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UNIVERSIDADE​ ​FEDERAL​ ​DE​ ​JUIZ​ ​DE​ ​FORA

​ ​FACULDADE​ ​DE​ ​EDUCAÇÃO​ ​FÍSICA​ ​E​ ​DESPORTOS​ ​-


FAEFID

Vinicius​ ​Meireles​ ​Quinet​ ​de​ ​Andrade

ANÁLISE​ ​COMPARATIVA​ ​DAS​ ​VARIÁVEIS​ ​HEMODINÂMICAS​ ​E​ ​BIOQUÍMICAS​ ​NOS


PROTOCOLOS​ ​DE​ ​HIIT​ ​COM​ ​E​ ​SEM​ ​RESTRIÇÃO​ ​DO​ ​FLUXO​ ​SANGUÍNEO

Juiz​ ​de​ ​Fora/MG


​ ​2017
Vinícius​ ​Meireles​ ​Quinet​ ​de​ ​Andrade

ANÁLISE​ ​COMPARATIVA​ ​DAS​ ​VARIÁVEIS​ ​HEMODINÂMICAS​ ​E​ ​BIOQUÍMICAS​ ​NOS


PROTOCOLOS​ ​DE​ ​HIIT​ ​COM​ ​E​ ​SEM​ ​RESTRIÇÃO​ ​DO​ ​FLUXO​ ​SANGUÍNEO

Trabalho de conclusão do curso de Bacharelado


em Educação Física pela Faculdade de
Educação Física e Desportos da Universidade
Federal​ ​de​ ​Juiz​ ​de​ ​Fora.

Orientador:​ ​Prof.​ ​Dr.​ ​Jeferson​ ​Macedo​ ​Vianna

Juiz​ ​de​ ​Fora/MG


​ ​2017

1
RESUMO

O método de restrição do fluxo sanguíneo (RFS), embora não muito difundido entre os
praticantes regulares de atividade física, pode ser uma proposta alternativa às
tradicionais intensidades altas, comuns no treinamento intermitente de alta intensidade
(HIIT), permitindo uma estruturação diferente, em que, por meio da compressão de
membros com utilização de um manguito na região proximal dos mesmos, restringe-se
ou interrompe-se a circulação sanguínea local. São proporcionadas respostas
metabólicas e fisiológicas no organismo, como hipertrofia muscular e aumento do
consumo máximo de oxigênio subsequente às atividades de baixa intensidade, como
por exemplo na caminhada ou ciclismo. ​Pretende-se, com o presente estudo, analisar o
efeito agudo do exercício aeróbio com e sem RFS sobre lactato sanguíneo e pressão
arterial em adultos saudáveis. Participaram do estudo 6 indivíduos adultos (idade: 21,5
± 1,7 anos; IMC: 23,3 ± 1,11 kg/m²; pressão de oclusão: 180±21,7 mmHg), fisicamente
ativos, do sexo masculino, saudáveis, selecionados de forma não-probabilística, com
no mínimo seis meses de experiência em exercícios aeróbios de qualquer gênero . Os
participantes da pesquisa realizaram de forma randomizada os dois protocolos: HIIT
com e sem RFS em cicloergômetro. Quanto aos resultados, foi identificada diferença
significativa somente no lactato sanguíneo em ambos os protocolos nos períodos pré e
pós exercício. No protocolo HIIT sem RFS (p=0,004); HIIT com RFS (p=0,009). A
utilização do método de RFS combinado com o exercício aeróbio (HIIT) parece
promover alterações a níveis metabólicos e autonômicos nos períodos pré e pós
exercício. A aplicação dessas metodologias de treinamento por profissionais de
Educação Física possibilita otimizar o tempo e o desempenho de pessoas que buscam
maior​ ​qualidade​ ​de​ ​vida.

Palavras-chave: ​Treinamento de ​Alta Intensidade. Restrição de fluxo sanguíneo.


Treinamento​ ​Aeróbio.

2
SUMÁRIO

1.​ ​INTRODUÇÃO​ ​...............................................................................................​ ​04


2.​ ​METODOLOGIA.............................................................................................​ ​06
2.1​ ​Amostra​ ​.................................................................................................​ ​06
2.2​ ​Instrumentos​ ​.........................................................................................​ ​06
2.3​ ​Procedimentos​ ​......................................................................................​ ​11
2.4​ ​Análise​ ​estatística​ ​.................................................................................​ ​15
3.​ ​APRESENTAÇÃO​ ​DOS​ ​RESULTADOS…………………………………………15
4.​ ​DISCUSSÃO​ ​DOS​ ​RESULTADOS………………………………………...….....​ ​17
5.​ ​CONSIDERAÇÕES​ ​FINAIS............................................................................​ ​19
​ ​ ​ ​ ​ ​REFERÊNCIAS..............................................................................................​ ​20
​ ​ ​ ​ ​ ​ANEXOS​ ​........................................................................................................​ ​22

3
1.​ ​INTRODUÇÃO

Embora já amplamente estabelecida na literatura a importância da prática


regular da atividade física para manutenção de um estilo de vida saudável, a
inatividade física ainda representa um grave problema de saúde pública. Praticantes de
atividades físicas frequentemente apontam como principal justificativa a falta de tempo.
Buscando solucionar tal problema, muitos indivíduos encontram na metodologia do
treinamento intermitente de alta intensidade (HIIT), uma prática eficaz e de curta
duração capaz de fornecer melhorias no organismo, como nos sistemas cardiovascular,
metabólico​ ​e​ ​musculoesquelético​ ​(Petersen​ ​et​ ​al​.,​ ​2016;​ ​Gibala​ ​et​ ​al​.,​ ​2006).
Outrossim, uma metodologia de treinamento que também vem sendo estudada e
aplicada nos últimos anos (não sendo, entretanto, muito difundida entre os praticantes
regulares de atividade física, embora também pareça promover ganhos, tanto no
sistema cardiovascular quanto no neuromuscular) é o método de restrição do fluxo
sanguíneo (RFS). Já são vários estudos que relatam seus benefícios e respostas
cardiovasculares provenientes da sua associação com o exercício, tanto aeróbico
quanto​ ​resistido​ ​(Netto​ ​et​ ​al​.,​ ​2015;​ ​Okuno​ ​et​ ​al​.,​ ​2014;​ ​Proton​ ​&​ ​Polito​ ​2014).
A aplicação combinada dos métodos de treinamento de RFS e HIIT tem sido
indicada recentemente como uma estratégia para obtenção de ganhos de resistência
muscular, aumento da força e hipertrofia muscular dos membros inferiores (Abe ​et al​.,
2006; Abe ​et al​., 2010) assim como melhoria na capacidade aeróbia (Gibala ​et al​.,
2014),​ ​além​ ​da​ ​redução​ ​do​ ​risco​ ​de​ ​doenças​ ​cardiometabólicas​ ​(Kessler​ ​et​ ​al​.,​ ​2012).
Tendo por base o HIIT, que é caracterizado por estímulos de alta intensidade
com intervalos de recuperação ativa (Burgomaster, Heigenhauser, Gibala, 2006; Paoli,
2012; Kari, 2015), o volume de exercício é reduzido em aproximadamente 80% a 90%
durante as sessões em comparação com os métodos contínuos tradicionais.
Entretanto, as intensidades utilizadas nas sessões de HIIT chegam por sua vez a

4
valores supra máximos, ou seja, intensidades com esforço próximo aos 170% do
consumo máximo de oxigênio (VO​2máx​) (Tabata ​et al​., 1996). Tal fato pode muitas das
vezes, limitar a utilização deste método em determinadas populações, como por
exemplo,​ ​idosos,​ ​cardiopatas,​ ​obesos,​ ​entre​ ​outras.
O método de treinamento com RFS surge como uma proposta complementar,
permitindo uma estruturação diferente das tradicionais (intensidades altas). Esse
método consiste na compressão de membros por meio de um manguito na região
proximal dos mesmos, sendo superiores ou inferiores, restringindo ou interrompendo a
circulação sanguínea local (Manini & Clark 2009​; ​Sato 2005). Acredita-se que o método
com RFS combinado com exercício resistido ou aeróbio, conjugado com cargas de
baixa intensidade acarretem respostas metabólicas e fisiológicas no organismo como
hipertrofia muscular (Abe ​et al​., 2012; Yasuda ​et al​., 2010; Yasuda ​et al​., 2012;
Manimmanakorn ​et al.​, 2013; Loenneke ​et al​., 2011; Weatherholt ​et al​., 2013), aumento
da força muscular e do consumo máximo de oxigênio subsequente às atividades de
baixa​ ​intensidade,​ ​como​ ​por​ ​exemplo​ ​caminhada​ ​e​ ​ciclismo.
Assim, a combinação dos métodos de RFS, com diminuição das cargas , e HIIT,
com diminuição do volume do treino, seria uma solução alternativa e aplicável para
diversas populações. Portanto, o objetivo do presente estudo foi analisar
comparativamente as respostas agudas sobre variáveis hemodinâmicas e bioquímicas,
como frequência cardíaca, pressão arterial, variabilidade da frequência cardíaca e
lactato​ ​sanguíneo​ ​em​ ​resposta​ ​à​ ​combinação​ ​dos​ ​métodos​ ​de​ ​treinamento​ ​RFS​ ​e​ ​HIIT​.

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2.​ ​METODOLOGIA

2.1.​ ​Amostra

A amostra foi composta por 6 voluntários do sexo masculino, selecionados de


forma intencional, treinados em diferentes modalidades esportivas com predominância
aeróbia (mínimo de 6 meses de treinamento), com idade entre 18 e 30 anos (24 ± 6
anos), familiarizados com a escala de percepção subjetiva de esforço de Borg, não
fumantes, sem histórico de doenças cardiovasculares e/ou osteomioarticulares e sem o
uso de esteroides anabolizantes ou medicamentos que possam mascarar o efeito dos
resultados​ ​da​ ​pesquisa.

2.2​ ​Instrumentos

2.2.1​ ​Instrumentos​ ​de​ ​caracterização​ ​da​ ​Amostra

a. Questionário​ ​PAR-Q
Quanto à triagem da saúde dos participantes foi aplicado o questionário PAR-Q
(ACSM 2014), como critério que designará os indivíduos da amostra aptos para as
atividades​ ​do​ ​estudo.

b. Gordura​ ​Corporal
Para determinação das medidas antropométricas foi utilizado o método
bicompartimental, adotando-se como técnica a mensuração de dobras cutâneas.
Foram coletadas ​três medidas para cada ponto anatômico, sendo calculada a média
entre as medições (subescapular, tríceps, peitoral, axilar-média, supra ilíaca, abdômen

6
e coxa), e utilizando-se um compasso de dobras da marca Lange®. Os procedimentos
para a coleta das dobras cutâneas foram realizados de acordo com as padronizações
determinadas pela ​International Society for Advancement of Kinanthropometry (2013).

Foi utilizado o ​método de 7 pontos de Jackson-Pollock como protocolo padrão. As


medidas das dobras cutâneas foram realizadas pelo mesmo avaliador para aumentar a
fidedignidade da avaliação. Mesmo assim, as medidas podem ser afetadas pela
variabilidade intra-avaliador. A literatura recomenda que não ocorram diferenças
superiores a 10% entre uma medida e as demais no mesmo local (Perini, Oliveira,
Ornellas, & Oliveira, 2005), para isso, foi realizado o cálculo do erro técnico de medida
(ETM)​ ​proposto​ ​por​ ​Perini​ ​et​ ​al.​ ​(2005),​ ​excluindo​ ​dados​ ​com​ ​variância​ ​maior​ ​que​ ​10%​.

c. Massa​ ​Corporal
A fim de determinar a massa ​corporal foi utilizada uma balança eletrônica
(ID1500, Filizola, São Paulo, Brasil), com precisão de 100g. Com o propósito de ser
uma medida avaliada de forma criteriosa. A aferição foi realizada valendo-se de alguns
critérios: os sujeitos ficaram descalços e usando apenas roupas leves como camisetas
e bermudas, posicionados na plataforma com os braços estendidos ao longo do corpo,
e com olhar fixo à frente, de maneira a evitar oscilações na leitura da medida.
Ressalta-se que o ETM não foi calculado para a massa corporal em razão de a medida
ser​ ​aferida​ ​uma​ ​única​ ​vez.

d. Estatura
A estatura foi medida por meio de um estadiômetro (W200/5, Welmy, Santa
Bárbara d'Oeste, Brasil) com precisão de até 0,1 cm. Os sujeitos ficaram em pé,
olhando para frente, sem calçados, com calcanhares, glúteos, dorso e cabeças
encostados ao plano vertical e os pés e os calcanhares unidos formando um ângulo de
45º. Nesta posição, a peça do estadiômetro em ângulo reto, foi posicionada sobre o

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topo da cabeça do indivíduo, anotando-se a medida. Todos os participantes foram
medidos pelo mesmo avaliador. Destaca-se, todavia que o ETM não foi calculado para
a​ ​estatura​ ​em​ ​razão​ ​de​ ​a​ ​medida​ ​ser​ ​aferida​ ​uma​ ​única​ ​vez.

e.​ ​Pressão​ ​de​ ​oclusão​ ​vascular​ ​total


A pressão de oclusão vascular total foi determinada com utilização de um
aparelho Doppler Vascular Portátil (DV 610B Medmega). Os indivíduos utilizavam um
esfigmomanômetro e permaneceram em repouso por um período de 10 minutos
iniciais. De maneira combinada, um profissional se encarregava em encontrar a
pressão arterial na artéria tibial anterior enquanto outro profissional realizava o
insuflamento​ ​do​ ​manguito​ ​até​ ​oclusão​ ​do​ ​fluxo​ ​sanguíneo.

2.2.2​ ​Instrumentos​ ​de​ ​análise​ ​das​ ​variáveis

a. Coleta​ ​do​ ​lactato​ ​sanguíneo

Para análise das concentrações sanguíneas de lactato, as coletas foram


realizadas antes (5 minutos de repouso) e ao término (imediatamente pós exercício)
das sessões, com o intuito de analisar o metabolismo predominante aeróbio ou
anaeróbio. Para coleta fez-se uso de tiras reagentes (Accusport BM - lactate, Roche®,
Hawthorne, USA). Já para a análise do lactato sanguíneo foi utilizado um analisador
portátil de lactato (Accusport, Boehringer Mannheim - Roche®, Hawthorne, USA),
anteriormente​ ​validado​ ​e​ ​tido​ ​como​ ​confiável.
Assim, após assepsia com utilização de álcool líquido 70º INPM hospitalar e
luvas cirúrgicas esterilizadas, foi realizada punção no dedo indicador esquerdo. Em
seguida, a primeira gota de sangue foi desprezada, e logo depois 25 µl de sangue

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arterializado, depositado sobre a fita de análise, sendo esta prontamente inserida no
equipamento de análise. Após 60 segundos, o analisador portátil apresenta o valor em
seu​ ​display,​ ​sendo​ ​registrado​ ​em​ ​uma​ ​planilha.
O pesquisador responsável, utilizando sempre luvas descartáveis e jaleco,
realizou os procedimentos em todos os indivíduos. Todos os resíduos foram
descartados seguindo as orientações da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária/ANVISA – Resolução da Diretoria Colegiada Nº 306, de 7 de dezembro de
2004 (ANVISA, 2004), que dispõe sobre o regulamento técnico para o gerenciamento
de​ ​resíduos​ ​de​ ​serviços​ ​de​ ​saúde.
As lancetas, descartáveis, ​STERILANCE TL da ​NIPRO ​foram descartadas
separadamente, no local de sua geração, imediatamente após o uso ou necessidade
de descarte, em recipientes, rígidos, resistentes à punctura, ruptura e vazamento, com
tampa, devidamente identificados, em geral, foram utilizadas caixas tipo DESCARTEX,
DESCARPACK. Depois de fechada a embalagem de perfuro cortante, foram
acondicionadas em sacos brancos para lixo infectante identificados com símbolo
internacional​ ​de​ ​risco​ ​biológico,​ ​acrescido​ ​da​ ​inscrição​ ​de​ ​“PERFUROCORTANTE”.
Os demais materiais, como algodão, gaze e luvas, contaminados com amostras
de sangue, foram descartados em sacos brancos leitosos, identificados com símbolo
internacional​ ​de​ ​risco​ ​biológico.

b. Percepção​ ​Subjetiva​ ​do​ ​Esforço​ ​(PSE)

Durante o teste, os voluntários utilizaram uma escala numérica de 0 a 10 pontos,


desenvolvida por Borg com o propósito de expressar a percepção global de toda a
sessão de treinamento. Foi pedido para cada avaliado apontar na escala um número,
que representasse o esforço de cada série realizada. Foram definidos valores a serem
alcançados em cada período do teste (fases de esforço máximo com valores entre 8 e

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10 e fases de recuperação ativa com valores de 3 a 5) e com feedback do avaliado
após final de cada etapa, utilizamos de encorajamento verbal para controlar a
intensidade​ ​do​ ​exercício.

Figura​ ​1​ ​-​ ​Escala​ ​de​ ​percepção​ ​subjetiva​ ​de​ ​esforço​ ​de​ ​Borg

c. Registro da frequência cardíaca (repouso, exercício e 5 minutos após


exercício)

Para registro da frequência cardíaca foi utilizado o monitor cardíaco Polar


RS800CX (Polar® Electro Ltd, Kempele, Finlândia), com frequência de amostragem de
1000 Hz. Durante o repouso, exercício e recuperação, adotou-se a posição sentada
para​ ​coleta.

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d.​ ​ ​Pressão​ ​Arterial​ ​(PA)

A pressão arterial (PA) foi avaliada através do aparelho oscilométrico de pressão


arterial (BP 3BTO-A) validado pela Sociedade Britânica de Hipertensão (Cuckson &
Alexandra, 2002) em um ambiente tranquilo e com o mínimo de influência externa para
que não houvesse interferência nos valores finais de PA. A medida foi realizada com o
indivíduo na posição sentado, da forma mais confortável possível. A aferição deu-se no
repouso (quinto minuto) e pós exercício (imediatamente e após cinco minutos), sempre
no​ ​braço​ ​esquerdo​ ​por​ ​questão​ ​de​ ​logística.

2.3​ ​Procedimentos

Cada participante do estudo foi instruído a não realizar qualquer tipo de


exercício físico intenso nas 24 horas que antecederam os testes. Também foram
instruídos a se alimentarem normalmente e a não consumirem bebidas que contenham
cafeína e álcool. Cada sujeito recebeu orientação verbal e escrita (Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido) acerca dos procedimentos, riscos e benefícios do
estudo.
Para a realização do protocolo de exercício foi utilizada técnica não invasiva por
meio da utilização de esfigmomanômetro de pressão arterial adaptado para membros
inferiores fixados na região proximal de ambas as coxas. Medidas de composição
corporal e coleta de uma amostra de sangue, para dosagem do lactato sanguíneo,
foram realizadas por profissional da área da saúde (educação física) treinado e
experiente. A dosagem do lactato foi realizada no laboratório de avaliação motora
(LAM) antes e após a aplicação dos protocolos de treinamento aeróbio e de restrição
do fluxo sanguíneo. Imediatamente após o término de cada teste, os indivíduos foram

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orientados a deitarem em decúbito dorsal, e, então, realizou-se a coleta, após
assepsia, de uma amostra de 25 microlitros de sangue capilar do dedo indicador da
mão esquerda para a determinação da concentração de lactato no sangue por meio do
analisador​ ​portátil​ ​Accutrend​ ​Plus.
Para a realização dos testes, o ambiente foi controlado a uma temperatura
termoneutra de aproximadamente (~22ºC) e umidade relativa do ar de
aproximadamente​ ​60%.
Assim, cada participante realizou três visitas ao LAM, onde na primeira visita
submeteram-se a testes antropométricos e de determinação da intensidade do
exercício e pressão utilizada nos manguitos. Nas visitas subsequentes, realizaram os
protocolos de exercícios, em ordem aleatória para evitar efeitos de aprendizagem ou
qualquer tipo de influência concernente à ordem de execução dos protocolos, com
intervalo​ ​de​ ​72h​ ​a​ ​96h​ ​entre​ ​as​​ ​sessões

1º dia: Aplicação de questionários, avaliação antropométrica e familiarização do


exercício​ ​aeróbio​ ​com​ ​e​ ​sem​ ​a​ ​utilização​ ​do​ ​método​ ​de​ ​RFS​ ​em​ ​cicloergômetro

Os voluntários responderam a um questionário investigativo sobre fatores de


risco e prontidão para exercício físico (PAR-Q) e participaram de medidas
antropométricas (massa corporal total, estatura e avaliação das dobras cutâneas e
consequente análise do percentual de gordura). Posteriormente foram submetidos a
um teste incremental para determinação da intensidade em ciclo-ergômetro que foi
utilizada nas sessões de exercício, com utilização da PSE como determinante de
intensidade.
Como observado na literatura, a Percepção Subjetiva do Esforço (PSE) parece
ser uma variável fidedigna em relação ao esforço percebido por cada indivíduo. Tal
variável pode ser definida como tensão relativa que ocorre no sistema nervoso,

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cardiovascular e pulmonar durante o exercício físico de acordo com o esforço que o
indivíduo realiza (Finnkelstein I, et al. 2012), e vem sendo frequentemente utilizada por
pesquisadores​ ​na​ ​área​ ​médica​ ​e​ ​na​ ​ciência​ ​do​ ​esporte.
Desta forma, para determinação das cargas utilizadas no teste em bicicleta
ergométrica foi realizado o protocolo de exercício com intensidade inicial de 50 W com
cadência de 25 km/h e foi aumentando 25W a cada minuto até atingir a exaustão
voluntária ou impossibilidade de manter a intensidade atual. O teste foi precedido por
aquecimento desenvolvido no mesmo ciclo ergômetro por 4 minutos, adotando-se
intensidade de 50 W. Nesse sentido, a intensidade utilizada durante os protocolos de
exercício foi determinada através da escala proposta por Gunnar Borg de zero a 10. A
altura do banco foi ajustada de acordo com a estatura de cada participante. Os
voluntários foram instruídos a realizarem o teste com maior esforço possível.
Encorajamento verbal foi providenciado no decorrer de todo o protocolo. A frequência
cardíaca (FC) foi continuamente monitorada por um monitor cardíaco Polar RS800CX
(Polar®​ ​Electro​ ​Ltd.,​ ​Kempele,​ ​Finlândia).

2º​ ​e​ ​3º​ ​dias:​ ​Sessões​ ​de​ ​Exercício

Já quanto aos protocolos de exercício, as sessões foram precedidas de um


aquecimento de 2 min ​com intensidade de 50 W ou à 60% da frequência cardíaca pico
(FC​pico​)​.
Para o protocolo HIIT sem RFS, os sujeitos realizaram 3 séries de 30 segundos
de esforço máximo e 90 segundos repouso ativo, sendo a intensidade de trabalho
determinada​ ​pela​ ​PSE​ ​encontrada​ ​durante​ ​o​ ​teste.
Por sua vez, para o protocolo HIIT com RFS, os sujeitos realizaram 3 séries de
30 segundos de esforço máximo e 90 segundos de pausa sendo a intensidade de
trabalho determinada pela PSE encontrada durante o teste. Neste protocolo, os

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indivíduos utilizaram um esfigmomanômetro para treinamento com oclusão vascular
(WCS® - Brasil) para membros inferiores fixados na região proximal de ambas as
coxas. A pressão utilizada durante exercício foi de 130% da pressão de oclusão em
repouso,​ ​como​ ​proposta​ ​por​ ​Yanagisawa​ ​e​ ​Sanomura​ ​(2017).
A pressão de oclusão foi constantemente ajustada variando nos períodos de esforço
máximo/repouso​ ​ativo.
A Frequência Cardíaca foi registrada através de um monitor cardíaco Polar
RS800CX (Polar® Electro Ltd., Kempele, Finlândia) durante 10 minutos de repouso,
antes, durante o exercício e durante 10 minutos de recuperação imediatamente após o
término do mesmo. Também foram aferidos variabilidade da frequência cardíaca,
pressão arterial, frequência cardíaca, percepção subjetiva do esforço e lactato antes e
após​ ​o​ ​exercício.

Figura​ ​2​ ​-​ ​Desenho​ ​experimental

14
2.4​ ​Análise​ ​estatística

Os dados obtidos foram submetidos à análise descritiva por meio de médias e


desvio-padrão. Visando verificar a normalidade da distribuição de todas as variáveis
analisadas,​ ​foi​ ​utilizado​ ​o​ ​teste​ ​de​ ​Shapiro-Wilk.
Tendo em vista testar as possíveis diferenças entre os grupos em relação à
idade, massa corporal, estatura, percentual de gordura, tempo de treinamento,
frequência semanal, pressão de oclusão total, pressão de oclusão do exercício e 1 RM,
foi​ ​utilizado​ ​o​ ​teste​ ​de​ ​t​ ​de​ ​Student​ ​para​ ​amostras​ ​independentes.
Para avaliação da significância, foi adotado o ​p ≤ 0,05. Todas as análises foram
realizadas​ ​no​ ​software​ ​SPSS​ ​(20.0,​ ​IBM,​ ​Armonk,​ ​USA).

3.​​ ​APRESENTAÇÃO​ ​DOS​ ​RESULTADOS

Foram expressas na tabela 1, com média ± desvio-padrão, as características


gerais dos participantes, como idade, massa corporal, estatura, percentual de gordura
corporal,​ ​pressão​ ​de​ ​oclusão​ ​total.

Tabela​ ​1​ ​-​ ​Características​ ​gerais​ ​dos​ ​participantes

15
A tabela 2 apresenta os valores em relação às [La] nos protocolos HIIT com e
sem RFS, respectivamente, nos períodos pré-exercício e após a execução do mesmo.
Os​ ​valores​ ​aumentaram,​ ​porém​ ​de​ ​maneira​ ​distinta​ ​entre​ ​eles.
Pode-se observar que ambos os grupos aumentaram de forma significativa em
relação ao momento pré-exercício, apresentando também diferença significativa no
momento​ ​pós-exercício.

Tabela​ ​2​ ​-​ ​Concentração​ ​de​ ​Lactato​ ​Sanguíneo

A seguir, são apresentados, na tabela 3, os valores obtidos durante os


protocolos (HIIT sem RFS) e (HIIT com RFS), de pressão arterial sistólica (PAS),
diastólica​ ​(PAD),​ ​ambas​ ​no​ ​repouso​ ​e​ ​na​ ​recuperação​ ​(5º​ ​minuto​ ​pós-exercício).
Nota-se que as PAS e PAD apresentaram valores semelhantes entre os grupos.
Quando comparados, nos momentos repouso e 5º minuto da recuperação, não foram
obtidos valores com diferença significativa (no mesmo grupo), assim como na
comparação​ ​entre​ ​os​ ​grupos,​ ​não​ ​foram​ ​identificadas​ ​diferenças​ ​significativas.

Tabela​ ​3​ ​-​ ​Variação​ ​da​ ​PAS​ ​e​ ​PAD

16
Em relação à FC, como descrito na tabela 4, após a realização dos protocolos
de exercício físico, houve aumento significativo - contudo, quando comparada entre os
grupos,​ ​não​ ​identificou-se​ ​diferenças​ ​significativas.

Tabela​ ​4​ ​-​ ​Frequência​ ​Cardíaca

4.​ ​DISCUSSÃO​ ​DOS​ ​RESULTADOS

O presente estudo teve como objetivo analisar comparativamente as respostas


agudas sobre variáveis hemodinâmicas e bioquímicas, como frequência cardíaca,
pressão arterial, variabilidade da frequência cardíaca e lactato ​sanguíneo em resposta
à​ ​combinação​ ​dos​ ​métodos​ ​de​ ​treinamento​ ​RFS​ ​e​ ​HIIT
Identificou-se diferença significativa somente no lactato sanguíneo, em ambos
os protocolos, nos períodos pré e pós exercício. Os dados sugerem um tamanho do
efeito grande nessa variável em ambos os grupos: HIIT sem RFS (R=3,44) e HIIT com
RFS (R=2,32). Não foi identificada diferença significativa na variável pressão arterial
(PAS​ ​e​ ​PAD)​ ​nos​ ​períodos​ ​pré​ ​e​ ​pós​ ​exercício.
A presença de lactato no sangue relaciona-se com a intensidade do exercício
realizado, visto que, no início de uma atividade ou em atividades de baixa intensidade,
as fibras do tipo I (contração lenta) são predominantemente utilizadas e, de acordo com
o aumento da intensidade do exercício, as fibras do tipo II são recrutadas (KAWAI ​et

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al.​, 2009; HODGSON; MCKEEVER; MCGOWAN, 2014). Ou seja, quanto maior a
intensidade, maior a quantidade de energia gerada por meio da glicólise anaeróbia,
consequentemente​ ​maior​ ​a​ ​produção​ ​de​ ​lactato​ ​sanguíneo.
Valores maiores encontrados no protocolo com RFS podem ainda ser
justificados acrescendo-se o fato de que o método de RFS restringe o fluxo sanguíneo
e, em consequência, dificulta-se a chegada do oxigênio às fibras musculares. Isso faz
com que o pH sofra uma queda, acarretando acúmulo do lactato, o que ratifica a razão
pela​ ​qual​ ​houve​ ​aumento​ ​nos​ ​níveis​ ​de​ ​lactato​ ​no​ ​método​ ​com​ ​RFS​ ​(GENTIL,​ ​2011).
Não houve diferenças significativas entre os grupos nos períodos pré e pós
exercício. Com relação às respostas do exercício aeróbio com a RFS sobre PAS, PAD
e FC imediatamente pós exercício, observou-se que três estudos foram realizados
sobre estas variáveis (Abe ​et al​., 2010; Eiken ​et al., 1992; Kumagai ​et al​., 2012). Abe ​et
al. (2010) dividiram randomicamente 19 homens jovens em dois grupos (com e sem a
RFS) e submeteram a um treinamento aeróbico com uma bicicleta ergométrica uma
vez por dia, três vezes por semana, durante oito semanas. Foi avaliada continuamente
a FC antes e após o treinamento. Os autores não encontraram diferenças significativas
na FC entre os grupos. Os estudos realizados por Eiken ​et al​. (1992) e Kumagai ​et al​.
(2012) corroboram com nossos achados. Estes estudos mostram um aumento na PA e
na FC após o exercício realizado em bicicleta ergométrica. Analisando os achados dos
três estudos e comparando com os do presente estudo, parece haver uma tendência
para o aumento da PA e FC imediatamente pós-exercício aeróbio, seja ele realizado
em​ ​uma​ ​bicicleta​ ​ergométrica​ ​ou​ ​marcha​ ​estacionária.

18
5.​ ​CONSIDERAÇÕES​ ​FINAIS

Identificou-se diferença significativa somente no lactato sanguíneo, em ambos


os protocolos, nos períodos pré e pós exercício. Os dados sugerem um tamanho do
efeito grande nessa variável em ambos os grupos: HIIT sem RFS (R=3,44) e HIIT com
RFS (R=2,32). Não foi identificado diferença significativa na variável pressão arterial
(PAS​ ​e​ ​PAD)​ ​nos​ ​períodos​ ​pré​ ​e​ ​pós​ ​exercício.
A utilização do método de RFS combinado com o exercício aeróbico (HIIT)
parece promover alterações a níveis metabólicos e autonômicos nos períodos pré e
pós exercício. A aplicação dessas metodologias de treinamento por profissionais de
Educação Física possibilita otimizar o tempo e o desempenho de pessoas que buscam
maior​ ​qualidade​ ​de​ ​vida.
Este estudo demonstrou que as ferramentas de análise de PA e FC são métodos
não invasivos, de fácil aplicação para estudos científicos, que beneficiam praticantes e
treinadores de ​fitness, ​desempenho esportivo, reabilitação e outras modalidades.
Nesse caso, é importante ampliar as investigações, com outros estudos, a fim de
avaliar as mesmas respostas, metabólicas e autonômicas, por meio de outros
protocolos​ ​de​ ​exercício​ ​de​ ​força​ ​e​ ​de​ ​RFS.
Por fim, antes de pôr em prática algumas metodologias de treinamento, como as
utilizadas nesta investigação, é importante fazer análises críticas de seus benefícios e
limitações, visando minimizar seus riscos e potencializar suas características positivas,
promovendo​ ​sua​ ​utilização​ ​e​ ​aplicação​ ​nas​ ​pessoas​ ​e​ ​momentos​ ​adequados.
 
 
 
 
 

19
REFERÊNCIAS

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21
 
 
 
 
 
 
 
 
 

ANEXOS

22
QUESTIONÁRIO​ ​DE​ ​PRONTIDÃO​ ​PARA​ ​A​ ​ATIVIDADE​ ​FÍSICA​ ​(PAR-​ ​Q)

O Questionário de Prontidão para a Atividade Física (Physical Activity Readiness


Questionaire-PAR-Q) foi desenvolvido pela Secretaria de Saúde da província de British Columbia,
no Canadá e tem sido sugerido como padrão mínimo de avaliação da prontidão para a atividade
física.

1 - Algum médico já disse que você possui algum problema de coração e que só deveria realizar
atividade​ ​física​ ​supervisionada​ ​por​ ​profissionais​ ​de​ ​saúde?
(​ ​ ​ ​)​ ​SIM​ ​(​ ​ ​)​ ​NÃO

2​ ​-​ ​Você​ ​sente​ ​dores​ ​no​ ​peito​ ​quando​ ​pratica​ ​atividade​ ​física?
(​ ​ ​ ​)​ ​SIM​ ​(​ ​ ​)​ ​NÃO

3​ ​-​ ​No​ ​último​ ​mês,​ ​você​ ​sentiu​ ​dores​ ​no​ ​peito​ ​quando​ ​não​ ​praticava​ ​atividade​ ​física?

(​ ​ ​ ​)​ ​SIM​ ​(​ ​ ​)​ ​NÃO

4​ ​-​ ​Você​ ​apresenta​ ​desequilíbrio​ ​devido​ ​à​ ​tontura​ ​e/ou​ ​perda​ ​de​ ​consciência?

(​ ​ ​ ​)​ ​SIM​ ​(​ ​ ​)​ ​NÃO

5​ ​-​ ​Você​ ​possui​ ​algum​ ​problema​ ​ósseo​ ​ou​ ​articular​ ​que​ ​poderia​ ​ser​ ​piorado​ ​pela​ ​atividade​ ​fisíca?

(​ ​ ​ ​)​ ​SIM​ ​(​ ​ ​)​ ​NÃO

6​ ​-​ ​Você​ ​toma​ ​atualmente​ ​algum​ ​medicamento​ ​para​ ​pressão​ ​arterial​ ​e/ou​ ​problema​ ​do​ ​coração?

(​ ​ ​ ​)​ ​SIM​ ​(​ ​ ​)​ ​NÃO

7​ ​-​ ​Sabe​ ​de​ ​alguma​ ​outra​ ​razão​ ​pela​ ​qual​ ​você​ ​não​ ​deve​ ​realizar​ ​atividade​ ​física?

(​ ​ ​ ​)​ ​SIM​ ​(​ ​ ​)​ ​NÃO

OBS.: As sete perguntas deverão ser respondidas apenas com um “sim” ou um “não”. Caso haja
algum “sim” a pessoa deverá ser encaminhada para uma avaliação clínica. Caso todas as
respostas sejam “não” é considerado baixíssimo o risco de a atividade física oferecer danos ao
indivíduo.

Importante: Este instrumento é apenas uma ferramenta que tenta identificar os riscos com a
prática da atividade física e, por isso, não é infalível. Instituições como o Colégio Americano de
Medicina Desportiva e a Sociedade Brasileira de Cardiologia, recomendam a realização de
exames complementares como o Teste de Esforço(ergométrico), e o exame sanguíneo, indicados
principalmente para indivíduos sintomáticos, com doenças conhecidas como hipertensão arterial,
diabetes,​ ​obesidade,​ ​doenças​ ​cardiovasculares​ ​ou​ ​para​ ​indivíduos​ ​acima​ ​dos​ ​trinta​ ​e​ ​cinco​ ​anos.

23
PRÓ-REITORIA​ ​DE​ ​PESQUISA
COMITÊ​ ​DE​ ​ÉTICA​ ​EM​ ​PESQUISA​ ​EM​ ​SERES​ ​HUMANOS​ ​-​ ​CEP/UFJF
36036-900​ ​JUIZ​ ​DE​ ​FORA​ ​-​ ​MG​ ​–​ ​BRASIL

TERMO​ ​DE​ ​CONSENTIMENTO​ ​LIVRE​ ​E​ ​ESCLARECIDO

O (A) Sr. (a) está sendo convidado (a) como voluntário (a) a participar da pesquisa ​“EFEITO AGUDO DE
UMA SESSÃO DE EXERCÍCIO AERÓBIO COM RESTRIÇÃO DO FLUXO SANGUÍNEO SOBRE VARIÁVEIS
HEMODINÂMICAS EM INDIVÍDUOS SAUDÁVEIS”​. Nesta pesquisa pretendemos ​“ANALISAR E
COMPARAR O EFEITO AGUDO DO EXERCÍCIO AERÓBIO EM CICLOERGÔMETRO COM E SEM A
UTILIZAÇÃO DO MÉTODO DE RESTRIÇÃO DO FLUXO SANGUÍNEO COMBINADO COM TREINAMENTO
INTERVALDO DE ALTA INTENSIDADE SOBRE RESPOSTAS HEMODINÂMICAS EM INDIVÍDUOS
SAUDÁVEIS. O motivo que nos leva a estudar ​“esta proposta de estudo, é que através de sua aplicação
prática, espera-se que seja possível oferecer informações científicas relevantes acerca dos efeitos da
utilização do método de restrição do fluxo sanguíneo combinado com o treinamento intervalado de
alta intensidade realizado em cicloergômetro sobre respostas hemodinâmicas, de forma que possa
contribuir para o melhor planejamento e estruturação do treinamento aeróbio, além de proporcionar
a melhoria na qualidade de vida das pessoas que adotam exercício físico em suas rotinas ao longo da
vida​”.
Para esta pesquisa adotaremos os seguintes procedimentos: ​“Os procedimentos da pesquisa serão
realizados sob supervisão do professor orientador, orientados e de um médico cardiologista
devidamente registrado no Conselho Regional de Medicina (CRM). ​O (A) Senhor (a) realizará quatro
visitas ao Laboratório de Avaliação Motora da Faculdade de Educação Física e Desportos –LAM -
FAEFID, onde na primeira visita responderá a um questionário sobre nível de atividade física, realizará
teste atropométrico (massa corporal, altura e dobras cutâneas), além de esclarecimentos sobre os
testes e definição de datas para a realização dos protocolos. Nas três visitas subsequentes, o (a)
senhor (a) realizará uma sessão dos métodos de treinamento Contínuo, Intervalado de alta
intensidade sem e com restrição do fluxo sanguíneo, todos sendo realizados em cicloergômetro. Para
o protocolo de exercício Intervalado de alta intensidade com restrição do fluxo sanguíneo serão
utilizados esfignomanômetros adaptados (WCS®-Brasil) para membros inferiores fixados na região
proximal de ambas as coxas. Antes e ao final de todos os protocolos serão coletados amostra de
sangue (25µ de sangue arterializado) do lóbulo da orelha para análise do lactato sanguíneo. Pressão
arterial, percepção subjetiva do esforço, frequência cardíaca, frequência respiratória também serão
coletados ao longo do experimento. Os testes serão realizados em ordem aleatória para evitar efeitos
24
de aprendizagem ou qualquer tipo de influência concernente à ordem de execução dos protocolos”​.
Os riscos envolvidos na pesquisa são moderados e consistem em ​“possíveis alterações fisiológicas, tais
como: dores musculares e articulares, tonturas, cansaço, incômodo, sensação de desconforto devido à
utilização de esfignomanômetros fixados em ambas as coxas com pressão arterial de oclusão do
exercício determinada a partir da pressão arterial de oclusão total (todos os esforços serão feitos para
que estes sintomas sejam minimizados). Os possíveis riscos estão ligados às atividades cotidianas de
pessoas que realizam treinamento aeróbio e que já foram submetidas à procedimentos de teste de
esforço em ergômetros e coleta de sangue”. ​A pesquisa contribuirá para “nortear a montagem e
planejamento do treinamento aeróbio, possivelmente reduzindo o tempo de treino de pessoas que
alegam não terem horário para se exercitarem e consequentemente melhorando o condicionamento
cardiorrespiratório e reduzindo o risco de surgimento de infarto do miocárdio, pressão alta e doenças
cardíacas​”.
Para participar deste estudo o (a) senhor (a) não terá nenhum custo, nem receberá qualquer vantagem
financeira. Apesar disso, caso sejam identificados e comprovados danos provenientes desta pesquisa, o
(a) senhor (a) tem assegurado o direito a indenização. O (A) Senhor (a) terá o esclarecimento sobre o
estudo em qualquer aspecto que desejar e estará livre para participar ou recusar-se a participar. Poderá
retirar seu consentimento ou interromper a participação a qualquer momento. A sua participação é
voluntária e a recusa em participar não acarretará qualquer penalidade ou modificação na forma em
que o (a) Senhor (a) é atendido (a) pelo pesquisador, que tratará a sua identidade com padrões
profissionais de sigilo. Os resultados da pesquisa estarão à sua disposição quando finalizada. Seu nome
ou​ ​o​ ​material​ ​que​ ​indique​ ​sua​ ​participação​ ​não​ ​será​ ​liberado​ ​sem​ ​a​ ​sua​ ​permissão.
O​ ​(A)​ ​Senhor​ ​(a)​ ​não​ ​será​ ​identificado​ ​(a)​ ​em​ ​nenhuma​ ​publicação​ ​que​ ​possa​ ​resultar.
Este termo de consentimento encontra-se impresso em duas vias originais, sendo que uma será
arquivada pelo pesquisador responsável, no ​"LABORATÓRIO DE AVALIAÇÃO MOTORA DA FACULDADE
DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS" e a outra será fornecida ao Senhor (a). Os dados e instrumentos
utilizados na pesquisa ficarão arquivados com o pesquisador responsável por um período de 5 (cinco)
anos, e após esse tempo serão destruídos. Os pesquisadores tratarão a sua identidade com padrões
profissionais de sigilo, atendendo a legislação brasileira (Resolução Nº 466/12 do Conselho Nacional de
Saúde),​ ​utilizando​ ​as​ ​informações​ ​somente​ ​para​ ​os​ ​fins​ ​acadêmicos​ ​e​ ​científicos.
Eu, _____________________________________________, portador do documento de Identidade
____________________ fui informado (a) dos objetivos da pesquisa ​“EFEITO AGUDO DE UMA SESSÃO
DE EXERCÍCIO AERÓBIO COM RESTRIÇÃO DO FLUXO SANGUÍNEO SOBRE VARIÁVEIS HEMODINÂMICAS
EM INDIVÍDUOS SAUDÁVEIS”, de maneira clara e detalhada e esclareci minhas dúvidas. Sei que a
qualquer momento poderei solicitar novas informações e modificar minha decisão de participar se assim
o​ ​desejar.
Declaro que concordo em participar. Recebi uma via original deste termo de consentimento livre e
esclarecido​ ​e​ ​me​ ​foi​ ​dada​ ​à​ ​oportunidade​ ​de​ ​ler​ ​e​ ​esclarecer​ ​as​ ​minhas​ ​dúvidas.

Juiz​ ​de​ ​Fora,​ ​_________​ ​de​ ​__________________________​ ​de​ ​20​ ​ ​ ​.

25
Nome Assinatura​ ​participante ​ ​ ​ ​ ​ ​ ​ ​ ​ ​ ​Data

Nome Assinatura​ ​pesquisador ​ ​ ​ ​ ​ ​ ​ ​ ​ ​ ​Data

Em​ ​caso​ ​de​ ​dúvidas,​ ​com​ ​respeito​ ​aos​ ​aspectos​ ​éticos​ ​desta​ ​pesquisa,​ ​você​ ​poderá​ ​consultar:
CEP​ ​-​ ​Comitê​ ​de​ ​Ética​ ​em​ ​Pesquisa​ ​em​ ​Seres​ ​Humano-UFJF
Campus​ ​Universitário​ ​da​ ​UFJF
Pró-Reitoria​ ​de​ ​Pesquisa
CEP:​ ​36036-900
Fone:​ ​(32)​ ​2102-​ ​3788​ ​/​ ​E-mail:​ ​cep.propesq@ufjf.edu.br

Nome​ ​do​ ​Pesquisador​ ​Responsável:​ ​Paulo​ ​José​ ​da​ ​Fonseca​ ​Ribeiro​ ​Magalhães
Endereço:​ ​Rua​ ​Orestes​ ​Fabiano​ ​Alves,​ ​47​ ​–​ ​São​ ​Pedro
CEP:​ ​36037-120​ ​/​ ​Juiz​ ​de​ ​Fora​ ​–​ ​MG
Fone:​ ​(32)​ ​3231-6256
E-mail:​ ​paulinhojf18@gmail.com

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