1; e
− estrutura de edifício onde as combinações das ações que consideram o efeito
favorável das cargas permanentes (γg = 1,0) precisam ser consideradas.

q1k = 90 kN/m
q2k = 70 kN/m

gk = 25 kN/m

3m 8m

Ex. 3.5: Deseja-se dimensionar a viga de concreto armado abaixo indicada. Para tanto, é
necessário determinar os momentos fletores solicitantes de cálculo (MSd) nas seções A (apoio do
balanço) e C (meio do vão AB). Levando-se em consideração os coeficientes de ponderação das
ações estabelecidos na ABNT NBR-6118, por meio de uma combinação de carregamentos,
determine a envoltória de solicitações e avalie os momentos fletores solicitantes de cálculo nas
seções A e C.
Considerar:
− estado limite último, combinações últimas normais, edificação tipo 2;
! ação permanente direta desfavorável: ..........................γg = 1,40
! ação variável direta desfavorável: .................................γq = 1,40
! ação variável direta favorável: .......................................γq = 0,00
1
As cargas q1k e q2k são de mesma natureza. Isto vale dizer que ambas representam a ação variável direta
considerada como principal (ambas correspondem ao índice 1 da Equação 3.7, dependendo qual delas esteja
sendo considerada). Mesmo que as cargas possam atuar simultaneamente, não se implica o fator ψ0 pois as cargas
são de mesma natureza.
2006 3-37 ufpr/tc405
− cargas variáveis diretas1 Q1k e Q2k correspondendo a cargas acidentais de mesma
natureza (não considera ψ0), independentes, podendo atuar simultaneamente ou não;
e
− carga permanente direta gk atuando simultaneamente ao longo de toda viga.
Obs:
− não considerar ação permanente direta favorável (γg = 1,00); e
− apresentar a envoltória de modo esquemático, destacando, apenas, os valores exatos
dos momentos fletores em A e C.
Q1k = 40 kN Q2k = 30 kN

gk = 20 kN/m

A C B
2,0 m 4,0 m 4,0 m

Ex. 3.6: Determinar, para a viga abaixo indicada, a envoltória do diagrama de momentos
fletores solicitantes de cálculo (MSd) e do diagrama de forças cortantes solicitantes de cálculo
(VSd), admitindo:
− ações diretas;
− estado limite último;
− combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4 e γq = 1,4); e
− peso próprio desprezível.
Considerar:
− cargas Q1k e Q2k como acidentais2 (valores característicos) de mesma natureza (não
considera ψ0); e
− cargas Q1k e Q2k como independentes (atuam simultaneamente ou não);
Q2k = 32 kN
Q1k = 16 kN

2,5 m 2,5 m 2,5 m 2,5 m

l l/2 l/2

3P 22 P 13 P
32 32 32

1
Para as cargas Q1k e Q2k valem as observações (rodapé) apresentadas para as cargas q1k e q2k do Ex. 3.4.
2
Para as cargas Q1k e Q2k valem as observações (rodapé) apresentadas para as cargas q1k e q2k do Ex. 3.4.
2006 3-38 ufpr/tc405
Ex. 3.7: Determinar, para a viga abaixo indicada, os máximos momentos solicitantes de
cálculo (positivo e negativo) na seção do meio do vão AB, considerando as possíveis
combinações de cálculo, os coeficientes de ponderação, e os fatores de redução de combinações
de ações segundo a ABNT NBR 6118.
A viga está submetida a uma ação permanente direta uniformemente distribuída gk igual a
20 kN/m e a duas ações variáveis diretas, quais sejam, Qk igual a 180 kN e Wk igual a 300 kNm.
As ações variáveis, por serem de diferentes naturezas (independentes), atuam simultaneamente
ou não.
A viga, é parte de uma estrutura cujas ações (cargas) são provenientes de:
− peso de elementos construtivos, inclusive peso próprio da viga (gk);
− carga acidental (Qk); e
− vento (Wk).
Considerar:
− combinações normais, edificações tipo 1
− coeficientes de ponderação de ações (γf):
! ações permanentes diretas favoráveis: ........................ γg = 1,00
! ações permanentes diretas desfavoráveis: .................. γg = 1,35
! ações variáveis diretas favoráveis: ............................... γq = 0,00
! ações variáveis diretas desfavoráveis: ......................... γq = 1,50
− fatores de redução de combinações de ações (ψ0):
! carga acidental (Qk): .................................................... ψ0 = 0,70
! vento (Wk): ................................................................... ψ0 = 0,60
Qk = 180 kN

Wk = 300 kNm

gk = 20 kN/m

A B
8m 2m

Ex. 3.8: Certa ponte de concreto armado deve ser projetada para suportar as passagens
eventuais, simultâneas ou não, de dois veículos de carga, tal como ilustrado na figura. Sabe-se
que as rodas dos veículos transmitem à estrutura cargas concentradas de 75 kN cada uma (valor
característico). Para a posição indicada na figura, determine, no estado limite último, as reações
de apoio máxima e mínima (valores de cálculo) sobre o apoio correspondente à viga V01
(apoio A). Considere as combinações de carregamento exigidas para a situação e os coeficientes
de ponderação recomendados pela ABNT NBR 6118, tanto no sentido favorável quanto no sentido
desfavorável das ações atuantes.
Considerar:
− carga permanente uniformemente distribuída: 40 kN/m (valor característico); e
− coeficientes de ponderação para as ações da ABNT NBR-6118, combinações normais,
edificações tipo 1 e pontes em geral:
! ações permanentes diretas favoráveis: ........................ γg = 1,00
! ações permanentes diretas desfavoráveis: .................. γg = 1,35
! ações variáveis diretas favoráveis: ............................... γq = 0,00
! ações variáveis diretas desfavoráveis: ......................... γq = 1,50
Obs:
− os pesos próprios das partes da estrutura estão incluídos nos carregamentos.

2006 3-39 ufpr/tc405


V01 V02

75 kN 75 kN 75 kN 75 kN

40 kN/m
A B
1,3 m 2,0 m 1,3 m
1,4 m 1 m 1 m 1,4 m

2006 3-40 ufpr/tc405


4DIAGRAMAS TENSÃO-DEFORMAÇÃO DE CÁLCULO - ELU
4
4.1 Diagrama tensão-deformação do concreto
Conforme visto na Figura [1.3], os diagramas tensão-deformação do concreto variam de
acordo com suas resistências. A ABNT NBR 6118 ignora tal fato e permite que se adote um único
diagrama, independente da resistência do
σc concreto. Define o item 8.2.10.1 que o
diagrama tensão-deformação à
compressão, a ser usado no cálculo, será
0,85 fcd o diagrama mostrado na Figura 4.1, onde
o trecho curvo corresponde a uma
  ε 
2
 parábola do segundo grau, a tensão limite
σ c = 0,85 fcd 1 − 1 − c   do concreto é fixada em 0,85 fcd e o limite
  2‰  
de encurtamento do concreto é definido
εc como sendo 3,5‰.

2‰ 3,5‰

Figura 4.1 - Diagrama tensão-deformação de cálculo


do concreto
O valor máximo de σc é tomado igual a 0,85 fcd devido a três fatores:
− efeito Rüsch, que considera a variação da resistência do concreto em função das
velocidades de carregamento (Figura 4.2);
− ganho de resistência do concreto ao longo do tempo; e
− influência da forma cilíndrica do corpo de prova.
O efeito Rüsch é mostrado na Figura 4.2, onde, para diferentes velocidades de
carregamento, o concreto
σc/fc apresenta diferentes formas
1,0 limite de ruptura da curva tensão-deformação.
Para durações maiores do
duração do tempo de carregamento, a
A B carregamento: tensão de ruptura σc tende
0,8
— 2 minutos para valores próximos de 80%
C D — 20 minutos da resistência correspondente
fluência ao carregamento de curta
— 100 minutos
duração (fc).
— 3 dias
limite de fluência
εc
8‰

Figura 4.2 - Efeito Rüsch


Deve ser levado em conta que as cargas permanentes nas estruturas são geralmente
aplicadas rapidamente mantendo-se constante ao longo do tempo, de tal forma a permitir o
desenvolvimento do fenômeno da fluência (item [1.4.10.1]). Assim, se o nível de tensão inicial for
superior à resistência de longo prazo (ponto A da Figura 4.2) poderá, após certo tempo, ocorrer o
colapso do elemento estrutural por ter sido atingido o limite de ruptura (ponto B da Figura 4.2). Por
outro lado, se o nível de tensão inicial for inferior à resistência de longo prazo (ponto C da

2006 4-1 ufpr/tc405


Figura 4.2) não haverá ruptura, mesmo com o desenvolvimento do fenômeno da fluência (ponto D
da Figura 4.2).
Desta forma, para que não ocorra à ruína, é necessário que o limite de fluência seja atingido
antes do limite de ruptura. Isto é feito limitando a resistência do concreto a um valor inferior à
resistência de curto prazo. Daí, decorre o fato da ABNT NBR 6118 adotar para a máxima
resistência de cálculo do concreto o valor 0,85 fcd. Este valor leva em conta não só o efeito Rüsch,
como também o ganho de resistência do concreto ao longo do tempo e a influência da forma
cilíndrica do corpo de prova.
Como simplificação1 pode ser adotado, para representar o diagrama tensão-deformação do
concreto, o diagrama mostrado na Figura 4.3, o
σc qual corresponde a uma adaptação do
item 17.2.2-e da ABNT NBR 61182. Este
diagrama pode ser representado pela
0,85 fcd Equação 4.1.

εc
0,7‰ 3,5‰

Figura 4.3 - Diagrama tensão-deformação


simplificado de cálculo do
concreto

σ c = 0,85 f cd 0,7‰ ≤ ε c ≤ 3,5‰ Equação 4.1

4.2 Diagrama tensão-deformação do aço


4.2.1 Convenção
Para representar tensões será usado o eixo vertical, correspondendo a parte superior às
tensões de tração e a inferior as tensões de compressão. No caso do aço, para diferenciar tração
de compressão será usada a plica (') nas tensões de compressão.
Para representar deformações será usado o
σs eixo horizontal, sendo os alongamentos
tensões de alongamentos representados a direita e os encurtamentos à
tração esquerda. Para diferenciar alongamento de
encurtamento, será usada a plica (') nos
ε's εs encurtamentos (Figura 4.4).
As deformações e as tensões serão
consideradas, nos diagramas, sempre em valores
encurtamentos tensões de absolutos.
compressão
σ's

Figura 4.4 - Convenção para diagrama


tensão-deformação do aço.
4.2.2 .Diagrama tensão-deformação do aço
Para os aços, a ABNT NBR 6118, item 8.3.6, apresenta o diagrama simplificado mostrado
Figura 4.5, onde no trecho inclinado é válida a Lei de Hooke e o limite de alongamento é fixado

1
Ver SEÇÕES TRANSVERSAIS DE CONCRETO ARMADO SUJEITAS A SOLICITAÇÕES NORMAIS, M. A. Marino,
COPEL, 1979.
2
O item 17.2.2-e da ABNT NBR 6118 prevê, para alguns casos, σc = 0,80 fcd para 0,7‰ ≤ εc ≤ 3,5‰ (ver Capítulo [5],
item [5.4]).
2006 4-2 ufpr/tc405
em 10‰. O limite de encurtamento é tomado igual a 3,5‰, compatível com o limite do concreto
(Figura 4.1 e Figura 4.3). Este diagrama pode ser representado pela Equação 4.2.
σs

fyd

σs = εs Es
ε's εyd εs
3,5‰ εyd 10‰

Es = 210.000 MPa
fyd

σ's

Figura 4.5 - Diagrama tensão-deformação


de cálculo do aço

σ s = ε s E s ≤ f yd Equação 4.2

Os valores de fyd e εyd, para os aços destinados a estruturas de concreto armado estão
mostrados na Tabela 4.1. Os valores de fyd são determinados pela Equação [3.22] com o
coeficiente de minoração da resistência γs igual a 1,15 (Tabela [3.9]). Os valores de εyd são
definidos pela Lei de Hooke, onde o Módulo de Elasticidade Es é tomado igual a 210 GPa
(item [1.5.5]).
Aço fyk fyd εyd
CA-25 250 MPa 217 MPa 1,035‰
CA-50 500 MPa 435 MPa 2,070‰
CA-60 600 MPa 522 MPa 2,484‰
Tabela 4.1 - Aços - valores de cálculo - ELU1
Exemplo 4.1: Determinar, para a viga abaixo representada:
– a posição da linha neutra (x);
– a força resistente de cálculo atuante na região de concreto comprimido (Rcd);
– a força resistente de cálculo atuante na armadura superior (R'sd);
– a força resistente de cálculo atuante na armadura inferior (Rsd); e
– os esforços resistentes de cálculo (NRd e MRd).
Dados:
– concreto: C25;
– aço: CA-50;
– armadura superior: 2 φ 12,5 mm;
– armadura inferior: 3 φ 16 mm;
– encurtamento do concreto: 2,5‰ para a fibra mais comprimida; e
– alongamento da armadura: 10,0‰ para a barra mais tracionada.
Considerar:
– estado limite último, combinações normais (γc = 1,4 e γs = 1,15); e
– diagrama tensão-deformação simplificado do concreto (σc = 0,85 fcd para
0,7‰ ≤ εc ≤ 3,5‰).

1
Para combinações excepcionais, o valor de fyd deve ser tomado igual a fyk (γs = 1,0 – Tabela [3.7]).
2006 4-3 ufpr/tc405
2,5‰

5 cm
MSd

45 cm
NSd

5 cm
20 cm 10,0‰

Solução: A posição da linha neutra fica definida pelo diagrama de deformações. As


tensões na região de concreto comprimido serão determinadas pela Equação 4.1
e as tensões nas armaduras serão definidas pela Equação 4.2. As resistências
de cálculo correspondem às forças atuantes na região de concreto comprimido
(Rcd = Acc σc), na região da armadura comprimida (R'sd = A's σ's) e na região da
armadura tracionada (Rsd = As σs). Os esforços resistentes de cálculo (NRd e MRd)
ficam definidos pelas forças Rcd, R'sd e Rsd, como mostrado na figura abaixo.

εc
d' R'sd
A's y
Rcd x
σc MSd
MRd ε's
d
NRd 0,7‰ NSd
As
Rsd
bw εs
∆l
esforços resistentes solicitações de
de cálculo cálculo

a. Dados - uniformização de unidades (kN e cm)


fck = 25 MPa = 2,5 kN/cm 2
γ c = 1,40 (ELU - combinação normal)
f 2,5
fcd = ck = = 1,79 kN/cm 2
γ c 1,40
f yk = 500 MPa = 50 kN/cm 2
γ s = 1,15 (ELU - combinação normal)
f yk 50
f yd = = = 43,5 kN/cm 2
γ s 1,15
E s = 210 GPa = 210 000 MPa = 21000 kN/cm 2
π × 1,25 2
A s,sup = A 's = 2 × = 2,45 cm 2
4
π × 1,6 2
A s,inf = A s = 3 × = 6,03 cm 2
4
ε c = 2,5‰
ε s = 10,0‰

2006 4-4 ufpr/tc405


b w = 20 cm
d = 50 cm
d' = 5 cm
h = 55 cm
εc = 2,5‰
b. Posição da linha neutra (x)
 εc  linha
x =   d
 εc + εs  neutra
x
x εc
βx = =
d εc + εs d = 50 cm
2,5‰
βx = = 0,20
2,5‰ + 10,0‰
x = β x d = 0,20 × 50 = 10,0 cm
x = 10,0 cm ◄
εs = 10‰

c. Posição da deformação 0,7‰ (y) εc = 2,5‰


 ε − 0,7‰   ε − 0,7‰ 
y =  c  x =  c  d
 εc   εc + ε s  y
x
y  εc − 0,7‰ 
βy = = 
d  εc + ε s  d = 50 cm
 2,5‰ − 0,7‰  0,7‰
βy =   = 0,144
 2,5‰ + 10 ‰ 
y = β y d = 0,144 × 50 = 7,2 cm
y = 7,2 cm ◄ εs = 10‰
y 7,2
= = 0,72
x 10,0
y = 0,72 x 1
d. Força resistente de cálculo atuante na região de concreto comprimido (Rcd)
σ c = 0,85 fcd 0,7‰ ≤ ε c ≤ 3,5‰
σc = 0,85fcd =
σ c = 0,85 × 1,79 = 1,52 kN/cm 2
1,52 kN/cm2
R cd = b w y × σ c
{ {
área tensão bw = 20 cm
( )
R cd = b w β y d (0,85 fcd )
R cd = 0,85 β y (b w d) fcd Rcd
Rcd = 0,85 × 0,144 × 20 × 50 × 1,79 = 219,1 kN
R cd = 219,1kN ◄
y = 7,2 cm

1
Como mostrado no Capítulo [5], Equação [5.5], a ABNT NBR 6118, item 17.2.2-e, permite adotar, de modo
simplificado, y = 0,8 x, para qualquer estado de deformação.
2006 4-5 ufpr/tc405
e. Deformação da armadura comprimida (ε's) d' = 5 cm εc = 2,5‰
 x − d'   x − d' 
ε 's =   εc = 


 d − x  εs
 x   
x
 d 
'
 β x −  d = 50 cm
ε’s
 d ε
  βx 
c

 
'  
εs = 
 d' 
 β x −  εs = 10‰
 d ε
 1− βx  s

 
 
 5 
 0,20 − 
ε 's =  50  2,5‰ = 1,25‰
 0,20 
 
 
f. Força resistente de cálculo atuante na região da armadura comprimida (R'sd)
σ 's = ε 's E s ≤ f yd
1,25 20 cm
σ 's = × 21 000 = 26,25 kN/cm 2 < 43,5 kN/cm 2
1000
R 'sd = A 's × σ 's
{ { R'sd
área tensão

R 'sd = 2,45 × 26,25 = 64,3 kN 5 cm

R 'sd = 64,3 kN ◄

g. Força resistente de cálculo atuante na região da armadura tracionada (Rsd)


σ s = ε s E s ≤ f yd
10,0 20 cm
σs = × 21 000 = 210 kN/cm 2 > 43,5 kN/cm 2
1000
σ s = 43,5 kN/cm 2
R sd = A s × σ s
{ {
área tensão
R sd = 6,03 × 43,5 = 262,3 kN
R sd = 262,3 kN ◄
Rsd

5 cm

2006 4-6 ufpr/tc405


h. Esforços resistentes de cálculo (NRd e MRd)

y/2 = 3,6 cm
d' = 5 cm
Rcd = 219,1 kN
R'sd = 64,3 kN
h/2 = 27,5 cm
+
CG
+

esforços h/2 = 27,5 cm


resistentes
de cálculo
h - d = 5 cm Rsd = 262,3 kN

NRd = R sd - R cd - R 'sd (positivo para tração)


NRd = 262,3 - 219,1 - 64,3 = -21,1 kN
NRd = -21,1 kN compressão ◄
h  h y h 
MRd = R sd  − (h − d) + R cd  −  + R 'sd  − d'  (positivo para sentido horário)
2  2 2 2 
  55    55 7,2     55 
MRd =  262,3 ×  − ( 55 − 50 )   +  219,1×  −   +  64,3 ×  −5 
  2    2 2    2 
MRd = [ 262,3 × ( 27,5 − 5 ) ] + [ 219,1 × ( 27,5 − 3,6 ) ] + [ 64,3 × ( 27,5 − 5 ) ] = 12 585,0 kNcm
MRd = 125,8 kNm positivo ◄
i. Condição limite de segurança
A condição limite de segurança corresponde à igualdade da Equação [3.20]:
Rd = Sd
NRd = NSd = −21,1 kN compressão
MRd = MSd = 125,8 kNm momento positivo
j. Consideração do espaço ocupado por barras na região de concreto comprimido
Deve ser observado que na determinação do valor da força resistente de cálculo
atuante na região de concreto comprimido (Rcd) foi ignorada a existência da armadura
superior, tomando-se a seção de concreto comprimido sem o desconto de 2,45 cm2 (área
correspondente a 2 φ 12,5 mm).
A consideração do espaço ocupado por armadura na região de concreto comprimido
pode ser feita de duas maneiras:
− descontando da área de concreto comprimido a área da armadura existente nesta
região (altera o valor de Rcd, bem como seu ponto de atuação que deixa de ser y/2
por se tratar de seção vazada); ou
− descontando da tensão atuante na barra comprimida, a tensão atuante no concreto
comprimido (altera apenas o valor de R'sd).
A primeira solução é a mais trabalhosa pois implica na definição do centro de
gravidade de uma seção vazada (deixa de ser y/2). A segunda solução é a mais simples,
como demonstrado a seguir:
NRd = R sd - R cd - R 'sd + A 's × σ c
1424 3
tração

NRd = R sd − R cd − ( ) (
A 's × σ 's + A 's × σc )
NRd = R sd − R cd − (
A ' × σ' − σc
1s442s44 3
)
R 'sd,mod

2006 4-7 ufpr/tc405


Desta forma, alterando-se o valor da força resistente de cálculo atuante na região da
armadura comprimida (R'sd), tem-se:
( ) (
R 'sd,mod = A 's × σ 's − σ c = A 's × σ 's − 0,85fcd)
R 'sd,mod = 2,45 × [26,25 − ( 0,85 × 1,79 )] = 60,6 kN
NRd = R sd - R cd - R 'sd,mod
NRd = 262,3 - 219,1 - 60,6 = -17,4 kN
NRd = -17,4 kN compressão
h  h y h 
MRd = R sd  − (h − d) + R cd  −  + R 'sd,mod  − d' 
2  2 2 2 
  55     55 7,2     55 
MRd =  262,3 ×  − ( 55 − 50 )   +  219,1 ×  −   +  60,6 ×  −5
  2    2 2    2 
MRd = [ 262,3 × ( 27,5 − 5 ) ] + [ 219,1 × ( 27,5 − 3,6 ) ] + [ 60,6 × ( 27,5 − 5 ) ] = 12 501,7 kNcm
MRd = 125,0 kNm positivo
21,1 − 17,4
∆NRd = = 21,3%
17,4
125,8 − 125,0
∆MRd = = 0,6%
125,0
Como pode ser observado, a consideração do espaço ocupado por barras na região
de concreto comprimido só é significativa na determinação do esforço resistente de cálculo
NRd (diferença de 21,3%).
k. Observações
− As equações e notações aqui apresentadas são as mesmas do Capítulo [5]. São
válidas para a resolução de qualquer tipo de problema referente a seções
retangulares submetidas à flexão normal simples ou composta.
− A ABNT NBR 6118, item 17.2.2-e, adota para a relação y/x, calculada como 0,72 no
item c deste Exemplo, o valor fixo de 0,8 (y = 0,8 x), não considerando, desta forma,
as relações tensão-deformação que ocorrem na região de concreto comprimido.

4.3 Domínios da ABNT NBR 6118


Na resolução do Exemplo 4.1, item b, a posição da linha neutra pode ser determinada como
mostrado na Figura 4.6, resultando na Equação 4.3. Esta equação mostra que um único valor de
βx, que deveria corresponder a uma única posição da
εc linha neutra, pode ser obtido com infinitas combinações
linha das variáveis εc e εs (os conjuntos εc = εs = 1‰,
neutra εc = εs = 2‰ e εc = εs = 3,5‰, dentre outros,
x correspondem a βx = 0,5). Afim de evitar infinitas
soluções para a posição de linha neutra em um peça
d sujeita a solicitações normais, a ABNT NBR 6118,
item 17.2.2-g, estabelece que o estado limite último é
caracterizado quando a distribuição das deformações na
seção transversal pertencer a um dos domínios definidos
na Figura 4.7.
εs

Figura 4.6 – Posição da linha neutra

x εc
βx = = Equação 4.3
d εc + εs

2006 4-8 ufpr/tc405


encurtamentos
εc = 3,5‰
εc = 2‰
d’

3
h A’s
7
a
d
b 3 2
4
h 4
7 1
As 5
4a

εs = εyd
εs = 10‰

alongamentos

Figura 4.7 - Domínios de estado limite último de uma seção transversal


Na Figura 4.7 as retas e domínios correspondem a:
reta a: tração uniforme (εs’ = 10‰ e εs = 10‰),
obtida por força de tração centrada;
domínio 1: tração não uniforme, sem compressão (εs’ ≤ 10‰ e εs = 10‰),
obtida por força de tração excêntrica;
domínio 2: flexão simples ou composta sem ruptura à compressão do concreto e com
máximo alongamento do aço tracionado (0‰ ≤ εc ≤ 3,5‰ e εs = 10‰),
obtida por momento fletor isolado ou força de compressão excêntrica;
domínio 3: flexão simples (seção subarmada) ou composta com ruptura à compressão
do concreto e com escoamento do aço tracionado (εc = 3,5‰ e
εyd ≤ εs ≤ 10‰),
obtida por momento fletor isolado ou força de compressão excêntrica;
domínio 4: flexão simples (seção superarmada) ou composta com ruptura à compressão
do concreto e aço tracionado sem escoamento (εc = 3,5‰ e 0‰≤ εs ≤ εyd),
obtida por momento fletor isolado ou força de compressão excêntrica;
domínio 4a: flexão composta com armaduras comprimidas (εc = 3,5‰ e εs ≤ 0‰),
obtida por força de compressão excêntrica;
domínio 5: compressão não uniforme, sem tração (2‰ ≤ εc ≤ 3,5‰ e -2‰ ≤ εs ≤ 0‰),
obtida por força de compressão excêntrica;
reta b: compressão uniforme (εc = 2‰ e εs = 2‰),
obtida por força de compressão centrada.
Deve ser observado, na Equação 4.3, que:
− a reta a (tração uniforme) corresponde ao valor βx = -∞ (εs é igual a 10‰ e εc é quem
sofre variação até chegar ao valor -10‰); e
− a reta b (compressão uniforme) corresponde ao valor βx = +∞ (εc é igual a 2‰ e εs é
quem sofre variação até chegar ao valor -2‰).
A definição dos domínios de estado limite último de uma seção transversal (Figura 4.7) vai
implicar que se imponha limites para a equação estabelecida no item c do Exemplo 4.1 que define
a posição de deformada 0,7‰ (ordenada y), como mostrado na Figura 4.8. Ao contrario de βx, que
pode sofrer uma variação de -∞ a +∞, βy deverá ficar limitado como estabelecido na Equação 4.4,
obedecendo a condição de y ≤ h.

2006 4-9 ufpr/tc405


εc

y
x

d
h
0,7‰

εs

Figura 4.8 – Posição da deformada 0,7‰


≥ 0,0
y  ε c − 0,7‰ 
β y = =   Equação 4.4
d  ε c + ε s  h
≤ d

As retas a e b, bem como os domínios mostrados na Figura 4.7, podem, também, ser
representados por valores de βx obtidos da Equação 4.3. Para tal torna-se conveniente usar a
convenção de sinais apresentada na Figura 4.9 (encurtamentos positivos para o concreto e
alongamentos positivos para as armaduras). A origem da ordenada βx ocorre no ponto O, posição
da fibra de concreto mais comprimida ou menos tracionada. As ordenadas x (posição da linha
neutra), d (posição da armadura mais tracionada)
εc O e d’ (posição da armadura menos tracionada1),
também são posicionadas a partir da fibra de
x concreto mais comprimido (ponto O), com sentido
d' βx positivo na direção da armadura mais tracionada
d (mesmo sentido positivo de βx).
ε’ s

A’s
As εs

Figura 4.9 – Convenção de sinais para βx


Usando a convenção de sinais apresentada na Figura 4.9, as retas a e b, bem como as
retas limite entre os domínios, mostradas na Figura 4.7, podem ser representadas pelas seguintes
equações:
reta a (tração simples)
ε c = −10‰ ε s = 10‰
Equação 4.5
− 10‰
β x,a = = −∞
- 10‰ + 10‰

1
Observar que a armadura A’s passou a ser chamada de armadura menos tracionada e não mais de armadura
comprimida. Como a Figura 4.9 mostra, esta armadura, dependendo da posição da linha neutra, poderá estar
tracionada. Observar, também, que a própria armadura As, dependendo da posição da linha neutra, poderá estar
comprimida (ver domínios 4a e 5 da Figura 4.7).
2006 4-10 ufpr/tc405
reta 1-2 (limite entre os domínios 1 e 2)
ε c = 0‰ ε s = 10‰
Equação 4.6
0‰
β x,12 = = 0,000
0‰ + 10‰
reta 2-3 (limite entre os domínios 2 e 3)
ε c = 3,5‰ ε s = 10‰

Equação 4.7
3,5‰
β x,23 = = 0,259
3,5‰ + 10‰
reta 3-4 (limite entre os domínios 3 e 4)
ε c = 3,5‰ ε s = ε yd

3,5‰
β 25
x,34 = = 0,772 CA − 25
3,5‰ + 1,035‰
Equação 4.8
3,5‰
β 50
x,34 = = 0,628 CA − 50
3,5‰ + 2,070‰

3,5‰
β 60
x,34 = = 0,585 CA − 60
3,5‰ + 2,484‰
reta 4-4a (limite entre os domínios 4 e 4a)
ε c = 3,5‰ ε s = 0‰

Equação 4.9
3,5‰
β x,44a = = 1,000
3,5‰ + 0‰
reta 4a-5 (limite entre os domínios 4a e 5)
d 
ε c = 3,5‰ ε s =  − 1 × 3,5‰
h 

3,5‰ h Equação 4.10


β x, 4 a 5 = =
d  d
3,5‰ +  − 1 × 3,5‰
h 
reta b (compressão simples)
ε c = 2‰ ε s = −2‰
Equação 4.11
2‰
β x,b = = +∞
2‰ - 2‰
Além das deformações εc e εs, é conveniente, também, representar ε’s (encurtamento da
armadura comprimida ou alongamento da armadura menos tracionada) como função de βx
(Figura 4.10). Na resolução do Exemplo 4.1, item 0, foi mostrado que ε’s pode ser determinado
pela Equação 4.121.

1
Observar que a Equação 4.12, que segue a convenção de sinais da Figura 4.9, diferente, no sinal, da equação
apresentada no Exemplo 4.1, item e.
2006 4-11 ufpr/tc405
εc
d'

x
ε’s
d

εs (+)

εs ε’s (+)

Figura 4.10 – Deformações das armaduras

 d ' 
 − β x 
 d ε
 β x  c
 
'   ε 's > 0 ⇒ alongament o Equação 4.12
εs =  ⇒
 d '  ε 's < 0 ⇒ encurtamen to
 − β x 
 d ε
 1 − β x  s
 
 

Exemplo 4.2: Determinar, para a seção abaixo representada, o diagrama NRd x MRd.
Dados:
– concreto: C25;
– aço: CA-50;
– armadura superior: 2 φ 12,5 mm;
– armadura inferior: 2 φ 12,5 mm;
Considerar:
– estado limite último, combinações normais (γc = 1,4 e γs = 1,15);
– domínios da ABNT NBR 6118; e
– diagrama tensão-deformação simplificado do concreto (σc = 0,85 fcd para
0,7‰ ≤ εc ≤ 3,5‰).
εc

5 cm
MSd

45 cm
NSd

5 cm
20 cm εs

Solução: A solução do problema consiste na determinação de pares de valores NRd, MRd


para diversas posições da linha neutra. Estas posições da linha neutra poderão
ser as retas a e b e as retas limites dos domínios da Figura 4.7. Com os valores
de βx definidos pelas retas, os alongamentos e encurtamentos poderão ser
calculados usando as equações mostras a partir da página 4-10 (Equação 4.5 a
Equação 4.12). As tensões na região de concreto comprimido serão

2006 4-12 ufpr/tc405


determinadas pela Equação 4.1 e as tensões nas armaduras serão definidas
pela Equação 4.2. As resistências de cálculo correspondem às forças atuantes
na região de concreto comprimido (Rcd = Acc σc), na região da armadura
comprimida (R'sd = A's σ's) e na região da armadura tracionada (Rsd = As σs). Os
esforços resistentes de cálculo (NRd e MRd) ficam definidos pelas forças Rcd, R'sd e
Rsd, como mostrado na figura abaixo.
εc
d' R'sd
A's y
Rcd x
σc MSd
MRd ε's
d
NRd 0,7‰ NSd
As
Rsd
bw εs
∆l
esforços resistentes solicitações de
de cálculo cálculo
a. Dados - uniformização de unidades (kN e cm)
fck = 25 MPa = 2,5 kN/cm 2
γ c = 1,40 (ELU - combinação normal)
f 2,5
fcd = ck = = 1,79 kN/cm 2
γ c 1,40
f yk = 500 MPa = 50 kN/cm 2
γ s = 1,15 (ELU - combinação normal)
f yk 50
f yd = = = 43,5 kN/cm 2
γ s 1,15
E s = 210 GPa = 210 000 MPa = 21000 kN/cm 2
π × 1,25 2
A s,sup = A 's = 2 × = 2,45 cm 2
4
π × 1,25 2
A s,inf = A s = 2 × = 2,45 cm 2
4
b w = 20 cm
d = 50 cm
d' = 5 cm
h = 55 cm
d' 5 εc
= = 0,10
d 50 d'
h 55
= = 1,10
d 50 x
b. Alongamentos e encurtamentos (εc, εs e ε’s) ε’s
d
εc ⇒ Figura 4.7 (Equação 4.5
a Equação 4.11)
εs ⇒ Figura 4.7 (Equação 4.5
εs (+)
a Equação 4.11)

εs ε’s (+)

2006 4-13 ufpr/tc405


 d ' 
 − β x 
 d ε
 β x 
c

 
'  
ε s = ou (Equação 4.12)
 d ' 
 − β x 
 d ε
 1 − β x 
s

 


c. Posição da deformação 0,7‰ (y) εc
 ε − 0,7‰   ε − 0,7‰ 
y =  c  x =  c  d
 εc   εc + εs  y
x

≥ 0,0 d
y  ε c − 0,7‰  h
β y = =   (Equação 4.4)
d  ε c + ε s  h 0,7‰
≤
 d

εs

d. Força resistente de cálculo atuante na região de concreto comprimido (Rcd)


σ c = 0,85 fcd 0,7‰ ≤ ε c ≤ 3,5‰
σc = 0,85fcd
R cd = b w y × σ c
{ {
área tensão
( )
R cd = b w β y d × 0,85 fcd
bw

R cd = 0,85 β y b w d fcd
Rcd

e. Força resistente de cálculo atuante nas armaduras As (Rsd) ou A’s (R’sd)


σ s = ε s × E s ≤ fyd bw
R sd = A s × σ s

Os valores de Rsd e R’sd são determinados da


mesma forma (mesmas equações).
Se a armadura (As ou A’s) estiver alongada (εs
ou ε’s positivo) a força resultante (Rsd ou R’sd)
correspondera a força de tração. Caso contrário, a
força de compressão. d As
A figura apresenta somente o caso da
armadura As (são mostrados d e Rsd). Para a Rsd
armadura A’s apareceriam d’ no lugar de d e R’sd no
lugar de Rsd.

2006 4-14 ufpr/tc405


f. Esforços resistentes de cálculo (NRd e MRd) ⇒ convenção de sinais
y/2
Rcd

h/2
MRd (+) d' d
CG
NRd (+)
R'sd
esforços h/2
resistentes
de cálculo
Rsd

NRd = R sd - R cd + R 'sd (positivo para tração)


h  h y  h
MRd = R sd  − (h − d) + R cd  −  + R 'sd  d' − 
 2   2 2   2
 h h- y '  ' h 1
MRd = R sd  d −  + Rcd   + R sd  d −  (positivo para sentido horário)
 2   2   2 
g. Reta a (tração simples) ε’s = 10‰
εc = −10‰ 

ε s = 10‰  Equação 4.5
β x = −∞  A’s
g.1 deformação da armadura A’s (ε’s) reta a
 d'  NSd
 − βx 
ε 's =  d ε As
 1− βx  s
 
 
εs = 10‰
 0,10 − ∞ 
ε 's =   × 10‰ = 10‰
 1− ∞ 
g.2 posição da deformação 0,7‰ (βy)

≥ 0,0
y  ε c − 0,7‰ 
β y = =  
d  ε c + ε s  h
≤
 d
 − 10‰ − 0,7‰ 
βy =   = −∞ ⇒ β y = 0,000
 − 10‰ + 10‰ 
y
βy =
d
y
0,000 = ⇒ y = 0,00 cm
50
g.3 força resistente de cálculo atuante na região de concreto comprimido (Rcd)
R cd = 0,85 β y b w d fcd
R cd = 0,85 × 0,000 × 20 × 50 × 1,79 = 0,00 kN

1
Esta equação segue a convenção de sinais apresentada na Figura 4.9 e por isto difere um pouco da equação
apresentada no Exemplo 4.1, item h.
2006 4-15 ufpr/tc405
g.4 força resistente de cálculo atuante na armadura As (Rsd)
σ s = ε s × E s ≤ fyd
10
σs = × 21000 = 210 kN / cm 2 > 43,5 kN / cm 2 ⇒ σ s = 43,5 kN / cm 2
1000
R sd = A s × σ s
R sd = 2,45 × 43,5 = 106,58 kN
g.5 força resistente de cálculo atuante na armadura A’s (R’sd)
σ 's = ε 's × E s ≤ fyd
10
σ's = × 21000 = 210 kN / cm2 > 43,5 kN / cm2 ⇒ σ's = 43,5 kN / cm2
1000
R 'sd = A 's × σ 's
R 'sd = 2,45 × 43,5 = 106,58 kN
g.6 esforços resistentes de cálculo (NRd e MRd)
NRd = R sd - R cd + R 'sd
NRd = 106,58 - 0,00 + 106,58 = 213,16 kN (tração)
 h h- y '  ' h
MRd = R sd  d −  + Rcd   + R sd  d − 
 2  2   2
 55   55 − 0,00   55 
MRd = 106,58 ×  50 −  + 0,00 ×   + 106,58 ×  5 −  = 0,00 kNcm
 2   2   2 
MRd = 0,00 kNm
NRd = 213,16 kN (tração )

reta a  ◄
M = 0,00 kNm
 Rd
h. Reta 1-2
ε c = 0‰  reta 1-2

ε s = 10‰  Equação 4.6 A’s MSd
β x = 0,000  ε’s
h.1 deformação da armadura A’s (ε’s) NSd
 d'  As
 − βx 
ε 's =  d ε
 1− βx  s
  εs = 10‰
 
 0,10 − 0,000 
ε's =   × 10‰ = 1‰
 1 − 0,000 
h.2 posição da deformação 0,7‰ (βy)

≥ 0,0
y  ε c − 0,7‰ 
β y = =  
d  ε c + ε s  h
≤ d

 0‰ − 0,7‰ 
βy =   = −0,070 ⇒ β y = 0,000
 0‰ + 10‰ 
y
βy =
d
y
0,000 = ⇒ y = 0,00 cm
50

2006 4-16 ufpr/tc405


h.3 força resistente de cálculo atuante na região de concreto comprimido (Rcd)
R cd = 0,85 β y b w d fcd
R cd = 0,85 × 0,000 × 20 × 50 × 1,79 = 0,00 kN
h.4 força resistente de cálculo atuante na armadura As (Rsd)
σ s = ε s × E s ≤ fyd
10
σs = × 21000 = 210 kN / cm 2 > 43,5 kN / cm 2 ⇒ σ s = 43,5 kN / cm 2
1000
R sd = A s × σ s
R sd = 2,45 × 43,5 = 106,58 kN
h.5 força resistente de cálculo atuante na armadura A’s (R’sd)
σ 's = ε 's × E s ≤ fyd
1
σ's = × 21000 = 21,0 kN / cm2 < 43,5 kN / cm2 ⇒ σ 's = 21,0 kN / cm2
1000
R 'sd = A 's × σ 's
R 'sd = 2,45 × 21,0 = 51,45 kN
h.6 esforços resistentes de cálculo (NRd e MRd)
NRd = R sd - R cd + R 'sd
NRd = 106,58 - 0,00 + 51,45 = 158,03 kN (tração)
 h h- y '  ' h
MRd = R sd  d −  + Rcd   + R sd  d − 
 2   2   2
 55   55 − 0,00   55 
MRd = 106,58 ×  50 −  + 0,00 ×   + 51,45 ×  5 −  = 1240,43 kNm
 2   2   2 
MRd = 12,40kNm (positivo)
NRd = 158,03 kN (tração )

reta 12  ◄
M = 12,40 kNm (positivo ) εc =
 Rd
3,5‰
i. Reta 2-3
ε c = 3,5‰  reta 2-3

ε s = 10‰  Equação 4.7
MSd
β x = 0,259  A’s
ε’s
i.1 deformação da armadura A’s (ε’s)
NSd
 d' 
 − βx  As
ε's =  d ε
 βx  c
 
  εs = 10‰
 0,10 − 0,259 
ε 's =   × 3,5‰ = −2,15‰
 0,259 
i.2 posição da deformação 0,7‰ (βy)

≥ 0,0
y  ε c − 0,7‰ 
β y = =  
d  ε c + ε s  h
≤
 d
 3,5‰ − 0,7‰ 
βy =   = 0,207
 3,5‰ + 10‰ 
y
βy =
d

2006 4-17 ufpr/tc405


y
0,207 = ⇒ y = 10,35 cm
50
i.3 força resistente de cálculo atuante na região de concreto comprimido (Rcd)
R cd = 0,85 β y b w d fcd
Rcd = 0,85 × 0,207 × 20 × 50 × 1,79 = 314,95 kN
i.4 força resistente de cálculo atuante na armadura As (Rsd)
σ s = ε s × E s ≤ fyd
10
σs = × 21000 = 210 kN / cm 2 > 43,5 kN / cm 2 ⇒ σ s = 43,5 kN / cm 2
1000
R sd = A s × σ s
R sd = 2,45 × 43,5 = 106,58 kN
i.5 força resistente de cálculo atuante na armadura A’s (R’sd)
σ 's = ε 's × E s ≤ fyd

σ's =
(− 2,15 ) × 21000 = − 45,15 kN / cm2 ⇒ σ' = −43,5 kN / cm2
1442443 s
1000
σ's > 43,5 kN / cm2

R 'sd = A 's × σ 's


R 'sd = 2,45 × (− 43,5 ) = −106,58 kN
i.6 esforços resistentes de cálculo (NRd e MRd)
NRd = R sd - R cd + R 'sd
NRd = 106,58 - 314,95 - 106,58 = −314,95 kN (compressão)
 h h- y '  ' h
MRd = R sd  d −  + Rcd   + R sd  d − 
 2  2   2
 55   55 − 10,35   55 
MRd = 106,58 ×  50 −  + 314,95 ×   − 106,58 ×  5 −  = 11 827,36 kNcm
 2   2   2 
MRd = 118,27 kNm (positivo)
NRd = 314,95 kN (compressão )

reta 23  ◄
M = 118,27 kNm (positivo )
 Rd εc =
j. Reta 3-4 3,5‰
ε c = 3,5‰  reta 3-4

ε s = 2,07‰  Equação 4.8
MSd
β x = 0,628  A’s
ε’s
j.1 deformação da armadura A’s (ε’s)
 d'  NSd
 − βx  As
ε's =  d ε
 βx  c
 
 
εs =
 0,10 − 0,628 
ε 's =   × 3,5‰ = −2,94‰
 0,628  2,07‰
j.2 posição da deformação 0,7‰ (βy)

≥ 0,0
y  ε c − 0,7‰ 
β y = =  
d  ε c + ε s  h
≤ d

2006 4-18 ufpr/tc405


 3,5‰ − 0,7‰ 
βy =   = 0,502
 3,5‰ + 2,07‰ 
y
βy =
d
y
0,502 = ⇒ y = 25,10 cm
50
j.3 força resistente de cálculo atuante na região de concreto comprimido (Rcd)
R cd = 0,85 β y b w d fcd
R cd = 0,85 × 0,502 × 20 × 50 × 1,79 = 763,79 kN
j.4 força resistente de cálculo atuante na armadura As (Rsd)
σ s = ε s × E s ≤ fyd
2,07
σs = × 21000 = 43,5 kN / cm 2 OK
1000
R sd = A s × σ s
R sd = 2,45 × 43,5 = 106,58 kN
j.5 força resistente de cálculo atuante na armadura A’s (R’sd)
σ 's = ε 's × E s ≤ fyd

σ's =
(− 2,94 ) × 21000 = − 61,74 kN / cm2 ⇒ σ' = −43,5 kN / cm2
1442443 s
1000
σ 's > 43,5 kN / cm 2

R 'sd = A 's × σ 's


R 'sd = 2,45 × (− 43,5 ) = −106,58 kN
j.6 esforços resistentes de cálculo (NRd e MRd)
NRd = R sd - R cd + R 'sd
NRd = 106,58 - 763,79 - 106,58 = −763,79 kN (compressão)
 h h- y '  ' h
MRd = R sd  d −  + Rcd   + R sd  d − 
 2  2   2
 55   55 − 25,10   55 
MRd = 106,58 ×  50 −  + 763,79 ×   − 106,58 ×  5 −  = 16214,76 kNcm
 2   2   2 
MRd = 177,42 kNm (positivo)
NRd = 763,79 kN (compressão )

reta 34  ◄
M = 162,15 kNm (positivo )
 Rd εc =
k. Reta 4-4a 3,5‰
ε c = 3,5‰ 
 reta 4-4a
ε s = 0‰  Equação 4.9
β x = 1,000  A’s MSd
k.1 deformação da armadura A’s (ε’s) ε’s
 d'  NSd
 − βx 
As
ε's =  d ε
 βx  c
  εs = 0‰
 
 0,10 − 1,000 
ε 's =   × 3,5‰ = −3,15‰
 1,000 

2006 4-19 ufpr/tc405


k.2 posição da deformação 0,7‰ (βy)

≥ 0,0
y  ε c − 0,7‰ 
β y = =  
d  ε c + ε s  h
≤ d

 3,5‰ − 0,7‰ 
βy =   = 0,800
 3,5‰ + 0‰ 
y
βy =
d
y
0,800 = ⇒ y = 40,00 cm
50
k.3 força resistente de cálculo atuante na região de concreto comprimido (Rcd)
R cd = 0,85 β y b w d fcd
R cd = 0,85 × 0,800 × 20 × 50 × 1,79 = 1217,20 kN
k.4 força resistente de cálculo atuante na armadura As (Rsd)
σ s = ε s × E s ≤ fyd
0,0
σs = × 21000 = 0,00 kN / cm 2
1000
R sd = A s × σ s
R sd = 2,45 × 0,00 = 0,00 kN
k.5 força resistente de cálculo atuante na armadura A’s (R’sd)
σ 's = ε 's × E s ≤ fyd

σ 's =
(− 3,15 ) × 21000 = − 66,15 kN / cm 2 ⇒ σ ' = −43,5 kN / cm 2
144
42444
3 s
1000
σ's > 43,5 kN / cm2

R 'sd = A 's × σ 's


R 'sd = 2,45 × (− 43,5 ) = −106,58 kN
k.6 esforços resistentes de cálculo (NRd e MRd)
NRd = R sd - R cd + R 'sd
NRd = 0,00 - 1217,20 - 106,58 = −1323,78 kN (compressão)
 h h- y '  ' h
MRd = R sd  d −  + Rcd   + R sd  d − 
 2  2   2
 55   55 − 40,00   55 
MRd = 0,00 ×  50 −  + 1217,20 ×   − 106,58 ×  5 −  = 11527,05 kNcm
 2   2   2 
MRd = 115,27 kNm (positivo)
NRd = 1323,78 kN (compressão )

reta 44a  ◄
M = 115,27 kNm (positivo ) εc =
 Rd 3,5‰
l. Reta 4a-5
reta 4a-5

ε c = 3,5‰  MSd
 A’s
 50   ε’s
εs =  − 1 × 3,5‰ = -0,32‰  Equação 4.10
 55   NSd
55 
βx = = 1,100  As
50 εs

2006 4-20 ufpr/tc405


l.1 deformação da armadura A’s (ε’s)
 d' 
 − βx 
ε's =  d ε
 βx  c
 
 
 0,10 − 1,100 
ε 's =   × 3,5‰ = −3,18‰
 1,100 
l.2 posição da deformação 0,7‰ (βy)

≥ 0,0
y  ε c − 0,7‰ 
βy = =    
d  ε c + ε s  h
≤ d

 3,5‰ − 0,7‰ 
βy =   = 0,880
 3,5‰ − 0,32‰ 
y
βy =
d
y
0,880 = ⇒ y = 44,00 cm
50
l.3 força resistente de cálculo atuante na região de concreto comprimido (Rcd)
R cd = 0,85 β y b w d fcd
R cd = 0,85 × 0,880 × 20 × 50 × 1,79 = 1338,92 kN
l.4 força resistente de cálculo atuante na armadura As (Rsd)
σ s = ε s × E s ≤ fyd

σs =
(− 0,32) × 21000 = − 6,72 kN / cm2 ⇒ σ = −6,72 kN / cm2
1442443 s
1000
σ s < 43,5 kN / cm 2

R sd = A s × σ s
R sd = 2,45 × (− 6,72 ) = −16,46 kN
l.5 força resistente de cálculo atuante na armadura A’s (R’sd)
σ 's = ε 's × E s ≤ fyd

σ 's =
(− 3,18 ) × 21000 = − 66,78 kN / cm 2 ⇒ σ ' = −43,5 kN / cm 2
144
42444
3 s
1000
σ 's > 43,5 kN / cm 2

R 'sd = A 's × σ 's


R 'sd = 2,45 × (− 43,5 ) = −106,58 kN
l.6 esforços resistentes de cálculo (NRd e MRd)
NRd = R sd - R cd + R 'sd
NRd = −16,46 - 1338,92 - 106,58 = −1461,96 kN (compressão)
 h h- y '  ' h
MRd = R sd  d −  + Rcd   + R sd  d − 
 2   2   2
 55   55 − 44,00   55 
MRd = −16,46 ×  50 −  + 1338,92 ×   − 106,58 ×  5 −  = 9391,76 kNcm
 2   2   2 
MRd = 93,92 kNm (positivo)
NRd = 1461,96 kN (compressão )

reta 4a5  ◄
M = 93,92 kNm (positivo )
 Rd

2006 4-21 ufpr/tc405


m. Reta b εc =
ε c = 2,0‰  2‰

ε s = −2,0‰  Equação 4.11 reta b
β x = +∞ 

A’s
m.1 deformação da armadura A’s (ε’s)
 d'  ε’s
 − βx 
NSd
ε's =  d ε
 βx  c As
 
 
 0,10 − ∞ 
ε 's =   × 2,0‰ = −2,0‰ εs =
 ∞  -2‰
m.2 posição da deformação 0,7‰ (βy)

≥ 0,0
y  ε c − 0,7‰ 
β y = =  
d  ε c + ε s  h
≤ d

 2‰ − 0,7‰  h
βy =   = ∞ ⇒ β y = = 1,100
 2‰ − 2 ‰  d
y
βy =
d
y
1,100 = ⇒ y = 55,00 cm
50
m.3 força resistente de cálculo atuante na região de concreto comprimido (Rcd)
R cd = 0,85 β y b w d fcd
R cd = 0,85 × 1,100 × 20 × 50 × 1,79 = 1673,65 kN
m.4 força resistente de cálculo atuante na armadura As (Rsd)
σ s = ε s × E s ≤ fyd

σs =
(− 2) × 21000 = − 42,00 kN / cm2 ⇒ σ = −42,00 kN / cm2
1442443 s
1000
σ s < 43,5 kN / cm 2

R sd = A s × σ s
R sd = 2,45 × (− 42,00 ) = −102,90 kN
m.5 força resistente de cálculo atuante na armadura A’s (R’sd)
σ 's = ε 's × E s ≤ fyd

σ's =
(− 2) × 21000 = − 42,00 kN / cm2 ⇒ σ' = −42,00 kN / cm2
1442443 s
1000 ' 2
σ s < 43,5 kN / cm

R 'sd = A 's × σ 's


= 2,45 × (− 42,00 ) = −102,90 kN
R 'sd
m.6 esforços resistentes de cálculo (NRd e MRd)
NRd = R sd - R cd + R 'sd
NRd = −102,90 - 1673,65 - 102,90 = −1879,45 kN (compressão)
 h h- y '  ' h
MRd = R sd  d −  + Rcd   + R sd  d − 
 2  2   2
 55   55 − 55   55 
MRd = −102,90 ×  50 −  + 1673,65 ×   − 106,58 ×  5 −  = 0,00 kNcm
 2   2   2 
MRd = 0,00 kNm

2006 4-22 ufpr/tc405


NRd = 1879,45 kN (compressão )

reta b  ◄
M = 0,00 kNm
 Rd
n. Diagrama NRd x MRd MRd
200 kNm

150 kNm
domínio 4

domínio 3 100 kNm


domínio 4a
domínio 2
50 kNm
domínio 5
domínio 1
NRd NRd
(compressão) (tração)
2000 kN 15000 kN 1000 kN 500 kN 500 kN

Tendo sido estabelecido valores para βx que definem os limites dos domínios, como também
as relações entre βx e as deformações do concreto e das armaduras (Equação 4.3 e
Equação 4.12) torna-se possível uma formulação matemática para os domínios da
ABNT NBR 6118. Considerando a convenção de sinais da Figura 4.9, tem-se:
domínio 1: -∞ ≤ βx ≤ 0,000
 β 
ε c =  x  × 10‰ ε c < 0 ⇒ alongament o ( − )
 1- β x 

ε s = 10‰ ε s > 0 ⇒ alongament o ( + )


Equação 4.13
d '

 − βx 
εs =  d
'  × 10‰ ε ' > 0 ⇒ alongament o ( + )
 1− βx  s

 
 
domínio 2: 0,000 ≤ βx ≤ 0,259
 β 
ε c =  x  × 10‰ ε c > 0 ⇒ encurtamen to ( + )
 1- β x 

ε s = 10‰ ε s > 0 ⇒ alongament o ( + )


Equação 4.14
d '

 − βx 
εs =  d
'  × 10‰ ε ' > 0 ⇒ alongament o ( + )
s
 1− βx  < 0 ⇒ encurtamen to ( −)
 
 

2006 4-23 ufpr/tc405


0,772 CA − 25

domínio 3: 0,259 ≤ βx ≤ 0,628 CA − 50
0,585 CA − 60

ε c = 3,5‰ ε c > 0 ⇒ encurtamen to ( + )

 1− βx 
ε s =   × 3,5‰ ε s > 0 ⇒ alongament o ( + )
 βx 
Equação 4.15
d'

 − βx 
ε 's =  d  × 3,5‰ ε ' > 0 ⇒ alongament o ( + )
s
 βx  < 0 ⇒ encurtamen to ( − )
 
 

CA − 25 0,772 

domínio 4: CA − 50 0,628  ≤ βx ≤ 1,000
CA − 60 0,585 
ε c = 3,5‰ ε c > 0 ⇒ encurtamen to ( + )

 1− βx 
ε s =   × 3,5‰ ε s > 0 ⇒ alongament o ( + )
 βx 
Equação 4.16
d'

 − βx 
ε 's =  d  × 3,5‰ ε ' > 0 ⇒ alongament o ( + )
s
 βx  < 0 ⇒ encurtamen to ( − )
 
 
h
domínio 4a: 1,000 ≤ βx≤
d
ε c = 3,5‰ ε c > 0 ⇒ encurtamen to ( + )

 1− βx 
ε s =   × 3,5‰ ε s < 0 ⇒ encurtamen to ( − )
 βx 
Equação 4.17
d '

 − βx 
εs =  d
'  × 3,5‰ ε < 0 ⇒ encurtamen to ( − )
 βx  s

 
 

2006 4-24 ufpr/tc405


h
domínio 5: ≤ βx≤ +∞
d
 
 βx 
εc =   × 2‰ ε c > 0 ⇒ encurtamen to ( + )
  3 h 
βx −  ×  
  7 d

 
 1− β 
εs =  x  × 2‰ ε s < 0 ⇒ encurtamen to ( − ) Equação 4.18
  3 h 
βx −  ×  
  7 d

 d' 
 − βx 
ε 's =  d  × 2‰ ε 's < 0 ⇒ encurtamen to ( − )
  3 h 
βx −  ×  
  7 d

4.4 Simbologia específica


4.4.1 Símbolos base
bw largura da viga
d altura útil da viga - distância da fibra de concreto mais comprimida até o centro de
gravidade da armadura tracionada
d' distância da fibra de concreto mais comprimida até o centro de gravidade da
armadura comprimida
fc resistência à compressão do concreto
fcd resistência à compressão do concreto de cálculo
fck resistência à compressão do concreto característica
fc28 resistência do concreto aos 28 dias
fk resistência característica
fm resistência média
fyd resistência ao escoamento do aço de cálculo
fyk resistência ao escoamento do aço característica
gk valor característico da ação permanente
h altura da viga
l vão
s desvio padrão
x altura da linha neutra
y altura do retângulo de tensões σc
z braço de alavanca
Acc área de concreto comprimido
As área da seção transversal da armadura longitudinal tracionada
A's área da seção transversal da armadura longitudinal comprimida
Es módulo de elasticidade do aço
MRd momento fletor resistente de cálculo
MSd momento fletor solicitante de cálculo
NRd força normal resistente de cálculo
NSd força normal solicitante de cálculo
Qk valor característico da ação variável
Rcd força resistente de cálculo atuante na região de concreto comprimido
Rd esforço resistente de cálculo
Rsd força resistente de cálculo atuante na armadura tracionada
R'sd força resistente de cálculo atuante na armadura comprimida
Sd solicitação de cálculo

2006 4-25 ufpr/tc405


βx valor adimensional que define a posição da linha neutra
βy valor adimensional que define a região de concreto comprimido
εc deformação específica do concreto
εs deformação específica do aço à tração
ε's deformação específica do aço à compressão
εyd deformação específica de escoamento do aço
φ diâmetro das barras da armadura
γc coeficiente de ponderação da resistência do concreto
γg coeficiente de ponderação para as ações permanentes diretas
γq coeficiente de ponderação para as ações variáveis diretas
γs coeficiente de ponderação da resistência do aço
σc tensão à compressão no concreto
σs tensão à tração na armadura
σ's tensão à compressão na armadura
4.4.2 Símbolos subscritos
inf inferior
mod modificado
sup superior

4.5 Exercícios
Ex. 4.1: Defina os diagramas tensão-deformação de cálculo para:
− concreto C20 (parábola-retângulo); e
− aço CA-50.
Complete o quadro abaixo e defina os diagramas usando as seguintes escalas:
− deformação: 1 cm = 1‰
− tensão do concreto: 1 cm = 5 MPa
− tensão da armadura: 1 cm = 100 MPa
σc σs
ε
(MPa) (MPa)
0,0‰
0,5‰
1,0‰
1,5‰
2,0‰
2,5‰
3,0‰
3,5‰
4,0‰
5,0‰
10,0‰

Ex. 4.2: Determinar, para a viga abaixo representada:


a. a posição da linha neutra (x) e o correspondente domínio;
b. a força resistente de cálculo atuante na região de concreto comprimido (Rcd);
c. a força resistente de cálculo atuante na armadura superior (R'sd);
d. a força resistente de cálculo atuante na armadura inferior (Rsd);
e. os esforços resistentes de cálculo (NRd e MRd); e
f. as solicitações de cálculo (NSd e MSd) para a condição limite de segurança (Rd = Sd).
Dados:
− concreto: C25;
− aço: CA-50;
− armadura superior: 2 φ 10 mm;

2006 4-26 ufpr/tc405


− armadura inferior: 3 φ 12,5 mm;
− encurtamento do concreto: 3,5‰ para a fibra mais comprimida; e
− alongamento da armadura: 7,0‰ para a barra mais tracionada.
Considerar:
− estado limite último, combinações normais (γc = 1,4 e γs = 1,15);
− domínios da ABNT NBR 6118;
− condição de segurança Rd = Sd; e
− diagrama tensão-deformação simplificado do concreto (σc = 0,85 fcd para
0,7‰ ≤ εc ≤ 3,5‰).
3,5‰

5 cm
MSd

40 cm
NSd

5 cm
20 cm 7,0‰

Ex. 4.3: Determinar os valores da força normal resistente de cálculo (NRd) e do momento
fletor resistente de cálculo (MRd) correspondentes ao estado de deformação mostrado na viga
abaixo representada.
Dados:
− concreto: C20;
− aço: CA-50;
− armadura superior: 2 φ 12,5 mm;
− armadura inferior: 3 φ 16 mm;
− encurtamento do concreto: 2,0‰ para a fibra mais comprimida; e
− alongamento da armadura: 10,0‰ para a barra mais tracionada.
Considerar:
− estado limite último, combinações normais (γc = 1,4 e γs = 1,15);
− domínios da ABNT NBR 6118;
− condição de segurança Rd = Sd; e
− diagrama tensão-deformação simplificado do concreto (σc = 0,85 fcd para
0,7‰ ≤ εc ≤ 3,5‰).
2,0‰

5 cm
MSd

55 cm
NSd

5 cm
20 cm 10,0‰

Ex. 4.4: Determinar os valores da força normal resistente de cálculo (NRd) e do momento
fletor resistente de cálculo (MRd) correspondentes ao estado de deformação mostrado na viga
abaixo representada.
2006 4-27 ufpr/tc405
Dados:
− concreto: C20;
− aço: CA-25;
− armadura: 3 φ 16 mm;
− encurtamento do concreto: 3,5‰ para a fibra mais comprimida; e
− alongamento da armadura: 3,5‰ para a barra mais tracionada.
Considerar:
− estado limite último, combinações normais (γc = 1,4 e γs = 1,15);
− domínios da ABNT NBR 6118;
− condição de segurança Rd = Sd;
− diagrama tensão-deformação simplificado do concreto (σc = 0,80 fcd para
0,7‰ ≤ εc ≤ 3,5‰); e
− solicitações e esforços referidos ao centro de gravidade da seção transversal da viga.
3,5‰

5 cm

35 cm MSd

NSd

5 cm
3,5‰
45 cm

Ex. 4.5: Determinar os valores da força normal resistente de cálculo (NRd) e do momento
fletor resistente de cálculo (MRd) correspondentes ao estado de deformação mostrado na viga
abaixo representada.
Dados:
− concreto: C20;
− aço: CA-25;
− armadura: 4 φ 16 mm;
− encurtamento do concreto: 3,5‰ para a fibra mais comprimida; e
− alongamento da armadura: 3,5‰ para a barra mais tracionada.
Considerar:
− estado limite último, combinações normais (γc = 1,4 e γs = 1,15);
− domínios da ABNT NBR 6118;
− condição de segurança Rd = Sd;
− diagrama tensão-deformação simplificado do concreto (σc = 0,85 fcd para
0,7‰ ≤ εc ≤ 3,5‰); e
− solicitações e esforços referidos ao centro de gravidade da seção transversal da viga.

2006 4-28 ufpr/tc405


3,5‰

20 cm
10 cm MSd

NSd
80 cm

60 cm 3,5‰

20 cm 20 cm

Ex. 4.6: Determinar os valores da força normal resistente de cálculo (NRd) e do momento
fletor resistente de cálculo (MRd) correspondentes ao estado de deformação mostrado na viga
abaixo representada.
Dados:
− concreto: C30;
− aço: CA-50;
− armadura: 2 φ 16 mm;
− encurtamento do concreto: 3,5‰ para a fibra mais comprimida; e
− alongamento da armadura: 1,75‰ para a barra mais tracionada.
Considerar:
− estado limite último, combinações normais (γc = 1,4 e γs = 1,15);
− domínios da ABNT NBR 6118;
− condição de segurança Rd = Sd;
− diagrama tensão-deformação simplificado do concreto (σc = 0,85 fcd para
0,7‰ ≤ εc ≤ 3,5‰); e
− solicitações e esforços referidos ao centro de gravidade da seção transversal da viga.
50 cm 3,5‰

10 cm MSd

10 cm NSd

10 cm 10 cm 30 cm

5 cm
10 cm 1,75‰

Ex. 4.7: Determinar a curva força normal resistente de cálculo x momento fletor resistente de
cálculo (NRd x MRD) para a viga abaixo representada.
Dados:
− concreto: C20;
− aço: CA-50;
− armadura superior: 2 φ 10 mm; e
− armadura inferior: 3 φ 12,5 mm.

2006 4-29 ufpr/tc405


A curva deverá ser traçada para o intervalo de pontos definidos a seguir:

εc εs
Ponto NRd MRd
(encurtamento) (alongamento)

1 0,0‰ 10,0‰
2 2,0‰ 10,0‰
3 3,5‰ 10,0‰
4 3,5‰ 7,0‰
5 3,5‰ 3,5‰
6 3,5‰ 0,0‰

Considerar:
− estado limite último, combinações normais (γc = 1,4 e γs = 1,15);
− domínios da ABNT NBR 6118;
− condição de segurança Rd = Sd; e
− diagrama tensão-deformação simplificado do concreto (σc = 0,85 fcd para
0,7‰ ≤ εc ≤ 3,5‰).

εc

5 cm
MSd

40 cm
NSd

5 cm
20 cm εs

Ex. 4.8: A viga abaixo indicada está submetida a um momento fletor solicitante de cálculo
(MSd) igual a 125 kNm. Sabendo-se que o encurtamento da fibra de concreto mais comprimida (εc)
é igual a 3,5‰, para a condição limite de segurança (Rd = Sd), pede-se:
a. a posição da linha neutra (x) e o correspondente domínio;
b. a tensão no concreto (σc) na região comprimida;
c. a altura do bloco de concreto comprimido (y);
d. valor do braço de alavanca (z) correspondente ao binário formado pelas forças
resistentes;
e. a força resistente de cálculo atuante na região de concreto comprimido (Rcd);
f. a força resistente de cálculo atuante na armadura tracionada (Rsd);
g. o alongamento da armadura (εs) necessário para resistir ao momento fletor solicitante
de cálculo;
h. a tensão na armadura (σs) necessária para resistir ao momento fletor solicitante de
cálculo; e
i. a área de armadura (As) necessária para resistir ao momento fletor solicitante de
cálculo.
Dados:
− concreto: C20; e
− aço: CA-50.
Considerar:
− estado limite último, combinações normais (γc = 1,4 e γs = 1,15);
− domínios da ABNT NBR 6118;
− condição de segurança Rd = Sd; e

2006 4-30 ufpr/tc405


− diagrama tensão-deformação simplificado do concreto (σc = 0,85 fcd para
0,7‰ ≤ εc ≤ 3,5‰).
3,5‰

MSd = 125 kNm


45 cm

As
5 cm
20 cm εs

Ex. 4.9: A viga abaixo indicada está submetida a um momento fletor solicitante de cálculo
MSd. Sabendo-se que:
− o encurtamento da fibra de concreto mais comprimida (εc) é igual a 3,5‰;
− a linha neutra (x) encontra-se 25 cm abaixo da fibra mais comprimida; e
− a armadura de compressão (A's) corresponde a 4,0 cm2,
pede-se:
a. o domínio correspondente ao estado de deformação;
b. o alongamento (εs) da armadura tracionada;
c. o encurtamento (ε's) da armadura comprimida;
d. a tensão no concreto (σc) na região comprimida;
e. a tensão na armadura comprimida (σ's);
f. a tensão na armadura tracionada (σs);
g. o valor da força resistente de cálculo na região de concreto comprimido (Rcd);
h. o valor da força resistente de cálculo na armadura comprimida (R'sd);
i. o valor da força resistente de cálculo na armadura tracionada (Rsd);
j. a área de armadura tracionada (As) necessária para absorver o momento fletor
solicitante de cálculo; e
k. o valor do momento fletor solicitante de cálculo (MSd).
Dados:
− concreto: C25; e
− aço: CA-50.
Considerar:
− estado limite último, combinações normais (γc = 1,4 e γs = 1,15);
− domínios da ABNT NBR 6118;
− condição de segurança Rd = Sd;
− diagrama tensão-deformação simplificado do concreto (σc = 0,85 fcd para
0,7‰ ≤ εc ≤ 3,5‰); e
− solicitações e esforços referidos ao centro de gravidade da seção transversal da viga.
40 cm 3,5‰
5 cm

4,0 cm2 20 cm 25 cm MSd

35 cm
As

20 cm 5 cm εs
2006 4-31 ufpr/tc405
Ex. 4.10: A viga abaixo indicada está submetida a um momento fletor solicitante de cálculo
MSd. Sabendo-se que:
− o encurtamento da fibra de concreto mais comprimida (εc) é igual a 3,5‰; e
− a linha neutra (x) encontra-se 25 cm acima da fibra mais comprimida,
pede-se:
a. o valor da força resistente de cálculo na região de concreto comprimido (Rcd);
b. o valor da força resistente de cálculo na armadura tracionada (Rsd);
c. a área de armadura tracionada (As) necessária para absorver o momento fletor
solicitante de cálculo; e
d. o valor do momento fletor solicitante de cálculo (MSd).
Dados:
− concreto: C20; e
− aço: CA-50.
Considerar:
− estado limite último, combinações normais (γc = 1,4 e γs = 1,15);
− domínios da ABNT NBR 6118;
− condição de segurança Rd = Sd;
− diagrama tensão-deformação simplificado do concreto (σc = 0,80 fcd para
0,7‰ ≤ εc ≤ 3,5‰); e
− solicitações e esforços referidos ao centro de gravidade da seção transversal da viga.
40 cm
5 cm εs

As 20 cm

35 cm 25 cm MSd

20 cm 3,5‰

Ex. 4.11: Determinar os valores da força normal resistente de cálculo (NRd) e do momento
fletor resistente de cálculo (MRd) correspondentes ao estado de deformação mostrado na viga
abaixo representada.
Dados:
− concreto: C25;
− aço: CA-25;
− armadura superior: 2 φ 10 mm;
− armadura inferior: 3 φ 12,5 mm;
− encurtamento do concreto: 2,0‰ para a fibra mais comprimida; e
− alongamento da armadura: 10,0‰ para a barra mais tracionada.
Considerar:
− estado limite último, combinações normais (γc = 1,4 e γs = 1,15);
− domínios da ABNT NBR 6118;
− condição de segurança Rd = Sd;
− diagrama tensão-deformação simplificado do concreto (σc = 0,80 fcd para
0,7‰ ≤ εc ≤ 3,5‰); e
− solicitações e esforços referidos ao centro de gravidade da seção transversal da viga.

2006 4-32 ufpr/tc405


20 cm 2‰

5 cm
MSd
65 cm
NSd
5 cm

40 cm 10‰

Ex. 4.12: Uma viga calha, tal como ilustrada na figura, ao ser submetida a um carregamento
permanente uniformemente distribuído, sofreu uma deformação de flexão. Para a seção crítica
(máxima solicitação), constatou-se que o encurtamento da fibra mais comprimida do concreto
atingiu o máximo permitido pela ABNT NBR 6118 e foi igual ao alongamento da armadura. Nestas
condições, e considerando a condição limite de segurança (Rd = Sd), determinar:
a. a armadura As (cm2) necessária para que o estado de deformação supra referido seja
provocado somente por momento fletor (carregamento gk);
b. a força resistente de cálculo Rcd (kN) atuante na região de concreto comprimido,
componente do binário (momento fletor) estabelecido no item a; e
c. o carregamento característico gk (kN/m) atuante nas condições estabelecidas nos itens
a e b.
Dados:
− concreto: C20;
− aço: CA-50; e
− altura útil: d = h - 5 cm.
Considerar:
− estado limite último, combinações normais (γc = 1,4 e γs = 1,15);
− domínios da ABNT NBR 6118;
− condição de segurança Rd = Sd;
− diagrama tensão-deformação simplificado do concreto (σc = 0,85 fcd para
0,7‰ ≤ εc ≤ 3,5‰); e
− solicitações e esforços referidos ao centro de gravidade da seção transversal da viga.
20 20 20

gk = ? kN/m 40

5m
15

seção transversal
(dimensões em cm)

Ex. 4.13: A viga abaixo indicada, em equilíbrio estático, está submetida somente a um
momento fletor de cálculo MSd. Sabendo-se que o encurtamento da fibra de concreto mais
comprimida é igual a 3,5‰ e que a armadura tracionada é composta por três barras de 20 mm,
pede-se:
a. o alongamento da armadura tracionada necessário para promover o equilíbrio entre os
esforços externos e internos atuantes na viga;

2006 4-33 ufpr/tc405


b. a tensão na armadura necessária para promover o equilíbrio entre os esforços
externos e internos atuantes na viga; e
c. o valor do momento fletor de cálculo MSd atuante na viga.
Dados:
− concreto: C20; e
− aço: CA-50.
Considerar:
− estado limite último, combinações normais (γc = 1,4 e γs = 1,15);
− domínios da ABNT NBR 6118;
− condição de segurança Rd = Sd; e
− diagrama tensão-deformação simplificado do concreto (σc = 0,85 fcd para
0,7‰ ≤ εc ≤ 3,5‰).
3,5‰

MSd
40 cm

As
5 cm
15 cm εs

Ex. 4.14: As colunas AB e CD, de seções transversais iguais a 30 cm x 30 cm, estão


submetidas à compressão centrada e recebem as reações da viga simplesmente apoiada AC.
Nestas condições, pede-se:
a. a área de armadura (As), necessária em cada coluna, considerando, na ruptura à
compressão centrada, a deformação do concreto igual a 2‰.
b. para a armadura calculada no item a, o máximo carregamento gk efetivamente
permitido sobre a viga, sabendo-se que o controle tecnológico (ruptura dos corpos de
prova cilíndricos), constatou, durante o processo de concretagem, que a resistência
média do concreto (fc28) resultou em 25,55 MPa e o desvio padrão (s) em 7,0 MPa.
c. citar, pelo menos uma recomendação, para evitar ou solucionar os problemas
associados ao item b.
Dados:
− concreto: C20; e
− aço: CA-50.
Considerar:
− estado limite último, combinações normais (γc = 1,4 e γs = 1,15);
− domínios da ABNT NBR 6118;
− condição de segurança Rd = Sd; e
− diagrama parábola-retângulo para o concreto.
Obs:
− considerar o peso próprio da viga incluído na carga gk; e
− admitir a probabilidade de 5% de ocorrência, na obra, de valores inferiores à
resistência característica do concreto (fc,28 = fck + 1,65 s).

2006 4-34 ufpr/tc405


gk = 260 kN/m

A C
l = 10 m
B D

As
NSd

2‰

corte longitudinal de diagrama de


uma coluna deformações

Ex. 4.15: A viga abaixo indicada está submetida a um momento fletor solicitante de cálculo
(MSd) que provoca o encurtamento da fibra de concreto mais comprimida (εc) igual a 2,5‰. Tendo
em vista que esta viga obedecerá, rigorosamente, o estabelecido para os domínios da
ABNT NBR 6118 (correspondência entre alongamentos e encurtamentos), determinar:
a. o valor do momento fletor solicitante de cálculo (MSd) correspondente ao estado de
deformação acima definido (MSd = MRd); e
b. a armadura tracionada (As) necessária para resistir o momento fletor solicitante de
cálculo (MSd) estabelecido de acordo com o item a.
Dados:
− concreto: C20;
− aço: CA-25;
Considerar:
− estado limite último, combinações normais (γc = 1,4 e γs = 1,15);
− domínios da ABNT NBR 6118;
− condição de segurança Rd = Sd;
− diagrama tensão-deformação simplificado do concreto (σc = 0,80 fcd para
0,7‰ ≤ εc ≤ 3,5‰); e
− solicitações e esforços referidos ao centro de gravidade da seção transversal da viga.
2,5‰

MSd

50 cm

AS
5 cm
55 cm εs

Ex. 4.16: A viga abaixo representada está solicitada apenas por um momento fletor
solicitante de cálculo MSd. Na condição limite de segurança - estado limite último (MRd = MSd), a
fibra de concreto mais comprimida deformou até o valor máximo admissível pela ABNT NBR 6118
e a linha neutra ficou situada 31,25 cm abaixo desta fibra. Nestas condições, pede-se:
2006 4-35 ufpr/tc405
a. os valores das forças resistentes de cálculo (kN) atuantes na região de concreto
comprimido (Rcd) e na região da armadura tracionada (Rsd);
b. o valor do momento fletor solicitante de cálculo MSd (kNm) capaz de provocar o estado
de deformação acima definido; e
c. o valor da armadura de tração As (cm2) necessária para resistir ao momento fletor
solicitante de cálculo MSd.
Dados:
− concreto: C20; e
− aço: CA-50.
Considerar:
− estado limite último, combinações normais (γc = 1,4 e γs = 1,15);
− domínios da ABNT NBR 6118;
− condição de segurança Rd = Sd;
− diagrama tensão-deformação simplificado do concreto (σc = 0,85 fcd para
0,7‰ ≤ εc ≤ 3,5‰); e
− solicitações e esforços referidos ao centro de gravidade da seção transversal da viga.

60 cm εc

15 cm
MSd

50 cm

As
5 cm
20 cm εs

Ex. 4.17: Determinar, para a viga abaixo representada:


a. o valor limite para a carga Qk (carga acidental direta – valor característico)
correspondente às condições mínimas de segurança estabelecidas pela
ABNT NBR 6118; e
b. a armadura necessária (cm2) para a condição estabelecida no item a.
Sabe-se que, para o estabelecido no item a, a viga apresenta as deformações indicadas no
desenho.
Dados:
− concreto: C20; e
− aço: CA-50;
Considerar:
− estado limite último, combinações normais (γc = 1,4 e γs = 1,15);
− domínios da ABNT NBR 6118;
− condição de segurança Rd = Sd; e
− diagrama tensão-deformação simplificado do concreto (σc = 0,85 fcd para
0,7‰ ≤ εc ≤ 3,5‰).
Obs:
− peso próprio da viga incluído na carga gk.

2006 4-36 ufpr/tc405


Qk

gk = 20 kN/m

1,0 m 2,0 m 2,0 m 1,0 m

2,5‰

MSd
45 cm

As
5 cm

20 cm 10‰
estado de deformação na seção
correspondente a posição da carga Qk

Ex. 4.18: Determinar o momento solicitante de cálculo (MSd) e a correspondente armadura


tracionada (As), capazes de provocar, na viga abaixo representada, um encurtamento na fibra de
concreto mais comprimida (εc) igual a 3,5‰ associado a uma altura (y) da região de concreto
comprimida igual a 24 cm.
Dados:
− concreto: C30; e
− aço: CA-50.
Considerar:
− estado limite último, combinações normais (γc = 1,4 e γs = 1,15);
− domínios da ABNT NBR 6118;
− condição de segurança Rd = Sd;
− diagrama tensão-deformação simplificado do concreto (σc = 0,85 fcd para
0,7‰ ≤ εc ≤ 3,5‰); e
− solicitações e esforços referidos ao centro de gravidade da seção transversal da viga.
εs
5

As 20

20
MSd

20

15 30 15 3,5‰
dimensões em cm

2006 4-37 ufpr/tc405


Ex. 4.19: Determinar, para o estado de deformação da viga abaixo representada:
a. a armadura de compressão (A’s), necessária para que a seção transversal resista
somente ao momento fletor solicitante de cálculo (MSd); e
b. o valor deste momento fletor solicitante de cálculo.
Dados:
− concreto: C20;
− aço: CA-50;
− armadura inferior: 3 φ 16 mm; e
− encurtamento da fibra de concreto mais comprimida: 2,5‰.
Considerar:
− estado limite último, combinações normais (γc = 1,4 e γs = 1,15);
− domínios da ABNT NBR 6118;
− condição de segurança Rd = Sd; e
− diagrama tensão-deformação simplificado do concreto (σc = 0,85 fcd para
0,7‰ ≤ εc ≤ 3,5‰).
2,5‰

5 cm
A’s
MSd

45 cm

5 cm
20 cm εs

Ex. 4.20: Determinar, para a viga abaixo representada, qual o momento resistente de
cálculo MRd para a condição de força normal nula. Sabe-se que o referido momento encontra-se
no domínio 2. Admitir, para este domínio, variação linear da curva MRd x NRd.
Dados:
− concreto: C20;
− aço: CA-50;
− armadura superior (A’s): 2 φ 10 mm; e
− armadura inferior (As): 2 φ 12,5 mm.
Considerar:
− estado limite último, combinações normais (γc = 1,4 e γs = 1,15);
− domínios da ABNT NBR 6118;
− condição de segurança Rd = Sd; e
− diagrama tensão-deformação simplificado do concreto (σc = 0,85 fcd para
0,7‰ ≤ εc ≤ 3,5‰).

εc
5 cm

A’s MSd
55 cm

As
εs
5 cm
20 cm

2006 4-38 ufpr/tc405


MRd

domínio 3

domínio 2
(reta)

NRd NRd
(compressão) (tração)

domínio 1

Ex. 4.21: Para a viga abaixo representada, determinar:


a. a armadura de tração (As), necessária para que a seção transversal resista somente
ao momento fletor solicitante de cálculo (MSd); e
b. o valor deste momento fletor solicitante de cálculo.
Dados:
− concreto: C25;
− aço: CA-50; e
− altura da região de concreto comprimido (y): 15 cm.
Considerar:
− estado limite último, combinações normais (γc = 1,4 e γs = 1,15);
− domínios da ABNT NBR 6118;
− condição de segurança Rd = Sd; e
− diagrama tensão-deformação simplificado do concreto (σc = 0,85 fcd para
0,7‰ ≤ εc ≤ 3,5‰).
50 cm εc

10 cm
15 cm
MSd

40 cm
0,7‰
As
5 cm
20 cm εs

Ex. 4.22: A viga abaixo indicada está submetida a um momento fletor solicitante de cálculo
(MSd) que provoca o alongamento da fibra de aço mais tracionada (εs) igual a 7‰. Tendo em vista
que esta viga será dimensionada com concreto C20, aço CA-25 e obedecerá, rigorosamente, o
estabelecido para os domínios da ABNT NBR 6118 (correspondência entre alongamentos e
encurtamentos), determinar:
a. o valor do momento fletor solicitante de cálculo (MSd) correspondente ao estado de
deformação acima definido (MSd = MRd); e
2006 4-39 ufpr/tc405
b. a armadura tracionada (As) necessária para resistir o momento fletor solicitante de
cálculo (MSd) estabelecido de acordo com o item a.
Considerar:
− estado limite último, combinações normais (γc = 1,4 e γs = 1,15);
− domínios da ABNT NBR 6118;
− condição de segurança Rd = Sd;
− diagrama tensão-deformação simplificado do concreto (σc = 0,80 fcd para
0,7‰ ≤ εc ≤ 3,5‰); e
− solicitações e esforços referidos ao centro de gravidade da seção transversal da viga.
εc

MSd

45 cm

AS
5 cm
50 cm 7‰

Ex. 4.23: A viga abaixo indicada está submetida somente a um momento fletor solicitante de
cálculo MSd. Sabendo-se que a área da seção transversal da armadura tracionada corresponde a
8,66 cm2, pede-se:
a. a altura do bloco de concreto comprimido (y);
b. a posição da linha neutra (x);
c. valor do braço de alavanca (z) correspondente ao binário formado pelas forças
resistentes;
d. a força resistente de cálculo atuante na região de concreto comprimido (Rcd);
e. a força resistente de cálculo atuante na armadura tracionada (Rsd);
f. o encurtamento da fibra de concreto mais comprimida (εc);
g. o alongamento da armadura tracionada (εs);
h. a tensão na armadura (σs); e
i. o momento fletor solicitante de cálculo (MSd).
Dados:
− concreto: C20; e
− aço: CA-50.
Considerar:
− estado limite último, combinações normais (γc = 1,4 e γs = 1,15);
− domínios da ABNT NBR 6118;
− condição de segurança Rd = Sd; e
− diagrama tensão-deformação simplificado do concreto (σc = 0,85 fcd para
0,7‰ ≤ εc ≤ 3,5‰).

2006 4-40 ufpr/tc405


5 10 5 εc

5
5

MSd
35

As
5
εs
dimensões
em cm

2006 4-41 ufpr/tc405


5FLEXÃO SIMPLES – ARMADURA LONGITUDINAL DE VIGA
5
5.1 Introdução
Uma viga reta, desde que não possua carregamentos horizontais ou inclinados, será
solicitada por momentos fletores e
forças cortantes, como mostrado na
Figura 5.1.

momento
força fletor
cortante

Figura 5.1 – Solicitações em viga


Nas vigas de concreto armado, os momentos fletores e as forças cortantes são
responsáveis pela existência de dois tipos de armadura (Figura 5.2):
− longitudinal, para resistir
armadura para aos momentos fletores; e
momento fletor − transversal, para resistir
A
às forças cortantes.
Neste capítulo só serão
estudadas as armaduras
longitudinais, ou seja, as armaduras
corte necessárias para resistir aos
A AA momentos fletores.
armadura para armadura para
força cortante momento fletor

Figura 5.2 – Armaduras de viga de concreto armado


Segundo o item 18.3.1 da ABNT NBR 6118, as vigas ficam caracterizadas quando:
− l/h ≥ 3 para vigas isostáticas; e
− l/h ≥ 2 para vigas contínuas;
onde:
l é o comprimento do vão teórico (ou o dobro do comprimento teórico, no caso de
balanço); e
h é a altura total da viga.
Vigas com relações l/h menores devem ser tratadas como vigas-parede.

2006 5-1 ufpr/tc405


5.2 Vãos efetivos de vigas
Segundo a 6118, item 14.6.2.4, o vão efetivo (Figura 5.3) pode ser calculado pela seguinte
expressão:
l ef = l 0 + a1 + a 2 Equação 5.1
com
0,5 t1 
a1 = min  
0,3 h 

0,5 t 2 
a 2 = min  
0,3 h 
onde:
lef vão efetivo da viga;
l0 distância entre faces de dois apoios consecutivos;
t comprimento do apoio paralelo ao vão da viga analisada;
h altura da viga.

viga
h

lef

l0 pilar

t1 t2
Figura 5.3 – Vão efetivo de viga

5.3 Estado limite último – domínios da ABNT NBR 6118


5.3.1 Domínios 2, 3 e 4
Quando da apresentação dos domínios da ABNT NBR 6118 (Figura [4.7]) foi visto que as
peças de concreto armado solicitadas somente por momento fletor (vigas) seriam possíveis
apenas nos domínios 2, 3 e 4, como reproduzido na Figura 5.4. Desta Figura deve ser observado
que:
− no domínio 2
! o concreto não chegou ao seu encurtamento limite (3,5‰), possuindo, ainda,
uma certa reserva de capacidade resistente;
! o aço chegou ao seu alongamento máximo (10‰), tendo esgotado sua
capacidade resistente; e
! a viga, se submetida a um carregamento superior ao de projeto, deve apresentar
um quadro de fissuração intensa devido ao excessivo alongamento da armadura
(e do concreto adjacente);
− no domínio 3 (seção subarmada)
! o concreto chegou ao seu encurtamento limite (3,5‰), tendo esgotado sua
capacidade resistente;
! o aço tem seu alongamento compreendido entre εyd e 10‰, possuindo, ainda,
uma boa reserva de capacidade resistente; e
! a viga, se submetida a um carregamento superior ao de projeto, deve apresentar
um quadro de fissuração expressivo devido ao fato da armadura (e o concreto
adjacente) apresentar alongamento considerável;

2006 5-2 ufpr/tc405


− no domínio 4 (seção superarmada)
! o concreto pode estar próximo de ultrapassar seu encurtamento limite (3,5‰),
tendo esgotado, por inteiro, sua capacidade resistente;
! o aço tem seu alongamento compreendido entre 0‰ e εyd, possuindo uma
grande reserva de capacidade resistente; e
! a viga, se submetida a um carregamento superior ao de projeto, não deve
apresentar um quadro de fissuração tão perceptível quanto aos dos domínios 2 e
3 devido ao pequeno alongamento da armadura (e do concreto adjacente).

εc = 3,5‰
0,000

2 MSd
0,259
x
d 3
βx,34

As 4
1,000
x
1,000 βx,34 0,259 βx =
d
βx

βx,34 4 3
CA-25: 0,772
σs sub- 2
CA-50: 0,628 super-
CA-60: 0,585 armada
armada
fyd

εs
εyd 10‰
Figura 5.4 – Domínios possíveis para vigas de concreto armado
As vigas, quando dimensionadas no domínio 4 (superarmadas), podem, em caso de uma
eventual sobrecarga imprevista, ser conduzidas a uma ruptura frágil (sem aviso prévio pois o
concreto rompe bruscamente sem que a armadura tenha esgotado sua capacidade resistente). As
vigas dimensionadas nos domínios 2 e 3 (subarmadas) têm, devido a condições mais adequadas
da posição da linha neutra, garantida boas condições de dutilidade, sendo conduzidas, para uma
condição adversa de carregamento, a rupturas com aviso prévio (a armadura escoa antes do
rompimento do concreto mostrando um quadro visível de deterioração da viga).
O comportamento de viga, se subarmada ou superarmada1, fica definido pela passagem do
domínio 3 para o domínio 4 (Figura 5.4), que corresponde à reta 3-4 definida pela Equação [4.8].
Desta forma é possível estabelecer, matematicamente, a condição para comportamento de viga
subarmada (desejado) e superarmada (a ser evitado), ou seja:

1
As vigas superarmadas possuem, em geral, pouca altura e excessiva armadura (daí o super, no sentido de
excessiva quantidade de armadura), ao passo que as vigas subarmadas têm uma distribuição mais equilibrada de
materiais (daí o sub, no sentido de menos quantidade de armadura).
2006 5-3 ufpr/tc405
0,772 CA − 25

 ≤ β x,34 ⇒ subarmada
 
β x,34 = 0,628 CA − 50 ⇒ β x  Equação 5.2
 > β
  x,34 ⇒ sup erarmada
0,585 CA − 60

5.3.2 Recomendações da ABNT NBR 6118


ABNT NBR 6118, item 16.2.3:
“Em relação aos ELU, além de se garantir a segurança adequada, isto é, uma
probabilidade suficientemente pequena de ruína, é necessário garantir uma boa
dutilidade, de forma que uma eventual ruína ocorra de forma suficientemente avisada,
alertando os usuários.”
ABNT NBR 6118, item 17.2.3:
“Nas vigas, principalmente nas zonas de apoio, ou quando feita redistribuição de
esforços, é importante garantir boas condições de dutilidade, sendo adotada, se
necessário, armadura de compressão que garanta a posição da linha neutra (x),
respeitando-se os limites de 14.6.4.3.
A introdução da armadura de compressão para garantir o atendimento de valores
menores da posição da linha neutra (x), que estejam nos domínios 2 ou 3, não conduz
a elementos estruturais com ruptura frágil (usualmente chamados de superarmados).
A ruptura frágil está associada a posições da linha neutra no domínio 4, com ou sem
armadura de compressão.”
ABNT NBR 6118, item 14.6.4.3:
“A capacidade de rotação dos elementos estruturais é função da posição da linha
neutra no ELU. Quanto menor for x/d, tanto maior será essa capacidade.
Para melhorar a dutilidade das estruturas nas regiões dos apoios das vigas ou de
ligações com outros elementos estruturais, mesmo quando não forem feitas
redistribuições de esforços solicitantes, a posição da linha neutra no ELU deve
obedecer aos seguintes limites:
− x/d ≤ 0,50 para concretos com fck ≤ 35 MPa; ou
− x/d ≤ 0,40 para concretos com fck > 35 MPa.
Esses limites podem ser alterados se forem utilizados detalhes especiais de
armaduras, como por exemplo os que produzem confinamento nessas regiões.”
O dimensionamento e detalhamento de vigas de concreto armado ficam mais simples se for
seguido, para todas as regiões da viga (regiões de apoios e afastadas deles), o prescrito no
item 14.6.4.3 da ABNT NBR 6118. Desta forma, a melhora nas condições de dutilidade das
estruturas fica garantida se for adotado, para a posição da linha neutra, os valores limites (daí o
βx.lim) mostrados na Figura 5.5 e na Equação 5.3.
0,500 f ck ≤ 35 MPa

β x,lim = Equação 5.3
0,400 f ck > 35 MPa

2006 5-4 ufpr/tc405


εc = 3,5‰
0,000

2 MSd
0,259
x
d 3 βx,lim

As 4
1,000
x
1,000 βx,lim 0,259 βx =
d
βx

βx,lim 4 3
0,500 ⇒ fck ≤ 35 MPa
σs 2
0,400 ⇒ fck > 35 MPa
frágil dútil
fyd

εs
εyd 10‰
Figura 5.5 – Condições de dutilidade da ABNT NBR 6118

5.4 Distribuição de tensões na região de concreto comprimido


Conforme visto em [4.1], o diagrama tensão-deformação simplificado de cálculo
(Figura [4.3]) permite, ao longo da altura y, a distribuição constante de tensões σc (região de
concreto comprimido),
εc como mostrado na
σc Figura 5.6.
Rcd
y
x
MSd
MRd
d 0,7‰

As
Rsd
εs
∆l
esforços resistentes solicitações de
de cálculo cálculo

Figura 5.6 – Distribuição de tensões na região de concreto comprimido

2006 5-5 ufpr/tc405


Da Figura 5.6, tem-se:
 ε − 0,7‰ 
y =  c  x Equação 5.4
 εc 
Tendo em vista que nos domínios 3 e 4 o encurtamento do concreto εc é igual a 3,5‰
(Figura 5.4), a Equação 5.4 resulta:
 3,5‰ − 0,7‰ 
y= x
 3,5‰ 
y = 0,8 x Equação 5.5
ABNT NBR 6118, item 17.2.2-e:
“a distribuição de tensões no concreto se faz de acordo com o diagrama
parábola-retângulo, definido em 8.2.10, com tensão de pico igual a 0,85 fcd, com fcd
definido em 12.3.3. Esse diagrama pode ser substituído pelo retângulo de altura
0,8 x (onde x é a profundidade da linha neutra), com a seguinte tensão:
− 0,85 fcd no caso da largura da seção, medida paralelamente à linha neutra, não
diminuir a partir desta para a borda comprimida;
− 0,80 fcd no caso contrário.
As diferenças de resultados obtidos com esses dois diagramas são pequenas e
aceitáveis, sem necessidade de coeficiente de correção adicional.”
Como pode ser observado, a ABNT NBR 6118, item 17.2.2-e, estende o resultado
alcançado pela Equação 5.5 a todos os domínios, inclusive o domínio 2, deixando de ser
necessário representar o valor de y como função da deformação εc (Equação 5.4).
Cabe ao engenheiro responsável pelo projeto estrutural a opção em adotar o procedimento
mostrado Capítulo [4]1, onde a altura do retângulo de tensões de compressão é estabelecida em
função do encurtamento da fibra de concreto mais comprimida e da posição da linha neutra
(y = y(εc, x) ⇒ Equação 5.4), ou adotar a simplificação prevista no item 17.2.2-e da
ABNT NBR 6118, onde a altura do retângulo de tensões de compressão é estabelecida em função
apenas da posição da linha neutra (y = 0,8 x ⇒ Equação 5.5).
Tendo em vista que o prescrito no item 17.2.2-e da ABNT NBR conduz a uma
sistemática de cálculo mais simples, a Equação 5.5 será usada na determinação das
equações de dimensionamento e verificação de armadura longitudinal de vigas de concreto
armado.
Ainda, seguindo o que prescreve o item 17.2.2-e da ABNT NBR 6118, o valor da tensão de
compressão (σc) deve obedecer ao mostrado na Figura 5.7, para a condição y = 0,8 x.

σc = 0,85 fcd σc = 0,80 fcd

x x

y = 0,8 x linha neutra y = 0,8 x linha neutra

Figura 5.7 – Valor de tensão de compressão na região de concreto comprimido

5.5 Variáveis adimensionais - ELU


5.5.1 Elementos geométricos de seções retangulares
Seja a Figura 5.8 onde são mostrados, dentre outros: os esforços resistentes de cálculo (Rcd
e Rsd), a posição da linha neutra (x), a altura do retângulo de tensões de compressão (y), a
distância entre os esforços resistentes de cálculo (z) e a altura útil da viga (d).

1
Ver Exemplo [4.1], item c e Exemplo [4.2], item c.
2006 5-6 ufpr/tc405
εc
0,5 y y = 0,8 x
σc
Rcd
x
MRd MSd
h d z

As
Rsd
bw εs
∆l
esforços resistentes solicitação de
de cálculo cálculo

Figura 5.8 – Solicitação e esforços resistentes em vigas de concreto armado


Da Figura 5.8 e levando-se em conta a Equação 5.5, tem-se:
− posição da linha neutra1
 εc 
x =   d
 εc + ε s 
x εc
βx = =
d εc + ε s
− altura do retângulo de tensões σc2
x
y = 0,8 x = 0,8 d  
 d
y
β y = = 0,8 β x
d
− braço de alavanca entre os esforços resistentes de cálculo Rcd e Rsd
z = d − 0,5 y
z = d − 0,5 (0,8 x )
 x
z = d − 0,4 x = d 1 − 0,4 
 d
z
β z = = 1 − 0,4 β x
d
Agrupando todas as variáveis geométricas β, e criando a variável auxiliar βc, tem-se:
x εc
βx = = posição da linha neutra
d εc + ε s

y
βy = = 0,8 β x altura do retângulo de tensões σc
d
Equação 5.6
z
βz = = 1 − 0,4 β x braço de alavanca entre Rcd e Rsd
d

βc = 0,68 β x βz = 0,68 β x (1 − 0,4 β x ) variável auxiliar

A Equação 5.6 mostra que as variáveis adimensionais βy, βz e βc são funções diretas de βx.
Desta forma, uma vez conhecida a posição da linha neutra (βx), todos os demais elementos

1
Ver Equação [4.3].
2
Ver Equação 5.5.
2006 5-7 ufpr/tc405
geométricos (βy, βz e βc) ficam igualmente definidos. A Equação 5.6 permite agrupar os valores de
β como mostrado na Tabela 5.1.
βx βy βz βc

0,100 0,080 0,960 0,065

0,259 0,207 0,896 0,158

0,585 0,468 0,776 0,305

0,628 0,502 0,749 0,320

0,772 0,618 0,691 0,363

Tabela 5.1 – Valores de βy, βz, e


βc como função de βx
5.5.2 Diagrama adimensional tensão-deformação do aço
Conforme visto em [4.2.2], o diagrama tensão-deformação do aço tem o aspecto mostrado
na Figura 5.9. Nesta Figura optou-se por
σs apresentar este diagrama de forma adimensional,
βs =
fyd com a introdução dos valores de βs e β’s dados
1,0 pela Equação 5.7.
ε s Es
βs =
fyd
ε's εyd εs
3,5‰ εyd 10‰

Es = 210.000 MPa
1,0
σ's
β's =
fyd

Figura 5.9 – Diagrama adimensional tensão-


-deformação do aço

σs ε s Es
βs = = ≤ 1,0
fyd fyd
Equação 5.7
σ's ε 's E s
β's = = ≤ 1,0
fyd fyd

Seja a Figura 5.10 onde são mostrados, dentre outros: os esforços resistentes de cálculo
(Rcd, R’sd e Rsd), a posição da linha neutra (x), a altura útil da viga (d), a posição da armadura
comprimida (d’), o encurtamento da fibra de concreto mais comprimida (εc), o encurtamento da
armadura comprimida (ε’s) e o alongamento da armadura tracionada (εs).

2006 5-8 ufpr/tc405


εc
d'
R’sd σc
A’s y
Rcd x
MSd
MRd
d ε’s

As
Rsd
εs
∆l
esforços resistentes solicitações de
de cálculo cálculo

Figura 5.10 – Alongamento e encurtamento da armadura


Da Figura 5.10 e levando-se em consideração a Equação 5.6, a Figura 5.4 e a Figura 5.9,
tem-se:
− alongamento da armadura tracionada1
 x
 1− 
d− x d ε
εs =   εc = 
 x   x  c
 
 d 
 1 − βx 
ε s =   εc
 βx 
 β X ≤ 0,259
10 ‰
 domínio 2
εs =  Equação 5.8
 1 − β x  β X > 0,259
  × 3,5‰
 β x  domínios 3 e 4
− encurtamento da armadura comprimida2
 x − d'   x − d' 
ε 's =   εc = 


 d − x  εs
 x   
x d  '
x d  '
 −   − 
'
εs =  d d  ε =  d d  εs
 x  c  x 
 d   1− d 
   
 d '
 d '
 βx −   βx − 
ε 's =  d ε = d ε
 βx  c  1 − βx  s
   
   

1
Ver Equação [4.15], Equação [4.16] e Equação [4.17].
2
Ver Equação [4.12], onde foi considerada a convenção de sinais da Figura [4.8].
2006 5-9 ufpr/tc405
 d' 

 xβ − 
β X ≤ 0,259
 d  × 10 ‰
 1 − β x  domínio 2
 
 
ε 's =  Equação 5.9
 d' 
 β x − 
β X > 0,259
 d  × 3,5‰
 β x  domínios 3 e 4
 
 
A associação da Equação 5.7 com a Equação 5.8 e com a Equação 5.9 resulta:
 β X ≤ 0,259
1,0
 domínio 2
σ
βs = s = 
f yd  β X > 0,259
E  1− βx 
 s   × 3,5‰ ≤ 1,0
 f yd  βx  domínios 3 e 4

  d' 
E  βx − 
 d  × 10 ‰ ≤ 1,0 β X ≤ 0,259 Equação 5.10
 s
 f yd  1− βx  domínio 2
  
σ 's   
'
βs = =
f yd 
 d' 
  βx − 
E s  d  × 3,5‰ ≤ 1,0 β X > 0,259
 f yd  βx  domínios 3 e 4
  
  

A Equação 5.10 demonstra que βs e β’s são funções de βx, da relação d/d’ e da categoria do
aço (fyk). Assim como feito para as variáveis βy, βz, e βc (Tabela 5.1), é possível associar os
valores βs e β’s a valores pré-fixados de βx e (d’/d), como mostrado na Tabela 5.2, feita para o aço
CA-501.

CA-50 β’s para (d’/d) =


βx βy βz βc βs 0,05 0,10 0,15

0,100 0,080 0,960 0,065 1,000 0,268

0,259 0,207 0,896 0,158 1,000 1,000 1,000 0,712

0,628 0,502 0,749 0,320 1,000 1,000 1,000 1,000

0,800 0,640 0,680 0,370 0,422 1,000 1,000 1,000

Tabela 5.2 – Flexão simples – CA-50


A Figura 5.4 pode, também, ser apresentada com o diagrama adimensional
tensão-deformação do aço, como mostrado na Figura 5.11.

1
As tabelas completas são apresentadas em 5.16.
2006 5-10 ufpr/tc405
εc = 3,5‰
0,000

2 MSd
0,259
x
d 3 βx,lim

As 4
1,000
x
1,000 βx,lim 0,259 βx =
d
βx

βx,lim 4 3
0,500 ⇒ fck ≤ 35 MPa
βs frágil 2
0,400 ⇒ fck > 35 MPa
dútil
1,0

εs
εyd 10‰

Figura 5.11 – Vigas - domínios e diagrama adimensional do aço

5.6 Indexação de áreas comprimidas


Para a caracterização de áreas comprimidas e correspondentes esforços resistentes de
cálculo (forças e momentos), será usada a seguinte indexação (Figura 5.12):
− índice 1
! área de concreto comprimido de largura bw e altura y;
! força resistente de cálculo (Rcd1) definida pelo produto (bw y) σc; e
! momento resistente de cálculo (MRd1) definido pelo produto Rcd1 z.
− índice 2 ou plica (‘)
! área de armadura comprimida (A’s);
! força resistente de cálculo (R’sd) definida pelo produto A’s σ’s; e
! momento resistente de cálculo (MRd2) definido pelo produto R’sd (d – d’).
− índice 3
! área de concreto comprimido de largura (bf - bw) e altura hf;
! força resistente de cálculo (Rcd3) definida pelo produto [(bf - bw) hf] σc; e
! momento resistente de cálculo (MRd3) definido pelo produto Rcd3 (d – hf/2).

2006 5-11 ufpr/tc405


2
bf εc
d' σc
R’sd
hf Rcd3
A’s
Rcd1 y
3 3 d MRd ε’s x MSd
h
z
1
Rsd
As
εs
bw MRd = MRd1 + MRd2 + MRd3 ∆l
solicitação
de cálculo
esforços resistentes
de cálculo
Figura 5.12 – Indexação de áreas comprimidas

5.7 Armaduras longitudinais máximas e mínimas


5.7.1 Armadura mínima
A ruptura frágil de seções transversais de vigas de concreto armado pode, também, ocorrer
devida a pouca quantidade de armadura. Vigas com baixa taxa de armadura longitudinal têm
comportamento semelhante ao das vigas de concreto simples, onde a ruptura sem aviso prévio
pode ocorrer imediatamente após o aparecimento das primeiras fissuras decorrentes de
solicitações normais (momento fletor).
A ABNT NBR 6118, item 17.3.5.2.1, define a taxa de armadura longitudinal mínima como
sendo:
A s,min
ρmin = Equação 5.11
Ac
e adota os seguintes valores:
 fcd 
0,035 f 
ρmin = max  yd  seções retangulares
0,15% 
 fcd 
0,024 f  seções T
ρmin = max  yd  Equação 5.12
mesa comprimida
0,15% 
 fcd 
0,031 f  seções T
ρmin = max  yd 
mesa tracionada
0,15% 

Nas seções T, a área da seção a ser considerada deve ser caracterizada pela alma
acrescida da mesa colaborante.
Para vigas de seção retangular, a taxa de armadura mínima pode ser expressa por:
 f 
A s,min 0,035 cd 
ρ min = = max  f yd  Equação 5.13
bwh 
0,15 % 

2006 5-12 ufpr/tc405


5.7.2 Armadura máxima
O Capítulo [4] mostrou expressões para a determinação de armadura tracionada (As) e de
armadura comprimida (A’s), sem nenhuma limitação de valores. Esta não limitação para as
quantidades de armaduras pode dar a falsa impressão de que sempre seria possível determinar
um conjunto delas (As e A’s) que, compondo com as dimensões da seção transversal e com as
resistências dos materiais (fcd e fyd), seria capaz de resistir a qualquer solicitação de cálculo. A
ABNT NBR 6118 apresenta valores máximos para as armaduras longitudinais tracionadas ou
comprimidas.
ABNT NBR 6118, item 17.3.5.1:
”A especificação de valores máximos para as armaduras decorre da necessidade de
se assegurar condições de dutilidade e de se respeitar o campo de validade dos
ensaios que deram origem às prescrições de funcionamento do conjunto
aço-concreto.”
ABNT NBR 6118, item 17.3.5.2.4:
”A soma das armaduras de tração e compressão (As + A’s) não devem ter valor maior
que 4% Ac, calculada na região fora da zona de emendas.”
O item 17.3.5.2.4 da ABNT NBR 6118 pode ser representado por:

ρmax =
(A s + A 's )
max
= 4% Equação 5.14
Ac
A aplicação direta da Equação 5.14, para seções T, pode conduzir a vigas de difícil
concretagem (excesso de armadura). A Figura 5.13
bf mostra uma seção retangular e uma seção T, de
mesma altura (h) e mesma armadura tracionada (As).
A’s A’s hf Admitindo-se que a armadura comprimida (A’s) seja de
pequena monta a seguinte situação pode vir a ocorrer:

ρ =
(
A s + A 's
=
A s + A 's ) (
< 4%
)
h ret
Ac bw h

ρT =
(A s )
+ ∑ A 's
=
( )
A s + ∑ A 's
< 4%
As As Ac b w h + (b f − b w )hf

bw bw

Figura 5.13 – Comparativo entre seções


retangulares e T
Como pode ser observado na Figura 5.13, no retângulo bw h as quantidades de armadura
são iguais tanto para seção retangular como para a seção T. Isto nos leva a concluir que a
verificação da taxa máxima de armadura em seções T deve ser feita tanto para a seção total como
para a seção bw h., de tal forma que:


(
A s + ∑ A 's )
≤ 4%
 b w h + (b f − b w )h f
ρT = 
(
 A s + A 's
 ≤ 4%
)
 b w h
Como a concentração de armadura sempre ocorre no retângulo bw h, a verificação da taxa
máxima de armadura em seções retangulares e seções T pode, de modo simplificado, ser feita da
seguinte forma:

ρmax =
(A s + A 's )
max
= 4% Equação 5.15
bw h

2006 5-13 ufpr/tc405


5.8 Vigas de seção retangular sem armadura de compressão
Seja a Figura 5.14 onde são mostrados, dentre outros, a solicitação de cálculo (MSd), os
esforços resistentes de cálculo (Rcd e Rsd), os elementos geométricos referentes à seção
transversal da viga (x, y, z, d, bw e h), as deformações (εc e εs) e a área de armadura (As).

εc y = 0,8 x
σc
Rcd = Rcd1
x
MSd
MRd = MRd1
h 1 d z

As
Rsd
bw εs
∆l
esforços resistentes solicitação de
de cálculo cálculo

Figura 5.14 – Viga de seção retangular sem armadura de compressão


Da Figura 5.14 e considerando as equações anteriormente apresentadas, tem-se:
− elementos geométricos da seção retangular (Equação 5.6)
x = βx d
y = βy d
z = βz d
− valores geométricos adimensionais (Equação 5.6)
β y = 0,8 β x
β z = 1 − 0,4 β x
βc = 0,68 β x β z
− valor adimensional da tensão na armadura tracionada (Equação 5.10)
 β X ≤ 0,259
1,0
 domínio 2
σ
βs = s = 
f yd  β X > 0,259
E  1− βx 
 s   × 3,5‰ ≤ 1,0
 f yd  β x  domínios 3 e 4
− condição de segurança
MRd ≥ MSd
− esforços resistentes de cálculo
Rcd1 = R sd
− momento fletor (binário) devido aos esforços resistentes de cálculo
MRd = MRd1
MRd1 = Rcd1 z = R sd z
− esforço resistente de cálculo atuante na região de concreto comprimido de largura bw
Rcd1 = (b w y )σc
Rcd1 = (b w )(0,8 x )(0,85 fcd )
Rcd1 = 0,68 (b w )(β x d)(fcd )
Rcd1 = 0,68 β x (b w d)(fcd )

2006 5-14 ufpr/tc405


− esforços resistentes de cálculo atuantes nas armaduras tracionadas
R sd = A s σs
Rsd = A s βs fyd
R sd = βs A s fyd
− binário MRd1/Rcd1
MRd1 = Rcd1 z
Rcd1 = 0,68 β x (b w d)(fcd )
z = βz d
β z = 1 − 0,4 β x
β c = 0,68 β x β z = 0,68 β x (1 − 0,4 β x )
MRd1 = [0,68 β x (b w d)(fcd )](βz d)
(
MRd1 = (0,68 β x β z ) b w d2 fcd )
MRd1 = βc b w d2 fcd
(
MRd1 = (0,68 β x )(1 − 0,4 β x ) b w d2 fcd )
)(b
MRd1 = (0,68 β x )(1 − 0,4 β x w d fcd 2
)
MRd1
b w d2 fcd
(
= (0,68 β x ) − 0,272 β2x )
MRd1
β 2x − 2,5 β x + =0
0,272 b w d 2 f cd
MRd1
β x = 1,25 − 1,5625 −
0,272 b w d2 fcd
− binário MRd1/Rsd
MRd1 = R sd z
R sd = βs A s fyd
z = βz d
( )
MRd1 = βs A s fyd (βz d)
MRd1
As =
βz dβs fyd
− equilíbrio dos esforços resistentes de cálculo
Rcd1 = 0,68 β x (b w d)(fcd )
R sd = βs A s fyd
Rsd = Rcd1
βs A s fyd = 0,68 β x (b w d)(fcd )
 0,68 b w d fcd 
βs =   βx
 A s fyd 
 

2006 5-15 ufpr/tc405


− equações principais
MRd ≥ MSd
MRd = MRd1
MRd1 = βc b w d2 fcd
β y = 0,8 β x
MRd1 
β x = 1,25 − 1,5625 − 2
⇒ β z = 1 − 0,4 β x
0,272 b w d fcd β = 0,68 β β
 c x z

1,0 β x ≤ 0,259 Equação 5.16



βs =  Es  1 − β x 
 f  β  × 3,5‰ ≤ 1,0 β x > 0,259
 yd  x 
MRd1
As =
β z d βs fyd
 0,68 b w d fcd 
βs =   βx
 A s fyd 
 

5.8.1 Dutilidade
A dutilidade de uma viga fica garantida pela condição estabelecida na Equação 5.3, ou seja:
0,500 f ck ≤ 35 MPa

β x ≤ β x,lim = 
0,400 f > 35 MPa
 ck

A associação da Equação 5.6 com a Equação 5.3 torna possível estabelecer, também,
valores limites de βc que garantam a condição de dutilidade de uma viga, ou seja:
0,272 f ck ≤ 35 MPa

β c ≤ β c,lim = Equação 5.17
0,228 f ck > 35 MPa

Por outro lado, associando MRd1 da Equação 5.16 com a Equação 5.17 torna-se possível
estabelecer, também, valores limites para MRd1 que garantam a condição de dutilidade de uma
viga, ou seja:
0,272 b w d2 fcd fck ≤ 35 MPa

MRd1 ≤ MRd1,lim = Equação 5.18
0,228 b d2 f fck > 35 MPa
 w cd

Tanto a Equação 5.3, como a Equação 5.17, como a Equação 5.18 representam a condição
de dutilidade de uma viga de concreto armado.
5.8.2 Equações para dimensionamento
Considerando as condições de:
− equilíbrio, compatibilidade e segurança (Equação 5.16);
− dutilidade (Equação 5.3 ou Equação 5.17 ou Equação 5.18);
− armadura mínima (Equação 5.13); e
− armadura máxima (Equação 5.15),
o dimensionamento ou a verificação de vigas de seção retangular, sem armadura de compressão,
pode ser representado por:

2006 5-16 ufpr/tc405


0,272 b w d2 fcd fck ≤ 35 MPa
MRd1,lim =  2
0,228 b w d fcd fck > 35 MPa
MSd ≤ MRd1,lim ⇒ não há necessidade de armadura de compressão
MSd = MRd = MRd1
 MRd1 0,272 fck ≤ 35 MPa
βc = ≤ ⇒ tab ⇒ βz e βs

2
b w d fcd 0,228 fck > 35 MPa
ou
 MRd1 0,500 fck ≤ 35 MPa
β x = 1,25 − 1,5625 − ≤

2
0,272 b w d fcd 0,400 fck > 35 MPa

 Equação 5.19
β z = 1 − 0,4 β x


 1,0 β x ≤ 0,259
 
βs =  Es  1 − β x  × 3,5‰ ≤ 1,0 β > 0,259
 f  β  x
  yd  x 
  f 
  0,035 cd b w h
MRd1 ≥ A s,min = max fyd
As =   
βz d βs fyd  0,0015 b w h 
≤ A s,max = 0,04 b w h
 0,68 b w d fcd 
βs =   βx
 A s fyd 
 

Exemplo 5.1: Determinar a armadura necessária para a viga abaixo indicada, a qual está
submetida a um momento fletor solicitante de cálculo (MSd) igual a 125 kNm.
Dados:
– concreto: C20; e
– aço: CA-50.
Considerar:
– somente solicitações normais (momentos fletores); e
– estado limite último, combinações normais (γc = 1,4 e γs = 1,15).

MSd = 125 kNm


45 cm

As
5 cm
20 cm

Solução: A solução do problema consiste na aplicação direta da Equação 5.19. A solução


fica facilitada se for feita a utilização da tabela de flexão simples do CA-50
(item 5.16).
a. Dados - uniformização de unidades (kN e cm)
fck = 20 MPa = 2,0 kN/cm 2
γ c = 1,40 (ELU - combinação normal)

2006 5-17 ufpr/tc405


f ck 2,0
f cd = = = 1,43 kN/cm 2
γ c 1,40
f yk = 500 MPa = 50 kN/cm 2
γ s = 1,15 (ELU - combinação normal)
f yk 50
f yd = = = 43,5 kN/cm 2
γ s 1,15
E s = 210 GPa = 210 000 MPa = 21000 kN/cm 2
b w = 20 cm
d = 45 cm
h = 50 cm
 f 
 0,035 cd b w h
A s,min = max fyd
 
0,0015 b w h 
 1,43 
0,035 × × 20 × 50 = 1,15 cm2 
A s,min = max  43,5 = 1,50 cm2
 2 
0,0015 × 20 × 50 = 1,50 cm 
A s,max = 0,04 b w h
A s,max = 0,04 × 20 × 50 = 40,0 cm2
MSd = 125 kNm = 12 500 kNcm
MRd1,lim = 0,272 b w d2 fcd fck ≤ 35 MPa
MRd1,lim = 0,272 × 20 × 452 × 1,43 = 15 753 kNcm
MSd < MRd1,lim ⇒ não há necessidade de armadura de compressão
{ 123
12 500 kNcm 15 753 kNcm

MSd = MRd = MRd1 = 12 500 kNcm


b. Linha neutra (βx)
MRd1
β x = 1,25 − 1,5625 − ≤ 0,500
0,272 b w d2 fcd
12 500
β x = 1,25 − 1,5625 − = 0,373 < 0,500 OK
0,272 × 20 × 452 × 1,43
c. Braço de alavanca (βz)
β z = 1 − 0,4 β x
β z = 1 − (0,4 × 0,373 ) = 0,851
d. Tensão na armadura (βs)
E  1 − βx 
βs = s   × 3,5‰ ≤ 1,0 β x > 0,259
fyd  β x 
21000  1 − 0,373  3,5
βs = × × = 2,840 > 1,000 ⇒ βs = 1,000
43,5  0,373  1000
e. Cálculo da armadura (As)
MRd1 ≥ A s,min
As = 
β z d βs fyd ≤ A s,max
12 500 > 1,50 cm2
As = = 7,50 cm2  OK
0,851 × 45 × 1,000 × 43,5 < 40,0 cm
2

A s,cal = 7,50 cm2 ◄ (armadura calculada)

2006 5-18 ufpr/tc405


f. Resolução com uso de tabela
MRd1
βc = ≤ 0,272
b w d 2 f cd
12 500
βc = = 0,216 < 0,272 OK
20 × 45 2 × 1,43
β x = 0,373

βc = 0,216 ⇒ ⇒ β z = 0,851
123
tabela β = 1,000
 s
MRd1 ≥ A s,min
As = 
β z d βs fyd ≤ A s,max
12 500 > 1,50 cm2
As = = 7,50 cm2  OK
0,851 × 45 × 1,000 × 43,5 < 40,0 cm
2

A s,cal = 7,50 cm2 ◄ (armadura calculada)


g. Verificação
 0,68 b w d fcd 
βs =   βx
 A f 
 s yd 
 0,68 × 20 × 45 × 1,43 
βs =   × 0,373 = 1,001 ≅ 1,000 OK
 7,50 × 43,5 

5.9 Disposição da armadura


A distribuição e o posicionamento corretos das armaduras dentro da seção transversal de
uma viga constitui fator de suma importância para a
φl ah durabilidade das estruturas de concreto. A disposição da
armadura dentro da seção transversal da viga não pode
obstruir a colocação do concreto fresco, devendo permitir,
av com relativa folga, a introdução de equipamentos de
φt vibração (Figura 5.15).

dmax

Figura 5.15 – Espaçamento horizontal e


vertical de barras
longitudinais
ABNT NBR 6118, item 18.3.2.2:
”O espaçamento mínimo livre entre as faces das barras longitudinais, medido no plano
da seção transversal, deve ser igual ou superior ao maior dos seguintes valores:
a) na direção horizontal (ah):
− 20 mm;
− diâmetro da barra, do feixe ou da luva;
− 1,2 vez o diâmetro máximo do agregado1;
b) na direção vertical (av):
− 20 mm;
− diâmetro da barra, do feixe ou da luva;
− 0,5 vez o diâmetro máximo do agregado.

1
O correto seria dizer dimensão máxima do agregado. Ver Equação [2.2].
2006 5-19 ufpr/tc405
Para feixes de barras deve-se considerar o diâmetro do feixe: φn = φ √ n.
Esses valores se aplicam também às regiões de emendas por traspasse das barras.”
O item 18.3.2.2 da ABNT NBR 6118 pode ser expresso pela Equação 5.20.
2 cm 
a h ≥ max φ l 

1,2 dmax 
Equação 5.20
2 cm 
a v ≥ max φ l 

0,5 dmax 

Exemplo 5.2: Determinar o máximo momento fletor solicitante de cálculo (MSd) que a viga
abaixo representada pode suportar.
Dados:
– concreto: C20;
– aço: CA-50;
– armadura longitudinal: 5 φ 16 mm;
– armadura transversal: 6,3 mm;
– cobrimento: 3 cm; e
– dimensão máxima do agregado: 19 mm.
Considerar:
– somente solicitações normais (momentos fletores); e
– estado limite último, combinações normais (γc = 1,4 e γs = 1,15).

As

45 cm
MSd

20 cm

Solução: A solução do problema consiste na aplicação direta da Equação 5.19 e


Equação 5.20, com o auxílio da tabela de flexão simples do CA-50 (item 5.16).
a. Dados - uniformização de unidades (kN e cm)
fck = 20 MPa = 2,0 kN/cm 2
γ c = 1,40 (ELU - combinação normal)
f 2,0
fcd = ck = = 1,43 kN/cm 2
γ c 1,40
f yk = 500 MPa = 50 kN/cm 2
γ s = 1,15 (ELU - combinação normal)
f yk 50
f yd = = = 43,5 kN/cm 2
γ s 1,15
b w = 20 cm
h = 45 cm
c nom = 3 cm
φ t = 6,3 mm = 0,63 cm

2006 5-20 ufpr/tc405


dmax = 19 mm = 1,9 cm
π × 1,62
A s = A s,ef = 5 × = 10,05 cm2 (armadura efetiva)
4
 f 
 0,035 cd b w h
A s,min = max fyd
 
0,0015 b w h 
 1,43 
0,035 × × 20 × 45 = 1,04 cm2 
A s,min = max  43,5 = 1,35 cm2
 2 
0,0015 × 20 × 45 = 1,35 cm 
A s,max = 0,04 b w h
A s,max = 0,04 × 20 × 45 = 36,0 cm2
1,35 cm 2 < 10,05 cm 2 < 36,00 cm 2 OK
1 424 3 14243 14243
A s,min As A s,max

b. Verificação de ah e av ah
b − (2 c nom + 2 φt + n φl )
ah = w
n −1
bw largura da viga
cnom cobrimento nominal da armadura cnom
φt diâmetro da armadura transversal (estribo)
φl diâmetro da armadura longitudinal av
n número de barras na camada φl
20 − (2 × 3,0 + 2 × 0,63 + 3 × 1,6 )
ah = = 3,97 cm φt
3 −1
2 cm 
ah ≥ max φl 

1,2 dmax 
2 cm 
 ≥
ah ≥ max φl = 1,6 cm  2,28 cm
1,2 dmax = 1,2 × 1,9 = 2,28 cm ycg φt
ah,cal > ah,min OK
{ 123
3,97 cm 2,28 cm (ycg + φt + cnom)
cnom
2 cm 
cg
a v ≥ max φl 
 2 cm
0,5 dmax  (av)
φl
2 cm  d

a v ≥ max φl = 1,6 cm  2,0 cm h
≥
0,5 dmax = 0,5 × 1,9 = 0,95 cm
d = h - (ycg + φt + cnom)
a v = 2,0 cm (valor adotado)
c. Determinação da altura útil (d)1
h
y cg <
10
45
y cg < = 4,5 cm
10

1
ABNT NBR 6118, item 17.2.4.1: “Os esforços nas armaduras podem ser considerados no centro de gravidade
correspondente, se a distância deste cento ao ponto da seção de armadura mais afastada da linha neutra, medida
normalmente a esta, for menor que 10%.” (Ver Figura 5.26)
2006 5-21 ufpr/tc405
y cg =
∑A × y
si i

∑A si

  π × 1,6 2   1,6    π × 1,6 2   1,6 


3 ×   ×    + 2 × 
 
 × 1,6 + 2,0 +
 
  4   2    4  
 2 
y cg = = 2,24 cm < 4,5 cm OK
  π × 1,6 2    π × 1,6 2 
3 ×    + 2 × 
 


  4    4 
(
d = h − y cg + φ t + c nom )
d = 45 − (2,44 + 0,63 + 3,0 ) = 38,93 cm
d. Momento limite (MRd1,lim)
MRd1,lim = 0,272 b w d2 fcd fck ≤ 35 MPa
MRd1,lim = 0,272 b w d2 fcd = 0,272 × 20 × 38,932 × 1,43 = 11790 kNcm
e. Verificação para valores efetivos
 0,68 b w d fcd 
βs =   βx
 A f 
 s yd 
 0,68 × 20 × 38,93 × 1,43 
βs =   × β x = 1,732 β x
 10,05 × 43,5 
d.1 1ª tentativa
1
βx = = 0,577
1,732
β z = 0,769

β x = 0,577 ⇒ ⇒ βc = 0,302
123
tabela β = 1,000
 s
βs = 1,732 β x = 1,732 × 0,577 = 1,000 Ok
f. Momento solicitante de cálculo (MSd)
MSd = MRd = MRd1
MRd1 = βc b w d2 fcd
MRd1 = 0,302 × 20 × 38,93 2 × 1,43 = 13 090 kNcm > 11790 kNcm
14 4244 3
MRd1,lim

Como o valor MRd1 calculado (13 090 kNcm) resultou maior que o valor limite MRd1,lim
(11 790 kNcm) isto significa que a viga esta com excesso de armadura. Para que sejam
mantidas as condições de dutilidade da seção transversal apresentada é necessário que o
valor de MSd fique limitado ao valor limite. Portanto:
MSd = MRd1,lim = 11790 kNcm = 117,9 kNm
MSd = 117,9 kNm ◄
O valor assumido obedece ao item 14.6.4.3 da ABNT NBR 6118 que limita a 0,500 o
valor de βx (βx,lim) para regiões de vigas próximas a apoios, onde ocorrem momentos
negativos como é o caso deste exemplo.

5.10 Vigas de seção retangular com armadura de compressão


Conforme visto em 5.8, vigas com dimensões adequadas e sem armadura de compressão,
tem comportamento dútil desde que sejam projetadas para suportar momentos solicitantes
inferiores a um determinado limite (MSd ≤ MRd1,lim). Quando os momentos solicitantes ultrapassam
o valor limite, a dutilidade das vigas pode ser garantida com o uso de armadura de compressão,
como mostrado na Figura 5.16. Para tal basta forçar que a linha neutra mantenha-se no domínio 2
ou no domínio 3.

2006 5-22 ufpr/tc405


A manutenção da linha neutra no domínio 2 (0,000 ≤ βx ≤ 0,259) ou no domínio 3
(0,259 ≤ βx ≤ βx,lim) pode ser alcançada com a definição do valor de βx que conduza ao
dimensionamento mais econômico, ou seja, aquele que definir a menor quantidade total de
armadura (menor As + A’s). Em termos práticos, isto nem sempre é possível. A prática comum é
simplesmente adotar para βx o seu valor limite (βx = βx.lim que corresponde a MRd1 = MRd1,lim),
independentemente de qualquer estudo econômico.

2 εc y = 0,8 x
d' σc
R'sd
A's x
Rcd1
MSd
d d-d’ z ε's
h 1 MRd =
MRd1 + MRd2

As Rsd

bw εs
∆l
As Rsd solicitação de
cálculo
v v
esforços resistentes
As2 + As1 Rsd2 + Rsd1 de cálculo
(R’sd) (Rcd1)
Figura 5.16 – Vigas de seção retangular com armadura de compressão
Como mostrado na Figura 5.16, o momento fletor resistente de cálculo MRd (MRd ≥ MSd) é
composto por dois momentos MRd1 e MRd2. No que se refere a MRd1 valem todas as considerações
apresentadas em 5.8. Desenvolvendo, para a Figura 5.16, um raciocínio semelhante ao
apresentado em 5.8, chega-se:
− valor adimensional da tensão na armadura comprimida (Equação 5.10)
  d' 
E  β x −  β X ≤ 0,259
 s d  × 10 ‰ ≤ 1,0

 f yd 1 − β x  domínio 2
  
σ'   
β 's = s = 
f yd 
 d' 
  βx −  β X > 0,259
E s  d  × 3,5‰ ≤ 1,0
 f yd  βx  domínios 3 e 4
  
  
− armadura comprimida
MRd2
A 's =
(
d − d' β 's f yd)
− armadura tracionada
M MRd2  1
A s =  Rd1 + ' 
 β z d (d − d )  β s f yd
− equação de verificação
 0,68 b w d fcd   '  '
βs =  βx +  A s  βs
 A s f yd  A 
   s 

2006 5-23 ufpr/tc405


Desta forma, as vigas de seção retangular com armadura de compressão, podem ser
representadas por:
0,272 b w d2 fcd fck ≤ 35 MPa
MRd1,lim =  2
0,228 b w d fcd fck > 35 MPa
MSd > MRd1,lim ⇒ há necessidade de armadura de compressão
MRd1 ≤ MRd1,lim ⇒ valor a ser assumido (pode ser MRd1 = MRd1,lim )
MSd = MRd = MRd1 + MRd2
MRd2 = MRd − MRd1
 MRd1 0,272 fck ≤ 35 MPa
βc = ≤ ⇒ tab ⇒ β z , βs e β's

2
b w d fcd 0,228 fck > 35 MPa
ou
 MRd1 0,500 fck ≤ 35 MPa
β x = 1,25 − 1,5625 − ≤

2
0,272 b w d fcd 0,400 fck > 35 MPa

βz = 1 − 0,4 β x
 1,0 β x ≤ 0,259
 
βs =  Es  1 − β x 
  f  β  × 3,5‰ ≤ 1,0 β x > 0,259
  yd  x  Equação 5.21
   d' 
 E  βx − 
  s d  × 10‰ ≤ 1,0 β x ≤ 0,259
  fyd  1 − β x 
 '   
βs =  
  β − d 
'
 
  Es  x d  × 3,5‰ ≤ 1,0
 f  β β x > 0,259

  yd  x

   
 f 
 MRd1 MRd2  1  0,035 cd b w h
As =  + ≥ A s,min = max
 βz d ( 
)
d − d'  βs fyd 
fyd

0,0015 b w h 
MRd2
A 's =
( )
d − d' β's fyd
(A s )
+ A 's ≤ 0,04b w h
 0,68 b w d fcd   ' 
βs =   β x +  A s  β's
 A s fyd  A 
   s

Exemplo 5.3: Determinar a armadura necessária para a viga abaixo indicada, a qual está
submetida a um momento fletor solicitante de cálculo (MSd) igual a 220 kNm.
Dados:
– concreto: C20;
– aço: CA-50;
– armadura transversal: 6,3 mm;
– cobrimento: 3 cm; e
– dimensão máxima do agregado: 19 mm.
Considerar:
– somente solicitações normais (momentos fletores); e
– estado limite último, combinações normais (γc = 1,4 e γs = 1,15).

2006 5-24 ufpr/tc405


MSd = 220 kNm
50 cm

As

20 cm

Solução: A solução do problema consiste na aplicação da Equação 5.19 ou Equação 5.21


e da tabela de flexão simples do CA-50 (item 5.16).
a. Dados - uniformização de unidades (kN e cm)
fck = 20 MPa = 2,0 kN/cm 2
γ c = 1,40 (ELU - combinação normal)
f ck 2,0
f cd = = = 1,43 kN/cm 2
γ c 1,40
f yk = 500 MPa = 50 kN/cm 2
γ s = 1,15 (ELU - combinação normal)
f yk 50
f yd = = = 43,5 kN/cm 2
γ s 1,15
b w = 20 cm
h = 50 cm
d = 44 cm (assumido)
d ' = 4 cm (assumido)
c nom = 3 cm
φ t = 6,3 mm = 0,63 cm
dmax = 19 mm = 1,9 cm
 f 
 0,035 cd b w h
A s,min = max fyd
 
0,0015 b w h 
 1,43 
 0,035 × × 20 × 50 = 1,15 cm2 
A s,min = max 43,5 = 1,50 cm2
 2 
0,0015 × 20 × 50 = 1,50 cm 
(A s + A 's )
max
= 0,04 b w h = 0,04 × 20 × 50 = 40,0 cm 2
MSd = 220 kNm = 22 000 kNcm
MRd1,lim = 0,272 b w d2 fcd fck ≤ 35 MPa
MRd1,lim = 0,272 × 20 × 44 2 × 1,43 = 15 061kNcm
MSd > MRd1,lim ⇒ há necessidad e de armadura de compressão
{ 123
22 000 kNcm 15 061kNcm

MRd1 ≤ MRd1,lim = 15 061kNcm


MRd1 = 15 061kNcm ⇒ valor adotado (corresponde a β c,lim )
MSd = MRd = MRd1 + MRd2 = 22 000 kNcm
MRd2 = MRd − MRd1
MRd2 = 22 000 − 15 061 = 6 939 kNcm

2006 5-25 ufpr/tc405


b. Tabela CA-50
MRd1
βc = ≤ 0,272
b w d2 fcd
15 061
βc = = 0,272 ⇒ seria diferente de 0,272 se MRd1 fosse diferente de MRd1,lim
20 × 442 × 1,43
 β x = 0,500
βc = 0,272  
 β z = 0,800
⇒⇒
{
d' 4  tabela β s = 1,000
= = 0,091 β' = 1,000
d 44   s
M M  1
A s =  Rd1 + Rd2'  ≥ A s,min
 βz d ( )
d − d  βs fyd
 15 061 6 939  1
As =  +  = 13,82 cm2 > 1,50 cm2 OK
 0,800 × 44 ( 44 − 4 )  1,000 × 43,5
A s,cal = 13,82 cm2 ◄
π × 2,0 2
A s,ef = 5 φ 20 mm = 5 × = 15,71cm2 (2 camadas)
4
MRd2
A 's =
( )
d − d' β's fyd
6 939
A 's = = 3,99 cm 2
( 44 − 4) × 1,000 × 43,5
A 's,cal = 3,99 cm2 ◄
π × 1,6 2
A 's,ef = 2 φ 16 mm = 2 × = 4,02 cm2
4
A s,ef + A 's,ef = 15,71 + 4,02 = 19,73 cm2 < 40,0 cm2 OK
c. Verificação para valores calculados
 0,68 b w d f cd   ' 
βs =   β x +  A s  β 's
 A s f yd  A 
   s
 0,68 × 20 × 44 × 1,43   3,99 
βs =   × 0,500 +   × 1,000 = 1,000 OK
 13,82 × 43,5   13,82 
d. Verificação de ah e av para as barras de 20 mm
b − (2 c nom + 2 φt + n φl )
ah = w
n −1 φt
bw largura da viga φl
cnom cobrimento nominal da armadura
φt diâmetro da armadura transversal (estribo) av
φl diâmetro da armadura longitudinal
n número de barras na camada cnom
20 − (2 × 3,0 + 2 × 0,63 + 3 × 2,0 )
ah = = 3,37 cm
3 −1
2 cm  ah
ah ≥ max φl 

1,2 dmax 
2 cm 
 
a h ≥ max φ l = 2 cm  ≥ 2,28 cm
1,2 dmax = 1,2 × 1,9 = 2,28 cm

2006 5-26 ufpr/tc405


ah,cal > ah,min OK
{ 123
3,37 cm 2,28 cm

2 cm 
a v ≥ max φl 

0,5 dmax 
2 cm  d = h - (ycg + φt + cnom)
 
a v ≥ max φl = 2 cm  ≥ 2,0 cm
0,5 dmax = 0,5 × 1,9 = 0,95 cm h
d
a v = 2,0 cm (valor adotado) 2 cm
φl (av)
e. Determinação da altura útil (d)
h
y cg <
10 cg cnom
50 (ycg + φt + cnom)
y cg < = 5,0 cm
10

y cg =

A si × y i
ycg φt
∑A si
  π × 2,0 2   2,0    π × 2,0 2   2,0 
3 ×  ×
  + 2 ×   ×  2,0 + 2,0 +
 
 
 4   2    4   2 
y cg = = 2,60 cm < 5,0 cm OK
  π × 2,0 2    π × 2.0 2 
3 ×    + 2 × 
 


  4    4 
(
d = h − y cg + φ t + c nom ) d' = cnom + φt + 0,5φl
d = 50 − (2,60 + 0,63 + 3,0 ) = 43,77 cm < 44 cm
f. Determinação de d’
φ
d ' = c nom + φ t + l cnom
2 φt
1,6
d ' = 3,0 + 0,63 + = 4,43 cm > 4 cm φl
2 d

g. Cálculo da armadura para novos valores de d e d’


MRd1 = 0,272 b w d2 fcd = 0,272 × 20 × 43,77 2 × 1,43 = 14 903 kNcm
MRd2 = 22 000 − 14 903 = 7 097 kNcm
14903
βc = = 0,272 ⇒ seria diferente de 0,272 se MRd1 fosse diferente de MRd1,lim
20 × 43,77 2 × 1,43

β c = 0,272  β z = 0,800
 
1⇒ ⇒ β s = 1,000
23
d' 4,43  tabela  '
= = 0,101 β s = 1,000
d 43,77 
 14 903 7 097  1
As =  +  = 13,93 cm 2 > 1,50 cm 2 OK
 0,800 × 43,77 ( 43,77 − 4,43 )  1,000 × 43,5
A s,cal = 13,93 cm 2 ◄
π × 2,0 2
A s,ef = 5 φ 20 mm = 5 × = 15,71cm2
4

2006 5-27 ufpr/tc405


7 097
A 's = = 4,15 cm 2
( 43,77 − 4,43 ) × 1,000 × 43,5
A 's,cal = 4,15 cm 2 ◄
 π × 1,6 2   π × 1,0 2 
A 's,ef = 2 φ 16 mm + 1 φ 10 mm =  2 × +  = 4,81cm 2
 4   4 

A s,ef + A 's,ef = 15,71 + 4,81 = 20,52 cm 2 < 40,0 cm 2 OK
h. Resolução para MRd1 <MRd1,lim
d = 43,77 cm (assumido)
d ' = 4,43 cm (assumido)
MRd1,lim = 0,272 b w d2 fcd = 0,272 × 20 × 43,772 × 1,43 = 14 903 kNcm
MRd1 ≤ MRd1,lim = 14 903 kNcm
MRd1 = 10 958 kNcm ⇒ valor adotado
MRd2 = 22 000 − 10 958 kNcm = 11042 kNcm
10 958
βc = = 0,200 < 0,272 OK
20 × 43,77 2 × 1,43

β c = 0,200  β z = 0,864
 
1⇒ ⇒ β s = 1,000
2 3
d' 4,43  tabela  '
= = 0,101 β s = 1,000
d 43,77 
 10 958 11042  1
As =  +  = 13,11cm2 > 1,50 cm2 OK
 0,864 × 43,77 ( 43,77 − 4,43)  1,000 × 43,5
A s,cal = 13,11cm 2 ◄
π × 2,0 2
A s,ef = 5 φ 20 mm = 5 × = 15,71cm2
4
11042
A 's = = 6,45 cm 2
( 43,77 − 4,43 ) × 1,000 × 43,5
A 's,cal = 6,45 cm 2 ◄
π × 2,0 2 π × 1,0 2
A 's,ef = 2 φ 20 mm + 1 φ 10 mm = 2 × + = 7,07 cm 2
4 4
A s,ef + A 's,ef = 15,71 + 7,07 = 22,78 cm2 < 40,0 cm2 OK
i. Comparação de resultados
g.1 valores teóricos (valores calculados de As e A’s)
MRd1 = MRd1,lim = 14 903 kNcm
A s,cal = 13,93 cm2
A 's,cal = 4,15 cm2
A s,cal + A 's,cal = 13,93 + 4,15 = 18,08 cm2
MRd1 = 10 958 kNcm
A s,cal = 13,11cm2
A 's,cal = 6,45 cm2
A s,cal + A 's,cal = 13,11 + 6,45 = 19,56 cm2 + 8,2%
g.2 valores reais (valores efetivos de As e A’s)
MRd1 = MRd1,lim = 14 903 kNcm
A s,ef = 15,71cm2

2006 5-28 ufpr/tc405


A 's,ef = 4,81cm2
A s,ef + A 's,ef = 15,71 + 4,81 = 20,52 cm2
MRd1 = 10 958 kNcm
A s,ef = 15,71cm2
A 's,ef = 7,07 cm2
A s,ef + A 's,ef = 15,71 + 7,07 = 22,78 cm2 + 11%

5.11 Vigas de seção T sem armadura de compressão


5.11.1 Região de concreto comprimido
A região de concreto comprimido, em uma viga de seção T, pode ocorrer de três modos
distintos como apresentado na Figura 5.17.

bf bf bf

hf y y
y

As As As

bw bw bw

y < hf y = hf y > hf

Figura 5.17 – Regiões de concreto comprimido em vigas de seção T


A situação em que toda a mesa está comprimida, corresponde a:
y = hf
y hf
=
d d
Considerando a Equação 5.6, tem-se:
y h
βy = = f
d d
βy h
βx = = f
0,8 0,8 d
 h   h   h  h 
βc = 0,68 β x (1 − 0,4 β x ) = 0,68 f  1 − 0,4 f  = 0,85 2f  d − f 
 0,8 d    0,8 d   d  2
Levando-se em conta as condições estabelecidas na Figura 5.14, cuja região comprimida é
definida pelo retângulo de dimensões bw y, tem-se, pela Equação 5.16:
MRd1 = βc b w d2 fcd
 h  h   h 
MRd1 = 0,85  2f   d − f  b w d2 fcd = 0,85 (b w hf ) d − f  fcd
 d  2  2 
No caso particular em que bw (da Figura 5.14) for igual a bf (da Figura 5.17), e definindo,
para este caso, MRd1 como sendo o momento resistente de cálculo resistido pela mesa
comprimida da seção T, tem-se:
 h 
MRd1 = MRd,mesa = 0,85 (b f h f )  d − f  f cd
 2

2006 5-29 ufpr/tc405


 h 
MRd,mesa = 0,85 (b f hf ) d − f  fcd Equação 5.22
 2
Desta forma, para as regiões de concreto comprimido em vigas de seções T, têm-se:
y < h f ⇔ MRd < MRd,mesa

y = hf ⇔ MRd = MRd,mesa Equação 5.23

y > hf ⇔ MRd > MRd,mesa

5.11.2 Seções T sem armadura de compressão: y ≤ hf


Seja Figura 5.18 onde está representada uma viga de seção T em que a solicitação de
cálculo MSd é resistida pelo momento resistente de cálculo MRd, composto somente pelo binário
das forças Rcd e Rsd, sem a necessidade de armadura de compressão.

bf εc y = 0,8 x
σc
Rcd = Rcd1
hf x
MRd = MRd1 MSd
1 d
h z

As
Rsd εs
bw ∆l
esforços resistentes solicitação
de cálculo de cálculo
Figura 5.18 – Vigas de seção T sem armadura de compressão – y ≤ hf
Comparando a Figura 5.14 com a Figura 5.18 pode-se concluir que a viga de seção T sem
armadura de compressão, com y ≤ hf, é equivalente a uma viga de seção retangular de base bf.
Desta forma, introduzindo valores de bf nos lugares de bw apresentados na Equação 5.19 e
considerando:
− a relação entre y e hf (Equação 5.23);
− armadura mínima (Equação 5.12); e
− armadura máxima (Equação 5.15),
as vigas de seção T, sem armadura de compressão, com y ≤ hf, podem ser representadas por:

2006 5-30 ufpr/tc405


 h 
MRd,mesa = 0,85 (b f hf ) d − f  fcd
 2
MSd ≤ MRd,mesa ⇒ y ≤ hf ⇒ seção retangular equivalente de base b f
0,272 b f d2 fcd fck ≤ 35 MPa
MRd1,lim =  2
0,228 b f d fcd fck > 35 MPa
MSd ≤ MRd1,lim ⇒ não há necessidade de armadura de compressão
MSd = MRd = MRd1
 MRd1 0,272 fck ≤ 35 MPa
βc = ≤  ⇒ tab ⇒ β y , β z e βs
 b f d2 fcd 0,228 fck > 35 MPa
ou
 MRd1 0,500 fck ≤ 35 MPa
β x = 1,25 − 1,5625 − ≤

2
0,272 b f d fcd 0,400 fck > 35 MPa
 Equação 5.24
β = 0,8 β
 y x

β z = 1 − 0,4 β x


 1,0 β x ≤ 0,259
βs =  Es  1 − β x 
  f  β  × 3,5‰ ≤ 1,0 β x > 0,259
  yd  x 
y = βy d ≤ hf
  f 
  0,024 cd A c 
MRd1 ≥ A s,min = max fyd
As =   
β z d βs fyd  0,0015 A c 
≤ A s,max = 0,04 b w h
 0,68 b f d fcd 
βs =  β
 A s fyd  x
 

Exemplo 5.4: Determinar a armadura necessária para a viga abaixo indicada, a qual está
submetida a um momento fletor solicitante de cálculo (MSd) igual a 220 kNm.
Dados:
– concreto: C20; e
– aço: CA-50.
Considerar:
– somente solicitações normais (momentos fletores); e
– estado limite último, combinações normais (γc = 1,4 e γs = 1,15).
60 cm

10 cm
MSd = 220 kNm

40 cm

As

20 cm

2006 5-31 ufpr/tc405


Solução: A solução do problema consiste na aplicação direta da Equação 5.24 e da tabela
de flexão simples do CA-50 (item 5.16).
a. Dados - uniformização de unidades (kN e cm)
fck = 20 MPa = 2,0 kN/cm 2
γ c = 1,40 (ELU - combinação normal)
f ck 2,0
f cd = = = 1,43 kN/cm 2
γ c 1,40
f yk = 500 MPa = 50 kN/cm 2
γ s = 1,15 (ELU - combinação normal)
f yk 50
f yd = = = 43,5 kN/cm 2
γ s 1,15
b w = 20 cm
b f = 60 cm
d = 44 cm (assumido)
h = 50 cm
h f = 10 cm
A c = b w h + (b f − b w )h f
A c = 20 × 50 + (60 - 20 ) × 10 = 1400 cm 2
 f 
0,024 cd A c 
A s,min = max  f yd
 
0,0015 A c 
 1,43 
0,024 × × 1400 = 1,10 cm 2 
A s,min = max  43,5 = 2,10 cm 2
 2 
0,0015 × 1400 = 2,10 cm  bf
A s,max = 0,04 b w h
hf
A s,max = 0,04 × 20 × 50 = 40,0 cm 2
MSd = 220 kNm = 22 000 kNcm
d
 h  h
MRd,mesa = 0,85 (b f hf ) d − f  fcd
 2
 10  As
MRd,mesa = 0,85 × (60 × 10 ) ×  44 −  × 1,43 = 28 443 kNcm
 2 
MSd < MRd,mesa ⇒ y < hf ⇒ seção retangular equivalent e de base b f
{ 1424 3
22 000 kNcm 28 443 kNcm

MRd1,lim = 0,272 b f d2 fcd fck ≤ 35 MPa


2
MRd1,lim = 0,272 × 60 × 44 × 1,43 = 45 182 kNcm
MSd < MRd1,lim ⇒ não há necessidad e de armadura de compressão
{ 123
22 000 kNcm 45 182 kNcm

MSd = MRd = MRd1 = 22 000 kNcm


b. Tabela CA-50
MRd1
βc = ≤ 0,272
b f d 2 f cd
22 000
βc = = 0,132 < 0,272 OK
60 × 44 2 × 1,43

2006 5-32 ufpr/tc405


β x = 0,213

β y = 0,170
βc = 0,132 ⇒ ⇒ 
123 β = 0,915
tabela  z
β = 1,000
 s
y = β y d = 0,170 × 44 = 7,48 cm < 10,0 cm OK
1424 3
hf

MRd1 ≥ A s,min
As = 
β z d β s f yd ≤ A s,max
22 000 > 2,10 cm2
As = = 12,56 cm2  OK
0,915 × 44 × 1,000 × 43,5 < 40,0 cm
2

A s,cal = 12,56 cm2 ◄


π × 2,0 2
A s,ef = 4 φ 20 mm = 4 × = 12,57 cm2
4
c. Verificação para valores calculados
 0,68 b f d f cd 
βs =  β
 A s f yd  x
 
 0,68 × 60 × 44 × 1,43 
βs =   × 0,213 = 1,001 ≅ 1,000 OK
 12,56 × 43,5 
d. Comparação com o Exemplo 5.3, para d igual a 44 cm
60 cm

10 cm
17,6 cm A’s
7,48 cm
34 cm

As As
6 cm
20 cm 20 cm

As = 13,82 cm2 As = 12,56 cm2


A’s = 3,99 cm2

MSd = 220 kNm Seção Retang. Seção T ∆


Ac 1000,0 cm2 1400,0 cm2 40,0%
Acc 352,0 cm2 448,8 cm2 27,5%
A’s 3,99 cm2 # #
As 13,82 cm2 12,56 cm2 -9,1%
As + A’s 17,81 cm2 12,56 cm2 -29,5%
βx 0,500 0,213
Domínio 3 2
e. Observação
Deve ser verificado o valor de d (assumido igual a 44 cm) em função da disposição
da armadura definida por As,ef. Esta verificação pressupõe o conhecimento do diâmetro da
armadura transversal (estribo), cobrimento da armadura e dimensão máxima do agregado
graúdo.

2006 5-33 ufpr/tc405


5.11.3 Seções T sem armadura de compressão: y > hf
Seja Figura 5.19 onde está representada uma viga de seção T em que a solicitação de
cálculo MSd é resistida pelo momento resistente de cálculo MRd, composto pelos binários das
forças Rcd1 / Rsd1 e Rcd3 / Rsd3, sem a necessidade de armadura de compressão.

bf εc y = 0,8 x
σc
hf Rcd3
Rcd1
d x MSd
3 3
h
z MRd =
1 MRd1 + MRd3
As
Rsd εs
bw ∆l
As Rsd
solicitação
v v de cálculo
esforços resistentes
As3 + As1 Rsd3 + Rsd1 de cálculo
(Rcd3) (Rcd1)

Figura 5.19 – Vigas de seção T sem armadura de compressão – y > hf


Como mostrado na Figura 5.19, o momento fletor resistente de cálculo MRd (MRd ≥ MSd) é
composto por dois momentos MRd1 e MRd3. No que se refere a MRd1 valem todas as considerações
apresentadas em 5.8. Desenvolvendo, para a Figura 5.19, um raciocínio semelhante ao
apresentado em 5.8, chega-se:
− armadura tracionada
 
M MRd3  1
A s =  Rd1 + 
 βz d  hf   βs fyd
 d − 
  2 
− equação de verificação

 β x +  0,85 [(b f − b w )h f ] fcd 


 0,68 b w d fcd   
βs = 
 A s f yd   A s f yd 
 
Desta forma, as vigas de seção T, sem armadura de compressão, com y > hf, podem ser
representadas por:

2006 5-34 ufpr/tc405


 h 
MRd,mesa = 0,85 (b f hf ) d − f  fcd
 2
MSd > MRd,mesa ⇒ y > hf ⇒ seção T
0,272 b w d2 fcd fck ≤ 35 MPa
MRd1,lim =  2
0,228 b w d fcd fck > 35 MPa
  h 
MRd3 = 0,85 (b f − b w )hf  d − f  fcd
  2 
não há necessidade de
MSd ≤ (MRd1,lim + MRd3 ) ⇒
armadura de compressão
MSd = MRd = MRd1 + MRd3
MRd1 = MRd − MRd3
 MRd1 0,272 fck ≤ 35 MPa
βc = ≤  ⇒ tab ⇒ β y , β z e βs
 b w d2 fcd 0,228 fck > 35 MPa
ou
 MRd1 0,500 fck ≤ 35 MPa Equação 5.25
β x = 1,25 − 1,5625 − ≤

2
0,272 b w d fcd 0,400 fck > 35 MPa

β = 0,8 β
 y x

β z = 1 − 0,4 β x


 1,0 β x ≤ 0,259
βs =  Es  1 − β x 
  f  β  × 3,5‰ ≤ 1,0 β x > 0,259
  yd  x 
y = βy d > hf
    f 
M  1 ≥ A 0,024 cd A c 
MRd3 s,min = max fyd
A s =  Rd1 +    
 βz d  h   βs fyd  0,0015 A c 

 d − f 
  2  ≤ A s,max = 0,04 b w h

 β x +  0,85 [(b f − b w )hf ]fcd 


 0,68 b w d fcd   
βs = 
 A s fyd   A s fyd 
 

Exemplo 5.5: Determinar a armadura necessária para a viga abaixo indicada, a qual está
submetida a um momento fletor solicitante de cálculo (MSd) igual a 320 kNm.
Dados:
– concreto: C20; e
– aço: CA-50.
Considerar:
– somente solicitações normais (momentos fletores); e
– estado limite último, combinações normais (γc = 1,4 e γs = 1,15).

2006 5-35 ufpr/tc405


60 cm

10 cm
MSd = 320 kNm

40 cm

As

20 cm

Solução: A solução do problema consiste na aplicação direta da Equação 5.25 e da tabela


de flexão simples do CA-50 (item 5.16).
a. Dados - uniformização de unidades (kN e cm)
fck = 20 MPa = 2,0 kN/cm 2
γ c = 1,40 (ELU - combinação normal)
f ck 2,0
f cd = = = 1,43 kN/cm 2
γ c 1,40
f yk = 500 MPa = 50 kN/cm 2
γ s = 1,15 (ELU - combinação normal)
f yk 50
f yd = = = 43,5 kN/cm 2
γ s 1,15
b w = 20 cm
b f = 60 cm
d = 44 cm (assumido)
h = 50 cm
h f = 10 cm
A c = b w h + (b f − b w )h f
A c = 20 × 50 + (60 - 20 ) × 10 = 1400 cm 2
 f 
 0,024 cd A c 
A s,min = max f yd
 
0,0015 A c 
 1,43 
0,024 × × 1400 = 1,10 cm 2 
A s,min = max  43,5 = 2,10 cm 2
 2 
0,0015 × 1400 = 2,10 cm  bf
A s,max = 0,04 b w h
hf
A s,max = 0,04 × 20 × 50 = 40,0 cm 2
MSd = 320 kNm = 32 000 kNcm
d
 h  h
MRd,mesa = 0,85 (b f hf ) d − f  fcd
 2
 10  As
MRd,mesa = 0,85 × (60 × 10 ) ×  44 −  × 1,43 = 28 443 kNcm
 2 
MSd > MRd,mesa ⇒ y > h f ⇒ seção T bf
{ 1424 3
32 000 kNcm 28 443 kNcm

MRd1,lim = 0,272 b w d2 fcd fck ≤ 35 MPa


MRd1,lim = 0,272 × 20 × 442 × 1,43 = 15 061kNcm

2006 5-36 ufpr/tc405


  h 
MRd3 = 0,85 (b f − b w )hf  d − f  fcd
  2 
  10 
MdR3 = 0,85 × (60 − 20 ) × 10 ×  44 −  × 1,43 = 18 962 kNcm
  2 
MRd1,lim + MRd3 = 15 061kNcm + 18 962 = 34023 kNcm
MSd < MRd1,lim + MRd3 ⇒ não há necessidade de armadura de compressão
{ 144244 3
32 000 kNcm 34 023 kNcm

MSd = MRd = MRd1 + MRd3 = 32 000 kNcm


MRd1 = MRd − MRd3
MRd1 = 32 000 − 18 962 = 13 038 kNcm
b. Tabela CA-50
MRd1
βc = ≤ 0,272
b w d 2 f cd
13 038
βc = = 0,235 < 0,272 OK
20 × 44 2 × 1,43
β x = 0,415

β y = 0,332
βc = 0,235 ⇒ ⇒ 
123 β = 0,834
tabela  z
β = 1,000
 s
y = β y d = 0,332 × 44 = 14,61cm > 10,0 cm OK
1424 3
hf

 
M MRd3  1 ≥ A s,min
A s =  Rd1 +  
 βz d  h f   β s fyd ≤ A s,max
  d − 
  2  
 
 13 038 18 962  1 > 2,10 cm2
As =  +  = 19,34 cm2  OK
 0,834 × 44  10   1,000 × 43,5 < 40 ,0 cm 2

  44 − 
  2  
A s,cal = 19,34 cm2 ◄
π × 2,5 2
A s,ef = 4 φ 25 mm = 4 × = 19,63 cm 2
4
c. Verificação para valores calculados

 β x +  0,85 [(b f − b w )h f ] f cd 
 0,68 b w d f cd   
βs = 
 A s f yd   A s f yd 
 
 0,68 × 20 × 44 × 1,43   0,85 × [(60 − 20 ) × 10] × 1,43 
βs =   × 0,415 +   = 1,000 OK
 19,34 × 43,5   19,34 × 43,5 
d. Observação
Deve ser verificado o valor de d (assumido igual a 44 cm) em função da disposição
da armadura definida por As,ef. Esta verificação pressupõe o conhecimento do diâmetro da
armadura transversal (estribo), cobrimento da armadura e dimensão máxima do agregado
graúdo.

2006 5-37 ufpr/tc405


5.12 Vigas de seção T com armadura de compressão
5.12.1 Seções T com Armadura de Compressão: y ≤ hf
Nas seções T, a necessidade da armadura de compressão (Figura 5.20) pode vir a ser
necessária, em alguns casos, quando a relação hf / d assume valores maiores que 0,4 para
concretos de classe igual ou inferior a C35, ou 0,32 para concretos de classe superior a C35.

2
bf εc y = 0,8 x
d' σc
R’sd
A’s Rcd1
hf ε’s
d x MSd
h
z
1 Rsd MRd = MRd1 + MRd2
As
εs
bw ∆l
As Rsd
solicitação
v v de cálculo
esforços resistentes
As2 + As1 Rsd2 + Rsd1 de cálculo
(R’sd) (Rcd1)
Figura 5.20 – Vigas de seção T com armadura de compressão – y ≤ hf
Desenvolvendo um raciocínio análogo ao apresentado em 5.8, 5.10 e 5.11, as vigas de
seção T, com armadura de compressão, com y ≤ hf, podem ser representadas por:

2006 5-38 ufpr/tc405


 h 
MRd,mesa = 0,85 (b f hf ) d − f  fcd
 2
MSd ≤ MRd,mesa ⇒ y ≤ hf ⇒ seção retangular equivalente de base b f
0,272 b f d2 fcd fck ≤ 35 MPa
MRd1,lim =  2
0,228 b f d fcd fck > 35 MPa
MSd > MRd1,lim ⇒ há necessidade de armadura de compressão
MRd1 ≤ MRd1,lim ⇒ valor a ser assumido (pode ser MRd1 = MRd1,lim )
MSd = MRd = MRd1 + MRd2
MRd2 = MRd − MRd1
 MRd1 0,272 fck ≤ 35 MPa
βc = ≤ ⇒ tab ⇒ β y , β z , βs e β's

2
b f d fcd 0,228 fck > 35 MPa
ou
 MRd1 0,500 fck ≤ 35 MPa
β x = 1,25 − 1,5625 − ≤ 
 0,272 b f d2 fcd 0,400 fck > 35 MPa
β y = 0,8 β x

βz = 1 − 0,4 β x
 1,0 β x ≤ 0,259
 
βs = Es  1 − β x  × 3,5‰ ≤ 1,0 β > 0,259 Equação 5.26
 f  β  x
  yd  x 
  
 d' 
E  β x − 
  s d  × 10‰ ≤ 1,0 β ≤ 0,259
  fyd  1 − β x 
x
   
β's =   
 
 β −  d'

 Es  x d 
 f  β × 3,5‰ ≤ 1,0 β x > 0,259
 
  yd x

   

y = β y d ≤ hf
 f 
 MRd1 MRd2  1  0,024 cd A c 
As =  + ≥ =
 βz d ( 
)
d − d'  βs fyd
A s,min max

f yd
0,0015 A c 

MRd2
A 's =
( )
d − d' β's fyd
(A s )
+ A 's ≤ 0,04b w h
 0,68 b f d fcd   ' 
βs =   β x +  A s  β's
 A s fyd  A 
   s

Exemplo 5.6: Determinar a armadura necessária para a viga abaixo indicada, a qual está
submetida a um momento fletor solicitante de cálculo (MSd) igual a 500 kNm.
Dados:
– concreto: C20; e
– aço: CA-50.
Considerar:
– somente solicitações normais (momentos fletores); e
– estado limite último, combinações normais (γc = 1,4 e γs = 1,15).

2006 5-39 ufpr/tc405


60 cm

25 cm MSd = 500 kNm

25 cm
As

20 cm

Solução: A solução do problema consiste na aplicação direta da Equação 5.26 e da tabela


de flexão simples do CA-50 (item 5.16).
a. Dados - uniformização de unidades (kN e cm)
fck = 20 MPa = 2,0 kN/cm 2
γ c = 1,40 (ELU - combinação normal)
f ck 2,0
f cd = = = 1,43 kN/cm 2
γ c 1,40
f yk = 500 MPa = 50 kN/cm 2
γ s = 1,15 (ELU - combinação normal)
f yk 50
f yd = = = 43,5 kN/cm 2
γ s 1,15
b w = 20 cm
b f = 60 cm
d = 44 cm (assumido)
d ' = 4 cm (assumido)
h = 50 cm
h f = 25 cm
A c = b w h + (b f − b w )h f
A c = 20 × 50 + (60 - 20 ) × 25 = 2 000 cm 2
 f 
 0,024 cd A c 
A s,min = max f yd
 
0,0015 A c 
 1,43 
 0,024 × × 2 000 = 1,58 cm 2 
A s,min = max 43,5 = 3,00 cm 2
 2 
0,0015 × 2 000 = 3,00 cm  bf
A s,max = 0,04 b w h
hf
A s,max = 0,04 × 20 × 50 = 40,0 cm 2
MSd = 500 kNm = 50 000 kNcm
d
 h  h
MRd,mesa = 0,85 (b f hf ) d − f  fcd
 2
 25 
MRd,mesa = 0,85 × (60 × 25 ) ×  44 −  × 1,43 = 57 432 kNcm As
 2 
MSd < MRd,mesa ⇒ y < hf ⇒ seção retangular equivalent e de base b f
{ 1424 3
50 000 kNcm 57 432 kNcm

MRd1,lim = 0,272 b f d2 fcd fck ≤ 35 MPa

2006 5-40 ufpr/tc405


MRd1,lim = 0,272 × 60 × 44 2 × 1,43 = 45 182 kNcm
MSd > MRd1,lim ⇒ há necessidade de armadura de compressão
{ 123
50 000 kNcm 45 182 kNcm

MRd1 ≤ MRd1,lim = 45 182 kNcm


MRd1 = 45 182 kNcm ⇒ valor adotado (corresponde a β x,lim )
MSd = MRd = MRd1 + MRd2 = 50 000 kNcm
MRd2 = MRd − MRd1
MRd2 = 50 000 − 45 182 = 4 818 kNcm
b. Tabela CA-50
MRd1
βc = ≤ 0,272
b f d 2 f cd
45 182
βc = = 0,272 ⇒ seria diferente de 0,272 se MRd1 fosse diferente de MRd1,lim
60 × 44 2 × 1,43
 β x = 0,500
βc = 0,272  
 β y = 0,400
1⇒ ⇒ β z = 0,800
23
d '
4  tabela β = 1,000
= = 0,091  's
d 44  β s = 1,000
y = β y d = 0,400 × 44 = 16,60 cm < 25,0 cm OK
1424 3
hf

 fcd
 MRd1 MRd2  1 0,024 Ac
As =  + ≥
 βz d (
' 
d − d  βs fyd ) fyd
0,0015 A c
 45 182 4 818  1
As =  +  = 32,28 cm2 > 3,00 cm2 OK
 0,800 × 44 ( 44 − 4)  1,000 × 43,5
A s,cal = 32,28 cm2 ◄
π × 2,5 2
A s,ef = 7 φ 25 mm = 7 × = 34,36 cm 2
4
A 's =
MRd2
(d − d )β
' '
( )
⇒ A s + A 's ≤ 0,04b w h
s fyd

4 818
A 's = = 2,77 cm 2
( 44 − 4) × 1,000 × 43,5
A 's,cal = 2,77 cm2 ◄
π × 1,25 2
A 's,ef = 3 φ1, 25 mm = 3 × = 3,68 cm2
4
A s,ef + A 's,ef = 34,36 + 3,68 = 38,04 cm2 < 40,0 cm2 OK
c. Verificação para valores calculados
 0,68 b f d f cd   A 's  '
βs =   β + β
 A s f yd  x  A s  s
   
 0,68 × 60 × 44 × 1,43   2,77 
βs =   × 0,500 +   × 1,000 = 1,000 OK
 32 ,28 × 43 ,5   32,28 
d. Observação
Devem ser verificados os valores de d e d’ em função de As,ef e A’s,ef. Esta verificação
pressupõe o conhecimento do diâmetro da armadura transversal (estribo), cobrimento da
armadura e dimensão máxima do agregado graúdo.

2006 5-41 ufpr/tc405


5.12.2 Seções T com Armadura de Compressão: y > hf
Nas seções T, a necessidade da armadura de compressão (Figura 5.21) pode vir a ser
necessária, em casos, que a altura da região de concreto comprimido (y) ocupe boa parte da
nervura, além da ocupação total da mesa.

2
bf εc y = 0,8 x
d' σc
R’sd
hf Rcd3
A’s
Rcd1
3 3 d ε’s x MSd
h
z MRd = MRd1
1
Rsd + MRd2 + MRd3
As
εs
bw ∆l
As Rsd
solicitação
v v de cálculo
esforços resistentes
As3 + As2 + As1 Rsd3 + Rsd2 + Rsd1
de cálculo
(Rcd3) (R’sd) (Rcd1)
Figura 5.21 - Vigas de seção T com armadura de compressão – y > hf
Desenvolvendo um raciocínio análogo ao apresentado em 5.8, 5.10 e 5.11, as vigas de
seção T, com armadura de compressão, com y > hf, podem ser representadas por:

2006 5-42 ufpr/tc405


 h 
MRd,mesa = 0,85 (b f hf ) d − f  fcd
 2
MSd > MRd,mesa ⇒ y > hf ⇒ seção T
0,272 b w d2 fcd fck ≤ 35 MPa
MRd1,lim =  2
0,228 b w d fcd fck > 35 MPa
  h 
MRd3 = 0,85 (b f − b w )hf  d − f  fcd
  2 
há a necessidade de
MSd > (MRd1,lim + MRd3 ) ⇒ 
armadura de compressão
MRd1 ≤ MRd1,lim ⇒ valor a ser assumido (pode ser MRd1 = MRd1,lim )
MSd = MRd = MRd1 + MRd2 + MRd3
MRd2 = MRd − (MRd1 + MRd3 )
 MRd1 0,272 fck ≤ 35 MPa
βc = ≤  ⇒ tab ⇒ β y , β z , βs e β's
 b w d2 fcd 0,228 fck > 35 MPa
ou
 MRd1 0,500 fck ≤ 35 MPa
β x = 1,25 − 1,5625 − ≤

2
0,272 b w d fcd 0,400 fck > 35 MPa
β y = 0,8 β x

βz = 1 − 0,4 β x
 1,0 β x ≤ 0,259 Equação 5.27
 
βs = Es  1 − β x  × 3,5‰ ≤ 1,0 β > 0,259
 f  β  x
  yd  x 
  
 d' 
E  β x − 
  s d  × 10‰ ≤ 1,0 β ≤ 0,259
  fyd  1 − β x 
x
   
β's =   
 
 β −  d'

 Es  x d 
 f  β × 3,5‰ ≤ 1,0 β x > 0,259
 
  yd x

   

y = β y d > hf
 
M  f 
M MRd3  1 0,024 cd A c 
A s =  Rd1 + dR 2' +  ≥ A s,min = max  fyd
 β z d (d − d )  hf   βs fyd  
  d −   
0,0015 A c 
  2
MRd2
A 's =
( )
d − d' β's fyd
(A s )
+ A 's ≤ 0,04 b w h

 β x +  A s  β's +  0,85 [(b f − b w )hf ]fcd 


 0,68 b w d fcd   '   
βs =  A 
 A s fyd   A s fyd 
   s

2006 5-43 ufpr/tc405


Exemplo 5.7: Determinar a armadura necessária para a viga abaixo indicada, a qual está
submetida a um momento fletor solicitante de cálculo (MSd) igual a 500 kNm.
Dados:
– concreto: C20; e
– aço: CA-50.
Considerar:
– somente solicitações normais (momentos fletores); e
– estado limite último, combinações normais (γc = 1,4 e γs = 1,15).
60 cm

10 cm
MSd = 500 kNm

40 cm

As

20 cm

Solução: A solução do problema consiste na aplicação direta da Equação 5.27 e da tabela


de flexão simples do CA-50 (item 5.16).
a. Dados - uniformização de unidades (kN e cm)
fck = 20 MPa = 2,0 kN/cm 2
γ c = 1,40 (ELU - combinação normal)
f ck 2,0
f cd = = = 1,43 kN/cm 2
γ c 1,40
f yk = 500 MPa = 50 kN/cm 2
γ s = 1,15 (ELU - combinação normal)
f yk 50
f yd = = = 43,5 kN/cm 2
γ s 1,15
b w = 20 cm
b f = 60 cm
d = 44 cm (assumido)
d ' = 4 cm (assumido)
h = 50 cm
h f = 10 cm
A c = b w h + (b f − b w )h f
A c = 20 × 50 + (60 - 20 ) × 10 = 1400 cm 2
 f 
0,024 cd A c 
A s,min = max  f yd
 
0,0015 A c 
 1,43 
0,024 × × 1400 = 1,10 cm 2 
A s,min = max  43,5 = 2,10 cm 2
 2 
0,0015 × 1400 = 2,10 cm 
A s,max = 0,04 b w h
A s,max = 0,04 × 20 × 50 = 40,0 cm 2
MSd = 500 kNm = 50 000 kNcm

2006 5-44 ufpr/tc405


 h 
MRd,mesa = 0,85 (b f hf ) d − f  fcd
 2
 10 
MRd,mesa = 0,85 × (60 × 10 ) ×  44 −  × 1,43 = 28 443 kNcm
 2 
MSd > MRd,mesa ⇒ y > hf ⇒ seção T bf
{ 1424 3
50 000 kNcm 28 443 kNcm

MRd1,lim = 0,272 b w d 2 f cd f ck ≤ 35 MPa hf

MRd1,lim = 0,272 × 20 × 44 2 × 1,43 = 15 061kNcm


d
 h  h

MRd3 = 0,85 (b f − b w )hf  d − f  fcd
  2 
  10  As
MdR3 = 0,85 × (60 − 20 ) × 10 ×  44 −  × 1,43 = 18 962 kNcm
  2 
MRd1,lim + MRd3 = 15 061kNcm + 18 962 = 34 023 kNcm bf
MSd > MRd1,lim + MRd3 ⇒ há necessidade de armadura de compressão
{ 144244 3
50 000 kNcm 34 023 kNcm

MRd1 ≤ MRd1,lim
MRd1 = 15061kNcm ⇒ valor adotado
MSd = MRd = MRd1 + MRd2 + MRd3 = 50 000 kNcm
MRd2 = MRd − (MRd1 + MRd3 )
MRd2 = 50 000 − (15 061 + 18 962) = 15 977 kNcm
b. Tabela CA-50
M d1
βc = ≤ 0,272
b w d 2 f cd
15 061
βc = = 0,272 ⇒ seria diferente de 0,272 se MRd1 fosse diferente de MRd1,lim
20 × 442 × 1,43
β x = 0,500
 
βc = 0,272  β y = 0,400
 
1⇒ ⇒ β z = 0,800
2 3
d' 4  tabela β = 1,000
= = 0,091  s
d 44  β's = 1,000
y = β y d = 0,400 × 44 = 17,60 cm > 10,0 cm OK
1424 3
hf

 
 
M M dR 2 MRd3  1
A s =  Rd1 + + ≥ A s,min
 β z d (d − d ' )  h  β f
  d − f   s yd
  2
 
 
15 061 15 977 18 962 1
As =  + +  = 30,20cm 2 ≥ 2,10 cm 2 OK
 0,800 × 44 ( 44 − 4)  10   1,000 × 43,5
  44 −  
  2  
A s,cal = 30,20cm 2 ◄
π × 2,5 2
A s,ef = 7 φ 25 mm = 7 × = 34,36 cm 2
4

2006 5-45 ufpr/tc405


MRd2
A 's =
(d − d )β ' '
s f yd
15 977
A 's = = 9,18 cm 2
(44 − 4 ) × 1,000 × 43,5
A 's,cal = 9,18 cm 2 ◄
π × 1,6 2
A 's,ef = 5 φ 16 mm = 5 × = 10,05 cm 2
4
A s,ef + A 's,ef = 34,36 + 10,05 = 44,41cm2 > 40,0 cm2 ⇒ aumentar as dimensões da viga
c. Verificação para valores calculados

 β x +  A s  β 's +  0,85 [(b f − b w )h f ] f cd 


 0,68 b w d f cd   '   
βs =  A 
 A s f yd   A s f yd 
   s
 0,68 × 20 × 44 × 1,43   9,18   0,85 × [(60 − 20 ) × 10] × 1,43 
βs =   × 0,500 +   × 1,000 +   = 1,000
 30,20 × 43,5   30,20   30,20 × 43,5 
OK
d. Observação
Se para a verificação da armadura máxima fosse usada a Equação 5.14 no lugar da
Equação 5.15, teríamos:
( )
A s + A 's max ≤ 0,04 A c
(A s + A 's )
max ≤ 0,04 × 1400 = 56,0 cm2
A s,ef + A 's,ef = 34,36 + 10,05 = 44,41cm2 < 56,0 cm2 OK
Porém, pelas razões apresentadas em 5.7.2, é conveniente seguir a seqüência de
calculo mostrada no item b e aumentar as dimensões da seção transversal da viga.

5.13 Composição de bf
5.13.1 Conjunto laje–viga
Nas estruturas de concreto armado, as vigas de seção T aparecem naturalmente pois o
conjunto laje-viga define este tipo de seção, como mostrado na Figura 5.22.

P1 P2
20 x 20 V1 – 20 x 50 20 x 20

L1 L2 L3
10 cm 10 cm 10 cm
V3 – 20 x 50

V4 – 20 x 50

A A

V2 – 20 x 50
P3 P4
20 x 20 20 x 20
Corte AA
L1 bf V4 L3

hf L2
V3
bw

Figura 5.22 – Conjunto laje-viga

2006 5-46 ufpr/tc405


Deve ser notado que no dimensionamento da armadura longitudinal (armadura de flexão), a
viga de concreto armado composta por nervura (alma) e abas (mesa), como mostrado na
Figura 5.22, só poderá ser considerada como seção T, quando a mesa estiver comprimida. Caso
contrário (mesa tracionada), a viga deverá ser considerada como de seção retangular de base bw.
De modo geral, pode se dizer que a seção T, com a mesa posicionada na parte superior da
viga (T em pé), pode ser usada para o dimensionamento da armadura longitudinal positiva
(momentos fletores positivos da viga V3 da Figura 5.22).
Eventualmente, em construções com lajes rebaixadas (apoiadas na base da viga), é
possível configurar-se seções ⊥ (T invertido da viga V4 da Figura 5.22). Nestes casos, estas
seções poderiam ser usadas no dimensionamento da armadura longitudinal negativa (momentos
fletores negativos, se houverem, na viga V4 da Figura 5.22).
5.13.2 Largura colaborante de vigas de seção T
5.13.2.1 Distância entre pontos de momentos fletores nulos
A consideração da largura colaborante da laje associada à viga (Figura 5.22) deve obedecer
às prescrições da ABNT NBR 6118.
ABNT NBR 6118, item 14.6.2.2:
“A largura colaborante bf deve ser dada pela largura da viga bw acrescida de no
máximo 10% da distância a entre pontos de momento fletor nulo, para cada lado da
viga em que houver laje colaborante.
A distância a pode ser estimada, em função do comprimento l do tramo considerado,
como se apresenta a seguir:
− viga simplesmente apoiada: a = 1,00 l;
− viga com momento em uma só extremidade: a = 0,75 l;
− viga com momento nas duas extremidades: a = 0,60 l;
− viga em balanço: a = 2,00 l.
Alternativamente, o cômputo da distância a pode ser feito ou verificado mediante
exame dos diagramas de momentos fletores na estrutura.
No caso de vigas contínuas, permite-se calculá-las com uma largura colaborante única
para todas as seções, inclusive nos apoios sob momentos negativos, desde que essa
largura seja calculada a partir do trecho de momentos positivos onde a largura resulte
mínima.”
Os valores de a podem ser estabelecidos como:
a=l viga simplesmen te apoiada
a = 0,75 l viga com momento em uma só extremidad e
Equação 5.28
a = 0,60 l viga com momento nas duas extremidad es
a = 2l viga em balanço

A Figura 5.23 mostra os valores simplificados de a, como estabelecidos pela


ABNT NBR 6118.

2006 5-47 ufpr/tc405


l1 l2 l3 l4

a1 = l1

a2 = 0,75 l2 a3 = 0,60 l3 a4 = 2,00 l4


I II III IV

Figura 5.23 – Distância entre pontos de momento fletor nulo


Deve ser observado na Figura 5.23 que para a viga isostática (l1) só tem sentido o uso de
seções T com a mesa posicionada na parte superior da viga (T em pé), pois nesta viga só atuam
momentos fletores positivos. Neste caso:
a = a1 = l 1
Para a viga contínua (l2 + l3 + l4), as seções T com a mesa posicionada na parte superior
da viga (T em pé) podem ser admitidas nos trechos I e III, onde atuam momentos fletores
positivos. As seções ⊥ com a mesa posicionada na parte inferior da viga (T invertido) podem ser
admitidas nos trechos II e IV, onde atuam momentos fletores negativos.
Para o caso em que a viga contínua mostrada na Figura 5.23 tiver, em toda sua extensão,
seção transversal em forma de T com a mesa posicionada na parte superior da viga (T em pé), na
determinação do valor de bf (a ser usado no dimensionamento dos momentos fletores positivos
dos trechos I e III), deve ser tomado para a o menor dos seguintes valores:
a = 0,75 l 2
a≤ 2
a 3 = 0,60 l 3
Para o caso em que a viga contínua mostrada na Figura 5.23 tiver, em toda sua extensão,
seção transversal em forma de ⊥ com a mesa posicionada na parte inferior da viga (T invertido),
na determinação do valor de bf (a ser usado no dimensionamento dos momentos fletores
negativos dos trechos II e IV), deve ser tomado para a o menor dos seguintes valores:
0,25 l 2 + 0,20 l 3
a≤
0,20 l 3 + 2,00 l 4
5.13.2.2 Vigas isoladas e painel de vigas
Na determinação de bf não pode ser apenas considerada a distância a entre os pontos de
momento fletor nulo, como apresentado em 5.13.2.1. Algumas disposições decorrentes da própria
natureza da viga, ou do conjunto delas, devem ser consideradas, como mostrado na Figura 5.24.

2006 5-48 ufpr/tc405


bf

b3 c b1 b1

b4 b2

conjunto de vigas
bw bw

bf

b3 c b3 b1 ≤ 0,5 b2

b4 b4 b3 ≤ b4

viga isolada
bw

Figura 5.24 – Largura de mesa colaborante


As relações entre os valores de a mostrados na Figura 5.23 e os valores de bi apresentados
na Figura 5.24 correspondem a:
0,1a 0,1a
b1 ≤  b3 ≤  Equação 5.29
0,5 b2 b 4

Exemplo 5.8: Determinar o valor de bf para a viga V2.


Considerar:
– vigas simplesmente apoiadas nos pilares.
V1A V1B

P1 P2
40

180 40 740 40
400
V3

V4

L1 L2

V2A V2B
40

P3 P4
L3
120

2006 5-49 ufpr/tc405


Solução: A solução do problema consiste na aplicação direta da Equação 5.28 e da
Equação 5.29.
a. Definição de a (vista longitudinal de V2)
a = a 2 = 0,75 l 2
a = 0,75 × 780 = 585 cm

l1 = 2 m l2 = 7,8 m P4
P3

a2 = 0,75 l2

b. Definição de bf (seção transversal de V2)


b 2 = 400 cm bf
b 4 = 120 cm
0,1a
b1 ≤  b3 b1
0,5 b 2
0,1× 585 = 58,5 cm ⇐ V2 V1
b1 ≤ 
0,5 b 2 = 0,5 × 400 = 200 cm 120 40 400 40
b4 bw b2 bw
0,1a
b3 ≤ 
b 4
0,1× 585 = 58,5 cm ⇐
b3 ≤ 
120 cm
b f = b 3 + b w + b1
b f = 58,5 + 40 + 58,5 = 157 cm
b f = 157 cm ◄

5.14 MSd,min
Uma outra maneira de se determinar armadura mínima em vigas de concreto armado é
usando o conceito de MSd,min.
ABNT NBR 6118, item 17.3.5.1:
”A ruptura frágil das seções transversais, quando da formação da primeira fissura,
deve ser evitada considerando-se, para o cálculo das armaduras, um momento
mínimo dado pelo valor correspondente ao que produziria a ruptura da seção de
concreto simples, supondo que a resistência à tração do concreto seja dada por fctk,sup,
devendo também obedecer às condições relativas ao controle da abertura de fissuras
dadas em 17.3.3.”
ABNT NBR 6118, item 17.3.5.2.1:
”A armadura mínima de tração, em elementos estruturais armados ou protendidos
deve ser determinada pelo dimensionamento da seção a um momento fletor mínimo
dado pela expressão a seguir, respeitada a taxa mínima absoluta de 0,15%:
Md,mim = 0,8 W0 fctk,sup
onde:
W0 é o módulo de resistência da seção transversal bruta de concreto, relativo
à fibra mais tracionada;
fctk,sup é a resistência característica superior do concreto à tração.“

2006 5-50 ufpr/tc405


Seguindo o prescrito no item 17.3.5.2.1 da ABNT NBR 6118, a equação para a
determinação do momento fletor mínimo1 resulta:
MSd,min = 0,8 W0 fctk,sup f 2
= 0,39 3 fck f ck em MPa  Equação 5.30
 ctk,sup 
para uma taxa mínima de armadura dada por:
A s,min
ρmin = = 0,15% Equação 5.31
Ac
ABNT NBR 6118, item 17.3.5.2.1:
”Em elementos estruturais superdimensionados, pode ser utilizada armadura menor
que a mínima, com valor obtido a partir de um momento fletor igual ao dobro de Md.
Neste caso, a determinação dos esforços solicitantes deve considerar de forma
rigorosa todas as combinações possíveis de carregamento, assim como os efeitos de
temperatura, deformações diferidas e recalques de apoio. Deve-se ter ainda cuidado
com o diâmetro e espaçamento das armaduras de limitação de fissuração.”
Exemplo 5.9: Determinar, para a viga abaixo representada, o momento fletor solicitante de
cálculo mínimo (MSd,min).
Considerar:
– concreto: C20; e
– estado limite último, combinações normais (γc = 1,4).
60 cm

10 cm
MSd,min

40 cm

As

20 cm

Solução: A solução do problema consiste na aplicação direta da Equação 5.30.


a. Dados - uniformização de unidades (kN e cm)
fck = 20 MPa = 2,0 kN/cm 2
γ c = 1,40 (ELU - combinação normal)
2
f ctk,sup = 0,39 3 fck fck em MPa
fctk,sup = 0,39 3 202 = 2,874 MPa = 0,287 kN/cm2
b w = 20 cm
b f = 60 cm
h = 50 cm
h f = 10 cm

1
A ABNT NBR 6118, item 17.3.5.2.1, define o momento fletor mínimo como Md,min, deixando de caracterizá-lo como
momento fletor solicitante de cálculo. Para manter coerência com o desenvolvimento deste Capítulo, na
Equação 5.30, o momento foi definido como sendo MSd,min.
2006 5-51 ufpr/tc405
b. MSd,min
A c = b w h + (b f − b w )h f bf
A c = 20 × 50 + (60 - 20 ) × 10 = 1400 cm 2

(b f h2 ) − [(b f − b w ) (h − hf )2 ] hf
yw = yf
2{[(b f h) − [(b f − b w ) (h − hf )]} cg
(60 × 50 2 ) − [( 60 − 20 ) × (50 − 10 )2 ]
yw = = 30,71cm h
2{[(60 × 50 ) − [( 60 − 20 ) × (50 − 10 )]}
yw
yf = h − yw
y f = 50 − 30,71 = 19,29 cm
 b h3 − [(b f − b w ) (h − hf )3 ]  2 bw
I= f  − Ac yw
 3 
 60 × 50 − [(60 − 20 ) × (50 − 10 )3 ] 
3
2 4
I=  − 1400 × 30,71 = 326 321cm
 3 
I
W0 = W0, w = ⇐ fibra mais tracionada (w)
yw
326 321
W0 = = 10 626 cm 3
30,71
MSd,min = 0,8 W0 fctk,sup
MSd,min = 0,8 × 10 626 × 0,287 = 2 440 kNcm
M Sd,min = 2 4,4 kNm ◄
c. Observação
Se nesta viga estiver atuando um momento fletor solicitante de cálculo inferior a
24,4 kNm, o cálculo da armadura As pode ser feito de duas maneiras:
- considerando um momento fletor solicitante de cálculo igual a 24,4 kNm e
BBBBverificando a taxa mínima de armadura (0,15%) para o As calculado; ou
- considerando um momento fletor solicitante de cálculo igual ao dobro de
BBBB24,4 kNm, sem a verificação da taxa mínima de armadura para o As calculado.

5.15 Disposições construtivas


5.15.1 Dimensões limites
As vigas de concreto armado, de modo geral, não devem possuir largura inferior a 12 cm.
ABNT NBR 6118, item 13.2.2:
”A seção transversal das vigas não deve apresentar largura menor que 12 cm e das
vigas-parede, menor que 15 cm. Estes limites podem ser reduzidos, respeitado um
mínimo absoluto de 10 cm em caso excepcionais, sendo obrigatoriamente respeitadas
as seguintes condições:
− alojamento das armaduras e suas interferências com as armaduras de outros
elementos estruturais, respeitando os espaçamentos e coberturas estabelecidos
nesta Norma;
− lançamento e vibração do concreto de acordo com a ABNT NBR 14931.”
5.15.2 Armadura de tração nas seções de apoio
Segundo o item 18.3.2.4 da ABNT NBR 6118, as armaduras longitudinais positivas de vigas
devem ser prolongadas até os apoios (Figura 5.25), de tal forma que:
− As,apoio ≥ 0,33 As,vão, se Mapoio for nulo ou negativo de valor absoluto Mapoio≤ 0,5 Mvão;
ou
− As,apoio ≥ 0,25 As,vão, se Mapoio for negativo de valor absoluto Mapoio> 0,5 Mvão; e

2006 5-52 ufpr/tc405


No caso de apoios intermediários, onde não haja a possibilidade de ocorrência de
momentos positivos, as armaduras provenientes do meio do vão deverão se estender, no mínimo,
10 φ além da face do apoio (item 18.3.2.4.1 da ABNT NBR 6118).

0,33 As,vão As,vão 0,25 As,vão

10 φ

Figura 5.25 - Prolongamento de armadura positiva


5.15.3 Concentração de armaduras
Os esforços nas armaduras, tracionadas ou comprimidas, podem ser considerados
concentrados no centro de gravidade correspondente
(Figura 5.26), se a distância deste centro ao ponto da seção
de armadura mais afastada da linha neutra, medida
normalmente a esta, for menor que 10% h (ABNT NBR 6118,
item 17.2.4.1).

h yCG < 0,1 h

CG
yCG

Figura 5.26 - Centro de gravidade


de armaduras
5.15.4 Armadura de pele
Quando a altura de viga superar 60 cm e a armadura longitudinal de tração desta viga for
constituída por aço de alta aderência (η1 ≥ 2,25), é obrigatório o uso da armadura de pele
(ABNT NBR 6118, item 17.3.5.2.3). Esta armadura de pele (armadura lateral) deverá ser
constituída pelo mesmo aço da
armadura longitudinal de tração,
com área mínima igual a
0,10% Ac,alma em cada face da
alma da viga. O espaçamento
entre as barras constituintes da
h ≥ 60 cm armadura de pele não deve
As,pele ≥ 0,1 bw h s ≤ 20 cm superar 20 cm (Figura 5.27).
(por face)

bw

Figura 5.27 - Armadura de pele

5.16 Tabelas de Flexão Simples

2006 5-53 ufpr/tc405


2
CA-25 fyd = 21,7 kN/cm β's para d'/d =
βx βy βz βc βs 0,025 0,050 0,075 0,100 0,125 0,150 0,175 0,200 0,225 0,250
0,010 0,008 0,996 0,007 1,000
0,020 0,016 0,992 0,013 1,000
0,030 0,024 0,988 0,020 1,000 0,050
0,040 0,032 0,984 0,027 1,000 0,151
0,050 0,040 0,980 0,033 1,000 0,255
0,060 0,048 0,976 0,040 1,000 0,360 0,103
0,070 0,056 0,972 0,046 1,000 0,468 0,208
0,080 0,064 0,968 0,053 1,000 0,579 0,316 0,053
0,090 0,072 0,964 0,059 1,000 0,691 0,425 0,160
0,100 0,080 0,960 0,065 1,000 0,806 0,538 0,269
0,110 0,088 0,956 0,072 1,000 0,924 0,652 0,381 0,109
0,120 0,096 0,952 0,078 1,000 1,000 0,770 0,495 0,220
0,130 0,104 0,948 0,084 1,000 1,000 0,890 0,612 0,334 0,056
0,140 0,112 0,944 0,090 1,000 1,000 1,000 0,731 0,450 0,169
0,150 0,120 0,940 0,096 1,000 1,000 1,000 0,854 0,569 0,285
0,160 0,128 0,936 0,102 1,000 1,000 1,000 0,979 0,691 0,403 0,115
0,170 0,136 0,932 0,108 1,000 1,000 1,000 1,000 0,816 0,525 0,233
0,180 0,144 0,928 0,114 1,000 1,000 1,000 1,000 0,944 0,649 0,354 0,059
0,190 0,152 0,924 0,119 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,777 0,478 0,179
0,200 0,160 0,920 0,125 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,907 0,605 0,302
0,210 0,168 0,916 0,131 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,735 0,429 0,122
0,220 0,176 0,912 0,136 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,868 0,558 0,248
0,230 0,184 0,908 0,142 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,691 0,377 0,063
0,240 0,192 0,904 0,148 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,828 0,509 0,191
0,250 0,200 0,900 0,153 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,968 0,645 0,323
0,259 0,207 0,896 0,158 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,774 0,448 0,121
0,260 0,208 0,896 0,158 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,782 0,456 0,130
0,270 0,216 0,892 0,164 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,878 0,565 0,251
0,280 0,224 0,888 0,169 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,968 0,665 0,363
0,290 0,232 0,884 0,174 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,759 0,467
0,300 0,240 0,880 0,180 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,847 0,565
0,310 0,248 0,876 0,185 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,929 0,656
0,320 0,256 0,872 0,190 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,741
0,330 0,264 0,868 0,195 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,821
0,340 0,272 0,864 0,200 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,897
0,350 0,280 0,860 0,205 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,968
0,360 0,288 0,856 0,210 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000
0,370 0,296 0,852 0,214 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000
0,380 0,304 0,848 0,219 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000
0,390 0,312 0,844 0,224 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000
0,400 0,320 0,840 0,228 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000
0,410 0,328 0,836 0,233 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000
0,420 0,336 0,832 0,238 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000
0,430 0,344 0,828 0,242 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000
0,440 0,352 0,824 0,247 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000
0,450 0,360 0,820 0,251 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000
0,460 0,368 0,816 0,255 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000
0,470 0,376 0,812 0,260 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000
0,480 0,384 0,808 0,264 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000
0,490 0,392 0,804 0,268 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000
0,500 0,400 0,800 0,272 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000
0,510 0,408 0,796 0,276 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000
0,520 0,416 0,792 0,280 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000
0,530 0,424 0,788 0,284 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000
0,540 0,432 0,784 0,288 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000
0,550 0,440 0,780 0,292 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000
0,560 0,448 0,776 0,296 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000
0,570 0,456 0,772 0,299 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000
0,580 0,464 0,768 0,303 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000
0,590 0,472 0,764 0,307 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000
0,600 0,480 0,760 0,310 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000
0,610 0,488 0,756 0,314 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000
0,620 0,496 0,752 0,317 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000
0,630 0,504 0,748 0,320 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000
0,640 0,512 0,744 0,324 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000
0,650 0,520 0,740 0,327 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000
0,660 0,528 0,736 0,330 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000
0,670 0,536 0,732 0,333 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000
0,680 0,544 0,728 0,337 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000
0,690 0,552 0,724 0,340 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000
0,700 0,560 0,720 0,343 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000

2006 5-54 ufpr/tc405


2
CA-50 fyd = 43,5 kN/cm β's para d'/d =
βx βy βz βc βs 0,025 0,050 0,075 0,100 0,125 0,150 0,175 0,200 0,225 0,250
0,010 0,008 0,996 0,007 1,000
0,020 0,016 0,992 0,013 1,000
0,030 0,024 0,988 0,020 1,000 0,025
0,040 0,032 0,984 0,027 1,000 0,075
0,050 0,040 0,980 0,033 1,000 0,127
0,060 0,048 0,976 0,040 1,000 0,180 0,051
0,070 0,056 0,972 0,046 1,000 0,234 0,104
0,080 0,064 0,968 0,053 1,000 0,289 0,157 0,026
0,090 0,072 0,964 0,059 1,000 0,345 0,212 0,080
0,100 0,080 0,960 0,065 1,000 0,402 0,268 0,134
0,110 0,088 0,956 0,072 1,000 0,461 0,325 0,190 0,054
0,120 0,096 0,952 0,078 1,000 0,521 0,384 0,247 0,110
0,130 0,104 0,948 0,084 1,000 0,583 0,444 0,305 0,166 0,028
0,140 0,112 0,944 0,090 1,000 0,646 0,505 0,365 0,225 0,084
0,150 0,120 0,940 0,096 1,000 0,710 0,568 0,426 0,284 0,142
0,160 0,128 0,936 0,102 1,000 0,776 0,632 0,489 0,345 0,201 0,057
0,170 0,136 0,932 0,108 1,000 0,843 0,698 0,553 0,407 0,262 0,116
0,180 0,144 0,928 0,114 1,000 0,913 0,765 0,618 0,471 0,324 0,177 0,029
0,190 0,152 0,924 0,119 1,000 0,983 0,834 0,685 0,536 0,387 0,238 0,089
0,200 0,160 0,920 0,125 1,000 1,000 0,905 0,754 0,603 0,453 0,302 0,151
0,210 0,168 0,916 0,131 1,000 1,000 0,978 0,825 0,672 0,519 0,367 0,214 0,061
0,220 0,176 0,912 0,136 1,000 1,000 1,000 0,897 0,743 0,588 0,433 0,279 0,124
0,230 0,184 0,908 0,142 1,000 1,000 1,000 0,972 0,815 0,658 0,502 0,345 0,188 0,031
0,240 0,192 0,904 0,148 1,000 1,000 1,000 1,000 0,889 0,730 0,572 0,413 0,254 0,095
0,250 0,200 0,900 0,153 1,000 1,000 1,000 1,000 0,966 0,805 0,644 0,483 0,322 0,161
0,259 0,207 0,896 0,158 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,875 0,712 0,549 0,386 0,223 0,060
0,260 0,208 0,896 0,158 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,877 0,715 0,552 0,390 0,227 0,065
0,270 0,216 0,892 0,164 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,907 0,751 0,595 0,438 0,282 0,125
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0,320 0,256 0,872 0,190 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,898 0,766 0,634 0,502 0,370
0,330 0,264 0,868 0,195 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,922 0,794 0,666 0,538 0,410
0,340 0,272 0,864 0,200 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,944 0,820 0,696 0,572 0,447
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0,370 0,296 0,852 0,214 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,890 0,776 0,662 0,548
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0,390 0,312 0,844 0,224 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,931 0,823 0,715 0,607
0,400 0,320 0,840 0,228 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,950 0,845 0,739 0,634
0,410 0,328 0,836 0,233 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,968 0,865 0,762 0,659
0,420 0,336 0,832 0,238 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,986 0,885 0,784 0,684
0,430 0,344 0,828 0,242 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,904 0,806 0,707
0,440 0,352 0,824 0,247 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,922 0,826 0,730
0,450 0,360 0,820 0,251 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,939 0,845 0,751
0,460 0,368 0,816 0,255 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,955 0,863 0,771
0,470 0,376 0,812 0,260 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,971 0,881 0,791
0,480 0,384 0,808 0,264 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,986 0,898 0,810
0,490 0,392 0,804 0,268 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,914 0,828
0,500 0,400 0,800 0,272 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,929 0,845
0,510 0,408 0,796 0,276 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,944 0,861
0,520 0,416 0,792 0,280 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,959 0,877
0,530 0,424 0,788 0,284 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,972 0,893
0,540 0,432 0,784 0,288 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,986 0,907
0,550 0,440 0,780 0,292 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,998 0,922
0,560 0,448 0,776 0,296 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,935
0,570 0,456 0,772 0,299 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,949
0,580 0,464 0,768 0,303 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,961
0,590 0,472 0,764 0,307 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,974
0,600 0,480 0,760 0,310 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,986
0,610 0,488 0,756 0,314 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,997
0,620 0,496 0,752 0,317 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000
0,628 0,502 0,749 0,320 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000
0,630 0,504 0,748 0,320 0,992 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000
0,640 0,512 0,744 0,324 0,950 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000
0,650 0,520 0,740 0,327 0,910 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000
0,660 0,528 0,736 0,330 0,870 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000
0,670 0,536 0,732 0,333 0,832 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000
0,680 0,544 0,728 0,337 0,795 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000
0,690 0,552 0,724 0,340 0,759 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000
0,700 0,560 0,720 0,343 0,724 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000

2006 5-55 ufpr/tc405


2
CA-60 fyd = 52,2 kN/cm β's para d'/d =
βx βy βz βc βs 0,025 0,050 0,075 0,100 0,125 0,150 0,175 0,200 0,225 0,250
0,010 0,008 0,996 0,007 1,000
0,020 0,016 0,992 0,013 1,000
0,030 0,024 0,988 0,020 1,000 0,021
0,040 0,032 0,984 0,027 1,000 0,063
0,050 0,040 0,980 0,033 1,000 0,106
0,060 0,048 0,976 0,040 1,000 0,150 0,043
0,070 0,056 0,972 0,046 1,000 0,195 0,087
0,080 0,064 0,968 0,053 1,000 0,241 0,131 0,022
0,090 0,072 0,964 0,059 1,000 0,287 0,177 0,066
0,100 0,080 0,960 0,065 1,000 0,335 0,223 0,112
0,110 0,088 0,956 0,072 1,000 0,384 0,271 0,158 0,045
0,120 0,096 0,952 0,078 1,000 0,434 0,320 0,206 0,091
0,130 0,104 0,948 0,084 1,000 0,486 0,370 0,254 0,139 0,023
0,140 0,112 0,944 0,090 1,000 0,538 0,421 0,304 0,187 0,070
0,150 0,120 0,940 0,096 1,000 0,592 0,473 0,355 0,237 0,118
0,160 0,128 0,936 0,102 1,000 0,647 0,527 0,407 0,287 0,168 0,048
0,170 0,136 0,932 0,108 1,000 0,703 0,582 0,460 0,339 0,218 0,097
0,180 0,144 0,928 0,114 1,000 0,760 0,638 0,515 0,392 0,270 0,147 0,025
0,190 0,152 0,924 0,119 1,000 0,819 0,695 0,571 0,447 0,323 0,199 0,074
0,200 0,160 0,920 0,125 1,000 0,880 0,754 0,629 0,503 0,377 0,251 0,126
0,210 0,168 0,916 0,131 1,000 0,942 0,815 0,687 0,560 0,433 0,306 0,178 0,051
0,220 0,176 0,912 0,136 1,000 1,000 0,877 0,748 0,619 0,490 0,361 0,232 0,103
0,230 0,184 0,908 0,142 1,000 1,000 0,940 0,810 0,679 0,549 0,418 0,287 0,157 0,026
0,240 0,192 0,904 0,148 1,000 1,000 1,000 0,873 0,741 0,609 0,476 0,344 0,212 0,079
0,250 0,200 0,900 0,153 1,000 1,000 1,000 0,939 0,805 0,670 0,536 0,402 0,268 0,134
0,259 0,207 0,896 0,158 1,000 1,000 1,000 1,000 0,865 0,729 0,593 0,458 0,322 0,186 0,050
0,260 0,208 0,896 0,158 1,000 1,000 1,000 1,000 0,866 0,731 0,596 0,460 0,325 0,190 0,054
0,270 0,216 0,892 0,164 1,000 1,000 1,000 1,000 0,887 0,756 0,626 0,495 0,365 0,235 0,104
0,280 0,224 0,888 0,169 1,000 1,000 1,000 1,000 0,905 0,779 0,654 0,528 0,402 0,277 0,151
0,290 0,232 0,884 0,174 1,000 1,000 1,000 1,000 0,923 0,801 0,680 0,558 0,437 0,316 0,194
0,300 0,240 0,880 0,180 1,000 1,000 1,000 1,000 0,939 0,821 0,704 0,587 0,469 0,352 0,235
0,310 0,248 0,876 0,185 1,000 1,000 1,000 1,000 0,954 0,840 0,727 0,613 0,500 0,386 0,273
0,320 0,256 0,872 0,190 1,000 1,000 1,000 1,000 0,968 0,858 0,748 0,638 0,528 0,418 0,308
0,330 0,264 0,868 0,195 1,000 1,000 1,000 1,000 0,981 0,875 0,768 0,661 0,555 0,448 0,341
0,340 0,272 0,864 0,200 1,000 1,000 1,000 1,000 0,994 0,890 0,787 0,683 0,580 0,476 0,373
0,350 0,280 0,860 0,205 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,905 0,805 0,704 0,603 0,503 0,402
0,360 0,288 0,856 0,210 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,919 0,821 0,724 0,626 0,528 0,430
0,370 0,296 0,852 0,214 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,932 0,837 0,742 0,647 0,552 0,457
0,380 0,304 0,848 0,219 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,945 0,852 0,760 0,667 0,574 0,482
0,390 0,312 0,844 0,224 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,957 0,866 0,776 0,686 0,596 0,505
0,400 0,320 0,840 0,228 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,968 0,880 0,792 0,704 0,616 0,528
0,410 0,328 0,836 0,233 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,979 0,893 0,807 0,721 0,635 0,549
0,420 0,336 0,832 0,238 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,989 0,905 0,821 0,738 0,654 0,570
0,430 0,344 0,828 0,242 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,999 0,917 0,835 0,753 0,671 0,589
0,440 0,352 0,824 0,247 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,928 0,848 0,768 0,688 0,608
0,450 0,360 0,820 0,251 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,939 0,860 0,782 0,704 0,626
0,460 0,368 0,816 0,255 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,949 0,872 0,796 0,719 0,643
0,470 0,376 0,812 0,260 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,959 0,884 0,809 0,734 0,659
0,480 0,384 0,808 0,264 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,968 0,895 0,821 0,748 0,675
0,490 0,392 0,804 0,268 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,977 0,905 0,833 0,761 0,690
0,500 0,400 0,800 0,272 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,986 0,915 0,845 0,774 0,704
0,510 0,408 0,796 0,276 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,994 0,925 0,856 0,787 0,718
0,520 0,416 0,792 0,280 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,934 0,866 0,799 0,731
0,530 0,424 0,788 0,284 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,943 0,877 0,810 0,744
0,540 0,432 0,784 0,288 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,952 0,887 0,821 0,756
0,550 0,440 0,780 0,292 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,960 0,896 0,832 0,768
0,560 0,448 0,776 0,296 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,968 0,905 0,842 0,779
0,570 0,456 0,772 0,299 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,976 0,914 0,852 0,790
0,580 0,464 0,768 0,303 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,983 0,923 0,862 0,801
0,585 0,468 0,766 0,305 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,987 0,927 0,866 0,806
0,590 0,472 0,764 0,307 0,978 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,990 0,931 0,871 0,811
0,600 0,480 0,760 0,310 0,939 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,997 0,939 0,880 0,821
0,610 0,488 0,756 0,314 0,900 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,946 0,889 0,831
0,620 0,496 0,752 0,317 0,863 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,954 0,897 0,840
0,630 0,504 0,748 0,320 0,827 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,961 0,905 0,849
0,640 0,512 0,744 0,324 0,792 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,968 0,913 0,858
0,650 0,520 0,740 0,327 0,758 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,975 0,921 0,866
0,660 0,528 0,736 0,330 0,725 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,981 0,928 0,875
0,670 0,536 0,732 0,333 0,694 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,988 0,935 0,883
0,680 0,544 0,728 0,337 0,663 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,994 0,942 0,890
0,690 0,552 0,724 0,340 0,633 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,949 0,898
0,700 0,560 0,720 0,343 0,603 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,955 0,905

2006 5-56 ufpr/tc405


5.17 Simbologia específica
5.17.1 Símbolos base
a distância entre pontos de momento fletor nulo
ah espaçamento horizontal mínimo livre entre as faces das barras longitudinais,
medido no plano da seção transversal
av espaçamento vertical mínimo livre entre as faces das barras longitudinais, medido
no plano da seção transversal
bf largura colaborante da mesa de uma viga
bw largura da alma de uma viga
b1 parte de bf definida pela existência de vigas paralelas
b2 distância entre vigas paralelas, contadas a partir das mísulas, se existirem
b3 parte de bf definida pela existência de lajes em balanço
b4 largura da laje em balanço, contada a partir da mísula, se existir
c cateto vertical de mísula
cnom cobrimento nominal
d altura útil da viga - distância da fibra de concreto mais comprimida até o centro de
gravidade da armadura tracionada
dmax dimensão máxima do agregado graúdo
d' distância da fibra de concreto mais comprimida até o centro de gravidade da
armadura comprimida
fcd resistência à compressão do concreto de cálculo
fck resistência à compressão do concreto característica
fctk resistência característica à tração do concreto
fyd resistência ao escoamento do aço de cálculo
fyk resistência ao escoamento do aço característica
gk valor característico da ação permanente
h altura da viga
hf espessura da mesa de uma viga de seção T
l vão
qk valor característico da ação variável
s espaçamento entre as barras que constituem a armadura de pele
x altura da linha neutra
y altura do retângulo de tensões σc
ycg posição do centro de gravidade da seção transversal de um conjunto de barras
longitudinais (tracionadas ou comprimidas) em relação à geratriz mais afastada da
linha neutra, medida normalmente a esta
yf distância do centro de gravidade de uma seção T à fibra da mesa mais afastada da
linha neutra, medida normalmente a esta
yw distância do centro de gravidade de uma seção T à fibra da alma mais afastada da
linha neutra, medida normalmente a esta
z braço de alavanca do binário de forças Rcd1, Rsd1
Ac área de concreto
Acc área de concreto comprimido
As área da seção transversal da armadura longitudinal tracionada
As,cal área calculada da seção transversal da armadura longitudinal tracionada
As,ef área efetiva da seção transversal da armadura longitudinal tracionada
As1 área da seção transversal da armadura longitudinal tracionada, referenciada ao
binário MRd1
As2 área da seção transversal da armadura longitudinal tracionada, referenciada ao
binário MRd2
As3 área da seção transversal da armadura longitudinal tracionada, referenciada ao
binário MRd3
A's área da seção transversal da armadura longitudinal comprimida
A’s,cal área calculada da seção transversal da armadura longitudinal comprimida
A’s,ef área efetiva da seção transversal da armadura longitudinal comprimida
Es módulo de elasticidade do aço
Gk valor característico da ação permanente

2006 5-57 ufpr/tc405


I momento de inércia
M momento fletor
Mgk momento fletor característico decorrentes de ações permanentes
Mqk momento fletor característico decorrentes de ações variáveis
MRd momento fletor resistente de cálculo
MRd1 momento fletor resistente de cálculo referenciado ao binário Rcd1, Rsd1
MRd2 momento fletor resistente de cálculo referenciado ao binário R’sd, Rsd2
MRd3 momento fletor resistente de cálculo referenciado ao binário Rcd3, Rsd3
MRd1,lim momento fletor resistente de cálculo corresponde ao limite de dutilidade da seção
transversal (βx = βx,lim)
MRd,mesa momento fletor resistente de cálculo referenciado ao binário Rcd2, Rsd2 para a
condição y = hf
MSd momento fletor solicitante de cálculo
Qk valor característico da ação variável
Rcd força resistente de cálculo atuante na região de concreto comprimido
Rcd1 força resistente de cálculo atuante na região de concreto comprimido de área bw y
Rcd3 força resistente de cálculo atuante na região de concreto comprimido de área
(bf - bw) y
Rsd força resistente de cálculo atuante na armadura tracionada
Rsd1 força resistente de cálculo atuante na armadura tracionada de área As1
Rsd2 força resistente de cálculo atuante na armadura tracionada de área As2
Rsd3 força resistente de cálculo atuante na armadura tracionada de área As3
R'sd força resistente de cálculo atuante na armadura comprimida
W0 módulo de resistência da seção transversal bruta de concreto, relativo à fibra mais
tracionada
β variável adimensional
βc valor adimensional auxiliar
βc,lim valor adimensional auxiliar correspondente ao limite de dutilidade da seção
transversal (βx = βx,lim)
βs valor adimensional que define a tensão de tração referente à armadura As
β’s valor adimensional que define a tensão de compressão referente à armadura A’s
βx valor adimensional que define a posição da linha neutra
βx,lim valor adimensional que define a posição da linha neutra correspondente ao limite de
dutilidade da seção transversal
βy valor adimensional que define a região de concreto comprimido
βz valor adimensional que define o braço de alavanca do binário de forças Rcd1, Rsd1
εc deformação específica do concreto
εs deformação específica do aço à tração
ε's deformação específica do aço à compressão
εyd deformação específica de escoamento do aço
φ diâmetro das barras da armadura
φl diâmetro da barra longitudinal
φt diâmetro da barra transversal (estribo)
γc coeficiente de ponderação da resistência do concreto
γg coeficiente de ponderação para ações permanentes diretas
γq coeficiente de ponderação para ações variáveis diretas
γs coeficiente de ponderação da resistência do aço
ρ taxa geométrica de armadura longitudinal de tração
σc tensão à compressão no concreto
σs tensão à tração na armadura
σ's tensão à compressão na armadura
5.17.2 Símbolos subscritos
alma alma
apoio apoio
cal cálculo
ef efetivo
2006 5-58 ufpr/tc405
lim limite
max máximo
mesa mesa
min mínimo
nom nominal
pele pele
ret retangular
rup ruptura
sup superior
vão vão
T seção T

5.18 Exercícios
Ex. 5.1: Definir a curva MRd x As para a seção abaixo indicada. Mostrar no gráfico os
domínios 2, 3 e 4, bem como o limite entre peça sub e superarmada. Use o eixo vertical para a
área de armadura e o horizontal para o momento fletor.
Dados:
− concreto: C20; e
− aço: CA-50.
90 cm
Considerar:
− somente solicitações normais (momento fletor); e
− estado limite último, combinações normais, grandes pontes As
(γg = 1,3, γq = 1,5, γc = 1,4 e γs = 1,15).
Escala:
30 cm
− 1 cm2 = 1,0 cm; e
− 10 kNm = 1,0 cm.
Ex. 5.2: Mantidas as condições de dutilidade, determinar a armadura longitudinal para a
seção transversal da viga abaixo representada, a qual deve suportar, simultaneamente, os
momentos fletores Mgk = 80 kNm e Mqk = 25 kNm.
Dados:
− concreto: C20; e
− aço: CA-50.
45 cm
Considerar:
− somente solicitações normais (momento fletor); e
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 As
(γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4 e γs = 1,15).
20 cm
Ex. 5.3: Mantidas as condições de dutilidade, determinar o máximo momento fletor
solicitante de cálculo que a viga de seção transversal abaixo indicada pode suportar. A viga terá:
− armadura longitudinal constituída por 7 barras de 16 mm;
− armadura transversal (estribos) constituída por barras de 8 mm;
− dimensão máxima do agregado igual a 25 mm; e
− cobrimento nominal das armaduras igual a 4 cm.
Dados: 90 cm
− concreto: C20; e
− aço: CA-50.
As
Considerar:
− somente solicitações normais (momento fletor); e
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 1 30 cm
(γg = 1,35, γq = 1,5, γc = 1,4 e γs = 1,15).
Ex. 5.4: Mantidas as condições de dutilidade, determinar a armadura longitudinal necessária
para que a viga abaixo representada.

2006 5-59 ufpr/tc405


Dados:
− concreto: C20; e
− aço: CA-50.
Considerar:
− somente solicitações normais (momento fletor); e
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15).

qk = 5 kN/m

gk = 15 kN/m
54 cm

5m
As
6 cm
18 cm

Ex. 5.5: A seção de viga abaixo indicada está submetida a um momento fletor solicitante de
cálculo igual a 150 kNm. Mantendo-se as condições de dutilidade e sabendo-se que a viga terá:
− armadura longitudinal inferior constituída por 3 barras de 16 mm;
− armadura transversal (estribos) constituída por barras de 5 mm;
− dimensão máxima do agregado igual a 25 mm; e
− cobrimento nominal das armaduras igual a 3 cm;
pede-se determinar a altura mínima da viga.
Dados:
− concreto: C20; e h
− aço: CA-50.
Considerar:
− somente solicitações normais (momento fletor); e
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 18 cm
(γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4 e γs = 1,15).
Obs.:
− não considerar a resistência do porta-estribo (armadura longitudinal superior).
Ex. 5.6: Uma viga de seção retangular de 20 cm x 60 cm, altura útil correspondente a 55 cm,
foi ensaiada à flexão simples em laboratório até atingir o Estado Limite Último. Avaliou-se, ao final
do ensaio, que o braço de alavanca z, entre a resultante de compressão no concreto Rcd e a
resultante de tração na armadura Rsd, deveria ser de 46,2 cm. Tendo em vista que a viga só
possuía armadura longitudinal de tração As, pede-se:
a. o valor das deformações no bordo mais comprimido e na armadura tracionada;
b. o domínio em que viga se encontrava no instante da ruptura;
c. a intensidade do momento fletor de cálculo que levou a viga à ruptura;
d. a armadura longitudinal de tração da viga correspondente à situação de ruína; e
e. o tipo de ruptura (dútil ou frágil) que a peça apresentou (justificar).
Dados:
− concreto: C20; e
− aço: CA-50.
Considerar:
− somente solicitações normais (momento fletor); e
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15).

2006 5-60 ufpr/tc405


εc
0,5 y y = 0,8 x
σc
Rcd
x
MRd MSd
h d z

As
Rsd
bw εs

Ex. 5.7: Admitindo-se que a distribuição de tensões na região de concreto comprimido seja
triangular e que:
MRd = M Sd
x
βx =
d
MSd
βc =
b w d 2 f cd
determinar, para vigas de seção retangular, βc como função única de βx.
εc
σc = 0,85 fcd

Rcd x
MRd MSd
h d z

As
Rsd
bw εs

Ex. 5.8: Após realizar o dimensionamento a flexão simples de uma viga de concreto armado,
de base 20 cm e altura útil 70 cm, o engenheiro descobriu que não fora considerado no cálculo um
dos três coeficientes de segurança exigidos pela ABNT NBR-6118 (γg, γc, ou γs). Tendo em vista
que, sem a consideração adequada de um destes coeficientes de segurança, obteve-se para
armadura de tração As o valor correspondente a 11,566 cm2, pede-se:
a. qual dos três coeficientes foi desconsiderado no cálculo da armadura As (tomado igual
a 1,0); e
b. qual o valor correto da área da armadura tracionada.
Dados:
− concreto: C20; e
− aço: CA-50.
Considerar:
− somente solicitações normais (momento fletor); e
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γc = 1,4 e γs =
1,15).

2006 5-61 ufpr/tc405


gk = 30 kN/m

70 cm
8m

As

20 cm
Ex. 5.9: Mantidas as condições de dutilidade, determinar as armaduras longitudinais
necessárias para a viga abaixo representada. A viga terá:
− armadura longitudinal constituída por barras de 16 mm;
− armadura transversal (estribos) constituída por barras de 5 mm;
− dimensão máxima do agregado igual a 25 mm; e
− cobrimento nominal das armaduras igual a 3 cm.
Ao final dos cálculos, apresentar um corte longitudinal esquemático indicando as posições
das armaduras positivas e negativas.
Dados:
− concreto: C25; e
− aço: CA-50.
Considerar:
− somente solicitações normais (momento fletor); e
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15).

qk = 10 kN/m

gk = 20 kN/m
70 cm

6m 1,5 m

20 cm

Ex. 5.10: Mantidas as condições de dutilidade, determinar o máximo valor da carga gk que a
viga abaixo representada pode suportar. A viga terá:
− armadura longitudinal inferior, no meio do vão, constituída por 3 barras de 16 mm; e
− armadura longitudinal superior, nos apoios, constituída por 5 barras de 10 mm.
Dados:
− concreto: C20;
− aço: CA-50; e
− d = h – 6 cm.
Considerar:
− somente solicitações normais (momento fletor); e
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15).
Obs.:
− não considerar a resistência do porta-estribo (armadura de compressão).

2006 5-62 ufpr/tc405


gk

60 cm
2m 6m 2m

20 cm 20 cm
meio apoios
do vão

Ex. 5.11: Mantidas as condições de dutilidade, determinar a máxima carga acidental qk que
a viga abaixo representada pode suportar. A viga terá:
− armadura longitudinal inferior constituída por 3 barras de 20 mm;
− armadura transversal (estribos) constituída por barras de 6,3 mm;
− dimensão máxima do agregado igual a 25 mm; e
− cobrimento nominal das armaduras igual a 3 cm.
Dados:
− concreto: C25; e
− aço: CA-50.
Considerar:
− somente solicitações normais (momento fletor); e
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 1 (γg = 1,35, γq = 1,5,
γc = 1,4 e γs = 1,15).
Obs.:
− não considerar a resistência do porta-estribo (armadura longitudinal superior).

qk

gk = 10 kN/m
60 cm

6m

20 cm

Ex. 5.12: Determinar a menor altura possível para que a viga abaixo representada mantenha
as condições de dutilidade, sem a utilização de armadura de compressão. Para esta condição,
defina sua armadura longitudinal.
Dados:
− concreto: C25; e
− aço: CA-50.
Considerar:
− somente solicitações normais (momento fletor);
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15).
− peso próprio incluído na carga gk.

2006 5-63 ufpr/tc405


qk = 20 kN/m

gk = 10 kN/m
d

5m
As
6 cm
15 cm
Ex. 5.13: Mantidas as condições de dutilidade, determinar a máxima carga permanente Gk
que a viga abaixo representada pode suportar. A viga terá:
− armadura longitudinal inferior constituída por 5 barras de 16 mm;
− armadura transversal (estribos) constituída por barras de 6,3 mm;
− dimensão máxima do agregado igual a 25 mm; e
− cobrimento nominal das armaduras igual a 3 cm.
Dados:
− concreto: C25; e
− aço: CA-50.
Considerar:
− somente solicitações normais (momento fletor); e
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15).
Obs.:
− não considerar a resistência do porta estribo (armadura longitudinal superior).
Gk

qk = 5 kN/m
70 cm
gk = 10 kN/m

2m 3m
20 cm

Ex. 5.14: Determinar, para a viga abaixo representada:


a. a menor altura possível, respeitando as condições de dutilidade e sem a utilização de
armadura de compressão; e
b. as armaduras positivas e negativas da viga, para a altura definida no item a.
A viga terá:
− armadura longitudinal constituída por barras de 20 mm;
− armadura transversal (estribos) constituída por barras de 8 mm;
− dimensão máxima do agregado igual a 25 mm; e
− cobrimento nominal das armaduras igual a 3 cm.
Ao final dos cálculos, apresentar um corte longitudinal esquemático indicando as posições
das armaduras positivas e negativas.
Dados:
− concreto: C30; e
− aço: CA-50.
Considerar:
− somente solicitações normais (momento fletor);
− estado limite último, combinações normais, pontes em geral (γg = 1,35, γq = 1,5, γc =
1,4 e γs = 1,15).
2006 5-64 ufpr/tc405
− peso próprio desprezível.

Qk = 100 kN

8m 3m

30 cm

Ex. 5.15: Determinar o menor valor possível para a largura (bw) da viga de seção retangular
abaixo representada de tal forma que sejam mantidas as condições de dutilidade. No meio do vão
e no apoio do balanço somente deverão existir armaduras de tração para resistir aos momentos
fletores. Para a largura mínima determinada, definir as armaduras no meio do vão e no apoio do
balanço. Apresentar um corte longitudinal da viga com o posicionamento das armaduras
calculadas. A viga terá:
− armadura longitudinal constituída por barras de 16 mm;
− armadura transversal (estribos) constituída por barras de 8 mm;
− dimensão máxima do agregado igual a 25 mm; e
− cobrimento nominal das armaduras igual a 3 cm.
Dados:
− concreto: C25; e
− aço: CA-50.
Considerar:
− somente solicitações normais (momento fletor);
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 1 (γg = 1,35, γq = 1,5,
γc = 1,4 e γs = 1,15).
− peso próprio incluído na carga gk.
Obs.:
− a carga concentrada Qk é acidental, o que vale dizer que ela pode atuar ou não.
Qk = 50 kN

70 cm gk = 30 kN/m

8m 2m

bw

Ex. 5.16: Mantidas as condições de dutilidade, determinar o afastamento máximo que as


cargas Gk podem ter dos apoios. A viga terá:
− armadura longitudinal inferior constituída por 5 barras de 12,5 mm;
− armadura transversal (estribos) constituída por barras de 6,3 mm;
− dimensão máxima do agregado igual a 25 mm; e
− cobrimento nominal das armaduras igual a 3 cm.
Dados:
− concreto: C20; e
− aço: CA-50.
Considerar:
− somente solicitações normais (momento fletor);

2006 5-65 ufpr/tc405


− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15).
Gk = 40 kN Gk = 40 kN

55 cm gk = 40 kN/m

As a a
5m
18 cm
Ex. 5.17: Mantidas as condições de dutilidade, determinar o máximo valor da carga móvel
Qk que a viga abaixo representada pode suportar. A viga terá:
− armadura longitudinal inferior, no meio do vão, constituída por 3 barras de 16 mm;
− armadura longitudinal superior, nos apoios, constituída por 5 barras de 12,5 mm;
− armadura transversal (estribos) constituída por barras de 6,3 mm;
− dimensão máxima do agregado igual a 25 mm; e
− cobrimento nominal das armaduras igual a 3 cm.
Dados:
− concreto: C20; e
− aço: CA-50.
Considerar:
− somente solicitações normais (momento fletor);
− estado limite último, combinações normais, pontes em geral (γg = 1,35, γq = 1,5, γc =
1,4 e γs = 1,15).
Obs.:
− não considerar a resistência do porta-estribo.

Qk
60 cm

gk = 10 kN/m

20 cm 20 cm 1,5 m 4,0 m 1,5 m


meio apoios
do vão

Ex. 5.18: Para a viga abaixo representada, determinar:


a. a menor seção transversal possível para esta viga de tal forma que sejam mantidas as
condições de dutilidade sem o uso de armadura de compressão;
b. a armadura necessária para o máximo momento positivo;
c. a armadura necessária para o máximo momento negativo; e
d. a distância, em relação ao apoio A, onde a armadura necessária para o momento
positivo correspondesse a 2 barras de 16 mm.
A viga terá:
− armadura longitudinal constituída por barras de 16 mm;
− armadura transversal (estribos) constituída por barras de 6,3 mm;
− dimensão máxima do agregado igual a 25 mm;
− cobrimento nominal das armaduras igual a 3 cm; e
− altura útil (d) igual a 4 vezes a largura da base (bw).
2006 5-66 ufpr/tc405
Dados:
− concreto: C20;
− aço: CA-50; e
Considerar:
− somente solicitações normais (momento fletor);
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 1 (γg = 1,35, γq = 1,5,
γc = 1,4 e γs = 1,15).

gk = 40 kN/m
A B
h 6m 2m

bw
Ex. 5.19: O carrinho de cargas indicado na figura abaixo suporta um carregamento centrado
de 200 kN. Tendo em vista que a definição da estrutura suporte (viga AB) deverá ser feita para o
carrinho na posição CD, pede-se:
a. a menor altura possível para a viga AB de tal forma que na seção C não exista
armadura longitudinal de compressão e sejam mantidas as condições de dutilidade; e
b. as armaduras necessárias nas seções C e D da viga suporte, definidas a partir da
altura estabelecida no item a.
Dados:
− concreto: C20; e
− aço: CA-50.
Considerar:
− somente solicitações normais (momento fletor);
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15); e
− d = h – 5 cm.
Obs.:
− ajustar o valor de h para múltiplo de 5 cm; e
− considerar nulos os pesos próprios da viga e do carrinho.

carrinho 200 kN
viga

C D
h
A B

2,4 m 4,0 m 20 cm

1,6 m seção transversal

Ex. 5.20: Para o estado de deformação abaixo indicado, determinar:


a. o valor limite para a carga Qk (valor característico); e
b. a armadura necessária (cm2) para a condição estabelecida no item a.
Dados:
− concreto: C25; e
− aço: CA-50.

2006 5-67 ufpr/tc405


Considerar:
− somente solicitações normais (momento fletor);
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 1 (γg = 1,35, γq = 1,5,
γc = 1,4 e γs = 1,15).
Obs:
− peso próprio da viga incluído na carga gk.
Qk

gk = 20 kN/m

M
1m 2m 2m 1m

2,5‰

MSd
45 cm

As
5 cm

20 cm 10‰

estado de deformação na seção M


(posição da carga Qk)
Ex. 5.21: Duas vigas de concreto armado de seções retangulares iguais, mesmo vão, apoios
idênticos, materiais de mesma resistência, porém com taxas longitudinais de armadura desiguais,
foram submetidas, num ensaio de laboratório, ao mesmo tipo de carregamento, como ilustrado na
figura abaixo. Esse carregamento consistiu em duas cargas concentradas, simétricas, aplicadas
simultaneamente, cuja intensidade variou de zero até a carga de ruptura.
Antes da ruptura, observou-se que a Viga 01 deu sinais evidentes de esgotamento da sua
capacidade resistente, apresentando um quadro de fissuração intenso, enquanto que a Viga 02
não apresentou a mesma sinalização e rompeu bruscamente, sem aviso prévio. Observou-se,
também, que a carga de ruptura da Viga 02 foi 47,7% maior que a da Viga 01.
Sabendo-se que a Viga 01 foi armada com 5 barras de 16 mm, determinar:
a. a carga de ruptura (de cálculo) da Viga 01;
b. a carga de ruptura (de cálculo) da Viga 02; e
c. a armadura longitudinal de tração (As) usada na Viga 02.
Dados:
− concreto: σc,rup = fcd = 17,86 MPa;
− aço: σs,rup = fyd = 43,5 MPa;
− bw = 20 cm;
− d = 45 cm; e
− h = 50 cm.
Obs:
− desconsiderar o próprio da viga.

2006 5-68 ufpr/tc405


esmagamento
do concreto

P ⇒ Prupt P ⇒ Prupt P ⇒ Prupt P ⇒ Prupt

5 φ 16 As

2m 4m 2m 2m 4m 2m
VIGA 01 fissuração VIGA 02
intensa

Ex. 5.22: Mantidas as condições de dutilidade, determinar, para a viga abaixo representada:
a. a menor altura (h) possível; e
b. as armaduras necessárias nas seções A, B e C.
Dados:
− concreto: C25; e
− aço: CA-50.
Considerar:
− somente solicitações normais (momento fletor);
− viga de seção retangular, sem armadura de compressão;
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 1 (γg = 1,35, γq = 1,5,
γc = 1,4 e γs = 1,15);
− bw = 15 cm; e
− h = d + 5 cm
Obs:
− peso próprio da viga incluído na carga gk;
− adotar para h valor múltiplo de 5 cm; e
− considerar carregamentos permanentes (valores característicos).

Gk= 120 kN

h
gk = 40 kN/m

3m 3m 3m 3m
bw A B C
Ex. 5.23: Mantidas as condições de dutilidade, determinar, para a viga de altura variável
abaixo representada, os menores valores possíveis para h1 e h2. Para estes valores determinados,
definir as armaduras longitudinais (positiva e negativa) para a seção D. Apresentar uma vista da
viga mostrando as posições das armaduras calculadas.
Dados:
− concreto: C20; e
− aço: CA-25.
Considerar:
− somente solicitações normais (momento fletor);
− viga de seção retangular, sem armadura de compressão;
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− bw = 20 cm; e
2006 5-69 ufpr/tc405
− hi = di + 5 cm
Obs:
− peso próprio da viga incluído na carga gk;
− adotar para h valor múltiplo de 5 cm; e
− considerar a viga como simplesmente apoiada nos pilares.

h1 h1
h2

Qk = 100 kN
A B C D G

gk = 10 kN/m

1m 1m 1m 3m

Seção A B C D E F G
x (m) 0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0
Mgk (kNm) 0,0 -5,0 -20,0 0,0 10,0 10,0 0,0
Mqk (kNm) (-) 0,0 -100,0 -200,0 -150,0 -100,0 -50,0 0,0
Mqk (kNm) (+) 0,0 0,0 -0,0 75,0 100,0 75,0 0,0
MSd (kNm) (-) 0,0 -147,0 -308,0 -210,0 -130,0 -60,0 0,0
MSd (kNm) (+) 0,0 -5,0 -20,0 105,0 154,0 119,0 0,0

Ex. 5.24: Mantidas as condições de dutilidade, determinar, para a viga de seção transversal
abaixo indicada, o máximo momento fletor solicitante de cálculo que ela pode suportar. A viga
terá:
− armadura longitudinal de compressão (superior) constituída por 2 barras de 12,5 mm;
− armadura longitudinal de tração (inferior) constituída por 3 barras
de 20 mm;
− armadura transversal (estribos) constituída por barras de 6,3 mm;
− dimensão máxima do agregado igual a 25 mm; e
− cobrimento nominal das armaduras igual a 4 cm. 65 cm
Dados:
− concreto: C25; e
− aço: CA-50.
Considerar:
25 cm
− somente solicitações normais (momento fletor); e
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15).

2006 5-70 ufpr/tc405


Ex. 5.25: Para a seção de viga abaixo indicada, verificar:
a. o momento fletor solicitante de cálculo que corresponderia a condição εs = 7‰; e
b. as condições de dutilidade para as condições estabelecidas no item a.
A viga terá:
− armadura longitudinal de compressão (superior) constituída por
2 barras de 10 mm;
− armadura longitudinal de tração (inferior) constituída por 5
barras de 16 mm; 70 cm
− armadura transversal (estribos) constituída por barras de 5 mm;
− dimensão máxima do agregado igual a 25 mm; e
− cobrimento nominal das armaduras igual a 3 cm.
Dados:
− concreto: C20; e 20 cm
− aço: CA-50.
Considerar:
− somente solicitações normais (momento fletor); e
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 1 (γg = 1,35, γq = 1,5,
γc = 1,4 e γs = 1,15).
Ex. 5.26: Mantidas as condições de dutilidade, determinar, para a viga abaixo representada:
a. as armaduras longitudinais de tração e compressão (As e A’s);
b. a armadura longitudinal de tração (As), considerando nula a armadura de compressão;
c. os valores das tensões de tração e compressão nas armaduras definidas no item a; e
d. o valor da tensão de tração na armadura definida no item b.
Dados:
− concreto: C20; e
− aço: CA-50.
Considerar:
− somente solicitações normais (momento fletor); e
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15).
Obs.:
− considerar, para o item b, viga superarmada.

4 cm
A’s gk = 30 kN/m

40 cm 6m

As
6 cm
20 cm

Ex. 5.27: A seção transversal da viga abaixo representada está sujeita a um momento fletor
solicitante de cálculo igual a 250 kNm e tem uma relação entre as armaduras de tração e de
compressão tal que:
4 cm
A 's A’s
= 30 %
( A s + A 's )
Com base na condição acima, determine: 40 cm
a. a posição da linha neutra;
b. a deformação da fibra de concreto mais comprimida;
c. o alongamento da armadura tracionada; As
d. o encurtamento da armadura comprimida; 6 cm
e. a tensão atuante na armadura tracionada; 25 cm
2006 5-71 ufpr/tc405
f. a tensão atuante na armadura comprimida;
g. a área da seção transversal da armadura tracionada;
h. a área da seção transversal da armadura comprimida; e
i. as condições de dutilidade.
Dados:
− concreto: C25; e
− aço: CA-50.
Considerar:
− somente solicitações normais (momento fletor); e
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15).
Ex. 5.28: Mantidas as condições de dutilidade, determinar a máxima carga acidental qk que
a viga abaixo representada pode suportar. A viga terá:
− armadura longitudinal de compressão (superior) constituída por 2 barras de 12,5 mm;
− armadura longitudinal de tração (inferior) constituída por 5 barras de 16 mm;
− armadura transversal (estribos) constituída por barras de 5 mm;
− dimensão máxima do agregado igual a 19 mm; e
− cobrimento nominal das armaduras igual a 3 cm.
Dados:
− concreto: C25; e
− aço: CA-50.
Considerar:
− somente solicitações normais (momento fletor); e
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15).

qk

gk = 10 kN/m
60 cm

6m

20 cm

Ex. 5.29: Para a viga abaixo esquematizada determinar o máximo vão que esta pode
possuir, mantidas as condições de dutilidade. A viga terá:
− no meio do vão:
! armadura longitudinal de compressão (superior) constituída por 2 barras de
12,5 mm;
! armadura longitudinal de tração (inferior) constituída por 3 barras de 16 mm;
− nos apoios:
! armadura longitudinal de tração (superior) constituída por 7 barras de 12,5 mm;
! armadura longitudinal de compressão (inferior) constituída por 2 barras de
16 mm;
− armadura transversal (estribos) constituída por barras de 5 mm;
− dimensão máxima do agregado igual a 19 mm; e
− cobrimento nominal das armaduras igual a 3 cm.
Dados:
− concreto: C25; e
− aço: CA-50.
Considerar:
− somente solicitações normais (momento fletor); e

2006 5-72 ufpr/tc405


− estado limite último, combinações normais, pontes em geral (γg = 1,35, γq = 1,5, γc =
1,4 e γs = 1,15).

Qk = 25 kN

70 cm gk = 10 kN/m

18 cm 18 cm l/3 l l/3
meio apoios
do vão

Ex. 5.30: Um reservatório é suportado pelas vigas V1 e V2 de seção transversal


20 cm x 60 cm, tal como indicado na figura abaixo. O reservatório exerce sobre as vigas igual
carregamento, uniformemente distribuído, no trecho central das vigas (4 m). Cada metro cúbico de
material armazenado no reservatório pesa 10 kN. Mantidas as condições de dutilidade, determinar
qual a máxima altura h permitida para o armazenamento do material. As vigas terão:
− armadura longitudinal de compressão (superior) constituída por 2 barras de 12,5 mm;
− armadura longitudinal de tração (inferior) constituída por 3 barras de 25 mm;
− armadura transversal (estribos) constituída por barras de 8 mm;
− dimensão máxima do agregado igual a 19 mm; e
− cobrimento nominal das armaduras igual a 3 cm.
Dados:
− concreto:
! classe: C20; e
! peso específico: 25 kN/m3.
− aço: CA-50.
Considerar:
− somente solicitações normais (momento fletor);
− nulo o peso próprio do reservatório; e
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15).
4m

2 φ 12,5
60 cm
3 φ 25
h

20 cm
seção transversal no
4m meio do vão
(vigas V1 e V2)
4m
V1 V2
4m

2006 5-73 ufpr/tc405


Ex. 5.31: A viga abaixo indicada teve sua armadura positiva dimensionada e detalhada com
cinco barras de 12,5 mm (2 longas + 3 curtas). Dessas cinco barras, duas foram prolongadas até
a extremidade do balanço constituindo-se, portanto, na armadura de compressão para a seção do
apoio A (apoio do balanço). Nessas condições, e mantendo-se as condições de dutilidade,
pede-se determinar
a. a armadura de tração para a seção do apoio do balanço (apoio A), considerando a
armadura de compressão já existente (2 barras de 12,5 mm); e
b. o valor da carga Q2k (valor característico) que determinou as 5 barras de 12,5 mm
existente na seção C.
Dados:
− concreto:C20;e
− aço: CA-50.
Considerar:
− somente solicitações normais (momento fletor);
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− bw = 20 cm;
− d = 55 cm; e
− d’/d = 0,075.
Obs.:
− considerar as cargas acidentais Q1k e Q2k como independentes (podem atuar
simultaneamente, ou não).
Q1k = 100 kN Q2k

gk = 35 kN/m
A C B

1,2 m 3,0 m 3,0 m

3 φ 12,5 60 cm
2 φ 12,5

Ex. 5.32 A viga abaixo representada, construída com concreto classe C20 e aço CA-50, tem
seção retangular com 20 cm de base e 55 cm de altura. Considerando, no estado limite último,
que:
− a distância entre a força resistente de cálculo atuante na região de concreto
comprimido e a força resistente de cálculo atuante na armadura tracionada,
corresponde a 40 cm; e
− a armadura comprimida é constituída por 2 barras de 10 mm,
pede-se:
a. o domínio de deformação, o encurtamento da fibra de concreto mais comprimido e o
alongamento da armadura mais tracionada, correspondente a este ELU;
b. a intensidade do momento fletor resistente de cálculo, correspondente a este ELU;
c. a área seção transversal da armadura longitudinal tracionada, correspondente a este
ELU; e
d. o tipo de ruína possível (frágil ou dúctil), correspondente a este ELU (justificar a
resposta).
Considerar:
− somente solicitações normais (momento fletor); e
− combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4 e γs = 1,15).

2006 5-74 ufpr/tc405


εc

5 cm
MSd

45 cm

5 cm
20 cm εs

Ex. 5.33: Determinar, para a viga abaixo representada, o máximo valor que a carga
acidental Qk (móvel) pode assumir, mantidas as condições de dutilidade. A viga terá 25 cm de
largura e 70 cm de altura.
Dados:
− concreto:C20;e
− aço: CA-50.
Considerar:
− somente solicitações normais (momento fletor);
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− d = 63 cm; e
− d’ = 5 cm.

Qk

gk = 50 kN/m

2m 6m 2m

A B

2 φ20 mm
5 φ20 mm

5 φ20 mm
2 φ20 mm

armadura nos armadura no meio


apoios A e B do vão AB

Ex. 5.34: Mantendo as condições de dutilidade, determinar as armaduras longitudinais


necessárias nas seções B (meio do vão) e C (apoio da direita) da viga de seção retangular abaixo
representada. O carregamento Qk corresponde a uma carga concentrada móvel equivalente a
135 kN (valor característico). Apresentar, ao final dos cálculos, uma vista longitudinal da viga
mostrando a posição das armaduras calculadas.

2006 5-75 ufpr/tc405


Dados:
− concreto:C20;e
− aço: CA-50.
Considerar:
− somente solicitações normais (momento fletor);
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− bw = 15 cm;
− h = 50 cm;
− d = 45 cm; e
− d’/d = 0,10.
Obs:
− considerar desprezível o peso próprio da viga.

Qk

3,0 m 3,0 m 1,5 m

A B C D

Ex. 5.35: Determinar, para a viga abaixo representada:


a. a menor altura h (número múltiplo de 5 cm), necessária para que a viga esteja na
condição limite de ductilidade nas seções B e C, sem armadura de compressão; e
b. as armaduras longitudinais necessárias na seção do meio do vão AD, mantida a altura
da viga determinada no item anterior.
Dados:
− concreto: C30;e
− aço: CA-50.
Considerar:
− somente solicitações normais (momento fletor);
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− bw = 20 cm;
− d = h - 5 cm; e
− d’/d = 0,10.
Obs.:
− peso próprio da viga incluído na carga gk.
Qk = 40 kN Qk = 40 kN

gk = 20 kN/m

2m 4m 2m

A B C D
2006 5-76 ufpr/tc405
Ex. 5.36: Para a viga abaixo esquematizada determinar o máximo vão l que esta pode
possuir, mantida as condições de dutilidade. A viga terá:
− no meio do vão:
! armadura longitudinal de compressão (superior) constituída por 2 barras de
10 mm;
! armadura longitudinal de tração (inferior) constituída por 3 barras de 16 mm;
− nos apoios:
! armadura longitudinal de tração (superior) constituída por 3 barras de 16 mm;
! armadura longitudinal de compressão (inferior) constituída por 2 barras de
10 mm.
Dados:
− concreto:C20;e
− aço: CA-50.
Considerar:
− somente solicitações normais (momento fletor);
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− d = 40 cm; e
− d’ = 4 cm.
Obs:
− peso próprio da viga incluído na carga gk.

gk = 50 kN/m
44 cm

l 2,828 l l

½
2,828 = 8
18 cm 18 cm
meio apoios
do vão

Ex. 5.37: Mantidas as condições de dutilidade, determinar, para a viga abaixo representada,
o máximo momento fletor solicitante de cálculo que a seção pode resistir. A viga terá:
− armadura longitudinal inferior constituída por 7 barras de 20 mm;
− armadura transversal (estribos) constituída por barras de 6,3 mm;
− dimensão máxima do agregado igual a 19 mm; e
− cobrimento nominal das armaduras igual a 3 cm.
Dados: 100 cm
− concreto: C25; e 8 cm
− aço: CA-50.
Considerar:
− somente solicitações normais (momento fletor); e 92 cm
− estado limite último, combinações normais,
edificação tipo 1 (γg = 1,35, γq = 1,5, γc = 1,4 e
γs = 1,15).
25 cm

2006 5-77 ufpr/tc405


Ex. 5.38: Determinar a largura da mesa colaborante (seção T) para a viga V4 indicada na
figura. As lajes têm 10 cm de espessura e as vigas têm dimensões 15 cm x 40 cm.
P1 V1 (15x40) P2 P3
V3 (15x40)

V4 (15x40)

V5 (15x40)
400 cm

L1 L2

P4 V2 (15x40) P5 P6
150 cm

L3 L4

280 cm 350 cm

PLANTA DE FORMAS

Ex. 5.39: Mantidas as condições de dutilidade, determinar a máxima carga acidental qk que
a viga abaixo representada pode suportar. A viga terá:
− armadura longitudinal inferior constituída por 5 barras de 16 mm;
− armadura transversal (estribos) constituída por barras de 6,3 mm;
− dimensão máxima do agregado igual a 19 mm; e
− cobrimento nominal das armaduras igual a 3 cm.
Dados:
− concreto: C25; e
− aço: CA-50.
Considerar:
− somente solicitações normais (momento fletor); e
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 1 (γg = 1,35, γq = 1,5,
γc = 1,4 e γs = 1,15).
120 cm
qk
10 cm
gk = 10 kN/m

75 cm
6m

20 cm

Ex. 5.40: Determinar os maiores comprimentos possíveis dos vãos l1 (AB = CD) e l2 (BC) da
viga da figura abaixo considerando que o dimensionamento das seções transversais será feito no
domínio 2 e sem armadura de compressão. Para estes valores definidos de l1 e l2, calcular as
armaduras longitudinais nas seções críticas do balanço AB (máximo momento fletor negativo) e

2006 5-78 ufpr/tc405


do vão BC (máximo momento fletor positivo). Mostrar, esquematicamente, o posicionamento das
armaduras (positiva e negativa) em uma vista longitudinal da viga.
Dados:
− concreto: C20; e
− aço: CA-50.
Considerar:
− somente solicitações normais (momento fletor); e
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15).
Obs.:
− determinar o vão l2 somente após a definição do vão l1, ou seja, definir l2,max como
função de l1,max;
− ajustar os valores de l1 e l2 para múltiplos de 5 cm (arredondar para baixo);
− considerar o peso próprio da viga incluído na carga gk ;
− considerar, para a altura útil da viga, a expressão d = h - 5 cm válida para momentos
positivos e negativos; e
− considerar bf = 60 cm, admitindo como verificados os valores b1, b2, b3 e b4.
60

25
gk = 30 kN/m

105
l1 l2 l1

A B C D
20
seção transversal
cm
Ex. 5.41: Determinar as armaduras positiva e negativa da viga abaixo indicada. Apresentar,
ao final dos cálculos, uma vista longitudinal da viga mostrando as posições das armaduras
determinadas com os respectivos valores de As (cm2).
Dados:
− concreto: C20; e
− aço: CA-50.
Considerar:
− somente solicitações normais (momento fletor);
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15); e
− d = h – 5 cm.
Obs.:
− peso próprio da viga incluído na carga gk;
− viga isolada a ser considerada como seção T, onde possível; e
− obrigatória a verificação do valor de bf.
60 cm
10 cm gk = 70 kN/m

70 cm 2m 5,657 m 2m

½
20 cm 5,657 = 4 x 2

2006 5-79 ufpr/tc405


Ex. 5.42: A viga da figura abaixo representada terá sua armadura de flexão positiva (inferior)
detalhada com barras de 16 mm. Três destas barras (3 φ 16) serão prolongadas até a
extremidade do balanço, constituindo-se, então, em armadura de compressão para os momentos
fletores negativos atuantes neste balanço. Nestas condições, e mantidas as condições de
dutilidade, determinar:
a. a armadura de flexão necessária para o apoio B, considerando, obrigatoriamente, os
3 φ 16 (inferiores) existentes neste apoio; e
b. o valor mínimo de bf necessário para que a seção transversal correspondente ao meio
do vão AB não necessite de armadura de compressão, considerando, ainda, que a
armadura de tração nesta seção resulte igual a armadura de tração calculada para o
momento negativo do apoio B (item a).
Dados:
− concreto:C20;e
− aço: CA-50.
Considerar:
− somente solicitações normais (momento fletor);
− altura útil equivalente a 90% da altura total;
− posições relativas das armaduras superiores iguais as das armaduras inferiores;
− nulo o peso próprio do reservatório; e
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15).
bf
Gk = 50 kN

14
gk = 50 kN/m
60

20 7m 2m

seção transversal A B
cm

Ex. 5.43: Mantidas as condições de dutilidade, determinar as armaduras necessárias para o


momento fletor positivo e para o momento fletor negativo da viga V2 abaixo representada.
Apresentar, ao final dos cálculos, um corte longitudinal da viga mostrando as posições das
armaduras calculadas. A viga terá:
− armadura longitudinal constituída por barras de 16 mm;
− armadura transversal (estribos) constituída por barras de 6,3 mm;
− dimensão máxima do agregado igual a 19 mm; e
− cobrimento nominal das armaduras igual a 3 cm.
Dados:
− concreto: C20; e
− aço: CA-50.
Considerar:
− somente solicitações normais (momento fletor);
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15); e
− peso próprio da viga incluído na carga gk.

2006 5-80 ufpr/tc405


gk = 30 kN/m

1,5 m 6,0 m 1,5 m

carregamento da V2
laje

08

V1 V2 V3 42

20 20 20
350 350

dimensões em cm
Ex. 5.44: Determinar as armaduras positiva e negativa da viga isolada abaixo indicada, de
tal forma que sejam mantidas as condições de dutilidade. A viga terá:
− armadura longitudinal constituída por barras de 12,5 mm;
− armadura transversal (estribos) constituída por barras de 5 mm;
− dimensão máxima do agregado igual a 19 mm; e
− cobrimento nominal das armaduras igual a 3 cm.
Dados:
− concreto: C20;
− aço: CA-50; e
− seção transversal:
! bf = 40 cm;
! bw = 15 cm;
! h = 65 cm; e
! hf = 8 cm.
Considerar:
− somente solicitações normais (momento fletor);
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− carregamento constituído por cargas permanentes (valores característicos); e
− peso próprio da viga desprezível.
Obs.:
− verificar o valor de bf (viga isolada); e
− apresentar, ao final dos cálculos, uma vista longitudinal da viga mostrando,
esquematicamente, o posicionamento das armaduras positivas e negativas (indicar os
valores, em cm2, das armaduras calculadas).
bf
100 kN 100 kN
hf
50 kN 50 kN

3m 3m 2m 3m 3m

bw

2006 5-81 ufpr/tc405


Ex. 5.45: Determinar a menor altura possível para a viga V2 abaixo indicada. Não deverá
ser usada armadura de compressão e deverão ser mantidas as condições de dutilidade. A viga
terá:
− armadura longitudinal inferior constituída por barras de 16 mm;
− armadura transversal (estribos) constituída por barras de 6,3 mm;
− dimensão máxima do agregado igual a 19 mm; e
− cobrimento nominal das armaduras igual a 3 cm.
Dados:
− concreto: C20; e
− aço: CA-50.
Considerar:
− somente solicitações normais (momento fletor);
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15); e
− peso próprio da viga V2 incluído na carga gk.
V1A V1B

P1 P2
40

180 40 740 40
V4B

V5B
400

10
L1 L2

V2A V2B
40

P3 P4
L3 L4
V4A

V5B
200

V3A V3B
40

P5 P6

qk = 8 kNm

gk = 22 kN/m

2m P3 7,8 m P4

Ex. 5.46: Mantidas as condições de dutilidade, determinar as armaduras positiva e negativa


da viga V1 abaixo indicada. A viga terá:
− armadura longitudinal constituída por barras de 16 mm;
− armadura transversal (estribos) constituída por barras de 6,3 mm;
− dimensão máxima do agregado igual a 19 mm; e
− cobrimento nominal das armaduras igual a 3 cm.
Dados:
− concreto: C30; e
− aço: CA-50.
Considerar:
− somente solicitações normais (momento fletor);

2006 5-82 ufpr/tc405


− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15); e
− peso próprio da viga incluído na carga gk.
bf
8

60
V1 V2

150 25 450 25

qk = 15 kNm

gk = 25 kN/m

2m 8m

Ex. 5.47: O projeto de uma peça pré-moldada deve considerar, além das condições de
trabalho, aquelas decorrentes do processo de montagem. Num desses casos, adotou-se uma viga
de seção T como mostrado abaixo. Mantidas as condições de dutilidade e sabendo-se que a viga
deverá suportar uma carga acidental uniformemente distribuída (em todo vão) de 10 kN/m (valor
característico), pede-se determinar:
a. a armadura longitudinal necessária para a condição de montagem; e
b. a armadura longitudinal necessária para a condição de trabalho.
Apresentar, ao final dos cálculos, uma vista longitudinal mostrando as posições das
armaduras estabelecidas nos itens a e b.
Dados:
− concreto:C20;e
− aço: CA-50.
Considerar:
− somente solicitações normais (momento fletor);
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− peso específico do concreto igual a 25 kN/m3; e
− d = h – 5 cm (momentos positivos e negativos).
Obs.:
− verificar o valor de bf (viga isolada);
− não considerar armadura longitudinal de compressão; e
− na montagem, considerar somente ao próprio da viga.

2006 5-83 ufpr/tc405


7 cm

83 cm

8 cm

20 cm 20 cm

viga de içamento

operação de
montagem
5m 4m 5m

B C

condição
de trabalho

14 m

A D

Ex. 5.48: Mantidas as condições de dutilidade, determinar, para a viga isolada de seção
transversal constante, abaixo representada, o máximo valor que a carga acidental Qk (móvel)
pode assumir.
Dados:
− concreto: C20;
− aço: CA-50; e
− seção transversal:
! bf = 120 cm;
! bw = 20 cm;
! h = 70 cm; e
! hf = 8 cm.
Considerar:
− somente solicitações normais (momento fletor);
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15); e
− d = h – 5 cm (momentos positivo e negativo).
Obs.:
− verificar o valor de bf (viga isolada); e
− peso próprio da viga incluído na carga gk.

2006 5-84 ufpr/tc405


Qk

gk = 20 kN/m

2m 6m 2m

A B

2 φ20 mm 3 φ20 mm

armadura no meio do vão AB armadura nos apoios A e B

Ex. 5.49: Considere que a peça, cuja seção transversal é mostrada abaixo, está solicitada
apenas por um momento fletor de cálculo MSd. Na condição limite de segurança - estado limite
último (MRd = MSd), a linha neutra ficou situada 31,2 cm abaixo da fibra mais comprimida. Nestas
condições, e mantidas as condições de dutilidade, pede-se:
a. o valor do momento fletor solicitante de cálculo MSd (kNm); e
b. o valor da armadura de tração As (cm2) necessária para resistir ao momento fletor MSd.
Dados:
− concreto: C20; e
− aço: CA-50.
Considerar:
− somente solicitações normais (momento fletor); e
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 1 (γg = 1,35, γq = 1,5,
γc = 1,4 e γs = 1,15).
Obs.:
− considerar o valor de bf verificado.

60 cm εc

15 cm
MSd

50 cm

As
5 cm
εs

20 cm
Ex. 5.50 Mantidas as condições de dutilidade, determinar para a viga V1, de seção
transversal constante (seção T), abaixo representada, o máximo valor que a carga acidental Qk
(móvel) pode assumir.
Dados:
− concreto: C25;
− aço: CA-50; e

2006 5-85 ufpr/tc405


− armadura longitudinal inferior: 7 φ 25 mm (34,36 cm2).
Considerar:
− somente solicitações normais (momento fletor);
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15); e
− d = h – 5 cm (momentos positivo e negativo).
Obs.:
− peso próprio da viga incluído na carga gk.

Qk

gk = 20 kN/m

6m

A B
carregamento da V1

bf
8

34,36 cm2 85
V1 V2

150 30 450 30

seção transversal do
conjunto lajes/vigas
(dimensões em cm)

Ex. 5.51 Mantidas as condições de dutilidade, determinar, para a viga V2 abaixo


representada:
a. o máximo valor possível para bf;
b. o máximo valor possível para o carregamento qk, admitindo-se que a altura da linha
neutra, na seção transversal (seção T) de máxima solicitação, seja igual 1,25 hf; e
c. a armadura longitudinal necessária para as condições estabelecidas no item b.
Dados:
− concreto: C20; e
− aço: CA-50.
Considerar:
− somente solicitações normais (momento fletor);
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15); e
− d = h – 5 cm.
Obs.:
− peso próprio da viga incluído na carga gk.

2006 5-86 ufpr/tc405


V1

P1 P2

20
20 780 20

dimensões em cm
V4B

V5B
400
L1

8
55
20 V2 (20 x 55)

P3 P4
L2
V4A

V5B
200

V3
20

P5 P6

qk

gk = 20 kN/m

8m

P3 P4

Ex. 5.52: Mantidas as condições de dutilidade, determinar, para a viga isolada abaixo
indicada, o maior valor possível para a carga acidental móvel Qk (valor característico).
Dados:
− concreto: C20; e
− aço: CA-50.
Considerar:
− somente solicitações normais (momento fletor);
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− d = 80 cm;
− d’ = 5 cm; e
− peso próprio da viga igual a 5,357 kN/m (não mostrado na figura).
Obs.:
− admitir, na determinação de bf, b3 = b4.

2006 5-87 ufpr/tc405


Qk

2m 8m 2m

A B C D

60 cm 60 cm

10 cm 10 cm

4 φ 16 mm
75 cm 75 cm
3 φ 20 mm 2 φ 10 mm

25 cm 25 cm
seção transversal seção transversal
meio do vão apoios

Ex. 5.53: A figura abaixo representa a planta de formas de uma escola. Cada laje
corresponde a uma sala de aula. Todas as vigas têm seção transversal de 25 cm x 70 cm, todos
os pilares têm seção de 25 cm x 50 cm e todas as lajes têm espessura igual a 12 cm. Mantidas as
condições de dutilidade, determinar as armaduras longitudinais necessárias para as vigas V04 e
V05, levando-se em consideração, se possível, a colaboração do painel de lajes.
Dados:
− concreto:C20;e
− aço: CA-50.
Considerar:
− somente solicitações normais (momento fletor);
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15); e
− d = h – 5 cm;
− vão de cálculo das vigas igual à distância entre os eixos dos pilares; e
− carregamento uniformemente distribuído nas vigas V04 e V05, constituído de:
! peso próprio de cada viga: 5 kN/m;
! reação de uma laje em cada viga: 15 kN/m;
! peso de parede sobre cada viga: 15 kN/m.

2006 5-88 ufpr/tc405


P01 V01 P02 P03 P04
25

L01 L02 L03

V03 V04 V05 V06 800

A B

V02
25
P05 P06 P07 P08
400 400 400
25 25 25 25

12 70

CORTE A-B
(dimensões em cm)

2006 5-89 ufpr/tc405


6FLEXÃO SIMPLES – ARMADURA TRANSVERSAL DE VIGA
6
6.1 Tensões principais
Sejam os elementos 1 e 2, próximos ao apoio de uma viga, dos quais se quer determinar as
tensões principais (Figura 6.1).
Nesta Figura, o elemento 1
situa-se sobre a linha neutra
M (máxima tensão tangencial) e o
linha
1 elemento 2 está situado
neutra
próximo à fibra mais tracionada
V (máxima tensão normal de
2
tração).
τxy σx
fibra mais
tracionada

Figura 6.1 - Tensões normais e


tangenciais em peças fletidas
Da Resistência dos Materiais é sabido que as tensões principais de tração σI formam, no
elemento 1, um ângulo de 45° com a horizontal (plano diagonal de ruptura), sendo no elemento 2
este ângulo igual a 90° (plano vertical de ruptura), como mostrado na Figura 6.2.

σI = τxy σII = τxy


τxy
plano
τxy diagonal de
ruptura
1 1
τxy 45º

τxy
σII σI
(compressão) (tração)

2 2
σx σx σI = σx 90º σI
(tração)
plano
vertical de
ruptura

Figura 6.2 – Tensões principais nos elementos 1 e 2


Ensaios de laboratório têm demonstrado uma boa aproximação com a teoria, já que em
vigas de concreto armado o aspecto das fissuras, na região próxima a apoio simples, é como
indicado na Figura 6.3 (fissuras perpendiculares às tensões principais de tração, pois o concreto
não resiste às mesmas).

2006 6-1 ufpr/tc405


fissura inclinada (45°) na
região do elemento 1

σI
M
1 1
V σI
2 2
σI σI

fissura vertical (90°) na


região do elemento 2
Figura 6.3 – Fissura em viga de concreto armado
Já foi visto, quando se estudou a armadura longitudinal de vigas (Capítulo [5]), que próximo
ao elemento 2, onde a fissura é provocada somente pelo momento fletor (τxy = 0), a armadura
horizontal de tração é colocada perpendicularmente à fissura, isto é na direção da tensão principal
σI do elemento 2 (Figura 6.4). No elemento 1, onde a fissura é provocada pela força cortante
(σx = 0), a armadura deveria
armadura de ser também colocada
força cortante perpendicularmente à
fissura, na direção da
σI
tensão principal σI do
M
elemento 1 (Figura 6.4).
1 1
θ V σI
2 2
σI σI

armadura de
momento fletor
Figura 6.4 – Armaduras nas direções das tensões principais de
tração
A idéia de se colocar armadura sempre na direção da tensão principal de tração
(perpendicular à fissura) vigorou por muitos anos como princípio básico do concreto armado.
Mudanças ocorreram e as teorias atuais, tanto para momento fletor como para força cortante,
baseiam-se no principio de se "costurar" as fissuras, respeitando sempre o equilíbrio de forças e a
compatibilidade das deformações. É por este motivo que as vigas de concreto armado, em sua
grande maioria, são, atualmente, detalhada só
porta armadura de com armadura horizontal e vertical (Figura 6.5).
estribo força cortante As armaduras horizontais "costuram" as fissuras
provocadas pelo momento fletor e as armaduras
verticais "costuram" as fissuras provocadas pela
M força cortante. Evidentemente esta é uma idéia
1 simplista, já que as fissuras, na realidade, são
provocadas por tensões de tração provenientes
V da combinação de momentos fletores e forças
2
cortantes atuando conjuntamente.

armadura de
momento fletor

Figura 6.5 – Armadura de momento fletor e


força cortante

2006 6-2 ufpr/tc405


6.2 Analogia da treliça de Morsh
O verdadeiro comportamento de peças fletidas (peças fissuradas) de concreto armado ainda
não é totalmente conhecido. Uma das teorias que procura explicar este comportamento é a
Analogia da Treliça de Morsh, onde é suposto que os momentos fletores e as forças cortantes
devam ser resistidos por uma treliça interna à viga formada por banzos, diagonais e montantes
constituídos por barras de concreto comprimido e barras de aço tracionado (Figura 6.6).

armadura de concreto de
força cortante momento fletor

M M

90° θ V α θ V

armadura de concreto de
momento fletor força cortante

barras de cisalhamento verticais barras de cisalhamento inclinadas


Figura 6.6 – Analogia da treliça de Morsh
6.2.1 Modelos de ABNT NBR 6118
Ensaios de laboratório tem demonstrado que o ângulo θ mostrado na Figura 6.6, que
corresponde à inclinação da fissura mostrada na Figura 6.4, varia entre 30° e 45°. Desta forma, a
ABNT NBR 6118, itens 17.4.2.2 e 17.4.2.3 houve por bem adotar dois modelos correspondentes à
analogia da treliça de Morsh, ou sejam:
− Modelo I, onde é admitido que as diagonais de compressão sejam inclinadas de
θ = 45° em relação ao eixo longitudinal do elemento estrutural; e
− Modelo II, onde é admitido que as diagonais de compressão sejam inclinadas de θ em
relação ao eixo longitudinal do elemento estrutural, com θ variável livremente entre 30°
e 45°.
6.2.2 Colapso de vigas de concreto armado
Baseado no mecanismo da treliça, pode ser observado que a ruína da viga pode ocorrer de
varias maneiras, já que qualquer parte (banzo, diagonal ou montante) pode entrar em colapso.
Admitindo-se comportamento de viga sub ou superarmada (Figura 6.7), onde o momento
fletor é responsável pelo binário das forças
ruptura do concreto comprimido horizontais atuantes nos banzos superior e inferior
(viga superarmada) da treliça, o colapso pode ocorrer por:
− ruptura (esmagamento) do concreto
comprimido que constitui o banzo
M superior (viga superarmada); ou
− ruptura (alongamento excessivo) da
armadura tracionada do banzo inferior
(viga subarmada).

ruptura da armadura tracionada


(viga subarmada)

Figura 6.7 - Colapso de viga devido ao


momento fletor

2006 6-3 ufpr/tc405


Para evitar a ruptura (esmagamento) do concreto comprimido no banzo superior (ruptura de
viga superarmada mostrada na Figura 6.7), duas providências podem ser tomadas:
− colocação de armadura na região comprimida; ou
− aumento das dimensões da seção transversal da viga.
De modo análogo ao das vigas super e subarmadas, onde o momento fletor é o causador do
colapso, pode a força cortante também ser
ruptura do concreto responsável pela ruína de uma viga de concreto
comprimido armado (Figura 6.8). Isto pode acontecer por:
− ruptura (esmagamento) da diagonal de
concreto comprimido; ou
− ruptura (alongamento excessivo) da
armadura tracionada dos montantes
(estribos).
V

ruptura da armadura
tracionada

Figura 6.8 - Colapso de viga devido a


força cortante
O esmagamento do concreto comprimido mostrado na Figura 6.8 só pode ser evitado com o
aumento das dimensões da seção transversal da viga. A verificação da necessidade de se
aumentar ou não as dimensões de uma viga de concreto armado é feita pelos itens 17.4.2.2 e
17.4.2.3 da ABNT NBR 6118, os quais fixam valores limites para a força cortante atuante em
seções transversais de viga.

6.3 Valores limites para força cortante – diagonal de compressão


6.3.1 Equilíbrio da diagonal de compressão de treliça de Morsh
Seja a Figura 6.9 onde a força cortante resistente de cálculo VRd2 é responsável pelo
equilíbrio vertical das forças atuantes no trecho de viga.

α Rcw = σcw BC bw
D
VRd2 C
ψ bw d
σcw z = 0,9 d
α
θ
A
B

Figura 6.9 – Equilíbrio vertical da resultante atuante na diagonal de


compressão da treliça de Morsh
Na Figura 6.9,
θ representa a inclinação da fissura em relação ao eixo horizontal da viga e corresponde
à inclinação das tensões σcw;
α corresponde à inclinação da armadura transversal (diagonal tracionada da treliça de
Morsh) em relação ao eixo horizontal da viga;
ψ corresponde a um dos ângulos do triângulo retângulo BCD (reto em B), equivalente a
[(α + θ) - 90°];
bw largura da alma da viga;
d altura útil da viga;
z representa o braço de alavanca correspondente à distância entre a resultante
horizontal de compressão atuante no banzo superior da treliça de Morsh e a resultante

2006 6-4 ufpr/tc405


atuante na armadura horizontal tracionada (banzo inferior da treliça), admitido como
sendo igual 0,9 d;
σcw tensões normais atuantes na diagonal de compressão da treliça de Morsh (tensões
perpendiculares à reta BC);
Rcw corresponde à força atuante na diagonal de compressão da treliça de Morsh,
resultante das tensões σcw; e
VRd21 corresponde à força cortante resistente de cálculo, relativa à ruína das diagonais
comprimidas de concreto.
Do triângulo ABD (Figura 6.9) tem-se:
___
z
BD =
senα
Do triângulo BCD (Figura 6.9) tem-se:
___ ___
BC = BD cos ψ
ou ainda:
___
cos ψ
BC = z
senα
Tendo em vista que:
ψ = (α + θ) - 90°
tem-se:
ψ = α − (90° − θ )
cos ψ = cos[α − (90° − θ )]
cos ψ = cos α cos(90° − θ ) + senα sen(90° − θ )
cos ψ = cos α senθ + senα cos θ
cos ψ cos α senθ + senα cos θ
=
senα senα
cos ψ
= cot gα senθ + cos θ
senα
cos ψ
= senθ(cot gα + cot gθ )
senα
que levado para a expressão da reta BC, tem-se:
___
BC = z senθ (cot gα + cot gθ )
Do equilíbrio das forças verticais mostradas na Figura 6.9, tem-se:
VRd2 = Rcw senθ
ou ainda:
 ___

VRd2 =  σ cw BC b w senθ
 
VRd2 = {σcw [z senθ (cot gα + cot gθ )]b w }senθ
VRd2 = σcw b w z (cot gα + cot gθ )sen2θ
Tendo em vista que (Figura 6.9):
z = 0,9 d
e tomando para σcw um valor em torno de 70% da máxima tensão de compressão de cálculo do
concreto 0,85 fcd, necessário pelas incertezas decorrentes da simplificação da analogia de Morsh,
tem-se:
σcw = Κ (0,85 fcd )
1
Κ= ≅ 0,7
1,4

1
Notação da ABNT NBR 6118. O índice 2 que aparece em VRd2 é usado para indicar vigas, sendo o índice 1, que
aparecerá em VRd1, usado para lajes.
2006 6-5 ufpr/tc405
 0,85 fcd 
 b w (0,9 d)(cot gα + cot gθ )sen θ
2
VRd2 = 
 1,4 
ou ainda:
[
VRd2 = 0,54 fcd b w d sen2θ (cot gα + cot gθ ) ] Equação 6.1

6.3.2 Modelos da ABNT NBR 6118


6.3.2.1 Modelo I
O Modelo I da ABNT NBR 6118 define θ como sendo igual a 45°. Desta forma a
Equação 6.1 resulta:
[
VRd2 = 0,54 fcd b w d sen2 45° (cot gα + cot g 45° ) ]
VRd2 = 0,54 [fcd b w d (0,5 )(cot gα + 1)]
VRd2 = 0,27 [fcd b w d (cot gα + 1)]
Se o ângulo α (inclinação das barras de cisalhamento) for tomado igual a 90°, VRd2 assumirá
seu valor mínimo, correspondente a:
VRd2 = 0,27 fcd b w d Equação 6.2
A ABNT NBR 6118, item 17.4.2.2-a, apresenta a Equação 6.2 corrigida do fator αv2, função
da resistência característica do concreto. Desta forma, a expressão de VRd2, para o Modelo I,
resulta:
VRd2 = 0,27 α v 2 fcd b w d
fck Equação 6.3
αv2 = 1 − fck em MPa
250

6.3.2.2 Modelo II
O Modelo II da ABNT NBR 6118, que estabelece para θ uma variação entre 30° e 45°, usa,
para a determinação de VRd2, a Equação 6.1 corrigida do fator αv2. Segundo o item 17.4.2.3-a, VRd2
deve ser determinado pela expressão:
VRd2 = 0,54 α v 2 fcd b w d sen2θ (cot gα + cot gθ )
fck
αv2 = 1 − fck em MPa
250 Equação 6.4
30° ≤ θ ≤ 45°
45° ≤ α ≤ 90°

6.3.3 Resistência de vigas – diagonal de compressão


A resistência de viga, numa determinada seção transversal, deve ser considerada
satisfatória quando for verificada, a seguinte condição:
VSd ≤ VRd2 Equação 6.5
onde:
VSd força cortante solicitante de cálculo na seção; e
VRd2 força cortante resistente de cálculo, relativa à ruína das diagonais comprimidas de
concreto, de acordo com os Modelos I e II descritos em 6.3.2.1 e 6.3.2.2,
respectivamente.
Nas regiões dos apoios, os cálculos devem considerar as forças cortantes agentes nas
respectivas faces (Figura 6.10).

2006 6-6 ufpr/tc405


VSd,face ≤ VRd2
diagrama VSd

Figura 6.10 – Verificação de força cortante


Exemplo 6.1: Verificar, para a seção transversal de viga abaixo indicada, qual a máxima força
cortante solicitante de cálculo (VSd) que a mesma pode suportar, definida pela
diagonal de compressão (VRd2). Fazer a verificação para o Modelo I e para o
Modelo II admitindo θ = 30° e α = 90°.
Considerar:
− concreto: C25;
− d = h – 4 cm; e
− estado limite último, combinações normais (γc = 1,4).

40 cm

20 cm

Solução: Na determinação de VRd2, usar a Equação 6.3 para o Modelo I e a Equação 6.4
para o Modelo II. VSd é definida pela Equação 6.5.
a. Dados – uniformização de unidades (kN e cm)
fck = 25 MPa = 2,5 kN / cm2
γ c = 1,4
f ck
fcd =
γc
2,5
fcd = = 1,79 kN / cm 2
1,4
f
α v2 = 1 − ck = f ck em MPa
250
25
α v2 = 1 − = 0,9
250
b w = 20 cm
d = 40 − 4 = 36 cm
b. Modelo I
VRd2 = 0,27 α v 2 fcd b w d
VRd2 = 0,27 × 0,9 × 1,79 × 20 × 36 = 313,18 kN
VSd ≤ VRd2 = 313 kN ◄

2006 6-7 ufpr/tc405


c. Modelo II
θ = 30° (30° ≤ θ ≤ 45°) OK
α = 90° ( 45° ≤ α ≤ 90°) OK
VRd2 = 0,54 α v 2 fcd b w d sen2θ (cot gα + cot gθ )
VRd2 = 0,54 × 0,9 × 1,79 × 20 × 36 × sen2 30° × (cot g 90° + cot g 30° )
VRd2 = 0,54 × 0,9 × 1,79 × 20 × 36 × (0,5 ) × (0,0 + 1,73 ) = 270,90 kN
2

VSd ≤ VRd2 = 271 kN ◄


d. Observação
No Modelo I, a força cortante solicitante de cálculo VSd (313 kN) resultou 15% maior
que a correspondente no Modelo II (271 kN). Portanto, no que se refere à diagonal de
compressão, o Modelo I tem um melhor comportamento que o Modelo II.

6.4 Valores limites para força cortante – diagonal de tração


6.4.1 Equilíbrio da diagonal de tração de treliça de Morsh
Seja a Figura 6.11 onde a força cortante resistente de cálculo VRd2 é responsável pelo
equilíbrio vertical das forças atuantes no trecho de viga.

s s
Vc α
C
VRd3
z = 0,9 d
α θ α
A B Vsw Rsw

Vsw = Rsw sen α


Asw σsw
Rsw = n Asw σsw
Figura 6.11 - Equilíbrio vertical da resultante atuante na armadura
transversal (diagonal tracionada da treliça de Morsh)
Na Figura 6.11,
θ representa a inclinação da fissura em relação ao eixo horizontal da viga;
α corresponde à inclinação da armadura transversal (diagonal tracionada da treliça de
Morsh) em relação ao eixo horizontal da viga;
d altura útil da viga;
z representa o braço de alavanca correspondente à distância entre a resultante
horizontal de compressão atuante no banzo superior da treliça de Morsh e a resultante
atuante na armadura horizontal tracionada (banzo inferior da treliça), admitido como
sendo igual 0,9 d;
s corresponde ao espaçamento da armadura transversal, medido paralelamente ao eixo
horizontal da viga;
n representa o número da barras, componentes da armadura transversal, que corta o
plano AC co trecho da viga;
Asw corresponde à área da seção transversal de uma barra que constitui a armadura
transversal da viga;
σsw tensões normais atuantes na armadura transversal (diagonal tracionada da treliça de
Morsh);
Rsw corresponde à força atuante na armadura transversal (diagonal tracionada da treliça
de Morsh), resultante das tensões σsw;
VRd31 corresponde à força cortante resistente de cálculo, relativa à ruína por tração diagonal;

1
Notação da ABNT NBR 6118.
2006 6-8 ufpr/tc405
Vsw corresponde a componente vertical da força Rsw; e
Vc corresponde à parcela de força cortante absorvida por mecanismos complementares
ao da treliça de Morsh.
Do triângulo ABC (Figura 6.11) tem-se:
___
AB = z (cot g θ + cot g α )
O número de barras que corta o plano AC (projeção horizontal AB) é dado por:
AB z (cot g θ + cot g α ) z
n= = = (cot g θ + cot g α )
s s s
Do equilíbrio vertical de forças atuantes no trecho de viga da Figura 6.11, tem-se:
VRd3 − R sw sen α − Vc = 0
ou ainda:
VRd3 = R sw sen α + Vc
VRd3 = Vc + Vsw Equação 6.6
Ainda da Figura 6.11, tem-se:
Vsw = R sw sen α = (n A sw σsw )sen α
z 
Vsw =  (cot g θ + cot g α ) (A sw σ sw )sen α
s 
 0,9 d
Vsw =  (cot g θ + cot g α ) (A sw σsw )sen α
 s 
A 
Vsw =  sw  0,9 d σ sw (cot g θ + cot g α )sen α Equação 6.7
 s 
A ABNT NBR 6118, itens 17.4.2.2.b e 17.4.2.3.b, apresenta a Equação 6.7 com fywd no lugar
de σsw, onde fywd é a tensão na armadura transversal, limitada ao valor fyd no caso de estribo e a
70% desse valor no caso de barra dobrada, não se tomando, para ambos os casos, valores
superiores a 435 MPa. Desta forma a Equação 6.7 resulta:
A 
Vsw =  sw  0,9 d fywd (cot g α + cot g θ)sen α
 s 
 fyk 

fywd = min  γ s  estribos
 Equação 6.8
435 MPa
 fyk 
0,7 
fywd = min  γs  barras dobradas
435 MPa

6.4.2 Armadura componente das diagonais tracionadas da treliça de Morsh


As armaduras que compõem as diagonais tracionadas da treliça de Morsh podem ser
constituídos por:
− estribos; ou
− barras dobradas.
Os estribos, de modo geral, são fechados e na grande maioria dos casos são posicionados
verticalmente (α = 90°), como mostrado na Figura 6.12. Os valores de Asw, a serem usados na
Equação 6.8, dependem do número de ramos que compõe o estribo.

2006 6-9 ufpr/tc405


As As

estribo de 2 ramos estribo de 4 ramos


Asw = 2 As Asw = 4 As
Figura 6.12 – Estribos de viga
As barras dobradas, de modo geral, são posicionadas nas vigas como continuidade das
barras horizontais, formando ângulo de 45° com a
horizontal (Figura 6.13).

Figura 6.13 – Barras dobradas de viga


6.4.3 Modelos da ABNT NBR 6118
6.4.3.1 Modelo I
O Modelo I da ABNT NBR 6118 define θ como sendo igual a 45°. Desta forma a
Equação 6.8 resulta:
A 
Vsw =  sw  0,9 d f ywd (cot g α + cot g 45° ) sen α
 s 
A 
Vsw =  sw  0,9 d fywd (sen α + cos α )
 s 
 fyk 
 
fywd = min  γ s  estribos Equação 6.9
435 MPa
 fyk 
0,7 
fywd = min  γs  barras dobradas
435 MPa

O item 17.4.2.2-b da ABNT NBR 6118 apresenta, o cálculo da armadura transversal de viga,
para o Modelo I, separado por tipo de solicitação.
6.4.3.1.1 Flexão simples ou flexo-tração com a linha neutra cortando a seção
No caso de flexão simples ou flexo-tração, com a linha neutra cortando a seção, os valores
de VRd3 (Equação 6.6), Vc e Vsw (Equação 6.9) são dados por:

2006 6-10 ufpr/tc405


VRd3 = V c + Vsw
Vc = Vc 0 = 0,6 fctd b w d
2
fctk,inf 0,213 fck
fctd = = fck em MPa
γc γc
A 
Vsw =  sw  0,9 d fywd (sen α + cos α )
 s 
 fyk  Equação 6.10
 
fywd = min  γ s  estribos
435 MPa
 fyk 
0,7 
fywd = min  γ s  barras dobradas
435 MPa
45° ≤ α ≤ 90°

6.4.3.1.2 Flexo-compressão
No caso de flexo-compressão, os valores de VRd3 (Equação 6.6), Vc e Vsw (Equação 6.9) são
dados por:
VRd3 = V c + Vsw
 M0 
Vc = Vc 0 1 +  ≤ 2 Vc 0

 MSd,max 
Vc 0 = 0,6 fctd b w d
2
f ctk,inf 0,213 f ck
f ctd = = fck em MPa
γc γc
A 
Vsw =  sw  0,9 d f ywd (sen α + cos α )
 s  Equação 6.11
 f yk 
 
f ywd = min  γ s  estribos
435 MPa
 f yk 
0,7 
f ywd = min  γs  barras dobradas
435 MPa
45° ≤ α ≤ 90°
Na Equação 6.11,
M0 valor do momento fletor que anula a tensão normal de compressão na borda da
seção (tracionada por MSd,Max), provocada pelas forças normais de diversas origens
concomitantes com VSd, sendo essa tensão calculada com valor de γf igual a 1,0; e
MSd,max valor do máximo momento fletor de cálculo que atua na seção considerada.
6.4.3.1.3 Elementos estruturais tracionados com a linha neutra fora da seção
No caso de elementos estruturais tracionados com a linha neutra fora da seção, os valores
de VRd3 (Equação 6.6), Vc e Vsw (Equação 6.9) são dados por:

2006 6-11 ufpr/tc405


VRd3 = V c + Vsw
Vc = 0
A 
Vsw =  sw  0,9 d f ywd (sen α + cos α )
 s 
 f yk 
 
f ywd = min  γ s  estribos Equação 6.12
435 MPa
 f yk 
0,7 
f ywd = min  γs  barras dobradas
435 MPa
45° ≤ α ≤ 90°

6.4.3.2 Modelo II
O Modelo II da ABNT NBR 6118, estabelece para θ uma variação entre 30° e 45°, aplicados
diretamente na Equação 6.8.
O item 17.4.2.3-b da ABNT NBR 6118 apresenta, o cálculo da armadura transversal de viga,
para o Modelo II, separado por tipo de solicitação.
6.4.3.2.1 Flexão simples ou flexo-tração com a linha neutra cortando a seção
No caso de flexão simples ou flexo-tração, com a linha neutra cortando a seção, os valores
de VRd3 (Equação 6.6), Vc e Vsw (Equação 6.8) são dados por:
VRd3 = V c + Vsw
Vc = Vc1
VRd2 − VSd
Vc1 = Vc 0 ≤ Vc 0
VRd2 − Vc 0
Vc 0 = 0,6 f ctd b w d
2
f ctk,inf 0,213 fck
fctd = = f ck em MPa
γc γc
A 
Vsw =  sw  0,9 d f ywd (cot g α + cot g θ ) sen α
 s  Equação 6.13
 f yk 
 
f ywd = min  γ s  estribos
435 MPa
 f yk 
0,7 
f ywd = min  γ s  barras dobradas
435 MPa
30° ≤ θ ≤ 45 º
45° ≤ α ≤ 90°

6.4.3.2.2 Flexo-compressão
No caso de flexo-compressão, os valores de VRd3 (Equação 6.6), Vc e Vsw (Equação 6.8) são
dados por:

2006 6-12 ufpr/tc405


VRd3 = V c + Vsw
 M0 
Vc = Vc1 1 +  ≤ 2 Vc1

 M Sd,max 
VRd2 − VSd
Vc1 = Vc 0 ≤ Vc 0
VRd2 − Vc 0
Vc 0 = 0,6 fctd b w d
2
f ctk,inf 0,213 f ck
f ctd = = f ck em MPa
γc γc
A 
Vsw =  sw  0,9 d f ywd (cot g α + cot g θ ) sen α Equação 6.14
 s 
 f yk 
 
f ywd = min  γ s  estribos
435 MPa
 f yk 
0,7 
f ywd = min  γs  barras dobradas
435 MPa
30° ≤ θ ≤ 45 º
45° ≤ α ≤ 90°
Na Equação 6.14,
M0 valor do momento fletor que anula a tensão normal de compressão na borda da
seção (tracionada por MSd,Max), provocada pelas forças normais de diversas origens
concomitantes com VSd, sendo essa tensão calculada com valor de γf igual a 1,0; e
MSd,max valor do máximo momento fletor de cálculo que atua na seção considerada.
6.4.3.2.3 Elementos estruturais tracionados com a linha neutra fora da seção
No caso de elementos estruturais tracionados com a linha neutra fora da seção, os valores
de VRd3 (Equação 6.6), Vc e Vsw (Equação 6.8) são dados por:
VRd3 = V c + Vsw
Vc = 0
A 
Vsw =  sw  0,9 d f ywd (cot g α + cot g θ ) sen α
 s 
 f yk 
 
f ywd = min  γ s  estribos Equação 6.15
435 MPa
 f yk 
0,7 
f ywd = min  γ s  barras dobradas
435 MPa
30° ≤ θ ≤ 45 º
45° ≤ α ≤ 90°

6.4.4 Resistência de vigas – diagonal tracionada


A resistência de viga, numa determinada seção transversal, deve ser considerada
satisfatória quando for verificada, a seguinte condição:
VSd ≤ VRd3 Equação 6.16

2006 6-13 ufpr/tc405


onde:
VSd força cortante solicitante de cálculo na seção; e
VRd3 força cortante resistente de cálculo, relativa à ruína por tração diagonal, de acordo
com os Modelos I e II descritos em 6.3.2.1 e 6.3.2.2, respectivamente.
Exemplo 6.2: Verificar, para a seção transversal de viga abaixo indicada, qual a máxima força
cortante solicitante de cálculo (VSd) que a mesma pode suportar, definida pela
diagonal tracionada (VRd3). Fazer a verificação para o Modelo I e para o Modelo II
admitindo θ = 30° e α = 90°.
Considerar:
− aço: CA-50;
− concreto: C25;
− d = h – 4 cm;
− estribos verticais de dois ramos, espaçados de 10 cm, constituídos por barras
de 6,3 mm;
− flexão simples; e
− estado limite último, combinações normais (γc = 1,4, γs = 1,15).

40 cm

20 cm

Solução: Na determinação de VRd3, usar a Equação 6.10 para o Modelo I e a Equação 6.13
para o Modelo II. VSd é definida pela Equação 6.16.
a. Dados – uniformização de unidades (kN e cm)
fck = 25 MPa = 2,5 kN / cm2
γ c = 1,4
2
0,213 f ck
f ctd = f ck em MPa
γc
0,213 25 2
fctd = = 1,28 MPa = 0,128 kN / cm2
1,4
fyk = 500 MPa
γ s 1,15
 fyk 

= min  γ s 
fywd 
435 MPa
 500 
 = 435 MPa
fywd = min 1,15 = 435 MPa = 43,5 kN / cm2
 
435 MPa 
π × 0,63 2
A sw = 2 A s = 2 × = 0,623 cm 2
4
s = 10 cm
b w = 20 cm
d = 40 − 4 = 36 cm
b. Modelo I
α = 90° (estribos verticais)

2006 6-14 ufpr/tc405


Vc 0 = 0,6 fctd b w d
Vc 0 = 0,6 × 0,128 × 20 × 36 = 55 kN
A 
Vsw =  sw  0,9 d fywd (sen α + cos α )
 s 
 0,623 
Vsw =   × 0,9 × 36 × 43,5 × (sen 90° + cos 90° ) = 88 kN
 10 
VRd3 = Vc + Vsw
VRd3 = 55 + 88 = 143 kN
VSd ≤ VRd3 = 143 kN ◄
c. Modelo II
θ = 30° (30° ≤ θ ≤ 45°) OK
α = 90° ( 45° ≤ α ≤ 90°) OK
Vc 0 = 0,6 × 0,128 × 20 × 36 = 55 kN
VRd2 = 271 kN (ver Exemplo 6.1, item c)
A 
Vsw =  sw  0,9 d fywd (cot g α + cot g θ ) sen α
 s 
 0,623 
Vsw =   × 0,9 × 36 × 43,5 × (cot g 90° + cot g 30° ) sen 90° = 152 kN
 10 
VRd2 − VSd
Vc1 = Vc 0 ≤ Vc 0
VRd2 − Vc 0
271 − VSd
Vc1 = 55 × ≤ 55 kN
271 − 55
271 − VSd
Vc1 = ≤ 55 kN (Vc1 função de VSd ⇒ necessário processo interativo)
3,927
c.1 VSd =VRd3 = Vsw = 152 kN (1ª tentativa, desconsiderado o valor de Vc)
271 − 152
Vc1 = = 30 kN ≤ 55 kN OK
3,927
Vc = Vc1 = 30 kN
VRd3 = Vc + Vsw
VRd3 = 30 + 152 = 182 kN > 152 kN
c.2 VSd = VRd3 = 182 kN (2ª tentativa)
271 − 182
Vc1 = = 23 kN ≤ 55 kN OK
3,927
Vc = Vc1 = 23 kN
VRd3 = Vc + Vsw
VRd3 = 23 + 152 = 175 kN < 182 kN
c.3 VSd = VRd3 = 175 kN (3ª tentativa)
271 − 175
Vc1 = = 24 kN ≤ 55 kN OK
3,927
Vc = Vc1 = 24 kN
VRd3 = Vc + Vsw
VRd3 = 24 + 152 = 176 kN > 175 kN
c.4 VSd = VRd3 = 176 kN (4ª tentativa)
271 − 176
Vc1 = = 24 kN ≤ 55 kN OK
3,927
Vc = Vc1 = 24 kN
VRd3 = Vc + Vsw

2006 6-15 ufpr/tc405


VRd3 = 24 + 152 = 176 kN OK
VSd ≤ VRd3 = 176 kN ◄
d. Observação
No Modelo I, a força cortante solicitante de cálculo VSd (143 kN) resultou 19% menor
que a correspondente no Modelo II (176 kN). Portanto, no que se refere à diagonal
tracionada, flexão simples, o Modelo II tem um melhor comportamento que o Modelo I.

6.5 Armadura mínima


Segundo o item 17.4.1.1 da ABNT NBR 6118, as vigas de concreto armado devem conter
armadura transversal mínima constituída por estribos, com taxa geométrica:
A sw f
ρ sw = ≥ 0,2 ct,m
b w s sen α fywk
2
fct,m = 0,3 3 fck fck em MPa Equação 6.17
fyk 
fywk = min  
500 MPa
onde:
ρsw taxa geométrica de armadura transversal;
Asw área da seção transversal dos estribos;
s espaçamento dos estribos, medido segundo o eixo longitudinal da viga;
α inclinação dos estribos em relação ao eixo longitudinal da viga;
bw largura média da alma, medida ao longo da altura útil da seção,
fywk resistência característica ao escoamento do aço da armadura transversal; e
fct,m resistência média à tração do concreto.
Exemplo 6.3: Determinar a taxa geométrica mínima para a armadura transversal da viga de
seção transversal abaixo indicada.
Considerar:
− aço: CA-60; e
− concreto: C25.

40 cm

20 cm

Solução: Usar a Equação 6.17 para a determinação de ρsw.


a. Dados – uniformização de unidades (kN e cm)
fck = 25 MPa = 2,5 kN / cm2
2
f ct,m = 0,3 3 fck f ck em MPa
f ct,m = 0,3 3 25 2 = 2,56 MPa = 0,256 kN / cm 2
fyk = 600 MPa
fyk 
fywk = min  
500 MPa
600 MPa 2
fywk = min   = 500 MPa = 50 kN / cm
500 MPa 

2006 6-16 ufpr/tc405


b. Taxa geométrica
f
ρ sw ≥ 0,2 ct,m
fywk
0,256
ρsw ≥ 0,2 × = 0,10% ◄
50

6.6 Flexão simples - Vigas com estribos verticais – Modelo I


ABNT NBR 6118, item 17.4.1.1.3:
“A armadura transversal (Asw) pode ser constituída por estribos (fechados na região de
apoio das diagonais, envolvendo a armadura longitudinal) ou pela composição de
estribos e barras dobradas; entretanto, quando forem utilizadas barras dobradas, estas
não devem suportar mais do que 60% do esforço total resistido pela armadura.”
O detalhamento de vigas de concreto armado com estribos verticais, permitido pelo
item 17.4.1.1.3 da ABNT NBR 6118, tem sido o mais
usado pela engenharia de estruturas (Figura 6.14).

s s

s
2

Figura 6.14 – Vigas com estribos verticais


Por outro lado, a adoção do Modelo I, que exige menos da diagonal comprimida da treliça
de Morsh (ver Exemplo 6.1 e Exemplo 6.2), também tem-se mostrado bastante útil no
detalhamento de vigas de concreto armado. Desta forma, levando em consideração apenas as
equações estabelecidas em 6.3.2.1 (Equação 6.3), 6.3.3 (Equação 6.5), 6.4.3.1.1 (Equação 6.10),
6.4.4 (Equação 6.16) e 6.5 (Equação 6.17), para flexão simples, tem-se:

2006 6-17 ufpr/tc405


V
VSd ≤  Rd2
VRd3
VRd2 = 0,27 α v 2 fcd b w d
fck
αv2 = 1 − fck em MPa
250
VRd3 = V c + Vsw
Vc = 0,6 fctd b w d
2
0,213 fck
fctd = fck em MPa
γc
A  Equação 6.18
Vsw =  sw  0,9 d fywd
 s 
 fyk 
 
fywd = min  γ s 
435 MPa
A sw f
ρsw = ≥ 0,2 ct,m
bw s fywk
2
fct,m = 0,3 3 fck fck em MPa
fyk 
fywk = min  
500 MPa

Exemplo 6.4: Verificar, para a seção transversal de viga abaixo indicada, qual a máxima força
cortante solicitante de cálculo (VSd) que a mesma pode suportar.
Considerar:
− aço: CA-50;
− concreto: C25;
− d = h – 4 cm;
− estribos verticais de dois ramos, espaçados de 10 cm, barras de 6,3 mm;
− flexão simples, Modelo I; e
estado limite último, combinações normais (γc = 1,4, γs = 1,15).

40 cm

20 cm

Solução: Na determinação de VSd, usar a Equação 6.18.


a. Dados – uniformização de unidades (kN e cm)
fck = 25 MPa = 2,5 kN / cm2
γ c = 1,4
f ck
α v2 = 1 − f ck em MPa
250
25
α v2 = 1− = 0,9
250

2006 6-18 ufpr/tc405


f ck
fcd =
γc
2,5
fcd = = 1,79 kN / cm 2
1,4
2
f ct,m = 0,3 3 fck f ck em MPa
f ct,m = 0,3 3 25 2 = 2,56 MPa = 0,256 kN / cm 2
2
0,213 f ck
f ctd = f ck em MPa
γc
0,213 25 2
fctd = = 1,28 MPa = 0,128 kN / cm2
1,4
fyk = 500 MPa
γ s = 1,15
fyk 
fywk = min  
500 MPa
500 MPa 2
fywk = min   = 500 MPa = 50 kN / cm
500 MPa
 fyk 

= min  γ s 
fywd 
435 MPa
 500 
 = 435 MPa
fywd = min 1,15 = 435 MPa = 43,5 kN / cm2
 
435 MPa 
π × 0,63 2
A sw = 2 A s = 2 × = 0,623 cm 2
4
s = 10 cm
b w = 20 cm
d = 40 − 4 = 36 cm
f
ρ sw ≥ 0,2 ct,m
fywk
0,256
ρsw ≥ 0,2 × = 0,10%
50
A sw
ρ sw ≥
bw s
0,623
ρ sw ≥ = 0,31% > 0,10% OK
20 × 10
b. VRd2
VRd2 = 0,27 α v 2 fcd b w d
VRd2 = 0,27 × 0,9 × 1,79 × 20 × 36 = 313 kN ◄
c. VRd3
Vc 0 = 0,6 fctd b w d
Vc 0 = 0,6 × 0,128 × 20 × 36 = 55 kN
A 
Vsw =  sw  0,9 d f ywd
 s 

2006 6-19 ufpr/tc405


 0,623 
Vsw =   × 0,9 × 36 × 43,5 = 88 kN
 10 
VRd3 = Vc + Vsw
VRd3 = 55 + 88 = 143 kN ◄
d. VSd
V
VSd ≤  Rd2
VRd3
313 kN
VSd ≤  ⇒ VSd = 143 kN ◄
143 kN

6.7 Flexão simples - Vigas com estribos verticais – Modelo II


A adoção do Modelo II para vigas com estribos verticais pode ser uma solução interessante
quando se quer exigir mais da diagonal comprimida da treliça de Morsh (ver Exemplo 6.1 e
Exemplo 6.2), e menos da armadura. Desta forma, levando em consideração apenas as equações
estabelecidas em 6.3.2.2 (Equação 6.4), 6.3.3 (Equação 6.5), 6.4.3.2.1 (Equação 6.13), 6.4.4
(Equação 6.16) e 6.5 (Equação 6.17), para flexão simples, tem-se:
V
VSd ≤  Rd2
VRd3
VRd2 = 0,54 α v 2 fcd b w d senθ cos θ
fck
αv2 = 1 − fck em MPa
250
30° ≤ θ ≤ 45°
VRd3 = V c + Vsw
Vc = Vc1
VRd2 − VSd
Vc1 = Vc 0 ≤ Vc 0
VRd2 − Vc 0
Vc 0 = 0,6 fctd b w d
2
fctk,inf 0,213 fck
fctd = = fck em MPa
γc γc Equação 6.19
A 
Vsw =  sw  0,9 d fywd cot θ
 s 
 fyk 
 
fywd = min  γ s 
435 MPa
30° ≤ θ ≤ 45°
A sw f
ρsw = ≥ 0,2 ct,m
bw s fywk
2
fct,m = 0,3 3 fck fck em MPa
fyk 
fywk = min  
500 MPa

2006 6-20 ufpr/tc405


Exemplo 6.5: Verificar, para a seção transversal de viga abaixo indicada, qual a máxima força
cortante solicitante de cálculo (VSd) que a mesma pode suportar.
Considerar:
− aço: CA-50;
− concreto: C25;
− d = h – 4 cm;
− estribos verticais de dois ramos, espaçados de 10 cm, constituídos por barras
de 6,3 mm;
− flexão simples, Modelo II, θ = 30°; e
estado limite último, combinações normais (γc = 1,4, γs = 1,15).

40 cm

20 cm

Solução: Na determinação de VSd, usar a Equação 6.19


a. Dados – uniformização de unidades (kN e cm)
fck = 25 MPa = 2,5 kN / cm2
γ c = 1,4
fck
α v2 = 1 − f ck em MPa
250
25
α v2 = 1 − = 0,9
250
f
fcd = ck
γc
2,5
fcd = = 1,79 kN / cm 2
1,4
2
f ct,m = 0,3 3 fck f ck em MPa
f ct,m = 0,3 3 25 2 = 2,56 MPa = 0,256 kN / cm 2
2
0,213 f ck
f ctd = f ck em MPa
γc
0,213 25 2
fctd = = 1,28 MPa = 0,128 kN / cm2
1,4
fyk = 500 MPa
γ s = 1,15
fyk 
fywk = min  
500 MPa
500 MPa 2
fywk = min   = 500 MPa = 50 kN / cm
500 MPa
 fyk 
 
fywd = min  γ s 
435 MPa

2006 6-21 ufpr/tc405


 500 
 = 435 MPa
fywd = min 1,15 = 435 MPa = 43,5 kN / cm2
 
435 MPa 
π × 0,63 2
A sw = 2 A s = 2 × = 0,623 cm 2
4
s = 10 cm
b w = 20 cm
d = 40 − 4 = 36 cm
f
ρ sw ≥ 0,2 ct,m
fywk
0,256
ρsw ≥ 0,2 × = 0,10%
50
A sw
ρ sw ≥
bw s
0,623
ρ sw ≥ = 0,31% > 0,10% OK
20 × 10
θ = 30°
b. VRd2
VRd2 = 0,54 α v 2 fcd b w d senθ cos θ
VRd2 = 0,54 × 0,9 × 1,79 × 20 × 36 × sen 30° × cos 30° = 271kN ◄
c. VRd3
Vc 0 = 0,6 fctd b w d
Vc 0 = 0,6 × 0,128 × 20 × 36 = 55 kN
A 
Vsw =  sw  0,9 d fywd cot θ
 s 
 0,623 
Vsw =   × 0,9 × 36 × 43,5 × cot 30° = 152 kN
 10 
VRd2 − VSd
Vc1 = Vc 0 ≤ Vc 0
VRd2 − Vc 0
271 − VSd
Vc1 = 55 × ≤ 55 kN
271 − 55
271 − VSd
Vc1 = ≤ 55 kN (Vc1 função de VSd ⇒ necessário processo interativo)
3,927
c.1 VSd =VRd3 = 200 kN (1ª tentativa, valor arbitrado)
271 − 200
Vc1 = = 18 kN < 55 kN OK
3,927
Vc = Vc1 = 18 kN
VRd3 = Vc + Vsw
VRd3 = 18 + 152 = 170 kN < 200 kN
c.2 VSd = VRd3 = 170 kN (2ª tentativa)
271 − 170
Vc1 = = 26 kN < 55 kN OK
3,927
Vc = Vc1 = 26 kN
VRd3 = Vc + Vsw
VRd3 = 26 + 152 = 178 kN > 170 kN

2006 6-22 ufpr/tc405


c.3 VSd = VRd3 = 178 kN (3ª tentativa)
271 − 178
Vc1 = = 24 kN < 55 kN OK
3,927
Vc = Vc1 = 24 kN
VRd3 = Vc + Vsw
VRd3 = 24 + 152 = 176 kN < 178 kN
c.4 VSd = VRd3 = 176 kN (4ª tentativa)
271 − 176
Vc1 = = 24 kN < 55 kN OK
3,927
Vc = Vc1 = 24 kN
VRd3 = Vc + Vsw
VRd3 = 24 + 152 = 176 kN OK
VSd ≤ VRd3 = 176 kN ◄
d. VSd
V
VSd ≤  Rd2
VRd3
271kN
VSd ≤  ⇒ VSd = 176 kN ◄
176 kN
e. Comparações de Modelos (valores do Modelo I retirados do Exemplo 6.4)
Modelo I II
α 90° 90°
θ 45° 30°
Vc 55 kN 24 kN
Vsw 88 kN 152 kN
VRd2 313 kN 271 kN
VRd3 143 kN 176 kN

Como pode ser observado pela tabela, o Modelo I apresenta melhores condições para
o concreto (VRd2), ao passo que o Modelo II é melhor para armadura (VRd3). Em outras
palavras isto quer dizer que o Modelo II necessita menos armadura que o Modelo I.

6.8 Condições para uso de estribos em vigas


Segundo o item 18.3.3.2 da ABNT NBR 6118, os estribos destinados a vigas de concreto
armado devem satisfazer às seguintes exigências (Figura 6.15):
bw
5 mm ≤ φt ≤
10
VSd 0,6 d 
≤ 0,67 ⇒ s ≤ min   Equação 6.20
VRd2 30 cm
VSd 0,3 d 
> 0,67 ⇒ s ≤ min  
VRd2 20 cm
onde:
φt diâmetro da barra que constitui o estribo;
s espaçamento dos estribos, medido segundo o eixo longitudinal da viga;
bw largura da alma da viga;
d altura útil da viga;
VSd força cortante solicitante de cálculo na seção; e

2006 6-23 ufpr/tc405


VRd2 força cortante resistente de cálculo, relativa à ruína das diagonais comprimidas de
concreto.

φt
bw d

Figura 6.15 – Estribos de viga de concreto armado


Embora a ABNT NBR 6118 não faça referência ao espaçamento mínimo entre estribos, é
recomendável que este valor não seja inferior a 10 cm. Em casos extremos este valor pode ser
reduzido para até 7 cm, porém torna-se necessário que sejam verificadas as condições totais de
concretagem que envolvem todas as armaduras (longitudinais e transversais). Desta forma a
Equação 6.20 resulta:
bw
5 mm ≤ φ t ≤
10
VSd 0,6 d 
≤ 0,67 ⇒ 10 cm ≤ s ≤ min   Equação 6.21
VRd2 30 cm
VSd 0,3 d 
> 0,67 ⇒ 10 cm ≤ s ≤ min  
VRd2 20 cm
No caso de vigas de pouca altura útil (d ≤ 35 cm), o produto 0,3 d poderá resultar inferior a
10 cm. Neste caso o espaçamento mínimo de 10 cm deverá ser ignorado, mantendo-se o
espaçamento igual ou inferior a 0,3 d.
Exemplo 6.6: Determinar o espaçamento dos estribos para o trecho II da viga abaixo indicada.
Considerar:
− aço: CA-60;
− concreto: C20;
− d = h – 5 cm;
− estribos verticais de dois ramos, constituídos por barras de 6,3 mm;
− flexão simples, Modelo I; e
estado limite último, combinações normais (γc = 1,4, γs = 1,15).

50 cm

I II
20 cm
diagrama VSd

210 kN 140 kN

Solução: A solução do problema consiste na aplicação da Equação 6.18 e Equação 6.21.


Observar que a verificação de VRd2 deve ser feita para a maior força cortante
2006 6-24 ufpr/tc405
solicitante de cálculo VSd atuante na viga (210 kN). O cálculo da armadura deve ser
feito para VSd igual a 140 kN que corresponde a maior força cortante de cálculo
atuante no trecho II.
a. Dados – uniformização de unidades (kN e cm)
fck = 20 MPa = 2,0 kN / cm 2
γ c = 1,4
fck
α v2 = 1 − f ck em MPa
250
20
α v2 = 1 − = 0,92
250
f
fcd = ck
γc
2,0
fcd = = 1,43 kN / cm 2
1,4
2
f ct,m = 0,3 3 fck f ck em MPa
f ct,m = 0,3 3 20 2 = 2,21MPa = 0,221kN / cm 2
2
0,213 f ck
f ctd = f ck em MPa
γc
0,213 20 2
fctd = = 1,11MPa = 0,111kN / cm2
1,4
fyk = 600 MPa
γ s = 1,15
fyk 
fywk = min  
500 MPa
600 MPa 2
fywk = min   = 500 MPa = 50 kN / cm
500 MPa 
 fyk 
 
fywd = min  γ s 
435 MPa
 600 
 = 522 MPa
fywd = min 1,15 = 435 MPa = 43,5 kN / cm2
 
435 MPa 
bw
5 mm ≤ φt ≤
10
200
5 mm ≤ φ t ≤
10
5 mm ≤ φt ≤ 20 mm
φt = 6,3 mm OK
π × 0,63 2
A sw = 2 A s = 2 × = 0,623 cm 2
4
b w = 20 cm
d = 50 − 5 = 45 cm
f
ρsw ≥ 0,2 ct,m
fywk

2006 6-25 ufpr/tc405


0,221
ρsw ≥ 0,2 × = 0,09%
50
VRd2 = 0,27 α v 2 fcd b w d
VRd2 = 0,27 × 0,92 × 1,43 × 20 × 45 = 320 kN
Vc = 0,6 fctd b w d
Vc = 0,6 × 0,111× 20 × 45 = 60 kN
b. Verificação de VRd2
VSd ≤ VRd2
VSd = 210 kN (máxima força cortante de cálculo atuante na viga – face do pilar)
VRd2 = 320 kN
VSd < VRd2 OK
{ {
210 kN 320 kN

c. Verificação de VRd3
VSd ≤ VRd3
VSd = 140 kN (máxima força cortante de cálculo no trecho II)
Vc = 60 kN
A 
Vsw =  sw  0,9 d f ywd
 s 
 0,623  1097,57
Vsw =   × 0,9 × 45 × 43,5 =
 s  s
VRd3 = Vc + Vsw
1097,57
VRd3 = 60 +
s
1097,57
140 ≤ 60 +
s
s ≤ 13,72 cm ⇒ s = 13 cm ◄
d. Verificação de s
VSd 0,6 d 
≤ 0,67 ⇒ 10 cm ≤ s ≤ min  
VRd2 30 cm
VSd 0,3 d 
> 0,67 ⇒ 10 cm ≤ s ≤ min  
VRd2 20 cm
VSd = 140 kN
VRd2 = 320 kN
s = 13 cm
VSd 140
= = 0,44
VRd2 320
VSd 0,6 × 45 = 27 cm
≤ 0,67 ⇒ 10 cm ≤ s ≤ min   = 27 cm
VRd2 30 cm 
10 cm < 13 cm < 27 cm OK
e. Verificação de ρsw
ρsw ≥ 0,09%
A sw
ρ sw ≥
bw s
0,623
ρsw ≥ = 0,24% > 0,09% OK
20 × 13

2006 6-26 ufpr/tc405


6.9 Cargas próximas aos apoios
A existência de cargas próximas aos apoios pode influenciar na determinação da armadura
de cisalhamento em vigas de concreto armado. Da Figura 6.16 pode ser observado que:
− as cargas uniformemente distribuídas, à esquerda do plano α, não interferem no nó B
(onde existe Vsw), são direcionadas diretamente ao apoio (nó) A e, no equilíbrio vertical
de forças, influenciam na determinação da força VRd2 (reação de apoio), relativa à
ruína das diagonais comprimidas de concreto; e
− as cargas uniformemente distribuídas, compreendidas entre os planos α e β,
interferem no nó B e, no equilíbrio vertical de forças, influenciam na determinação da
força Vsw, resistida pela armadura transversal Asw.

α β

M
B
Rsw
A V

α β
VRd2

Figura 6.16 – Cargas próximas aos apoios


Da Figura 6.16 pose-se concluir que:
− as cargas uniformemente distribuídas, à esquerda do plano α, não interferem na
determinação de Asw; e
− as cargas uniformemente distribuídas, à direita do plano α, interferem na verificação
de VRd2.
ABNT NBR 6118, item 17.4.1.2.1:
“Para o cálculo da armadura transversal, no caso de apoio direto (se a carga e a
reação forem aplicadas em faces opostas do elemento estrutural, comprimindo-a),
valem as seguintes prescrições:
a. a força cortante oriunda de carga distribuída pode ser considerada, no
trecho entre o apoio e a seção situada à distância d/2 da face do apoio,
constante e igual à desta seção;
b. a força cortante devida a uma carga concentrada aplicada a uma distância
a ≤ 2d do eixo teórico do apoio pode, neste trecho de comprimento a, ser
reduzida multiplicando-a por a/(2d).
As reduções indicadas nesta seção não se aplicam à verificação da resistência à
compressão diagonal do concreto.
No caso de apoios indiretos , essas reduções também não são permitidas.“
A Figura 6.17 mostra os diagramas de força cortante para o cálculo da armadura transversal
de vigas de concreto armado, segundo o item 17.4.1.2.1 da ABNT NBR 6118.

2006 6-27 ufpr/tc405


a ≤ 2d

d d

d/2
VSd  a 
VSd  
 2d

diagrama VSd para diagrama VSd para


cálculo da armadura cálculo da armadura
de cisalhamento de cisalhamento

Figura 6.17 – Diagramas VSd para cálculo da armadura de cisalhamento


Exemplo 6.7: Determinar a armadura de cisalhamento os trechos I, II e III da viga abaixo
indicada.
Considerar:
− aço: CA-60;
− concreto: C20;
− estribos verticais de dois ramos;
− flexão simples, Modelo I; e
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4,
γc = 1,4 e γs = 1,15).
Gk = 144 kN

gk = 72 kN/m

2m 2m 1m
I II III

60 cm 65 cm

15 cm

30 cm

2006 6-28 ufpr/tc405


Solução: A solução do problema consiste na aplicação da Equação 6.18 e Equação 6.20,
bem como das reduções de carga apresentadas na Figura 6.17.
a. Diagramas de força cortante

VSd,eixo,A = +161,28 kN

VSd,face,A = +146,16 kN

VSd,d/2,A = +115,92 kN
+
VSd,eixo,B = VSd,face,B = -40,32 kN
B
A -

2m 3m

4m 1m

+ B
A
VSd,eixo,A = VSd,face,A = 40,32 kN

VSd,a/2d,B = -134,40 kN -

VSd,eixo,B = VSc,face,B = -161,28 kN

carga uniformemente distribuída:


  4 
VSd,eixo, A = 1,4 × 72 × 2 ×   = 161,28 kN
  5 
 
 
  0,30 
VSd,face, A = 161,28 − 1,4 × 72 ×   = 146,16 kN
 12 2 
3
 l pil 
 2 
  
  
  0,30   0,60  
VSd,d/2, A = 161,28 − 1,4 × 72 ×  +   = 115,92 kN
 2 2
  
123 123  
  l pil d 
  2 2  
  1 
VSd,eixo,B = VSd,face,B = −1,4 × 72 × 2 ×   = −40,32 kN
  5 
carga concentrada:
  1 
VSd,eixo,A = VSd,face,A = 1,4 × 144 ×   = 40,32 kN
  5 
  4 
VSd,eixo,B = VSd,face,B = −1,4 × 144 ×   = −161,28 kN
  5 

2006 6-29 ufpr/tc405


 100 
VSd,a / 2d,B = −161,28 ×   = −134,40 kN
2 × 60 
14 24 3
a
2d

b. Dados – uniformização de unidades (kN e cm)


fck = 20 MPa = 2,0 kN / cm 2
γ c = 1,4
f ck
α v2 = 1 − f ck em MPa
250
20
α v2 = 1 − = 0,92
250
f
f cd = ck
γc
2,0
fcd = = 1,43 kN / cm 2
1,4
2
f ct,m = 0,3 3 fck f ck em MPa
f ct,m = 0,3 3 20 2 = 2,21MPa = 0,221kN / cm 2
2
0,213 f ck
f ctd = f ck em MPa
γc
0,213 20 2
fctd = = 1,11MPa = 0,111kN / cm2
1,4
fyk = 600 MPa
γ s = 1,15
fyk 
fywk = min  
500 MPa
600 MPa 2
fywk = min   = 500 MPa = 50 kN / cm
500 MPa 
 fyk 

= min  γ s 
fywd 
435 MPa
 600 
 = 522 MPa
fywd = min 1,15 = 435 MPa = 43,5 kN / cm2
 
435 MPa 
b
5 mm ≤ φ t ≤ w
10
150
5 mm ≤ φ t ≤
10
5 mm ≤ φ t ≤ 15 mm
b w = 15 cm
d = 60 cm
f
ρ sw ≥ 0,2 ct,m
fywk
0,221
ρsw ≥ 0,2 × = 0,09%
50

2006 6-30 ufpr/tc405


A sw
ρsw = ≥ 0,09%
bw s
A sw 0,09 cm2 cm2
≥ × 15
{ = 0,0135 = 1,35
s 100 b w cm m
VRd2 = 0,27 α v 2 fcd b w d
VRd2 = 0,27 × 0,92 × 1,43 × 15 × 60 = 320 kN
Vc = 0,6 fctd b w d
Vc = 0,6 × 0,111× 15 × 60 = 60 kN
c. Verificação de VRd2
VSd ≤ VRd2
VSd,face,A = VSd,face,A,dist + VSd,face,A,conc
VSd,face, A = 146,16 + 40,32 = 186,48 kN
VSd,face,B = VSd,face,B,dist + VSd,face,B,conc
VSd,face,B = −40,32 − 161,28 = −201,60 kN
VSd,face,max = 201,60 kN (valor absoluto)
VRd2 = 320 kN
V ,face,max < VRd2 OK
1Sd
4243 {
201,60 kN 320 kN

d. Trecho I
VSd ≤ VRd3 +115,92 kN
VSd = VSd,max = 115,92 + 40,32 = 156,24 kN
Vc = 60 kN
A  + -40,32 kN
Vsw =  sw  0,9 d f ywd
 s 
A  A A
Vsw =  sw  × 0,9 × 60 × 43,5 = 2349 sw I
 s  s
VRd3 = Vc + Vsw 2m
A +40,32 kN
VRd3 = 60 + 2349 sw
s
A +
156,24 ≤ 60 + 2349 sw
s
2 A
A sw cm cm 2 cm 2
≥ 0,0410 = 4,10 > 1,35 OK
s cm m m
VSd  0,6 d  φt Asw s Asw/s
≤ 0,67 ⇒ 10 cm ≤ s ≤ min  
VRd2 30 cm (mm) (cm2) (cm) (cm2/m)
VSd 0,3 d  5 0,393 9 4,37
> 0,67 ⇒ 10 cm ≤ s ≤ min   ►6,3 0,623 ►15 4,15
VRd2 20 cm
8 1,005 24 4,19
VRd2 = 320 kN
VSd 156,24 0,6 × 60 = 36 cm s cm → 0,623 cm2
= = 0,49 ⇒ 10 cm ≤ s ≤ min  
VRd2 320 30 cm  100 cm → 4,10 cm2
10 cm ≤ s ≤ 30 cm
Será adotado para o trecho I, estribos de 6,3 mm, dois ramos, espaçados de 15 cm
(4,15 cm2/m). A adoção de barras de 5 mm implicaria em espaçamento inferior a 10 cm, o
que, deve ser evitado. A adoção de barras de 8 mm implicaria em um excesso de armadura
para o trecho II.

2006 6-31 ufpr/tc405


e. Trecho II -40,32 kN
VSd ≤ VRd3 A
VSd = VSd,max = −40,32 + 40,32 = 0 kN
-
Vc = 60 kN
VSd < Vc ⇒ armadura mínima 2m
{ {
0 kN 60 kN
II
A sw cm2 +40,32 kN
≥ 1,35
s m +

A
VSd 0,6 d  φt Asw s Asw/s
≤ 0,67 ⇒ 10 cm ≤ s ≤ min  
VRd2 30 cm (mm) (cm2) (cm) (cm2/m)
VSd 0,3 d  5 0,393 29 1,36
> 0,67 ⇒ 10 cm ≤ s ≤ min   ►6,3 0,623 ►30 2,08
VRd2 20 cm
8 1,005 30 3,35
VRd2 = 320 kN
VSd 0 0,6 × 60 = 36 cm s cm → 0,623 cm 2
= = 0,00 ⇒ 10 cm ≤ s ≤ min  
VRd2 320 30 cm  100 cm → 1,35 cm 2
10 cm ≤ s ≤ 30 cm
Será adotado para o trecho II, estribos de 6,3 mm, dois ramos, espaçados de 30 cm
(2,08 cm2/m) que é o máximo permitido por Norma. A adoção de barras de 6,3 mm é devida
a manutenção de um mesmo tipo de estribo em todo o vão da viga.
f. Trecho III
VSd ≤ VRd3 B -40,32 kN
VSd = VSd,max = − 40,32 − 134,40 = 174,72 kN -
Vc = 60 kN
1m
A 
Vsw =  sw  0,9 d f ywd III
 s  B
A  A -134,40 kN
Vsw =  sw  × 0,9 × 60 × 43,5 = 2349 sw
 s  s
VRd3 = Vc + Vsw -
A
VRd3 = 60 + 2349 sw
s
A
174,72 ≤ 60 + 2349 sw
s
2
A sw cm cm 2 cm 2
≥ 0,0488 = 4,88 > 1,35 OK
s cm m m
VSd 0 ,6 d  φt Asw s Asw/s
≤ 0,67 ⇒ 10 cm ≤ s ≤ min  
VRd2 30 cm (mm) (cm2) (cm) (cm2/m)
VSd 0,3 d  5 0,393 8 4,91
> 0,67 ⇒ 10 cm ≤ s ≤ min   ►6,3 0,623 ►12 5,19
VRd2 20 cm
8 1,005 20 5,03
VRd2 = 320 kN
VSd 174,72 0,6 × 60 = 36 cm s cm → 0,623 cm 2
= = 0,55 ⇒ 10 cm ≤ s ≤ min  
VRd2 320 30 cm  100 cm → 4,88 cm 2
10 cm ≤ s ≤ 30 cm
Será adotado para o trecho III, estribos de 6,3 mm, dois ramos, espaçados de 12 cm
(5,19 cm2/m). A adoção de barras de 6,3 mm é devida à manutenção de um mesmo tipo de
estribo em todo o vão da viga.

2006 6-32 ufpr/tc405


g. Posicionamento dos estribos

13 φ 6,3 mm 6 φ 6,3 mm
1 φ @ 15 cm 1 φ @ 30 cm

7 cm 23 cm 20 cm 8 φ 6,3 mm 6 cm
1 φ @ 12 cm

6.10 Decalagem do diagrama de força no banzo tracionado


Seja a viga da Figura 6.18 submetida a um carregamento qualquer onde, internamente, está
representada a treliça de Morsh.

∆x

Figura 6.18 – Viga com representação da treliça


de Morsh
Seja agora um trecho isolado da viga onde somente forças horizontais, definidas por
momentos fletores, são consideradas (Figura 6.19). Conforme mostrado na Figura 6.18, os
banzos superiores e inferiores da treliça são admitidos paralelos. Desta forma, pode-se, também,
admitir-se, na Figura 6.19, a igualdade dos
braços de alavanca z, distância entre as forças
Rcd e Rsd. Existindo no trecho ∆x da Figura 6.19
Rcd1 Rcd2
variação dos momentos fletores (MRd2 > MRd1),
MRd1 MRd2 sendo z constante e MRd dado pelo produto Rsd z,
z z conclui-se que a força atuante na armadura
tracionada Rsd não é constante neste trecho
A B (Rsd2 > Rsd1 da mesma forma que MRd2 > MRd1).
Rsd1 Rsd2
∆x

MRd1 MRd2
R sd1 = R sd2 = > R sd1
z z

Figura 6.19 – Forças horizontais em um


trecho de viga
Seja agora o mesmo trecho ∆x isolado da treliça da Figura 6.18, onde está mostrado as
forças internas de tração Rsd atuantes no banzo inferior da treliça de Morsh. Por se tratar de um
trecho de treliça, obrigatoriamente deve-se ter na Figura 6.20 forças Rsd iguais entre dois nós
consecutivos (nós A e B que definem o trecho ∆x). Isto vale dizer que a força atuante na armadura
tracionada (armadura horizontal inferior) é constante no trecho ∆x.

2006 6-33 ufpr/tc405


A B
Rsd1 Rsd2
∆x

Rsd1 Rsd2

Figura 6.20 – Forças horizontais no


banzo inferior da treliça
Do exposto, fica caracterizado uma discrepância quanto ao comportamento da força Rsd,
pois para o mesmo trecho ∆x ora ela é variável (Figura 6.19) ora ela é constante (Figura 6.20). Isto
se explica pela completa independência existente na determinação da armadura horizontal
(armadura de momento fletor) com a determinação da armadura vertical (armadura de força
cortante). Determina-se a armadura horizontal sem se levar em conta a força cortante, ao mesmo
tempo em que se determina a armadura vertical sem se levar em conta o momento fletor. Um
critério de cálculo (momento fletor) considera a viga como um todo, o outro (força cortante) admite
o comportamento de uma treliça interna.
Para levar em conta a discrepância existente no comportamento da armadura horizontal
tracionada, e agora já podemos considerá-la tanto na face inferior da viga (momento positivo) com
na face superior (momento negativo), deve o dimensionamento desta armadura ser feito para o
maior valor absoluto da força Rsd atuante
no trecho ∆x (ponto B da Figura 6.19 e da
Figura 6.20). Isto vale dizer que o
diagrama de forças Rsd deve ser
deslocado na direção da menor destas
A B forças (na direção de Rsd1 da Figura 6.19,
∆x ou de B para A) de tal modo que no trecho
Rsd ≠ 0 no apoio ∆x a força horizontal tracionada fique
constante com seu maior valor absoluto. A
Figura 6.21 mostra um exemplo de
diagrama de forças Rsd deslocado.

diagrama Rsd diagrama


deslocado Rsd = MRd/z

Figura 6.21 – Diagrama Rsd deslocado


ABNT NBR 6118, item 17.4.2.2-c – Modelo de cálculo I:
“Quando a armadura longitudinal de tração for determinada através do equilíbrio de
esforços na seção normal ao eixo do elemento estrutural, os efeitos provocados pela
fissuração obliqua podem ser substituídos no cálculo pela decalagem do diagrama de
força no banzo tracionado, dada pela expressão:
 VSd,max 
al = d  (1 + cot g α ) − cot gα 
 2 (VSd,max − Vc ) 
onde:
al ≥ 0,5 d, no caso geral;
al ≥ 0,2 d, para estribos inclinados a 45°.
2006 6-34 ufpr/tc405
Essa decalagem pode ser substituída, aproximadamente, pela correspondente
decalagem de momentos fletores.
A decalagem do digrama de força no banzo tracionado pode ser também obtida
simplesmente aumentando a força de tração, em cada seção, pela expressão:
M 1
R Sd,cor = Sd + VSd (cot g θ − cot g α ) ”
z 2
ABNT NBR 6118, item 17.4.2.3-c – Modelo de cálculo II:
“Se forem mantidas as condições estabelecidas 17.4.2.2-c, o deslocamento do
diagrama de momentos fletores, aplicando o processo descrito nessa seção, deve ser:
a l = 0,5 d (cot g θ − cot g α )
onde:
al ≥ 0,5 d, no caso geral;
al ≥ 0,2 d, para estribos inclinados a 45°.
Permanece válida para o modelo II a alternativa dada em 17.4.2.2-c.”
As seguintes observações devem ser feitas a respeito dos itens 17.4.2.2-c e 17.4.2.3-c da
ABNT NBR 6118:
a. Contrariando toda a bibliografia nacional e internacional, a ABNT NBR 6118 não
estabelece um limite superior para valores de al. Esta limitação deveria ser:
al ≤ d
b. Para valores negativos de al, este deveria ser considerado como:
al = d
Desta forma, os valores de al deveriam ser calculados como se segue:
− Modelo I
 VSd,max 
al = d  (1 + cot g α ) − cot gα 
 2 (VSd,max − Vc ) 
0,5 d ≤ al ≤ d ⇒ caso geral Equação 6.22
0,2 d ≤ al ≤ d ⇒ estribos inclinados a 45°
para VSd,max<Vc ⇒ al = d
− Modelo I, estribos verticais (α = 90°)
d  VSd,max 

al =
2  (VSd,max − Vc ) 

Equação 6.23
0,5 d ≤ a l ≤ d
para VSd,max<Vc ⇒ al = d
− Modelo II
al = 0,5 d (cot g θ − cot g α )
0,5 d ≤ al ≤ d ⇒ caso geral Equação 6.24
0,2 d ≤ al ≤ d ⇒ estribos inclinados a 45°
A Figura 6.22 mostra como ficaria um diagrama de momentos fletores solicitantes de cálculo
para efeito de dimensionamento e detalhamento da armadura horizontal de tração. É interessante
notar que no apoio rotulado B há um aparente aparecimento de momento fletor. Na realidade,
neste apoio B, está representada a força horizontal de tração que aparece no equilíbrio do nó A da
Figura 6.16.

2006 6-35 ufpr/tc405


al
al
diagrama MSd
B
A

al
al
diagrama MSd
deslocado

Figura 6.22 – Diagrama MSd deslocado


Exemplo 6.8: Efetuar o deslocamento do diagrama de momentos fletores solicitantes de cálculo
para a viga abaixo representada.
Considerar:
− concreto: C20;
− estribos verticais de dois ramos;
− preso próprio desprezível;
− flexão simples, Modelo I; e
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4,
γc = 1,4 e γs = 1,15).
Gk = 200 kN

4m 1m

50 cm 55 cm

18 cm

30 cm
Solução: A solução do problema consiste na aplicação da Equação 6.3 para a verificação de
VRd2 e na Equação 6.23 para a determinação de al.

2006 6-36 ufpr/tc405


a. Diagramas MSd e VSd
Gk = 200 kN

4m 1m
I II

1,4 × 200 × 4 × 1
= 224 kNm
5

1,4 × 200 × 1
= 56 kN
5

1,4 × 200 × 5
= 224 kN
5

b. Dados – uniformização de unidades (kN e cm)


fck = 20 MPa = 2,0 kN / cm 2
γ c = 1,4
fck
α v2 = 1 − f ck em MPa
250
20
α v2 = 1 − = 0,92
250
f
fcd = ck
γc
2,0
fcd = = 1,43 kN / cm 2
1,4
2
0,213 f ck
f ctd = f ck em MPa
γc
0,213 20 2
fctd = = 1,11MPa = 0,111kN / cm2
1,4
b w = 18 cm
d = 50 cm
VRd2 = 0,27 α v 2 fcd b w d
VRd2 = 0,27 × 0,92 × 1,43 × 18 × 50 = 320 kN
Vc = 0,6 fctd b w d
Vc = 0,6 × 0,111× 18 × 50 = 60 kN
c. Verificação de VRd2
VSd ≤ VRd2
2006 6-37 ufpr/tc405
VSd,face,max = 224 kN (valor absoluto)
VRd2 = 320 kN
V ,face,max < VRd2 OK
1Sd
4243 {
224 kN 320 kN

d. Valor de al para o trecho I


d VSd,max ≥ 0,5 d
al =  
2  (VSd,max − Vc ) ≤ d
VSd,max = 56 kN (valor absoluto)
Vc = 60 kN
V ,max < Vc ⇒ a l = d
1Sd23 {
56 kN 60 kN

al = 50 cm ◄
e. Valor de al para o trecho II
VSd,max = 224 kN (valor absoluto)
Vc = 60 kN
50  224 
al =   = 34 cm
2  (224 − 60 ) 
≥ 0,5 d = 0,5 × 50 = 25 cm
al 
≤ d = 50 cm
al = 34 cm ◄
f. Diagrama deslocado
Gk = 200 kN

4m 1m
I II

50 cm 34 cm

6.11 Simbologia Específica


6.11.1 Símbolos base
a distância de carga concentrada ao eixo do pilar mais próximo
al distância correspondente a decalagem do diagrama de força no banzo tracionado
bw largura da alma da viga
largura média da alma, medida ao longo da altura útil da seção
d altura útil da viga

2006 6-38 ufpr/tc405


fcd resistência de cálculo à compressão do concreto
fck resistência característica à compressão do concreto
fctd resistência de cálculo à tração do concreto
fctk,inf resistência característica inferior à tração do concreto
fct,m resistência média à tração do concreto
fyd resistência de cálculo ao escoamento do aço
fyk resistência característica ao escoamento do aço
fywd resistência de cálculo ao escoamento do aço da armadura transversal
fywk resistência característica ao escoamento do aço da armadura transversal
gk valor característico da ação permanente
h altura da viga
n número da barras
qk valor característico da ação variável
s espaçamento dos estribos, medido segundo o eixo longitudinal da viga
espaçamento da armadura transversal, medido paralelamente ao eixo horizontal da
viga
z braço de alavanca
As área da seção transversal da armadura
Asw área da seção transversal dos estribos
área da seção transversal de uma barra que constitui a armadura transversal da
viga
Gk valor característico da ação permanente
M momento fletor
MRd momento fletor resistente de cálculo
MSd,max máximo momento fletor de cálculo
M0 momento fletor que anula a tensão normal de compressão na borda da seção
(tracionada por MSd,Max)
Qk valor característico da ação variável
Rcd força resistente de cálculo atuante na região de concreto comprimido
Rcw força atuante na diagonal de compressão da treliça de Morsh, resultante das
tensões σcw
Rsd força resistente de cálculo atuante na armadura tracionada
Rsw força atuante na armadura transversal (diagonal tracionadas da treliça de Morsh),
resultante das tensões σsw
V força cortante
Vc força cortante absorvida por mecanismos complementares ao da treliça de Morsh
Vc0 valor de Vc na flexão simples ou flexo-tração com a linha neutra cortando a seção –
Modelo I
Vc1 valor de Vc na flexão simples ou flexo-tração com a linha neutra cortando a seção –
Modelo II
VRd2 força cortante resistente de cálculo, relativa à ruína das diagonais comprimidas de
concreto
VRd3 cortante resistente de cálculo, relativa à ruína por tração diagonal
VSd força cortante solicitante de cálculo
VSd,eixo força cortante solicitante de cálculo correspondente ao eixo do pilar
VSd,face força cortante solicitante de cálculo atuante na face interna do pilar
VSd,max máxima força cortante solicitante de cálculo
Vsw componente vertical da força Rsw

2006 6-39 ufpr/tc405


α inclinação dos estribos em relação ao eixo longitudinal da viga
inclinação da armadura transversal em relação ao eixo horizontal da viga
αv2 coeficiente para cálculo de VRd2
φ diâmetro da barra
φt diâmetro da barra que constitui o estribo
θ inclinação da fissura em relação ao eixo horizontal da viga
γc coeficiente de ponderação da resistência do concreto
γg coeficiente de ponderação para ações permanentes diretas
γq coeficiente de ponderação para ações variáveis diretas
γs coeficiente de ponderação da resistência do aço
ρsw taxa geométrica de armadura transversal
σcw tensão normal atuante na diagonal de compressão da treliça de Morsh
σsw tensão normal atuante na armadura transversal
σx tensão normal
σI tensão principal de tração
σII tensão principal de compressão
τxy tensão tangencial
ψ ângulo auxiliar
Κ constante
6.11.2 Símbolos subscritos
cor corrigido
eixo eixo
face face
inf inferior
max máximo
min mínimo

6.12 Exercícios
Ex. 6.1: Determinar, para a viga abaixo representada, o diâmetro e os espaçamentos
necessários para os estribos dos trechos I, II e III.
Dados:
− concreto: C20; e
− aço: CA-50.
Considerar:
− somente solicitações tangenciais (força cortante);
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− modelo I, estribos verticais de dois ramos;
− d = h – 5 cm;
− viga simplesmente apoiada nos pilares;
− vão de cálculo da viga igual à distância entre os eixos dos pilares;
− pilares suportes da viga com 20 cm de largura;
− cargas aplicadas na face superior da viga (face oposta a da reação de apoio); e
− todas as recomendações da ABNT NBR-6118, inclusive aquelas referentes à redução
no cálculo da armadura de cisalhamento.

2006 6-40 ufpr/tc405


Qk = 80 kN

gk = 60 kN/m

2m 2m 1m
I II III

60 cm

20 cm
20 cm 20 cm

Ex. 6.2: Determinar, para a viga abaixo representada, os valores das distâncias a, b e c.
Sabe-se que a armadura transversal do trecho b é composta por estribos verticais de dois ramos,
diâmetro 6,3 mm, espaçados de 25 cm.
Dados:
− concreto: C25; e
− aço: CA-60.
Considerar:
− somente solicitações tangenciais (força cortante);
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− modelo I;
− d = h – 5 cm;
− viga simplesmente apoiada nos pilares;
− vão de cálculo da viga igual à distância entre os eixos dos pilares;
− pilares suportes da viga com 20 cm de largura;
− cargas aplicadas na face superior da viga (face oposta a da reação de apoio); e
− todas as recomendações da ABNT NBR-6118, inclusive aquelas referentes à redução
no cálculo da armadura de cisalhamento.

Gk = 45 kN

gk = 50 kN/m

2m 6m

a b c

60 cm

18 cm
20 cm

2006 6-41 ufpr/tc405


Ex. 6.3: Determinar, para a viga abaixo esquematizada:
a. a máxima carga Qk possível de atuar na viga; e
b. a armadura necessária (cm2/m) para os trechos I e II, função da carga Qk definida no
item anterior.
Dados:
− concreto: C20; e
− aço: CA-50.
Considerar:
− somente solicitações tangenciais (força cortante);
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− modelo II, θ = 37°, estribos verticais;
− d = h – 5 cm;
− viga simplesmente apoiada nos pilares;
− vão de cálculo da viga igual à distância entre os eixos dos pilares;
− pilares suportes da viga com 20 cm de largura;
− cargas aplicadas na face superior da viga (face oposta a da reação de apoio); e
− todas as recomendações da ABNT NBR-6118, inclusive aquelas referentes à redução
no cálculo da armadura de cisalhamento.

Qk

gk = 50 kN/m

1m 5m

I II

60 cm

20 cm
20 cm
Ex. 6.4: A estrutura indicada na figura é suportada por uma viga inferior de seção retangular.
Para atender às exigências arquitetônicas, a viga deve possuir a menor altura possível.
Considerando apenas o cisalhamento, determine o valor de hmin (múltiplo de 5 cm) bem como as
armaduras transversais (cm2/m) necessárias nos trechos I e II.
Dados:
− concreto: C25; e
− aço: CA-60.
Considerar:
− somente solicitações tangenciais (força cortante);
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− modelo I, estribos verticais de dois ramos;
− h = d + 5 cm;
− bw = 25 cm;
− carga permanente uniformemente distribuída em toda viga (6 m): gk = 50 kN/m;
− carga acidental uniformemente distribuída em toda viga (6 m): qk = 30 kN/m;
2006 6-42 ufpr/tc405
− viga simplesmente apoiada nos pilares;
− vão de cálculo da viga igual à distância entre os eixos dos pilares (6 m);
− pilares suportes da viga com 20 cm de largura (distância de 10 cm do eixo até a face
do apoio);
− cargas aplicadas na face superior da viga (face oposta a da reação de apoio); e
− todas as recomendações da ABNT NBR-6118, inclusive aquelas referentes à redução
no cálculo da armadura de cisalhamento.
Obs:
− peso próprio da viga incluído na carga gk.

1,9 m 2,0 m 1,9 m


I II I

pilar pilar
viga
20 cm 20 cm

Ex. 6.5: Determinar, para a viga abaixo representada, os valores de a, b e c de tal forma
que no trecho b a armadura para resistir os esforços devidos à força cortante seja a mínima
estabelecida pela NBR 6118.
Dados:
− concreto: C25; e
− aço: CA-60.
Considerar:
− somente solicitações tangenciais (força cortante);
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− modelo I, estribos verticais de dois ramos;
− altura útil (d) igual a 93% da altura total (h);
− viga simplesmente apoiada nos pilares;
− vão de cálculo da viga igual à distância entre os eixos dos pilares;
− pilares suportes da viga com 20 cm de largura (10 cm entre o eixo e a face);
− cargas aplicadas na face superior da viga (face oposta a da reação de apoio); e
− todas as recomendações da ABNT NBR-6118, inclusive aquelas referentes à redução
no cálculo da armadura de cisalhamento.
Obs:
− desconsiderar o peso próprio da viga;

2006 6-43 ufpr/tc405


gk = 250 kN/m

A B

2m 6m 2m

a b c

90

20
100 cm
100 30 50

15
15
20 cm 60
seção transversal - cm

Ex. 6.6: Determinar, para a viga abaixo indicada, o valor máximo da carga Qk (valor
característico) que a mesma pode suportar. Verificar a possibilidade de ruptura ao cisalhamento
tanto por compressão no concreto como por tração na armadura transversal (estribos).
Dados:
− concreto: C25; e
− aço: CA-60.
Considerar:
− somente solicitações tangenciais (força cortante);
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− modelo I, estribos verticais de dois ramos, diâmetro 6,3 mm, espaçados de 10 cm;
− d = h – 6 cm;
− viga simplesmente apoiada nos pilares;
− vão de cálculo da viga igual à distância entre os eixos dos pilares;
− pilares suportes da viga com 20 cm de largura (10 cm entre o eixo e a face);
− cargas aplicadas na face superior da viga (face oposta a da reação de apoio); e
− todas as recomendações da ABNT NBR-6118, inclusive aquelas referentes à redução
no cálculo da armadura de cisalhamento.
Obs:
− peso próprio da viga incluído na carga gk.

2006 6-44 ufpr/tc405


Qk

gk = 50 kN/m
A B

3m 3m

1 φ 6,3 mm @ 10 cm

φt = 6,3 mm

60 cm
60

20 cm 20
seção transversal
cm

Ex. 6.7: Determinar, para a viga abaixo representada, os valores de x, y e z de tal forma que
no trecho y a armadura para resistir os esforços devidos à força cortante seja a mínima
estabelecida pela ABNT NBR 6118.
Dados:
− concreto: C20; e
− aço: CA-60.
Considerar:
− somente solicitações tangenciais (força cortante);
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− d = h – 5 cm;
− modelo I, estribos verticais;
− viga simplesmente apoiada nos pilares;
− vão de cálculo da viga igual à distância entre os eixos dos pilares;
− pilares suportes da viga com 30 cm de largura;
− cargas aplicadas na face superior da viga (face oposta a da reação de apoio); e
− todas as recomendações da ABNT NBR-6118, inclusive aquelas referentes à redução
no cálculo da armadura de cisalhamento.

2006 6-45 ufpr/tc405


Gk = 120 kN

gk = 60 kN/m

6m 2m

x y z

70 cm

20 cm
30 cm 30 cm

Ex. 6.8: Uma viga de seção retangular com 60 cm de base e 40 cm de altura, está armada
transversalmente com estribos verticais de quatro ramos, diâmetro φ = 6,3 mm. Para esta viga,
pede-se:
a. a área de armadura transversal por unidade de comprimento (cm2/m) para
espaçamento de estribos igual a 10 cm; e
b. o máximo esforço cortante de cálculo que a seção resiste para ρsw igual a 0,2%.
Dados:
− concreto: C25; e
− aço: CA-60.
Considerar:
− somente solicitações tangenciais (força cortante);
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− modelo II, θ = 40°;
− d = h – 5 cm;
− cargas aplicadas na face superior da viga (face oposta a da reação de apoio); e
− todas as recomendações da ABNT NBR-6118, inclusive aquelas referentes à redução
no cálculo da armadura de cisalhamento.

40 cm

60 cm
Ex. 6.9: Determinar, para a viga abaixo representada:
a. a altura mínima necessária; e
b. o diâmetro e o espaçamento dos estribos verticais necessários para os trechos I e II,
considerada a altura da viga definida no item a.
Dados:
− concreto: C25; e
− aço: CA-50.
Considerar:
− somente solicitações tangenciais (força cortante);

2006 6-46 ufpr/tc405


− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 1 (γg = 1,35, γq = 1,5,
γc = 1,4 e γs = 1,15);
− modelo I, estribos de dois ramos;
− h múltiplo de 5 cm;
− d = h – 5 cm;
− viga simplesmente apoiada nos pilares;
− vão de cálculo da viga igual à distância entre os eixos dos pilares;
− pilares suportes da viga com 30 cm de largura;
− cargas aplicadas na face superior da viga (face oposta a da reação de apoio); e
− todas as recomendações da ABNT NBR-6118, inclusive aquelas referentes à redução
no cálculo da armadura de cisalhamento.

Gk = 300 kN

gk = 50 kN/m

1m 4m

I II

20 cm
30 cm

Ex. 6.10: Determinar, para a viga abaixo representada, o diâmetro e os espaçamentos dos
estribos verticais necessários para os trechos I, II e III. A viga deverá ter a menor altura possível
(múltiplo de 5 cm) permitida pela ABNT NBR-6118.
Dados:
− concreto: C20; e
− aço: CA-60.
Considerar:
− somente solicitações tangenciais (força cortante);
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− modelo II, θ = 30°, estribos de dois ramos;
− bw = 20 cm;
− d = h – 5 cm;
− viga simplesmente apoiada nos pilares;
− vão de cálculo da viga igual à distância entre os eixos dos pilares;
− pilares suportes da viga com 40 cm de largura;
− cargas aplicadas na face superior da viga (face oposta a da reação de apoio); e
− todas as recomendações da ABNT NBR-6118, inclusive aquelas referentes à redução
no cálculo da armadura de cisalhamento.
Obs:
− desconsiderar o peso próprio da viga.

2006 6-47 ufpr/tc405


I II III

Gk1 = 75 kN Gk2 = 350 kN

2m 4m 1m

Ex. 6.11: Considere que, para a estrutura indicada abaixo, as vigas V1 e V2, de seções
retangulares 15 cm x 60 cm, podem ser calculadas, cada uma delas, de uma forma simplificada,
como se fossem isoladas e bi-apoiadas. Considerando apenas os esforços de cisalhamento
atuantes na estrutura, pede-se:
a. dentre as duas vigas (V1 e V2), qual é a mais crítica em termos da resistência do
concreto;
b. a armadura vertical (cm2/m) necessária para a viga V1, na região do apoio
correspondente ao pilar P1 (trecho de 1 m compreendido entre o pilar P1 e a projeção
vertical do pilar P3); e
c. a armadura vertical (cm2/m) necessária para a viga V2, na região compreendida entre
os pilares P1 e P3.
Dados:
− concreto: C20; e
− aço: CA-60.
Considerar:
− somente solicitações tangenciais (força cortante);
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− modelo I;
− d = h – 5 cm;
− viga simplesmente apoiada nos pilares;
− vão de cálculo da viga igual à distância entre os eixos dos pilares;
− pilares com 20 cm de largura;
− cargas aplicadas na face superior da viga (face oposta a da reação de apoio); e
− todas as recomendações da ABNT NBR-6118, inclusive aquelas referentes à redução
no cálculo da armadura de cisalhamento.
Obs:
− desconsiderar o peso próprio das vigas e pilares.

2006 6-48 ufpr/tc405


gk = 50 kN/m
V1 – 15 x 60

500 20 100 480 20

P1
V2 – 15 x 60

P2 P3 P4

dimensões em cm
Ex. 6.12: Determinar, para a viga abaixo representada, o diâmetro e os espaçamentos dos
estribos verticais necessários para os trechos I, II e III.
Dados:
− concreto: C20; e
− aço: CA-60.
Considerar:
− somente solicitações tangenciais (força cortante);
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− modelo II, θ = 30°, estribos de dois ramos;
− d = h – 7 cm;
− viga simplesmente apoiada nos pilares;
− vão de cálculo da viga igual à distância entre os eixos dos pilares;
− pilares suportes da viga com 30 cm de largura;
− cargas aplicadas na face superior da viga (face oposta a da reação de apoio); e
− todas as recomendações da ABNT NBR-6118, inclusive aquelas referentes à redução
no cálculo da armadura de cisalhamento.
Obs:
− desconsiderar o peso próprio da viga.

2006 6-49 ufpr/tc405


gk = 250 kN/m Gk = 500 kN

A B

2m 7m 1m

2m 6m 2m
I II III
90

20
100 cm
100 30 50

15
15
30 cm 60
seção transversal - cm

Ex. 6.13: Determinar, para a estrutura abaixo indicada, o máximo valor que a carga
permanente uniformemente distribuída gk pode assumir, de tal forma que a viga, de seção
retangular vazada, não atinja o estado limite último relativo à força cortante. A viga terá estribos
verticais de quatro ramos constituídos por barras de 10 mm espaçadas de 12 cm.
Dados:
− concreto: C20; e
− aço: CA-60.
Considerar:
− somente solicitações tangenciais (força cortante);
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 1 (γg = 1,35, γq = 1,5,
γc = 1,4 e γs = 1,15);
− d = h – 6 cm;
− cargas aplicadas na face superior da viga (face oposta a da reação de apoio); e
− todas as recomendações da ABNT NBR-6118, inclusive aquelas referentes à redução
no cálculo da armadura de cisalhamento.
Obs:
− peso próprio da viga incluído na carga gk; e
− verificações para o modelo I e para o modelo II, θ = 30°.

gk

5m
100
face do pilar

20 20 20
dimensões em cm

2006 6-50 ufpr/tc405


Ex. 6.14: Para a viga abaixo representada, pede-se:
a. a menor altura possível (múltiplo de 5 cm) que a mesma deva ter, de tal modo que o
estado limite último por ruptura do concreto não seja alcançado; e
b. a armadura de cisalhamento (cm2/m) necessária para o trecho I, calculada em função
da altura definida no item a.
Dados:
− concreto: C20; e
− aço: CA-50.
Considerar:
− somente solicitações tangenciais (força cortante);
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− modelo I, estribos verticais;
− bw = 15 cm;
− bf = 60 cm;
− hf = 12 cm;
− d = h – 5 cm;
− viga simplesmente apoiada nos pilares;
− vão de cálculo da viga igual à distância entre os eixos dos pilares;
− pilares suportes da viga com 30 cm de largura;
− cargas aplicadas na face superior da viga (face oposta a da reação de apoio); e
− todas as recomendações da ABNT NBR-6118, inclusive aquelas referentes à redução
no cálculo da armadura de cisalhamento.
Obs:
− peso próprio da viga incluído na carga gk.

A AA

90 650

30 30 30

Gk = 48 kN

gk = 20 kN/m

120 680

trecho I
dimensões em cm

Ex. 6.15: Determinar o máximo carregamento gk que a viga abaixo indicada pode suportar.
Nos trechos laterais AB e CD os estribos são espaçados a cada 10 cm, enquanto que no trecho
central BC o espaçamento é de 25 cm. Em todos os trechos da viga os estribos são verticais de
dois ramos, diâmetro 8 mm.

2006 6-51 ufpr/tc405


Dados:
− concreto: C25; e
− aço: CA-60.
Considerar:
− somente solicitações tangenciais (força cortante);
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− modelo I;
− d = h – 5 cm;
− viga simplesmente apoiada nos pilares;
− vão de cálculo da viga igual à distância entre os eixos dos pilares;
− pilares suportes da viga com 20 cm de largura;
− cargas aplicadas na face superior da viga (face oposta a da reação de apoio); e
− todas as recomendações da ABNT NBR-6118, inclusive aquelas referentes à redução
no cálculo da armadura de cisalhamento.
Obs:
− desconsiderar o peso próprio da viga.
Gk = 70 kN Gk = 70 kN

60

15 gk

65 15 30 B C
A 2m 2m 2m D
10
10 1 φ 8 mm @ 10 cm
35
1 φ 8 mm @ 25 cm
seção transversal
cm
1 φ 8 mm @ 10 cm

Ex. 6.16: Determinar a menor altura possível (múltiplo de 5 cm) para a viga abaixo
representada. Com esta altura definida e considerando que no trecho central (trecho III) a
armadura de cisalhamento será constituída por 1 φ 8 mm @ 25 cm (estribos verticais de 2 ramos),
determinar:
a. as distâncias correspondentes aos trechos II, III e IV; e
b. o espaçamento necessário para estribos verticais de 2 ramos do trecho V, mantido o
diâmetro de 8 mm.
Dados:
− concreto: C20; e
− aço: CA-60.
Considerar:
− somente solicitações tangenciais (força cortante);
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− modelo II, θ = 37°;
− todas as cargas (valores característicos) atuando simultaneamente;
− viga simplesmente apoiada nos pilares;
− vão de cálculo da viga igual à distância entre os eixos dos pilares;
− pilares suportes da viga com 40 cm de largura (eixos A e B);
− cargas aplicadas na face superior da viga (face oposta a da reação de apoio); e

2006 6-52 ufpr/tc405


− todas as recomendações da ABNT NBR-6118, inclusive aquelas referentes à redução
no cálculo da armadura de cisalhamento.
Obs:
− desconsiderar o peso próprio da viga.
100 kN
40
100 kN
12 50 kN

20 kN/m
h = d + 5 cm

2,0 m 2,5 m 2,5 m 1,0 m

12 A B
I II III IV V
seção transversal
cm

Ex. 6.17: Sobre a viga AB, abaixo representada, corre um carrinho cujo peso total
corresponde a 400 kN. Desconsiderando o peso próprio desta viga e sabendo-se que o carrinho
corre a partir da posição 1 (posição limite), pede-se:
a. a menor altura (h) possível para a viga (adotar valor múltiplo de 5 cm); e
b. a armadura vertical (cm2/m) necessária para resistir aos esforços de cisalhamento na
região próxima ao apoio A.
Dados:
− concreto: C20; e
− aço: CA-60.
Considerar:
− somente solicitações tangenciais (força cortante);
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− modelo I, estribos verticais;
− d = h – 5 cm;
− viga simplesmente apoiada em A e B;
− vão de cálculo da viga igual à distância entre os eixos dos pilares;
− pilares suportes da viga com 40 cm de largura (eixos A e B);
− cargas aplicadas na face superior da viga (face oposta a da reação de apoio); e
− todas as recomendações da ABNT NBR-6118, inclusive aquelas referentes à redução
no cálculo da armadura de cisalhamento.
Obs:
− para a definição da armadura de cisalhamento próxima ao apoio A, verificar apenas as
posições 1 e 2. Indicar, ao final dos cálculos, qual a posição do carrinho que definiu a
armadura de cisalhamento.

2006 6-53 ufpr/tc405


400 kN
carrinho
viga

h
1,0 m
A B

7,6 m 20 cm

8,0 m seção transversal

posição 1
eixo do pilar
(limite do carrinho)
(apoio da viga)
0,7 m

posição 2

1,2 m

Ex. 6.18: Determinar a armadura de cisalhamento (cm2/m) do trecho I (a direita do apoio do


balanço) da viga abaixo representada.
Dados:
− concreto: C25; e
− aço: CA-60.
Considerar:
− somente solicitações tangenciais (força cortante);
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− modelo I, estribos verticais;
− h = 100 cm;
− d = 94 cm;
− bw = 25 cm;
− todas as cargas (valores característicos) atuando simultaneamente;
− viga simplesmente apoiada nos pilares;
− vão de cálculo da viga igual à distância entre os eixos dos pilares;
− pilares suportes da viga com 40 cm de largura;
− cargas aplicadas na face superior da viga (face oposta a da reação de apoio); e
− todas as recomendações da ABNT NBR-6118, inclusive aquelas referentes à redução
no cálculo da armadura de cisalhamento.
Obs:
− obrigatória a verificação da resistência do concreto aos esforços de cisalhamento.

2006 6-54 ufpr/tc405


I II III

100 kN 500 kN 500 kN

10 kN/m

2,0 m 1,5 m 7,0 m 1,5 m

Ex. 6.19: Determinar o máximo valor da carga Gk (valor característico) que a viga abaixo
representada pode suportar. No trecho I os estribos são de 8 mm espaçados de 30 cm, ao passo
que no trecho II os estribos, de mesmo diâmetro, estão posicionados a cada 10 cm.
Dados:
− concreto: C20; e
− aço: CA-50.
Considerar:
− somente solicitações tangenciais (força cortante);
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− modelo I, estribos verticais de 2 ramos;
− h = 60 cm;
− d = 55 cm;
− bw = 20 cm;
− todas as cargas (valores característicos) atuando simultaneamente;
− viga simplesmente apoiada nos pilares;
− vão de cálculo da viga igual à distância entre os eixos dos pilares;
− pilares suportes da viga com 20 cm de largura;
− cargas aplicadas na face superior da viga (face oposta a da reação de apoio); e
− todas as recomendações da ABNT NBR-6118, inclusive aquelas referentes à redução
no cálculo da armadura de cisalhamento.
Obs:
− desconsiderar o peso próprio da viga.

2006 6-55 ufpr/tc405


Gk Gk

2,0 m 2,0 m 2,0 m 2,0 m

0,3125 Gk 1,375 Gk 0,3125 Gk

I II III

Ex. 6.20: A viga da figura abaixo representada deve transferir a carga do pilar que nasce na
ponta do balanço para as fundações (apoios A e B). Nestas condições, pede-se:
a. a menor altura h possível para a viga (utilizar valor múltiplo de 5 cm);
b. o diâmetro e os espaçamentos necessários para os estribos do trecho I e do trecho II,
para a altura estabelecida no item a.
Dados:
− concreto: C25; e
− aço: CA-60.
Considerar:
− somente solicitações tangenciais (força cortante);
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− modelo I, estribos verticais de 2 ramos;
− d = h – 6 cm;
− viga simplesmente apoiada nos pilares;
− vão de cálculo da viga igual à distância entre os eixos dos pilares;
− pilares suportes da viga com 20 cm de largura;
− cargas aplicadas na face superior da viga (face oposta a da reação de apoio); e
− todas as recomendações da ABNT NBR-6118, inclusive aquelas referentes à redução
no cálculo da armadura de cisalhamento.
Obs:
− peso próprio da viga incluído na carga gk.
Gk = 400 kN

gk = 20 kN/m

4m 1m
I II

30 cm
20 cm 20 cm
2006 6-56 ufpr/tc405
Ex. 6.21: Para a viga abaixo representada, pede-se:
a. o menor valor possível (múltiplo de 5 cm) para a base da viga;
b. a definição dos trechos I, II e III (valores de x, y e z), de tal forma que o trecho II tenha
a menor taxa de armadura transversal possível, considerando o bw estabelecido no
item a; e
c. o espaçamento dos estribos no trecho I, considerando o bw estabelecido no item a.
Dados:
− concreto: C20; e
− aço: CA-60.
Considerar:
− somente solicitações tangenciais (força cortante);
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− modelo I, estribos verticais de 2 ramos, diâmetro 10 mm;
− h = 100 cm;
− d = h – 6 cm;
− viga simplesmente apoiada em A e B;
− vão de cálculo da viga igual à distância entre os eixos dos pilares;
− pilares suportes da viga com 30 cm de largura (eixos A e B);
− cargas aplicadas na face superior da viga (face oposta a da reação de apoio); e
− todas as recomendações da ABNT NBR-6118, inclusive aquelas referentes à redução
no cálculo da armadura de cisalhamento.
Obs:
− peso próprio da viga incluído na carga gk.
G2k = 200 kN
G1k = 100 kN G1k = 100 kN

gk = 80 kN/m
A B

1m 4m 4m 1m

trecho I trecho II trecho III


(x) (y) (z)

100 cm

30 cm

Ex. 6.22: Definir, para a viga abaixo representada, o máximo carregamento permanente gk
(valor característico) possível. No trecho I os estribos são de 8 mm espaçados de 10 cm, ao passo
que no trecho II os estribos, de mesmo diâmetro, estão posicionados a cada 30 cm.
Dados:
− concreto: C20; e
− aço: CA-50.
2006 6-57 ufpr/tc405
Considerar:
− somente solicitações tangenciais (força cortante);
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− modelo II, θ = 30°, estribos verticais de 2 ramos;
− d = h - 6 cm;
− viga simplesmente apoiada em A e B;
− vão de cálculo da viga igual à distância entre os eixos dos pilares;
− pilares suportes da viga com 20 cm de largura (eixos A e B);
− cargas aplicadas na face superior da viga (face oposta a da reação de apoio); e
− todas as recomendações da ABNT NBR-6118, inclusive aquelas referentes à redução
no cálculo da armadura de cisalhamento.
Obs:
− peso próprio da viga incluído na carga gk.

3gk 40
gk
12
20
48
A B
I II I 10
3m 3m 3m 30
seção transversal
cm

20 cm

Ex. 6.23: A viga ABC indicada na figura abaixo tem altura constante por trechos. No trecho
AB, a altura é de 60 cm, enquanto que no trecho BC a altura é de 40 cm. Para esta viga, pede-se:
a. o máximo valor da carga concentrada Gk (valor característico) que a viga pode
suportar; e
b. a armadura transversal (cm2/m) necessária no trecho AB.
Dados:
− concreto: C25; e
− aço: CA-50.
Considerar:
− somente solicitações tangenciais (força cortante);
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− modelo I, estribos verticais de 2 ramos;
− bw = 20 cm;
− d = h – 5 cm;
− viga simplesmente apoiada em A e C;
− vão de cálculo da viga igual à distância entre os eixos dos pilares;
− pilares suportes da viga com 20 cm de largura (eixos A e C);
− cargas aplicadas na face superior da viga (face oposta a da reação de apoio); e
− todas as recomendações da ABNT NBR-6118, inclusive aquelas referentes à redução
no cálculo da armadura de cisalhamento.

2006 6-58 ufpr/tc405


Obs:
− desconsiderar o peso próprio da viga.
Gk
1,20 m
gk = 60 kN/m

40 cm
60 cm

A B C

2,3 m 2,3 m
20 cm 20 cm

Ex. 6.24: Determinar o espaçamento da armadura de cisalhamento do trecho II (esquerda


do apoio B) da viga abaixo indicada.
Dados:
− concreto: C25; e
− aço: CA-50.
Considerar:
− somente solicitações tangenciais (força cortante);
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− modelo I, estribos verticais de 2 ramos, diâmetro 10 mm;
− d = h – 6 cm;
− viga simplesmente apoiada em A e B;
− vão de cálculo da viga igual à distância entre os eixos dos pilares;
− pilares suportes da viga com 40 cm de largura (eixos A e B);
− cargas aplicadas na face superior da viga (face oposta a da reação de apoio); e
− todas as recomendações da ABNT NBR-6118, inclusive aquelas referentes à redução
no cálculo da armadura de cisalhamento.
Obs:
− peso próprio da viga incluído na carga gk.
Gk = 430 kN
75
15

gk = 30 kN/m
85
A B
II
8m 2m 2m
25
seção transversal
cm

Ex. 6.25: Determinar, para a viga abaixo representada, qual o máximo valor que a carga
acidental qk (valor característico) pode assumir. No trecho I os estribos são de 8 mm espaçados
de 10 cm, ao passo que no trecho II os estribos, de mesmo diâmetro, estão posicionados a cada
25 cm.
Dados:
− concreto: C20; e
− aço: CA-50.

2006 6-59 ufpr/tc405


Considerar:
− somente solicitações tangenciais (força cortante);
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− modelo I, estribos verticais de 2 ramos;
− d = h – 6 cm;
− viga simplesmente apoiada em A e B;
− vão de cálculo da viga igual à distância entre os eixos dos pilares;
− pilares suportes da viga com 20 cm de largura (eixos A e B);
− cargas aplicadas na face superior da viga (face oposta a da reação de apoio); e
− todas as recomendações da ABNT NBR-6118, inclusive aquelas referentes à redução
no cálculo da armadura de cisalhamento.
Obs:
− peso próprio da viga incluído na carga gk.
Gk = 100 kN
qk
40
12

gk = 15 kN/m 20
48
A B

I II 10
1,4 m 5,6 m 30
seção transversal
cm

20 cm

Ex. 6.26: Determinar, para a viga abaixo representada, o diâmetro e os espaçamentos


necessários para a armadura de cisalhamento. Considerar os trechos em balanços mais três
trechos iguais para o vão central. As reações (cargas permanentes) da laje L1 e das vigas V1 e
V2 correspondem a (valores característicos):
− laje L1: 22 kN/m;
− viga V1: 120 kN; e
− viga V2: 55kN.
Dados:
− concreto: C20; e
− aço: CA-50.
Considerar:
− somente solicitações tangenciais (força cortante);
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− modelo I, estribos verticais de 2 ramos;
− d = h – 5 cm;
− viga simplesmente apoiada em A e B;
− vão de cálculo da viga igual à distância entre os eixos dos pilares;
− pilares suportes da viga com 20 cm de largura (eixos A e B);

2006 6-60 ufpr/tc405


− todas as recomendações da ABNT NBR-6118, inclusive aquelas referentes à redução
no cálculo da armadura de cisalhamento.
Obs:
− avaliar o peso próprio da viga e considerar no carregamento;
− somente a reação da laje consiste em carga aplicada na face superior da viga (face
oposta a da reação de apoio).

V1 L1 V2
20 x 60 20 x 40

A B
60 380 100

20 20 dimensões em cm 20 20

Ex. 6.27: Determinar o máximo valor da carga Qk que a viga abaixo indicada pode suportar.
Nos trechos próximos aos apoios os estribos são espaçados de 10 cm, enquanto que no trecho
central o espaçamento é de 25 cm. Em todos os trechos da viga os estribos são verticais de
quatro ramos, diâmetro 8 mm.
Dados:
− concreto: C25; e
− aço: CA-60.
Considerar:
− somente solicitações tangenciais (força cortante);
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− modelo I;
− d = h – 5 cm;
− viga simplesmente apoiada em pilares;
− vão de cálculo da viga igual à distância entre os eixos dos pilares;
− pilares suportes da viga com 20 cm de largura (10 cm entre o eixo e a face);
− cargas aplicadas na face superior da viga (face oposta a da reação de apoio); e
− todas as recomendações da ABNT NBR-6118, inclusive aquelas referentes à redução
no cálculo da armadura de cisalhamento.
Obs:
− a carga distribuída corresponde ao peso próprio da viga (peso específico igual a
25 kN/m3).

2006 6-61 ufpr/tc405


Qk

gk = peso próprio

2m 2m 2m
A B

1 φ 8 mm @ 10 cm

1 φ 8 mm @ 25 cm 160

20
1 φ 8 mm @ 10 cm

70

20

20 60 20
seção transversal - cm

Ex. 6.28: Determinara, para a viga abaixo representada, o máximo valor do vão l.
Dados:
− concreto: C25; e
− aço: CA-50.
Considerar:
− somente solicitações tangenciais (força cortante);
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− modelo I;
− d = 90 cm
− viga simplesmente apoiada em A e B;
− vão de cálculo da viga igual à distância entre os eixos dos pilares;
− pilares suportes da viga com 30 cm de largura (eixos A e B);
− cargas aplicadas na face superior da viga (face oposta a da reação de apoio); e
− todas as recomendações da ABNT NBR-6118, inclusive aquelas referentes à redução
no cálculo da armadura de cisalhamento.
Obs:
− desconsiderar o peso próprio da viga.

2006 6-62 ufpr/tc405


Gk = 500 kN Gk = 500 kN

90

gk = 50 kN/m 20
A B 30
100 50

15
1m l-2m 1m
15

l 60

seção transversal
cm
100 cm

30 cm

Ex. 6.29: Determinara, para a viga abaixo representada:


a. o menor valor possível para o ângulo θ (múltiplo de 5º), de tal forma que a viga possa
resistir os esforços devidos à força cortante; e
b. a armadura necessária (cm2/m) nos trechos I, II e III, considerando o valor de θ
estabelecido no item a.
Dados:
− concreto: C20; e
− aço: CA-50.
Considerar:
− somente solicitações tangenciais (força cortante);
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− modelo II, estribos verticais de 2 ramos;
− altura útil (d) igual a 90% da altura total (h);
− viga simplesmente apoiada nos pilares;
− vão de cálculo da viga igual à distância entre os eixos dos pilares;
− pilares suportes da viga com 20 cm de largura (eixos A e B);
− cargas aplicadas na face superior da viga (face oposta a da reação de apoio); e
− todas as recomendações da ABNT NBR-6118, inclusive aquelas referentes à redução
no cálculo da armadura de cisalhamento.
Obs:
− desconsiderar o peso próprio da viga.

2006 6-63 ufpr/tc405


gk = 85 kN/m
A B
80

2m 6m 2m
15
3,5 m 3m 3,5 m seção transversal
cm
I II III

80 cm

20 cm

Ex. 6.30: A viga ABCD da estrutura abaixo representada receberá a carga de n pavimentos.
Cada pavimento transmite uma carga Pd,i = 400 kN (valor de cálculo) a cada uma das colunas
verticais. O carregamento total que chega aos pontos B e C da viga é a soma das cargas de todos
os pavimentos. Pede-se:
a. o número máximo de pavimentos (n) que a viga ABCD é capaz de suportar; e
b. a armadura transversal (cm2/m) no trecho AB da referida viga.
Dados:
− concreto: C30; e
− aço: CA-50.
Considerar:
− somente solicitações tangenciais (força cortante);
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− modelo I, estribos verticais;
− altura útil (d) igual a altura total (h) menos 10 cm;
− viga simplesmente apoiada nos pilares (apoios A e D);
− vão de cálculo da viga igual à distância entre os eixos dos pilares;
− pilares suportes da viga com 40 cm de largura;
− cargas aplicadas na face superior da viga (face oposta a da reação de apoio); e
− todas as recomendações da ABNT NBR-6118, inclusive aquelas referentes à redução
no cálculo da armadura de cisalhamento.
Obs:
− desconsiderar o peso próprio da viga; e
− Pd,i (valor de cálculo) leva em consideração os coeficientes de segurança relativos às
combinações de ações (carga permanente e carga acidental).

2006 6-64 ufpr/tc405


Viga - ABCD
n
Pd,n
Pd,total Pd,total
n-1 120 cm
B C
10 cm
100 cm
3 A D
Pd,3
80 cm 500 cm 180 cm
2
40 cm 40 cm
Pd,2 40 cm
1 seção
Pd,1 Pd,total = ∑Pd,i transversal
A D
B C
ESQUEMA
ESTRUTURAL

2006 6-65 ufpr/tc405


7ADERÊNCIA ENTRE O CONCRETO E O AÇO
7
7.1 Tipos de aderência
A aderência entre o concreto e o aço pode ser obtida:
− por adesão (Figura 7.1a);
− por atrito (Figura 7.1b); e
− mecanicamente (Figura 7.1c)

concreto

aço

a) b) c)

Figura 7.1 - Tipos de aderência


A aderência mecânica, conseguida através de mossas ou saliências, é a mais eficiente de
todas.
A caracterização da superfície de aderência das barras de aços destinados a armaduras
para concreto armado é feita pelo coeficiente de conformação superficial η, através ensaio
estabelecido na ABNT NBR 7477. Os valores mínimos para este coeficiente, apresentados na
ABNT NBR 7480 são estabelecidos em função da categoria do aço. Para a ABNT NBR 6118, a
conformação superficial é medida pelo coeficiente η1. Os valores para este coeficiente são
estabelecidos em função do tipo de superfície lateral das barras. As relações entre os coeficientes
η e η1, apresentadas pela ABNT NBR 6118, item 8.3.2, são mostradas na Tabela 7.11.
Superfície η1 η
Lisa (CA-25) 1,00 ≥ 1,0
Entalhada (CA-60) 1,40 ≥ 1,5
Nervurada (CA-50) 2,25 ≥ 1,5
Tabela 7.1 - Relação entre η e η1

7.2 Ancoragem de barras tracionadas


Seja a Figura 7.2 onde é mostrada a transferência da força normal Rs atuante na barra de
aço para o bloco de concreto. Esta transferência de força é possível devido ao desenvolvimento
de tensões tangenciais de aderência τb,x entre a armadura e o concreto.

1
A ABNT NBR 6118, item 8.3.2, define o coeficiente de conformação superficial da ABNT NBR 7480 como sendo ηb.
As barras nervuradas são, também, referidas como de alta aderência.
2006 7-1 ufpr/tc405
τb,x
φ
Rs

As = πφ2/4
x u = πφ
dx tensões tangenciais de aderência

tensões normais na barra


τb,x
σs = Rs / As

σs,x σs,x + dσs,x

dx

Figura 7.2 - Transferência de força normal


Fazendo o equilíbrio de forças atuantes no seguimento de barra dx, tem-se:
A s σ s,x + u dx τ b,x = A s (σ s,x + d σ s,x )
u dx τ b,x = A s d σ s,x
πφ 2
π φ dx τ b,x = d σ s,x
4
φ d σ s,x
τ b,x = ⋅
4 dx
d σ s,x 4
= ⋅ τ b,x Equação 7.1
dx φ
A solução da Equação 7.1 só é possível se for conhecida a variação de τb,x ao longo de x. A
solução simplificada (usada em projeto com a introdução de coeficientes de segurança
adequados) consiste em adotar para τb,x um valor constante, admitindo as tensões de aderência
uniformemente distribuídas ao longo do trecho da barra situado dentro do bloco de concreto
(Figura 7.3). Nestas condições tem-se:
d σ s,x 4
= ⋅ τ b,unif
dx φ
4 
d σ s, x =  ⋅ τb,unif  dx
φ 
4 
∫ ∫
d σ s,x =  ⋅ τ b,unif  dx
φ 
4 
σ s,x =  ⋅ τ b,unif  x Equação 7.2
φ 

2006 7-2 ufpr/tc405


A Equação 7.2 corresponde a uma reta e a Figura 7.3 mostra o esquema simplificado de
transferência de força
atuante na barra para o
τb,unif bloco de concreto (τb,unif
φ
Rs = Rsd é constante e σs,x varia
linearmente). Em se
tratando de valores de
projeto (valores de
x cálculo), o valor da
lb,nec tensão normal σs deve
tensões tangenciais de aderência ficar limita a fyd e a força
τb,unif Rs assume o valor de
cálculo Rsd.
tensões normais na barra

σs,x = (4/φ) (τb,unif) x


σs = (Rsd / As) ≤ fyd

Figura 7.3 - Comprimento de ancoragem - valores de projeto


Do exposto na Figura 7.3, torna-se possível determinar o comprimento de ancoragem
necessário lb,nec para tornar nula, no final da barra, a tensão normal nela atuante, ou seja, o
comprimento de ancoragem necessário para que a força atuante na barra possa ser transferida
para o concreto. Do diagrama de tensões normais mostrado na Figura 7.3 pode-se estabelecer:
x=0 ⇒ σ s,x = 0
R
x = l b,nec ⇒ σ s,x = σ s = sd
As
Introduzindo os valores de lb,nec e σs na Equação 7.2, tem-se:
4 
σ s =  ⋅ τ b,unif  l b,nec
φ 
φ σs
l b,nec = ⋅ Equação 7.3
4 τ b,unif

7.3 Influência da posição da barra


A qualidade da aderência varia em função da posição da barra. Barras horizontais situadas
na parte superior de uma viga ou de uma laje têm qualidade de aderência inferior àquelas
colocadas na parte inferior. Devido à segregação do concreto fresco, ocorre um acúmulo de água
sob as barras horizontais superiores, conforme mostrado na Figura 7.4. Posteriormente, sendo
esta água absorvida pelo concreto, vazios serão formados na parte inferior das barras superiores
diminuindo, conseqüentemente, a qualidade da aderência. A sedimentação do cimento que ocorre
antes do início da pega e a
exudação do excesso de
água de amassamento
também contribuem para a
armadura superior pior qualidade de aderência
do concreto situado na parte
água acumulada sob a barra superior de uma viga ou laje
(Figura 7.4).

concreto água de exudação

Figura 7.4 - Qualidade da aderência - armadura horizontal superior


2006 7-3 ufpr/tc405
A ABNT NBR 6118, item 9.3.1, considera os trechos de barras em boa situação de
aderência quando estiverem em uma das posições seguintes:
a. com inclinação maior que 45° sobre a horizontal;
b. horizontais ou com inclinação menor que 45° sobre a horizontal, desde que
(Figura 7.5):
− para elementos estruturais com h < 60 cm, localizados no máximo 30 cm acima
da face inferior do elemento ou da junta de concretagem mais próxima;
− para elementos estruturais com h ≥ 60 cm, localizados no mínimo 30 cm abaixo
da face superior do elemento ou da junta de concretagem mais próxima.
Os trechos das barras em outras posições e quando do uso de formas deslizantes devem
ser considerados em má situação quanto à aderência.

má aderência 30 cm má aderência
h < 60 cm
boa aderência 30 cm h ≥ 60 cm
boa aderência

Figura 7.5 - Situações de boa e má aderência para armaduras horizontais


Em termos gerais pode-se dizer que as armaduras negativas (armaduras horizontais
superiores) de vigas e lajes com altura superior a 30 cm então em situações de má aderência. As
armaduras positivas de lajes e vigas (armaduras horizontais inferiores), bem como as armaduras
de pilares (armaduras verticais), de modo geral, estão em situação de boa aderência.

má aderência
h > 30 cm
boa aderência
boa aderência

vigas ou lajes com h > 30 cm


(h ≤ 30 cm ⇒ só boa aderência) pilares

Figura 7.6 - Armaduras em situações de boa e má aderência

7.4 Resistência de aderência de cálculo


A ABNT NBR 6118, item 9.3.2.1, estabelece que a resistência de aderência de cálculo entre
armadura e concreto na ancoragem de armaduras passivas deve ser obtida pela seguinte
expressão:
fbd = η1 η 2 η 3 f ctd Equação 7.4
sendo:
f ctk,inf
fctd =
γc

2006 7-4 ufpr/tc405


1,00 barras lisas

η1 = 1,40 barras entalhadas
2,25 barras nervuradas ou alta aderência

1,00 situações de boa aderência
η2 = 
0,70 situações de má aderência
1,00 φ ≤ 32 mm
η3 = 
0,92 φ = 40 mm
Na falta de ensaios para a determinação mais precisa do valor da resistência à tração do
concreto característica, é permitido pela ABNT NBR 6118, item 8.2.5, o uso das seguintes
expressões:
2
f ct,m = 0,3 3 fck
f ctk,inf = 0,7 f ct,m valores em MPa Equação 7.5
f ctk,sup = 1,3 f ct,m

Sendo fckj ≥ 7MPa, as expressões da Equação 7.5 podem também ser usadas para idades
diferentes de 28 dias.
Combinando a Equação 7.4 e a Equação 7.5, tem-se:
fctk,inf = 0,7 fct,m = 0,7 ×  0,3 3 fck
2  2
 = 0,21 3 fck
 
fctk ,inf 0,21 3 f ck2
f ctd = =
γc γc
 0,21 3 f 2 
fbd = η1 η 2 η 3 f ctd = η1 η 2 η 3  
ck

 γ 
 c

 0,21η1 η 2 η 3 3 2
fbd =   f ck
 f ck em MPa Equação 7.6
 γc 
Os valores de γc estão mostrados na Tabela [3.7] e para o ELU valem:
1,40 combinaçõe s normais

γ c = 1,20 combinaçõe s especiais ou de construção
1,20 combinaçõe s excepcionais

Exemplo 7.1: Determinar o valor de fbd para a região superior de uma viga de concreto armado
que terá 70 cm da altura.
Considerar:
– concreto: C25;
– barra nervurada: φ 40 mm; e
– combinação normal de carregamento - ELU.
Solução: O valor de fbd é determinado pela Equação 7.6. Para η1 deverá ser usado o valor
2,25 que corresponde a barra nervurada; para η2 deverá ser usado o valor 0,7
que corresponde a situação de má aderência, região superior de viga de 70 cm
(ver Figura 7.6); para η3 deverá ser usado o valor 0,92 que corresponde a barra
de diâmetro 40 mm; e para γc deverá ser usado o valor 1,4 que corresponde a
combinação de normal de carregamento - ELU.
a. Dados
f ck = 25 MPa C25
η1 = 2,25 barra nervurada
η 2 = 0,70 situação de má aderência

2006 7-5 ufpr/tc405


η3 = 0,92 φ = 40 mm
γ c = 1,40 ELU - combinação normal
b. fbd
 0,21η1 η 2 η 3  3 2
fbd =   f ck
 f ck em MPa
 γ c 
 0,21× 2,25 × 0,7 × 0,92  3
fbd =   25 2 = 1,86 MPa
 1,4 
fbd = 1,86 MPa ◄

Os valores de fbd para situações de boa aderência e barras com diâmetro igual ou menor
que 32 mm estão mostrados na Tabela 7.2.

fbd
φ ≤ 32 mm (boa aderência) γc = 1,40
barras
concreto
lisas entalhadas nervuradas
C20 1,11 MPa 1,55 MPa 2,49 MPa
C25 1,28 MPa 1,80 MPa 2,89 MPa
C30 1,45 MPa 2,03 MPa 3,26 MPa
C35 1,60 MPa 2,25 MPa 3,61 MPa
C40 1,75 MPa 2,46 MPa 3,95 MPa
C45 1,90 MPa 2,66 MPa 4,27 MPa
C50 2,04 MPa 2,85 MPa 4,58 MPa
Tabela 7.2 - Valores de fbd1

7.5 Comprimento de ancoragem - valores de cálculo


Os valores de cálculo para comprimento de ancoragem de barras, a serem usados em
projetos de estruturas de concreto armado, são obtidos da Equação 7.3 substituindo τb,unif por fbd,
de tal forma que:
φ σs
l b,nec = ⋅ Equação 7.7
4 fbd

No caso particular em que a tensão normal σs corresponde ao valor limite de cálculo fyd,
tem-se:
φ f yd
lb = ⋅ Equação 7.8
4 fbd

A ABNT NBR 6118, item 9.4.2.4, define o valor de lb da Equação 7.8 como sendo o
comprimento de ancoragem básico, necessário para ancorar a força limite As fyd, atuante na
barra, admitindo, ao longo desse comprimento, resistência de aderência uniforme e igual a fbd.
Deve ser observado que o valor do comprimento de ancoragem necessário (lb,nec da
Equação 7.7) será sempre menor ou igual ao comprimento de ancoragem básico (lb da
Equação 7.8) pois σs ≤ fyd.
ABNT NBR 6118:
“9.4.2.4 Comprimento de ancoragem básico
Define-se comprimento de ancoragem básico como o comprimento reto de uma barra
de armadura passiva necessário para ancorar a força limite As fyd nessa barra,
admitindo, ao longo desse comprimento, resistência de aderência uniforme e igual a
fbd, conforme item 9.3.2.1.”
1
Para situação de má aderência, multiplicar os valores da tabela por 0,7.
2006 7-6 ufpr/tc405
O comprimento de ancoragem básico é dado por:
φ fyd
lb = ⋅
4 fbd
9.4.2.5 Comprimento de ancoragem necessário
O comprimento de ancoragem necessário pode ser calculado por:
A s,cal
l b,nec = α l b ≥ l b,min
A s,ef
sendo:
α=
1,0 para barras sem gancho;
α=
0,7 para barras tracionadas com gancho, com cobrimento no plano normal
ao do gancho ≥ 3φ;
α = 0,7 quando houver barras transversais soldadas conforme 9.4.2.2;
α = 0,5 quando houver barras transversais soldadas conforme 9.4.2.2 e
gancho, com cobrimento no plano normal ao do gancho ≥ 3φ;
lb calculado conforme 9.4.2.4;
lb,min o maior valor entre 0,3lb, 10φ e 100 mm
Permite-se, em casos especiais, considerar outros fatores redutores do comprimento
de ancoragem necessário.“
Deve ser observado que a apresentação do comprimento de ancoragem necessário
apresentado pelo item 9.4.2.5 da ABNT NBR 6118, aparentemente, difere do estabelecido pela
Equação 7.7. No entanto, os dois modos de apresentação são equivalentes, como demonstrado a
seguir.
A Equação 7.7 decorre da Figura 7.3 onde é mostrado que:
R R
σ s = sd = sd
As A s,ef
onde As representa a área da seção transversal efetiva (As,ef) da barra tracionada pela força Rsd.
Desta forma, a Equação 7.7 pode ser escrita
φ σ φ 1 R sd
l b,nec = ⋅ s = ⋅ ⋅
4 fbd 4 fbd A s,ef
Como uma força pode ser sempre representada pelo produto de uma área por uma tensão,
para a força Rsd vale:
R sd = A s,cal × fyd
onde As,cal representa a área a ser calculada (As,cal ≤ As,ef), para que a tensão σs atuante na barra
tracionada pela força Rsd resulte igual a fyd. Desta forma, tem-se:
φ 1 R sd φ 1 A s,cal × fyd
l b,nec = ⋅ ⋅ = ⋅ ⋅
4 fbd A s,ef 4 fbd A s,ef
ou ainda:
φ f yd A s,cal A s,cal
l b,nec = ⋅ ⋅ = lb Equação 7.9
4 fbd A s,ef A s,ef

A Equação 7.9 é, portanto, a mesma apresentada pela ABNT NBR 6118, item 9.4.2.5, a
menos do fator α.
Desta forma, o valor de lb,nec pode ser calculado por:
0,3 l b 
A s,cal  
l b,nec = α lb ≥ max 10 φ  Equação 7.10
A s,ef
10 cm

A combinação da Equação 7.7 com a Equação 7.9, resulta em:


φ σ φ f yd A s,cal
l b,nec = × s = × ×
4 fbd 4 fbd A s,ef
de tal forma que, a tensão atuante na barra tracionada fica definida por:
2006 7-7 ufpr/tc405
A s,cal
σs = × f yd Equação 7.11
A s,ef

Exemplo 7.2: Determinar o valor do comprimento de ancoragem básico das barras de


armadura positiva (armadura inferior) a ser usado em vigas de concreto armado
a serem construídas com concreto classe C20 e aço CA-50. Considerar apenas
barras nervuradas com diâmetros inferiores a 40 mm e combinações normais de
carregamento - ELU.
Solução: O valor de lb é determinado pela Equação 7.8, com fbd definido pela
Equação 7.6. Para η1 deverá ser usado o valor 2,25 que corresponde a barra
nervurada; para η2 deverá ser usado o valor 1,0 que corresponde a situação de
boa aderência, região inferior de vigas (ver Figura 7.6); para η3 deverá ser usado
o valor 1,0 que corresponde a barras de diâmetro menor que 40 mm; para γc
deverá ser usado o valor 1,4 que corresponde a combinações normal de
carregamento - ELU; e para γs deverá ser usado o valor 1,15 que corresponde a
combinações normal de carregamento - ELU.
a. Dados
f ck = 20 MPa C20
f yk = 500 MPa CA50
η1 = 2,25 barra nervurada
η 2 = 1,00 situação de boa aderência
η 3 = 1,00 φ < 40 mm
γ c = 1,40 ELU - combinação normal
γ s = 1,15 ELU - combinação normal
f yk 500
f yd = = = 435 MPa
γs 1,15
b. fbd
 0,21η1 η 2 η 3  3 2
fbd =   f ck
 f ck em MPa
 γc 
 0,21× 2,25 × 1,0 × 1,0  3
fbd =   20 2 = 2,49 MPa
 1,4 
c. lb
φ f yd
lb = ⋅
4 fbd
φ 435
lb = ⋅ = 44 φ
4 2,49
l b = 44 φ ◄

Os valores de lb para CA-50, situações de boa aderência e barras com diâmetro igual ou
menor que 32 mm estão mostrados na Tabela 7.3.

2006 7-8 ufpr/tc405


lb
γc = 1,40 φ ≤ 32 mm
γs = 1,15 (boa aderência)
CA-50-
Barras
concreto
Lisas entalhadas nervuradas
C20 98φ 70φ 44φ
C25 85φ 61φ 38φ
C30 75φ 54φ 33φ
C35 68φ 48φ 30φ
C40 62φ 44φ 28φ
C45 57φ 41φ 25φ
C50 53φ 38φ 24φ
Tabela 7.3 - Comprimento de ancoragem básico - CA-501

7.6 Redução do comprimento de ancoragem


7.6.1 Ganchos das armaduras de tração
Uma das maneiras permitida pela ABNT NBR 6118 para a redução de comprimentos de
ancoragem é através do uso
de ganchos em armaduras
2φ 4φ tracionadas (Figura 7.7).

D φ D φ D φ

a) b) c)

Figura 7.7 – Tipos de ganchos


De acordo com o item 9.4.2.3 da ABNT NBR 6118, os ganchos podem ser:
a. semicirculares, com ponta reta de comprimento não inferior a 2φ (Figura 7.7.a);
b. em ângulo de 45° (interno), com ponta reta de comprimento não inferior a 4φ
(Figura 7.7.b); e
c. em ângulo reto, com ponta reta de comprimento não inferior a 8φ (Figura 7.7.c).
Para as barras lisas, os ganchos devem ser semicirculares.
O diâmetro interno da curvatura (D) dos ganchos das armaduras longitudinais de tração
deve ser pelo menos igual ao estabelecido na Tabela 7.4.
Tipo de Aço
Bitola (mm)
CA-25 CA-50 CA-60
<20 4φ 5φ 6φ
≥20 5φ 8φ -
Tabela 7.4 – Diâmetro dos pinos de dobramento
É importante observar que o uso de ganchos em barras tracionadas é bastante restrito. A
necessária cobertura de concreto (3φ), no plano normal ao do gancho, praticamente, só ocorre
nas extremidades de vigas que terminam em vigas, como mostrado na Figura 7.8. O gancho da
armadura da viga V2, tem, dentro da viga V1, cobertura lateral de concreto maior que 3φ. Para
outras barras da viga V1, posicionadas fora do encontro das vigas, torna-se mais difícil a obtenção
do cobrimento exigido pela ABNT NBR 6118.

1
Para situação de má aderência, dividir os valores da tabela por 0,7.
2006 7-9 ufpr/tc405
V2 V2

≥ 3φ

V1 V1

Figura 7.8 – Ganchos em extremidade de viga

7.6.2 Barras transversais soldadas


Outra maneira permitida pela ABNT NBR 6118 para a redução de comprimentos de
ancoragem é através do uso de
φt barras transversais soldadas
(Figura 7.9).
φ φ

≥ 5φ ≥ 5φ
lb,nec lb,nec

φ φ

≥ 5φ ≥ 5φ
lb,nec lb,nec

Figura 7.9 – Ancoragem com barras transversais soldadas


De acordo com o item 9.4.2.2 da ABNT NBR 6118, a redução de comprimentos de
ancoragem é através do uso de barras transversais soldadas poderá ser feita desde que:
a. o diâmetro da barra soldada seja maior ou igual a 60% do diâmetro da barra ancorada
(φt ≥ 0,6 φ);
b. a distância da barra transversal ao ponto de início da ancoragem seja maior ou igual 5
vezes o diâmetro da barra ancorada (≥ 5 φ); e
c. a resistência ao cisalhamento da solda seja maior ou igual a 30% da resistência da
barra ancorada (0,3 As fyd).

7.7 Diagrama Rsd


Conforme mostrada na Figura 7.3, as armaduras necessitam, em sua parte final, de um
determinado comprimento para se fixarem (ancorarem) dentro da massa de concreto. Desta forma
o diagrama de tensões normais possível de ser desenvolvido em uma barra de aço destinada a
armadura para concreto armado é o mostrado na Figura 7.10.

2006 7-10 ufpr/tc405


As

início da ancoragem
lb,nec lb

σs
fyd

Figura 7.10 - Diagrama de tensões normais em barras de aço para


concreto armado

Deve ser observado na Figura 7.10 que a tensão normal na barra σs só pode atingir o valor
máximo fyd se houver espaço suficiente para ancoragem com o desenvolvimento do comprimento
de ancoragem básico lb (lado direito do diagrama). Quando o espaço necessário para a
ancoragem da barra é restrito (lado esquerdo do diagrama), onde somente o comprimento de
ancoragem necessário lb,nec pode ser desenvolvido, a tensão normal σs é menor que fyd.
Se as ordenadas mostradas no diagrama de tensões da Figura 7.10 forem multiplicas por As
(área da seção transversal da barra) chega-se ao diagrama de força resistente Rsd1, como
mostrado na Figura 7.11 (trocou-se tensão por força).

As

início da ancoragem
lb,nec lb

Rsd = As σs
Rsd = As fyd

Figura 7.11 - Diagrama Rsd (esforço resistente de cálculo)

1
A força resistente Rsd é a mesma força mostrada na Figura [5.14] e na Figura 7.3.
2006 7-11 ufpr/tc405
Exemplo 7.3: Determinar o diagrama de força resistente de cálculo Rsd para as armaduras
negativas (tracionadas) da viga abaixo indicada.
Considerar:
– concreto: C20;
– barra nervurada: CA-50;
– combinação normal de carregamento - ELU; e
– σs = fyd (máximo aproveitamento das barras).

N1 φ 12,5 – 280 cm
N2
2N2 φ 16 – 510 cm
N1
2N3 φ 16 – 620 cm - 2ª cam
A

A N3
Corte AA

Solução: O valor de lb deverá ser determinado para cada barra usando a Equação 7.8, com
fbd definido pela Equação 7.6. Para η1 deverá ser usado o valor 2,25 que
corresponde a barra nervurada; para η2 deverá ser usado o valor 0,7 que
corresponde a situação de má aderência, região superior de vigas (ver Figura 7.6);
para η3 deverá ser usado o valor 1,0 que corresponde a barras de diâmetro menor
que 40 mm; para γc deverá ser usado o valor 1,4 que corresponde a combinações
normal de carregamento - ELU; e para γs deverá ser usado o valor 1,15 que
corresponde a combinações normal de carregamento - ELU. Os diagramas
individuais Rsd (N1, N2 e N3) são obtidos de módulo análogo ao apresentado na
Figura 7.11 usando somente valores lb na horizontal e As fyd na vertical. Por se
tratar de armadura negativa, os valores das forças deverão ser posicionados "para
cima", contrário ao apresentado na Figura 7.11 que corresponde a armaduras
positivas ("para baixo"). O diagrama final Rsd corresponde à somatória dos
diagramas individuais.
a. Dados - uniformização de unidades (kN e cm)
f ck = 20 MPa = 2 kN/cm 2 C20
f yk = 500 MPa = 50,0 kN/cm 2 CA50
η1 = 2,25 barra nervurada
η 2 = 0,70 situação de má aderência
η 3 = 1,00 φ < 40 mm
γ c = 1,40 ELU - combinação normal
γ s = 1,15 ELU - combinação normal
f yk 500
f yd = = = 435 MPa = 43,5 kN/cm 2
γs 1,15
b. fbd
 0,21η1 η 2 η 3  3 2
fbd =   f ck
 f ck em MPa
 γ c 
 0,21× 2,25 × 0,7 × 1,0  3
fbd =   20 2 = 1,74 MPa = 0,174 kN/cm 2
 1,4 

2006 7-12 ufpr/tc405


c. lb
φ f yd
lb = ⋅
4 fbd
φ 43,5
lb = ⋅ = 63 φ
4 0,174
φ = 12,5 mm ⇒ l b = 63 × 12,5 = 787,5 mm ≈ 80 cm
φ = 16 mm ⇒ l b = 63 × 16 = 1008 mm ≈ 100 cm
d. Diagramas individuais das forças resistentes de cálculo
d.1. φ 12,5 mm, lb = 80 cm
πφ 2 π 1,25 2
As = = = 1,23 cm 2 53,5 kN
4 4
R sd = A s f yd = 1,23 × 43,5 = 53,5 kN

80 cm

d.2. φ 16 mm, lb = 100 cm


πφ 2 π 1,6 2
As = = = 2,01 cm 2
4 4 87,4 kN
R sd = A s f yd = 2,01 × 43,5 = 87,4 kN

100 cm
e. Diagrama Rsd

N1 1 x 53,5 = 53,5 kN

80 cm

2N2 2 x 87,4 = 174,8 kN

100 cm

2N3 2 x 87,4 = 174,8 kN

403,1 kN 100 cm
349,6 kN

174,8 kN

Rsd
0 kN

2006 7-13 ufpr/tc405


7.8 Diagrama MRd1
Seja a Figura 7.121, onde são mostradas as solicitações e resistências atuantes em um
trecho de viga de
εc y = 0,8 x concreto armado
σc de seção
Rcd = Rcd1 retangular sem
x armadura de
MSd compressão.
MRd = MRd1
h 1 d z

As
Rsd
bw εs
∆l
esforços resistentes solicitação de
de cálculo cálculo

Figura 7.12 - Esforços e solicitações em vigas de concreto armado


Por se tratar de seção retangular sem armadura de compressão, para a Figura 7.12, são
válidas as seguintes expressões:
R cd = R cd1
MRd = MRd1
Da Figura 7.12 também valem as seguintes expressões:
σc = 0,85 fcd
y
z = d−
2
de tal forma que:
Rcd1 = R sd
R cd1 = σc b w y
Rcd1 = 0,85 fcd b w y
R sd = A s σ s
MRd1 = Rcd1 z = R sd z
Portanto:
0,85 fcd b w y = A s σs
1 A s σs
y= ⋅ ⋅
0,85 b w f cd
y
z = d−
2
 1 A s σs 
z = d −  ⋅ ⋅ 
 1,7 b w f cd 
  1 A s σs 
z = d 1 −  ⋅ ⋅ 
  1,7 b w d f cd 
z  1 A s σs 
βz = = 1 −  ⋅ ⋅  Equação 7.12
d  1,7 b w d f cd 
Introduzindo o valor de βz na equação de MRd1, tem-se:

1
Esta Figura corresponde à Figura [5.14] do Capítulo [5].
2006 7-14 ufpr/tc405
MRd1 = R sd z = R sd (β z d) = (A s σ s )(β z d)
MRd1 = A s σs βz d Equação 7.13
Admitindo que εyd ≤ εs ≤ 10‰1, do diagrama tensão-deformação do aço (Figura [4.5])
pode-se estabelecer:
σ s = f yd

z  1 A s f yd 
βz = = 1 −  ⋅ ⋅ 
 Equação 7.14
d  1,7 b w d f cd 
MRd1 = A s fyd β z d Equação 7.15
A Equação 7.13 corresponde ao momento fletor resistente de cálculo para barras ancoradas
com lb,nec (σs < fyd) e a Equação 7.15 corresponde ao momento fletor resistente de cálculo para
barras ancoradas com lb (σs = fyd). Observar, também, que a Equação 7.13 e a Equação 7.15
estão contidas na Equação [5.18] usada para a determinação de armadura longitudinal de vigas
de seção retangular sem armadura de compressão.
O diagrama de momento fletor resistente MRd1 de uma barra, definido pela Equação 7.13 e
pela Equação 7.15, é análogo ao diagrama da Figura 7.11, com ordenada As σs βz d para
ancoragem lb,nec (σs < fyd) e ordenada As fyd βz d para ancoragem lb (σs = fyd), como mostrado na
Figura 7.13. De modo simplificado pode-se dizer que o digrama de momento fletor resistente MRd1
é obtido do diagrama Rsd multiplicando suas ordenadas pelo braço de alavanca z (βz d).

d
As

início da ancoragem
lb,nec lb

MRd1 = Rsd z =
MRd1 = Rsd z =
As σs βz d
As fyd βz d

Figura 7.13 - Diagrama MRd1 (momento resistente de cálculo)

Exemplo 7.4: Determinar o diagrama de momento resistente de cálculo MRd1 para as


armaduras positivas (tracionadas) da viga abaixo indicada. A viga tem 20 cm de
base e 50 cm de altura útil.
Considerar:
– concreto: C25;
– barra nervurada: CA-50;
– combinação normal de carregamento - ELU; e
– σs = fyd (máximo aproveitamento das barras).

1
Esta condição para εs corresponde aos domínios 2 e 3 da Figura [5.4]. Corresponde, também, às vigas subarmadas
(dúteis, se βx observar os limites estabelecidos pela Equação [5.3]).
2006 7-15 ufpr/tc405
A B

N3 N3

A B AA N2 BB
N1 φ 16 – 350 cm
210
2N2 φ 16 – 750 cm

2N3 φ 16 – 880 cm

Solução: O valor de lb deverá ser determinado para cada barra usando a Equação 7.8, com
fbd definido pela Equação 7.6. Para η1 deverá ser usado o valor 2,25 que
corresponde a barra nervurada; para η2 deverá ser usado o valor 1,0 que
corresponde a situação de boa aderência, região inferior de vigas (ver Figura 7.6);
para η3 deverá ser usado o valor 1,0 que corresponde a barras de diâmetro menor
que 40 mm; para γc deverá ser usado o valor 1,4 que corresponde a combinações
normal de carregamento - ELU; e para γs deverá ser usado o valor 1,15 que
corresponde a combinações normal de carregamento - ELU. O diagrama MRd1 é
obtido de módulo análogo ao diagrama Rsd do Exemplo 7.3, com o uso da
Equação 7.15 para determinação dos valores dos momentos resistentes de
cálculo. Por se tratar de armadura positiva, os valores dos momentos deverão ser
posicionados "para baixo", como apresentado na Figura 7.13.
a. Dados - uniformização de unidades (kN e cm)
f ck = 25 MPa = 2,5 kN/cm 2 C20
f yk = 500 MPa = 50,0 kN/cm 2 CA50
η1 = 2,25 barra nervurada
η 2 = 1,00 situação de boa aderência
η 3 = 1,00 φ < 40 mm
γ c = 1,40 ELU - combinação normal
γ s = 1,15 ELU - combinação normal
b w = 20 cm largura da viga
d = 50 cm altura útil da viga
φ = 16 mm = 1,6 cm diâmetro da barra
f ck 25
f cd = = = 17,9 MPa = 1,79 kN/cm 2
γ c 1,4
f yk 500
f yd = = = 435 MPa = 43,5 kN/cm 2
γ s 1,15
b. fbd
 0,21η1 η 2 η 3  3 2
fbd =   f ck
 f ck em MPa
 γ c 
 0,21× 2,25 × 1,0 × 1,0  3
fbd =   25 2 = 2,89 MPa = 0,289 kN/cm 2
 1,4 

2006 7-16 ufpr/tc405


c. lb
φ f yd
lb = ⋅
4 fbd
φ 43,5
lb = ⋅ = 38 φ
4 0,289
l b = 38 φ = 38 × 16 = 608 mm ≈ 60 cm
d. βz
d.1. 2 φ 16 mm (seção BB)
πφ 2 π 1,6 2
As = 2 =2 = 4,02 cm 2
4 4
 1 A s f yd 
β z = 1 −  ⋅ ⋅ 

 1,7 b w d f cd 
 1 4,02 43,5 
βz = 1−  ⋅ ⋅  = 0,943
 1,7 20 × 50 1,79 
d.2. 4 φ 16 mm (seção AA)
πφ 2 π 1,6 2
As = 4 =4 = 8,04 cm 2
4 4
 1 8,04 43,5 
βz = 1−  ⋅ ⋅  = 0,885
 1,7 20 × 50 1,79 
d.3. 5 φ 16 mm (seção situada entre 2,1 m e 5,6 m da face interna do pilar esquerdo)
πφ 2 π 1,6 2
As = 5 =5 = 10,05 cm 2
4 4
 1 10,05 43,5 
βz = 1−  ⋅ ⋅  = 0,856
 1,7 20 × 50 1,79 
d.4. Adoção de um único valor para βz
Deve ser observado, neste exemplo, que para uma variação de armadura de
150% (de 2 barras para 5 barras) a variação de βz foi de -9% (de 0,943 para 0,856).
Com o objetivo de não perder a linearidade entre os valores de MRd1 para as
diversas combinações de barras, é prática comum no detalhamento de vigas de
concreto armado adotar, independentemente do número de barras atuantes na seção
transversal de qualquer trecho de viga, um único valor para o braço de alavanca z, ou
seja adotar um único βz (z = βz d). Para que as condições de segurança não sejam
violadas, adota-se o menor βz (menor braço de alavanca, menor fletor resistente
MRd1) que justamente correspondente à seção transversal com maior número de
barras, ou seja adota-se o βz correspondente à seção transversal mais solicitada
(onde atua o máximo momento fletor solicitante de cálculo MSd). Desta forma, o modo
simplificado de determinar o valor de βz é através do uso da equação:
 1 A s,max f yd 
β z = 1 −  ⋅ ⋅ 

 1,7 b w d f cd 

A s,max = 10,05 cm 2 5 φ 16
 1 10,05 43,5 
βz = 1−  ⋅ ⋅  = 0,856
 1,7 20 × 50 1,79 
β z = 0,856
e. Diagrama MRd1 para uma barra de 16 mm 37 kNm
πφ 2 π 1,6 2
As = = = 2,01 cm 2
4 4
MRd1 = A s f yd β z d = 2,01× 43,5 × 0,856 × 50 60 cm

2006 7-17 ufpr/tc405


MRd1 = 3742 kNcm = 37 kNm

Existindo barras com bitolas diferentes, para cada uma delas deverá ser
desenvolvido o diagrama MRd1.
f. Diagrama MRd1

N1 1 x 37 = 37 kNm

60 cm

2N2 2 x 37 = 74 kNm

60 cm

2N3 2 x 37 = 74 kNm

60 cm
0 kNm

74 kNm

MRd1
148 kNm

185 kNm

g. Condição de segurança

MSd,desl

MRd1

2006 7-18 ufpr/tc405


A viga será segura se, em qualquer seção transversal, for verificada a condição
MRd1 ≥ MSd,desl (R d ≥ S d )
Além do exposto neste exemplo, outras condições para detalhamento de armadura
longitudinal de vigas devem ser observadas, como as estabelecidas no item 18.3.2.3 da
ABNT NBR 6118.

7.9 Posição relativa entre os diagramas MSd,desl e MRd1


7.9.1 Vãos e apoios intermediários de vigas
Segundo a ABNT NBR 6118, item 18.3.2.3.1, o diagrama MRd1, nos pontos onde a tensão
normal atuante nas barras é nula (pontas das barras), deve ficar afastado de 10 φ (diâmetro da
barra que esta sendo ancorada) do diagrama MSd,desl, (diagrama de momentos fletores solicitantes,
deslocado) como mostrado na Figura 7.14.

barra n – diâmetro φ

início da ancoragem

lb lb
barra n
MRd1 final da ancoragem
barra n barra n + 1
MSd
≥ 10 φ ≥ 10 φ
MSd,desl
al

≥ 10 φ ≥ 10 φ
barra m + 2

barra m + 1

barra m
≥ 10 φ
lb

lb

barra m – diâmetro φ

barra m + 1 – diâmetro φ

Figura 7.14 – Posição relativa entre os diagramas MSd,desl e MRd1

Exemplo 7.5: Detalhar a armadura positiva da viga abaixo representada. A viga tem 15 cm de
base e 50 cm de altura.
Dados:
– concreto: C20; e
– barra nervurada: CA-50.
Considerar:
– somente solicitações normais;
2006 7-19 ufpr/tc405
– viga de seção retangular, sem armadura de compressão e simplesmente
tttttttapoiada nos pilares;
- pilares com 20 cm de largura;
– estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4,
tttttttγq = 1,4, γc = 1,4 e γs = 1,15);
- al = d;
– armadura transversal (estribos): 6,3 mm;
– cobrimento nominal: 3 cm; e
– dimensão máxima do agregado: 12,5 mm.
Obs.:
– peso próprio da viga incluído na carga gk.

gk = 30 kN/m

Esc.: 1:0,667

1,5 m 5,0 m 1,5 m

Solução: O valor de lb é determinado de modo análogo ao do Exemplo 7.2.


A determinação da armadura necessária para resistir ao máximo momento fletor
positivo é feita de modo análogo ao do Exemplo [5.1].
O posicionamento das barras é determinado de modo análogo ao mostrado na
Figura 7.14.
a. Diagrama MSd

47,25 kNm

- -

84,00 kNm

Esc. hor.: 1:0,667


Esc. vert.: 1:20

b. Dados
f ck = 20 MPa C20
γ c = 1,40 ELU - combinação normal
f ck 20
f cd = = = 14,3 MPa = 1,43 kN/cm 2
γ c 1,4
η1 = 2,25 barra nervurada
η 2 = 1,00 situação de boa aderência
η 3 = 1,00 φ < 40 mm
 0,21η1 η 2 η 3 3 2
fbd =   f ck
 f ck em MPa
 γc 
2006 7-20 ufpr/tc405
 0,21× 2,25 × 1,0 × 1,0  3
fbd =   20 2 = 2,49 MPa = 0,249 kN/cm 2
 1,4 
fyk = 500 MPa CA50
γ s = 1,15 ELU - combinação normal
f yk 500
f yd = = = 435 MPa = 43,5 kN/cm 2
γs 1,15
φ f yd
lb = ⋅
4 fbd
φ 43,5
lb = ⋅ = 44 φ
4 0,249
b w = 15 cm
h = 50 cm
d = 50 - 6 = 44 cm (assumido)
c nom = 3 cm
φ t = 6,3 mm = 0,63 cm
dmax = 12,5 mm = 1,25 cm
 1,43 
0,035 × × 15 × 50 = 0,86 cm 2 
A s,min = max  43,5 = 1,13 cm 2
 2 
0,0015 × 15 × 50 = 1,13 cm 
A s,max = 0,04 × 15 × 50 = 30,0 cm 2
MSd = 84 kNm = 8400 kNcm
MRd1,lim = 0,272 × 15 × 44 2 × 1,43 = 11295 kNcm
M Sd < MRd1,lim ⇒ não há necessidad e de armadura de compressão
{ 123
8 400 kNcm 11295 kNcm

MSd = MRd = MRd1 = 8 400 kNcm


c. Armadura longitudinal
8 400
βc = = 0,202 < 0,272 OK
15 × 44 2 × 1,43
β z = 0,862
β c = 0,202 ⇒ ⇒ 
123 β = 1,000
tabela  s

8 400 > 1,13 cm 2


As = = 5,09 cm 2  OK
0,862 × 44 × 1,000 × 43,5 < 30,0 cm
2
15 cm
π × 1,252
3 φ12,5 = 3 × = 3,68 cm2
4
π × 1,0 2
2 φ10 = 2× = 1,57cm2 10 mm 6,3 mm
4
3 φ12,5 + 2 φ10 = 5,25 cm2
12,5 mm
2 cm
A s,cal = 5,09 cm2
A s,ef = 5,25 cm2 3 cm
d. Verificação de ah e av
a v = 2,00 cm
15 − (2 × 3,0 + 2 × 0,63 + 3 × 1,25 ) ah
ah = = 2,00 cm
3 −1

2006 7-21 ufpr/tc405


2 cm 

a v ≥ max φ l = 1,25 cm  2,0 cm
= OK
0,5 dmax = 0,5 × 1,25 = 0,63 cm
2 cm 

a h ≥ max φ l = 1,25 cm  = 2,0 cm OK

1,2 dmax = 1,2 × 1,25 = 1,50 cm
e. Verificação de d
  π × 1,25 2   1,25    π × 1,02   1,0 
3 ×  ×
  2    +  2 × 

 × 1,25 + 2,0 +
 
  4     4   2 
y cg =
  π × 1,25 2    π × 1,02 
3 ×    + 2 × 
 


  4    4 
 2 1,25   2  1,0 
 3 × 1,25 ×  + 2 × 1,0 × 1,25 + 2,0 + 
 2    2 
y cg = = 1,56 cm
( ) (
3 × 1,25 2 + 2 × 1,02 )
(
d = h − y cg + φ t + c nom ) h
d = 50 − (1,56 + 0,63 + 3,0 ) = 44,81cm > 44 cm OK d
d = 44,81cm φl
a l = d ≈ 45 cm av
f. Determinação de MRd1
 0,68 b w d fcd  cg cnom
βs =   βx (ycg + φt + cnom)
 A f 
 s yd 
 0,68 × 15 × 44 ,81× 1,43  ycg φt
βs =   × βx
 5,25 × 43,5 
βs = 2,862 β x
β x = 0,349 β s
β c = 0,204

β x = 0,349 ⇒ ⇒ β z = 0,860
123
tabela β = 1,000 OK
 s
MRd1 = βc b w d2 fcd
MRd1 = 0,204 × 15 × 44,812 × 1,43 = 8 786 kNcm > 8 400 kNcm
1424 43 4
MSd
2
π × 1,25

MRd1,φ12,5 = 8 786 × 4
2
π × 1,25 π × 1,0 2
3× + 2×
4 4
3,68
MRd1,φ12,5 = 8 786 × = 6 158 kNcm = 62 kNm
5,25
π × 1,0 2

MRd1,φ10 = 8 786 × 4
π × 1,25 2 π × 1,02
3× + 2×
4 4
1,57
MRd1,φ10 = 8 786 × = 2 628 kNcm = 26 kNm
5,25

2006 7-22 ufpr/tc405


Verificação do valor de βz e MRd1 (Equação 7.14 e Equação 7.15)
z  1 A s f yd 
β z = = 1 −  ⋅ ⋅ 

d  1,7 b w d f cd 

 1 5,25 43,5 
βz = 1−  × ×  = 0,860 OK
 1,7 15 × 44 ,81 1,43 
MRd1 = A s f yd β z d
MRd1 = 5,25 × 43,5 × 0,860 × 44,81 = 8 801kNcm > 8 786 kNcm (imprecisão de tabela)
A diferença dos valores de MRd1, calculados como funções de βc (8 786 kNcm) e de βz
(8 801 kNcm), é devida à imprecisão de tabela. Para βx igual a 0,349412 (valor mais exato),
βc corresponderia a 0,204392 e βz seria igual a 0,860234. O valor de MRd1, função de βc,
0,204392 x 15 x 44,812 x 1,43 resultaria igual a 8803 kNcm e o valor de MRd1, função de βz,
5,25 x 43,5 x 0,860235 x 44,81 corresponderia a 8803 kNcm. Esta imprecisão de tabela
será ignorada na seqüência da resolução deste Exemplo.
g. Determinação dos comprimentos de ancoragem
l b,φ10mm = 44 × 10 = 440 mm = 44 cm
l b,φ12,5mm = 44 × 12,5 = 550 mm = 55 cm
h. Diagrama MSd,desl

47,25 kNm MSd

MSd,desl

84,00 kNm

al = 45 cm Esc. hor.: 1:66,7


Esc. vert.: 1:20

i. Posicionamento vertical das barras em relação ao diagrama MSd,desl

Esc. hor.: 1:66,7


Esc. vert.: 1:20

φ 12,5 mm

φ 12,5 mm
62 kNm
φ 12,5 mm
φ 10 mm 84 kNm
88 kNm
φ 10 mm

2006 7-23 ufpr/tc405


j. Leque de ancoragem

Esc. hor.: 1:66,7


lb = 55 cm Esc. vert.: 1:20 55 cm

3 3

2 2

1 1
62 kNm
φ 12,5 mm
2 2
0 84 kNm 0
1 88 kNm 1
φ 10 mm
0 0

lb = 44 cm 44 cm

k. Paralelismo de ancoragem

Esc. hor.: 1:66,7


lb = 55 cm Esc. vert.: 1:20 55 cm

3 3

2 2
≥ 10 φ
1 ≥ 10 φ 1

φ 12,5 mm
2 2
0 paralelas 0
1 paralelas 1
φ 10 mm
0 0
lb = 44 cm 44 cm
2 φ 10 mm - 310 cm

2006 7-24 ufpr/tc405


l. Diagramas MRd1 dos conjuntos de barras

Esc. hor.: 1:66,7


lb = 55 cm Esc. vert.: 1:20 55 cm

3 3

2 paralelas 2

1 1
paralelas
φ 12,5 mm
2 2
0 0
1 paralelas 1
φ 10 mm
0 0
lb = 44 cm 44 cm
2 φ 10 mm – 310 cm

1 φ 12,5 mm – 400 cm

2 φ 12,5 mm – 510 cm

Obs.:
Todas as pontas das barras estão afastadas de uma distância maior ou igual a 10 φ
do diagrama MSd,desl.
O paralelismo de ancoragem existente do lado direito é simétrico em relação ao lado
esquerdo.
m. Detalhamento da armadura longitudinal positiva

armadura inferior armadura superior


(porta-estribo) não (negativa) não
detalhada detalhada

85 cm cnom = 3 cm Esc.: 1:66,7

40 cm

15 cm
2 N1 - φ 10 mm - 310 cm - 2ª cam.

1 N2 - φ 12,5 mm - 400 cm

2 N3 - φ 12,5 mm - 510 cm

Para detalhamento da armadura longitudinal negativa ver Exemplo 7.6.

2006 7-25 ufpr/tc405


n. Verificações
De acordo com o item 18.3.2.4 -c da ABNT NBR 6118, pelo menos 25% da armadura
positiva deve ser estendida aos apoios intermediários. Como duas barras (N3) chegam ao
apoio, tem-se:
π × 1,25 2

%A s,apoio = 4 = 47% > 25% OK
π × 1,25 2 π × 1,02
3× + 2×
4 4
De acordo com item 18.3.2.4.1 da ABNT NBR 6118, as armaduras positivas
provenientes do meio do vão deverão estender-se, no mínimo, 10 φ além da face do apoio.
Como a armadura N3 está posicionada 15 cm além da face interna do apoio, o item da
Norma está verificado (10 φ corresponde a 12,5 cm).
o. Diagramas MSd,desl e MRd1

MSd,desl

MRd1

7.9.2 Balanços
Para os trechos de vigas em balanços, o detalhamento da ancoragem reta requer alguns
cuidados especiais. Pela Figura 7.15
pode ser observado que, pelo
MSd,desl
detalhamento apresentado em 7.9.1,
parte da armadura reta ancorada
lb ficaria situada fora da viga.

MRd1

∆lb

Figura 7.15 – Vigas em balanço


Embora dispositivos especiais de ancoragem possam ser usados para resolver a situação
da armadura mostrada na Figura 7.15, é prática comum a dobra desta armadura para dentro da
viga. Para se evitar que trechos expressivos de ancoragem se situem na vertical é conveniente
adotar para ∆lb valores não superiores a 25% de lb, como mostrado na Figura 7.16 (∆lb contado a
partir da face final do balanço). Como as pontas de barras devem estar afastadas de 10 φ do
diagrama MSd,desl e a parte dobrada não pode ser maior que d, tem-se para ∆lb:

2006 7-26 ufpr/tc405


0,25 l b 
10 φ ≤ ∆l b ≤ min   Equação 7.16
d 
Se as desigualdades apresentadas na Equação 7.16 não puderem ser verificadas
simultaneamente, prevalece os
10 φ, desde que inferiores a d.
∆lb ≤ 0,25 lb

φ ≥10 φ d

Figura 7.16 – Detalhe de armadura de viga em balanço


O comprimento do trecho reto dobrado (trecho vertical), também, não deverá ser inferior a
10 φ (Figura 7.16).
Para a definição do diâmetro do pino de dobramento das barras longitudinais que chegam a
ponta do balanço deve ser usada a Tabela 7.6, apresentada em 7.13.
Exemplo 7.6: Detalhar a armadura negativa da viga abaixo representada. A viga tem 15 cm de
base e 50 cm de altura.
Dados:
– concreto: C20; e
– barra nervurada: CA-50.
Considerar:
– somente solicitações normais;
– viga de seção retangular, sem armadura de compressão e simplesmente
tttttttapoiada nos pilares;
- pilares com 20 cm de largura;
– estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4,
tttttttγq = 1,4, γc = 1,4 e γs = 1,15);
- al = d;
– armadura transversal (estribos): 6,3 mm;
– cobrimento nominal: 3 cm; e
– dimensão máxima do agregado: 12,5 mm.
Obs.:
– peso próprio da viga incluído na carga gk.

gk = 30 kN/m

Esc.: 1:0,667
1,5 m 5,0 m 1,5 m

Solução: O valor de lb é determinado de modo análogo ao do Exemplo 7.2.


A determinação da armadura necessária para resistir ao máximo momento fletor
negativo é feita de modo análogo ao do Exemplo [5.2].
O posicionamento das barras é determinado de modo análogo ao mostrado na
Figura 7.14.

2006 7-27 ufpr/tc405


a. Diagrama MSd

47,25 kNm

- -

84,00 kNm

Esc. hor.: 1:0,667


Esc. vert.: 1:20

b. Dados
f ck = 20 MPa C20
γ c = 1,40 ELU - combinação normal
f ck 20
f cd = = = 14,3 MPa = 1,43 kN/cm 2
γ c 1,4
η1 = 2,25 barra nervurada
η2 = 0,70 situação de má aderência
η 3 = 1,00 φ < 40 mm
 0,21η1 η 2 η 3  3 2
fbd =   f ck
 f ck em MPa
 γ c 
 0,21× 2,25 × 0,7 × 1,0  3 2 2
fbd =   20 = 1,74 MPa = 0,174 kN/cm
 1,4 
fyk = 500 MPa CA50
γ s = 1,15 ELU - combinação normal
f yk 500
f yd = = = 435 MPa = 43,5 kN/cm 2
γs 1,15
φ f yd
lb = ⋅
4 fbd
φ 43,5
lb = × = 63 φ
4 0,174
b w = 15 cm
h = 50 cm
d = 50 - 6 = 44 cm (assumido)
c nom = 3 cm
φ t = 6,3 mm = 0,63 cm
dmax = 12,5 mm = 1,25 cm
 1,43 
0,035 × × 15 × 50 = 0,86 cm 2 
A s,min = max  43,5 = 1,13 cm 2
 2 
0,0015 × 15 × 50 = 1,13 cm 
A s,max = 0,04 × 15 × 50 = 30,0 cm2

2006 7-28 ufpr/tc405


MSd = 47,25 kNm = 4 725 kNcm
MRd1,lim = 0,272 × 15 × 44 2 × 1,43 = 11295 kNcm
MSd < MRd1,lim ⇒ não há necessidade de armadura de compressão
{ 123
4 725 kNcm 11295 kNcm

MSd = MRd = MRd1 = 4 725 kNcm


c. Armadura longitudinal
4 725
βc = = 0,114 < 0,272 OK
15 × 442 × 1,43
β z = 0,928
βc = 0,114 ⇒ ⇒ 
123 β = 1,000
tabela  s

4 725 > 1,13 cm 2


As = = 2,66 cm 2  OK
0,928 × 44 × 1,000 × 43,5 < 30,0 cm
2

π × 1,02
4 φ10 = 4 × = 3,14 cm2 (2 camadas)
4
A s,cal = 2,66 cm2
A s,ef = 3,14 cm2
d. Verificação de ah e av ah 3 cm
a v = 2,00 cm
15 − (2 × 3,0 + 2 × 0,63 + 2 × 1,0 )
ah = = 5,74 cm
2 −1
2 cm
2 cm 

a v ≥ max φ l = 1,25 cm  2,0 cm
= OK 10 mm 6,3 mm
0,5 dmax = 0,5 × 1,25 = 0,63 cm
2 cm 

a h ≥ max φ l = 1,25 cm  = 2,0 cm OK
 15 cm
1,2 dmax = 1,2 × 1,25 = 1,50 cm
e. Verificação de d
  π × 1,0 2   1,0    π × 1,0 2   1,0 
2 ×   ×    + 2 × 
 
 × 1,0 + 2,0 +
 
  4   2    4   2 
y cg = = 2,00 cm
  π × 1,0 2 
4 ×  

  4 
(
d = h − y cg + φ t + c nom ) ycg cnom
d = 50 − (2,00 + 0,63 + 3,0 ) = 44,37 cm > 44 cm OK
d = 44,37 cm av
a l = d ≈ 45 cm cg
f. Determinação de MRd1
 0,68 b w d fcd  φl
βs =   βx
 A s fyd  d φt
  h
 0,68 × 15 × 44,37 × 1,43 
βs =  βx
 3,14 × 43,5 
β x = 0,211β s

2006 7-29 ufpr/tc405


β c = 0,131

β x = 0,211 ⇒ ⇒ β z = 0,916
123
tabela β = 1,000 OK
 s
MRd1 = βc b w d2 fcd
MRd1 = 0,131 × 15 × 44,37 2 × 1,43 = 5 532 kNcm > 4 725 kNcm
1424 43 4
MSd

Verificação do valor de βz e MRd1 (Equação 7.14 e Equação 7.15)


z  1 A s f yd 
β z = = 1 −  ⋅ ⋅ 

d  1,7 b w d f cd 
 1 3,14 43,5 
βz = 1−  × ×  = 0,916 OK
 1,7 15 × 44,37 1,43 
MRd1 = A s f yd β z d
MRd1 = 3,14 × 43,5 × 0,916 × 44,37 = 5 551kNcm ≈ 5 532 kNcm OK
g. Determinação dos comprimentos de ancoragem
l b,φ10mm = 63 × 10 = 630 mm = 63 cm
h. Diagrama MSd,desl

47,25 kNm MSd

MSd,desl

84,00 kNm

al = 45 cm Esc. hor.: 1:66,7


Esc. vert.: 1:20

i. Posicionamento vertical das barras em relação ao diagrama MSd,desl (apoio esquerdo)

55,3 kNm
φ 10 mm
47,25 kNm

Esc. hor.: 1:33,3


Esc. vert.: 1:10

2006 7-30 ufpr/tc405


i. Leque de ancoragem e definição de ∆lb (apoio esquerdo)

55,3 kNm
4 φ 10 mm 4
47,25 kNm

3 3

2 2

1 1

K
0 0

Esc. hor.: 1:33,3


lb = 63 cm Esc. vert.: 1:10 lb = 63 cm
∆lb = 15 cm
O ponto K corresponde ao ponto final de ancoragem (ponta de barra) das barras que
irão cobrir o momento negativo que aparece na ponta do balanço devido ao deslocamento
do diagrama MSd.
O valor de ∆lb satisfaz a todas as desigualdades da Equação 7.16, ou seja, menor
que 0,25 lb (15,75 cm), menor que d (44,37 cm) e maior que 10 φ (10 cm).
j. Diagramas MRd1 dos conjuntos de barras (apoio esquerdo)

2 φ 10 mm – 275 cm (rt.: 255 cm; db.: 20 cm)


20 cm
3 cm (cnom) da 2 φ 10 mm – 195 cm
face final do
balanço

4 4

paralelas
3 paralelas
3

2 2

paralelas ≥ 10 φ
1
1

0 K 0

Esc. hor.: 1:33,3


lb = 63 cm Esc. vert.: 1:10 lb = 63 cm
≥ 10 φ ∆lb = 15 cm ≥ 10 φ
<d (<25% de lb) (10 cm)

A dobra da barra N1 foi ajustada de 18 para 20 cm (15 cm correspondente a ∆lb mais


3 cm de cnom).
2006 7-31 ufpr/tc405
k. Detalhamento da armadura longitudinal negativa

2 N1 - φ 10 mm - 275 cm 2 N1 - φ 10 mm - 275 cm
20 255 255 20

2 N2 - φ 10 mm - 195 cm 2 N2 - φ 10 mm - 195 cm
2ª cam 2ª cam
60 cm 60 cm
cnom = 3 cm

Esc.: 1:66,7

armadura superior armadura inferior


(porta-estribo) não (positiva) não
detalhada detalhada

Para detalhamento da armadura longitudinal positiva ver Exemplo 7.5.

7.9.3 Apoios extremos de vigas


Conforme visto em [6.2], a analogia da treliça de Morsh apresenta um conjunto de forças
como mostrado na Figura 7.17.
Rcd
MSd

Rsd

VSd

Figura 7.17 – Forças atuantes na treliça


de Morsh
Na Figura 7.17 tem-se:
MSd momento fletor solicitante de cálculo;
Rcd força resistente de cálculo atuante na região de concreto comprimido;
Rsd força resistente de cálculo atuante na armadura tracionada;
VSd força cortante solicitante de cálculo.
Ainda, na Figura 7.17, deve ser observado que:
− na região do apoio, a resultante Rsd é função direta da reação de apoio VSd; e
− em região afastada do apoio, a resultante Rsd é função direta do momento fletor MSd.
Segundo o item 18.3.2.4-b da ABNT NBR 6118, a força cortante solicitante de cálculo VSd
(“externa”) pode ser equilibrada (“internamente”) pelas
VSd forças Rcwd (força resistente atuante no diagonal comprimida
de concreto) e Rsd (força resistente atuante na armadura
d tracionada), como mostrado na Figura 7.18.
tan θ =
Rcw θ al

Rsd

Figura 7.18 – Equilíbrio de forças no


apoio

2006 7-32 ufpr/tc405


Da Figura 7.18, tem-se:
al
R sd = VSd Equação 7.17
d
ABNT NBR 6118:
“18.3.2.4 Armadura de tração nas seções de apoio
Os esforços de tração junto aos apoios de vigas simples ou contínuas devem ser
resistidos por armadura longitudinais que satisfaçam à mais severa das seguintes
condições:
a) no caso de ocorrência de momentos positivos, as armaduras obtidas através do
dimensionamento da seção;
b) em apoios extremos, para garantir ancoragem da diagonal de compressão,
armaduras capazes de resistir a uma força de tração RSd = (al / d) Vd + Nd, onde
Vd é a força cortante no apoio e Nd é a força de tração eventualmente existente;
c) em apoios extremos e intermediários, por prolongamento de uma parte da
armadura de tração do vão (As,vão), correspondente ao máximo momento positivo
do tramo (Mvão), de modo que:
- As,apoio ≥ 1/3 (As,vão) se Mapoio for nulo ou negativo e de valor absoluto
Mapoio ≤ 0,5 Mvão;
- As,apoio ≥ 1/4 (As,vão) se Mapoio for negativo e de valor absoluto Mapoio > 0,5
Mvão.”
18.3.2.4.1 Ancoragem da armadura de tração nos apoios
"Quando se tratar do caso de 18.3.2.4-a), as ancoragens devem obedecer aos
critérios da figura 18.3.
Para os casos de 18.3.2.4-b) e c), em apoios extremos, as barras das armaduras
devem ser ancoradas a partir da face do apoio, com comprimentos iguais ou
superiores ao maior dos seguintes valores:
− lb,nec, conforme 9.4.2.5;
− (r + 5,5 φ);
− 60 mm.
Quando houver cobrimento da barra no trecho, medido normalmente ao plano do
gancho, de pelo menos 70 mm, e as ações acidentais não ocorrerem com grande
freqüência com seu valor máximo, o primeiro dos três valores anteriores pode ser
desconsiderado, prevalecendo as duas condições restantes.
Para os casos de 18.3.2.4-b) e c), em apoios intermediários, o comprimento de
ancoragem pode ser igual a 10 φ, desde que não haja qualquer possibilidade da
ocorrência de momentos positivos nessa região, provocados por situações
imprevistas, particularmente por efeito de vento e eventuais recalques. Quando essa
possibilidade existir, as barras devem ser contínuas ou emendadas sobre o apoio.”
As seguintes observações devem ser feitas a respeito dos itens 18.3.2.4 e 18.3.2.4.1 da
ABNT NBR 6118:
a. A expressão que aparece em 18.3.2.4-b, ficaria melhor representada se aparecesse
como:
a
R Sd = l VSd + NSd
d
onde:
RSd representaria a força (horizontal) de tração solicitante de cálculo (“externa”)
atuante na direção da armadura que chega ao apoio;
VSd representaria a força (vertical) cortante solicitante de cálculo (“externa”) atuante
no apoio;
NSd representaria a força (horizontal) normal de tração solicitante de cálculo
(“externa”) que poderia atuar na viga;
al corresponderia ao deslocamento horizontal do diagrama MSd (momento fletor
solicitante de cálculo); e
d corresponderia a altura útil da viga.

2006 7-33 ufpr/tc405


Desta forma todos os componentes da equação seriam referidos a valores solicitantes
de cálculo (“externos”).
Observar que a Equação 7.17 corresponde ao equilíbrio de uma força vertical
solicitante (“externa”) por forças resistentes (“internas”). Daí aparecer Rsd1 (s
minúsculo) no lugar de RSd2 (s maiúsculo). Ambas representam forças atuantes na
armadura horizontal, sendo Rsd a correspondente resistência (“interna”) da força
solicitante RSd (“externa”). Pela condição de segurança, Rsd ≥ RSd (a resistente tem que
ser maior ou igual a solicitante).
A ABNT NBR 6118, ao usar RSd (s maiúsculo), procura representar a solicitação que
estará submetida a armadura na região de ancoragem.
b. O r que aparece na expressão r + 5,5 φ, do item 18.3.2.4.1, corresponde ao raio
interno mínimo de curvatura, definidos na Tabela 7.4.
7.9.3.1 Ancoragem reta sem gancho ou barra transversal soldada
A ancoragem reta, sem gancho ou barra transversal soldada, de apoio extremo de vigas de
concreto armado pode ser representada pela Figura 7.19.

lb,nec
RSd

hpil
hpil ≥ lb,nec + cnom

Figura 7.19 – Ancoragem reta sem


gancho

O valor de lb,nec é dado pela Equação 7.7 e vale:


φ σ
l b,nec = × s
4 fbd
Por outro lado, RSd da Figura 7.19 pode ser obtido da Equação 7.17 e vale:
a
R Sd = l VSd
d
A tesão σs que aparece na equação de lb pode ser representada por:
al
VSd
σs = d ≤ fyd
A s,ef
Introduzindo o valor de σs na expressão de lb,nec, tem-se:
al
VSd
φ 1
l b,nec = × × d
4 fbd A s,ef
ou ainda,
φ 1 a
l b,nec = × × l VSd
A s,ef 4 fbd d
Equação 7.18
a V
A s,ef ≥ l × Sd
d fyd

1
R de resultante (força resistente), s (minúsculo) de aço e d de "design" (projeto/cálculo).
2
R (maiúsculo) de força, S (maiúsculo) de solicitação e d de "design" (projeto/cálculo).
2006 7-34 ufpr/tc405
O item 9.4.2.5 da ABNT NBR 6118, estabelece, para lb,nec:
0,3 l b 
 
l b,nec ≥ max 10 φ  Equação 7.19
10 cm

Por outro lado, o item 18.3.2.4.1 da ABNT NBR 6118 define que os comprimentos de
ancoragem, em apoios extremos, devem ser iguais ou superiores a r + 5,5 φ ou 60 mm. Como o
limite de 60 mm (6 cm) é inferior a 100 mm (10 cm) e o maior diâmetro apresentado na Tabela 7.4
corresponde a 8 φ (raio 4 φ, r + 5,5 φ = 9,5 φ), a verificação da Equação 7.19 atende, por inteiro,
ao estabelecido em 18.3.2.4.1 da ABNT NBR 6118.
Lembrando que:
φ f yd
lb = ⋅
4 fbd
tem-se:
  φ fyd 
0,3  × 
 1442f4 bd  
3
 lb 
l b,nec ≥ max  
Equação 7.20
 
10 φ 
 
 
10 cm 

Valores mínimos para lb,nec podem, então, serem tabelados, como mostrado a seguir.

lb,nec
γc = 1,40
CA-50 γs = 1,15
(boa aderência)
barras nervuradas
concreto
10 mm 12,5 mm 16 mm 20 mm 22 mm 25 mm 32 mm
C20 13 cm 16 cm 21 cm 26 cm 29 cm 33 cm 42 cm
C25 11 cm 14 cm 18 cm 23 cm 25 cm 28 cm 36 cm
C30 10 cm 13 cm 16 cm 20 cm 22 cm 25 cm 32 cm
C35 10 cm 13 cm 16 cm 20 cm 22 cm 25 cm 32 cm
C40 10 cm 13 cm 16 cm 20 cm 22 cm 25 cm 32 cm
C45 10 cm 13 cm 16 cm 20 cm 22 cm 25 cm 32 cm
C50 10 cm 13 cm 16 cm 20 cm 22 cm 25 cm 32 cm
Tabela 7.5 – Valores mínimos de lb,nec para ancoragem de apoio extremo
Somando-se aos valores apresentados na Tabela 7.5, o cobrimento nominal (cnom), têm-se
os valores mínimos para a dimensão do pilar (hpil).
A junção da Equação 7.18 com a Equação 7.20, permite:

2006 7-35 ufpr/tc405


  φ f yd 
0,3  × 

 1442f4 bd 
3
 lb
φ 1 a 
l b,nec = × × l VSd ≥
A s,ef 4 fbd d 10 φ
 Equação 7.21

10 cm

a l VSd
A s,ef ≥ ×
d f yd

Exemplo 7.7: Detalhar a armadura positiva da viga abaixo representada. A viga tem 20 cm de
base e 60 cm de altura.
Dados:
– concreto: C25; e
– barra nervurada: CA-50.
Considerar:
– somente solicitações normais;
– viga de seção retangular, sem armadura de compressão e simplesmente
tttttttapoiada nos pilares;
- pilares com 20 cm de largura;
– estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4,
tttttttγq = 1,4, γc = 1,4 e γs = 1,15);
– armadura transversal (estribos): 6,3 mm;
– cobrimento nominal: 3 cm; e
– dimensão máxima do agregado: 19 mm.
Obs.:
– peso próprio da viga incluído na carga gk.

gk = 20 kN/m

Esc.: 1:0,667

6,0 m

Solução: O valor de lb é determinado de modo análogo ao do Exemplo 7.2.


A determinação da armadura necessária para resistir ao máximo momento fletor
positivo é feita de modo análogo ao do Exemplo [5.1].
A determinação de al é feita de modo análogo ao do Exemplo [6.7].
Para a verificação da ancoragem de apoio extremo usar a Equação 7.21.
O posicionamento das barras é determinado de modo análogo ao mostrado no
Exemplo 7.5.

2006 7-36 ufpr/tc405


a. Diagramas MSd e VSd

126 kNm

Esc. hor.: 1:0,667


Esc. ver.: 1:20

84 kN

Esc. hor.: 1:0,667


Esc. ver.: 1:40

b. Dados
fck = 25 MPa C25
fck
α v2 = 1 − f ck em MPa
250
25
α v2 = 1 − = 0,9
250
γ c = 1,40 ELU - combinação normal
f ck 25
f cd = = = 17,9 MPa = 1,79 kN/cm 2
γ c 1,4
η1 = 2,25 barra nervurada
η 2 = 1,00 situação de boa aderência
η 3 = 1,00 φ < 40 mm
 0,21η1 η 2 η 3  3 2
fbd =   f ck
 f ck em MPa
 γc 
 0,21× 2,25 × 1,0 × 1,0  3
fbd =   25 2 = 2,89 MPa = 0,289 kN/cm 2
 1,4 
2
0,213 f ck
f ctd = f ck em MPa
γc
0,213 25 2
fctd = = 1,28 MPa = 0,128 kN / cm2
1,4
fyk = 500 MPa CA50

2006 7-37 ufpr/tc405


γ s = 1,15 ELU - combinação normal
f yk
500
f yd = = 435 MPa = 43,5 kN/cm 2
=
γ s 1,15
b w = 20 cm
h = 60 cm
d = 60 - 6 = 54 cm (assumido)
c nom = 3 cm
φ t = 6,3 mm = 0,63 cm
dmax = 19 mm = 1,9 cm
c. Verificação de VRd2
VRd2 = 0,27 α v 2 fcd b w d
VRd2 = 0,27 × 0,9 × 1,79 × 20 × 54 = 470 kN
VSd ≤ VRd2
VSd,max = 84 kN (o correto seria o VSd,face que é menor que VSd,eixo)
V ,max < VRd2 OK (verificado para VSd,eixo, fica verificado VSd,face)
1Sd23 {
84 kN 470 kN

d. Valor de al
Será admitido Modelo I, estribos verticais
Vc = 0,6 fctd bw d
Vc = 0,6 × 0,128× 20× 54 = 83kN
d  VSd,max ≥ 0,5 d

al =
2  (VSd,max − Vc ) ≤ d

VSd,max = 84 kN (o correto seria VSd,face)
54  84 
al =   = 2 268 cm
2  (84 − 83 ) 
≥ 0,5 d = 0,5 × 54 = 27 cm
al  ⇒ al = 54 cm
≤ d = 54 cm
a l = d = 54 cm
e. Determinação de lb
φ f yd
lb = ⋅
4 fbd
φ 43,5
lb = ⋅ = 38 φ
4 0,289
f. Armadura longitudinal
 1,43 
0,035 × × 20 × 60 = 1,73 cm2 
A s,min = max  43,5 = 1,80 cm2
 2 
0,0015 × 20 × 60 = 1,80 cm 
A s,max = 0,04 × 20 × 60 = 48,0 cm2
MSd = 126 kNm = 12 600 kNcm
MRd1,lim = 0,272 × 20 × 54 2 × 1,79 = 28 395 kNcm
MSd < MRd1,lim ⇒ não há necessidade de armadura de compressão
{ 123
12 600 kNcm 28 395 kNcm

MSd = MRd = MRd1 = 12 600 kNcm


12 600
βc = = 0,121 < 0,272 OK
20 × 54 2 × 1,79
2006 7-38 ufpr/tc405
β z = 0,923
β c = 0,121 ⇒ ⇒ 
123 β = 1,000
tabela  s

12 600 > 1,80 cm 2


AS = = 5,81cm 2  OK
0,923 × 54 × 1,000 × 43,5 < 38,0 cm
2

π × 1,25 2
5 φ12,5 = 5 × = 6,14 cm 2 (2 camadas)
4
A s,cal = 5,81cm 2
A s,ef = 6,14 cm 2
g. Verificação de ah e av 15 cm
a v = 2,00 cm
20 − (2 × 3,0 + 2 × 0,63 + 3 × 1,25 )
ah = = 4,5 cm
3 −1
12,5 mm 6,3 mm
2 cm 
 =
a v ≥ max φ l = 1,25 cm  2,0 cm OK 2 cm
0,5 dmax = 0,5 × 1,9 = 0,95 cm
2 cm  3 cm

a h ≥ max φ l = 1,25 cm  2,3 cm
= OK
1,2 dmax = 1,2 × 1,9 = 2,3 cm
ah
h. Verificação de d
  π × 1,25 2   1,25    π × 1,25 2   1,25 
3 ×  ×
  + 2 ×   × 1,25 + 2,0 +
 
 
 4   2    4   2 
y cg =
  π × 1,25 2    π × 1,25 2 
3 ×    + 2 × 
 


  4    4 
 1,25    1,25 
3 ×  + 2 × 1,25 + 2,0 +  h
 2    2  d
y cg = = 1,93 cm
(3 + 2) φl
(
d = h − y cg + φ t + c nom ) av
d = 60 − (1,93 + 0,63 + 3,0 ) = 54,44 cm > 54 cm OK
cg cnom
d = 54,44 cm
i. Determinação de MRd1
 0,68 b w d fcd 
βs =   βx ycg φt
 A f 
 s yd 
 0,68 × 20 × 54,44 × 1,79 
βs =   × βx
 6,14 × 43,5 
β s = 4,962 β x
β x = 0,202 β s
β c = 0,126

β x = 0,202 ⇒ ⇒ β z = 0,919
123
tabela β = 1,000 OK
 s
MRd1 = βc b w d2 fcd
MRd1 = 0,126 × 20 × 54,44 2 × 1,79 = 13 369 kNcm > 12 600 kNcm
14 4244 3
MSd

MRd1 = 134 kNm

2006 7-39 ufpr/tc405


Verificação do valor de βz e MRd1 (Equação 7.14 e Equação 7.15)
z  1 A s f yd 
β z = = 1 −  ⋅ ⋅ 

d  1,7 b w d f cd 

 1 6,14 43,5 
βz = 1−  × ×  = 0,919 OK
 1,7 20 × 54,44 1,79 
MRd1 = A s f yd β z d
MRd1 = 6,14 × 43,5 × 0,919 × 54,44 = 13 363 kNcm ≈ 13 369 kNcm OK
j. Determinação dos comprimentos de ancoragem
l b,φ12,5mm = 38 × 12,5 = 475 mm = 48 cm
k. Ancoragem de apoio extremo
hpil = 20 cm
c nom = 3 cm
l b,nec ≤ 20 − 3 = 17 cm
  φ fyd 
0,3  × 
 4 f
 1424 3
bd
 lb 
φ 1 a  
l b,nec = × × l VSd ≥ max
A s,ef 4 fbd d  
10 φ 
 
 
10 cm 
a l VSd
A s,ef ≥ ×
d fyd
A Tabela 7.5 mostra que somente barras de 10 mm e 12,5 mm podem ser usadas
como ancoragem de apoio extremo (lb,nec ≤ 17 cm). A escolha de barras de 12,5 mm para o
máximo momento fletor positivo se mostrou correta.
d 84
A s,ef ≥ × = 1,93 cm 2 (mínimo de 2 barras de 12,5 chegando ao apoio ⇒ 2,45 cm2)
d 43,5
1,25 1 d
17 ≥ × × × 84 ⇒ A s,ef ≥ 5,34 cm 2 (5 barras de 12,5 mm igual a 6,14 cm2)
A s,ef 4 × 0,289 d
Pelos cálculos referentes à ancoragem de apoio extremo, são necessárias 5 barras
de 12,5 mm além da face do apoio da viga. Isto significa que todas as barras (5) definidas
para o máximo momento fletor positivo deverão ser estendidas até os apoios.
Verificações:
1,25 1 d
l b,nec = × × × 84 = 14,8 cm < 17 cm OK
6,14 4 × 0,289 d
 0,3 φ fyd 0,3 × 1,25 43,5 
 × = × = 14,1cm
 4 fbd 4 0,289 
 
l b,nec ≥ max   = 14,1cm OK
10 φ = 10 × 1,25 = 12,5 cm
 
 
 
10 cm 

2006 7-40 ufpr/tc405


l. Diagrama MSd,desl

face interna
do pilar

126 kNm

MSd

MSd,desl

Esc. hor.: 1:66,7


Esc. ver.: 1:20
al = 54 cm

m. Posicionamento vertical das barras em relação ao diagrama MSd,desl

Esc. hor.: 1:66,7


Esc. ver.: 1:20

126 kNm
134 kNm
φ 12,5 mm

n. Leque de ancoragem

5 5

4 4

3 3

2 2

1 1
126 kNm
134 kNm
φ 12,5 mm
0 0
lb = 48 cm Esc. hor.: 1:66,7 lb = 48 cm
Esc. ver.: 1:20

2006 7-41 ufpr/tc405


o. Diagrama MRd1 do conjunto de barras

face interna face interna


17 cm do pilar do pilar 17 cm

5 5

4 4

3 3
h ≥ 60 cm paralelas
2 2

φ 12,5 mm
1 1

0 0
lb = 48 cm Esc. hor.: 1:66,7 lb = 48 cm
Esc. ver.: 1:20

5 φ 12,5 mm – 614 cm

p. Detalhamento da armadura longitudinal positiva

armadura superior
(porta-estribo) não
detalhada

cnom = 3 cm

5 N1 - φ 12,5 mm - 614 cm

Esc.: 1:66,7

q. Verificação
De acordo com o item 18.3.2.4-c da ABNT NBR 6118, pelo menos 33% da armadura
positiva deve ser estendida aos apoios extremos. Como todas as barras chegam ao apoio,
o item da Norma está verificado.

2006 7-42 ufpr/tc405


r. Diagramas MSd,desl e MRd1

MSd

MSd,desl

MRd1

7.9.3.2 Ancoragem reta com gancho ou barra transversal soldada


A ancoragem reta, com gancho ou barra transversal soldada, de apoio extremo de vigas de
concreto armado pode ser representada pela Figura 7.20.

lb,nec
RSd

hpil
hpil ≥ lb,nec + cnom

Figura 7.20 – Ancoragem reta com


gancho
De acordo com o item 9.4.2.5 da ABNT NBR 6118, o uso do gancho ou da barra transversal
soldada, permite uma redução de 30% no comprimento de ancoragem. Se o gancho e a barra
transversal soldada forem usados simultaneamente, a redução passa a ser de 50%. Desta forma
a Equação 7.21 pode ser escrita como:
 0,3 φ fyd 
 × 
 4 fbd 
 φ 1 a   
l b,nec = α  × × l VSd  ≥ max  
 A s,ef 4 fbd d  10 φ
  Equação 7.22
 
 
10 cm 
a l VSd
A s,ef ≥ ×
d fyd
sendo:
α= 0,7 para barras tracionadas com gancho, com cobrimento no plano normal ao do
gancho ≥ 3φ;
α= 0,7 quando houver barras transversais soldadas conforme 9.4.2.2;
α= 0,5 quando houver barras transversais soldadas conforme 9.4.2.2 e gancho, com
cobrimento no plano normal ao do gancho ≥ 3φ;

2006 7-43 ufpr/tc405


Os valores mínimos para lb,nec permanecem os mesmos da Equação 7.21, ou seja, os
valores da Tabela 7.5 independem da existência de ganchos ou barras transversais soldadas.

7.10 Armadura transversal na ancoragem


Embora as equações de ancoragem tenham sido estabelecidas em função da simplificação
apresentada na Figura 7.3, onde é admitido que as tensões (forças) tangenciais são paralelas ao
eixo da barra, a verdadeira distribuição de forças (tensões) na interface concreto-aço tem um
aspecto mais próximo do apresentado na Figura 7.21. Nesta interface, as forças (tensões)
diagonais de compressão (Rb,diag) atuantes no concreto são acompanhadas por forças (tensões)
transversais de tração
Rb,diag (Rb,traç) para o
estabelecimento do
Rb,traç Rb,diag equilíbrio do elemento
∆x.
Rs Rs +∆ Rs Rb,tang = ∆ Rs

∆x
forças aplicadas no concreto
forças aplicadas na barra

Figura 7.21 - Região de ancoragem - equilíbrio de forças


As forças (tensões) de tração (Rb,traç) são responsáveis pela criação de uma região
microfissurada no entorno das
barras de aço, conforme
lb mostrado na Figura 7.22.

σb,traç

Figura 7.22 - Microfissuras na região de ancoragem


Nas regiões de ancoragem, microfissuradas como mostrado na Figura 7.22, podem ocorrer
rupturas, como mostrado na Figura 7.23. Estas rupturas se configuram:
− pela separação ("split") do concreto no plano horizontal que contem as barras
(Figura 7.23a);
− pela separação do concreto no plano horizontal que contem as barras, acompanhada
de fendilhamentos em planos perpendiculares ao de ruptura (Figura 7.23b); e
− pela separação do concreto, em forma de cunhas ("notch") individuais (Figura 7.23c).

a) b) c)

Figura 7.23 - Tipos de ruptura em regiões de ancoragem


Mostra, ainda, a Figura 7.23, que as rupturas em regiões de ancoragem são devidas,
principalmente a:
− posição relativa entre as armaduras; e
− posição das barras dentro da massa de concreto.

2006 7-44 ufpr/tc405


As providências a serem tomadas para evitar rupturas nas regiões de ancoragem consistem
na adoção de:
− cobrimento adequado (≥ 3φ) das armaduras de tal forma que a região microfissurada
fique interna ao concreto e afastada das bordas (Figura 7.24a);
− espaçamento adequado (≥ 3φ) entre as armaduras evitando ao máximo a
sobreposição de regiões microfissuras (Figura 7.24b); e
− armaduras (estribos) que costurem os planos de ruptura ou fendilhamento
(Figura 7.24c).

≥3φ ≥3φ

φ φ

≥3φ

a) b) c)

Figura 7.24 - Providências para evitar rupturas em regiões de


ancoragem
ABNT NBR 6118, item 9.4.1.1:
"À exceção das regiões situadas sobre apoios diretos, as ancoragens por aderência
devem ser confinadas por armaduras transversais (ver 9.4.2.6) ou pelo próprio
concreto, considerando-se este caso quando o cobrimento da barra ancorada for
maior ou igual a 3φ e a distância entre barras ancoradas for maior ou igual a 3φ.”
7.10.1 Armadura transversal para ancoragem de barras de diâmetro menor
que 32 mm
ABNT NBR 6118, item 9.4.2.6.1:
"Ao longo do comprimento de ancoragem deve ser prevista armadura transversal
capaz de resistir a 25% da força longitudinal de uma das barras ancoradas. Se a
ancoragem envolver barras diferentes, prevalece para esse efeito, a de maior
diâmetro.”

Asw,b

sb

As

Rs = As x fyd

lb

Figura 7.25 - Armadura transversal de barras ancoradas - φlong < 32 mm


A colocação da armadura transversal, necessária em regiões de ancoragem, normalmente é
colocada sob a forma de estribos fechados (Asw,b), como mostrado na Figura 7.25.

2006 7-45 ufpr/tc405


Segundo o item 9.4.2.6.1 da ABNT NBR 6118, a equivalência de forças resulta:
1
R sw,b = R s
4
ou ainda
n (A sw,b × f ywd,b ) = (A s × f yd )
1
4
com:
l
n= b
sb
Desta forma, tem-se:
A sw,b As f yd
= × Equação 7.23
sb 4 l b f yws,b

No caso em que as barras longitudinais e transversais forem constituídas de mesmo


material (fyd = fywd,b), tem-se:
A sw,b A
= s Equação 7.24
sb 4lb
O espaçamento entre as armaduras transversais (estribos) deve seguir as mesmas
limitações estabelecidas para armadura de cisalhamento (ABNT NBR 6118, item 18.3.3.2).
Exemplo 7.8: Determinar a armadura transversal necessária para a ancoragem de barras de
16 mm.
Considerar:
– concreto: C20;
– barra nervurada: CA-50;
– situação de má aderência;
– cobrimento e espaçamento entre barras menor que 3φ;
– altura útil da viga igual a 50 cm;
– combinação normal de carregamento - ELU; e
– σs = fyd (máximo aproveitamento das barras).
Solução: O valor de lb deverá ser determinado pela Equação 7.8, com fbd definido pela
Equação 7.6. Para η1 deverá ser usado o valor 2,25 que corresponde a barra
nervurada; para η2 deverá ser usado o valor 0,7 que corresponde a situação de
má aderência; para η3 deverá ser usado o valor 1,0 que corresponde a barras de
diâmetro menor que 40 mm; para γc deverá ser usado o valor 1,4 que
corresponde a combinações normal de carregamento - ELU; e para γs deverá ser
usado o valor 1,15 que corresponde a combinações normal de carregamento -
ELU. A armadura transversal necessária para ancoragem deverá ser definida
pela Equação 7.24.
a. Dados - uniformização de unidades (kN e cm)
f ck = 20 MPa = 2,0 kN/cm 2 C20
f yk = 500 MPa = 50,0 kN/cm 2 CA50
η1 = 2,25 barra nervurada
η 2 = 0,7 situação de má aderência
η 3 = 1,00 φ < 40 mm
γ c = 1,40 ELU - combinação normal
γ s = 1,15 ELU - combinação normal
φ = 16 mm = 1,6 cm diâmetro da barra
d = 50 cm altura útil da viga

2006 7-46 ufpr/tc405


πφ 2 π × 1,6 2
As = = = 2,01cm 2 área da seção transversa l de uma barra ancorada
4 4
f yk 500
f yd = = = 435 MPa = 43,5 kN/cm 2
γ s 1,15
b. fbd
 0,21η1 η 2 η 3  3 2
fbd =   f ck
 f ck em MPa
 γ c 
 0,21× 2,25 × 0,7 × 1,0  3
fbd =   20 2 = 1,74 MPa = 0,174 kN/cm 2
 1,4 
c. lb
φ f yd
lb = ⋅
4 fbd
φ 43,5
lb = ⋅ = 63 φ
4 0,174
l b = 63 φ = 63 × 16 = 1008 mm ≈ 100 cm
d. Asw,b/sb
A sw,b A
= s
sb 4lb
A sw,b 2,01
= = 0,005 cm 2 /cm = 0,5 cm 2 /m ◄
sb 4 × 100
considerando armadura transversal constituída por barras de 5 mm, tem-se:
πφ 2 π × 0,5 2
A sw,b = = = 0,2 cm 2
4 4
0,20
= 0,005 ⇒ s b = 40 cm
sb
como o valor de sb deve ficar limitado a 60% da altura útil da viga ou a 30 cm, tem-se:
0,6 × 50 = 30 cm 
sb ≤ min   = 30 cm

30 cm 
e. Solução
armadura transversal: 1 φ de 5 mm a cada 30 cm.◄

7.10.2 Armadura transversal para ancoragem de barras de diâmetro maior ou


igual a 32 mm
ABNT NBR 6118, item 9.4.2.6.2:
“Deve ser verificada a armadura em duas direções transversais ao conjunto de barras
ancoradas. Essas armaduras transversais devem suportar os esforços de
fendilhamento segundo os planos críticos, respeitando espaçamento máximo de 5φ
(onde φ o diâmetro da barra ancorada).
Quando se tratar de barras comprimidas, pelo menos uma das barras constituintes da
armadura transversal deve estar situada a uma distância igual a quatro diâmetros (da
barra ancorada) além da excentricidade da barra.”
A colocação da armadura transversal, necessária em regiões de ancoragem, pode ser feita,
como mostrado na Figura 7.26.

2006 7-47 ufpr/tc405


∑Aswy,b – Armadura de
costura do plano X e
paralelos

∑Aswx,b – Armadura de
costura do plano Y e
paralelos

5 barra passante
1 2 3 4
barra ancorada
6

Plano de
fendilhamento X
(barras 1, 2 ,3 e 4)
Plano de
fendilhamento Y
(barras 5 e 6)

Figura 7.26 - Armadura transversal de barras ancoradas - φlong ≥ 32 mm


Para as barras verticais (Axwy,b), a equivalência de forças longitudinais e transversais resulta:

(∑ A swy,b × f ywd,b ) = 41 (∑ A s × f yd ) Equação 7.25

onde:
− Aswy,b corresponde a área da seção transversal de uma barra vertical e sua somatória
abrange todas as barras colocadas ao longo do comprimento de ancoragem lb (na
Figura 7.26 são mostradas apenas quatro destas barras); e
− As corresponde a área da seção transversal de uma das barras ancoradas e sua
somatória abrange todas as barras que compõem o plano de fendilhamento X (barras
1, 2, 3 e 4 da Figura 7.26).
Para as barras verticais (Axwx,b), a equivalência de forças longitudinais e transversais resulta:

(∑ A swx,b × f ywd,b ) = 41 (∑ A s × f yd ) Equação 7.26

onde:
− Aswx,b corresponde a área da seção transversal de uma barra horizontal e sua
somatória abrange todas as barras colocadas ao longo do comprimento de ancoragem
lb (na Figura 7.26 são mostradas apenas duas destas barras); e
− As corresponde a área da seção transversal de uma das barras ancoradas e sua
somatória abrange todas as barras que compõem o plano de fendilhamento Y (barras
5 e 6 da Figura 7.26).

7.11 Ancoragem de barras comprimidas


Não deve haver distinção entre comprimentos de ancoragem de barras tracionadas ou
comprimidas. A única exigência feita pela ABNT NBR 6118, item 9.4.2.1 é que as barras
comprimidas devem ser ancoradas sem gancho em suas extremidades.
No caso específico de sapatas e blocos sobre estacas (Figura 7.27), onde nascem pilares, a
aplicação direta da Equação 7.10, para ancoragem de barras dentro destas estruturas, não deve
ser feita. É recomendado que o limite mínimo 0,3 lb seja aumentado para 0,8 lb, de tal forma que:

2006 7-48 ufpr/tc405


  φ fyd  
0,8  × 
 1 4 fbd  
4243
 lb 
φ fyd A s,cal  
l b,nec = × × ≥ max Equação 7.27
4 fbd A s,ef  
10 φ 
 
 
10 cm 

h d ≥ lb,nec
h0

h d ≥ lb,nec

Figura 7.27 – Sapatas e blocos sobre estacas

Exemplo 7.9: Um pilar de seção transversal 25 cm x 50 cm nasce de um bloco de fundação


que tem 70 cm de altura útil e será construído com concreto classe C15.
Sabendo-se que o pilar necessita 18,05 cm2 de área de armadura de aço CA-50
(barras nervuradas) para resistir às solicitações normais de compressão (ELU),
determinar o número de barras de 32 mm necessárias para compor a armadura
longitudinal deste pilar. Ao final dos cálculos, apresentar o diagrama Rsd da barra.

70 cm

2006 7-49 ufpr/tc405


Solução: A solução deste problema consiste em se determinar, para as barras do pilar, um
comprimento de ancoragem igual ou inferior a 70 cm (altura útil do bloco de
fundação). Os cálculos mostrarão que é impossível ancorar barras de 32 mm
neste bloco.
O valor de lb,nec deverá ser determinado pela Equação 7.27, com fbd definido pela
Equação 7.6. Para η1 deverá ser usado o valor 2,25 que corresponde a barra
nervurada; para η2 deverá ser usado o valor 1,0 que corresponde a situação de
boa aderência (Figura 7.6); para η3 deverá ser usado o valor 1,0 que corresponde
a barras de diâmetro menor que 40 mm; para γc deverá ser usado o valor 1,4 que
corresponde a combinações normal de carregamento - ELU; e para γs deverá ser
usado o valor 1,15 que corresponde a combinações normal de carregamento -
ELU.
O diagramas Rsd será estabelecido em função da tensão atuante nas barras
(Equação 7.11).
Deve ser lembrado que o concreto C15, aqui usado, é permitido pela
ABNT NBR 6118 apenas em obras de fundações.
a. Dados - uniformização de unidades (kN e cm)
fck = 15 MPa = 1,5 kN/cm 2 C15
f yk = 500 MPa = 50,0 kN/cm 2 CA50
η1 = 2,25 barra nervurada
η 2 = 1,0 situação de boa aderência
η 3 = 1,00 φ < 40 mm
γ c = 1,40 ELU - combinação normal
γ s = 1,15 ELU - combinação normal
d = 70 cm altura útil do bloco de fundação
φ = 32 mm = 3,2 cm diâmetro da barra
A c = 25 × 50 = 1250 cm 2 área da seção transversal do pilar
f yk 500
f yd = = = 435 MPa = 43,5 kN/cm 2 resistência de cálulo do aço
γs 1,15
A s,cal = 18,05 cm 2 área de armadura cálculada
α = 1,0 armadura comprimida não pode terminar em gancho
l b,nec ≤ 70 cm compriment o de ancoragem limitado à altura útil do bloco
b. fbd
 0,21η1 η 2 η 3  3 2
fbd =   f ck
 f ck em MPa
 γ c 
 0,21× 2,25 × 1,0 × 1,0  3 2
fbd =   15 = 2,05 MPa = 0,205 kN/cm 2
 1,4 
c. lb
φ f yd
lb = ⋅
4 fbd
φ 43,5
lb = ⋅ = 53 φ
4 0,205
l b = 53 φ = 53 × 32 = 1696 mm ≈ 170 cm

2006 7-50 ufpr/tc405


d. Valor mínimo de comprimento de ancoragem (Equação 7.27)
0,8 l b = 0,8 × 170 = 136 cm
  136 cm 70 cm
l b,nec ≥ max 10 φ = 10 × 3,2 = 32 cm = >
10 cm 
Como o valor mínimo para lb,nec resultou maior que 70 cm (altura útil do bloco de
fundação), torna-se impossível a ancoragem de barras de 32 mm neste bloco.
e. Verificação da possibilidade de ancorar barras de 25 mm
l b = 53 φ = 53 × 25 = 1325 mm ≈ 133 cm
0,8 l b = 0,8 × 133 = 106 cm
  106 cm 70 cm
l b,nec ≥ max 10 φ = 10 × 2,5 = 25 cm = >
10 cm 
Como o valor mínimo para lb,nec resultou maior que 70 cm (altura útil do bloco de
fundação), torna-se impossível a ancoragem de barras de 25 mm neste bloco.
f. Verificação da possibilidade de ancorar barras de 20 mm
l b = 53 φ = 53 × 20 = 1060 mm ≈ 106 cm
0,8 l b = 0,8 × 106 = 85 cm
l b,nec ≥ max 10 φ = 10 × 2,0 = 20 cm  = 85 cm > 70 cm
10 cm 
Como o valor mínimo para lb,nec resultou maior que 70 cm (altura útil do bloco de
fundação), torna-se impossível a ancoragem de barras de 20 mm neste bloco.
g. Verificação da possibilidade de ancorar barras de 16 mm
l b = 53 φ = 53 × 16 = 848 mm ≈ 85 cm
0,8 l b = 0,8 × 85 = 68 cm
 
l b,nec ≥ max 10 φ = 10 × 1,6 = 16 cm  = 68 cm < 70 cm OK
10 cm 
Como o valor mínimo para lb,nec resultou menor que 70 cm (altura útil do bloco de
fundação), torna-se possível a ancoragem de barras de 16 mm neste bloco.
h. Determinação do número de barras de 16 mm
φ = 16 mm = 1,6 cm
πφ 2 π × 1,6 2
As = = = 2,01cm 2
4 4
A s,ef = n A s = n × 2,01 cm 2 n = número par de barras de 16 mm
A s,cal 18,05
l b,nec = l b × = 85 × ≤ 70 cm
A s,ef n × 2,01
n ≥ 10,90 ⇒ n = 12 barras
n = 12 barras ◄
Com o valor de n definido, chega-se:
A s,ef = 12 × 2,01 = 24,12 cm 2
24,12 − 18,05
∆s = = 34% acréscimo de armadura do pilar
18,05
A s,ef 24,12
ρ= = = 1,93% taxa de armadura do pilar
Ac 1250

2006 7-51 ufpr/tc405


Os valores de lb,nec e σs, para esta solução, resultam:
 1,6 43,5 
0,8 × 4 × 0,205 = 68 cm
 
1,6 43,5 18,05  
l b,nec = × × = 56 cm ≥ max  = 68 cm
4 0,205 24,12 10 φ = 10 × 1,6 = 10 cm 
 
 
100 mm = 10 cm 
 
l b,nec = 68 cm ≈ 70 cm (altura útil da sapata ) ◄
A s,cal 18,05
σs = × f yd = × 43,5 = 32,6 kN / cm 2
A s,ef 24,12
i. Diagrama Rsd
R sd = A s × σ s = 2,01× 32,6 = 65,5 kN (ver Figura 7.11)

65,5 kN

56 cm
70 cm

7.12 Barras lisas e barras com alternância de solicitação


Segundo o item 9.4.2.1 da ABNT NBR 6118, é obrigatório o uso de ganchos nas
ancoragens de barras lisas tracionadas. Por outro lado, as barras que tenham alternância de
solicitação, tração e compressão, não devem ser ancoradas com ganchos em suas extremidades.

7.13 Ancoragem de estribos


Segundo o item 9.4.6 da ABNT NBR 6118, a ancoragem dos estribos deve necessariamente
ser garantida por meio de ganchos ou
b barras longitudinais soldadas.
a

φt φt φt

5 φ t 10 φ t
 
a≥ b≥
5 cm 7 cm
 

Figura 7.28 – Ancoragem de estribos

2006 7-52 ufpr/tc405


Os ganchos dos estribos podem ser (Figura 7.28);
a. semicirculares ou em ângulo de 45° (interno), com ponta reta de comprimento igual a
5 φt, porém não inferior a 5 cm; e
b. em ângulo reto, com ponta reta de comprimento maior ou igual a 10 φt, porém não
inferior a 7 cm (este tipo de gancho não deve ser utilizado para barras e fios lisos)
O diâmetro interno da curvatura dos estribos (Figura 7.28) deve ser, no mínimo, igual ao
indicado na Tabela 7.6.
Tipo de Aço
Bitola (mm)
CA-25 CA-50 CA-60
φt ≤ 10 3φt 3φt 3φt
10 < φt <20 4φt 5φt -
φt ≥20 5φt 8φt -
Tabela 7.6 – Diâmetro dos pinos de dobramento
para estribos

7.14 Simbologia específica


7.14.1 Símbolos base
ah espaçamento horizontal mínimo livre entre as faces das barras longitudinais,
medido no plano da seção transversal
al distância correspondente a decalagem do diagrama de força no banzo tracionado
av espaçamento vertical mínimo livre entre as faces das barras longitudinais, medido
no plano da seção transversal
bw largura da viga
cnom cobrimento nominal
d altura útil
distância da fibra de concreto mais comprimida até o centro de gravidade da
armadura tracionada
dmax dimensão máxima do agregado graúdo
fbd resistência de aderência de cálculo
fcd resistência à compressão do concreto de cálculo
fck resistência à compressão do concreto característica
fckj resistência à compressão do concreto característica aos j dias
fctd resistência à tração do concreto de cálculo
fctk resistência à tração do concreto característica
fctk,inf resistência à tração do concreto característica inferior
fct,m resistência à tração do concreto média
fctk,sup resistência à tração do concreto característica superior
fyd resistência ao escoamento do aço da armadura transversal que atua na região de
ancoragem de barras
fyk resistência ao escoamento do aço característica
fywd,b resistência ao escoamento do aço característica da armadura transversal de barras
ancoradas
gk valor característico da ação permanente
h altura da viga
hpil dimensão do pilar
h0 menor altura de sapata
lb comprimento de ancoragem básico
lb,min comprimento de ancoragem mínimo

2006 7-53 ufpr/tc405


lb,nec comprimento de ancoragem necessário
m número de barras
n número de barras
r raio interno mínimo de curvatura
sb espaçamento da armadura transversal que atua na região de ancoragem de barras
u perímetro
x abscissa
y altura do retângulo de tensões σc
ycg posição do centro de gravidade da seção transversal de um conjunto de barras
longitudinais (tracionadas ou comprimidas) em relação à geratriz mais afastada da
linha neutra, medida normalmente a esta
z braço de alavanca
Ac área de concreto
As área da seção transversal da armadura longitudinal tracionada
As,apoio área da seção transversal da armadura longitudinal tracionada no apoio
As,cal área da seção transversal da armadura longitudinal calculada
As,ef área da seção transversal da armadura longitudinal efetiva
As,max área da seção transversal da armadura longitudinal tracionada máxima
As,min área da seção transversal da armadura longitudinal tracionada mínima
As,vão área da seção transversal da armadura longitudinal tracionada no vão
Asw,b área da seção transversal da armadura transversal que atua na região de
ancoragem de barras
Aswx,b área da seção transversal da armadura transversal que atua na região de
ancoragem de barras, referentes ao plano de fendilhamento y
Aswy,b área da seção transversal da armadura transversal que atua na região de
ancoragem de barras, referentes ao plano de fendilhamento x
D diâmetro dos pinos de dobramento
Gk valor característico da ação permanente
Mapoio momento fletor atuante no apoio
Mvão momento fletor atuante no vão
MRd momento fletor resistente de cálculo
MRd1 momento fletor resistente de cálculo referenciado ao binário Rcd1, Rsd1
MRd1,lim momento fletor resistente de cálculo corresponde ao limite de dutilidade da seção
transversal (βx = βx,lim)
MSd momento fletor solicitante de cálculo
MSd,desl momento fletor solicitante de cálculo deslocado
Nd força normal de cálculo
NSd força normal solicitante de cálculo
Rb,diag força normal diagonal de tração devida à ancoragem
Rb,tang força normal tangente de tração devida à ancoragem
Rb,traç força normal de tração devida à ancoragem
Rcd força resistente de cálculo atuante na região de concreto comprimido
Rcd1 força resistente de cálculo atuante na região de concreto comprimido de área bw y
Rcwd força resistente de cálculo atuante na diagonal de compressão da treliça de Morsh
Rd resistência de cálculo
Rs força normal atuante na barra
Rsd força resistente de cálculo atuante na armadura tracionada
RSd força solicitante de cálculo atuante em apoio extremo de viga

2006 7-54 ufpr/tc405


Rsw,b força normal atuante na armadura transversal que atua na região de ancoragem de
barras
Sd solicitação de cálculo
Vc força cortante absorvida por mecanismos complementares ao da treliça de Morsh
Vd força cortante de cálculo
VRd2 força cortante resistente de cálculo, relativa à ruína das diagonais comprimidas de
concreto
VSd força cortante solicitante de cálculo
VSd,max força cortante solicitante de cálculo máxima
α coeficiente de minoração para barras ancoradas com gancho na extremidade ou
com armadura transversal soldada
αv2 coeficiente para cálculo de VRd2
βc valor adimensional auxiliar
βs valor adimensional que define a tensão de tração referente à armadura As
βx valor adimensional que define a posição da linha neutra
βy valor adimensional que define a região de concreto comprimido
βz valor adimensional que define o braço de alavanca do binário de forças Rcd1, Rsd1
εc deformação específica do concreto
εs deformação específica do aço à tração
εyd deformação específica de escoamento do aço
φ diâmetro das barras da armadura
φl diâmetro das barras da armadura longitudinal
φt diâmetro das barras da armadura transversal
γc coeficiente de ponderação da resistência do concreto
γg coeficiente de ponderação para ações permanentes diretas
γq coeficiente de ponderação para ações variáveis diretas
γs coeficiente de ponderação da resistência do aço
η coeficiente de conformação superficial
ηb coeficiente de conformação superficial
η1 coeficiente para cálculo da tensão de aderência da armadura
coeficiente correspondente à conformação superficial das barras na determinação
de fbd
η2 coeficiente que representa as condições de boa e má aderência na determinação
de fbd
η3 coeficiente que representa a bitola das barras na determinação de fbd
θ ângulo
ρ taxa de armadura longitudinal
σb,traç tensão normal de tração devida à ancoragem
σc tensão à compressão no concreto
σs tensão à tração na armadura
σs,x tensão à tração na armadura na abscissa x
τb,unif tensão tangencial de aderência uniforme
τb,x tensão tangencial de aderência na abscissa x

2006 7-55 ufpr/tc405


7.14.2 Símbolos subscritos
apoio apoio
b aderência
cal cálculo
cg centro de gravidade
desl deslocado
diag diagonal
ef efetiva
inf inferior
lim limite
m média
max máximo
min mínimo
nec necessário
nom nominal
pil pilar
sup superior
tang tangente
traç tração
unif uniforme
vão vão
x abscissa

7.15 Exercícios
Ex. 7.1: Complete o quadro abaixo considerando ELU. Forneça os valores de lb na forma
nφ, sendo n um número inteiro e φ o diâmetro da barra a ser ancorada.
Aço Concreto fbd (MPa) lb(boa ader.) lb(má ader.)
CA-25 C20
CA-50 C25
CA-50 C30
CA-60 C35
CA-60 C40
Ex. 7.2: Determinar os comprimentos das barras necessárias para resistir o momento fletor
solicitante de cálculo (negativo) do apoio B da viga abaixo representada. Detalhar a armadura
usando barras de 16 mm.
Dados:
− concreto: C20; e
− barras nervuradas: CA-50.
Considerar:
− somente solicitações normais;
− viga de seção retangular, simplesmente apoiada nos pilares;
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− d = 60 cm;
− bw = 18 cm; e
− al = d.
Escalas:
− vãos: 1 cm = 50 cm (1:50); e
− momentos: 1 cm = 20 kNm (1:20).

2006 7-56 ufpr/tc405


16 mm

diagrama de 110 kNm


momentos MSd

1,8 m 2,1 m

Ex. 7.3: Detalhar a armadura longitudinal da viga abaixo indicada.


Dados:
− concreto: C20; e
− barra nervurada: CA-50.
Considerar:
− somente solicitações normais;
− viga de seção retangular, simplesmente apoiada nos pilares;
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− bw = 20 cm;
− armadura transversal (estribos): 6,3 mm;
− cobrimento nominal: 3 cm; e
− dimensão máxima do agregado: 19 mm.
Obs.:
− peso próprio da viga desprezível.
Escalas:
− vãos: 1 cm = 50 cm (1:50); e
− momentos: 1 cm = 20 kNm (1:20).

Gk = 60 kN

50 cm

290 cm 290 cm 90 cm

20 cm 20 cm

2006 7-57 ufpr/tc405


Ex. 7.4: Detalhar a armadura longitudinal da viga abaixo indicada.
Dados:
− concreto: C25; e
− barra nervurada: CA-50.
Considerar:
− somente solicitações normais;
− viga de seção retangular, simplesmente apoiada nos pilares;
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− bw = 20 cm;
− armadura transversal (estribos): 6,3 mm;
− cobrimento nominal: 3 cm; e
− dimensão máxima do agregado: 19 mm.
Obs.:
− peso próprio da viga desprezível.
Escalas:
− vãos: 1 cm = 50 cm (1:50); e
− momentos: 1 cm = 20 kNm (1:20).

G1k = 60 kN
G2k = 30 kN

50 cm

A B

90 cm 160 cm 170 cm 160 cm 90 cm

20 cm 20 cm

Ex. 7.5: Detalhar a armadura de flexão mais econômica (barras de menores comprimentos
possíveis) para a viga abaixo indicada.
Dados:
− concreto: C25; e
− barra nervurada: CA-50.
Considerar:
− somente solicitações normais;
− viga de seção retangular, simplesmente apoiada nos pilares;
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− bw = 20 cm;
− armadura longitudinal: 16 mm;
− armadura transversal (estribos): 6,3 mm;
− cobrimento nominal: 3 cm; e
− dimensão máxima do agregado: 19 mm.
Obs.:
− as barras deverão ser detalhadas aos pares (duas por vez);
− o posicionamento da armadura deverá ser, obrigatoriamente, referido à face interna do
pilar esquerdo (A);
− o carregamento é permanente (cargas atuando simultaneamente) e os valores
apresentados são característicos; e
− peso próprio da viga desprezível.

2006 7-58 ufpr/tc405


Escalas:
− vãos: 1 cm = 50 cm (1:50); e
− momentos: 1 cm = 20 kNm (1:20).

Gk = 40 kN Gk = 40 kN Gk = 40 kN

50 cm

A B

90 cm 90 cm 150 cm 150 cm 90 cm 90 cm

20 cm 20 cm

Ex. 7.6: Detalhar as armaduras positivas e negativas (barras de menores comprimentos


possíveis) para a viga abaixo indicada.
Dados:
− concreto: C25; e
− barra nervurada: CA-50.
Considerar:
− somente solicitações normais;
− viga de seção retangular, simplesmente apoiada nos pilares;
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− bw = 20 cm;
− armadura longitudinal positiva: 16 mm;
− armadura longitudinal negativa: 12,5 mm;
− armadura transversal (estribos): 6,3 mm;
− cobrimento nominal: 3 cm; e
− dimensão máxima do agregado: 19 mm.
Obs.:
− o posicionamento da armadura deverá ser, obrigatoriamente, referido à face interna do
pilar esquerdo (A);
− o carregamento é permanente (cargas atuando simultaneamente) e os valores
apresentados são característicos; e
− peso próprio da viga desprezível.
Escalas:
− vãos: 1 cm = 50 cm (1:50); e
− momentos: 1 cm = 20 kNm (1:20).

Gk = 90 kN Gk = 144 kN Gk = 90 kN

50 cm

A B

90 cm 90 cm 150 cm 150 cm 90 cm 90 cm

20 cm 20 cm

2006 7-59 ufpr/tc405


Ex. 7.7: Detalhar a armadura longitudinal da viga abaixo indicada.
Dados:
− concreto: C25; e
− barra nervurada: CA-50.
Considerar:
− somente solicitações normais;
− viga de seção retangular, simplesmente apoiada nos pilares;
− pilares com 30 cm de largura;
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− bw = 20 cm;
− h = 65 cm;
− armadura transversal (estribos): 6,3 mm;
− cobrimento nominal: 3 cm; e
− dimensão máxima do agregado: 19 mm.
Obs.:
− peso próprio da viga incluído na carga gk.
Escalas:
− vãos: 1 cm = 50 cm (1:50); e
− momentos: 1 cm = 20 kNm (1:20).

Gk = 90 kN

gk = 20 kN/m

4m 2m

Ex. 7.8: Determinar a altura mínima h do bloco de fundação abaixo indicado. A armadura de
compressão necessária para a segurança do pilar (armadura calculada) resultou em 6,0 cm2,
porém serão usadas 6 barras de 16 mm.
Considerar:
− concreto: C15;
− barra nervurada: CA-50; e
− combinação normal de carregamento – ELU.

10 cm

2006 7-60 ufpr/tc405


Ex. 7.9: Um pilar de seção transversal 25 cm x 45 cm, suportado por um bloco de fundação,
necessita de 17,42 cm2 de área de armadura longitudinal para suportar a força normal solicitante
de cálculo (compressão) que nele poderá atuar. Determinar o número total de barras de 25 mm
que o pilar deverá possuir, sabendo-se que o bloco de fundação terá 75 cm de altura útil.
Considerar:
− concreto: C15;
− barra nervurada: CA-50; e
− combinação normal de carregamento – ELU.

NSd

85 cm

10 cm

Ex. 7.10: O pilar abaixo representado, cujo cálculo da armadura longitudinal de compressão
resultou em uma área de aço (As,cal) igual a 14,40 cm2, deverá ser suportado por uma sapata cuja
altura não poderá ultrapassar 65 cm. Observadas as regras de ancoragem reta estabelecidas pela
ABNT NBR 6118, definir a menor altura possível para a sapata de tal forma que a seção
transversal do pilar apresente a menor quantidade de barras (número par).
Considerar:
− concreto: C15;
− barra nervurada: CA-50;
− altura útil da sapata: d = h – 5 cm; e
− combinação normal de carregamento – ELU.
NSd

pilar

sapata

d=?

5 cm

Ex. 7.11: Determinar a menor largura possível para o pilar abaixo representado, de tal forma
que as armaduras negativas da viga possam nele se ancorar. A armadura da viga, necessária
para resistir ao momento fletor solicitante de cálculo, atuante na região próxima do pilar, resultou
em 2,12 cm2, tendo sido optado pelo uso de 3 barras de 16 mm.

2006 7-61 ufpr/tc405


Considerar:
− concreto: C20;
− barra nervurada: CA-50;
− cobrimento da armadura: 3 cm; e
− combinação normal de carregamento – ELU.
início da ancoragem

50 cm 3 φ 16
MSd

2006 7-62 ufpr/tc405


8LAJES MACIÇAS DE CONCRETO ARMADO1
8
8.1 Introdução
Na teoria das estruturas, consideram-se elementos de superfície aqueles em que uma
dimensão, usualmente chamada espessura, é relativamente pequena em face das demais,
podendo receber as seguintes denominações (Figura 8.1):
− placas: elementos de superfície plana sujeitos principalmente a ações normais ao seu
plano;
− cascas: elementos de superfície não plana; e
− chapas: elementos de superfície plana sujeitos principalmente a ações contidas em
seu plano.

placa casca chapa


Figura 8.1 – Estruturas laminares
As lajes maciças de concreto armado constituem estruturas laminares, tipo placa. Em casos
especiais, onde se requer
lajes com maior rigidez
(maior altura), pode-se
fazer uso de lajes
nervuradas (Figura 8.2).
laje maciça laje nervurada
Figura 8.2 – Lajes maciças e nervuradas
Quando for desejado que a superfície inferior das lajes nervuradas se torne contínua e
plana, fecham-se os vazios com elementos inertes (tijolos,
blocos vazados de concreto, isopor, etc.), como mostrado
na Figura 8.3. Esta laje é denominada mista.

Figura 8.3 – Lajes mistas


As lajes que se apóiam diretamente sobre pilares são denominadas lajes lisas e as lajes que
se apóiam sobre pilares com capitéis denominam-se lajes cogumelo.
Neste Capítulo somente serão abordadas as lajes maciças apoiadas em vigas.

1
Este capítulo é uma cópia adaptada da publicação LAJES USUAIS DE CONCRETO ARMADO de Roberto
Dalledone Machado.
2006 8-1 ufpr/tc405
8.2 Vãos efetivos de lajes
Segundo a ABNT NBR 6118, item 14.7.2.2, quando os apoios puderem ser considerados
suficientemente rígidos quanto à translação vertical, o vão efetivo (Figura 8.4) deve ser calculado
pela seguinte expressão:
l ef = l 0 + a1 + a 2 Equação 8.1
com
0,5 t 1 
a1 = min  
0,3 h 

0,5 t 2 
a 2 = min  
0,3 h 
onde:
lef vão efetivo da laje;
l0 distância entre faces de dois apoios (vigas) consecutivos;
t comprimento do apoio paralelo ao vão da laje analisada;
h espessura da laje.

laje
h

lef
viga
l0
t1 t2

Figura 8.4 – Vão efetivo de laje

8.3 Curvaturas de lajes


As lajes maciças de concreto armado (Figura 8.5) podem apresentar:
− curvatura em uma
só direção; ou
− curvaturas em duas
direções ortogonais.

ly ly

lx lx

Figura 8.5 – Curvaturas de lajes


Quando a laje apresenta curvatura em uma só direção, seu comportamento é idêntico ao de
uma viga de larga base e pouca altura. As lajes com curvaturas em duas direções ortogonais têm
comportamento de placa.

2006 8-2 ufpr/tc405


As lajes com curvatura em uma só direção são apoiadas nas bordas perpendiculares ao
eixo da curvatura, ao passo que as lajes com curvaturas em duas direções ortogonais são
apoiadas em todo seu contorno (Figura 8.5).
Quando a relação entre o vão maior (ly) e vão menor (lx) superar dois, a critério do
projetista, a curvatura na direção do vão maior pode ser desprezada. Nesta condição somente a
curvatura (esforços) na direção do vão menor será considerada.
As lajes consideradas como de curvatura em uma só direção são também chamadas lajes
armadas em uma só direção. As
de curvaturas em duas direções
ortogonais são denominadas
armadas em duas direções
(Figura 8.6).

ly ly

lx lx

Figura 8.6 – Lajes armadas em uma ou duas direções

8.4 Lajes contínuas


Assim como as vigas, as lajes apresentam, também, condições de continuidade. Desta
forma os apoios podem ser:
− apoio simples, onde a extremidade da laje é considerada rotulada, transmitindo à viga
suporte somente cargas verticais (reação de apoio);
− apoio contínuo, onde duas lajes contíguas transmitem somente cargas verticais
(reação de apoio) para a viga suporte; e
− borda livre, onde a extremidade da laje é considerada em balanço.
A consideração de apoios simples em lajes de extremidade evita que sejam transmitidos
momentos torçores para as vigas suportes.
Na determinação dos esforços de um painel de laje, é prática comum considerar as lajes
isoladamente. Como em regiões de continuidade de lajes existe momento negativo, este pode ser
representado, nas lajes isoladas, por um engaste (Figura 8.7).
Nesta Figura 8.7,
− o apoio simples é representado por uma linha contínua;
− o engaste é representado pela hachura; e
− a borda livre é representada por uma linha tracejada.
Ainda na Figura 8.7,
− a laje L1 é considerada simplesmente apoiada nas vigas V1 e V4, contínua na direção
da laje L2 (apoiada sobre a V5) e contínua na direção da laje L3 (apoiada sobre a V2);
− a laje L2 é considerada simplesmente apoiada nas vigas V1 e V3, contínua na direção
das lajes L1 e L3 (apoiada sobre a V5) e com uma borda livre; e
− a laje L3 é considerada simplesmente apoiada nas vigas V3 e V4, contínua na direção
da laje L1 (apoiada sobre a V2) e contínua na direção da laje L2 (apoiada sobre a V5).

2006 8-3 ufpr/tc405


P1 V1 P2

L1

V2
L2
V4

V5
L3

P3 V3 P4

V1 V1

V4 L1 V5

V2
V5 L2
V2

V4 L3 V5

V3 V3

Figura 8.7 – Lajes contínuas


Quando sobre um apoio comum, duas lajes contíguas apresentarem diferentes dimensões,
considera-se o engaste no vão maior se este for igual ou superior a 2/3 do vão menor (Figura 8.8).
Deve ser observado na Figura 8.8 que a laje L1 deverá sempre ser considerada como
engastada na direção da laje L2.

2006 8-4 ufpr/tc405


L1 2 L1
l1 ≥ l2
3
l1

l2

L2 L2

L1 2 L1
l1 < l2
3
l1

l2

L2 L2

Figura 8.8 – Lajes contínuas de diferentes dimensões

8.5 Espessura de lajes


A fixação da espessura das lajes deve atender às exigências dos esforços solicitantes
(momento fletor e força cortante) para o estado limite último, bem como às verificações do estado
limite de serviço (flechas, vibrações, fissuração, etc).
Segundo a ABNT NBR 6118, item 13.2.4.1, nas lajes maciças devem ser respeitados os
seguintes limites mínimos para as espessuras:
− 5 cm para lajes de cobertura não em balanço;
− 7 cm para lajes de piso ou de cobertura em balanço;
− 10 cm para lajes que suportem veículos de peso total menor ou igual a 30 kN; e
− 12 cm para lajes que suportem veículos de peso total maior que 30 kN.

8.6 Cargas atuantes nas lajes


As cargas atuantes nas lajes podem ser:
− permanentes, devidas ao peso próprio, contra-piso, revestimento, paredes, etc.; e
− acidentais, decorrentes das condições de uso da laje (residência, escritório, escola,
biblioteca, etc.).
8.6.1 Cargas permanentes
Segundo a ABNT NBR 6120, os pesos específicos dos materiais de construção que
eventualmente possam constituir carregamento em lajes podem ser tomados como sendo:
argamassa de cal, cimento e areia ......................................................................... 19,0 kN/m3
argamassa de cimento e areia ................................................................................ 21,0 kN/m3
argamassa de gesso ............................................................................................... 12,5 kN/m3
reboco ..................................................................................................................... 20,0 kN/m3
concreto simples ..................................................................................................... 24,0 kN/m3
concreto armado ..................................................................................................... 25,0 kN/m3

2006 8-5 ufpr/tc405


O carregamento atuante na laje (peso por unidade de área) é dado pela expressão:
g = γ mat h Equação 8.2
onde:
g carga permanente uniformemente distribuída, geralmente em kN/m2;
γmat peso específico do material, geralmente em kN/m3; e
h espessura do material, geralmente em m.
Para materiais de acabamento ou coberturas, podem ser adotados os seguintes valores,
considerando pesos por unidade de área:
cerâmica ................................................................................................................. 0,70 kN/m2
tacos ....................................................................................................................... 0,65 kN/m2
cobertura de telhas francesas (com vigamento) .................................................... 0,90 kN/m2
cobertura de telhas coloniais (com vigamento) ...................................................... 1,20 kN/m2
cobertura de fibro-cimento (com vigamento) .......................................................... 0,30 kN/m2
cobertura de alumínio (com vigamento) ................................................................. 0,16 kN/m2
8.6.2 Cargas acidentais
A ABNT NBR 6120 apresenta uma série de valores que podem ser assumidos para as
cargas acidentais que venham a constituir carregamento em lajes. Alguns valores são
reproduzidos a seguir:
arquibancadas .......................................................................................................... 4,0 kN/m2
bibliotecas
sala de leitura .................................................................................................. 2,5 kN/m2
sala para depósito de livros ............................................................................ 4,0 kN/m2
sala com estantes ........................................................................................... 6,0 kN/m2
cinemas
platéia com assentos fixos .............................................................................. 3,0 kN/m2
estúdio e platéia com assentos móveis .......................................................... 4,0 kN/m2
banheiro .......................................................................................................... 2,0 kN/m2
corredores
com acesso ao público .................................................................................... 3,0 kN/m2
sem acesso ao público .................................................................................... 2,0 kN/m2
edifícios residenciais
dormitório, sala, copa, cozinha e banheiro ..................................................... 1,5 kN/m2
dispensa, área de serviço e lavanderia ........................................................... 2,0 kN/m2
escadas
com acesso ao público .................................................................................... 3,0 kN/m2
sem acesso ao público .................................................................................... 2,5 kN/m2
escolas
anfiteatro, corredor e sala de aula .................................................................. 3,0 kN/m2
outras salas ..................................................................................................... 2,0 kN/m2
escritórios ................................................................................................................. 2,0 kN/m2
forros sem acesso de pessoas ................................................................................. 0,5 kN/m2
ginásio de esportes .................................................................................................. 5,0 kN/m2
hospitais
dormitório, enfermarias, sala de recuperação ou cirurgia, banheiro ............... 2,0 kN/m2
corredor ........................................................................................................... 3,0 kN/m2
lojas .......................................................................................................................... 4,0 kN/m2
restaurantes ............................................................................................................. 3,0 kN/m2
teatros
palco ............................................................................................................... 5,0 kN/m2
platéia com assentos fixos .............................................................................. 3,0 kN/m2
estúdio e platéia com assentos móveis .......................................................... 4,0 kN/m2
banheiro .......................................................................................................... 2,0 kN/m2

2006 8-6 ufpr/tc405


Exemplo 8.1: Determinar o carregamento em uma laje de edifício comercial. A laje terá de 10 cm
de espessura, contra-piso (argamassa de cimento e areia) de 1 cm, acabamento
superior com tacos e acabamento inferior com forro de gesso com 1 cm de
espessura.
tacos
contra-piso (1 cm)
concreto armado (10 cm)

gesso (1 cm)
Solução: As cargas permanentes (Equação 8.2) e acidentais deverão ser determinadas por
unidade de área (kN/m2). Os pesos do concreto armado, conta-piso e gesso
correspondem a 25 kN/m3, 21 kN/m3 e 12,5 kN/m3, respectivamente. Os tacos
pesam 0,65 kN/m2. A carga acidental de um edifício comercial deve ser
considerada como sendo 2 kN/m2.
a. Dados – uniformização de unidades (kN e m)
γ conc arm = 25 kN / m3
γ cont piso = 21kN / m3
γ gesso = 12,5 kN / m3
gtaco = 0,65 kN / m 2
hconc arm = 10 cm = 0,10 m
hcont piso = 1cm = 0,01m
hgesso = 1cm = 0,01m
qedif com = 2 kN / m 2
b. Carga permanente
pp: .................... 25,0 x 0,10 = 2,50 kN/m2
contra-piso: ...... 21,0 x 0,01 = 0,21 kN/m2
gesso: .............. 12,5 x 0,01 = 0,13 kN/m2
tacos: ................................... = 0,65 kN/m2
gk = 3,49 kN/m2 (≈ 3,50 kN/m2)
c. Carga acidental
qk = 2,00 kN/m2
d. Carga total
gk = 3,50 kN/m2
qk = 2,00 kN/m2
pk = 5,50 kN/m2

8.6.3 Paredes
O peso das paredes depende do tipo de tijolo (maciço ou furado) e da espessura do reboco.
Este peso normalmente é apresentado por metro quadrado de parede (parede de 1 m de largura
por 1 m de altura), como mostrado na Figura 8.9.
O peso por unidade de área de uma parede rebocada em ambas as faces pode ser
representado por:
ppar = γ tij e tij + 2 γ reb ereb Equação 8.3
onde
ppar peso da parede por unidade de área, geralmente em kN/m2;
γtij peso específico do tijolo, geralmente em kN/m3;
etij espessura (menor dimensão em planta) do tijolo, geralmente em m.
γreb peso específico do reboco, geralmente em kN/m3; e
ereb espessura do reboco, geralmente em m.

2006 8-7 ufpr/tc405


hpar

1m lpar

1m

Figura 8.9 – Carga de paredes


Para materiais componentes de parede, podem ser usados os seguintes valores:
tijolo de furado ........................................................................................................... 12 kN/m3
tijolo de maciço .......................................................................................................... 16 kN/m3
reboco ....................................................................................................................... 20 kN/m3
A Tabela 8.1 mostra alguns valores de peso de parede. Na Tabela foi considerado reboco
de 2,5 cm de espessura por face.
parede sem reboco parede com reboco
tijolo tijolo furado tijolo maciço parede tijolo furado tijolo maciço
(cm) (kN/m2) (kN/m2) (cm) (kN/m2) (kN/m2)
10 1,20 1,60 15 2,20 2,60
12 1,44 1,92 17 2,44 2,92
15 1,80 2,40 20 2,80 3,40
20 2,40 3,20 25 3,40 4,20
Tabela 8.1 – Pesos de paredes
8.6.3.1 Cargas de paredes em lajes de dupla curvatura
As cargas de paredes apoiadas em lajes de dupla curvatura (Figura 8.10) podem ser
consideradas como equivalentes a uma carga uniformemente distribuída em toda esta laje. Para
este caso, considera-se o peso total da parede e divide-se este valor pela área total da laje, como
apresentado a seguir:
p × l par × hpar
gpar = par Equação 8.4
lx × ly
onde:
gpar carga uniformemente distribuída, devida à parede, por unidade de área, atuando em
toda laje, geralmente em kN/m2;
ppar peso da parede por unidade de área, geralmente em kN/m2;
lpar largura da parede, geralmente em metro;
hpar altura da parede, geralmente em metro;

2006 8-8 ufpr/tc405


lx menor dimensão da laje, geralmente em metro; e
ly maior dimensão da laje, geralmente em metro.

lpar lx

ly
gpar (kN por m2 de laje)

Figura 8.10 – Parede sobre laje de dupla curvatura


Exemplo 8.2: Determinar a carga das paredes atuantes na laje abaixo representada. A altura das
paredes corresponde a 2,7 m e são constituídas de tijolo furado de 10 cm, reboco
de 1,5 cm em cada face.
2,2 m

3,5 m

2,5 m

6,0 m
Solução: O peso por metro quadrado de parede é determinado pela Equação 8.3 e a carga
uniformemente distribuída sobre a laje é determinada pele Equação 8.4.
a. Dados – uniformização de unidades (kN e m)
γ tij = 12 kN / m3
γ reb = 20 kN / m3
e tij = 10 cm = 0,10 m
ereb = 1,5 cm = 0,015 m
l par = 2,5 + 2,2 = 4,7 m
hpar = 2,7 m
l x = 3,5 m
l y = 6,0 m
b. Curvatura da laje
l y 6,0
= = 1,71 < 2 ⇒ dupla curvatura
l x 3,5
c. Peso por metro quadrado de parede
ppar = γ tij e tij + 2 γ reb ereb
ppar = (12 × 0,10 ) + (2 × 20 × 0,015 ) = 1,80 kN / m2

2006 8-9 ufpr/tc405


d. Carga uniformemente distribuída na laje
p × l par × hpar
gpar = par
lx × ly
1,80 × 4,70 × 2,70
gpar = = 1,09 kN / m2
3,50 × 6,00

8.6.3.2 Cargas de paredes em lajes de uma só curvatura


As cargas de paredes apoiadas em lajes de uma só curvatura se situam em duas condições:
− paredes paralelas ao lado maior da laje;e
− paredes paralelas ao lado menor da laje.
A carga de parede paralela ao lado maior é considerada como uma carga linear
uniformemente distribuída ao longo de sua largura (Figura 8.11), cujo valor é dado por:
gpar = ppar × hpar Equação 8.5
onde:
gpar carga uniformemente distribuída, devida à parede, por unidade de comprimento
(linear), atuando ao longo da largura da parede, geralmente em kN/m;
ppar peso da parede por unidade de área, geralmente em kN/m2; e
hpar altura da parede, geralmente em metro.

lpar ly

lx gpar (kN por metro de laje)

Figura 8.11 – Parede paralela ao lado maior da laje


A carga de parede paralela ao lado menor é considerada como uma carga uniformemente
distribuída na área de dimensões lx por 0,5 lx (Figura 8.12), cujo valor é dado por:
p × l par × hpar
gpar = par
l Equação 8.6
lx × x
2
onde:
gpar carga uniformemente distribuída, devida à parede, por unidade de área, atuando na
área de dimensões lx por 0,5 lx, geralmente em kN/m2;
ppar peso da parede por unidade de área, geralmente em kN/m2;
lpar largura da parede, geralmente em metro;
hpar altura da parede, geralmente em metro; e
lx menor dimensão da laje, geralmente em metro.

2006 8-10 ufpr/tc405


ly
lx
2
lpar

gpar (kN por m2 de laje)


lx

Figura 8.12 – Parede paralela ao lado menor da laje


Exemplo 8.3: Determinar a carga das paredes atuantes nas lajes abaixo representadas. A altura
das paredes corresponde a 2,7 m e são constituídas de tijolo furado de 12 cm,
reboco de 1,5 cm em cada face.

L1 L2
2,5 m
1,6 m 3,6 m

6m 6m
2,2 m

1,7 m

2,4 m 2,4 m
Solução: O peso por metro quadrado de parede é determinado pela Equação 8.3. A carga
linear uniformemente distribuída sobre a laje L1 é determinada pela Equação 8.5 e
a carga uniformemente distribuída na região lx por 0,5 lx da laje L2 é determinada
pela Equação 8.6.
a. Dados – uniformização de unidades (kN e m)
γ tij = 12 kN / m3
γ reb = 20 kN / m3
e tij = 12 cm = 0,12 m
ereb = 1,5 cm = 0,015 m
l par1 = 2,2 m
l par2 = 1,7 m
hpar1 = hpar 2 = 2,7 m

2006 8-11 ufpr/tc405


l x1 = l x2 = 2,4 m
l y1 = l y2 = 6,0 m
b. Curvatura da laje
l y 6,0
= = 2,50 > 2 ⇒ uma só curvatura
l x 2,4
c. Peso por metro quadrado de parede
ppar = γ tij e tij + 2 γ reb ereb
p par = (12 × 0,12 ) + (2 × 20 × 0,015 ) = 2,04 kN / m 2
d. Laje L1 - peso por metro linear de parede
gpar = p par × h par
gpar = 2,04 × 2,70 = 5,51kN / m
e. Laje L2 – peso por metro quadrado de parede
p × l par × hpar
gpar = par
l
lx × x
2
2,04 × 1,70 × 2,70
gpar = = 3,25 kN / m 2
2,40
2,40 ×
2
f. Carregamentos

L1 L2
2,5 m
1,6 m 3m

6m 6m
2,2 m

1,2 m

1,7 m

3,25 kN/m2
2,4 m 2,4 m
5,51 kN/m

8.6.4 Parapeitos e balcões


Ao longo dos parapeitos e balcões devem ser consideradas aplicadas, uma carga horizontal
de 0,8 kN/m na altura do corrimão e
2 kN/m 0,8 kN/m uma carga vertical mínima de
2 kN/m (ABNT NBR 6120, item
2.2.15), como mostrado na
Figura 8.13.

Figura 8.13 – Parapeitos e balcões

2006 8-12 ufpr/tc405


8.6.5 Redução de cargas acidentais em pilares e fundações
No cálculo dos pilares e das fundações de edifícios para escritórios, residências e casas
comerciais não destinadas a depósitos, as cargas acidentais podem ser reduzidas de acordo com
os valores indicados na Tabela 8.2 (ABNT NBR 6120, item 2.2.1.8).

Nº de pisos que atuam Redução percentual das


sobre o elemento cargas acidentais
1, 2 e 3 0%
4 20%
5 40%
6 ou mais 60%
Tabela 8.2 – Redução de cargas acidentais
Na aplicação da Tabela 8.2, o forro deve ser considerado como piso (Figura 8.14).

1º (cob) g + 1,0 q

2º g + 1,0 q

3º g + 1,0 q

4º g + 0,8 q

5º g + 0,6 q

6º g + 0,4 q

7º g + 0,4 q

iº g + 0,4 q

Figura 8.14 - Redução de cargas


acidentais

8.7 Determinação de esforços em lajes


Para a determinação dos esforços em lajes maciças de concreto armado, duas
simplificações são admitidas:
− existe uma separação virtual entre as lajes e as vigas que suportam o painel de lajes;
e
− a reação de apoio das vigas suporte do painel de lajes se faz de forma uniformemente
distribuída.
Embora concretadas de forma monolítica, admite-se que as lajes e vigas sejam separadas
virtualmente, de tal forma que possam ser projetadas individualmente (Figura 8.15). As vigas
suporte das lajes são consideradas como apoios indeslocáveis.

2006 8-13 ufpr/tc405


Figura 8.15 – Separação virtual entre lajes e vigas
Uma vez que as vigas suportes das lajes são consideradas como indeslocáveis, pode-se
admitir que as reações de apoio existentes nas interfaces lajes/vigas sejam consideradas como
uniformemente distribuídas (Figura 8.16). Rigorosamente isto não ocorre pois existe uma
tendência de levantamento nos cantos das lajes.

Figura 8.16 – Reação de apoio de lajes


8.7.1 Lajes isoladas
A determinação dos esforços em lajes isoladas pode ser feita por processos aproximados
(MARCUS), pela teoria das placas (BARES), pela teoria das
my charneiras plásticas (LANGENDONCK), etc.. Dentre o
conjunto de soluções apresentadas na literatura mundial,
destacam-se as tabelas de CZERNY, para determinação dos
momentos fletores atuantes em lajes isoladas. A notação a
mbx ser usada para CZERNY está mostrada na Figura 8.17 e o
conjunto de tabelas é apresentado em 8.11.
mx
ly

mby
lx

Figura 8.17 – Notação das tabelas


de CZERNY
As tabelas de CZERNY foram confeccionadas para varias condições de contorno e carga.
Os momentos fletores são dados pelas seguintes expressões:
p l 2x p l 2x
mx = mbx =
αx βx
Equação 8.7
p l 2x p l 2x
my = mby =
αy βy

2006 8-14 ufpr/tc405


onde:
lx menor vão;
ly maior vão;
mx momento fletor positivo na direção x;
my momento fletor positivo na direção y;
mbx momento fletor negativo (borda) na direção x;
mby momento fletor negativo (borda) na direção y;
p carga uniformemente distribuída em toda laje;
αx coeficiente para definição do momento fletor positivo na direção x;
αy coeficiente para definição do momento fletor positivo na direção y;
βx coeficiente para definição do momento fletor negativo (borda) na direção x; e
βy coeficiente para definição do momento fletor negativo (borda) na direção y.
Se a carga uniformemente distribuída corresponder a um valor característico (pk = gk + qk) os
momentos fletores resultarão característicos (mk). Se a carga corresponder a um valor de cálculo
(pd = γg gk + γq qk), os momentos fletores resultarão de cálculo (md).
8.7.2 Lajes contínuas
Como as tabelas de CZERNY determinam momentos fletores isolados em bordas que são
contínuas em um painel de lajes,
torna-se necessário uniformizar estes
Li mbi mbj Lj momentos negativos atuantes nestas
regiões de continuidade de lajes
(Figura 8.18).
lxi lyj

mi
mj

lyi lxj
Figura 8.18 – Momentos fletores em lajes continuas
O momento negativo de borda, atuante na junção das lajes Li e Lj, é dado pela seguinte
expressão:
 mbi + mbj 
mbij = max  2
 mbj > mbi Equação 8.8
 
 0,8mbj 
A uniformização dos momentos fletores negativos atuantes na junção das lajes Li e Lj
implica em alterações (correções) nos
momentos fletores positivos mi e mj
Li mbij mbj Lj (Figura 8.19). O momento mi tem seu
valor reduzido ao passo que o
momento mj tem seu valor
lxi lyj aumentado.

mi,cor mj,cor

lyi lxj
Figura 8.19 – Momentos fletores uniformizados em lajes
continuas

2006 8-15 ufpr/tc405


O ajuste de momentos fletores positivos nas lajes Li e Lj corresponde a:
mi,cor = mi
mbj > mbi
Equação 8.9
mbj − mbij
m j,cor = m j +
2
Como pode ser observado na Equação 8.9, a correção de momentos positivos só é feita
para o momento mj (momento que sofre acréscimo). Caso mbi seja maior que mbj, os índices i e j
devem ser invertidos na Equação 8.8 e na Equação 8.9.
Deve ser observado também que na Figura 8.18 e na Figura 8.19, bem como na
Equação 8.8 e na Equação 8.9, os índices x e y correspondentes as direções das lajes Li e Lj não
foram considerados (aprecem na Figura 8.17). A relação entre os valores apresentados sem os
índices x e y (direções) corresponde a:
mi myi momento fletor positivo na direção y da laje Li;
mj mxj momento fletor positivo na direção x da laje Lj;
mbi mbyi momento fletor negativo na direção y da laje Li; e
mbj mbxj momento fletor negativo na direção x da laje Lj.
Exemplo 8.4: Determinar os momentos fletores de cálculo atuantes no painel de lajes abaixo
indicado. Considerar:
− estado limite último, combinações últimas normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4
e γq = 1,4);
− carga permanente uniformemente distribuída (gk): 4 kN/m2: e
− carga acidental uniformemente distribuída (qk): 2 kN/m2.

1,8 m 3m 5m

L1 L2 L3

4m

1,2 m L4

Solução: A solução do problema consiste na aplicação da Equação 8.7 para a determinação


dos momentos fletores em lajes isoladas. A uniformização dos momentos negativos
nas regiões de continuidade de lajes é feita com a utilização da Equação 8.8. Para
a correção dos momentos positivos deve-se usar a Equação 8.9.
a. Carregamento das lajes (valores de cálculo)
p d = γ g gk + γ qqq
L1
p d = 1,4 × 4,0 + 1,4 × 2,0 = 8,4 kN / m 2 my1 mbx1
b. Laje L1
l x1 = 1,8 m ly1 =
l y1 = 4,0 m 4m

α x1 = 14,20 mx1
α = 40,20
l y1 4,0  y1
= = 2,22 ⇒ tab ⇒ 
l x1 1,8 β x1 = 8,00
β y1 = 12,00 lx1 = 1,8 m
 mby1

2006 8-16 ufpr/tc405


p d l 2x1 8,4 × 1,8 2
m x1,d = = = 1,92 kNm / m
α x1 14,20
p d l 2x1 8,4 × 1,82
m y1,d = = = 0,68 kNm / m
α y1 40,20
pd l 2x1 8,4 × 1,8 2
mbx1,d = − =− = −3,40 kNm / m
β x1 8,00
p d l 2x1 8,4 × 1,8 2
mby1,d = − =− = −2,27 kNm / m
β y1 12,00
c. Laje L2 my2
l x2 = 3,0 m
l y2 = 4,0 m L2
mbx2
α x 2 = 27,87
α = 47,83
l y2 4,0  y2
= = 1,33 ⇒ tab ⇒  ly2 =
l x2 3,0 β x 2 = 13,00 4m
β y 2 = 17,50

p d l 2x 2 8,4 × 3,02 mx2
m x 2,d = = = 2,71kNm / m
α x2 27,87
p d l 2x 2 8,4 × 3,0 2
m y 2,d = = = 1,58 kNm / m lx2 = 3 m
α y2 47,83 mby2
p d l 2x 2 8,4 × 3,0 2
mbx 2,d = − =− = −5,82 kNm / m
βx2 13,00
pd l 2x 2 8,4 × 3,02
mby 2,d = − =− = −4,32 kNm / m
βy2 17,50
d. Laje L3 mx3
l x3 = 4,0 m
l y3 = 5,0 m L3
α x 3 = 24,90 mby3
α = 34,40
l y3 5,0  y3
= = 1,25 ⇒ tab ⇒  lx3=
l x3 4,0 β x 3 = 11,10 4m
β y 3 = 12,90

pd l 2x 3 8,4 × 4,02 my3
m x 3,d = = = 5,40 kNm / m
α x3 24,90
p d l 2x 3 8,4 × 4,0 2
m y 3,d = = = 3,91kNm / m ly3 = 5 m
α y3 34,40 mbx3
pd l 2x 3 8,4 × 4,02
mbx 3,d = − =− = −12,11kNm / m
βx3 11,10
pd l 2x 3 8,4 × 4,0 2
mby 3,d = − =− = −10,42 kNm / m
βy3 12,90 mbx4
e. Laje L4 (laje isostática – laje em balanço)
l x4 = 1,2 m lx4= L4
pd l 2x 4 8,4 × 1,2 2 1,2 m
mbx 4,d = − =− = −6,05 kNm / m
2 2

2006 8-17 ufpr/tc405


f. Uniformização de momentos fletores – Lajes L1/L2
 mb1,d + mb2,d 
mb12,d = max  2  mb 2,d > mb1,d L1 L2
 0,8m  5,82
 b 2,d 
3,40 5,82
 3,40 + 5,82 
mb12,d = max  2 
 0,8 × 5,82 
 
 4,61
mb12,d = max   1,92 2,71
4,66 
mb12,d = 4,66 kNm / m ◄
mb 2,d − mb12,d L1 L2
m2,d,cor = m2,d + mb 2,d > mb1,d
2
4,66 5,82
5,82 − 4,66
m2,d,cor = 2,71 +
2
m2,d,cor = 3,29 kNm / m ◄

1,92 3,29

g. Uniformização de momentos fletores – Lajes L2/L3


 mb2,d + mb3,d 
mb23,d = max  2  mb3,d > mb2,d L2 L3
 0,8m  5,82 10,42
 b 3,d 
4,66
 5,82 + 10,42 
mb 23,d = max  2 
 0,8 × 10,42 
 
8,12 
mb 23,d = max   3,29 3,91
8,34
mb 23,d = 8,34 kNm / m ◄
mb3,d − mb 23,d L2 L3
m3,d,cor = m3,d + mb3,d > mb2,d 8,34
2
4,66
10,42 − 8,34
m3,d,cor = 3,91 +
2
m 3,d,cor = 4,95 kNm / m ◄

3,29 4,95

h. Uniformização de momentos fletores – Lajes L1/L4


Como a laje L4 corresponde a um trecho isostático
(laje em balanço), obrigatoriamente o momento fletor L1 L1
atuante na junção das lajes L1 e L4 é o da laje L4
(6,05 kNm/m).
0,68

0,68

Não há correção do momento positivo da laje L1


pois o momento da borda desta laje (2,27 kNm/m) é
inferior ao momento da borda da laje L4 (6,05 kNm/m).
2,27

mb14,d = mb 4,d = 6,05 kNm / m ◄


m1,d = 0,68 kNm / m ◄

L4 L4
6,05

6,05

2006 8-18 ufpr/tc405


i. Uniformização de momentos fletores – Lajes L2/L4
Como a laje L4 corresponde a um
trecho isostático (laje em balanço), L2 L2
obrigatoriamente o momento fletor atuante
na junção das lajes L2 e L4 é o da laje L4

1,58

1,58
(6,05 kNm/m).
Não há correção do momento positivo
da laje L2 pois o momento da borda desta

4,32

6,05
laje (4,32 kNm/m) é inferior ao momento da
borda da laje L4 (6,05 kNm/m).
mb 24,d = mb 4,d = 6,05 kNm / m ◄
m2,d = 1,58 kNm / m ◄ L4 L4

6,05
j. Uniformização de momentos fletores – Lajes L3/L4
Como a laje L4 corresponde a um trecho isostático (laje em balanço), obrigatoriamente
o momento fletor atuante na junção das lajes L3 e L4 é o da laje L4 (6,05 kNm/m).
Há correção do momento positivo da laje L4 pois o momento da borda desta laje
(10,42 kNm/m) é superior ao momento da borda da laje L4 (6,05 kNm/m).
mb 34,d = mb 4,d = 6,05 kNm / m ◄
mb3,d − mb34,d
m 4,d,cor = m 4,d + mb3,d > mb 4,d
2
12,11 − 6,05
m 4,d,cor = 5,40 +
2
m 4,d,cor = 8,43 kNm / m ◄

L3 L3
5,40

8,43
12,11

6,05

L4 L4
6,05

k. Momentos fletores (kNm/m) na direção L1/L2/L3

L1 L2 L3
8,34
4,66

1,92
3,29
4,95

L4

2006 8-19 ufpr/tc405


l. Momentos fletores (kNm/m) nas direções L1/L4, L2/L4 e L3/L4

L1
0,68 L2 L3

1,58

8,43
L4
6,05

6,05

m. Observação 6,05
Embora a relação entre o vão maior (4 m) e o vão menor (1,8 m) da laje L1 supere
dois, a dupla curvatura desta laje foi considerada.
Caso a curvatura na direção do vão maior fosse desprezada (consideração de laje
armada em uma só direção), o resultado final praticamente não se alteraria pois o momento
fletor positivo na direção do balanço resultou bem próximo de zero (0,68 kNm/m) e o
momento fletor negativo (6,05 kNm/m) foi definido pela laje em balanço.

8.8 Armadura de flexão


8.8.1 Armadura principal e armadura secundária
Para as lajes armadas em duas direções (curvatura em duas direções ortogonais), todas as
armaduras de flexão (armaduras longitudinais) são consideradas como principal.
Para as lajes armadas em uma só direção (uma só curvatura na direção do vão menor), a
armadura considerada como
principal é aquela posicionada
na direção do vão menor. Na
direção do vão maior deve-se,
obrigatoriamente, colocar uma
armadura de distribuição
ly ly denominada armadura
secundária (Figura 8.20).

lx lx

armadura principal
armadura secundária

Figura 8.20 – Armadura principal e secundária de lajes

2006 8-20 ufpr/tc405


8.8.2 Equações gerais
Na determinação da armadura de flexão (momentos fletores) de lajes devem ser seguidos
os mesmos princípios estabelecidos no Capítulo [5]. A armadura será determinada para cada
metro de laje (bw = 1 m).
φl Para a determinação da
altura útil é conveniente
h d = h – (cnom + 1,5 φl) adotar-se a altura útil da
armadura mais afastada da
borda tracionada
bw = 100 cm (Figura 8.21).

Figura 8.21 – Seção transversal de laje

d = h − (c nom + 1,5 φl ) Equação 8.10


Para as lajes de pouca altura, as armaduras de compressão devem ser evitadas. Desta
forma as equações para determinação ou verificação da armadura longitudinal de lajes
correspondem a:
0,272 b w d2 fcd fck ≤ 35 MPa
mRd1,lim =  2
0,228 b w d fcd fck > 35 MPa
b w = 100 cm
mSd ≤ mRd1,lim ⇒ não há necessidade de armadura de compressão
mSd = mRd = mRd1
 mRd1 0,272 fck ≤ 35 MPa βz
βc = ≤  ⇒ tab ⇒ 
 b w d2 fcd 0,228 fck > 35 MPa βs
ou
 mRd1 0,500 fck ≤ 35 MPa
β x = 1,25 − 1,5625 − ≤ 
 0,272 b w d2 fcd 0,400 fck > 35 MPa Equação 8.11


β z = 1 − 0,4 β x


 1,0 β x ≤ 0,259
 
βs =  Es  1 − β x  × 3,5‰ ≤ 1,0 β > 0,259
 f  β  x
  yd  x 
mRd1
As = ≥ A s,min
βz d βs fyd
 0,68 b w d fcd 
βs =   βx
 A s fyd 
 

8.8.3 Armadura mínima


Os valores das armaduras mínimas para lajes maciças de concreto armado estão
estabelecidos no item 19.3.3.3 da ABNT NBR 6118 e correspondem a:
− armadura negativa
fcd
A s,min = 0,035 A c (por metro de laje) Equação 8.12
fyd

2006 8-21 ufpr/tc405


− armadura positiva de lajes armadas em duas direções
fcd
A s,min = 0,023 A c (por metro de laje) Equação 8.13
fyd
− armadura positiva (principal) de lajes armadas em uma direção
fcd
A s,min = 0,035 A c (por metro de laje) Equação 8.14
fyd
− armadura positiva (secundária) de lajes armadas em uma direção
 
 0,20 A s,princ 
 
A s,min = max  0,9 cm2  (por metro de laje) Equação 8.15
 fcd 
0,018 f A c 
 yd 

8.8.4 Diâmetro da armadura de flexão


Segundo o item 20.1 da ABNT NBR 6118, qualquer barra de armadura de flexão de lajes
deve ter seu diâmetro limitado a 1/8 da
φl espessura da laje (Figura 8.22 e
φl
Equação 8.16).
h
h φl ≤
8

Figura 8.22 – Diâmetro máximo da armadura de flexão

h
φl ≤ Equação 8.16
8

8.8.5 Espaçamento da armadura de flexão


ABNT NBR 6118, item 20.1
“As barras da armadura principal de flexão devem apresentar espaçamento no
máximo igual 2h ou 20 cm, prevalecendo o menor desses dois valores na região dos
maiores momentos fletores.
A armadura secundária de flexão deve ser igual ou superior a 20% da armadura
principal, mantendo-se, ainda, um espaçamento entre barras de, no máximo, 33 cm. A
emenda dessas barras deve respeitar os mesmos critérios de emenda das barras da
armadura principal.”
A Figura 8.23 mostra os espaçamentos máximos da armadura de flexão para lajes maciças
de concreto armado.
20 cm
  s ≤ 33 cm
s ≤ min  
 2 h 

armadura principal armadura secundária

Figura 8.23 - Espaçamento máximo da armadura de flexão

2006 8-22 ufpr/tc405


Deve ser observado também que o item 20.1 da ABNT NBR 6118 não faz referência ao
espaçamento mínimo entre as barras de flexão de lajes de concreto armado. Por razões
construtivas, é conveniente não se posicionar barras com afastamentos inferiores a 7 cm.
De modo geral, pode-se estabelecer para as barras de flexão de lajes de concreto armado:
− armadura principal
20 cm
7 cm ≤ s ≤ min   Equação 8.17
 2h 
− armadura secundária
10 cm ≤ s ≤ 33 cm Equação 8.18
Observar que na Equação 8.18 o espaçamento mínimo para armadura secundária foi fixado
em 10 cm.
Exemplo 8.5: Determinar as armaduras necessárias para o painel de lajes abaixo representada.
Dados:
− concreto: C25; e
− aço: CA-60.
Considerar:
− estado limite último, combinações últimas normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4
γq = 1,4, γc = 1,4 e γs = 1,15);
− espessura das lajes (h): 12 cm;
− cobrimento nominal (cnom): 2,5 cm;
− barras de flexão não alternadas;
− carga permanente uniformemente distribuída (gk): 5 kN/m2: e
− carga acidental uniformemente distribuída (qk): 1,5 kN/m2.

L1 L2 L3

5m

2m 4m 6m

Solução: A solução do problema consiste na aplicação da Equação 8.7 para a determinação


dos momentos fletores em lajes isoladas. A uniformização dos momentos negativos
na região de continuidade de lajes é feita com a utilização da Equação 8.8. Para a
correção dos momentos positivos deve-se usar a Equação 8.9. As armaduras
devem ser determinadas com a aplicação da Equação 8.10, Equação 8.11,
Equação 8.12, Equação 8.13, Equação 8.14, Equação 8.15, Equação 8.16,
Equação 8.17 e Equação 8.18.
a. Dados - uniformização de unidades (kN e cm)
fck = 25 MPa = 2,5 kN/cm 2
γ c = 1,40 (ELU - combinação normal)
f 2,5
fcd = ck = = 1,79 kN/cm 2
γ c 1,40
fyk = 600 MPa = 60 kN/cm 2
γ s = 1,15 (ELU - combinação normal)

2006 8-23 ufpr/tc405


fyk 60
fyd = = = 52,2 kN/cm 2
γs 1,15
b w = 100 cm
h = 12 cm
c nom = 2,5 cm
d = h − (c nom + 1,5 φl )
d = 12 − (2,5 + 1,5 × 1,0 ) = 8 cm (assumido φl = 10 mm)
A c = b w h = 100 × 12 = 1200 cm 2
armadura negativa
f
A s,min = 0,035 cd A c
f yd
1,79
A s,min = 0,035 × × 1200 = 1,44 cm 2 / m
52,2
armadura positiva de lajes armadas em duas direções
f
A s,min = 0,023 cd A c
fyd
1,79
A s,min = 0,023 × × 1200 = 0,95 cm2 / m
52,2
armadura positiva (principal) de lajes armadas em uma direção
f
A s,min = 0,035 cd A c
f yd
1,79
A s,min = 0,035 × × 1200 = 1,44 cm2 / m
52,2
armadura positiva (secundária) de lajes armadas em uma direção
 
 0,20 A s,princ 
 
A s,min = max  0,9 cm2 
 fcd 
0,018 f A c 
 yd 
 
 0,20 A s,princ 
A s,min 
= max  0,9 cm 2 

0,018 × 1,79 × 1200 = 0,74 cm 2 / m
 52,2 
 0,20 A s,princ 
A s,min = max  2 
0,90 cm / m
h
φl ≤
8
12
φl ≤ = 1,50 cm ⇒ φl,max = 12,5 mm
8
20 cm
7 cm ≤ s ≤ min  
 2h 
 20 cm 
7 cm ≤ s ≤ min  
2 × 12 = 24 cm
7 cm ≤ s ≤ 20 cm (armadura principal)
10 cm ≤ s ≤ 33 cm (armadura secundária)
mRd1,lim = 0,272 b w d2 fcd fck ≤ 35 MPa

2006 8-24 ufpr/tc405


mRd1,lim = 0,272 × 100 × 82 × 1,79 = 3116 kNcm / m
mRd1,lim = 31,16 kNm / m ⇐ máximo momento permitido na laje para que não haja
armadura de compressão
b. Carregamento das lajes (valores de cálculo)
p d = γ g gk + γ qqq
pd = 1,4 × 5,0 + 1,4 × 1,5 = 9,1kN / m2
c. Laje L1
l x1 = 2,0 m
L1
l y1 = 5,0 m my1
mbx1
α x1 = 14,20
l y1 5,0 
= = 2,50 ⇒ tab ⇒ α y1 = 42,50
l x1 2,0 β = 8,00 ly1 =
 x1 5m
p d l 2x1 9,1× 2,0 2
m x1,d = = = 2,56 kNm / m
α x1 14,20 mx1
pd l 2x1 9,1× 2,02
m y1,d = = = 0,86 kNm / m
α y1 42,50
p d l 2x1 9,1 × 2,0 2 lx1 = 2 m
mbx1,d = − =− = −4,55 kNm / m
β x1 8,00
d. Laje L2
l x2 = 4,0 m
L2
l y2 = 5,0 m
mbx2 my2 mbx2
α x 2 = 26,40
l y2 5,0 
= = 1,25 ⇒ tab ⇒ α y 2 = 48,20
l x2 4,0 β = 12,70 ly2 =
 x2 5m
2 2
p l 9,1× 4,0
m x 2,d = d x 2 = = 5,52 kNm / m
α x2 26,40 mx2
p d l 2x 2 9,1× 4,02
m y 2,d = = = 3,02 kNm / m
α y2 48,20
p d l 2x 2 9,1 × 4,0 2 lx2 = 4 m
mbx 2,d = − =− = −11,46 kNm / m
βx2 12,70
e. Laje L3
l x3 = 5,0 m
L3
l y3 = 6,0 m
mby3 mx3
α x 3 = 22,00
l y3 6,0 
= = 1,20 ⇒ tab ⇒ α y 3 = 23,80
l x3 5,0 β = 10,10 lx3 =
 y3 5m
p d l 2x 3 9,1× 5,02
m x 3,d = = = 10,34 kNm / m
α x3 22,00 my3
p d l 2x 3 9,1× 5,02
m y 3,d = = = 9,56 kNm / m
α y3 23,80
pd l 2x 3 9,1× 5,0 2 ly3 = 6 m
mby 3,d = − =− = −22,52 kNm / m
βy3 10,10

2006 8-25 ufpr/tc405


f. Uniformização de momentos fletores – Lajes L1/L2
 mb1,d + mb2,d 
mb12,d = max  2  mb 2,d > mb1,d L1 11,46 L2
 0,8m 
 b 2,d  4,55 11,46
 4,55 + 11,46 
mb12,d = max  2 
 0,8 × 11,46 
 
 8,01 2,56 5,52
mb12,d = max  
9,17 
mb12,d = 9,17 kNm / m
mb 2,d − mb12,d L1 L2
m2,d,cor = m2,d + mb 2,d > mb1,d
2 9,17 11,46
11,46 − 9,17
m2,d,cor = 5,52 +
2
m2,d,cor = 6,67 kNm / m
2,56 6,67

g. Uniformização de momentos fletores – Lajes L2/L3


 mb 2,d + mb3,d 
mb 23,d = max  2  mb3,d > mb 2,d L2 11,46 L3
 0,8m 
 b 3,d  9,17 22,52 9,56
11,46 + 22,52 
m b 23,d = max  2 
 0,8 × 22,52 
 
16,99 6,67
m b 23,d = max  
18,02
m b 23,d = 18,02 kNm / m
L2 L3
m b3,d − m b23,d
m 3,d,cor = m 3,d + m b3,d > m b 2,d 9,17 18,02 11,81
2
22,52 − 18,02
m 3,d,cor = 9,56 +
2
m3,d,cor = 11,81kNm / m
6,67

h. Momentos fletores (kNm/m) na direção L1/L2/L3

L1 L2 L3

9,17 18,02

2,56 6,67 11,81

2006 8-26 ufpr/tc405


i. Momentos fletores (kNm/m) das lajes sem continuidades (L1, L2 e L3)

L1 L2 L3

3,02 10,34

0,86

j. Armadura para os momentos fletores na direção L1/L2/L3


mSd = 2,56 kNm/m
mSd < mRd1,lim ⇒ não há necessidade de armadura de compressão
{ 123
2,56 kNm / m 31,16 kNm / m

mSd = mRd = mRd1 = 256 kNcm / m


mRd1
βc = ≤ 0,272 fck ≤ 35 MPa
b w d2 fcd
256
βc = = 0,022 < 0,272 OK
100 × 8 2 × 1,79
β z = 0,987
β c = 0,022 ⇒ ⇒ 
123 β = 1,000
tabela  s
mRd1
As = ≥ A s,min
β z d βs fyd
A s,min = 0,95 cm 2 / m
256
As = = 0,62 cm 2 / m < 0,95 cm 2 / m
0,987 × 8 × 1,000 × 52,2
A s = 0,95 cm 2 / m ◄
7 cm ≤ s ≤ 20 cm

φ As,bar s As,ef s cm → 0,196 cm2


(mm) (cm2) (cm) (cm2/m)
►5 0,196 ►20 0,98 100 cm → 0,95 cm2
mSd = -9,17 kNm/m
mSd < mRd1,lim ⇒ não há necessidad e de armadura de compressão
{ 123
9,17 kNm / m 31,16 kNm / m

mSd = mRd = mRd1 = 917 kNcm / m


917
βc = = 0,080 < 0,272 OK
100 × 8 2 × 1,79
β z = 0,950
β c = 0,080 ⇒ ⇒ 
123 β = 1,000
tabela  s

A s,min = 1,44 cm 2 / m
917
As = = 2,31cm 2 / m > 1,44 cm 2 / m OK
0,950 × 8 × 1,000 × 52,2

2006 8-27 ufpr/tc405


A s = 2,31cm 2 / m ◄
7 cm ≤ s ≤ 20 cm

φ As,bar s As,ef
(mm) (cm2) (cm) (cm2/m) s cm → 0,196 cm2
5 0,196 8 2,45
►6 0,283 ►12 2,36 100 cm → 2,31 cm2
7 0,385 16 2,41
mSd = 6,67 kNm/m
mSd < mRd1,lim ⇒ não há necessidade de armadura de compressão
{ 123
6,67 kNm / m 31,16 kNm / m

mSd = mRd = mRd1 = 667 kNcm / m


667
βc = = 0,058 < 0,272 OK
100 × 8 2 × 1,79
β z = 0,964
β c = 0,058 ⇒ ⇒ 
123 β = 1,000
tabela  s

A s,min = 0,95 cm 2 / m
667
As = = 1,66 cm 2 / m > 0,95 cm 2 / m OK
0,964 × 8 × 1,000 × 52,2
A s = 1,66 cm 2 / m ◄
7 cm ≤ s ≤ 20 cm

φ As,bar s As,ef
(mm) (cm2) (cm) (cm2/m)
►5 0,196 ►11 1,78
6 0,283 17 1,66
mSd = -18,02 kNm/m
mSd < mRd1,lim ⇒ não há necessidade de armadura de compressão
{ 123
18,02 kNm / m 31,16 kNm / m

mSd = mRd = mRd1 = 1802 kNcm / m


1802
βc = = 0,157 < 0,272 OK
100 × 8 2 × 1,79
β z = 0,897
β c = 0,157 ⇒ ⇒ 
123 β = 1,000
tabela  s

A s,min = 1,44 cm 2 / m
1802
As = = 4,81cm 2 / m > 1,44 cm 2 / m OK
0,897 × 8 × 1,000 × 52,2
A s = 4,81cm 2 / m ◄
7 cm ≤ s ≤ 20 cm

φ As,bar s As,ef
(mm) (cm2) (cm) (cm2/m)
►8 0,503 ►10 5,03
10 0,785 16 4,91
mSd = 11,81 kNm/m
m Sd < m Rd1,lim ⇒ não há necessidade de armadura de compressão
{ 123
11,81kNm / m 31,16 kNm / m

m Sd = m Rd = m Rd1 = 1181kNcm / m

2006 8-28 ufpr/tc405


1181
βc = = 0,103 < 0,272 OK
100 × 8 2 × 1,79
β z = 0,935
β c = 0,103 ⇒ ⇒ 
123 β = 1,000
tabela  s

A s,min = 0,95 cm 2 / m
1181
As = = 3,02 cm 2 / m > 0,95 cm 2 / m OK
0,935 × 8 × 1,000 × 52,2
A s = 3,02 cm 2 / m ◄
7 cm ≤ s ≤ 20 cm

φ As,bar s As,ef
2
(mm) (cm ) (cm) (cm2/m)
►6 0,283 ►9 3,14
8 0,503 16 3,14
k. Armadura para os momentos fletores na direção das lajes sem continuidades (L1, L2 e L3)
mSd = 0,86 kNm/m
m Sd < m Rd1,lim ⇒ não há necessidad e de armadura de compressão
{ 123
0,86 kNm / m 31,16 kNm / m

m Sd = m Rd = m Rd1 = 86 kNcm / m
86
βc = = 0,008 < 0,272 OK
100 × 8 2 × 1,79
β z = 0,996
β c = 0,008 ⇒ ⇒ 
123 β = 1,000
tabela  s

A s,min = 0,95 cm 2 / m
86
As = = 0,21cm 2 / m < 0,95 cm 2 / m
0,996 × 8 × 1,000 × 52,2
A s = 0,95 cm 2 / m ◄
7 cm ≤ s ≤ 20 cm

φ As,bar s As,ef
(mm) (cm2) (cm) (cm2/m)
►5 0,196 ►20 0,98
mSd = 3,02 kNm/m
m Sd < m Rd1,lim ⇒ não há necessidad e de armadura de compressão
{ 123
3,02 kNm / m 31,16 kNm / m

m Sd = m Rd = m Rd1 = 302 kNcm / m


302
βc = = 0,026 < 0,272 OK
100 × 8 2 × 1,79
β z = 0,984
β c = 0,026 ⇒ ⇒ 
123 β = 1,000
tabela  s

A s,min = 0,95 cm 2 / m
302
As = = 0,73 cm 2 / m < 0,95 cm 2 / m
0,984 × 8 × 1,000 × 52,2

2006 8-29 ufpr/tc405


A s = 0,95 cm 2 / m ◄
7 cm ≤ s ≤ 20 cm

φ As,bar s As,ef
(mm) (cm2) (cm) (cm2/m)
►5 0,196 ►20 0,98
mSd = 10,34 kNm/m
m Sd < m Rd1,lim ⇒ não há necessidad e de armadura de compressão
{ 123
10,34 kNm / m 31,16 kNm / m

m Sd = m Rd = m Rd1 = 1034 kNcm / m


1034
βc = = 0,090 < 0,272 OK
100 × 8 2 × 1,79
β z = 0,944
β c = 0,090 ⇒ ⇒ 
123 β = 1,000
tabela  s

A s,min = 0,95 cm 2 / m
1034
As = = 2,62 cm 2 / m > 0,95 cm 2 / m OK
0,944 × 8 × 1,000 × 52,2
A s = 2,62 cm 2 / m ◄
7 cm ≤ s ≤ 20 cm

φ As,bar s As,ef
(mm) (cm2) (cm) (cm2/m)
5 0,196 7 2,80
►6 0,283 ►10 2,83
7 0,385 14 2,75
l. Armadura positiva

φ 5 mm @ 20 cm φ 5 mm @ 20 cm φ 6 mm @ 10 cm

L1 L2 L3

φ 5 mm @ 20 cm φ 5 mm @ 11 cm φ 6 mm @ 9 cm

2006 8-30 ufpr/tc405


m. Armadura negativa

L1 L2 L3

φ 6 mm @ 12 cm φ 8 mm @ 10 cm

n. Consideração da laje L1 com curvatura em uma só direção


Embora a relação entre o vão maior (5 m) e o vão menor (2 m) da laje L1 supere dois,
a dupla curvatura desta laje foi considerada, resultando na armadura mostrada no item m
(todas armaduras consideradas como principais).
Caso a curvatura na direção do vão maior fosse desprezada (consideração de laje
armada em uma só direção), os momentos fletores da laje L1 resultariam:
l x1 = 2,0 m
l y1 = 5,0 m p
L1
l y1 5,0
= = 2,50 > 2,0 mbx1
l x1 2,0
A l B
ly1 = pl 2
5m mB = −
8
mx1 pl 2
m AB = +
14,2

p d l 2x1 9,1 × 2,0 2 lx1 = 2 m


m x1,d = = = 2,56 kNm / m
14,2 14,2
pd l 2x1 9,1× 2,0 2
mbx1,d = − =− = −4,55 kNm / m
8,0 8,0
Como não houve modificações nos momentos fletores na direção L1/L2, a distribuição
de momentos e armadura nesta direção permanecerá inalterada para todo o painel de laje.
L1 L2 L3

9,17 18,02

2,56 6,67 11,81

2006 8-31 ufpr/tc405


A única modificação deverá ser feita para a laje L1, na direção do maior vão (5 m),
onde não haverá momento positivo atuando e deverá ser posicionada apenas uma
armadura de distribuição, função do momento positivo na outra direção (2,56 kNm/m).

L1 L2 L3

3,02 10,34

É importante observar que a armadura positiva para o momento fletor positivo da laje
L1 (2,56 kNm/m) resultou em 0,95 cm2/m, correspondente ao valor de armadura mínima
para laje armada em duas direções. Como agora a laje será armada em uma só direção, o
valor da armadura mínima deve ser alterado para 1,44 cm2/m (1 φ de 5 mm @ 13 cm). Para
a armadura de distribuição, tem-se:
0,20 A s,princ 
 
A s,min = max  
0,90 cm 2 / m
A s,princ = 1,44 cm 2 / m m Sd = 2,56 kNm / m
0,20 × 1,44 = 0,29 cm 2 / m
 
A s,min = max  
0,90 cm 2 / m 
 
2
A s,min = 0,90 cm / m ◄
10 cm ≤ s ≤ 33 cm

φ As,bar s As,ef
(mm) (cm2) (cm) (cm2/m)
►5 0,196 ►21 0,93
6,3 0,312 33 0,95
A distribuição de armaduras do painel de lajes fica como a seguir indicado.
armadura positiva

φ 5 mm @ 21 cm φ 5 mm @ 20 cm φ 6 mm @ 10 cm

L1 L2 L3

φ 5 mm @ 13 cm φ 5 mm @ 11 cm φ 6 mm @ 9 cm

2006 8-32 ufpr/tc405


armadura negativa (inalterada)

L1 L2 L3

φ 6 mm @ 12 cm φ 8 mm @ 10 cm

8.8.6 Comprimento de barras


8.8.6.1 Armadura positiva
8.8.6.1.1 Barras não alternadas
Os comprimentos horizontais das armaduras positivas (cbx e cby) de barras não alternadas
devem seguir o indicado na Figura 8.24. O comprimento total das barras, antes das dobras, será
igual ao comprimento horizontal somado aos comprimentos dos ganchos das extremidades.
bwy2
cby = l0y + bwy1 + bwy2 – 2 cnom - φl

cby

cbx
l0y

≥ cnom

φl cnom
bwy1

cnom
l0x
bwx1 bwx2
cbx = l0x + bwx1 + bwx2 – 2 cnom - φl bw

Figura 8.24 – Comprimento de barras não alternadas – armadura positiva


Observar na Figura 8.24 que as barras que constituem a armadura positiva das lajes
maciças de concreto devem terminar em gancho. Isto deve ser feito para melhorar as condições
de ancoragem. O gancho de 90°, como mostrado na Figura 8.24, é o mais conveniente, embora
nem sempre possa ser usado. A ponta superior deste gancho deve, também, respeitar o
cobrimento nominal, o que nem sempre é possível. Quando o gancho de 90º não puder ser
utilizado, pode-se fazer uso dos ganchos de 135° ou 180º, como mostrado na Figura [7.7] e na
Figura 8.25.

2006 8-33 ufpr/tc405


2φ 4φ 8φ

D φ D φ D φ

a) b) c)
Figura 8.25 – Ganchos da armadura positiva
O diâmetro interno da curvatura (D) dos ganchos das armaduras longitudinais de tração
deve ser pelo menos igual ao estabelecido na Tabela [7.4] e na Tabela 8.3.
Tipo de Aço
Bitola (mm)
CA-25 CA-50 CA-60
<20 4φ 5φ 6φ
≥20 5φ 8φ -
Tabela 8.3 – Diâmetro dos pinos de dobramento
8.8.6.1.2 Barras alternadas
Os comprimentos horizontais das armaduras positivas (cbx e cby) de barras alternadas, para
lajes contínuas, devem seguir o indicado na Figura 8.26. O comprimento total das barras, antes
das dobras, será igual ao comprimento horizontal somado ao comprimento do gancho da
extremidade que chega ao apoio.
bwy2

cby
cby = l0y + bwy1 + bwy2 - 0,2 lx

cbx
l0y
bwy1

l0x
bwx1 bwx2
cbx = l0x + bwx1 + bwx2 – 0,2 lx bw

Figura 8.26 – Comprimento de barras alternadas – armadura positiva para lajes


contínuas

2006 8-34 ufpr/tc405


Os comprimentos horizontais das armaduras positivas (cbx e cby) de barras alternadas, para
lajes sem continuidade, devem seguir o indicado na Figura 8.27. O comprimento total das barras,
antes das dobras, será igual ao comprimento horizontal somado ao comprimento do gancho da
extremidade que chega ao apoio.

bwy2
cby

cby = l0y + bwy1 + bwy2 – 0,1 lx


cbx

l0y
≥ cnom

φl cnom
bwy1

cnom
l0x
bwx1 bwx2
cbx = l0x + bwx1 + bwx2 – 0,1 lx bw

Figura 8.27 – Comprimento de barras alternadas – armadura positiva para


lajes sem continuidade
Para as lajes que apresentam continuidade em uma só direção, os comprimentos
horizontais das armaduras positivas (cbx e cby) de barras alternadas, devem ser determinados de
tal forma que:
− na direção da continuidade, seja seguido o indicado na Figura 8.26; e
− na direção onde não existe continuidade, seja seguido o indicado na Figura 8.27.
É importante observar que a ABNT NBR 6118, item 20.1, não faz referência aos
espaçamentos máximo e mínimo da armadura de
17 cm flexão de lajes maciças de concreto constituídas por

s ≤ min   barras alternadas. Como o mínimo de três barras por
 metro de laje deve ser mantido, o espaçamento
 2 h 
máximo das barras alternadas deve seguir o indicado
na Figura 8.28 {[3 bar x (2 x 17 cm )]= 102 cm ≈ 1 m}.

armadura principal

Figura 8.28 – Espaçamento máximo da


armadura de flexão – barras
alternadas

2006 8-35 ufpr/tc405


Quanto ao espaçamento mínimo deve-se ser mantido o estabelecido na Equação 8.17.
Desta forma, pode-se estabelecer para armadura de flexão de lajes maciças de concreto
constituídas por barras alternadas:
17 cm
7 cm ≤ s ≤ min   Equação 8.19
 2h 

8.8.6.2 Armadura negativa


8.8.6.2.1 – Lajes contínuas - barras não alternadas
Os comprimentos horizontais das armaduras negativas (cb) de barras não alternadas de
lajes contínuas devem seguir o indicado na Figura 8.29. O comprimento total das barras, antes
das dobras, será igual ao comprimento horizontal somado aos comprimentos dos ganchos das
extremidades.

0,25 lx,maior 0,25 lx,maior

cnom
cb
lxi

≥ cnom

lxj

cb = 0,5 lx,maior
lxk
lxli

Figura 8.29 - Comprimento de barras não alternadas de lajes contínuas –


armadura negativa
As barras que constituem a armadura negativa das lajes continuas devem terminar em
gancho de 90°, com mostrado na Figura 8.29. Os detalhes do gancho devem respeitar o indicado
na Figura 8.25 e na Tabela 8.3.
8.8.6.2.2 – Lajes contínuas - barras alternadas
Os comprimentos horizontais das armaduras negativas (cb) de barras alternadas de lajes
contínuas devem seguir o indicado na Figura 8.30. O comprimento total das barras, antes das
dobras, será igual ao comprimento horizontal somado aos comprimentos dos ganchos das
extremidades.

2006 8-36 ufpr/tc405


0,25 lx,maior 0,25 lx,maior

cnom

cb
lxi

≥ cnom

lxj

cb = 0,375 lx,maior

Figura 8.30 - Comprimento de barras alternadas de lajes contínuas – armadura


negativa
8.8.6.2.3 Lajes em balanço – barras não alternadas
Os comprimentos horizontais das armaduras negativas (cb) de barras não alternadas de
lajes em balanço devem seguir o indicado na Figura 8.31. O comprimento total das barras, antes
das dobras, será igual ao comprimento horizontal somado aos comprimentos dos ganchos das
extremidades.
As barras que constituem a armadura negativa das lajes em balanço devem terminar em
gancho de 90°, com mostrado na Figura 8.31. Os detalhes do gancho devem respeitar o indicado
na Figura 8.25 e na Tabela 8.3.

0,25l x 
max  
 l bal  lbal cnom

cnom
cb
lx ≥ cnom

lbal

0,25l x 
c b = max   + l bal
 l bal 
Figura 8.31 – Comprimento de barras não alternadas de lajes em balanço –
armadura negativa
8.8.6.2.4 Lajes em balanço – barras alternadas
Os comprimentos horizontais das armaduras negativas (cb,maior e cb,menor) de barras
alternadas de lajes em balanço devem seguir o indicado na Figura 8.32. O comprimento total das
barras, antes das dobras, será igual ao comprimento horizontal somado aos comprimentos dos
ganchos das extremidades.

2006 8-37 ufpr/tc405


0,25l x 
max  
 l bal 
lbal
cnom

cnom
cb,maior

cb,menor ≥ cnom
lx

lbal

0,25l x   0,25l x  
c b,maior = max   + l bal c b,menor = 0,5max   + l bal 
 l bal    l bal  

Figura 8.32 – Comprimento de barras alternadas de lajes em balanço –


armadura negativa
8.8.6.3 Armadura de fissuração – vigas de contorno
Nas vigas de contorno, embora consideradas como apoio simples (sem momento negativo),
é sempre conveniente colocar uma armadura de fissuração como indicado na Figura 8.33.

0,2 lxi 0,2 lxi


cnom
Asx,fiss

Asy,fiss
cb ≥ cnom
lxi

cb
Li

cb

lb

φ
cb = 0,2 lxi + 0,5 bw
bw

Figura 8.33 – Vigas de contorno – armadura de fissuração

2006 8-38 ufpr/tc405


A armadura de fissuração, como mostrada na Figura 8.33, deverá corresponder a:
 
 0,25 A sx,pos 
 
A sx,fiss = max  0,9 cm2  (por metro de laje)
 fcd 
0,018 f A c 
 yd 
Equação 8.20
 
 0,25 A sy,pos 
 
A sy,fiss = max  0,9 cm2  (por metro de laje)
 fcd 
0,018 f A c 
 yd 

8.9 Reações de apoio


Segundo a ABNT NBR 6118, item 14.7.6.1, as reações de apoio das lajes maciças
retangulares com carga uniformemente distribuída, em cada apoio, são as correspondentes às
cargas atuantes nos triângulos ou trapézios determinados por retas inclinadas, a partir dos
vértices com os seguintes ângulos:
− 45° entre dois apoios do mesmo tipo;
− 60° a partir do apoio considerado engastado, se o outro for considerado simplesmente
apoiado; e
− 90° a partir do apoio, quando a borda vizinha for livre.
A Figura 8.34 mostra o esquema para cálculo de reações de apoio de lajes.

90°
60° 45° 60°
An An

45° Vn 60° 45° Vn 90°

li li

Figura 8.34 − Reações de apoio de lajes


Para a viga Vn, sobre a qual as lajes mostradas na Figura 8.34 estão apoiadas, a reação de
apoio será dada por:
p A
rVn = k n Equação 8.21
li
onde:
rVn reação de apoio na viga Vn;
pk valor característico da carga uniformemente distribuída na laje;
An área n definida pelo trapézio de base li da Figura 8.34;
li vão da laje e da viga Vn, correspondente a base do trapézio da Figura 8.34.
A Equação 8.21 é válida para qualquer trapézio ou triângulo mostrado na Figura 8.34. A
reação de apoio em qualquer viga suporte das lajes mostradas na Figura será sempre dada pelo
produto da carga uniformemente distribuída pela área do triângulo ou trapézio onde atua esta
carga, dividido pela base do trapézio ou triângulo (vão da viga suporte).

2006 8-39 ufpr/tc405


Exemplo 8.6: Determinar os esquemas de carregamento das vigas do painel abaixo
representado. Determinar, também, os carregamentos nos pilares.
Dados:
− carga permanente atuante nas lajes (peso próprio incluído): 3,5 kN/m2;
− carga acidental atuante nas lajes: 1,5 kN/m2;
− paredes atuantes sobre as vigas de contorno (tijolo furado de 10 cm, reboco
de 1,5 cm e 2,5 m de altura): 4,5 kN/m; e
− peso próprio das vigas (20 cm x 50 cm): 2,5 kN/m.
Solução: A solução do problema consiste na determinação, para as lajes, dos triângulos e
trapézios conforme o item 14.7.6.1 da ABNT NBR 6118. Os carregamentos sobre
as vigas são determinados pela aplicação da Equação 8.21. Os carregamentos nos
pilares são determinados pelo cálculo das reações de apoio das vigas.

P1 V1A V1B P2

L1 L2 5m
V3

V4

P3 V2A V2B P4

4m 7m

a. Laje L1 - carga permanente (gk = 3,5 kN/m2)

4m
V1A
1,464

A1A 60°
45°

AL1 = 4 m x 5 m = 20 m2
2,072

5m

A3 A4
V3

V4

PL1 = 20 m2 x 3,5 kN/m2 = 70 kN


1,464

45° A2A 60°

V2A
1,464 2,536

4 × 1,464
A 1A = = 2,928 m 2
2
 5 + 2,072  2
A3 =   × 1,464 = 5,177 m
 2 
 5 + 2,072  2
A4 =   × 2,536 = 8,967 m
 2 
4 × 1,464
A 2A = = 2,928 m 2
2
∑ A n = 2,928 + 5,177 + 8,967 + 2,928 = 20 m 2 OK
2006 8-40 ufpr/tc405
pk A n
rVn =
li
3,5 × 2,928
rV1A = = 2,562 kN/m
4
3,5 × 5,177
rV3 = = 3,624 kN/m
5
3,5 × 8,967
rV4 = = 6,277 kN/m
5
3,5 × 2,928
rV2A = = 2,562 kN/m
4

4m
V1A
2,562 kN/m
3,624 kN/m

6,277 kN/m

L1
5m
V3

V4

2,562 kN/m
V2A

∑P n = ( 4 × 2,562) + (5 × 3,624 ) + (5 × 6,277 ) + ( 4 × 2,562) = 70 kN OK


b. Laje L2 - carga permanente (gk = 3,5 kN/m2)

7m
V1B
90°
60°
2,500

A1B

AL2 = 5 m x 7 m = 35 m2
5m

A4
V4

PL2 = 35 m2 x 3,5 kN/m2 = 122,5 kN


2,500

A2B
60°
90°
V2B
4,330 2,670

 7 + 2,670  2
A 1B =   × 2,500 = 12,088 m
 2 
 5 × 4,330  2
A4 =   = 10,825 m
 2 
 7 + 2,670  2
A 2B =   × 2,500 = 12,088 m
 2 
∑A n = 12,088 + 10,825 + 12,088 = 35 m 2 OK

2006 8-41 ufpr/tc405


pk A n
rVn =
li
3,5 × 12,088
rV1B = = 6,044 kN/m
7
3,5 × 10,825
rV4 = = 7,578 kN/m
5
3,5 × 12,088
rV2B = = 6,044 kN/m
7

7m
V1B
6,044 kN/m
7,578 kN/m
5m
V4

6,044 kN/m
V2B

∑P n = (7 × 6,044 ) + (5 × 7,578 ) + (7 × 6,044 ) = 122,5 kN OK


c. Painel de lajes - carga permanente (gk = 3,5 kN/m2)

P1 V1A V1B P2

2,562 kN/m 6,044 kN/m


07,578 kN/m
V4 06,277 kN/m

13,855 kN/m
3,624 kN/m

L1 L2 5m
V3

P3 2,562 kN/m 6,044 kN/m P4

V2A V2B
4m 7m

2006 8-42 ufpr/tc405


d. Painel de lajes - carga acidental (qk = 1,5 kN/m2)

P1 V1A V1B P2

1,098 kN/m 2,590 kN/m

3,248 kN/m
2,690 kN/m

5,938 kN/m
1,553 kN/m

L1 L2 5m
V3

P3 1,098 kN/m V4 2,590 kN/m P4

V2A V2B
4m 7m

Os procedimentos para a obtenção dos valores mostrados no painel de carga


acidental são os mesmos efetuados para o painel de cargas permanentes (itens a, b e c).
Trocou-se a carga permanente (gk = 3,5 kN/m2) pela carga acidental (qk = 1,5 kN/m2). Como
não há variação de cargas de uma laje para a outra, o painel mostrado neste item foi obtido
do painel mostrado no item c, na proporção 1,5/3,5 (carga acidental / carga permanente).
e. V3 – carregamento e reações de apoio
carga acidental: qk = 1,553 kN/m
carga permanente:
reação da laje: 03,624 kN/m
parede: 04,500 kN/m
peso próprio da viga: 02,500 kN/m
gk = 10,624 kN/m

qk = 1,553 kN/m

gk = 10,624 kN/m

V3
P3 5m P1
Gk,P3 Gk,P1 = 26,560 kN

Qk,P3 Qk,P1 = 3,883 kN

10,624 × 5
Gk,P1 = Gk,P3 = = 26,560 kN
2
1,553 × 5
Qk,P1 = Qk,P3 = = 3,883 kN
2
f. V4 – carregamento e reações de apoio
carga acidental: qk = 5,938 kN/m
carga permanente:
reação da laje: 13,855 kN/m
peso próprio da viga: 02,500 kN/m
gk = 16,355 kN/m

2006 8-43 ufpr/tc405


qk = 5,938 kN/m

gk = 16,355 kN/m

V4
V2 5m V1
Gk,V2 Gk,V1 = 40,888 kN

Qk,V2 Qk,V1 = 14,845 kN

16,355 × 5
Gk, V1 = Gk, V 2 = = 40,888 kN
2
5,938 × 5
Qk, V1 = Qk, V 2 = = 14,845 kN
2
g. V1 = V2 – carregamento e reações de apoio
V1A
carga acidental: qk = 1,098 kN/m
carga permanente:
reação da laje: 02,562 kN/m
parede: 04,500 kN/m
peso próprio da viga: 02,500 kN/m
gk = 9,562 kN/m
V1B
carga acidental: qk = 2,590 kN/m
carga permanente:
reação da laje: 06,044 kN/m
parede: 04,500 kN/m
peso próprio da viga: 02,500 kN/m
gk = 13,044 kN/m

Qk = 14,845 kN
Qk = 3,883 kN
Gk = 40,888 kN
Gk = 26,560 kN

qk = 2,590 kN/m
qk = 1,098 kN/m

gk = 9,562 kN/m gk = 13,044 kN/m


V1A V1B
P1 4m 7m P2
Gk,P1 = 112,926 kN Gk,P2 = 84,078 kN

Qk,P1 = 22,692 kN Qk,P2 = 18,558 kN

 9  3,5   7
Gk,P1 = Gk,P3 = 26,560 +  9,562 × 4 ×  + 13,044 × 7 ×  +  40,888 ×  = 112,926 kN
 11   11   11 
 2  7,5   4
Gk,P2 = Gk,P 4 =  9,562 × 4 ×  + 13,044 × 7 ×  +  40,888 ×  = 84,078 kN
 11   11   11 
 9  3,5   7
Qk,P1 = Qk,P3 = 3,883 + 1,098 × 4 ×  +  2,590 × 7 ×  + 14,845 ×  = 22,692 kN
 11   11   11 
2006 8-44 ufpr/tc405
 2  7,5   4
Qk,P2 = Qk,P 4 = 1,098 × 4 ×  +  2,590 × 7 ×  + 14,845 ×  = 18,558 kN
 11   11   11 
h. Verificação
carga permanente:
lajes: (20 m2 + 35 m2) x 3,5 kN/m2 ................................ 192,5 kN
pp das vigas: [2 x (4 m + 7 m + 5 m)] x 2,5 kN/m ........... 80,0 kN
paredes: {[2 x (4 m + 7 m)] + 5 m} x 4,5 kN/m ............. 121,5 kN
total: .............................................................................. 394,0 kN
carga acidental:
lajes: (20 m2 + 35 m2) x 1,5 kN/m2 .................................. 82,5 kN

carga permanente (V1 + V2):


2 x (Gk,P1 + Gk,P2) = 2 x (112,926 + 84,078) .................. 394,0 kN OK
carga acidental (V1 + V2):
2 x (Qk,P1 + Qk,P2) = 2 x (22,692 + 18,558) ...................... 82,5 kN OK
i. Observação
Neste exemplo foram usados números com três casas decimais, o que não é
necessário para cálculos normais de estruturas de concreto. Este número exagerado de
casas decimais foi usado para demonstrar a precisão da verificação apresentada no item h.

8.10 Força cortante em lajes maciças de concreto armado


Segundo o item 19.4.1 da ABNT NBR 6118, as lajes maciças podem prescindir de armadura
transversal para resistir aos esforços de tração oriundos da força cortante, quando a força cortante
solicitante de cálculo obedecer à expressão1:
v Sd ≤ v Rd1 Equação 8.22
onde:
vSd força cortante solicitante de cálculo (por metro de laje), podendo ser assumidas as
reações de apoio como mostrado em 8.9; e
vRd1 força cortante resistente de cálculo (por metro de laje).
A força cortante resistente de cálculo2 é dada por:
v Rd1 = [τRd k (1,2 + 40 ρ1 )]d Equação 8.23
onde:
τRd tensão resistente de cálculo ao cisalhamento;
k coeficiente função da taxa de armadura existente na região próxima ao apoio onde
está sendo considerada a força cortante;
ρ1 taxa de armadura existente na região próxima ao apoio onde está sendo considerada
a força cortante; e
d altura útil da laje.
A tensão resistente de cálculo ao cisalhamento é dada por:
0,0525 3 2
τRd = fck fck em MPa Equação 8.24
γc

1
A ABNT NBR 6118 apresenta a equação de verificação de força cortante como sendo VSd ≤ VRd1, ou seja,
verificação de forças pontuais (kN). A Equação 8.22 faz a verificação de forças cortantes por unidade de
comprimento (kN/m).
2
[
A expressão apresentada pela ABNT NBR 6118 corresponde a VRd1 = τRd k (1,2 + 40 ρ1) + 0,15 σcp b w d . Nesta ]
expressão estão incluídos o valor de bw, para que a expressão resulte em força pontual (kN), e o valor σcp, relativo à
força de protensão. A Equação 8.23 não tem bw (resulta em força cortante por unidade de comprimento - kN/m) e
não tem σcp (não considera força de protensão).
2006 8-45 ufpr/tc405
O coeficiente k deve ser determinado da seguinte forma:
a. para elementos onde 50% da armadura inferior não chega até o apoio:
k = 1,0 Equação 8.25
b. para os demais casos:
1,6 − d
k = max   d em metros Equação 8.26
 1,0 
A taxa de armadura ρ1, na região próxima ao apoio onde está sendo considerada a força
cortante, é dada pela expressão:
 A s1 
b d
 w 
ρ1 = min   Equação 8.27
 2% 
 
 
onde:
As1 área da armadura de tração que se estende até não menos de d + lb,nec além da seção
considerada (Figura 8.35)1;
bw largura mínima da seção ao longo da altura útil d (1 metro); e
d altura útil da laje.

d + lb,nec d + lb,nec

As1 As d
As1 As d

seção seção
considerada considerada

Figura 8.35 – Armadura a ser considerada na verificação de força cortante em lajes


De modo geral pode-se adotar para valores de As1:
a. 100% da armadura principal que chega ao apoio onde está sendo considerada a força
cortante, para o caso de armadura não alternada; e
b. 50% da armadura principal que chega ao apoio onde está sendo considerada a força
cortante, para o caso de armadura alternada.
Exemplo 8.7: Verificar, para o painel abaixo representado, se as lajes podem prescindir de
armadura transversal para resistir aos esforços de tração oriundos da força
cortante.
Dados:
− concreto: C25; e
− aço: CA-60.
Considerar:
- estado limite último, combinações últimas normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4
γq = 1,4, γc = 1,4 e γs = 1,15);
− espessura das lajes (h): 10 cm;
− cobrimento nominal (cnom): 2,5 cm;
− barras de flexão alternadas;
− carga permanente atuante nas lajes (peso próprio incluído): 3,5 kN/m2; e
− carga acidental atuante nas lajes: 1,5 kN/m2.

1
Alguns autores preferem considerar, sempre, a armadura positiva que chega ao apoio, ignorando as armaduras
tracionadas negativas.
2006 8-46 ufpr/tc405
Solução: A solução do problema consiste na aplicação da Equação 8.7 para a determinação
dos momentos fletores em lajes isoladas. A uniformização dos momentos negativos
na região de continuidade de lajes é feita com a utilização da Equação 8.8. Para a
correção dos momentos positivos deve-se usar a Equação 8.9. As armaduras
devem ser determinadas com a aplicação da Equação 8.10 a Equação 8.19. A
determinação das reações de apoio das lajes (força cortante) deve ser feita
conforme o item 14.7.6.1 da ABNT NBR 6118, com a aplicação da Equação 8.21. A
verificação da força cortante é feita com o uso da Equação 8.22 a Equação 8.27.

P1 V1A V1B P2

L1 L2 5m

V5
V3

V4

P3 V2A V2B P4

4m 4m

a. Dados - uniformização de unidades (kN e cm)


fck = 25 MPa = 2,5 kN/cm 2
γ c = 1,40 (ELU - combinação normal)
f 2,5
fcd = ck = = 1,79 kN/cm 2
γ c 1,40
fyk = 600 MPa = 60 kN/cm 2
γ s = 1,15 (ELU - combinação normal)
fyk 60
fyd = = = 52,2 kN/cm 2
γ s 1,15
b w = 100 cm
h = 10 cm
c nom = 2,5 cm
d = h − (c nom + 1,5 φl )
d = 10 − (2,5 + 1,5 × 0,8 ) = 6,3 cm (assumido φl = 8 mm)
A c = b w h = 100 × 10 = 1000 cm 2
armadura negativa
f
A s,min = 0,035 cd A c
f yd
1,79
A s,min = 0,035 × × 1000 = 1,20 cm2 / m
52,2
armadura positiva de lajes armadas em duas direções
f
A s,min = 0,023 cd A c
fyd
1,79
A s,min = 0,023 × × 1000 = 0,79 cm 2 / m
52,2

2006 8-47 ufpr/tc405


armadura positiva (principal) de lajes armadas em uma direção
f
A s,min = 0,035 cd A c
f yd
1,79
A s,min = 0,035 × × 1000 = 1,20 cm2 / m
52,2
armadura positiva (secundária) de lajes armadas em uma direção
 
 0,20 A s,princ 
 
A s,min = max  0,9 cm2 
 fcd 
0,018 f A c 
 yd 
 
 0,20 A s,princ 
A s,min 
= max  0,9 cm 2 

0,018 × 1,79 × 1000 = 0,62 cm 2 / m
 52,2 
 0,20 A s,princ 
A s,min = max  2 
0,90 cm / m
h
φl ≤
8
10
φl ≤ = 1,25 cm ⇒ φ l,max = 12,5 mm
8
17 cm
7 cm ≤ s ≤ min   (barras alternadas)
 2h 
 17 cm 
7 cm ≤ s ≤ min  
2 × 10 = 20 cm
7 cm ≤ s ≤ 17 cm (armadura principal, barras alternadas)
10 cm ≤ s ≤ 33 cm (armadura secundária)
mRd1,lim = 0,272 b w d2 fcd fck ≤ 35 MPa
mRd1,lim = 0,272 × 100 × 6,3 2 × 1,79 = 1932 kNcm / m
mRd1,lim = 19,32 kNm / m ⇐ máximo momento permitido na laje para que não haja
armadura de compressão
b. Carregamento das lajes (valores de cálculo)
p d = γ g gk + γ qqq
p d = 1,4 × 3,5 + 1,4 × 1,5 = 7,0 kN / m 2
c. Laje L1
l x1 = 4,0 m L1
l y1 = 5,0 m my1 mbx1
α x1 = 21,4
ly1 = 5 m

l y1 5,0 
= = 1,25 ⇒ tab ⇒ α y1 = 35,2
l x1 4,0 β = 9,9
 x1
2 2
p l 7,0 × 4,0
m x1,d = d x1 = = 5,23 kNm / m mx1
α x1 21,4
p d l 2x1 7,0 × 4,0 2
m y1,d = = = 3,18 kNm / m
α y1 35,2
lx1 = 4 m

2006 8-48 ufpr/tc405


pd l 2x1 7,0 × 4,02
mbx1,d = − =− = −11,31kNm / m
β x1 9,9
d. Momentos fletores das lajes com continuidade (L1/L2)
A uniformização de momentos é feita pela própria simetria do painel de lajes.

L1 L2
11,31 kN/m

5,23 kN/m 5,23 kN/m

e. Momentos fletores das lajes sem continuidades (L1 e L2)

L1 L2
3,18 kN/m

3,18 kN/m

f. Armadura para os momentos fletores


mSd = 5,23 kNm/m
mSd < mRd1,lim ⇒ não há necessidad e de armadura de compressão
{ 123
5,23 kNm / m 19,32 kNm / m

mSd = mRd = mRd1 = 523 kNcm / m


mRd1
βc = ≤ 0,272 fck ≤ 35 MPa
b w d2 fcd
523
βc = = 0,074 < 0,272 OK
100 × 6,32 × 1,79
β z = 0,954
βc = 0,074 ⇒ ⇒ 
123 β = 1,000
tabela  s
mRd1
As = ≥ A s,min
β z d βs fyd
A s,min = 0,79 cm2 / m
523
As = = 1,67 cm2 / m > 0,79 cm2 / m OK
0,954 × 6,3 × 1,000 × 52,2
A s = 1,67 cm2 / m ◄

2006 8-49 ufpr/tc405


7 cm ≤ s ≤ 17 cm

φ As,bar s As,ef
(mm) (cm2) (cm) (cm2/m) s cm → 0,196 cm2
►5 0,196 ►11 1,78
6 0,283 16 1,77 100 cm → 1,67 cm2
7 0,385 17 2,26
mSd = -11,31 kNm/m
mSd < mRd1,lim ⇒ não há necessidad e de armadura de compressão
{ 123
11,31kNm / m 19,32 kNm / m

mSd = mRd = mRd1 = 1131kNcm / m


1131
βc = = 0,159 < 0,272 OK
100 × 6,3 2 × 1,79
β z = 0,896
βc = 0,159 ⇒ ⇒ 
123 β = 1,000
 s
tabela

A s,min = 1,20 cm 2 / m
1131
As = = 3,84 cm2 / m > 1,20 cm2 / m OK
0,896 × 6,3 × 1,000 × 52,2
A s = 3,84 cm2 / m ◄
7 cm ≤ s ≤ 17 cm

φ As,bar s As,ef
(mm) (cm2) (cm) (cm2/m) s cm → 0,283 cm2
6 0,283 7 4,04
7 0,385 10 3,85 100 cm → 3,84 cm2
►8 0,503 ►13 3,87
mSd = 3,18 kNm/m
m Sd < m Rd1,lim ⇒ não há necessidad e de armadura de compressão
{ 123
3,18 kNm / m 19,32 kNm / m

mSd = mRd = mRd1 = 318 kNcm / m


318
βc = = 0,045 < 0,272 OK
100 × 6,32 × 1,79
β z = 0,973
βc = 0,045 ⇒ ⇒ 
123 β = 1,000
tabela  s

A s,min = 0,79 cm 2 / m
318
As = = 0,99 cm2 / m > 0,79 cm2 / m OK
0,973 × 6,3 × 1,000 × 52,2
A s = 0,99 cm2 / m ◄
7 cm ≤ s ≤ 17 cm

φ As,bar s As,ef
(mm) (cm2) (cm) (cm2/m)
►5 0,196 ►17 1,15
6 0,283 17 1,66

2006 8-50 ufpr/tc405


g. Armadura
φ 8 mm @ 13 cm
3,87 cm2/m

L1 L2 φ 5 mm @ 17 cm
1,15 cm2/m

φ 5 mm @ 11 cm
1,78 cm2/m

h. Reação de apoio - laje L1 - carga permanente (gk = 3,5 kN/m2) - valores característicos

4m
V1A
1,464

A1A 60°
45°

AL1 = 4 m x 5 m = 20 m2
2,072

5m

A3 A4
V3

V4

PL1 = 20 m2 x 3,5 kN/m2 = 70 kN


1,464

45° A2A 60°

V2A
1,464 2,536

4 × 1,464
A 1A = = 2,928 m 2
2
 5 + 2,072  2
A3 =   × 1,464 = 5,177 m
 2 
 5 + 2,072  2
A4 =   × 2,536 = 8,967 m
 2 
4 × 1,464
A 2A = = 2,928 m 2
2
∑ A n = 2,928 + 5,177 + 8,967 + 2,928 = 20 m 2 OK
pk A n
rVn =
li
3,5 × 2,928
rV1A = = 2,562 kN/m
4
3,5 × 5,177
rV3 = = 3,624 kN/m
5
3,5 × 8,967
rV4 = = 6,277 kN/m
5
3,5 × 2,928
rV2A = = 2,562 kN/m
4

2006 8-51 ufpr/tc405


4m
V1A
3,624 kN/m 2,562 kN/m

6,277 kN/m
L1

5m
V3

V4
2,562 kN/m
V2A

∑P n = ( 4 × 2,562) + (5 × 3,624 ) + (5 × 6,277 ) + ( 4 × 2,562) = 70 kN OK


i. Painel de lajes - carga permanente (gk = 3,5 kN/m2) - valores característicos

P1 V1A V1B P2

2,562 kN/m 2,562 kN/m


V4 06,277 kN/m
06,277 kN/m
3,624 kN/m

V5 3,624 kN/m

L1 L2 5m
V3

2,562 kN/m 2,562 kN/m


V2A V2B
P3 P4
4m 4m

j. Painel de lajes - carga acidental (qk = 1,5 kN/m2) – valores característicos

P1 V1A V1B P2

1,098 kN/m 1,098 kN/m


V4 02,690 kN/m
02,690 kN/m
1,553 kN/m

V5 1,553 kN/m

L1 L2 5m
V3

1,098 kN/m 1,098 kN/m


V2A V2B
P3 P4
4m 4m

Os procedimentos para a obtenção dos valores mostrados no painel de carga


acidental são os mesmos efetuados para o painel de cargas permanentes (itens h e i).
Trocou-se a carga permanente (gk = 3,5 kN/m2) pela carga acidental (qk = 1,5 kN/m2). Como

2006 8-52 ufpr/tc405


não há variação de cargas de uma laje para a outra, o painel mostrado neste item foi obtido
do painel mostrado no item i, na proporção 1,5/3,5 (carga acidental / carga permanente).
k. Apoio V1A – verificação da força cortante (igual para V1B, V2A e V2B)
v Sd = 1,4 rgk + 1,4 rqk
rgk,V1A = 2,562 kN / m
rqk,V1A = 1,098 kN / m
v Sd = 1,4 × 2,562 + 1,4 × 1,098 = 5,1kN / m
0,0525 3 2
τRd = fck fck em MPa
γc
0,0525 3 2
τRd = 25 = 0,321MPa = 0,032 kN / cm 2
1,4
k = 1,0 (barras alternadas)
A
A s1 = s,ef (barras alternadas)
2
A s,ef = 1,15 cm2 / m (1 φ 5 mm @ 17 cm) – armadura positiva que chega na V1A
 A s1 
b d
 w 
ρ1 = min  
 2% 
 
 
 1,15 
 2 
  0,091%
100 × 6,3   =
ρ1 = min   = min   0,091%
 2%  2% 
 
 
 
v Rd1 = [τRd k (1,2 + 40 ρ1 )]d
  0,091 
v Rd1 = 0,032 × 1,0 × 1,2 + 40 ×  × 6,3 = 0,249 kN / cm = 24,9 kN / m
  100 
v Sd ≤ v Rd1
v Sd < v Rd1 OK
{ {
5,1kN / m 24,9 kN / m

l. Apoio V3 – verificação da força cortante (igual para V5)


rgk,V 3 = 3,624 kN / m
rqk,V 3 = 1,553 kN / m
v Sd = 1,4 × 3,624 + 1,4 × 1,553 = 7,2 kN / m
τRd = 0,032 kN / cm 2
k = 1,0 (barras alternadas)
A s,ef = 1,78 cm2 / m (1 φ 5 mm @ 11 cm) – armadura positiva que chega na V3 (V5)
 1,78 
 2 
  0,141%
100 × 6,3   
ρ1 = min   = min   = 0,141%
 2%  2% 
 
 
 

2006 8-53 ufpr/tc405


  0,141 
v Rd1 = 0,032 × 1,0 × 1,2 + 40 ×  × 6,3 = 0,253 kN / cm = 25,3 kN / m
  100 
v Sd < v Rd1 OK
{ {
7,2 kN / m 25,3 kN / m

m. Apoio V4 – verificação da força cortante


rgk,V 4 = 6,277 kN / m
rqk,V 4 = 2,690 kN / m
v Sd = 1,4 × 6,277 + 1,4 × 2,690 = 12,6 kN / m
τRd = 0,032 kN / cm 2
k = 1,0 (barras alternadas)
A s,ef = 3,87 cm2 / m (1 φ 8 mm @ 13 cm) – armadura negativa sobre a V41
 3,87 
 2 
  0,307%
100 × 6,3   
ρ1 = min   = min   = 0,307%
 2%  2% 
 
 
 
  0,307 
v Rd1 = 0,032 × 1,0 × 1,2 + 40 ×  × 6,3 = 0,267 kN / cm = 26,7 kN / m
  100 
v Sd < v Rd1 OK
{ {
12,6 kN / m 26,7 kN / m

8.11 Tabelas de CZERNY


As tabelas as seguir apresentadas são válidas para lajes retangulares apoiadas em todas as
suas bordas, com carregamento uniformemente distribuído. Estas tabelas apresentadas por
CZERNY no volume I do Beton Kalender de 1976 foram adaptadas por BURKE para coeficiente
de Poisson (ν) igual a 0,20.
Nas tabelas que se seguem valem as seguintes notações:
lx menor vão da laje;
ly maior vão da laje;
mx momento fletor positivo na direção x;
my momento fletor positivo na direção na y;
mbx momento fletor negativo (borda) na direção x;
mby momento fletor negativo (borda) na direção y;
a flecha máxima da laje;
p carga uniformemente distribuída em toda laje;
αx coeficiente para definição do momento fletor positivo na direção x;
αy coeficiente para definição do momento fletor positivo na direção y;
βx coeficiente para definição do momento fletor negativo (borda) na direção x;
βy coeficiente para definição do momento fletor negativo (borda) na direção y;
αa coeficiente para definição da flecha;
Ec módulo de elasticidade secante do concreto (Ecs); e
h espessura da laje.

p l 2x p l 2x p l 2x p l 2x p l 4x
mx = my = mbx = − mby = − a=
αx αy βx βy E c h3 α a

1
Alguns autores consideram as armaduras positivas que chegam ao apoio (1,78 cm2/m – 1 φ de 5 mm @ 11 cm).
2006 8-54 ufpr/tc405
8.11.1 Quatro bordas com apoios simples

ly/lx αx αy βx βy αa my
1,00 22,7 22,7 21,4
1,05 20,8 22,5 19,4
1,10 19,3 22,3 17,8
1,15 18,1 22,3 16,5
1,20 16,9 22,3 15,4 ly mx
1,25 15,9 22,4 14,3
1,30 15,2 22,7 13,6
1,35 14,4 22,9 12,9
1,40 13,8 23,1 12,3 lx
1,45 13,2 23,3 11,7
1,50 12,7 23,5 11,2
1,55 12,3 23,5 10,8
1,60 11,9 23,5 10,4
1,65 11,5 23,5 10,1
1,70 11,2 23,5 9,8
1,75 10,8 23,5 9,5
1,80 10,7 23,5 9,3
1,85 10,4 23,5 9,1
1,90 10,2 23,5 8,9
1,95 10,1 23,5 8,7
2,00 9,9 23,5 8,6
>2 8,0 23,5 6,7

8.11.2 Três bordas com apoios simples e um engaste em lx

ly/lx αx αy βx βy αa my
1,00 32,4 26,5 11,9 31,2
1,05 29,2 25,0 11,3 27,6
1,10 26,1 24,4 10,9 24,7
1,15 23,7 23,9 10,4 22,3
1,20 22,0 23,8 10,1 20,3 ly mx
1,25 20,2 23,6 9,8 18,7
1,30 19,0 23,7 9,6 17,3
1,35 17,8 23,7 9,3 16,1
1,40 16,8 23,8 9,2 15,1
mby
1,45 15,8 23,9 9,0 14,2
1,50 15,1 24,0 8,9 13,5
lx
1,55 14,3 24,0 8,8 12,8
1,60 13,8 24,0 8,7 12,2
1,65 13,2 24,0 8,6 11,7
1,70 12,8 24,0 8,5 11,2
1,75 12,3 24,0 8,45 10,8
1,80 12,0 24,0 8,4 10,5
1,85 11,5 24,0 8,35 10,1
1,90 11,3 24,0 8,3 9,9
1,95 10,9 24,0 8,25 9,6
2,00 10,8 24,0 8,2 9,4
>2 8,0 24,0 8,0 6,7

2006 8-55 ufpr/tc405


8.11.3 Três bordas com apoios simples e um engaste em ly

ly/lx αx αy βx βy αa my
1,00 26,5 32,4 11,9 31,2
1,05 25,7 33,3 11,3 29,2
1,10 24,4 33,9 10,9 27,4
mbx
1,15 23,3 34,5 10,5 26,0
1,20 22,3 34,9 10,2 24,8 ly mx
1,25 21,4 35,2 9,9 23,8
1,30 20,7 35,4 9,7 22,9
1,35 20,1 37,8 9,4 22,1
1,40 19,7 39,9 9,3 21,5 lx
1,45 19,2 41,1 9,1 20,9
1,50 18,8 42,5 9,0 20,4
1,55 18,3 42,5 8,9 20,0
1,60 17,8 42,5 8,8 19,6
1,65 17,5 42,5 8,7 19,3
1,70 17,2 42,5 8,6 19,0
1,75 17,0 42,5 8,5 18,7
1,80 16,8 42,5 8,4 18,5
1,85 16,5 42,5 8,3 18,3
1,90 16,4 42,5 8,3 18,1
1,95 16,3 42,5 8,3 18,0
2,00 16,2 42,5 8,3 17,8
>2 14,2 42,5 8,0 16,7

8.11.4 Duas bordas com apoios simples e dois engastes em lx

ly/lx αx αy βx βy αa mby my
1,00 46,1 31,6 14,3 45,3
1,05 39,9 29,8 13,4 39,2
1,10 36,0 28,8 12,7 34,4
1,15 31,9 27,9 12,0 30,4
1,20 29,0 26,9 11,5 27,2 ly mx
1,25 26,2 26,1 11,1 24,5
1,30 24,1 25,6 10,7 22,3
1,35 22,1 25,1 10,3 20,4
1,40 20,6 24,8 10,0 18,8
1,45 19,3 24,6 9,75 17,5 lx
1,50 18,1 24,4 9,5 16,3
1,55 17,0 24,3 9,3 15,3
1,60 16,2 24,3 9,2 14,4
1,65 15,4 24,3 9,05 13,7
1,70 14,7 24,3 8,9 13,0
1,75 14,0 24,3 8,8 12,4
1,80 13,5 24,3 8,7 11,9
1,85 13,0 24,3 8,6 11,4
1,90 12,6 24,3 8,5 11,0
1,95 12,1 24,3 8,4 10,6
2,00 11,8 24,3 8,4 10,3
>2 8,0 24,3 8,0 6,7

2006 8-56 ufpr/tc405


8.11.5 Duas bordas com apoios simples e dois engastes em ly

ly/lx αx αy βx βy αa my
1,00 31,6 46,1 14,3 45,3
1,05 29,9 46,4 13,8 43,2
1,10 29,0 47,2 13,5 41,5
mbx
1,15 28,0 47,7 13,2 40,1
1,20 27,2 48,1 13,0 39,0 ly mx
1,25 26,4 48,2 12,7 37,9
1,30 25,8 48,1 12,6 37,2
1,35 25,3 47,9 12,4 36,5
1,40 24,8 47,8 12,3 36,0 lx
1,45 24,4 47,7 12,2 35,6
1,50 24,2 47,6 12,2 35,1
1,55 24,0 47,6 12,1 34,7
1,60 24,0 47,6 12,0 34,5
1,65 24,0 47,6 12,0 34,2
1,70 24,0 47,4 12,0 33,9
1,75 24,0 47,3 12,0 33,8
1,80 24,0 47,2 12,0 33,7
1,85 24,0 47,1 12,0 33,6
1,90 24,0 47,1 12,0 33,5
1,95 24,0 47,1 12,0 33,4
2,00 24,0 47,0 12,0 33,3
>2 24,0 47,0 12,0 32,0

8.11.6 Duas bordas com apoios simples, um engaste em lx e outro em ly

ly/lx αx αy βx βy αa my
1,00 34,5 34,5 14,3 14,3 41,3
1,05 32,1 33,7 13,3 13,8 37,1
1,10 30,1 33,9 12,7 13,6 34,5
mbx
1,15 28,0 33,9 12,0 13,3 31,7
1,20 26,4 34,0 11,5 13,1 29,9 ly mx
1,25 24,9 34,4 11,1 12,9 28,2
1,30 23,8 35,0 10,7 12,8 26,8
1,35 23,0 36,6 10,3 12,7 25,5
1,40 22,2 37,8 10,0 12,6 24,5
mby
1,45 21,4 39,1 9,8 12,5 23,5
1,50 20,7 40,2 9,6 12,4 22,7
lx
1,55 20,2 40,2 9,4 12,3 22,1
1,60 19,7 40,2 9,2 12,3 21,5
1,65 19,2 40,2 9,1 12,2 21,0
1,70 18,8 40,2 8,9 12,2 20,5
1,75 18,4 40,2 8,8 12,2 20,1
1,80 18,1 40,2 8,7 12,2 19,7
1,85 17,8 40,2 8,6 12,2 19,4
1,90 17,5 40,2 8,5 12,2 19,0
1,95 17,2 40,2 8,4 12,2 18,8
2,00 17,1 40,2 8,4 12,2 18,5
>2 14,2 40,2 8,0 12,0 16,7

2006 8-57 ufpr/tc405


8.11.7 Três bordas engastadas e um apoio simples em lx

ly/lx αx αy βx βy αa my
1,00 38,1 44,6 16,2 18,3 55,4
1,05 35,5 44,8 15,3 17,9 51,6
1,10 33,7 45,7 14,8 17,7 48,7
mbx
1,15 32,0 47,1 14,2 17,6 46,1
1,20 30,7 47,6 13,9 17,5 44,1 ly mx
1,25 29,5 47,7 13,5 17,5 42,5
1,30 28,4 47,7 13,2 17,5 41,2
1,35 27,6 47,9 12,9 17,5 39,9
1,40 26,8 48,1 12,7 17,5 38,9
mby
1,45 26,2 48,3 12,6 17,5 38,0
1,50 25,7 48,7 12,5 17,5 37,2
lx
1,55 25,2 49,0 12,4 17,5 36,5
1,60 24,8 49,4 12,3 17,5 36,0
1,65 24,5 49,8 12,2 17,5 35,4
1,70 24,2 50,2 12,2 17,5 35,0
1,75 24,0 50,7 12,1 17,5 34,6
1,80 24,0 51,3 12,1 17,5 34,4
1,85 24,0 52,0 12,0 17,5 34,2
1,90 24,0 52,6 12,0 17,5 33,9
1,95 24,0 53,4 12,0 17,5 33,8
2,00 24,0 54,1 12,0 17,5 33,7
>2 24,0 54,0 12,0 17,5 32,0

8.11.8 Três bordas engastadas e um apoio simples em ly

ly/lx αx αy βx βy αa mby my
1,00 44,6 38,1 18,3 16,2 55,4
1,05 41,7 37,3 16,6 15,4 49,1
1,10 38,1 36,7 15,4 14,8 44,1
mbx
1,15 34,9 36,4 14,4 14,3 40,1
1,20 32,1 36,2 13,5 13,9 36,7 ly mx
1,25 29,8 36,1 12,7 13,5 33,8
1,30 28,0 36,2 12,2 13,3 31,7
1,35 26,4 36,6 11,6 13,1 29,7
1,40 25,2 37,0 11,2 13,0 28,1
1,45 24,0 37,5 10,9 12,8 26,6 lx
1,50 23,1 38,3 10,6 12,7 25,5
1,55 22,3 39,3 10,3 12,6 24,5
1,60 21,7 40,3 10,1 12,6 23,6
1,65 21,1 41,4 9,9 12,5 22,8
1,70 20,4 42,7 9,7 12,5 22,1
1,75 20,0 43,8 9,5 12,4 21,5
1,80 19,5 44,8 9,4 12,4 21,0
1,85 19,1 45,9 9,2 12,3 20,5
1,90 18,7 46,7 9,0 12,3 20,1
1,95 18,4 47,7 8,9 12,3 19,7
2,00 18,0 48,6 8,8 12,3 19,3
>2 14,2 48,6 8,0 12,0 16,7

2006 8-58 ufpr/tc405


8.11.9 Quatro bordas engastadas

ly/lx αx αy βx βy αa mby my
1,00 47,3 47,3 19,4 19,4 68,5
1,05 43,1 47,3 18,2 18,8 62,4
1,10 40,0 47,8 17,1 18,4 57,6
mbx
1,15 37,3 48,3 16,3 18,1 53,4
1,20 35,2 49,3 15,5 17,9 50,3 ly mx
1,25 33,4 50,5 14,9 17,7 47,6
1,30 31,8 51,7 14,5 17,6 45,3
1,35 30,7 53,3 14,0 17,5 43,4
1,40 29,6 54,8 13,7 17,5 42,0
1,45 28,6 56,4 13,4 17,5 40,5 lx
1,50 27,8 57,3 13,2 17,5 39,5
1,55 27,2 57,6 13,0 17,5 38,4
1,60 26,6 57,8 12,8 17,5 37,6
1,65 26,1 57,9 12,7 17,5 36,9
1,70 25,5 57,8 12,5 17,5 36,3
1,75 25,1 57,7 12,4 17,5 35,8
1,80 24,8 57,6 12,3 17,5 35,4
1,85 24,5 57,5 12,2 17,5 35,1
1,90 24,2 57,4 12,1 17,5 34,7
1,95 24,0 57,2 12,0 17,5 33,8
2,00 24,0 57,1 12,0 17,5 34,5
>2 24,0 57,0 12,0 17,5 34,3

8.12 Simbologia específica


8.12.1 Símbolos base
a dimensão
flecha
bw largura da laje
largura mínima da seção ao longo da altura útil d
bwxi largura da viga i na direção x
bwxj largura da viga j na direção x
bwyi largura da viga i na direção y
bwyj largura da viga j na direção y
cb comprimento horizontal de barra
cb,maior comprimento horizontal maior de barra
cb,menor comprimento horizontal menor de barra
cbx comprimento horizontal de barra na direção x
cby comprimento horizontal de barra na direção y
cnom cobrimento nominal
d altura útil da laje
ereb espessura do reboco
etij espessura (menor dimensão em planta) do tijolo
fcd resistência à compressão do concreto de cálculo
fck resistência à compressão do concreto característica
fyd resistência ao escoamento do aço de cálculo
fyk resistência ao escoamento do aço característica
g carga permanente uniformemente distribuída
gk valor característico da carga permanente
gpar carga uniformemente distribuída, devida à parede, por unidade de área
carga uniformemente distribuída, devida à parede, por unidade de comprimento
gtaco peso do taco por metro quadrado

2006 8-59 ufpr/tc405


h espessura da laje
espessura do material
hconc arm espessura do concreto armado
hcont piso espessura do contra-piso
hgesso espessura do gesso
hpar altura da parede
k coeficiente função da taxa de armadura existente na região próxima ao apoio
l vão de laje
vão de viga
lb comprimento de ancoragem
lb,nec comprimento de ancoragem necessário
lbal vão de laje em balanço
lef vão efetivo da laje
li vão de laje
vão de viga
lpar largura da parede
lx menor dimensão da laje
lx,maior maior dos vãos lx
lxi menor dimensão da laje Li
lxj menor dimensão da laje Lj
ly maior dimensão da laje
lyi maior dimensão da laje Li
lyj maior dimensão da laje Lj
l0 distância entre faces de dois apoios (vigas) consecutivos
l0x distância entre faces de dois apoios (vigas) consecutivos na direção x
l0y distância entre faces de dois apoios (vigas) consecutivos na direção y
mbi momento fletor negativo (borda) da laje Li
mbi,d momento fletor negativo (borda) de cálculo da laje Li
mbij momento fletor negativo (borda) na junção das lajes Li e Lj
mbij,d momento fletor negativo (borda) de cálculo na junção das lajes Li e Lj
mbj momento fletor negativo (borda) da laje Lj
mbj,d momento fletor negativo (borda) de cálculo da laje Lj
mbx momento fletor negativo (borda) na direção x
mbxi,d momento fletor negativo (borda) de cálculo na direção x da laje Li
mby momento fletor negativo (borda) na direção y
mbyi,d momento fletor negativo (borda) de cálculo na direção y da laje Li
mi momento fletor positivo da laje Li
mi,cor momento fletor positivo corrigido da laje Li
mi,d,cor momento fletor positivo corrigido de cálculo da laje Li
mj momento fletor positivo da laje Lj
mj,cor momento fletor positivo corrigido da laje Lj
mx momento fletor positivo na direção x
mxi,d momento fletor positivo de cálculo na direção x da laje Li
my momento fletor positivo na direção y
myi,d momento fletor positivo de cálculo na direção y da laje Li
mAB momento fletor positivo no vão AB
mB momento fletor negativo (engaste) no apoio B
mRd momento fletor resistente de cálculo
mRd1 momento fletor resistente de cálculo sem a consideração de armadura comprimida
mRd1,lim momento fletor resistente de cálculo corresponde ao limite de dutilidade da seção
mRd1,lim transversal (βx = βx,lim)
mSd momento fletor solicitante de cálculo
p carga uniformemente distribuída correspondente à somatória da carga permanente
mais a carga acidental
carga uniformemente distribuída na laje
carga uniformemente distribuída na viga
2006 8-60 ufpr/tc405
pd valor de cálculo da somatória carga permanente mais carga acidental
pk valor característico da carga uniformemente distribuída na laje
valor característico da somatória carga permanente mais carga acidental
ppar peso da parede por unidade de área
peso da parede por unidade de área
q carga acidental uniformemente distribuída
qedif com carga acidental de edifícios comerciais
qk valor característico da carga acidental
rgk reação de apoio característica devida à carga permanente
rgk,Vi reação de apoio característica devida à carga permanente na viga Vi
rqk reação de apoio característica devida à carga acidental
rqk,Vi reação de apoio característica devida à carga acidental na viga Vi
rVn reação de apoio na viga
s espaçamento entre as barras que constituem a armadura longitudinal
t comprimento do apoio
vRd1 força cortante resistente de cálculo
vSd força cortante solicitante de cálculo
As1 área da armadura de tração que se estende até não menos de d + lb,nec além da
seção considerada
Ac área de concreto
An área de triângulo ou trapézio
As área da seção transversal da armadura longitudinal tracionada
As,bar área da seção transversal da armadura longitudinal tracionada de uma barra
As,min área da seção transversal mínima da armadura longitudinal tracionada
As,princ área da seção transversal principal da armadura longitudinal tracionada
As,ef área da seção transversal efetiva da armadura longitudinal tracionada
Asx,fiss armadura de fissuração na direção x
Asx,pos armadura positiva na direção x
Asy,fiss armadura de fissuração na direção y
Asy,pos armadura positiva na direção y
ALi área da laje Li
D diâmetro interno da curvatura
Es módulo de elasticidade do aço
Ec módulo de elasticidade secante do concreto
Gk,Pi Reação de apoio devida à carga permanente no pilar Pi
Gk,Vi Reação de apoio devida à carga permanente na viga Vi
PLi força resultante atuante na laje Li
Qk,Pi Reação de apoio devida à carga acidental no pilar Pi
Qk,Vi Reação de apoio devida à carga acidental na viga Vi
αa coeficiente para definição da flecha
αx coeficiente para definição do momento fletor positivo na direção x
αy coeficiente para definição do momento fletor positivo na direção y
βc valor adimensional auxiliar
βs valor adimensional que define a tensão de tração referente à armadura As
βx coeficiente para definição do momento fletor negativo (borda) na direção x
βx valor adimensional que define a posição da linha neutra
βy coeficiente para definição do momento fletor negativo (borda) na direção y
βz valor adimensional que define o braço de alavanca do binário de forças Rcd1, Rsd1
φ diâmetro das barras da armadura
φl diâmetro da barra longitudinal
γc coeficiente de ponderação da resistência do concreto
γconc arm peso específico do concreto armado
γcont piso peso específico do contra-piso
γg coeficiente de ponderação para ações permanentes diretas
γgesso peso específico do gesso
γmat peso específico do material
γq coeficiente de ponderação para ações variáveis diretas
2006 8-61 ufpr/tc405
γreb peso específico do reboco
γs coeficiente de ponderação da resistência do aço
γtij peso específico do tijolo
ρ1 taxa de armadura existente na região próxima ao apoio
τRd tensão resistente de cálculo ao cisalhamento
8.12.2 Símbolos subscritos
bal balanço
bar barra
conc arm concreto armado
cont piso contra-piso
cor corrigido
edif com edifício comercial
ef efetivo
fiss fissuração
gesso gesso
lim limite
maior maior
mat material
menor menor
min mínimo
nec necessário
par parede
pos positivo
princ principal
reb reboco
taco taco
tij tijolo

8.13 Exercícios
Ex. 8.1: Dimensionar e detalhar as armaduras positivas e negativas do painel de lajes
abaixo representado.
Dados:
− concreto: C20; e
− aço: CA-60.
Considerar:
− somente solicitações normais (momento fletor);
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− espessura da laje (h): 11 cm;
− altura útil da laje (d): 8 cm;
− carga permanente (gk): 4,5 kN/m2 (peso próprio incluído); e
− carga acidental (qk): 2,0 kN/m2.
Obs.:
− a carga acidental atua simultaneamente nas duas lajes;
− as armaduras das lajes devem ser alternadas; e
− as dimensões da figura correspondem a centímetros.

2006 8-62 ufpr/tc405


15

L1 L2 660

15

15 300 15 435 15
Ex. 8.2: Para o painel abaixo indicado, determinar o valor da carga acidental uniformemente
distribuída (qk) que as lajes podem suportar.
Dados:
− concreto: C20; e
− aço: CA-50.
Considerar:
− somente solicitações normais (momento fletor);
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− espessura da laje (h): 12 cm;
− altura útil da laje (d): 9 cm;
− armadura positiva: 1 φ de 8 mm @ 15 cm nas duas direções;
− armadura negativa: 1 φ de 8 mm @ 10 cm; e
− carga permanente (gk): 5 kN/m2 (peso próprio incluído).
Obs.:
− a carga acidental atua simultaneamente nas duas lajes.

4m

7m 7m

Ex. 8.3: Dimensionar e detalhar as armaduras positivas e negativas do painel de lajes


abaixo representado.
Dados:
− concreto: C25; e
− aço: CA-60.

2006 8-63 ufpr/tc405


Considerar:
− somente solicitações normais (momento fletor);
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− espessura da laje (h): 10 cm;
− altura útil da laje (d): 7 cm;
− carga permanente (gk): 4 kN/m2 (peso próprio incluído); e
− carga acidental (qk): 2 kN/m2.
Obs.:
− a carga acidental atua simultaneamente nas duas lajes;
− as armaduras das lajes devem ser alternadas; e
− as dimensões da figura correspondem a centímetros.
20 300 20

20

L1 400

20

L2 300

20

20 520 20

Ex. 8.4: A figura abaixo representa a forma de um pavimento de um edifício. Sabendo-se


que as lajes serão carregadas, além do peso próprio, por uma carga de revestimentos de
1,50 kN/m2 e por uma carga acidental igual a 2,0 kN/m2, pede-se determinar e detalhar as
armaduras positivas e negativas do painel de lajes.
Dados:
− concreto: C25; e
− aço: CA-50.
Considerar:
− somente solicitações normais (momento fletor);
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− espessura da laje (h): 10 cm;
− altura útil da laje (d): 7 cm; e
− peso específico do concreto armado: 25 kN/m3.
Obs.:
− a carga acidental atua simultaneamente nas três lajes; e
− as armaduras das lajes devem ser alternadas.

2006 8-64 ufpr/tc405


3m 3m

4m L1 L2

2,4 m L3

Ex. 8.5: A figura abaixo representa um painel de lajes de um pavimento de um edifício.


Sabendo-se que as lajes estão carregadas, além do peso próprio, por uma carga de
revestimentos de 1,50 kN/m2 e por uma carga acidental igual a 2,0 kN/m2, pede-se determinar as
armaduras positivas e negativas da laje L3.
Dados:
− concreto: C25; e
− aço: CA-60.
Considerar:
− somente solicitações normais (momento fletor);
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− espessura da laje (h): 11 cm;
− altura útil da laje (d): 8 cm; e
− peso específico do concreto armado: 25 kN/m3.
Obs.:
− a carga acidental atua simultaneamente nas três lajes; e
− as armaduras das lajes devem ser alternadas.

L1 2,5 m

L2 L3 4,0 m

6,0 m 4,0 m

2006 8-65 ufpr/tc405


Ex. 8.6: Apresenta-se, na figura abaixo, o esquema estrutural de um pavimento constituído
por três lajes maciças de concreto armado. Determinar as armaduras necessárias nas posições
N1, N2 e N3 (cm2/m).
Dados:
− concreto: C25; e
− aço: CA-60.
Considerar:
− somente solicitações normais (momento fletor);
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− espessura da laje (h): 10 cm;
− altura útil da laje (d): 7 cm;
− carga permanente (gk): 4 kN/m2 (peso próprio incluído); e
− carga acidental (qk): 2 kN/m2.
Obs.:
− a carga acidental atua simultaneamente nas três lajes; e
− as dimensões da figura correspondem a centímetros.
200 400

N1
L2 400
600
L1

N3
L3
N2 400
200

200 700

Ex. 8.7: Determinar a máxima carga acidental (qk) que o painel de laje abaixo representado
pode suportar.
Dados:
− concreto: C25; e
− aço: CA-60.
Considerar:
− somente solicitações normais (momento fletor);
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− espessura da laje (h): 11 cm;
− altura útil da laje (d): 8 cm;
− armadura positiva: 1 φ de 10 mm @ 15 cm nas duas direções;
− armadura negativa: 1 φ de 10 mm @ 10 cm; e
− carga permanente (gk): 4 kN/m2 (peso próprio incluído).
Obs.:
− a carga acidental atua simultaneamente nas duas lajes.

2006 8-66 ufpr/tc405


5,0 m

L1 L2

2,2 m 5,0 m

Ex. 8.8: Determinar, para o painel de lajes abaixo representado:


a. o diagrama de momentos fletores (valores de cálculo) na direção x;
b. a armadura negativa necessária na borda (encontro) das lajes L1/L2; e
c. a armadura positiva, na direção x, da laje L3.
Dados:
− concreto: C25; e
− aço: CA-60.
Considerar:
− somente solicitações normais (momento fletor);
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 1 (γg = 1,35, γq = 1,5,
γc = 1,4 e γs = 1,15);
− espessura da laje (h): 12 cm;
− altura útil da laje (d): 9 cm;
− revestimento: 1 kN/m2;
− carga acidental (qk): 6 kN/m2; e
− peso específico do concreto armado: 25 kN/m3.
Obs.:
− a carga acidental atua simultaneamente nas três lajes; e
− as armaduras das lajes devem ser alternadas.

4,2 m y
6,0 m L2
9,0 m
L1 x

L3

6,0 m 3,0 m 7,0 m

2006 8-67 ufpr/tc405


Ex. 8.9: Determinar o diagrama de momentos fletores de cálculo sobre os eixos u e v do
painel de lajes abaixo representado.
Considerar:
− somente solicitações normais (momento fletor);
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− carga permanente nas lajes (gk): 4 kN/m2 (peso próprio incluído);
− carga acidental nas lajes (qk): 2 kN/m2; e
− peso da parede (ppar): 4,8 kN/m.
Obs.:
− a carga acidental atua simultaneamente em todas as lajes.

L1 L2
u

4m

4m
1m
3m

L4

L3 2m
1m
4m
3m

4m

4m 2m 4m

parede vazado

Ex. 8.10: Determinar a máxima carga acidental (qk) que o painel de lajes abaixo
representado podem suportar.
Dados:
− concreto: C25; e
− aço: CA-50.
Considerar:
− somente solicitações normais (momento fletor);
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− espessura da laje (h): 10 cm;
− altura útil da laje (d): 7 cm;
− armadura positiva: 1 φ de 6,3 mm @ 12 cm nas duas direções;
− armadura negativa: 1 φ de 8 mm @ 10 cm; e
− carga permanente (gk): 4 kN/m2 (peso próprio incluído).
Obs.:
− a carga acidental atua simultaneamente nas duas lajes.
2006 8-68 ufpr/tc405
4,0 m

L1 L2

5,0 m 3,2 m

Ex. 8.11: Determinar o espaçamento necessário para as barras N1 e N2 do painel de laje


abaixo representado.
Dados:
− concreto: C20; e
− aço: CA-50.
Considerar:
− somente solicitações normais (momento fletor);
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− espessura da laje (h): 10 cm;
− altura útil da laje (d): 7 cm;
− carga permanente (gk): 4 kN/m2 (peso próprio incluído);
− carga acidental (qk): 2 kN/m2;
− armadura positiva (N2): φ de 6,3 mm; e
− armadura negativa (N1): φ de 8 mm.
Obs.:
− a carga acidental atua simultaneamente nas duas lajes.

N1

N2
4,0 m

L1 L2

5,0 m 3,2 m

Ex. 8.12: Para a laje abaixo indicada, determinar:


a. o diagrama de momentos fletores de calculo das lajes L1, L2 e L3, na direção x;
b. a armadura positiva (cm²/m) da laje L2, na direção y; e
c. a armadura negativa (cm²/m) entre as lajes L2 e L3, na direção x.
Dados:
− concreto: C25; e
− aço: CA-60.
Considerar:
− somente solicitações normais (momento fletor);
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− espessura da laje (h): 10 cm;
− altura útil da laje (d): 7 cm;

2006 8-69 ufpr/tc405


− carga permanente (gk): 4 kN/m2 (peso próprio incluído); e
− carga acidental (qk): 2 kN/m2.

L1 L2 L3 4,0 m

L4 3,0 m

1,5 m 4,0 m 2,0 m 2,0 m

parede
vazado
pilar

Obs.:
− a laje L1 é em balanço, apoiada apenas na sua borda direita (ligação com a laje L2);
− as demais lajes são suportadas por vigas;
− a região entre as lajes L2 e L4 não tem laje (vazio);
− a laje L3 tem uma parede com peso de 2,5 kN/m2 e altura 2,8 m (área hachureada); e
− as cargas acidentais atuam simultaneamente em todas as lajes.
Ex. 8.13: Determinar as armaduras positivas e negativas (cm2/m) na direção x do conjunto
de lajes abaixo representado.
Dados:
− concreto: C25; e
− aço: CA-50.
Considerar:
− somente solicitações normais (momento fletor);
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− espessura da laje (h): 12 cm;
− altura útil da laje (d): 9 cm;
− carga permanente (gk): 5 kN/m2 (peso próprio incluído); e
− carga acidental (qk): 3 kN/m2.
Obs.:
− a carga acidental atua simultaneamente nas duas lajes;
− as armaduras das lajes devem ser alternadas; e
− apresentar, ao final dos cálculos, o esquema das armaduras, com as indicações das
áreas (cm2/m).

2006 8-70 ufpr/tc405


6,0 m 4,0 m

P1 V1A P2 V1B P3

L2

V5B
4,0 m

V6
L1 V2
V4

P4 P5
y

V5A
5,0 m
x

V3

P6 P7

Ex. 8.14: Determinar, para a laje abaixo representada, a altura h mínima (múltiplo de 5 cm),
de tal modo que a resistência aos momentos fletores ocorra sem a necessidade de armadura de
compressão.
Dados:
− concreto: C25; e
− aço: CA-60.
Considerar:
− somente solicitações normais (momento fletor);
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 1 (γg = 1,35, γq = 1,5,
γc = 1,4 e γs = 1,15);
− espessura da laje: h = d + 4 cm;
− revestimento: 1 kN/m2;
− carga acidental (qk): 10 kN/m2; e
− peso específico do concreto armado: 25 kN/m3.

12 m L1

12 m

2006 8-71 ufpr/tc405


Ex. 8.15: A planta de formas abaixo indicada representa um conjunto de quatro lajes
maciças de concreto armado. Levando-se em consideração que na extremidade livre das lajes em
balanço L3 e L4 atua uma carga de 2 kN/m na vertical e uma carga horizontal de 0,8 kN/m
posicionada a 80 cm do piso, determinar:
a. as armaduras positivas (cm2/m) para a laje L1; e
b. as armaduras negativas (cm2/m) para as lajes L2 e L3.
Dados:
− concreto: C25; e
− aço: CA-60.
Considerar:
− somente solicitações normais (momento fletor);
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− espessura da laje (h): 10 cm;
− altura útil da laje (d): 7 cm;
− carga permanente (gk): 4 kN/m2 (peso próprio incluído); e
− carga acidental (qk): 3 kN/m2.
Obs.:
− a carga acidental atua simultaneamente nas lajes; e
− as dimensões da figura correspondem a centímetros.
V1A V1B

P1 P2 P3
20

L1 L2 L3
V6
355

355 580 110


20 20 20
V4

V2
V5

P4
20
205

P5 V3 P6
20
110

L4

Ex. 8.16: Para o painel de laje abaixo representado, determinar:


a. o esquema de carga atuante na viga V2; e
b. as condições de segurança quanto ao estado limite último, solicitações tangenciais.
Sobre todas as vigas do pavimento existe parede de peso equivalente a 2,2 kN/m2 e altura
2,2 m.
Dados:
− concreto: C25; e
− aço: CA-60.
Considerar:
− somente solicitações tangenciais (força cortante);
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− espessura da laje (h): 10 cm;
− altura útil da laje (d): 7 cm;

2006 8-72 ufpr/tc405


− acabamento dos pisos:
! regularização: 0,5 kN/m2;
! revestimento: 0,7 kN/m2;
− carga acidental (qk): 3 kN/m2; e
− peso específico do concreto armado: 25 kN/m3.
Obs.:
− as dimensões da figura correspondem a centímetros; e
− as vigas devem ser admitas como simplesmente apoiada nos pilares.
V1 – 15 x 60
P1 P2
V3 – 15 x 60

V4 – 15 x 60

V5 – 15 x 60
L1 L2
285

h = 10 cm h = 10 cm

V2 – 15 x 60
P3 P4

285 285
Ex. 8.17: Para o painel de laje abaixo representado, determinar:
a. o esquema de cargas (permanente e acidental) atuantes na viga V5; e
b. as condições de segurança quanto ao estado limite último, solicitações tangenciais.
Dados:
− concreto: C25; e
− aço: CA-60.
Considerar:
− somente solicitações tangenciais (força cortante);
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− espessura das lajes (h):
! L1: 12 cm;
! L2: 8 cm;
− altura útil das lajes: d = h – 3 cm;
− acabamento dos pisos:
! regularização: 0,5 kN/m2;
! revestimento: 1,0 kN/m2;
− carga acidental (qk): 2,0 kN/m2;
− dimensões das vigas: 20 cm x 50 cm; e
− peso específico do concreto armado: 25 kN/m3.
Obs.:
− as vigas devem ser admitas como simplesmente apoiada nos pilares.

2006 8-73 ufpr/tc405


6,0 m 4,0 m

P1 V1A P2 V1B P3

L2

V5B
4,0 m

V6
h = 8 cm

L1 V2
V4

h = 12 cm P4 P5

V5A
5,0 m

V3

P6 P7

Ex. 8.18: O condomínio de um certo edifício pretende aproveitar a laje de cobertura para
construir um depósito e decidiu consultar um especialista para opinar sobre a viabilidade da
proposta.
O depósito a ser construído será em alvenaria de tijolos furados, 15 cm de espessura (tijolos
de 10 cm + reboco de 2,5 cm por face) com 2,8 m de altura. Possuirá laje de cobertura (L2)
impermeabilizada com carga total (valor característico) de 3,0 kN/m2.
Levantando informações do projeto estrutural a época da construção, soube-se que:
− a laje de cobertura existente (L1) foi dimensionada para suportar um momento fletor
solicitante de cálculo igual a 10 kNm/m na direção x e 20 kNm/m na direção y.
− A viga V1 foi dimensionada para suportar um momento fletor solicitante de cálculo
igual a 120 kNm.
Considerando as informações fornecidas, você autorizaria ou não a construção do depósito?
Justifique sua resposta.
Dados:
− concreto: C25; e
− aço: CA-60.
Considerar:
− somente solicitações normais (momento fletor);
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− espessura da laje L1: 10 cm;
− acabamento do piso da laje L1:
! regularização: 0,5 kN/m2;
! impermeabilização: 0,5 kN/m2;
− carga acidental da laje L1: 0,5 kN/m2;
− dimensões da viga V1: 20 cm x 50 cm; e
− peso específico do concreto armado: 25 kN/m3.
Obs.:
− para o levantamento de cargas, desprezar as aberturas de portas e janelas;
− a viga V1 só recebe carga da laje (L1) existente (não existe parede sobre ela);
− a viga V1 pode ser considerada como simplesmente apoiada nos pilares; e
− ignorar as verificações de força cortante nas lajes e vigas.
2006 8-74 ufpr/tc405
8,0 m
V1

L1
Laje de cobertura
Área prevista (existente)
para o depósito
5,0 m h = 10 cm
(no meio da laje
de cobertura) y

Laje impermeabilizada
com carga total igual a
2
3,0 kN/m
L2

3,0 m 2,80 m

Vista frontal
do depósito
3,0 m
Ex. 8.19: No projeto de lajes comuns de edifícios de concreto armado (lajes sem armadura
de compressão), após o pré-dimensionamento (fixação da altura da laje), deve-se:
a. verificar os esforços de cisalhamento;
b. dimensionar a armadura de flexão; e
c. verificar as deformações (flechas).
Considerando apenas os itens a e b acima (ignorar as deformações), determine o máximo
valor possível de lx para a laje abaixo representada.
Dados:
− concreto: C20; e
− aço: CA-50.
Considerar:
− solicitações normais (momento fletor) e solicitações tangenciais (força cortante);
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− espessura da laje (h): 12 cm;
− altura útil da laje (d): 9,5 cm;
− relação entre vãos (ly / lx); 1,5;
− carga permanente (gk): 4 kN/m2 (peso próprio incluído); e
− carga acidental (qk): 1,5 kN/m2.
Obs.:
− adotar para lx um valor múltiplo de 5 cm.

2006 8-75 ufpr/tc405


lx

ly

Ex. 8.20: Para a estrutura abaixo representada, determinar:


a. o esquema de carga atuante na viga V7; e
b. as condições de segurança das lajes quanto ao estado limite último, solicitações
tangenciais.
Sobre todas as vigas do pavimento existe parede de peso equivalente a 2,2 kN/m2 e altura
2,3 m.
Dados:
− concreto: C25; e
− aço: CA-60.
Considerar:
− somente solicitações tangenciais (força cortante);
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− espessura da laje (h): 10 cm;
− altura útil da laje (d): 7 cm;
− carga permanente nas lajes (gk): 4 kN/m2 (peso próprio incluído);
− carga acidental nas lajes (qk): 2 kN/m2; e
− peso próprio das vigas: 3 kN/m.
Obs.:
− as vigas devem ser admitas como simplesmente apoiada nos pilares.
V1
P1
V7C
1,2 m

P2 V2 P3
3,2 m

L1

V3
4,0 m

V7B

L2
V6

V8
3,2 m

V4 L3

P4 P5
1,2 m

V7A

V5
P6

4,0 m 4,0 m

2006 8-76 ufpr/tc405


Ex. 8.21: Para a estrutura abaixo representada, determinar:
a. o esquema de carga atuante na viga V2; e
b. as condições de segurança das lajes quanto ao estado limite último, solicitações
tangenciais.
Sobre todas as vigas do pavimento existe parede de peso equivalente a 2,8 kN/m2 e altura
2,2 m.
Dados:
− concreto: C25; e
− aço: CA-60.
Considerar:
− somente solicitações tangenciais (força cortante);
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− espessura da laje (h): 10 cm;
− altura útil da laje (d): 7 cm;
− acabamento dos pisos (revestimento + regularização): 1,5 kN/m2;
− carga acidental (qk): 2 kN/m2; e
− peso específico do concreto armado: 25 kN/m3.
Obs.:
− as vigas devem ser admitas como simplesmente apoiada nos pilares.

3,0 m 3,0 m

V1

P1 P2
V4B

V6B

4,0 m L1 L2
V5

V2

P3 P4

3,0 m L3
V4A

V6A

V3

P5 P6
6,0 m

Ex. 8.22: Para a estrutura abaixo representada, determinar:


a. o máximo momento fletor solicitante de cálculo atuante na viga V4; e
b. as condições de segurança das lajes quanto ao estado limite último, solicitações
tangenciais.
Sobre todas as vigas do pavimento existe parede de peso equivalente a 8 kN/m.

2006 8-77 ufpr/tc405


Dados:
− concreto: C25; e
− aço: CA-60.
Considerar:
− somente solicitações tangenciais (força cortante);
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− espessura da laje (h): 10 cm;
− altura útil da laje (d): 7 cm;
− acabamento dos pisos (revestimento + regularização): 1,5 kN/m2;
− carga acidental (qk): 2 kN/m2; e
− peso específico do concreto armado: 25 kN/m3.
Obs.:
− as dimensões da figura correspondem a centímetros; e
− as vigas devem ser admitas como simplesmente apoiada nos pilares.
V1 – 20X50
20
P1 P2
20X20 20X20
L1
280 h = 10 cm

V2 – 20X50
20
V4 – 20X50

V5 – 20X50

L2
h = 10 cm
280

V3 – 20X50
20
P3 P4
20X20 20X20
480
20 20

Ex. 8.23: Determinar o carregamento atuante nos pilares da estrutura abaixo representada.
Sobre todas as vigas do pavimento existe parede de peso equivalente a 9 kN/m.
Considerar:
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− espessura da laje (h): 10 cm;
− acabamento dos pisos:
! regularização: 0,5 kN/m2;
! revestimento: 1,0 kN/m2;
− carga acidental (qk): 3,0 kN/m2;
− dimensões das vigas: 20 cm x 50 cm; e
− peso específico do concreto armado: 25 kN/m3.
Obs.:
− as dimensões da figura correspondem a centímetros; e
− as vigas devem ser admitas como simplesmente apoiada nos pilares.

2006 8-78 ufpr/tc405


V1
20 20
80 P1
V2
20
P2 P3

L2

V7
580

V6
580 L1
V5

V3
20
P5 P6 80
P4 V4
20 20

380 380
20 20 20

Ex. 8.24: Determinar o carregamento atuante nos pilares da estrutura abaixo representada.
Considerar:
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− carga permanente nas lajes (gk): 4 kN/m2 (peso próprio incluído);
− carga acidental nas lajes (qk): 2 kN/m2; e
− peso próprio das vigas: 3 kN/m.
Obs.:
− as vigas devem ser admitas como simplesmente apoiada nos pilares.
P1 V1 P2

V4 L1 V6 4m

3m
V2
P3 P4

V5 L2 V7 4m

V3
P5 P6

3m 6m

2006 8-79 ufpr/tc405


Ex. 8.25: Determinar a máxima carga acidental qk que as lajes L1 e L2 são capazes de
suportar, sabendo-se que:
− as armaduras positivas (N1, N2, N3 e N4) são constituídas por barras de 5 mm
espaçadas a cada 10 cm;
− a armadura negativa (N5) é constituída por barras de 8 mm espaçadas a cada 10 cm;
e
− o carregamento máximo que a viga V4 é capaz de suportar, decorrente das reações
das lajes e de seu peso próprio, é igual a 25 kN/m (valor característico).
Dados:
− concreto: C20; e
− aço: CA-50.
Considerar:
− somente solicitações normais (momento fletor);
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− espessura da laje (h): 10 cm;
− altura útil da laje (d): 7 cm;
− carga permanente (gk): 4 kN/m2 (peso próprio incluído);
− peso próprio das vigas: 1,5 kN/m.
Obs.:
− a carga acidental atua simultaneamente nas duas lajes.

V1

L1 N5 L2
480 cm
N2

N4

N1
N3
V5
V4
V3

V2

400 cm 400 cm

2006 8-80 ufpr/tc405


9
9PILARES
9.1 Definição
ABNT NBR 6118, item 14.4.1.2:
“Pilares: Elementos lineares de eixo reto, usualmente dispostos na vertical, em que as
forças normais de compressão são preponderantes.“

9.2 Efeitos de 2ª Ordem1


Efeitos de 2ª ordem são aqueles que se somam aos obtidos numa análise de primeira
ordem (em que o equilíbrio da estrutura é
Nd Nd estudado na configuração geométrica
∆ inicial), quando a análise do equilíbrio
Hd Hd passa a ser efetuada considerando a
configuração deformada (Figura 9.1).

l l

Md Md

Md = M1d Md = M1d + M2d


Md = Hd × l Md = ( Hd × l ) + ( Nd × ∆ )
123 1424 3 1 424 3
1ª ordem 1ª ordem 2 ª ordem

Figura 9.1 – Efeitos de 1ª e 2ª ordem


Os efeitos de 2ª ordem, em cuja determinação deve ser considerado o comportamento
não-linear dos materiais, podem ser desprezados sempre que não representem acréscimo
superior a 10% nas reações e nas solicitações relevantes da estrutura. Na Figura 9.1, o efeito de
2ª ordem (Nd x ∆) poderá ser desconsiderado se M2d ≤ 0,10 M1d.
A análise estrutural com efeitos de 2ª ordem deve assegurar que, para as combinações mais
desfavoráveis das ações de cálculo, não ocorra perda de estabilidade, nem esgotamento da
capacidade resistente de cálculo.
A não-linearidade física, presente nas estruturas de concreto armado, deve ser
obrigatoriamente considerada.

9.3 Classificação das Estruturas2


9.3.1 Efeitos Globais, Locais e Localizados de 2ª Ordem
Sob a ação das cargas verticais e horizontais, os nós da estrutura deslocam-se
horizontalmente. Os esforços de 2ª ordem decorrentes desses deslocamentos são chamados
efeitos globais de 2ª ordem. Nas barras da estrutura, como um lance de pilar, os respectivos eixos

1
O texto relativo a esta seção é, basicamente, uma cópia dos itens 15.2 e 15.3 da ABNT NBR 6118.
2
O texto relativo a esta seção é, basicamente, uma cópia do item 15.4 da ABNT NBR 6118.

2006 9-1 ufpr/tc405


não se mantêm retilíneos, surgindo aí efeitos locais de 2ª ordem que, em princípio, afetam
principalmente os esforços solicitantes ao longo delas.
9.3.2 Estruturas de Nós Fixos e Estruturas de Nós Móveis
As estruturas são consideradas, para efeito de cálculo, como de nós fixos quando os
deslocamentos horizontais dos nós são pequenos, e, por decorrência, os
efeitos globais de 2ª ordem são desprezíveis (inferiores a 10% dos
respectivos esforços de 1ª ordem). Nessas estruturas, basta considerar
os efeitos locais e localizados de 2ª ordem (Figura 9.2).

Figura 9.2 – Estruturas


de nós
fixos
As estruturas de nós móveis são aquelas onde os deslocamentos horizontais não são
pequenos e, em decorrência, os efeitos globais de 2ª ordem são
importantes (superiores a 10% dos respectivos esforços de 1ª
ordem). Nessas estruturas devem ser considerados tanto os
esforços de 2ª ordem globais como os locais e localizados
(Figura 9.3).

Figura 9.3 - Estruturas de


nós móveis

9.3.3 Contraventamento
Por conveniência de análise, é possível identificar, dentro da estrutura, subestruturas que,
devido à sua grande rigidez a ações
elemento subestrutura de horizontais, resistem à maior parte dos
contraventado contraventamento esforços decorrentes dessas ações. Essas
subestruturas são chamadas
subestruturas de contraventamento. Os
elemento elementos que não participam da
contraventado subestrutura de contraventamento são
chamados elementos contraventados. As
subestruturas de contraventamento podem
caixa de ser de nós fixos ou de nós moveis, de
elevador ou acordo com o estabelecido em 9.3.2
pilar parede (Figura 9.4).

Figura 9.4 – Subestruturas de contraventamento e


elementos contraventados

2006 9-2 ufpr/tc405


9.3.4 Elementos Isolados
São considerados elementos isolados, os seguintes:
− os elementos estruturais isostáticos;
− os elementos contraventados;
− os elementos das estruturas de contraventamento de nós fixos; e
− os elementos das subestruturas de contraventamento de nós móveis desde que, aos
esforços nas extremidades, obtidos numa análise de 1ª ordem, sejam acrescentados
os determinados por análise global de 2ª ordem.

9.4 Dispensa da Consideração dos Esforços Globais de 2ª Ordem1


Os processos aproximados, apresentados em 9.4.1 e 9.4.2, podem ser utilizados para
verificar a possibilidade de dispensa da consideração dos esforços globais de 2ª ordem, ou seja,
para indicar se a estrutura pode ser classificada como de nós fixos, sem necessidade de cálculo
rigoroso.
9.4.1 Parâmetro de Instabilidade
Uma estrutura reticulada simétrica pode ser considerada como sendo de nós fixos se seu
parâmetro de instabilidade α satisfazer as seguintes condições:
Nk 0,2 + 0,1n n≤3
α = Htot ≤ Equação 9.1
Ecs Ic 0,6 n≥4
onde:
n é o número de níveis de barras horizontais (andares) acima da fundação ou de um
nível pouco deslocável do subsolo;
Htot é a altura total da estrutura, medida a partir do topo da fundação ou de um nível pouco
deslocável do subsolo;
Nk é a somatória de todas as cargas verticais atuantes na estrutura (a partir do nível
considerado para o cálculo de Htot), com seu valor característico; e
Ecs Ic representa a somatória dos valores de rigidez de todos os pilares na direção
considerada. No caso de estruturas de pórticos, de treliças ou mistas, ou com pilares
de rigidez variável ao longo da altura, pode ser considerado o valor da expressão Ecs Ic
de um pilar equivalente de seção constante.
Na análise de estabilidade global pode ser adotado o valor do módulo de elasticidade ou
módulo de deformação tangente inicial dado em [1.4.6].
O valor de Ic deve ser calculado considerando as seções brutas dos pilares.
A rigidez do pilar equivalente deve ser determinada (Figura 9.5) da seguinte forma:
− calcular o deslocamento do topo da
∆ ∆ estrutura de contraventamento, sob a ação
F F do carregamento horizontal;
− calcular a rigidez de um pilar equivalente de
seção constante, engastado na base e livre
no topo, de mesma altura Htot, tal que, sob a
ação do mesmo carregamento, sofra o
Htot mesmo deslocamento no topo.

Figura 9.5 – Rigidez do pilar equivalente –


estrutura de contraventamento

1
O texto relativo a esta seção é, basicamente, uma cópia do item 15.5 da ABNT NBR 6118.

2006 9-3 ufpr/tc405


O valor limite 0,6 prescrito para n ≥ 4 é, em geral, aplicável às estruturas usuais de edifícios.
Pode ser adotado para associações de pilares-parede, e para pórticos associados a
pilares-parede. Pode ser aumentado para 0,7 no caso de contraventamento constituído
exclusivamente por pilares-parede, e deve ser reduzido para 0,5 quando só houver pórticos.
Exemplo 9.1: Classificar a estrutura abaixo representada de acordo com seu parâmetro de
instabilidade α. A estrutura corresponde a um pórtico constituído por vigas e
pilares de seção retangular.
Dados:
– concreto: C25;
– seção transversal dos pilares: 20 cm x 40 cm (na direção das solicitações
horizontais);
– seção transversal das vigas: 20 cm x 50 cm (na direção das solicitações
horizontais);
– vão entre pilares: 5 m;
– diferença de cota entre pisos: 3 m;
– carga acidental da cobertura: qk,cob = 3 kN/m;
– carga permanente da cobertura: gk,cob = 12 kN/m;
– carga acidental do pavimento tipo: qk,tipo = 5 kN/m;
– carga permanente do pavimento tipo: gk,tipo = 15 kN/m; e
– carga do vento: qk,vento = 5 kN/m.

20x50 (cob)

20x50 (tipo)

3m
20x50 (tipo)
12 m

20x50 (tipo)

20x40 20x40 20x40 cm2

5m 5m

Solução: O parâmetro de instabilidade α fica definido pela Equação 9.1. Por se tratar de
um pórtico, e sendo n = 4, o valor limite de α deve ser tomado igual a 0,5.
a. Dados - uniformização de unidades (kN e cm)
fck = 25 MPa = 2,5 kN/cm 2 C25
E ci = 5 600 fck = 5 600 25 = 28 000 MPa = 2 800 kN/cm 2 módulo de elasticida de
Ecs = 0,85 Eci = 0,85 × 2 800 = 2 380 kN/cm 2 módulo de elasticida de secante
Htot = 12,0 m = 1200 cm altura total
n=4 número de andares acima da fundação
α lim = 0,5 n = 4, pórtico simples
b. Determinação de Nk
Deve ser observado que as equações de cálculo para as ações, conforme
estabelecido em [3.6], não se aplicam na determinação do parâmetro α. Especificamente
para este caso, Fd não existe, resultando:
Fk = Fgk + Fεgk + Fqk + Fεqk somente cargas verticais ,
constituindo-se na combinação de ações para da determinação de α.

2006 9-4 ufpr/tc405


Com o auxílio do programa FTOOL1, chega-se:

3 + 12 = 15 kN/m (cobertura)

5 + 15 = 20 kN/m (tipo)

12 m
forças horizontais e
momentos fletores
não mostrados

5m 5m Nk = 181 + 388 + 181 = 750 kN

181 kN 388 kN 181 kN

c. Rigidez do pilar equivalente


Com o auxílio do programa FTOOL, chega-se:

7,2 mm 7,2 mm
5 kN/m 20x50 5 kN/m

20x50

20x50
12 m

20x50

20x40 20x40 20x40 cm2 20x166 cm2

5m 5m

20 × 166 3
Ic = = 7 623 827 cm2
12
750
α = 1200 = 0,24 < 0,5 ⇒ estrutura de nós fixos
2 380 × 7 623 827

9.4.2 Coeficiente γz
O coeficiente γz de avaliação da importância dos esforços de segunda ordem global é válido
para estruturas reticuladas de no mínimo quatro andares. Ele pode ser determinado a partir dos
resultados de uma análise linear de primeira ordem, para cada caso de carregamento,
adotando-se os seguintes valores de rigidez:

1
FTOOL ⇒ programa destinado ao ensino do comportamento estrutural de pórticos planos, desenvolvido por Luiz
Fernando Martha do Departamento de Engenharia Civil da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-
Rio) [www.tecgraf.puc-rio.br/ftool].

2006 9-5 ufpr/tc405


lajes (EI)sec = 0,3 Eci Ic

(EI)sec = 0,4 Eci Ic para A 's ≠ A s


vigas Equação 9.2
(EI)sec = 0,5 Eci Ic para A 's = A s

pilares (EI)sec = 0,8 Eci Ic


onde:
Eci é módulo de elasticidade ou módulo de deformação tangente inicial dado em [1.4.6]; e
Ic é o momento de inércia da seção bruta de concreto, incluindo, quando for o caso, as
mesas colaborantes.
O valor de γz para cada combinação de carregamento é dado pela expressão:
1
γz =
∆Mtot,d Equação 9.3
1−
M1,tot,d
onde:
M1,tot,d é o momento de tombamento, ou seja, a soma dos momentos de todas as forças
horizontais da combinação considerada, com seus valores de cálculo, em relação à
base da estrutura; e
∆Mtot,d é a soma dos produtos de todas as forças verticais atuantes na estrutura, na
combinação considerada, com seus valores de cálculo, pelos deslocamentos
horizontais de seus respectivos pontos de aplicação, obtidos da análise de 1ª ordem.
Considera-se que a estrutura é de nós fixos se for obedecida a condição: γz ≤ 1,1.
Exemplo 9.2: Classificar a estrutura abaixo representada de acordo com seu parâmetro de
instabilidade γz. A estrutura corresponde a um pórtico constituído por vigas e
pilares de seção retangular.
20x50 (cob)

20x50 (tipo)

3m
20x50 (tipo)
12 m

20x50 (tipo)

20x40 20x40 20x40 cm2

5m 5m

Considerar :
estado limite último – combinação normal
Dados:
– concreto: C25;
– seção transversal dos pilares: 20 cm x 40 cm (na direção das solicitações
horizontais);
– seção transversal das vigas: 20 cm x 50 cm (na direção das solicitações
horizontais);
– vão entre pilares: 5 m;
– diferença de cota entre pisos: 3 m;
– carga acidental da cobertura: qk,cob = 3 kN/m (ψ0 = 0,5);

2006 9-6 ufpr/tc405


– carga permanente da cobertura: gk,cob = 12 kN/m;
– carga acidental do pavimento tipo: qk,tipo = 5 kN/m (ψ0 = 0,5);
– carga permanente do pavimento tipo: gk,tipo = 15 kN/m; e
– carga do vento: qk,vento = 5 kN/m (ψ0 = 0,6).
Solução: O parâmetro de instabilidade γz fica definido pela Equação 9.3, com as rigidez de
vigas e pilares definidas pela Equação 9.2.
a. Dados - uniformização de unidades (kN e cm)
fck = 25 MPa = 2,5 kN/cm 2 C25
E ci = 5 600 fck = 5 600 25 = 28 000 MPa = 2 800 kN/cm 2 módulo de elasticida de
b. Rigidez equivalente das vigas e pilares (Equação 9.2)
[(EI)sec ] viga = 0,4 Eci Ic = (1
0,4 Eci )Ic
424 3
E c ,viga

Ec,viga = 0,4 × 28 000 = 11200 MPa = 1120 kN / cm2


[(EI)sec ]pilar = 0,8 Eci Ic = (1
0,8 Eci )Ic
424 3
E c ,pilar

Ec,pilar = 0,8 × 28 000 = 22 400 MPa = 2 240 kN / cm2


c. Combinações de ações
Deve ser observado que as equações de cálculo para as ações, conforme
estabelecido em [3.6], se aplicam na determinação do parâmetro γz. As combinações
possíveis das ações resultam:
Fd(1) = 1,4 Fgk + 1,4 (Fqk,acid + 0,6 Fqk,vento )
Fd( 2 ) = 1,4 Fgk + 1,4 (Fqk,vento + 0,5 Fqk,acid )
Fd( 3 ) = 1,0 Fgk + 1,4 (Fqk,acid + 0,6 Fqk ,vento )
Fd( 4 ) = 1,0 Fgk + 1,4 (Fqk,vento + 0,5 Fqk,acid )
d. 1ª combinação
Fd(1) = 1,4 Fgk + 1,4 (Fqk,acid + 0,6 Fqk,vento )
Fd(1) = 1,4 Fgk + 1,4 Fqk,acid + 0,84 Fqk,vento

4,2 kN/m (vento)


21 kN/m (cobertura)

28 kN/m (tipo)

12 m

5m 5m

cobertura:
(g + q)d = 1,4 × 12 + 1,4 × 3 = 21kN / m ⇒ carga vertical
tipo:
(g + q)d = 1,4 × 15 + 1,4 × 5 = 28 kN / m ⇒ carga vertical
vento:

2006 9-7 ufpr/tc405


(q)d = 0,84 × 5 = 4,2 kN / m ⇒ carga horizontal
Com o auxílio do programa FTOOL, chega-se:

12,0 m ∆x

9,0 m

6,0 m

3,0 m

0,0 m

Cota ∆x,médio Nd,cota Nd x ∆x ∆x,médio: deslocamento horizontal


(m) (mm) (kN) (kNmm) médio dos nós do pórtico, na cota
considerada.
0,0 0,0 0,0 0
Nd,cota: carga vertical total, na
3,0 2,7 280,0 756 cota considerada (vão x carga
6,0 5,9 280,0 1652 distribuída).
9,0 8,1 280,0 2268
12,0 9,1 210,0 1911
∆Mtot,d = 6587

(q)d,vento × l 2 4,2 × 122


M1,tot,d = = = 302,4 kNm = 302 400 kNmm
2 2
1 1
γz = = = 1,022 < 1,1 ⇒ estrutura de nós fixos
∆Mtot,d 6587
1− 1−
M1,tot,d 302 400
e. demais combinações
Repete-se o processo para as diferentes combinações de carregamentos. Para o
carregamento 2, γz igual a 1,020; carregamento 3, γz igual a 1,017; e carregamento 4, γz
igual a 1,015.

9.5 Imperfeições Geométricas - Efeitos de 1ª Ordem1


De modo geral, os carregamentos (carga permanente, carga acidental, vento, etc),
combinados como mostrado em [3.6], provocam nas estruturas solicitações (momento fletor, força
normal, força cortante, etc) e deformações (deslocamentos, rotações, etc). Quando as
deformações são de pequena monta, diz-se que os efeitos causados na estrutura são de 1ª
ordem.
É sabido porém, que, de uma forma genérica, as construções de concreto são
geometricamente imperfeitas, apresentando, antes do carregamento, deformações decorrentes do
processo construtivo.
No caso das estruturas reticuladas, por exemplo, existem imperfeições na posição e forma
dos eixos das peças, na forma e dimensões da seção transversal, na distribuição da armadura,
etc. Muitas dessas imperfeições podem ser cobertas apenas pelos coeficientes de ponderação,
mas as imperfeições dos eixos das peças, não. Elas devem ser explicitamente consideradas,
porque têm efeitos significativos sobre a estabilidade da construção. Esses efeitos decorrem não
só das solicitações diretamente atuantes, mas também da fluência e da sensibilidade a

1
O texto relativo a esta seção é, basicamente, uma cópia do item 11.3.3.4 da ABNT NBR 6118.

2006 9-8 ufpr/tc405


imperfeições das estruturas de concreto. Esses efeitos são considerados, também, como de 1ª
ordem.
Na verificação do estado limite último das estruturas reticuladas, devem ser consideradas as
imperfeições geométricas do eixo dos elementos estruturais da estrutura descarregada. Essas
imperfeições podem ser divididas em dois grupos:
− imperfeições globais; e
− imperfeições locais.
9.5.1 Imperfeições Globais – Desaprumo da Estrutura
Na análise global das estruturas, sejam elas contraventadas ou não, deve ser considerado
um desaprumo dos elementos verticais conforme
mostrado na Figura 9.6. Considerando θ1 como sendo
o desaprumo de um elemento vertical contínuo e θa o
desaprumo global da estrutura, seus valores são
determinados pela Equação 9.4 e Equação 9.5,
H θa respectivamente.

n prumadas de pilares
Figura 9.6 – Imperfeições geométricas
global

1
θ1 =
100 H
 1
 400 estruturas de nós fixos
Equação 9.4
1 
≥ θ1 ≥ 
200  1
 300 estruturas de nós móveis

1
1+
n Equação 9.5
θa = θ1
2
onde:
H é a altura total da edificação, em metros; e
n é o número total de elementos verticais contínuos.
ABNT NBR 6118, item 11.3.3.4-b:
”O desaprumo não deve necessariamente ser superposto ao carregamento de vento.
Entre os dois, vento e desaprumo, pode ser considerado apenas o mais desfavorável,
que pode ser definido através do que provoca o maior momento total na base de
construção.”

2006 9-9 ufpr/tc405


Exemplo 9.3: Determinar o desaprumo da estrutura abaixo representada. Considerar estrutura
de nós fixos e móveis.

12 m θa

Solução: O desaprumo fica definido pela Equação 9.4 e Equação 9.5.


a. Dados
H = 12 m altura total da estrutura
n=3 número total de elementos verticais contínuos
b. θ1 para estrutura de nós fixos
1 1
≥ θ1 ≥ ⇒ estrutura de nós fixos
200 400
1
θ1 =
100 H
1 1
θ1 = = OK
100 12 346
c. θa para estrutura de nós fixos
1
1
1+
θa = θ1 n
2 424
1
1+
1 3 = 1
θa =
346 2 424
d. θ1 para estrutura de nós móveis
1 1
≥ θ1 ≥ ⇒ estrutura de nós móveis
200 300
1 1 1 1 1
θ1 = = < ⇒ θ1 =
100 12 346 300 300
e. θa para estrutura de nós móveis 367
1
1+
1 3 = 1
θa =
300 2 367

2006 9-10 ufpr/tc405


9.5.2 Imperfeições Locais – Desaprumo de Um Lance de Pilar
No caso de elementos que ligam pilares contraventados1 a pilares de contraventamento2,
usualmente vigas e lajes, deve ser
Pilar de considerada a tração decorrente do
contraventamento desaprumo do pilar contraventado, conforme
Pilar mostrado na Figura 9.7.
contraventado

Elemento de
travamento
θ1
θ1
Hi

Figura 9.7 – Elementos de travamento (tracionado


ou comprimido)
Considerando Hi como sendo a altura de um lance de pilar (Figura 9.7), em metros,
define-se θ1 como sendo:
 1
≤ 200
1 
θ1 =  Equação 9.6
100 Hi  1
≥
 300
No caso da verificação de um lance de pilar, deve ser considerado o efeito da falta de
retilinidade do eixo do pilar3
(Figura 9.8.a) ou do desaprumo
(Figura 9.8.b). Admite-se que, nos
casos usuais, a consideração apenas
da falta de retilinidade ao longo do lance
Hi
θ1 Hi/2 θ1 de pilar seja suficiente.

a) falta de retilinidade b) desaprumo

Figura 9.8 – Imperfeições geométricas locais

9.5.3 Momento Mínimo de 1ª Ordem – Consideração das Imperfeições Locais


O efeito das imperfeições locais nos pilares pode ser substituído em estruturas reticuladas
pela consideração do momento mínimo de 1ª ordem dado a seguir:
M1d,min = Nd (0,015 + 0,03 h) Equação 9.7
onde:
h é a altura total da seção transversal na direção considerada, em metros; e
Nd é a força normal de cálculo.
Nas estruturas reticuladas usuais admite-se que o efeito das imperfeições locais esteja
atendido se for respeitado esse valor de momento total mínimo. A este momento devem ser
acrescidos os momentos de 2º ordem com apresentados em 9.7.

1
Pilares de pouca rigidez a ações horizontais.
2
Pilares de grande rigidez a ações horizontais que resistem à maior parte dos esforços decorrentes dessas ações.
3
No caso da falta de retilinidade do eixo do pilar usar Hi/2 na raiz quadrada da Equação 9.6.

2006 9-11 ufpr/tc405


Pode-se dizer que o efeito das imperfeições locais estará atendido se for considerado
atuando no pilar uma força normal Nd associada a uma excentricidade mínima dada por:
e1,min = 0,015 + 0,03 h Equação 9.8
ABNT NBR 6118, item 16.3:
“Deve-se observar, também, que não se aceita o dimensionamento de pilares para
carga centrada.“
De qualquer forma, é possível estabelecer uma equação geral para a excentricidade que
leva em consideração a falta de retilinidade do pilar, como
Nd mostrado na Figura 9.9.

Hi/2
θ1

ea
Nd

Figura 9.9 – Excentricidade


por falta de
retilinidade de
pilar
Da Figura 9.9 tem-se:
e 2 ea
θ1 = a =
Hi Hi
2
Considerando a Equação 9.6,com Hi/2 definindo a falta de retilinidade do pilar, chega-se:
 1  1
≤ 200 ≤ 400
2 ea 1  ea 1 
θ1 = =  ⇒ = 
Hi Hi  1 Hi Hi  1
100 200
2 ≥ 300 2 ≥ 600
Desta forma, a Equação 9.8 pode ser estendida para:
 1
≤ 400
ea 1 
=  Hi em metros Equação 9.9
Hi H
200 i ≥ 1
2  600

Exemplo 9.4: Determinar o valor de excentricidade de 1ª ordem ea para um pilar cuja seção
transversal tem altura (h) igual a 40 cm. Este pilar poderá ter altura (Hi) variando
entre 7 e 14 m.
Solução: A solução do problema consiste na aplicação da Equação 9.9.
a. Excentricidade mínima e1
e1,min = 0,015 + 0,03 h
e1,min = 0,015 + (0,03 × 0,4) = 0,027 m = 2,7 cm

2006 9-12 ufpr/tc405


b. Pilar com 7 m da altura
 1
≤
ea 1 1 1  400 e 1
= = =  ⇒ a =
Hi H 7 374  1 Hi 400
200 i 200 × ≥
2 2  600

7 ea
ea = = 0,018m = 1,8 cm < 2,7 cm
400 Hi
c. Pilar com 14 m da altura
 1
≤
ea 1 1 1  400
= = = 
Hi Hi 14 529  1
200 200 ×
2 2 ≥ 600

14
ea = = 0,026 m = 2,6 cm < 2,7 cm
529
Para alturas superiores a 15 m, a equação de θ1 (ea) passa a prevalecer sobre a
equação de e1,min.

O modo simplificado de representar o momento total M1d,min de primeira ordem está mostrado
na Figura 9.10.

Nd Nd
M1d,mim
A A

le le

B B
M1d,min
Nd Nd
Nd Nd Nd
M1d,A > M1d,B M1d,A M1d,min
A A A

le le ou le

B B B
M1d,B M1d,B M1d,B
Nd Nd Nd
M1d,A ≥ M1d,min M1d,A < M1d,min

Figura 9.10 – Momento mínimo de 1ª ordem

2006 9-13 ufpr/tc405


9.6 Análise de Estruturas de Nós Fixos1
Nas estruturas de nós fixos, o cálculo pode ser realizado considerando cada elemento
comprimido isoladamente (Figura 9.11),
viga como barra vinculada nas extremidades
aos demais elementos estruturais que ali
concorrem, onde se aplicam os esforços
obtidos pela análise da estrutura efetuada
segundo a teoria de 1ª ordem.
pilar O comprimento equivalente le do
elemento comprimido (pilar), suposto
le vinculado em ambas as extremidades, é
l0 l dado pela Equação 9.10.

eixo da viga

Figura 9.11 – Elemento isolado de estrutura de nó fixo

le = l0 + h ≤ l Equação 9.10
onde:
l0 é a distância entre as faces internas dos elementos estruturais, supostos horizontais,
que vinculam o pilar;
h é a altura da seção transversal do pilar, medida no plano da estrutura em estudo; e
l é a distância entre os eixos dos elementos estruturais aos quais o pilar está vinculado.
A análise dos efeitos locais de 2ª ordem deve ser realizada de acordo com o estabelecido
em 9.7.
Sob a ação de forças horizontais, a estrutura é sempre calculada como deslocável. O fato
de a estrutura ser classificada como sendo de nós fixos dispensa apenas a consideração dos
esforços globais de 2ª ordem.

9.7 Análise de Elementos Isolados2


Os itens 9.7.1 e 9.7.2.1 são aplicáveis apenas a elementos isolados de seção constante e
armadura constante ao longo de seu eixo, submetidos a flexo-compressão.
Os pilares devem ter índice de esbeltez menor ou igual a 200 (λ ≤ 200). Apenas no caso de
postes com força normal menor que 0,10 fcd Ac, o índice de esbeltez pode ser maior que 200.
O índice de esbeltez deve ser calculado pela expressão:
le
λ= Equação 9.11
i
onde:
le é o comprimento equivalente do pilar; e
i é o raio de giração da seção transversal do pilar.
No caso de pilar engastado na base e livre no topo, o valor de le deve ser tomado igual a 2l
(Figura 9.12). Nos demais casos adotar os valores calculados conforme 9.5 (Equação 9.10).

1
O texto relativo a esta seção é, basicamente, uma cópia do item 15.6 da ABNT NBR 6118.
2
O texto relativo a esta seção é, basicamente, uma cópia do item 15.8 da ABNT NBR 6118.

2006 9-14 ufpr/tc405


l

le = 2l

Figura 9.12 – Comprimentos


equivalentes
de pilar

Exemplo 9.5: Estabelecer os índices de esbeltez (λ) para pilares de seção retangular e
circular.
Solução: Os índices de esbeltez (λ) ficam definidos pela Equação 9.11. Para a seção
retangular devem ser observados os valores dos raios de giração (momentos de
inércia) nas duas direções.
a. Seção retangular
hx

hy

le
y

hy × h3x
Ix = rigidez na direção x ⇒ possível flambagem na direção x 1

12
hx × h3y
Iy = rigidez na direção y ⇒ possível flambagem na direção y 2

12
A c = hx × hy área da seção transversa l do pilar

1
Observar que o momento de inércia Ix é referido a direção x. Corresponde ao momento de inércia Iyy da Resistência
dos Materiais (momento de inércia em torno do eixo yy).
2
Observar que o momento de inércia Iy é referido a direção y. Corresponde ao momento de inércia Ixx da Resistência
dos Materiais (momento de inércia em torno do eixo xx).

2006 9-15 ufpr/tc405


hy × h3x
Ix 12 = hx
ix = = raio de giração na direção x
Ac hx × hy 12
hx × h3y
Iy 12 = hy
iy = = raio de giração na direção y
Ac hx × hy 12
le l l l
λx = = e = 12 e = 3,46 e índice de esbeltez na direção x
ix h x hx hx
12
l l l l
λ y = e = e = 12 e = 3,46 e índice de esbeltez na direção y
iy h y hy hy
12
Caso os comprimentos equivalentes sejam diferentes nas direções x e y (lex ≠ ley), os
valores de λ resultam:
l ex
λ x = 3,46
hx

l ey
λ y = 3,46 eixo de viga
hy no plano yz

eixo de viga
eixo do z no plano xz
pilar (z)
ley1

deformada do
pilar no plano yz distancia entre
vigas no plano yz

ley2
deformada do lex
pilar no plano xz
y
dimensão do pilar distancia entre
na direção y vigas no plano xz

hy

x
hx
dimensão do pilar
na direção x
A deformada pilar se dará no plano xz (flambagem na direção x) se λx > λy. Caso
contrário (λy > λx), a deformada pilar se dará no plano yz (flambagem na direção y).
b. Seção circular
π × d4
I= rigidez em qualquer direção
64

2006 9-16 ufpr/tc405


π × d2
Ac = área da seção transversa l do pilar
4
π × d4
I 64 = d raio de giração em qualquer direção
i= =
Ac π × d2 4
4
l l l
λ = e = e = 4,0 e índice de esbeltez em qualquer direção
i d d
4

9.7.1 Dispensa da Análise dos Efeitos Locais de 2ª ordem1


Os esforços locais de 2ª ordem em elementos isolados podem ser desprezados quando o
índice de esbeltez for menor que o valor limite λ1 estabelecido a seguir.
O valor de λ1 depende de diversos fatores, mas os preponderantes são:
− a excentricidade relativa de 1ª ordem e1/h;
− a vinculação dos extremos da coluna isolada; e
− a forma do diagrama de momentos de 1ª ordem.
O valor de λ1 poder ser calculado pela expressão:

e1 ≥ 35
25 + 12,5 
λ1 = h 
 Equação 9.12
αb 
≤ 90
onde o valor de αb deve ser obtido conforme estabelecido a seguir:
a. pilares biapoiados sem cargas transversais
a.1 momentos de mesmo sinal (tracionam a mesma face)

M1,A M1,A e M1,B são momentos de 1ª ordem nos extremos do


A pilar, com M1,A ≥ M1,B(valores absolutos).

B
M1,B

M1,B
α b = 0,60 + 0,40
M1,A

 M1d,A < M1d,min Equação 9.13



αb = 1,00 ou
M = M = 0,0 (compressão centrada )
 1,A 1,B

1
O texto relativo a esta seção é, basicamente, uma cópia do item 15.8.2 da ABNT NBR 6118

2006 9-17 ufpr/tc405


a.2 momentos de sinais diferentes (não tracionam a mesma face)

M1,A e M1,B são momentos de 1ª ordem nos extremos


M1,A
do pilar, com M1,A ≥ M1,B(valores absolutos).
A

B
M1,B

M1,B
αb = 0,60 − 0,40 ≥ 0,40
M1,A

 M1d,A < M1d,min Equação 9.14



αb = 1,00 ou
M = M = 0,0 (compressão centrada )
 1,A 1,B

b. pilares biapoiados com cargas transversais significativas ao longo da altura

M1,A

M1,B

α b = 1,00 Equação 9.15


c. pilares em balanço

M1,A é o momento de 1ª ordem no engaste e M1,C é o momento de


B 1ª ordem no meio do pilar em balanço, em valores absolutos.

C
M1,C

A M1,A

M1,C
α b = 0,80 + 0,20 ≥ 0,85
M1,A

 M1d,A < M1d,min Equação 9.16



α b = 1,00 ou
M = M = 0,0 (compressão centrada )
 1,A 1,C

2006 9-18 ufpr/tc405


Algumas observações se fazem necessárias quanto à aplicação da Equação 9.12 (equação
para definição do valor λ1). São elas:
− Excentricidade e1
Embora não explicitamente citado na ABNT NBR 6118, pode-se entender que o valor
da excentricidade e1 será referente ao maior, em valor
N absoluto, momento fletor. Se, na figura ao lado, M1,A
M1,A corresponder ao maior momento (valor absoluto), e1 será
dão por:
M1,A
e1 =
N
M1,C Para valores de cálculo:
M1d,A
e1 =
M1,B Nd
N

− Valores próximos de M1d,A e M1d,min


Para efeito de raciocínio, vamos admitir que em dois pilares de mesma seção
transversal e mesmo
comprimento equivalente
M1d,A = M1d,min M1d,A = 0,99M1d,min
A A (mesma altura) atue
momentos fletores como
mostrados na figura ao
lado. Admitindo que os
pilares tenham seção
transversal quadrada, de
dimensão 20 cm, pela
B B Equação 9.8, chega-se:
M1d,B = 0,5 M1d,A M1d,B = 0,5 M1d,A

PILAR 1 PILAR 2
e1,min = 0,015 + 0,03 h
e1,min = 0,015 + 0,03 × 0,2 = 0,021m = 2,1cm
e1,min = e1 = 2,1cm
e1 2,1
= = 0,105
h 20
O Pilar 1 pode ser enquadrado no item a.2, de tal forma que (Equação 9.14):
M1d,B
α b = 0,60 − 0,40 ≥ 0,40
M1d,A
0,5 M1d, A
αb,PILAR 1 = 0,60 − 0,40 × = 0,40
M1d, A
Pela Equação 9.12, tem-se:
e ≥ 35
25 + 12,5 1 
λ1 = h 

αb 
≤ 90

2006 9-19 ufpr/tc405


≥ 35

25 + 12,5 × 0,105 
λ 1,PILAR1 = = 65,8 ⇒ λ 1,PILAR1 = 65,8
0,40 
≤ 90
Para o Pilar 2, sendo o valor de M1d,A inferior a M1d,min, ainda de acordo com o item a.2
(Equação 9.14), tem-se:
α b,PILAR 2 = 1,00
Pela Equação 9.12, tem-se:
e ≥ 35
25 + 12,5 1 
λ1 = h 

αb 
≤ 90
≥ 35

25 + 12,5 × 0,105 
λ 1,PILAR 2 = = 26,3 ⇒ λ 1, PILAR 2 = 35,0
1,0 
≤ 90
Os valores calculados para λ1 indicam que o pilar P1 (λ1 = 65,8) tem um valor limite
para esbeltez 1,9 vezes maior que o valor limite para o pilar P2 (λ1 = 35,0), embora os
mesmos tenham a mesma altura, as mesmas dimensões e o mesmo carregamento (a
diferença de 1% nos valores de M1d,A não justifica a diferença nos valores de λ1). Há,
portanto, a necessidade de usar com cuidado os valores de αb.
− Cargas transversais significativas
O item b anteriormente referido faz referência a “pilares biapoiados com cargas
transversais significativas ao longo da altura”. O que não
N se sabe é como quantificar carga transversal significativa.
M1,A Talvez a referência seja feita à figura ao lado quando um
momento intermediário resulte, em valor absoluto, maior
que os momentos das extremidades (M1,C ≥M1,A ≥
M1,B).
M1,C

M1,B
N
Como pode ser observado, a interpretação do item 15.8.2 da ABNT NBR 6118/2003,
referente à determinação de λ1, requer alguns cuidados. A ABNT NBR 6118/1980 era bem mais
simples neste assunto.
ABNT NBR 6118/1980:
“4.1.1.3 Compressão por força normal Fd (barras isoladas)
.......................
A consideração ou não consideração, no cálculo, do efeito das deformações
obedecerá ao seguinte critério:
− quando λ ≤ 40, este efeito pode ser desprezado;
− quando λ > 40, o efeito das deformações será obrigatoriamente
considerado (teoria de 2ª ordem).”
Como pode ser visto houve uma grande mudança entre a edição da ABNT NBR 6118 de
1980 e a de 2003 no que se refere à consideração ou não dos efeitos de 2ª ordem em barras
isoladas. Pela edição de 1980 o valor correspondente de λ1 ficaria limitado a 40 enquanto que a
edição de 2003 prevê um valor limite de 90 (Equação 9.12). Em caso de dúvida, considerar
sempre αb da ABNT NBR 6118/2003 igual a 1,00, o que levaria a valores de λ1 mais próximos do
recomendado pela ABNT NBR 6118/1980.
2006 9-20 ufpr/tc405
Exemplo 9.6: Verificar, para o pilar abaixo indicado, se os efeitos de 2ª ordem devem ser
considerados. O pilar tem dimensão igual a 20 cm na direção x (onde atuam os
momentos fletores) e 40 cm na direção y.
Nd = 400 kN
z

Md = 20 kNm
A
deformada no plano xz
(direção x), pela ação
dos momentos fletores

lex = 4,2 m ley lex

B x hy
Md = 15 kNm
x
hx
Nd = 400 kN

Solução: A solução do problema consiste na determinação do valor λ, dado pela


Equação 9.11, e no valor λ1, dado pela Equação 9.12, com αb determinado pela
Equação 9.14. A comparação entre estes valores define se os efeitos de 2ª
ordem devem ou não ser considerados no dimensionamento do pilar. O valor de
M1d,min é dado pela Equação 9.7.
a. Dados - uniformização de unidades (kN e cm)
hx = 20 cm (direção x)
h y = 40 cm (direção y)
l ex = 4,2 m = 420 cm (direção x)
l ey = 4,2 m = 420 cm (direção y)
Nd = 400 kN
M1xd, A = 20 kNm = 2 000 kNcm (plano xz)
M1xd,B = 15 kNm = 1500 kNcm (plano xz)
M1xd,min = Nd (0,015 + 0,03 h x )
M1xd,min = 400 × [0,015 + (0,03 × 0,20)] = 8,40 kNm = 840 kNcm
M1yd,A = 0 kNm = 0 kNcm (plano yz)
M1yd,B = 0 kNm = 0 kNcm (plano yz)
(
M1yd,min = Nd 0,015 + 0,03 hy )
M1yd,min = 400 × [0,015 + (0,03 × 0,40)] = 10,80 kNm = 1080 kNcm
b. Determinação de λx e λy (ver Exemplo 9.5)
l 420
λ x = 3,46 ex = 3,46 × = 72,7 (direção x)
hx 20
l ey 420
λ y = 3,46 = 3,46 × = 36,3 (direção y)
hy 40

2006 9-21 ufpr/tc405


c. Determinação de λ1 na direção x
M1xd,A > M1xd,min ⇒ αbx < 1,0
123 123
20 kNm 8,4 kNm

M1xd,A 2000
e1x = e1x,A = = = 5,00 cm
Nd 400
M1,B
αb = 0,60 − 0,40 ≥ 0,40 (item 9.7.1-a.2)
M1, A
M1xd,B
αbx = 0,60 − 0,40 ≥ 0,40
M1xd,A
1500
αbx = 0,60 − 0,40 × = 0,30 < 0,40 ⇒ α bx = 0,40 (direção x)
2000
e ≥ 35
25 + 12,5 1 
λ1 = h 

αb 
≤ 90
e ≥ 35
25 + 12,5 1x 
hx 
λ 1x = 
α bx 
≤ 90
 5,0  ≥ 35
25 + 12,5 ×  
 20,0  
λ 1x = = 70,3 ⇒ λ 1x = 70,3 (direção x)
0,40 
≤ 90
λ x > λ1x ⇒ considerar efeitos de 2ª ordem
{ {
72,7 70,3

d. Determinação de λ1 na direção y
M1yd,A < M1yd,min ⇒ αby = 1,0 (item 9.7.1-a)
123 123
0 kNm 10,8 kNm

M1yd, A 0
e1y = e1y,A = = = 0,0 cm
Nd 400
 0,0  ≥ 35
25 + 12,5 ×  
 40,0  
λ 1y = = 25,0 ⇒ λ1y = 35,0 (direção y)
1,0 
≤ 90
λ y > λ1y ⇒ considerar efeitos de 2ª ordem
{ {
36,3 35,0

9.7.2 Determinação dos Efeitos Locais de 2ª Ordem


No caso de barras submetidas a flexo-compressão normal, o cálculo pode ser feito pelo
método geral ou por métodos aproximados. Para barras submetidas a flexo-compressão oblíqua
deve ser seguido o estabelecido em 9.7.2.4.
A consideração da fluência é obrigatória para λ > 90.

2006 9-22 ufpr/tc405


9.7.2.1 Método Geral
Consiste na análise não-linear de 2ª ordem efetuada com discretização adequada da barra,
consideração da relação momento-curvatura real em cada seção, e consideração da
não-linearidade geométrica de maneira não aproximada.
O método geral é obrigatório para λ > 140.
9.7.2.2 Método Aproximado 1 - Pilar Padrão com Curvatura Aproximada
Pode ser empregado apenas no cálculo de pilares com λ ≤ 90, seção constante e armadura
simétrica e constante ao longo de seu eixo.
A não-linearidade geométrica é considerada de forma aproximada, supondo-se que a
deformação da barra seja senoidal. A não-linearidade física é considerada através de uma
expressão aproximada da curvatura na seção crítica.
O momento total máximo no pilar deve ser calculado pela expressão:
l2e 1
Md,tot = αbM1d,A + Nd × × ≥ M1d,A
10 r
Equação 9.17

M1d,A ≥ M1d,min
sendo M1d,min definido pela Equação 9.7.
A curvatura na seção crítica pode ser avaliada pela expressão aproximada:
1 0,005 0,005
= ≤
r h (ν + 0,5) h
Equação 9.18
Nd
ν=
A c fcd
onde:
h é a altura da seção do pilar na direção considerada; e
ν é a força normal adimensional
O momento M1d,A e o coeficiente αb têm as mesmas definições estabelecidas em 9.7.1,
sendo M1d,A o valor de cálculo de 1ª ordem do momento M1,A. O momento M1d,min tem o significado
e o valor estabelecidos em 9.5.3.
Exemplo 9.7: Determinar o valor de Md,tot para o pilar abaixo indicado. Esse pilar, de seção
constante e armadura simétrica e constante ao longo de seu eixo, tem dimensão
igual a 40 cm na direção do plano onde atuam os momentos fletores (direção x)
e dimensão 25 cm na outra direção (direção y). Na direção y existe uma viga
intermediaria (meia altura) entre os pontos A e B. O valor de Md,tot deverá ser
calculado pelo Método do Pilar Padrão com Curvatura Aproximada,
considerando concreto classe C20 (γc = 1,4).
Solução: A solução do problema consiste na determinação do valor λ dado pela
Equação 9.11 e no valor λ1 dado pela Equação 9.12 para verificar a
necessidade, ou não, de serem considerados os efeitos de 2ª ordem. O valor de
Md,tot fica definido pela Equação 9.17 combinada com a Equação 9.18. O valor
de M1d,min é definido pela Equação 9.7.

2006 9-23 ufpr/tc405


Nd = 600 kN
z

Md = 20 kNm
A ley

deformada no plano xz
(direção x)

lex = 6,0 m
lex
ley
y

B x hy
Md = 15 kNm
x
hx
Nd = 600 kN

a. Dados - uniformização de unidades (kN e cm)


fck 20
fcd = = = 14,3 MPa = 1,43 kN / cm2
γ c 1,4
h x = 40 cm (direção x)
h y = 25 cm (direção y)
A c = h x × h y = 40 × 25 = 1000 cm 2
l ex = 6,0 m = 600 cm (direção x)
l ey = 3,0 m = 300 cm (direção y)
N d = 600 kN
M1xd, A = 20 kNm = 2 000 kNcm (plano xz)
M1xd,B = 15 kNm = 1500 kNcm (plano xz)
M1xd,min = Nd (0,015 + 0,03 hx )
M1xd,min = 600 × [0,015 + (0,03 × 0,40)] = 16,2 kNm = 1620 kNcm
M1yd,A = 0 kNm = 0 kNcm (plano yz)
M1yd,B = 0 kNm = 0 kNcm (plano yz)
(
M1yd,min = Nd 0,015 + 0,03 hy )
M1yd,min = 600 × [0,015 + (0,03 × 0,25)] = 13,5 kNm = 1350 kNcm
Nd 600
ν= = = 0,42
A c fcd 1000 × 1,43
b. Determinação de λx e λy (ver Exemplo 9.5)
l 600
λ x = 3,46 ex = 3,46 × = 51,9 (direção x)
hx 40
l ey 300
λ y = 3,46 = 3,46 × = 41,5 (direção y)
hy 25

2006 9-24 ufpr/tc405


c. Determinação de λ1 na direção x
M1xd,A > M1xd,min ⇒ α bx < 1,0
123 1 424 3
20 kNm 16,2 kNm

M1xd,A 2000
e1x = e1x,A = = = 3,33 cm
Nd 600
M1,B
αb = 0,60 − 0,40 ≥ 0,40 (item 9.7.1-a.2)
M1, A
M1xd,B
αbx = 0,60 − 0,40 ≥ 0,40
M1xd,A
1500
αbx = 0,60 − 0,40 × = 0,30 < 0,40 ⇒ α bx = 0,40 (direção x)
2000
e ≥ 35
25 + 12,5 1 
λ1 = h 

αb 
≤ 90
e ≥ 35
25 + 12,5 1x 
hx 
λ 1x = 
α bx 
≤ 90
 3,33  ≥ 35
25 + 12,5 ×  
 40,0  
λ 1x = = 65,1 ⇒ λ1x = 65,1 (direção x)
0,40 
≤ 90
λ x < λ1x ⇒ não considerar efeitos de 2ª ordem
{ {
51,9 65,1

M1xd,A > M1xd,min ⇒ Mxd,tot = M1xd,A = 2 000 kNcm


123 1 424 3
20 kNm 16,2 kNm

Mxd,tot 2 000
e x,tot = = = 3,33 cm (direção x)
Nd 600
d. Determinação de λ1 na direção y
M1yd, A < M1yd,min ⇒ αby = 1,0 (item 9.7.1-a)
123 1 424 3
0 kNm 13,5 kNm

M1yd,A 0
e1y = e1y,A = = = 0,0 cm
Nd 600
 0,0  ≥ 35
25 + 12,5 ×  
 25,0  
λ 1y = = 25,0 ⇒ λ 1y = 35,0 (direção y)
1,0 
≤ 90
λ y > λ 1y ⇒ considerar efeitos de 2ª ordem
{ {
41,5 35,0

e. Determinação do raio de curvatura na direção y


1 0,005 0,005
= ≤
r h (ν + 0,5 ) h

2006 9-25 ufpr/tc405


1 0,005 0,005
= ≤
ry hy (ν + 0,5 ) hy
1 0,005 1 1
= = cm−1 > cm−1
ry 25 (0,42 + 0,5) 4 600 5000
1 1
⇒ = cm−1
0,005 0,005 1 rx 5 000
= = cm−1
hy 25 5000
f. Determinação do momento total máximo na direção y
l2 1
Md,tot = α b M1d,A + Nd × e × ≥ M1d,A
10 r
l 2ey 1
Myd,tot = α by M1yd,A + Nd × × ≥ M1yd,A
10 ry
M1yd, A < M1yd,min ⇒ M1yd, A = 13,5 kNm = 1350 kNcm
123 1 424 3
0 kNm 13,5 kNm

 3002 1 
Myd,tot = (1,0 × 1350) +  600 × ×  = 2 430 kNcm > 1350 kNcm OK

 10 5 000 
Myd,tot 2 430
e y,tot = = = 4,05 cm (direção y)
Nd 600
g. Condições de dimensionamento
y y

600 kN
600 kN 4,05 cm
x x
25 cm 25 cm

3,33 cm

40 cm 40 cm

9.7.2.3 Método Aproximado 2 - Pilar Padrão com Rigidez κ Aproximada


Pode ser empregado apenas no cálculo de pilares com λ ≤ 90, seção retangular constante,
armadura simétrica e constante ao longo de seu eixo.
A não-linearidade geométrica deve ser considerada de forma aproximada, supondo-se que a
deformação da barra seja senoidal. A não-linearidade física deve ser considerada através de uma
expressão aproximada da rigidez.
O momento total máximo Md,tot no pilar deve ser calculado a partir da majoração do
momento de 1ª ordem pela expressão:
M1d,A

αM 
Md,tot = b 1d2,A ≥  Equação 9.19
λ 
1−
κ 
120
ν M1d,min

2006 9-26 ufpr/tc405


O valor da rigidez adimensional κ é dado pela expressão:
κ  M 
= 321 + 5 d,tot  Equação 9.20
ν  h Nd 

A determinação de Md,tot, variável, simultaneamente, da Equação 9.19 e da Equação 9.20,


pode ser obtida fazendo-se:
a = 1,0
λ2 h Nd
b = 0,2 h Nd − − α bM1d,A
19 200
c = −0,2 α bM1d,A h Nd Equação 9.21
−b+ b2 − 4 a c
Md,tot =
2a

As variáveis h, ν, M1d,A e αb são as mesmas definidas em 9.7.2.2.


Exemplo 9.8: Determinar o valor de Md,tot para o pilar abaixo indicado. Esse pilar, de seção
constante e armadura simétrica e constante ao longo de seu eixo, tem dimensão
igual a 40 cm na direção do plano onde atuam os momentos fletores (direção x)
e dimensão 25 cm na outra direção (direção y). Na direção y existe uma viga
intermediaria (meia altura) entre os pontos A e B. O valor de Md,tot deverá ser
calculado pelo Método do Pilar Padrão com Rigidez κ Aproximada.
Nd = 600 kN
z

Md = 20 kNm
A ley

deformada no plano xz
(direção x)

lex = 6,0 m
lex
ley
y

B x hy
Md = 15 kNm
x
hx
Nd = 600 kN

Solução: A solução do problema consiste na determinação do valor λ dado pela


Equação 9.11 e no valor λ1 dado pela Equação 9.12 para verificar a
necessidade, ou não, de serem considerados os efeitos de 2ª ordem. O valor de
Md,tot fica definido pela Equação 9.21. O valor de M1d,min é definido pela
Equação 9.7.
a. Dados - uniformização de unidades (kN e cm)
h x = 40 cm (direção x)
h y = 25 cm (direção y)
l ex = 6,0 m = 600 cm (direção x)
l ey = 3,0 m = 300 cm (direção y)

2006 9-27 ufpr/tc405


N d = 600 kN
M1xd, A = 20 kNm = 2 000 kNcm (plano xz)
M1xd,B = 15 kNm = 1500 kNcm (plano xz)
M1xd,min = Nd (0,015 + 0,03 h x )
M1xd,min = 600 × [0,015 + (0,03 × 0,40)] = 16,2 kNm = 1620 kNcm
M1yd,A = 0 kNm = 0 kNcm (plano yz)
M1yd,B = 0 kNm = 0 kNcm (plano yz)
(
M1yd,min = Nd 0,015 + 0,03 hy )
M1yd,min = 600 × [0,015 + (0,03 × 0,25)] = 13,5 kNm = 1350 kNcm
b. Determinação de λx e λy (ver Exemplo 9.5)
l 600
λ x = 3,46 ex = 3,46 × = 51,9 (direção x)
hx 40
l ey 300
λ y = 3,46 = 3,46 × = 41,5 (direção y)
hy 25
c. Determinação de λ1 na direção x
M1xd,A > M1xd,min ⇒ α bx < 1,0
123 1 424 3
20 kNm 16,2 kNm

M1xd,A 2000
e1x = e1x,A = = = 3,33 cm
Nd 600
M1,B
αb = 0,60 − 0,40 ≥ 0,40 (item 9-17-a.2)
M1, A
M1xd,B
αbx = 0,60 − 0,40 ≥ 0,40
M1xd,A
1500
αbx = 0,60 − 0,40 × = 0,30 < 0,40 ⇒ α bx = 0,40 (direção x)
2000
e ≥ 35
25 + 12,5 1 
λ1 = h 

αb 
≤ 90
e ≥ 35
25 + 12,5 1x 
hx 
λ 1x = 
α bx 
≤ 90
 3,33  ≥ 35
25 + 12,5 ×  
 40,0  
λ 1x = = 65,1 ⇒ λ1x = 65,1 (direção x)
0,40 
≤ 90
λ x < λ1x ⇒ não considerar efeitos de 2ª ordem
{ {
51,9 65,1

M1xd,A > M1xd,min ⇒ Mxd,tot = M1xd,A = 2 000 kNcm


123 1 424 3
20 kNm 16,2 kNm

Mxd,tot 2 000
e x,tot = = = 3,33 cm (direção x)
Nd 600

2006 9-28 ufpr/tc405


d. Determinação de λ1 na direção y
M1yd, A < M1yd,min ⇒ αby = 1,0 (item 9.7.1-a)
123 1 424 3
0 kNm 13,5 kNm

M1yd,A 0
e1y = e1y,A = = = 0,0 cm
Nd 600
 0,0  ≥ 35
25 + 12,5 ×  
 25,0  
λ 1y = = 25,0 ⇒ λ 1y = 35,0 (direção y)
1,0 
≤ 90
λ y > λ 1y ⇒ considerar efeitos de 2ª ordem
{ {
41,5 35,0

e. Determinação do momento total na direção y


M1yd, A < M1yd,min ⇒ M1yd, A = 13,5 kNm = 1350 kNcm
123 1 424 3
0 kNm 13,5 kNm

αby = 1,0
λ y = 41,5
h y = 25 cm
Nd = 600 kN
λ2 h Nd
b = 0,2 h Nd − − α bM1d, A
19 200
41,52 × 25 × 600
b = 0,2 × 25 × 600 − − 1,0 × 1350 = 304,492
19 200
c = −0,2 α bM1d, A h Nd
c = −0,2 × 1,0 × 1350 × 25 × 600 = −4 050 000
−b+ b2 − 4 c
Md,tot =
2
− 304,492 + 304,492 2 − 4 × (− 4 050 000 )
Md,tot = = 1866 kNcm
2
κ  M 
= 321 + 5 d,tot 
ν  h Nd 
κ  1866 
= 32 × 1 + 5 ×  = 51,90
ν  25 × 600 
Myd,tot = 1866 kNcm > 1350 kNcm OK
Myd,tot 1866
e y,tot = = = 3,11cm (direção y)
Nd 600

2006 9-29 ufpr/tc405


f. Condições de dimensionamento
y y

600 kN
600 kN 3,11 cm
x x
25 cm 25 cm

3,33 cm

40 cm 40 cm

Observar que, para estas características de pilar, o método do Pilar Padrão com
Curvatura Aproximada mostrou-se mais conservador que o método do Pilar Padrão com
Rigidez κ Aproximada. O valor de Myd,tot resultou em 2 430 kNcm para a Curvatura
Aproximada (Exemplo 9.7) e em 1 866 kNcm para a Rigidez κ Aproximada.

9.7.2.4 Método do Pilar Padrão para Pilares de Seção Retangular Submetidos à


Flexão Composta Obliqua
Quando a esbeltez de um pilar de seção retangular submetido à flexão composta oblíqua for
menor que 90 (λ < 90) nas duas direções principais, pode ser aplicado o processo aproximado
descrito no item 9.7.2.3 (Pilar Padrão com Rigidez κ Aproximada) simultaneamente em cada uma
das duas direções.
A amplificação dos momentos de 1ª ordem em cada direção é diferente pois depende de
valores distintos de rigidez e esbeltez.
Uma vez obtida a distribuição de momentos totais, de 1ª e 2ª ordem, em cada direção, deve
ser verificada, para cada seção ao longo do eixo, se a composição desses momentos solicitantes
fica dentro da envoltória de momentos resistentes para a armadura escolhida. Essa verificação
pode ser realizada em apenas três seções: nas extremidades A e B e num ponto intermediário
onde se admite atuar concomitantemente os momentos Md,tot nas duas direções (x e y)
Exemplo 9.9: Determinar os valores de Mxd,tot e Myd,tot para o pilar abaixo indicado. Esse pilar,
de seção constante e armadura simétrica e constante ao longo de seu eixo, tem
dimensão igual a 20 cm na direção x e dimensão 40 cm na direção y. Os valores
de Md,tot, nas duas direções, deverão ser calculados pelo Método do Pilar Padrão
para Pilares de Seção Retangular Submetidos à Flexão Composta Obliqua
(Método da Rigidez κ Aproximada).
Solução: A solução do problema consiste na aplicação separada (direção x e direção y) do
Método do Pilar Padrão com Rigidez κ Aproximada. Os valores λ serão dados
pela Equação 9.11 e os valores λ1 dados pela Equação 9.12, necessários para
verificar a necessidade, ou não, de serem considerados efeitos de 2ª ordem. Os
valores de Md,tot ficarão definidos pela Equação 9.21. Os valores de M1d,min serão
definidos pela Equação 9.7.

2006 9-30 ufpr/tc405


z

Nd = 800 kN

Mxd = 15 kNm

Myd = 15 kNm
ley = 5,0 m

lex = 5,0 m

Myd = 25 kNm
hy = 40 cm
Mxd = 10 kNm
x
hx = 20 cm
Nd = 800 kN

a. Dados - uniformização de unidades (kN e cm)


h x = 20 cm (direção x)
h y = 40 cm (direção y)
l ex = 5,0 m = 500 cm (direção x)
l ey = 5,0 m = 500 cm (direção y)
N d = 800 kN
M1xd,A = 15 kNm = 1500 kNcm (plano xz)
M1xd,B = 10 kNm = 1000 kNcm (plano xz)
M1xd,min = Nd (0,015 + 0,03 hx )
M1xd,min = 800 × [0,015 + (0,03 × 0,20)] = 16,8 kNm = 1680 kNcm
M1yd,A = 25 kNm = 2 5000 kNcm (plano yz)
M1yd,B = 15 kNm = 1500 kNcm (plano yz)
(
M1yd,min = Nd 0,015 + 0,03 hy )
M1yd,min = 800 × [0,015 + (0,03 × 0,40)] = 21,6 kNm = 2160 kNcm
b. Determinação de λx e λy (ver Exemplo 9.5)
l 500
λ x = 3,46 ex = 3,46 × = 86,5 (direção x)
hx 20
l ey 500
λ y = 3,46 = 3,46 × = 43,3 (direção y)
hy 40

2006 9-31 ufpr/tc405


c. Consideração dos momentos atuando no plano xz (direção x)
Nd = 800 kN
z

Md = 15 kNm
A

deformada no plano xz
(direção x)

lex = 5,0 m
lex

B x hy
Md = 10 kNm
x
hx
Nd = 800 kN

M1xd,A = 15 kNm = 1500 kNcm (plano xz)


M1xd,B = 10 kNm = 1000 kNcm (plano xz)
M1xd,min = 16,8 kNm = 1680 kNcm
c.1. Determinação de λ1 na direção x
M1xd, A < M1xd,min ⇒ αbx = 1,0 (item 9.7.1-a.2)
123 1 424 3
15 kNm 16,8 kNm

M1xd, A 1500
e1x = e1x,A = = = 1,88 cm
Nd 800
e1x ≥ 35
25 + 12,5 
hx 
λ 1x = 
α bx 
≤ 90
 1,88  ≥ 35
25 + 12,5 ×  
 20,0  
λ 1x = = 26,18 ⇒ λ1x = 35,0 (direção x)
1,00 
≤ 90
λ x > λ1x ⇒ considerar efeitos de 2ª ordem
{ {
86,5 35,0

c.2. Determinação do momento total na direção x


M1xd,A < M1xd,min ⇒ M1xd,A = 16,8 kNm = 1680 kNcm
123 1 424 3
15 kNm 16,8 kNm

α bx = 1,0
λ x = 86,5
h x = 20 cm
N d = 800 kN

2006 9-32 ufpr/tc405


λ2 h Nd
b = 0,2 h Nd − − α bM1d, A
19 200
86,5 2 × 20 × 800
b = 0,2 × 20 × 800 − − 1,0 × 1680 = −4 715,208
19 200
c = −0,2 α bM1d, A h Nd
c = −0,2 × 1,0 × 1680 × 20 × 800 = −5 376 000
−b+ b2 − 4 c
Md,tot =
2
− (− 4 715,208 ) + (− 4 715,208 )2 − 4 × (− 5 376 000 ) = 5 664 kNcm
Md,tot =
2
κ  M 
= 321 + 5 d,tot 
ν  h Nd 
κ  5 664 
= 32 × 1 + 5 ×  = 88,64
ν  20 × 800 
Mxd,tot = 5 664 kNcm > 1680 kNcm OK
Mxd,tot 5 664
e x,tot = = = 7,08 cm (direção x)
Nd 800
d. Consideração dos momentos atuando no plano yz (direção y)
Nd = 800 kN
z

Md = 15 kNm
B

deformada no plano yz
(direção y)

ley = 5,0 m
ley

A y hx
Md = 25 kNm
y
hy
Nd = 800 kN
M1yd,A = 25 kNm = 2 5000 kNcm (plano yz)
M1yd,B = 15 kNm = 1500 kNcm (plano yz)
M1yd,min = 21,6 kNm = 2160 kNcm
d.1. Determinação de λ1 na direção y
M1yd, A > M1yd,min ⇒ αby < 1,0
123 1 424 3
25 kNm 21,6 kNm

M1yd, A 2 500
e1y = e1y,A = = = 3,13 cm
Nd 800

2006 9-33 ufpr/tc405


M1yd,B
αby = 0,60 − 0,40 ≥ 0,40 (item 9.7.1-a.2)
M1yd,A
1500
αby = 0,60 − 0,40 × = 0,36 < 0,40 ⇒ α by = 0,40 (direção y)
2500
 3,13  ≥ 35
25 + 12,5 ×  
 40,0  
λ 1y = = 64,9 ⇒ λ1y = 64,9 (direção y)
0,40 
≤ 90
λ y < λ1y ⇒ não considerar efeitos de 2ª ordem
{ {
43,3 64,9

M1yd,A > M1yd,min ⇒ M yd,tot = M1yd,A = 2 500 kNcm


123 1 424 3
25 kNm 21,6 kNm

Myd,tot 2 500
e y,tot = = = 3,13 cm (direção y)
Nd 800
y
e. Condições de dimensionamento

Mxd Myd ex,tot ey,tot Nd


Nd = 800 kN
kNm kNm cm cm
ey,tot
Topo 16,80 21,60 2,10 2,70 x
40 cm
Intermediaria 56,64 25,00 7,08 3,13
ex,tot
Base 16,80 25,00 2,10 3,13

20 cm

Observar que os sinais dos momentos fletores (sinais das excentricidades) não foram
considerados na tabela acima. Isto se deve ao fato da obrigatoriedade do pilar ter seção
constante, ser simétrico na geometria e na distribuição de armadura. Desta forma o par de
excentricidades pode atuar em qualquer quadrante que, devido às simetrias, o resultado do
dimensionamento da armadura será sempre o mesmo.
Por outro lado, a ABNT NBR 6118 solicita que o dimensionamento da armadura seja
feito em três seções distintas: topo, intermediária e base. Neste caso o dimensionamento
poderá ser feito somente para a seção intermediaria porque as excentricidades,
simultaneamente, são maiores que nas demais seções. Na direção x, 7,08 da
intermediaria > 2,10 do topo e da base. Na direção y, 3,13 da intermediaria = 3,13 da
base > 2,70 do topo. Como as excentricidades maiores ocorrem simultaneamente na seção
intermediaria, basta fazer o dimensionamento para esta seção.

9.8 Dimensionamento de Pilares - ELU


9.8.1 Hipóteses Básicas
Na análise dos esforços resistentes de uma seção de pilar, devem ser consideradas as
seguintes hipóteses básicas (ABNT NBR 6118, item 17.2.2):
− as seções transversais se mantêm planas após deformação;
− a deformação das barras aderentes, em tração ou compressão, deve ser a mesma do
concreto em seu contorno;
− as tensões de tração no concreto, normais à seção transversal, podem ser
desprezadas, obrigatoriamente no ELU;
− a distribuição de tensões no concreto se faz de acordo com o diagrama
parábola-retângulo, definido em [4.1], com tensão de pico igual a 0,85 fcd, com fcd
2006 9-34 ufpr/tc405
definido em [3.8.2.2]. Esse diagrama pode ser substituído pelo retângulo de altura
0,8 x (onde x é a profundidade da linha neutra), com a seguinte tensão:
! 0,85 fcd no caso da largura da seção, 0,85 fcd
medida paralelamente à linha neutra,
não diminuir a partir desta para a
x
borda comprimida;

y = 0,8 x linha neutra

! 0,80 fcd no caso contrário; 0,80 fcd

y = 0,8 x linha neutra

− a tensão nas armaduras deve ser obtida a partir dos diagramas tensão-deformação,
com valores de cálculo, definidos em [3.8.2.3] e [4.2.2]; e
− o estado limite último é caracterizado quando a distribuição das deformações na seção
transversal pertencer a um dos domínios definidos na Figura 9.13.

encurtamentos
εc = 3,5‰
εc = 2‰
d’

3
h A’s
7
a
d
b 3 2
4
h 4
7 1
As 5
4a

εs = εyd
εs = 10‰

alongamentos

Figura 9.13 – Domínios de estado limite último de uma seção transversal


Deve ser observado que a reta a e o domínio 1 (tração uniforme e tração não uniforme) só é
aplicável aos tirantes de concreto armado. No entanto, os ábacos usados para a resolução de
pilares (Figura 9.16), normalmente englobam a solução para tirantes.

2006 9-35 ufpr/tc405


9.8.2 Valores Limites para Armaduras Longitudinais de Pilares1
9.8.2.1 Valores Mínimos
Conforme especifica a ABNT NBR 6118, item 17.3.5.3.1, a armadura longitudinal mínima
deve ser:
 Nd 
0,15 f 
A s,min = max yd 
Equação 9.22
 
0,4% A 
 c

9.8.2.2 Valores Máximos


Conforme especifica a ABNT NBR 6118, item 17.3.5.3.2, a maior armadura possível em
pilares deve ser 8% da seção real, considerando-se inclusive a sobreposição de armadura
existente em regiões de emenda (Equação 9.23), respeitado o disposto em 9.10.1.2.
A s,max = 8,0% A c Equação 9.23
Devido ao processo construtivo, a grande maioria dos pilares é executada por etapas (pisos)
de tal forma que de um piso para o outro sejam necessárias armaduras de emenda (armaduras de
espera). Isto fará com que na região de emenda venha a ocorrer uma região de sobreposição de
armaduras, cuja taxa de armadura total As/Ac (espera mais armadura calculada) deva ficar limitada
a 8,0%. Desta forma, quando do cálculo da armadura longitudinal de pilares com emendas, no seu
dimensionamento, e já prevendo as esperas, deve-se limitar a taxa de armadura calculada a 4,0%
(4% para a armadura calculada mais 4% para as esperas).
9.8.3 Condições de Segurança
Para uma condição geral de solicitação normal de uma seção transversal de concreto
armado, valem as notações mostradas na Figura 9.14.

y
MSd,x = NSd x ex
ex NSd

Acc MSd,y = NSd x ey


dx, dy
ey
h
x
x εc

σc

εsi
y = 0,8 x
Asi, xsi, ysi d
εs

Figura 9.14 – Seção de concreto armado submetida a flexão oblíqua

1
O texto relativo a esta seção é, basicamente, uma cópia do item 17.3.4.3 da ABNT NBR 6118.

2006 9-36 ufpr/tc405


Definindo as solicitações de cálculo como NSd, MSd,x e MSd,y de tal forma que:
momento em torno do eixo x
MSd, x = NSd × e x
positivo para NSd de compressão e e x > 0
Equação 9.24
momento em torno do eixo y
MSd, y = NSd × e y
poisitivo para NSd de compressão e e y > 0
a condição de segurança (estado limite último) resulta:
NSd ≤ NRd



S NSd,MSd, x ,MSd, y ≤ R NRd,MRd, x ,MRd, y MSd, x ≤ MRd, x Equação 9.25


MSd, y ≤ MRd, y
com:
n
NRd = ∫∫ σc dx dy + ∑A
i =1
si σsi
Acc

n
MRd, x = NRd × e x = ∫∫σc x dx dy + ∑A
i =1
si σsi x si Equação 9.26
Acc

n
MRd, y = NRd × e y = ∫∫σc y dx dy + ∑A
i =1
si σsi y si
Acc

A resolução da Equação 9.26 conduz a uma superfície de interação, como mostrado na


Figura 9.15.

NRd

diagrama de
interação NRd, MRxd diagrama de interação
(flexão composta NRd, MRxd, MRyd
normal) (flexão composta
obliqua)

MRd,y

MRd,x

Figura 9.15 – Superfície de interação

2006 9-37 ufpr/tc405


Os diagramas de interação mais usados para dimensionamento de pilares são os
desenvolvidos pela Escola de Engenharia de São Carlos - USP, especificamente:
− Dimensionamento de Peças Retangulares de Concreto Armado Solicitadas à Flexão
Reta, de W. S. Venturini, 1987; e
− Ábacos para Flexão Obliqua, de L. M. Pinheiro, L. T. Baraldi e M. E. Porem, 1994.
Dentre os programas computacionais desenvolvidos para o dimensionamento de pilares
podem ser destacados os desenvolvidos por M. F. F. de Oliveira e C. A. W. Zandona, CESEC –
UFPR, 2001, a saber1:
− Normal 1.3 – Flexão Composta Reta; e
− Obliqua 1.0 – Flexão Composta Obliqua.
Os ábacos apresentados por Venturini, para flexão normal composta, tem o aspecto
mostrado na Figura 9.16, onde:
− a posição 1 representa uma seção dimensionada com segurança, porém com excesso
de material (concreto ou aço);
− a posição 2 corresponde à condição limite de segurança, sem excesso de material; e
− a posição 3 corresponde a uma seção fora dos limites de segurança, devendo ser
alterada em suas dimensões ou na quantidade de armadura.
Os ábacos e programas computacionais referidos preferem não fazer distinção entre valores
correspondentes a solicitações e a valores de resistência. Os valores apresentados nos ábacos e
programas usam, para força normal e momentos fletores, as expressões de cálculo Nd, Mxd e Myd,
no lugar de NRd, MRd,x e MRd,y, respectivamente.

e
µ=ν
h

A s fyd
3
ω=
A c fcd

2 zona de
segurança
1

Nd
ν=
A c fcd

compressão tração
Figura 9.16 – Ábaco para flexão normal composta

Exemplo 9.10: Determinar a armadura para a seção transversal de um pilar submetido ao


carregamento abaixo indicado.
Considerar:
– estado limite último – combinação normal de carregamento;
– concreto: C25; e
– aço: CA-50.

1
Acesso aos programas pelo www.cesec.ufpr.br/concretoarmado.

2006 9-38 ufpr/tc405


0,5 As

3 cm Nd = NSd = 1289 kN
Nd e = 20 cm
e

54 cm

0,5 As

3 cm

20 cm
Solução: A solução do problema consiste na aplicação direta do ábaco A-1 apresentado
em Dimensionamento de Peças Retangulares de Concreto Armado Solicitadas à
Flexão Reta, W. S. Venturini, EESC/USP. A armadura mínima deve ser
verificada pela Equação 9.22 e a armadura máxima com a Equação 9.23.
a. Dados - uniformização de unidades (kN e cm)
fck 25
fcd = = = 17,9 MPa = 1,79 kN / cm2
γ c 1,4
f 500
fyd = yk = = 435 MPa = 43,5 kN / cm2
γ s 1,15
h = 60 cm
b = 20 cm
d' = 3 cm
d' 3
= = 0,05
h 60
A c = b × h = 20 × 60 = 1200 cm 2
 Nd 
0,15 f 
A s,min = max yd 
 
0,4% A 
 c

 1289 2
0,15 × 43,5 = 4,44 cm 
  2
A s,min = max  = 4,80 cm
 0,4 
 × 1200 = 4,80 cm2 
100 
A s,max = 4,0% A c admitido região de emendas
4,0
A s,max = × 1200 = 48,0 cm2
100
Nd = NSd = 1289 kN
e = 20 cm
b. Coeficientes ν e µ
Nd 1289
ν= = = 0,60
A c fcd 1200 × 1,79

2006 9-39 ufpr/tc405


Md N ×e e 20
µ= = d = ν = 0,60 × = 0,20
A c h fcd A c h fcd h 60
c. Coeficiente ω e determinação de As
Utilizando o ábaco A-1, obtém-se ω = 0,32

e 0,5 As
µ=ν
ω = 0,30 h d’

ω = 0,40 Nd
e
h
ω = 0,32
0,5 As
0,20

d’
b

Nd 0,60
ν=
A c fcd compressão tração

A s fyd
ω=
A c fcd
A × 43,5
0,32 = s ⇒ A s = 15,80 cm2 (8 φ 16mm = 16,08 cm2 )
1200 × 1,79
> 4,80 cm2
 4 φ 16
A s = 16,08 cm2  OK
< 48,0 cm2

d. Verificação da outra direção
b = 60 cm
h = 20 cm 4 φ 16
d' = 3 cm
d' 3
= = 0,15
h 20
A c = b × h = 60 × 20 = 1200 cm 2
A s,min = 4,80 cm2
A s,max = 48,0 cm2
Nd = NSd = 1289 kN
e = e1d,min = 0,015 + 0,03h = 0,015 + (0,03×,2) = 0,021m = 2,1cm

2006 9-40 ufpr/tc405


3 cm
Nd
Nd = 1289 kN
e
14 cm
e = 2,1 cm

3 cm

60 cm

ν = 0,60
e 2,1
µ = ν = 0,60 × = 0,063
h 20
Utilizando o ábaco A-12, obtém-se ω = 0,00

e
µ=ν
h
d’
ω = 0,00 Nd
e
h

d’
0,063
b

Nd 0,60
ν=
A c fcd compressã tração

Como o ω calculado pela segunda verificação (0,00) resultou inferior ao ω da primeira


verificação (0,32), prevalece a solução ω = 0,32 (8 φ 16 mm).

Os ábacos apresentados por Pinheiro, Baraldi e Porem, para flexão obliqua composta, tem o
aspecto mostrado na Figura 9.17, onde:
− a posição 1 representa uma seção dimensionada com segurança, porém com excesso
de material (concreto ou aço);
− a posição 2 corresponde à condição limite de segurança, sem excesso de material; e
− a posição 3 corresponde a uma seção fora dos limites de segurança, devendo ser
alterada em suas dimensões ou na quantidade de armadura.

2006 9-41 ufpr/tc405


Nd ey Nd
ν= = 1,0 µy = ν ν= = 0,8
A c fcd hy A c fcd

1
ex
µx = ν
hx

A s fyd
zona de ω=
segurança A c fcd

Nd Nd
ν= = 1,2 ν= = 1,4
A c fcd A c fcd

Figura 9.17 – Ábaco para flexão obliqua composta

Exemplo 9.11: Determinar a armadura para a seção transversal de um pilar submetido ao


carregamento abaixo indicado.
Considerar:
– estado limite último – combinação normal de carregamento;
– concreto: C25; e
– aço: CA-50.

4 cm
ex
Nd = 573 kN (NSd)
ex = 5 cm
Nd
ey ey = 15 cm
32 cm hx = 20 cm
x
hy = 40 cm
d’x = 4 cm (0,20 hx)
d’y = 4 cm (0,10 hy)
4 cm
(d’y) 12 cm
4 cm 4 cm
(d’x)

2006 9-42 ufpr/tc405


Solução: A solução do problema consiste na aplicação direta do ábaco A-51 apresentado
em Ábacos para Flexão Obliqua, L. M. Pinheiro, L. T. Baraldi e M. E. Porem,
EESC/USP. A armadura mínima deve ser verificada pela Equação 9.22 e a
armadura máxima com a Equação 9.23.
a. Dados - uniformização de unidades (kN e cm)
fck 25
fcd = = = 17,9 MPa = 1,79 kN / cm2
γ c 1,4
f 500
fyd = yk = = 435 MPa = 43,5 kN / cm2
γ s 1,15
hx = 20 cm
hy = 40 cm
d'x = 4 cm (0,20 hx )
d'y = 4 cm (0,10 hy )
A c = h x × h y = 20 × 40 = 800 cm 2
 Nd 
0,15 f 
A s,min = max yd 
 
0,4% A 
 c

 573 2
0,15 × 43,5 = 1,98 cm 
  2
A s,min = max  = 3,20 cm
 0,4 
 × 800 = 3,20 cm2 
100 
A s,max = 4,0% A c admitido região de emendas
4,0
A s,max = × 800 = 32,0 cm2
100
Nd = NSd = 573 kN
e x = 5 cm
e y = 15 cm
b. Coeficientes ν e µx e µy
Nd 573
ν= = = 0,40
A c fcd 800 × 1,79
M xd N × ex e 5
µx = = d = ν x = 0,40 × = 0,10
A c fcd h x A c fcdh x hx 20
M yd Nd × e y ey 15
µy = = =ν = 0,40 × = 0,15
A c fcd h y A c fcd h y hy 40

2006 9-43 ufpr/tc405


c. Coeficiente ω e determinação de As
Utilizando o ábaco A-51, obtém-se ω = 0,42

ey
µy = ν
hy Mxd d’x
Mxd = Nd ex
0,10 Myd = Nd ey d’y
ey Nd
ex
µx = ν
hx ey
ω = 0,40 0,15 hy
Myd
ω = 0,42

ω = 0,50
hx

ν = 0,4

A s fyd φ 20 mm
ω=
A c fcd
A s × 43,5
0,42 = ⇒ A s = 13,83 cm2 ( 6 φ 20 mm = 18,84 cm2 )
800 × 1,79
> 3,20 cm2 40 cm

A s = 18,84 cm2  OK
< 32,0 cm2

20 cm

9.9 Análise de Estruturas de Nós Móveis1


Na análise estrutural de estruturas de nós móveis devem ser obrigatoriamente considerados
os efeitos da não-linearidade geométrica e da não-linearidade física e, portanto, no
dimensionamento, devem ser obrigatoriamente considerados os efeitos globais e locais de 2ª
ordem.
9.9.1 Análise Não-Linear com 2ª Ordem
Uma solução aproximada para a determinação dos esforços globais de 2ª ordem, consiste
na avaliação dos esforços finais (1ª ordem + 2ª ordem) a partir da majoração adicional dos
esforços horizontais da combinação de carregamento considerada por 0,95 γz. Esse processo só é
válido para γz ≤ 1,3.
9.9.2 Consideração Aproximada da Não-Linearidade Física
Para a análise dos esforços globais de 2ª ordem, em estruturas reticuladas com no mínimo
quatro andares, pode ser considerada a não-linearidade física de maneira aproximada,
tomando-se como rigidez dos elementos estruturais os valores seguintes:

1
O texto relativo a esta seção é, basicamente, uma cópia do item 15.7 da ABNT NBR 6118.

2006 9-44 ufpr/tc405


lajes : (EI)sec = 0,3 Eci Ic

(EI)sec = 0,4 Eci Ic A 's ≠ A s



vigas :  Equação 9.27
(EI) = 0,5 E I A = As
'
 sec ci c s

pilares : (EI)sec = 0,8 Eci Ic


onde:
Ic é o momento de inércia da seção bruta de concreto, incluindo, quando for o caso, as
mesas colaborantes.
Quando a estrutura de contraventamento for composta exclusivamente por vigas e pilares e
γz for menor que 1,3, permite-se calcular a rigidez das vigas e pilares por:
(EI)sec = 0,7 Eci Ic Equação 9.28
Os valores de rigidez adotados neste item são aproximados e não podem ser usados para
avaliar esforços locais de 2ª ordem, mesmo com uma discretização maior da modelagem.
9.9.3 Análise dos Efeitos Locais de 2ª Ordem
A análise global de 2ª ordem fornece apenas os esforços nas extremidades das barras,
devendo ser realizada uma análise dos efeitos locais de 2ª ordem ao longo dos eixos das barras
comprimidas, de acordo com o prescrito em 9.7.
Os elementos isolados, para fins de verificação local, devem ser formados pelas barras
comprimidas retiradas da estrutura, com comprimento le, de acordo com o estabelecido em 9.6,
porém aplicando-se às suas extremidades os esforços obtidos através da análise global de 2ª
ordem.

9.10 Disposições Construtivas1


As exigências que seguem referem-se a pilares cuja maior dimensão da seção transversal
não exceda cinco vezes a menor dimensão, e não são válidas para as regiões especiais2.
9.10.1 Armaduras Longitudinais
9.10.1.1 Diâmetro Mínimo e Taxa de Armadura
O diâmetro das barras longitudinais não deve ser inferior a 10 mm e nem superior 1/8 da
menor dimensão transversal.
A taxa geométrica de armadura deve respeitar os valores máximos e mínimos especificados
em 9.8.2.
9.10.1.2 Distribuição transversal
As armaduras longitudinais devem ser dispostas na seção transversal de forma a garantir a
adequada resistência do elemento estrutural. Em seções poligonais, deve existir pelo menos uma
barra em cada vértice; em seções circulares, no mínimo seis barras distribuídas ao longo do
perímetro.
O espaçamento livre entre as armaduras, medido no plano da seção transversal, fora da
região de emendas, deve ser igual ou superior ao maior dos seguintes valores:
− 20 mm;
− diâmetro da barra, do feixe ou da luva; e
− 1,2 vezes o diâmetro máximo do agregado.
Para feixes de barras, deve-se considerar o diâmetro do feixe φn = φ n½.
Esses valores aplicam-se também às regiões de emendas por traspasse de barras.

1
O texto relativo a esta seção é, basicamente, uma cópia do item 18.4 da ABNT NBR 6118
2
Seção 21 da ABNT NBR 6118.

2006 9-45 ufpr/tc405


Quando estiver previsto no plano de concretagem o adensamento através de abertura
lateral na face da forma, o espaçamento das armaduras deve ser suficiente para permitir a
passagem do vibrador.
O espaçamento máximo entre eixos das barras, ou de centros de feixes de barras, deve ser
menor ou igual a duas vezes a menor dimensão no trecho considerado, sem exceder 400 mm.
9.10.2 Armaduras transversais
A armadura transversal de pilares, constituída por estribos e, quando for o caso, por
grampos suplementares, deve ser colocada em toda a altura do pilar, sendo obrigatória sua
colocação na região de cruzamento com vigas e lajes.
O diâmetro dos estribos em pilares não deve ser inferior a 5 mm nem a 1/4 do diâmetro da
barra isolada ou do diâmetro equivalente do feixe que constitui a armadura longitudinal.
O espaçamento longitudinal entre estribos, medido na direção do eixo do pilar, para garantir
o posicionamento, impedir a flambagem das barras longitudinais e garantir a costura das emendas
de barras longitudinais nos pilares usuais, deve ser igual ou inferior ao menor dos seguintes
valores:
− 200 mm;
− menor dimensão da seção; e
− 24 φ para CA-25, 12 φ para CA 50.
Pode ser adotado o valor φt < φ/4 desde que as armaduras sejam constituídas do mesmo
tipo de aço e o espaçamento respeite também a limitação
 φ2  1
smax = 9000 t  (fyk em MPa)
φ
  yk f
Quando houver necessidade de armaduras transversais para força cortante e momento
torçor, esses valores devem ser comparados com o especificado no item 18.3.3.2 da
ABNT NBR 6118 para vigas, adotando-se o menor dos limites especificados.

9.11 Simbologia Específica


d diâmetro da seção transversal de concreto
altura útil da viga - distância da fibra de concreto mais comprimida até o centro de
gravidade da armadura tracionada
d' distância da fibra de concreto mais comprimida até o centro de gravidade da
armadura comprimida
dx dimensão infinitesimal de um elemento de concreto comprimido
dy dimensão infinitesimal de um elemento de concreto comprimido
e excentricidade
e1 excentricidade de 1ª ordem
e1,min excentricidade de 1ª ordem associada ao momento fletor M1d,min
e1x excentricidade de 1ª ordem, na direção x
e1y excentricidade de 1ª ordem, na direção y
etot excentricidade referente ao Md,tot
ex excentricidade na direção x
ex,tot excentricidade referente ao Mxd,tot
ey excentricidade na direção y
ey,tot excentricidade referente ao Myd,tot
fcd resistência à compressão do concreto de cálculo
fck resistência à compressão do concreto característica
fyd resistência ao escoamento do aço de cálculo
g valor da ação permanente
h altura total da seção transversal
altura da seção transversal de pilar na direção considerada
hx altura da seção transversal de pilar na direção x
hy altura da seção transversal de pilar na direção y
i raio de giração da seção transversal do pilar
ix raio de giração referido á direção x

2006 9-46 ufpr/tc405


iy raio de giração referido á direção y
l altura de um lance de pilar
l distância entre eixos de elementos estruturais aos quais um pilar esteja vinculado
l0 distância entre as faces internas dos elementos estruturais, supostos horizontais,
que vinculam o pilar
le comprimento equivalente de pilar
lex comprimento equivalente de pilar na direção x
ley comprimento equivalente de pilar na direção y
n número de níveis de barras horizontais (andares)
número total de elementos verticais contínuos
q valor da ação variável
r raio de curvatura
rx raio de curvatura na direção x
ry raio de curvatura na direção y
x altura da linha neutra
coordenada de um elemento infinitesimal de concreto comprimido
xsi coordenada de uma barra genérica
y altura da região de tensões constantes no concreto comprimido
coordenada de um elemento infinitesimal de concreto comprimido
ysi coordenada de uma barra genérica
Ac área da seção transversal de concreto
Acc área de concreto comprimido
A's área da seção da armadura longitudinal de compressão
As área da seção transversal da armadura longitudinal de tração
área da seção transversal da armadura longitudinal de pilar
Asi área da seção transversal da armadura longitudinal de uma barra genérica
Eci módulo de deformação tangente inicial do concreto
Ecs módulo de deformação secante do concreto
EI rigidez
F força
Fd valor de cálculo das ações
Fgk valor característico das ações permanentes diretas
Fεgk valor característico das ações permanentes indiretas
Fk valor característico das ações
Fqk valor característico das ações variáveis
Fεqk valor característico das ações variáveis indiretas
H altura total da edificação
Hd força horizontal de cálculo
Hi altura de um lance de pilar
Htot altura total da estrutura, medida a partir do topo da fundação ou de um nível pouco
deslocável do subsolo
I momento de inércia
Ic momento de inércia da seção bruta de concreto
Ix momento de inércia referido à direção x (Iyy)
Iy momento de inércia referido à direção y (Ixx)
M momento fletor
M1 momento de 1ª ordem
M1,tot,d momento de tombamento - soma dos momentos de todas as forças horizontais da
combinação considerada, com seus valores de cálculo, em relação à base da
estrutura
M1d momento de 1ª ordem de cálculo
M1d,min momento total de 1ª ordem de cálculo mínimo que possibilita o atendimento da
verificação das imperfeições localizadas de um lance de pilar
M1xd momento de 1ª ordem de cálculo na direção x
M1xd,min momento total de 1ª ordem de cálculo mínimo na direção x
M1yd momento de 1ª ordem de cálculo na direção y
M1yd,min momento total de 1ª ordem de cálculo mínimo na direção y

2006 9-47 ufpr/tc405


M2 momento de 2ª ordem
M2d momento de 2ª ordem de cálculo
MA momento de 1ª ordem no extremo do pilar
MB momento de 1ª ordem no extremo do pilar
MC momento de 1ª ordem no meio do pilar em balanço
Md momento fletor de cálculo
Md,tot momento total máximo no pilar
MRd momento fletor resistente de cálculo
MRd,x momento fletor resistente de cálculo na direção x
MRd,y momento fletor resistente de cálculo na direção y
MSd momento fletor solicitante de cálculo
MSd,x momento fletor solicitante de cálculo na direção x
MSd,y momento fletor solicitante de cálculo na direção y
Mxd,tot momento total máximo no pilar na direção x
Myd,tot momento total máximo no pilar na direção y
N força normal
Nd força normal de cálculo
Nk somatória de todas as cargas verticais atuantes na estrutura (a partir do nível
considerado para o cálculo de Htot), com seu valor característico
NRd força normal resistente de cálculo
NSd força normal solicitante de cálculo
R resistência
S solicitação
α parâmetro de instabilidade
αb fator que define as condições de vínculo nos apoios
αbx fator que define as condições de vínculo nos apoios, na direção x
αby fator que define as condições de vínculo nos apoios, na direção y
εc deformação específica do concreto
εs deformação específica do aço à tração
εsi deformação específica do aço de uma barra genérica
ε's deformação específica do aço à compressão
εyd deformação específica de escoamento do aço
γz coeficiente de majoração dos esforços globais finais de 1ª ordem para obtenção
dos finais de 2ª ordem
κ rigidez adimensional
κinicial valor inicial da rigidez adimensional
κx rigidez adimensional na direção x
κy rigidez adimensional na direção y
λ índice de esbeltez
λx índice de esbeltez na direção x
λy índice de esbeltez na direção y
λ1 valor limite para índice de esbeltez
µ momento fletor reduzido adimensional
ν força normal adimensional
θa desaprumo global de uma estrutura
θ1 desaprumo de um elemento vertical contínuo
desaprumo de um lance de pilar de altura Hi
σc tensão à compressão no concreto
σsi tensão na armadura longitudinal de uma barra genérica
ω taxa mecânica de armadura longitudinal
∆ deslocamento
∆Mtot,d soma dos produtos de todas as forças verticais atuantes na estrutura, na
combinação considerada, com seus valores de cálculo, pelos deslocamentos
horizontais de seus respectivos pontos de aplicação, obtidos da análise de 1ª
ordem

2006 9-48 ufpr/tc405


9.12 Exercícios
Ex. 9.1: Dimensionar e detalhar as armaduras (longitudinal e transversal) para o pilar de
seção transversal como abaixo indicado, de altura igual a 7 m (comprimento de flambagem),
sujeito a uma carga axial centrada de cálculo (Nd) de 4000 kN.
Considerar:
− estado limite último, combinações normais, edificação
tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4 e γs = 1,15);
− concreto: C25; 60 cm
− aço: CA-50;
− cobrimento da armadura: 3 cm;
− diâmetro da armadura transversal: 5 mm; e
− diâmetro da armadura longitudinal: 16 mm.
Ex. 9.2 Determinar o diâmetro da armadura para a seção transversal do pilar abaixo
representado, de altura igual a 3 m (comprimento de flambagem), sujeito a
uma carga axial centrada de cálculo (Nd) de 1716 kN. 30 cm
Considerar:
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2
(γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4 e γs = 1,15);
− concreto: C20;
− aço: CA-50; 40 cm
− cobrimento da armadura: 3 cm;
− diâmetro da armadura transversal: 5 mm; e
− armadura longitudinal: 8 φ.
Ex. 9.3: Determinar a máxima carga axial (Nd) que o pilar, de seção
transversal como abaixo representado, pode suportar. 30 cm
Considerar:
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2
(γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4 e γs = 1,15);
− concreto: C20; 40 cm
− aço: CA-50;
− cobrimento da armadura: 3 cm;
− diâmetro da armadura transversal: 5 mm;
− armadura longitudinal: 8 φ12,5 mm; e
− altura do pilar (comprimento de flambagem): 3 m.
Ex. 9.4: Determinar o diâmetro da armadura para a seção transversal do pilar abaixo
representado.
Considerar:
30 cm
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2
(γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4 e γs = 1,15);
− concreto: C20;
− aço: CA-50; Nd
− cobrimento da armadura: 3 cm; 60 cm
− diâmetro da armadura transversal: 5 mm;
− armadura longitudinal: 8 φ;
− altura do pilar (comprimento de flambagem): 4 m;
− carregamento axial (Nd): 2317 kN; e
− excentricidade: 5 cm.

2006 9-49 ufpr/tc405


Ex. 9.5: Considerando que as duas seções transversais de pilar, como abaixo
representadas, deverão suportar uma mesma força normal centrada de mesma intensidade,
pede-se:
a. o valor de cálculo desta força normal (Nd); e
b. a definição de qual seção deverá possuir a menor taxa de armadura longitudinal.
y

Nd x
30 cm

ley = 2 m

40 cm
lex = 5 m

y y

hy Nd x
30 cm

x
hx

40 cm

Considerar:
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− concreto: C20;
− aço: CA-50;
− cobrimento da armadura: 2,5 cm;
− diâmetro da armadura transversal: 5 mm; e
− diâmetro da armadura longitudinal: 16 mm.
Ex. 9.6: Determinar máxima carga axial (Nd) que o pilar, de seção transversal como abaixo
representado, pode suportar.
Considerar:
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− concreto: C20;
− aço: CA-50;
− cobrimento da armadura: 3 cm;
− diâmetro da armadura transversal: 5 mm;
− diâmetro da armadura longitudinal: 16 mm; e
− armadura longitudinal (As): 20,11 cm2.

2006 9-50 ufpr/tc405


z

ley = 2,5 m y

lex = 5,0 m Nd x
25 cm
y

50 cm
hy

x
hx

Ex. 9.7: Os pilares P01 e P02 foram executados com o mesmo tipo de aço e o mesmo
concreto e têm as características geométricas indicadas abaixo. Os dois pilares suportam forças
normais centradas, sendo a carga do pilar P02 dez por cento maior que a carga do pilar P01.
Nestas condições, determinar a armadura necessária para o pilar P02, considerando as
distribuições de barras conforme indicadas na figura.
Considerar:
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− aço: CA-50;
− cobrimento da armadura: 2,5 cm;
− diâmetro da armadura transversal: 0,53 mm;
− altura do pilar P01 (comprimento de flambagem): 3,0 m;
− altura do pilar P02 (comprimento de flambagem): 2,5 m;
− taxa de armadura longitudinal (ρ) do pilar P01: 1,75%; e
− carga (NSd) atuante no pilar P01: 1400 kN (centrada).

armadura armadura
uniformemente Y uniformemente
Y distribuída nas distribuída nas duas
quatro faces faces maiores

30 cm
75 cm
X X

60 cm
P01 P02
25 cm

Ex. 9.8: O pilar central P2 de um edifício recebe, em cada nível, as reações de apoio das
vigas V1, V2, V3 (pavimento tipo) e V4 (cobertura). Sabendo-se que, em cada lance, o peso
próprio do pilar pode ser avaliado como sendo igual a 1% da força normal acumulada atuante no
seu topo, pede-se:

2006 9-51 ufpr/tc405


a. o valor da força normal de cálculo, suposta centrada, atuante no primeiro lance do pilar
P2 (carga atuante no pilar situado abaixo da V1);
b. o dimensionamento da seção transversal do primeiro lance (definição de hx),
prevendo-se uma taxa geométrica de armadura em torno de 2%; e
c. o dimensionamento da armadura para a carga estabelecida no item a, com hx definido
no item b.
Considerar:
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− concreto: C20;
− aço: CA-50; e
− reações das vigas:
― V4: 300 kN (valor característico);
― V1 = V2 = V3: 400 kN (valor característico).
z
V4 (cob)
y
4º lance 3m
V3 (tipo)
hx
3º lance 3m
V2 (tipo)
V1, V2, V3 e V4
20 cm
x 2º lance 3m
V1 (tipo)

1º lance 3m
Vi

P1 P2 P3 x
Seção Transversal
Pilar P2
Elevação do Edifício

Obs:
− admitir dx’/hx = 0,10 e d’y/hy = 0,20;
− edifício constituído por pavimento térreo, três pavimentos tipo (onde atuam as vigas
V1, V2 e V3) e cobertura (onde atua a viga V4);
− largura do pilar hx como múltiplo de 5 cm; e
− armadura longitudinal do pilar colocada paralelamente ao lado hx (metade para cada
lado).
Ex. 9.9: Determinar o diâmetro mínimo (φ) para as barras do pilar abaixo representado. O
pilar deverá ser constituído por dez barras longitudinais dispostas, cinco a cinco, paralelamente ao
lado maior.
Considerar:
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− concreto: C20 (γc = 1,40);
− aço: CA-50 (γs = 1,15);
− Nd: 2053 kN (compressão ao longo do eixo z); e
− d’/h = 0,10 (nas duas direções).

2006 9-52 ufpr/tc405


z z

100 kNm
I

3,0 m

100 kNm J
6,0 m
154 kNm

3,0 m

K
x y 154 kNm

60 cm 30 cm Diagrama Md
Elevações Momentos atuantes
no plano yz
y

30 cm
x

60 cm

Seção Transversal

Obs:
− o eixo z da figura corresponde à altura do pilar e o plano xy contém a seção
transversal do mesmo;
− efetuar o cálculo da armadura (determinação obrigatória dos valores de As)
considerando, isoladamente, as duas direções; e
− nas considerações envolvendo a posição J, os momentos fletores atuantes no pilar
(plano yz) não deverão ser somados.
Ex. 9.10: Determinar o menor valor possível para hx (valor múltiplo de 5 cm) de tal forma que
o pilar abaixo representado possa resistir a uma força normal suposta centrada de cálculo (Nd)
igual 5105 kN. Este pilar, componente de uma estrutura de 5 pavimentos, será construído por
etapas (por pisos) o que vale dizer que na sua região inferior as armaduras serão emendadas
(emendas por traspasse).
Considerar:
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− concreto: C20;
− aço: CA-50;

2006 9-53 ufpr/tc405


− cobrimento da armadura: 3 cm;
− diâmetro da armadura transversal: 5 mm; e
− diâmetro da armadura longitudinal: 16 mm.
Obs:
− obedecer rigorosamente às taxas limites de armadura estabelecidas pela
ABNT NBR-6118.

ley = 2,8 m y

lex = 5,6 m Nd x
30 cm
y

hx
hy

x
hx

Ex. 9.11: Determinar a armadura necessária para o pilar abaixo representado.


Considerar:
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− concreto: C20;
− aço: CA-50; e
− d’/h = 0,10 (nas duas direções).
Obs:
− as solicitações (força normal e momentos fletores) correspondem a valores de cálculo;
− os momentos atuam no plano xz e tracionam o mesmo lado do pilar;
− o pilar tem seção transversal constante e armadura simétrica e constante ao longo de
seu eixo (eixo vertical);
− o pilar é bi-rotulado, sem viga intermediária de travamento; e
− taxa máxima de armadura longitudinal do pilar igual a 4% (armadura com traspasse).

2006 9-54 ufpr/tc405


z

Nd = 1787,5 kN
A Mxd,A = 71,50 kNm

5,0 m

Mxd,B = 35,75 kNm


B
50 cm
x

25 cm Nd = 1787,5 kN

50 cm
(hy)

25 cm
(hx)

Ex. 9.12: Determinar as armaduras necessárias para os pilares AB e DC do pórtico indicado


na figura.
Considerar:
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− concreto: C20;
− aço: CA-50;
− d’ = 0,10 h (nas duas direções)
− estrutura de nós fixos;
− comprimento de flambagem dos pilares lex = ley = 0,7 x 3,5 = 2,45 m;
− carregamento atuante com valores de cálculo para a carga permanente e para a carga
acidental; e
− diagramas Md e Nd (valores de cálculo) indicados nas figuras.
Obs:
− o pórtico está contido no plano xz;
− o pilar tem seção transversal constante e armadura simétrica e constante ao longo de
seu eixo vertical; e
− taxa máxima de armadura longitudinal do pilar igual a 4% (armadura com traspasse).

2006 9-55 ufpr/tc405


1084 kN 1084 kN

20 kN/m
B C

Viga – 20 cm x 60 cm

3,5 m z
Pilares – 20 cm x 40 cm x
A D
6,0 m

46,2 kNm 46,2 kNm

46,2 kNm 46,2 kNm

43,8 kNm
Diagrama
Md

22,6 kNm 22,6 kNm

Diagrama
Nd

-1144 kN -1144 kN
y

x
20 cm

40 cm

Seção Transversal dos Pilares

Ex. 9.13: Determinar a armadura longitudinal do pilar indicado abaixo, sabendo que a força
normal de cálculo (Nd), no lance em questão, é de 2250 kN e que o momento fletor de cálculo
transferido pela viga V1 ao pilar (MSd - momento fletor atuante no plano y), tanto no piso superior

2006 9-56 ufpr/tc405


quanto no piso inferior, é de 125 kNm. A armadura do pilar deverá ser distribuída uniformemente
ao longo das faces paralelas ao eixo y (metade em cada face de 50 cm).
Considerar:
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− concreto: C20;
− aço: CA-50;
− cobrimento da armadura: 3 cm;
− diâmetro da armadura transversal: 5 mm; e
− diâmetro da armadura longitudinal: 16 mm.
Obs:
− considerar o pórtico como indeslocável.

30 cm
V1 V2
V2 y
A

50 cm x

Pilar
V1
2,80 m
Planta 30 cm

125 kNm 2250 kN


V1 V2

A
B
Solicitações
(valores de
cálculo) Elevação

125 kNm y
B
x
2250 kN

Ex. 9.14: As cargas Nd1, Nd2 e Nd3 atuam simultaneamente sobre o eixo x, tal como indicado
na figura. Admitindo que a armadura longitudinal As seja distribuída igualmente em dois lados
(paralelos ao eixo x), determine o máximo valor admissível para o conjugado Nd2 e Nd3.
Considerar:
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− concreto: C20;
− aço: CA-50;
− cobrimento da armadura: 3 cm;
− diâmetro da armadura transversal: 5 mm;

2006 9-57 ufpr/tc405


− armadura longitudinal: 10 φ 16 mm;
− altura do pilar (comprimento de flambagem): 3,2 m; e
− carregamento axial (Nd1): 1290 kN;
Obs:
− admitir dx’/hx = 0,10 e d’y/hy = 0,20.

20 cm 20 cm

Nd1
Nd2 Nd3 = - Nd2

x
25 cm

60 cm

Ex. 9.15: Determinar qual das duas seções transversais de pilar, S1 ou S2, é a mais
adequada (mais econômica) para o carregamento abaixo indicado. Determinar, também, qual a
bitola (diâmetro) necessária para compor as barras da seção S1 e da seção S2. As seções
transversais S1 e S2 tem a mesma área de concreto (1500 cm2) e a mesma quantidade de
armadura (20 barras).
Considerar:
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− aço: CA-50 (γs = 1,15);
− bitolas: 10 mm, 12,5 mm, 16 mm, 20 mm, 22 mm, 25 mm e 32 mm;
− concreto: C20 (γc = 1,4);
− força normal de cálculo: Nd = 2145 kN;
− excentricidade (eixo y): ey = 7,5 cm;
− posição da armadura: d’ = 0,10 h; e
− pilar curto: λ < 35.
Obs.:
− é necessário (obrigatório) efetuar as verificações em todas as direções,
independentemente da existência, ou não, de excentricidades iniciais.

2006 9-58 ufpr/tc405


Y
Y

Nd
Nd

50 cm 75 cm
X X

30 cm
20 cm
S1
S2
Ex. 9.16: Usando bitolas (φ) de 20 mm, determinar o número total de barras da armadura
longitudinal que, colocadas conforme disposição indicada na seção transversal, são necessárias
para o pilar pré-moldado representado na figura abaixo.
Considerar:
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− concreto: C30 (γc = 1,40);
− aço: CA-50 (γs = 1,15);
− altura do pilar: l = 3,2 m;
− força normal (eixo z): NSd = Nd = 1028,57 kN;
− momento fletor (plano yz): MSd = MA,d = MB,d; e
− posição da armadura: d’ = 0,10 h.
Obs.:
− o pilar tem seção transversal constante (40 cm x 40 cm) e armadura simétrica
constante (paralela ao eixo x) ao longo do eixo z;
− o pilar deve ser considerado livre no topo e engastado na base (le = 2l);
− a força normal Nd atua com uma excentricidade de 30 cm somente na direção y;
− no plano yz, o diagrama de momentos é o indicado na figura;
− no plano xz, não existem momentos provenientes do carregamento atuante; e
− no dimensionamento da armadura considerar apenas os esforços (solicitações) no
plano yz.

2006 9-59 ufpr/tc405


30 cm
z
Nd Nd

Md
A
40 cm

3,2 m
40 cm
y

B
y x
Md
seção transversal
x Nd
solicitações
esquema de cálculo
do pilar (plano yz)

Ex. 9.17: Considere um pórtico simétrico e indeslocável de concreto armado, tal como
indicado na Fig. 01. Sob a ação do vento, os pilares AB e DE comportam-se diferentemente. Os
diagramas de momentos fletores de cálculo (MSd) dos pilares estão representados na Fig. 02,
onde estão indicadas também as forças normais de cálculo (NSd) atuantes nos mesmos, forças
essas consideradas como constantes ao longo de todo o comprimento dos pilares. Como o vento
pode mudar de sentido, o comportamento dos pilares também se inverte. Assim, cada um deles
deve ser verificado para duas situações possíveis, isto é, vento para direita e vento para
esquerda. Nestas condições, determinar o diâmetro (bitola) da armadura necessária nos pilares
de modo a serem atendidas as duas possibilidades de carregamento.
Considerar:
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− concreto: C20; y
− aço: CA-50;
30 cm

− d’x = d’y= 4,5 cm; x


− lex = ley = 3,0 m; e
− estrutura de nós fixos.
Obs:
− o pórtico está contido no plano xz; 30 cm
− a seção transversal do pilar está contida no plano xy;
− os pilares têm seção transversal constante e armadura simétrica e constante ao longo
de seu eixo vertical (8 barras uniformemente distribuídas); e
− taxa máxima de armadura longitudinal do pilar igual a 4% (armadura com traspasse).

2006 9-60 ufpr/tc405


vento
C

1,5 m
B
D
z

3,0 m
x
A E
6,0 m

Fig. 01 – Esquema estrutural do pórtico sob ação do vento

128,7 kN 514,8 kN

15,4 kNm
15,4 kNm

57,9 kNm 15,4 kNm


Fig. 02 – Diagramas NSd e MSd para os pilares AB e DE.

Ex. 9.18: Um pilar curto (λ <λ1), de seção transversal 30 cm x 30 cm, suporta uma força
normal de cálculo (Nd) igual a 965 kN com dupla excentricidade, sendo a excentricidade na
direção y igual a 7,5 cm. Considerando que o pilar está armado com 4 barras de 20 mm,
determine qual a máxima excentricidade na direção y permitida à força Nd.
Considerar:
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− concreto: C25;
− aço: CA-50;
− αb = 1,0;
− cobrimento da armadura: 3 cm;
− diâmetro da armadura transversal: 5 mm; e
− armadura longitudinal: 4 φ 20 mm.

2006 9-61 ufpr/tc405


y

ex

Nd

ey

30 cm
x

30 cm

Ex. 9.19: Determinar o diâmetro da armadura para a seção transversal do pilar abaixo
representado.
Considerar:
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2
(γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4 e γs = 1,15);
− concreto: C20;
70 cm
− aço: CA-50;
(hy)
− cobrimento da armadura: 3 cm;
− diâmetro da armadura transversal: 6,3 mm;
− armadura longitudinal: 10 φ;
− altura do pilar (comprimento de flambagem): 3 m;
− carregamento axial (Nd): 3004 kN;
− excentricidade na direção x: 3 cm; e 30 cm
− excentricidade na direção y: 7 cm. (hx)

Ex. 9.20: O pilar abaixo esquematizado servirá, temporariamente, como suporte (engaste)
para um guindaste cujo peso corresponde à 2284 kN (Ngk). Verificar se este pilar tem condições
de suportar o içamento e transporte de uma carga de 100 kN (Nqk), distante 5,79 m (llança) do
centro de giração do guindaste (centro de gravidade do pilar). O içamento da carga, após a
fixação do guindaste no topo do pilar, se dará na seguinte seqüência:
a. inicialmente a carga será parcialmente levantada na posição A (ângulo de 45º com o
eixo horizontal); e
b. posteriormente o guindaste fará uma rotação de 135º até a carga atingir a posição C,
quando será totalmente içada.
A verificação das condições de segurança deverá ser feita apenas no topo do pilar (engaste
do guindaste), para as posições de carga e descarga em A, B e C, não sendo necessário verificar
situações intermediarias.
Considerar:
− estado limite último – combinação especial (construção) de carregamento (γg = 1,3;
γq = 1,2; γc = 1,2; γs = 1,15);
− concreto: C20;
− aço: CA-50;
− αb = 1,0;
− cobrimento da armadura: 3 cm;
− diâmetro da armadura transversal: 8 mm;
− armadura longitudinal: 10 φ 32 mm; e
− altura do pilar (comprimento de flambagem): 6 m.

2006 9-62 ufpr/tc405


90 cm

C
x
60 cm
Seção transversal
do pilar A

B
NSd = (γg Ngk) + (γq Nqk)
y
MSd = (γq Nqk) x llança

Plano de giro da lança do guindaste


Carga a 5,79 m do centro de giração

Carregamento do pilar

Ex. 9.21: Determinar os valores das excentricidades atuantes no topo (J), na base (K) e na
seção intermediária do pilar abaixo representado. Esse pilar tem seção transversal constante e
armadura simétrica e constante ao longo de seu eixo. Os valores de Md,tot, necessários para a
determinação das excentricidades na seção intermediária deverão ser calculados pelo Método do
Pilar Padrão para Pilares de Seção Retangular Submetidos à Flexão Composta Obliqua (Método
da Rigidez κ Aproximada), considerando concreto classe C20.

Mxd Myd ex ey
Nd = 1140 kN
kNm kNm cm cm
Topo
Intermediaria
Base

Obs:
− as solicitações (força normal e momentos fletores) correspondem a valores de cálculo;
e
− considerar efeitos de 2ª ordem, independentemente de λ1 (ignorar λ1 e ir diretamente
ao Método da Rigidez κ Aproximada).

2006 9-63 ufpr/tc405


40 cm V2
V1 V2

J
40 cm x

V1 Planta Pilar

9,25 m
y 40 cm
114 kNm
1140 kN

V1 V2
J

K
57 kNm Solicitações
(valores de cálculo)
Elevação

57 kNm
x
K
y

1140 kN 114 kNm

Ex. 9.22: Abaixo é representado um pilar de concreto armado com altura de um lance igual
a 3,8 m e seção transversal quadrada com 40 cm x 40 cm. Considerando os esforços solicitantes
de cálculo indicados abaixo e sabendo que a seção transversal do pilar terá dez barras, com a
distribuição indicada na figura, pede-se a área de aço (As) necessária e o diâmetro (φ) das barras.
Considerar:
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− concreto: C20 (γc = 1,4);
− aço: CA-50 (γs = 1,15);
− taxa de armadura: As = 8% Ac; e
− d’ = 4 cm.
Obs:
− as solicitações (força normal e momentos fletores) correspondem a valores de cálculo;
− o pilar tem seção transversal constante e armadura simétrica e constante ao longo de
seu eixo (z);
− os momentos fletores 50,10 kNm e 183,04 kNm atuam no plano xz (direção x), os
momentos fletores 62,40 kNm e 91,52 kNm atuam no plano yz (direção y);
− hx corresponde à dimensão do pilar na direção x, hy corresponde à dimensão do pilar
na direção y; e
− o preenchimento do quadro abaixo é obrigatório.

2006 9-64 ufpr/tc405


62,40 kNm
2746 kN

50,10 kNm
40 cm
(hy)

91,52 kNm
x
K 40 cm
(hx)
y 2746 kN 183,04 kNm
Seção Transversal

Solicitações
(valores de cálculo)

Mxd Myd ex ey
Nd = 2746 kN
kNm kNm cm cm
Topo
Intermediaria
Base

Ex. 9.23: Determinar a armadura necessária para o pilar de canto abaixo representado.
Considerar:
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− concreto: C20;
− aço: CA-50;
− d’y = 0,05 hy; d’x = 0,10 hx;
− lex = ley = 5,0 m;
− Nd = 686 kN; e
− Mxd,topo = Mxd,base = Myd,topo = Myd,base = 102,9 kNm.
Obs:
− as solicitações (força normal e momentos fletores) correspondem a valores de cálculo;
− o pilar tem seção transversal constante e armadura simétrica e constante ao longo de
seu eixo (eixo vertical);
− os momentos Mxd,topo e Mxd,base estão contidos no plano xz;
− os momentos Myd,topo e Myd,base estão contidos no plano yz;
− o pilar é bi-rotulado, sem viga intermediária de travamento; e
− taxa máxima de armadura longitudinal do pilar igual a 4% (armadura com traspasse).

2006 9-65 ufpr/tc405


z
Nd Myd,topo

Mxd,topo

40 cm
(hy)

Mxd,bas x
y Myd,bas 30 cm
Nd (hx)

Ex. 9.24: Para o pilar abaixo indicado determinar:


a. o máximo valor da força normal característica Nk que o mesmo é capaz de suportar; e
b. os momentos fletores característicos máximos correspondentes a Nk, nas direções x e
y.
Considerar:
− estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (γg = 1,4, γq = 1,4, γc = 1,4
e γs = 1,15);
− concreto: C20;
− aço: CA-50;
− diâmetro da armadura: 22 mm; e
− d’y = 0,15 hy; d’x = 0,15 hx.
Obs:
− admitir que a condição indicada na figura atende a todas as verificações exigidas por
norma com relação a esbeltez e, portanto, as excentricidades incluem valores de
2ª ordem, se for o caso; e
− admitir, para efeito de uniformização de uso de ábaco, que fcd seja igual a 14 MPa.
y

Nk
5 cm
25 cm

5 cm

25 cm

2006 9-66 ufpr/tc405

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