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Face às evidentes frustrações da inclusão de surdos sem Libras, quais as

sugestões poderiam melhorar estas situações de inclusão de sujeitos surdos em escolas


regulares?

Washington Lucius Militão dos Santos Rachid Araújo 140900006 – UFSJ

Este trabalho visa discutir as possibilidades de inclusão de sujeitos surdos em escolas

regulares, para isso é preciso entender os problemas enfrentados por eles nas escolas comuns.

É, também, importante saber o que causa tais problemas.

As escolas regulares do país não possuem um programa de inclusão, pois devem

seguir uma diretriz curricular estabelecida em lei. Ela, não inclui a Língua Brasileira de Sinais

(LIBRAS) como matéria obrigatória aos estudantes de Ensino Fundamental. Sem a inclusão

dessa língua e com a ideia de que todos devem ser tratados igualmente as escolas entendem

que os alunos, independente de suas peculiaridades, devem ser ensinados da mesma forma.

Essa visão é equivocada, como já dito por Aristóteles “a pior forma de desigualdade é tentar

transformar duas coisas diferentes iguais”, ou seja, para que cada estudante seja tratado da

forma mais igualitária possível é essencial que seja analisada a necessidade de cada aluno.

Um exemplo muito simples é que você não pediria para um aluno deficiente, e

limitado a uma cadeira de rodas, que participasse de um jogo de futebol com toda a turma,

também não faria sentido exigir que um cego faça um desenho de observação na aula de artes.

Por que, então, insistir em obrigar que a população surda se comunique oralmente ou exigir

aparelhos, desconfortáveis para muitos, para que escutem o que você quer dizer?

A solução mais óbvia seria colocar LIBRAS como disciplina obrigatória nas escolas,

mas parece que as autoridades legislativas não se preocupam tanto com essa inclusão. Como

poderiam? Em seus discursos falam que farão o possível para que haja inclusão social de toda

a comunidade, mas não se relacionam conhecem a língua de sinais, nem se quer se relacionam

com a comunidade surda. É preciso então que a comunidade surda se imponha, que alguém,

por exemplo algum bilíngue, se comprometa com a política.


Até que se consiga um avanço político maior pode-se começar campanhas

direcionadas as escolas, para que elas tomem a frente da inclusão. As leis do país já exigem

que todo curso de licenciatura tenha LIBRAS em sua disciplina, ou seja, os professores que

estão sendo formados serão capazes de, por conta própria, incluir o indivíduo surdo

ministrando aulas bilíngues que incentivarão o interesse das crianças ouvintes a essa língua e

todos os alunos seriam educados em sua língua mãe.

Como dito por Faria: “No caso do surdo, que para ser ‘ igual ’ é preciso, antes, ser

diferente” (Faria, 2001, p.111) então as políticas públicas de inclusão, bem como as

propagandas em meios de comunicação devem se dirigir, também as famílias e pais do

indivíduo surdo. É natural que as famílias queiram que o seu filho escute para que a

comunicação usual da criança seja da Língua Portuguesa, já dizia Thomas Hobbes “o ser

humano é, por natureza, [...] egoísta”. Por mais que não pensem que fazem um mal a seu

filho, o homem quer que o menino seja como ele. É essencial, portanto, que as famílias

tomem conhecimento que sua atitude está, na verdade, prejudicando o desenvolvimento da

criança. A família pode até querer que seu filho seja ouvinte e apresente para ele o aparelho

que possibilitaria tal façanha, mas isso não pode vir em detrimento da LIBRAS, pois, caso

seja realmente desconfortável para o indivíduo, ele não terá uma válvula de escape para se

relacionar com a sua própria comunidade, a de surdos.

A inclusão dos indivíduos surdos deve, portanto ocorrer com auxílio da LIBRAS e

isso deve ser compreendido tanto pelas instituições educacionais quanto pelas famílias. Se a

política brasileira ainda não é capaz de atuar na comunidade para inclusão desses indivíduos,

a sociedade é capaz de fazê-lo. Com atuação da população os políticos se adaptarão.

Referências bibliográficas

Filme, SOU SURDA E NÃO SABIA.

VELOSO SIQUEIRA, ANA CAROLINA. A Alfabetização do individuo Surdo: primeiro em


LIBRAS ou em Português? - Rio de Janeiro

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