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VERDADEIRAMENTE TRANSFORMADOS
Gálatas 5.13-26
DATA: 17/06/18
INTRODUÇÃO
O capítulo anterior, vimos como o apóstolo Paulo exorta
os crentes da Galácia a não se renderem ao ensino dos falsos
mestres judaizantes. Caso eles se deixassem circuncidar por
aqueles agitadores, estariam se submetendo à escravidão da
Lei e abandonando a doutrina da justificação pela graça,
mediante a fé em Cristo. Depois de denunciar as más
intenções daqueles mercenários, Paulo exorta seus irmãos a
que sejam servos uns dos outros pelo amor, o que somente
seria possível se eles andassem pelo Espírito Santo, não pela
doutrina judaizante.
Vamos ler Gálatas 5.13-26
Nessa passagem, Paulo aborda os conflitos internos que
ocorriam na igreja dos gálatas. Ao que parece, havia brigas e
disputas entre eles, a ponto de o apóstolo mencionar com
ironia “se mordeis e devorais uns aos outros, cuidado para
não vos destruirdes mutuamente” (5.15). Essas brigas
aparentemente eram resultado da influência nefasta dos
agitadores judaizantes e do legalismo ensinado por eles
(5.26). Paulo aponta para o amor como a solução; amor que
cumpre a Lei (5.13-15) e que é fruto do Espírito (5.16-26).
Não podemos nunca nos esquecer de que fomos
chamados para sermos livres em e para Cristo. Mas, essa
liberdade tem limites os quais devemos respeitar até mesmo
porque esses limites nos proporcionam não só um viver feliz,
mas, também e permanência nessa liberdade.
Conta-se uma “historinha” que uma locomotiva cortava
as montanhas e vales puxando vários vagões. Certo dia essa
locomotiva olhava os animais soltos pelas montanhas e vales
e suspirou “Ah! Como eu gostaria de ficar livre desses trilhos”.
Até que um dia ela decidiu sair dos trilhos para ser livre como
aqueles animais eram. Mas, mal saiu dos trilhos e ela
descarrilou provocando um terrível acidente.
Essa historinha serve para nos mostrar os limites que Deus
coloca em nossa vida são sem dúvida alguma a maneira que
Ele nos mantém libertos de tudo aquilo que possa nos
atrapalhar de termos uma vida plena em Cristo.
Legalismo e libertinagem
Paulo começa ressaltando o contraste entre os crentes
das igrejas da Galácia e os falsos profetas judaizantes, que
estavam pervertendo a fé de muitos gálatas. O apóstolo
havia chegado a ponto de desejar que os agitadores se
mutilassem totalmente ao praticar a circuncisão (5.12).
Em contrapartida, os gálatas eram queridos irmãos, que
haviam sido chamados à liberdade em Cristo (5.13).
No entanto, havia o risco de os gálatas errarem no outro
extremo, o da libertinagem. Não que isso já estivesse
ocorrendo; Paulo fala aqui de maneira preventiva.
Libertinagem seria uma perversão da liberdade que temos
em Jesus Cristo. Ele nos libertou da Lei somente no sentido de
que ela não pode mais nos condenar. Essa liberdade da
condenação da Lei, mediante a justificação pela fé
somente, não implica que somos livres em Cristo para ignorá-
la ou deixar de fazer o que ela manda. Por isso, após haver
exortado os crentes a não cair no legalismo (que é tentar
merecer a salvação por meio das obras da lei), Paulo os
adverte contra cair em outro erro igualmente grave, a
libertinagem (pensar que a liberdade cristã é uma licença
para vivermos em pecado).
“Carne” é a nossa natureza pecaminosa, herdada de
Adão e Eva. Paulo descreve as suas obras mais adiante (5.19-
21). Os judaizantes erravam em ensinar a justificação pelas
obras da lei. Por sua vez, os gálatas também corriam o risco
de errar ao concluir que, se a justificação é pela fé, logo, não
é pelas obras da lei, e assim poderiam usar a liberdade em
Cristo como pretexto para “dar ocasião à carne”, alegando
que isso não traria qualquer prejuízo à salvação deles. Paulo
deseja impedir essa conclusão errada do que ele vinha
ensinando o tempo todo na carta, a saber, que Cristo nos
libertou da Lei.
É verdade que Deus havia chamado os gálatas para a
liberdade (5.13). No entanto, essa libertação da Lei não era
licença para uma vida na carne, no pecado. Ao contrário,
eles eram livres da Lei, mas escravos (“servos”) uns dos outros
(5.13c). Deus nos liberta em Cristo da escravidão das regras,
normas, estatutos e mandamentos da Lei, porém o faz para
que nos tornemos escravos uns dos outros. Somos livres para
servir, e servir em amor. Isso leva Paulo ao próximo nível de
argumentação: aquilo que os judaizantes queriam por força
da Lei os cristãos fazem por amor, não como obrigação
meritória.
Neste texto destacamos três limites para a nossa
liberdade sem os quais nossa vida cairia numa libertinagem
terrível.
O primeiro limite é:
IMPLICAÇÕES E APLICAÇÕES
Se você quer ser livre seja servo. Quem tem amor próprio,
tem o pior senhor que alguém pode ter: o próprio eu.
Se você quer continuar livre, mantenha-se submisso ao
Espírito Santo. Não permita que sua vontade prevaleça sobre
a vontade de Deus. A vontade Dele sempre é “boa,
agradável e perfeita” (Rm 12.2).
Se você já nasceu de novo, não perca sua liberdade
escravizando-se na sua vontade. Cristo o fez nascer de novo
para viver para Ele.
Conclusão
Cristo é suficiente para libertar-nos e os limites que Ele
impõe à nossa liberdade é a vida abundante que Ele veio nos
dar.