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Expectativas sobre a
formação…
Módulo 1:
Luto
Mourning Processo de
luto
Bereavement
Dor
emocional
Grief
Módulo 1: Reflexões em torno das perdas e do luto
1. Terminologia relacionada com as perdas e o luto
Atividade 1:
Pensar e refletir nas nossas próprias perdas, tornar-nos-á mais eficientes enquanto
profissionais de ajuda (Worden, 2001)
1. A primeira morte que me lembro foi a 5. Das pessoas mais importantes da minha
perda de: vida que estão vivas, a morte mais difícil
- Tinha a idade: de imaginar será a de:
- Os sentimentos que me lembro nessa
altura:
- Será mais difícil porque:
Doença
Compreender o significado
Provocadas pela
morte
Incapacidades
(Neimeyer, 2012)
da perda
Dissolução de
Divórcio, amizades
relações
Perder a
casa/catástrofes
Destruição ou ruína
Carreira profissional
Módulo 1: Reflexões em torno das perdas e do luto
2. Tipos de perdas e fatores de risco no processo de luto
Humor depressivo
Independentemente da intensidade
Ansiedade
Falta de interesse Maior parte dos indivíduos lidam com sucesso com a perda,
conseguindo retomar os padrões normais de funcionamento
Incapacidade em durante o processo de luto
estabelecer novas
relações
Luto Normal
Módulo 1: Reflexões em torno das perdas e do luto
CICLO DO LUTO
Folheto Informativo
Apesar da dor, da saudade e dos transtornos que acompanham o processo de luto não
tenham nada de «anormal», existem alguns sintomas que justificam que nós procuremos um
profissional ou a alguma pessoa do nosso meio que nos possa ajudar: médicos, guia espiritual,
responsáveis por grupos de apoio, ou profissionais de saúde mental. Embora cada pessoa deva
tomar esta decisão livremente, deve pensar seriamente em falar com alguém sobre o seu
processo de luto se apresentar algum destes sintomas:
- Intensos sentimentos de culpa, provocados por coisas diferentes das que fez ou
deixou de fazer no momento da morte do seu ente querido.
- Pensamentos de suicídio que vão mais além do desejo passivo de «estar morto» ou
de poder reunir-se com o seu ente querido.
- Desespero extremo; a sensação de que por muito que tente nunca vai poder
recuperar uma vida que valha a pena viver.
- Sintomas físicos, como a sensação de ter uma faca cravada no peito ou uma perda
substancial de peso, que possam representar uma ameaça para o seu bem-estar físico.
- Ira incontrolável, que faz com que os seus amigos e familiares se distanciem de si o
que o leva a «planear uma vingança» da sua perda.
Pese embora qualquer um destes sintomas possa ser uma característica passageira de
um processo normal de luto, a sua presença continuada deve ser causa de preocupação e
merece a atenção de uma pessoa diferente das figuras de apoio informal que estão presentes
na vida de cada um.
Módulo 1: Reflexões em torno das perdas e do luto
2. Tipos de perdas e fatores de risco no processo de luto
Fatores de risco que podem complicar o processo de luto (Prigerson, et al., 2009)
História de
Grau de
ansiedade de Pais Abuso ou morte
parentesco com
separação na controladores parental
o falecido
infância
Padrões de Falta de
Dependência
vinculação preparação para Tipo de morte*
conjugal
inseguros a morte
Fatores de risco que podem complicar o processo de luto (Neimeyer et al., 2009)
Tipo de morte*
Mortes repentinas
Súbitas ou
Suicídio Morte parental
traumáticas
Súbitas ou traumáticas
Guerras, terrorismo, acidentes,
Suicídio* Morte Parental
homicídios, etc.
Principal figura de
Estratégias de vinculação +
Envolvimento com
coping inibidas:
a morte Luto do cônjuge
culpa e angústia
sobrevivente
Perturbação
Procedimentos Secretismo e
mental prévia do
legais estigma = Raiva
falecido
Módulo 1: Reflexões em torno das perdas e do luto
2. Tipos de perdas e fatores de risco no processo de luto
2.1.1. Condições especiais que rodeiam a morte nas crianças e adolescentes
2. 1.1.1.- Considerações sobre o suicídio na adolescência
Sentimentos de culpa,
Cicatrizes emocionais Estigma e secretismo confusão, vergonha,
ressentimento
Desenvolvimento de
Vinculação emocional
novos Intervenção em crise
segura
relacionamentos
Módulo 1: Reflexões em torno das perdas e do luto
3. Fatores moderadores do impacto do luto na saúde mental
Fatores moderadores protetores (Melvin & Lukeman, 2000)
Criança
Parentais
• Figura de substituição que possa assegurar o papel do prestador de cuidado (caso da morte da
principal figura de vinculação)
• Progenitor sobrevivente assumir esse papel, facilita se a relação entre ambos for boa ,e se
este não se encontrar assoberbado pela sua perda
Família
• Flexibilidade nos papeis parentais e comunicação familiar aberta
• Não existência de outras transições ou mudanças no estilo de vida familiar
Módulo 1: Reflexões em torno das perdas e do luto
3. Fatores moderadores do impacto do luto na saúde mental
Fatores moderadores protetores (Melvin & Lukeman, 2000)
Amigos
Escola
Comunidade
«Luto Complicado»
«Luto Normal»
luto prolongado
luto traumático
Impacto do luto traumático nas crianças (Cohen, Mannarino, & Deblinger , 2006)
1. Culpa por coisas ou ações feitas (ou não) pelo sobrevivente na altura da
morte;
2. Pensamentos de morte para além do sentimento do sobrevivente de que
deveria ter sido ele a morrer, ou que deveria ter morrido com ele;
3. Preocupação mórbida com depreciação;
4. Retardação psicomotora marcada;
5. Comprometimento funcional marcado ou prolongado
6. Experiências alucinatórias para além da sensação de ouvir ou ver imagem
do falecido.
Módulo 1: Reflexões em torno das perdas e do luto
3. Principais conceptualizações teóricas
Mitos acerca do processo de luto nas crianças
MITO REALIDADE
1. Crianças não 1. Crianças pequenas podem não verbalizar os seus
experienciam o luto sentimentos acerca da morte. Frequentemente
expressam através do comportamento e jogo.
2. Crianças 2. Perdas diárias: amigos na escola, animais de
experienciam poucas estimação, e membros de familia pela morte.
perdas
MITO REALIDADE
5. Existem algumas 5. Não existem duas crianças iguais.
fases/etapas previsíveis
durante o processo de luto
da criança
• O enlutado vai oscilando entre duas formas de funcionamento: Processo orientado para a
perda vs processo orientado para reconstrução
Modelos cognitivo-comportamentais
• Técnicas narrativas para promover o recontar a perda para que esta seja
integrada na sua história de vida
Módulo 1: Reflexões em torno das perdas e do luto
3. Principais conceptualizações teóricas:
Modelos de Reconstrução de Significado para o luto (Neimeyer, 2012)
«O mundo é
«Somos merecedores de «Temos algum controlo
genericamente
desfechos positivos» sobre as nossas vidas»
benevolente e justo»
Pode desafiar a validade das crenças centrais e debilitar a coerência das auto
narrativas
CICLO DO LUTO
Módulo 1: Reflexões em torno das perdas e do luto
3. Principais conceptualizações teóricas:
Modelos de Reconstrução de Significado para o luto (Neimeyer, 2012)
CICLO DO LUTO
Módulo 1: Reflexões em torno das perdas e do luto
3. Principais conceptualizações teóricas:
Modelos de Reconstrução de Significado para o luto (Neimeyer, 2012)
Atividade de luto
Processo ativo, repleto de decisões e escolhas entre caminhos e possibilidades:
«voltar a aprender como é o mundo»
Relações
interpessoais
Mudanças
Módulo 1: Reflexões em torno das perdas e do luto
3. Principais conceptualizações teóricas
Incorporar aspectos
Relação baseada na Comprometer-se em
importantes na
memória novos relacionamentos
identidade da criança
CICLO DO LUTO
Restabelecer uma
trajectória
desenvolvimental
saudável
Módulo 1: Reflexões em torno das perdas e do luto
3. Principais conceptualizações teóricas
CICLO DO LUTO
8 Insensibilidade Cessação do sentir
(aliar o pensamento às sensações)
Dizer-lhe «liga-me se precisares de alguma coisa». Este Oferecer ajuda concreta e tomar a iniciativa de ligar
tipo de ajuda indefinida tende a ser recusada e a à pessoa enlutada. Embora respeitemos a intimidade
pessoa enlutada capta a ideia que o nosso desejo da pessoa, este valorizará a nossa ajuda nas tarefas
implícito é que não nos contactem. cotidianas.
Sugerir que o tempo cura todas as feridas. As feridas Esperar por «momentos difíceis» no futuro, com
da perda nunca se curam por completo e o processo de tentativas ativas de lidar com sentimentos e decisões
luto é mais activo do que denuncia esta frase. difíceis nos meses a seguir à perda
Módulo 1: Reflexões em torno das perdas e do luto
3. Principais conceptualizações teóricas:
Modelos de Reconstrução de Significado para o luto (Neimeyer, 2012)
Dizer: «Sei como te sentes». Cada pessoa Falar das nossas próprias perdas e de como nos
experimenta a sua dor de uma forma única, o adaptamos a elas. Apesar do seu estilo de coping
melhor que podemos fazer é convidar o enlutado a poder ser diferente, este tipo de revelações pode
compartilhar os seus sentimentos connosco. servir de ajuda.
Utilizar frases feitas de consolo, como: «Há mais Estabelecer contato físico adequado, pondo o
peixe no mar» ou «Deus é que sabe». Isto apenas braço sobre o seu ombro ou dando um abraço
convencerá a pessoa que não nos preocupamos quando faltam as palavras. Aprenda a sentir-se
suficientemente para a entender. confortável com o silêncio partilhado, em vez de
tentar animar a pessoa.
Atividade 3:
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As marcas que mais gostaria de renunciar ou que mais gostaria de alterar, são: _____________
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Módulo 2:
Fatores
Família nuclear
Reações de luto
Família alargada
Reações de luto
Escola
Reconhecimento do luto
Pares
Resposta ao luto
Participação
Crenças acerca da morte
Módulo 2: Avaliação das necessidades de intervenção no processo de luto
1. Avaliação das necessidades de encaminhamento/intervenção em contexto escolar
Não ao nível da
Diferenças entre o «luto normal» e «reações de luto
sintomatologia mas sim ao
distorcido» nível da intensidade
Negação contínua da
Distress corporal prolongada Pânico persistente
realidade da morte
Apatia e ansiedade
Culpa excessiva Idealização infinita
persistente
Módulo 2: Avaliação das necessidades de intervenção no processo de luto
1. Avaliação das necessidades de encaminhamento/intervenção em contexto escolar
Risco de suicídio* ou
envolvimento com a morte
Plano de
Programas de Resposta de
intervenção a
Pósvenção crise imediata
longo prazo
Módulo 2: Avaliação das necessidades de intervenção no processo de luto
2. Programas de prevenção de comportamentos suicidários na comunidade educativa
Desenvolvendo programas de pósvenção (Mauk & Weber, 1991)
Se não sabemos o
que dizer, Não usar
Não mentir
eufemismos
expressá-lo
Escuta ativa
Empatizar
Resumir/Sumariar
Ajudar a pensar
Não interromper
Material psicoeducativo
Simpósios luto/trauma Indivíduos que estejam a
Rituais anuais ter uma reação
Programas que se focam problemática em relação
Visitas a casa na prevenção de futuros à perda
problemas de saúde (Depressão, ou Luto
mental complicado)
Minimizar a estigmatização
e monitorizar os recursos
Estratégias
• Reassegurar: Estamos aqui para ti. Não estás sozinho(a).
• Encorajar um sentimento de comunidade: propor atividades em pequeno
Sentimento de grupo, que fomentem a sua expressão de sentimentos.
isolamento • Memoriais na sala de aula: providenciam aos colegas oportunidades de
mostrar a sua compaixão (espaço onde possam deixar cartões, flores, poemas, desenhos,
etc.) .
• Encorajar conversas que fortaleçam a conexão com o falecido. Reassegurar
que o falecido permanecerá na nossa memória.
• Falar com o progenitor sobrevivente sobre as crenças espirituais da familia
Expressar a e promover na sua abordagem ao luto a evocação e memória do falecido.
perda da • Partilhar a analogia «Vidro do mar»
esperança • Partilhar citações e pinturas/quadros positivos.
• Plantar arvores de flores.
• Reassegurar que os sentimentos de culpa são frequentes. Porém, assegurar
Culpabilização e reiterar: A criança não tem culpa.
do self ou dos • Culpa prende a criança ao papel improdutivo de vítima.
outros • Pratique o reenquadramento das afirmações negativas em conversações
positivas.
(Heath & Cole, 2011)
Módulo 2: Avaliação das necessidades de intervenção no processo de luto
4. Da intervenção psicológica à prática psicoterapêutica em contextos de luto
Como fortalecer o apoio emocional na sala de aula a uma criança que perdeu um familiar
Biblioterapia
Módulo 2: Avaliação das necessidades de intervenção no processo de luto
4. Da intervenção psicológica à prática psicoterapêutica em contextos de luto
Como fortalecer o apoio emocional na sala de aula a uma criança que perdeu um familiar
Rituais de despedida:
Memoriais em sala de aula
Escolher um espaço na
Dar oportunidade aos colegas para expressarem sala de aula
o seu pesar/compaixão
(um canto, uma parede)
Cartões Desenhos/
Flores/peluches
personalizados poesia
Módulo 2: Avaliação das necessidades de intervenção no processo de luto
4. Da intervenção psicológica à prática psicoterapêutica em contextos de luto
Como fortalecer o apoio emocional na sala de aula a uma criança que perdeu um familiar
Estratégias de
Estratégias alinhadas com o psicólogo escolar,
pais e psicólogos clínicos relaxamento e
visualização imagética
Alguém sabe o que é o vidro do mar? Se caminharem pela praia ao pé do mar irão encontrar vidro do
mar. A água do oceano e a areia trabalham em conjunto, gradualmente vão suavizando as pontas
fortes e cortantes do vidro partido. Ao longo do tempo, o vidro vai se tornando suave e arredondado.
O vidro continua lá, mas as suas extremidades já não cortam. Algumas vezes más coisas acontecem.
Que fazem com que os nossos corações fiquem tristes. E magoados. Podemos até ficar zangados. Estes
são sentimentos muito fortes. Por vezes até te questionas se alguma vez eles irão desaparecer. Os
vidros partidos são como os teus sentimentos. Logo após o vidro partir, as suas pontas afiadas podem
cortar-te e magoar-te. Os teus sentimentos magoam. Eles são fortes e cortantes. Ao longo do tempo,
com a ajuda e suporte dos outros, os limites dos teus sentimentos tornam-se mais suaves e
arredondados. Apesar das memórias permanecerem no teu coração, elas tornar-se-ão mais macias.
No futuro, serás capaz de pensar no que aconteceu e não magoará tanto como agora.
Módulo 2: Avaliação das necessidades de intervenção no processo de luto
4. Da intervenção psicológica à prática psicoterapêutica em contextos de luto
Como fortalecer o apoio emocional na sala de aula a uma criança que perdeu um familiar
Histórias partilhadas
Adaptar às
Ajudar a identificar os livros que podem ajudar
ao processo de luto necessidades da
população-alvo
Desafios habitualmente
Coping adaptativo presentes no processo
de luto
Módulo 2: Avaliação das necessidades de intervenção no processo de luto
4. Da intervenção psicológica à prática psicoterapêutica em contextos de luto
Como fortalecer o apoio emocional na sala de aula a uma criança que perdeu um familiar
Estudantes devem:
Depressão
Luto
Complicado
É ou não
perturbação
mental?
Módulo 3: Avaliação e intervenção psicológica no processo de luto
1. Avaliação psicológica
1. 1. Critérios de avaliação das perturbações de luto
Proposta para diagnóstico do DSM-V (Prigerson et al., 2009)
Critérios propostos
C. Desde a morte, pelo menos 6 dos seguintes sintomas são experienciados na maior parte dos
dias e num grau clinicamente significativo, e persistem, no caso de adultos em luto, por pelo
menos 12m após a morte e, no caso de crianças em luto, por pelo menos 6 m.
Mal-estar relativo à morte
1. Dificuldade marcada em aceitar a morte. Em crianças isto está dependente da capacidade em
compreender a permanência da morte.
2. Experienciar incredulidade ou entorpecimento emocional relativamente à perda.
3. Dificuldade em relembrar positivamente o falecido.
4. Amargura ou raiva relacionada com a perda.
5. Avaliações desadaptativas sobre o próprio em relação ao falecido ou à morte (sentimentos de culpa).
CICLO DO LUTO
6. Evitamento excessivo de lembranças da perda.
Módulo 3: Avaliação e intervenção psicológica no processo de luto
1. Avaliação psicológica
1. 1. Critérios de avaliação das perturbações de luto DSM-V ( APA, 2014)
Especificar se:
Com Luto Traumático. Luto devido a homicídio ou suicídio com preocupação geradoras de
mal-estar persistentes relativas à natureza traumática da morte (muitas vezes em resposta a
lembranças da perda), incluindo os últimos momentos do falecido, grau de sofrimento e lesões
de mutilação, ou à natureza maliciosa ou intencional da morte.
Caraterísticas associadas que suportam o diagnóstico:
CICLO DO LUTO
Alucinações (auditivas e visuais) do falecido, nas quais temporariamente percepciona a
presença do falecido.
Também podem experienciar sintomas/queixas somáticas.
Módulo 3: Avaliação e intervenção psicológica no processo de luto
1. Avaliação psicológica
1. 1. Critérios de avaliação das perturbações de luto
Diagnóstico diferencial: Porque não é Perturbação Depressiva Major?
• «Até que ponto esta experiência tem afectado as suas relações com as
outras pessoas? Que preocupações os outros têm relativamente a si?
1. Perguntas de entrada
• Quem era você na altura da perda, em termos de sentimentos, de crenças?
• O que recorda da forma como reagiu à perda?
• Como é que os outros reagiram à sua reação? O que tem sido mais doloroso desde
então?
2. Perguntas (exercícios) experienciais
• Feche os olhos e visualize a cena relacionada com a sua perda. (Deixe-se estar por uns
momentos até encontrar uma imagem). Quem ou o quê está no seu foco de atenção?
Quem está na periferia? O que está a acontecer? Se está na cena, onde está localizada?
• Quais os sentimentos presentes no seu corpo enquanto revisita esta perda? Que forma
eles assumem? Têm movimento? Se sim, em que direcção? Se não, há alguma coisa a
bloquear este movimento?
• Qual a parte da experiencia mais emocionalmente significativa para si?
Módulo 3: Avaliação e intervenção psicológica no processo de luto
1. 2) Entrevista clínica
Meaning Reconstruction Interview (Neimeyer, 2006)
3. Perguntas de exploração
• Que sentido deu à perda naquele momento?
• E hoje, que sentido lhe dá?
• Que crenças ou ideias espirituais (existenciais ou filosóficas) contribuíram para o seu
ajustamento a esta perda?
• Estas crenças alteraram-se após esta experiência?
4. Perguntas de elaboração
• Até que ponto esta experiência alterou o seu sentido de prioridades?
• Que ensinamentos de vida, de amor, guarda dessa relação, dessa pessoa, de
viver esta experiência de perda?
• Que passos imagina que poderia dar, neste momento, para lidar com esta
perda de forma menos dolorosa para si?
Módulo 3: Avaliação e intervenção psicológica no processo de luto
1. 2) Entrevista clínica aplicada a contextos de Infertilidade
(Lee, Neimeyer, & Chan, 2012)
1. Quando olha para trás para os últimos anos, como passou ao lidar com
infertilidade? Como descreveria este período de tempo? Qual o significado que
atribui?
2. Passando por este acontecimento de vida, quais são as mudanças que encontra
como resultado, mudanças individuais e enquanto casal?
3. Existem outros assuntos significativos que pense que mereçam atenção e que
ainda não foram falados?
Modulo 3: Avaliação e intervenção psicológica no processo de luto
Atividade 1:
A morte como acontecimento pode validar ou invalidar as construções que orientam as nossas
vidas ou podem constituir uma nova experiência à qual não possamos aplicar nenhuma das
nossas construções
• Exemplo:
• Aceitar a morte de um soldado em missão se acreditarmos na via militar
• Dificuldade em aceitar a morte inesperada (suicídio) de alguém de quem gostamos muito
O processo de luto é algo que nós próprios fazemos e não algo que nos fizeram
Cada sentimento cumpre uma função e deve entender-se como um indicador dos
resultados dos esforços que fazemos para elaborar o nosso mundo de significados
através do questionamento das nossas crenças
d) Atenção à
e) Visualização
linguagem e
evocativa
metáforas
Módulo 3: Intervenção psicológica no processo de luto
2) Estratégias de intervenção psicoterapêuticas baseadas no modelo construtivista
Corresponda o estilo
Persiga as nuances de processamento Atenda aos “termos
do discurso do com o nível de de qualidade”
cliente aprofundamento vividos do cliente
emocional
Estabeleça um foco
progressivo que vai
evoluindo
Módulo 3: Intervenção psicológica no processo de luto
2) Estratégias de intervenção psicoterapêuticas baseadas no modelo construtivista
Atividade 4
Re-experienciar a perda
Neimeyer, 2012
Módulo 3: Intervenção psicológica no processo de luto
2) Estratégias de intervenção psicoterapêuticas baseadas no modelo construtivista
c) Escrita terapêutica
«Medicina narrativa»
Continuing bonding
Neimeyer, 2012
Módulo 3: Intervenção psicológica no processo de luto
2) Estratégias de intervenção psicoterapêuticas baseadas no modelo construtivista
Objectivo: Indicação:
Abrir o diálogo e partilha de assuntos Culpa ou ressentimento indizível
que ficaram por dizer
Orientações:
Escreva uma carta a alguém que ama e perdeu
Variações:
Escreva para dizer “Olá novamente” em vez do
“adeus” Iniciar uma troca de correspondência
Fale de forma profunda/sentida diálogo de duas cadeiras
Considere o que essa pessoa lhe proporcionou
Dê atenção ao que ficou por dizer
(Neimeyer, 2012)
Módulo 3: Intervenção psicológica no processo de luto
2) Estratégias de intervenção psicoterapêuticas baseadas no modelo construtivista
«Diários»
Objectivo: Indicação:
Narrar o acontecimento traumático para Perdas traumáticas, divórcio, abandono ou
aliviar o sofrimento maus-tratos, humilhação, perda de emprego,
abuso sexual, etc.
Precauções:
Assegurar a privacidade do diário
Recordar que a audiência privilegiada é o Variações:
próprio Registo e interpretação de sonhos
Sugerir depois de estabelecida uma boa significativos
aliança terapêutica Desenhos e imagens
Planear uma actividade relaxante após a
escrita
Neimeyer, 2012
Módulo 3: Intervenção psicológica no processo de luto
2) Estratégias de intervenção psicoterapêuticas baseadas no modelo construtivista
sessões transformadoras
Facilitar os
Neimeyer, 2012
Módulo 3: Intervenção psicológica no processo de luto
2) Estratégias de intervenção psicoterapêuticas baseadas no modelo construtivista
Atividade 5
Ayyash-Abdo, H. (2001). Childood bereavement. What school psychologists need to know. School
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Grief Disorder: Psychometric validation of criteria proposed for DSM-V and ICD-11. PLos
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Módulo 3
Contactos úteis
Daniela Nogueira
danielaanogueira@gmail.com
Livros recomendados:
Módulo 3
Contatos úteis