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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDÓPOLIS

FACULDADES INTEGRADAS DEFERNANDÓPOLIS

ALINE ALMEIDA FREITAS

CRISLAINE OLIVEIRA DE AMORIM

JOSÉ RICARDO SANTOS MENEGASSO

JULIANA APARECIDA TEIXEIRA

ÁGUA PURIFICADA: OBTENÇÃO E CONTROLE DE QUALIDADE

FERNANDÓPOLIS

2011
ALINE ALMEIDA FREITAS
CRISLAINE OLIVEIRA DE AMORIM
JOSÉ RICARDO SANTOS MENEGASSO
JULIANA APARECIDA TEIXEIRA

ÁGUA PURIFICADA: OBTENÇÃO E CONTROLE DE QUALIDADE

Trabalho de conclusão de curso apresentado à


Banca Examinadora do Curso de Graduação em
Farmácia da Fundação Educacional de
Fernandópolis como exigência parcial para obtenção
do título de bacharel em farmácia.

Orientadora: Profa. Esp. Rosana Matsumi Kagesawa Motta

Co-orientadora: Profa. Esp. Lígia Maria Trolezi

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDÓPOLIS


FERNANDÓPOLIS – SP
2011
ALINE ALMEIDA FREITAS
CRISLAINE OLIVEIRA DE AMORIM
JOSÉ RICARDO SANTOS MENEGASSO
JULIANA APARECIDA TEIXEIRA

ÁGUA PURIFICADA: OBTENÇÃO E CONTROLE DE QUALIDADE

Trabalho de conclusão de curso aprovado como


requisito parcial para obtenção do título de bacharel
em farmácia.

Aprovado em: ___de novembro de 20__.

Banca examinadora Assinatura Conceito


Profa. Esp. Rosana Matsumi
Kagesawa Motta (Orientadora)
Profa. Esp. Lígia Maria Trolezi
(Co-orientadora / Avaliadora 1)
Profa. Ms. Vânia Luiza Ferreira
Lucatti Sato (Avaliadora 2)

Profa. Esp. Rosana Matsumi Kagesawa Motta


Presidente da Banca Examinadora
Dedicamos esta monografia primeiramente a Deus por ter
nos iluminado durante todo esse trabalho, dedicamos
também a nossos familiares que são pessoas muito
importantes em nossas vidas e que em nenhum momento
mediram esforços para realização dos nossos sonhos,
que nos guiaram pelos caminhos corretos, nos ensinaram
a fazer as melhores escolhas, nos mostraram que a
honestidade e o respeito são essenciais à vida, e que
devemos sempre lutar pelo que queremos.
AGRADECIMENTOS

A Deus que nos iluminou e nos deu forças, que nos ajudou a não desistir diante das
barreiras.

A vocês pais que sonharam conosco e nos amaram antes que existíssemos,
alegraram-se com a nossa chegada ao mundo como alguém que recebe um lindo presente.
Acompanharam nosso crescimento e muitas vezes renunciaram aos seus sonhos para que
os nossos se realizassem. São exemplos de fé e esperança, nos dão forças e coragem para
sempre lutar e vencer. Seus gestos de carinhos, a prontidão, suas atitudes mais amáveis
enchem nossas vidas de gratidão por vocês. Obrigado, muito obrigado pelo silêncio quando
reclamávamos e pelas palavras de estimulo quando nós calávamos. Nessa nossa grande
batalha, creiam a vitória também é de vocês... A vocês pais que sonharam antes de nós
com este dia, jamais poderemos ser suficiente pela realização deste ideal. Nossa
homenagem admiração e gratidão.

A nossa amiga e orientadora Rosana Matsumi Kagesawa Motta que desde o


primeiro semestre da faculdade nos encantou com seu companheirismo e dedicação para
conosco, pela orientação, por sempre estar pronta a nos atender, pelo carinho, dedicação,
respeito e acima de tudo por acreditar em nossa capacidade sempre querendo mostrar qual
o melhor caminho a seguir como futuros profissionais nosso muito obrigado

A co-orientadora professora Lígia Maria Trolezi, pela atenção, dedicação, carinho,


pelos materiais emprestados, por sempre estar disposta a nos ouvir e ajudar.

A todos os professores, em especial à professora Vânia Luiza Ferreira Lucatti Sato,


que de forma direta ou indiretamente colaboraram para obtenção de nosso conhecimento e
saber. Nosso muito obrigado.
Algumas vezes, o esforço é justamente o que precisamos
em nossa vida. Se Deus nos permitisse passar através
de nossas vidas sem quaisquer obstáculos, ele nos
deixaria aleijados. Nós não iríamos ser tão forte como
poderíamos ter sido e nós nunca poderíamos voar.

(Autor Desconhecido)
RESUMO

A água potável provinda de rede de abastecimento público é o ponto de partida para a


obtenção da água purificada. Esta por sua vez, deve ser tratada em um sistema que
assegure a obtenção da água conforme as especificações farmacopéicas. Seu controle
deve ser periódico para garantir que o sistema de purificação utilizado esteja apropriado
com as condições de uso, conforme estabelecido pelo Ministério da Saúde, na Portaria nº
518, de 25 de março de 2004. A obtenção desta água para uso farmacêutico se da através
de métodos de purificação, dentre eles os mais utilizados são: a destilação, a deionização e
a osmose reversa. Os procedimentos para a obtenção da água purificada devem ser
realizados corretamente, pois a execução incorreta pode danificar suas características,
comprometendo assim a qualidade do produto final. Dentre os métodos de purificação o que
mais se destaca por fornecer uma água purificada de alta pureza química e microbiológica é
através do processo de osmose reversa, pois consegue remover com efetividade material
particulado, microorganismos, materiais orgânicos e inorgânicos e material insolúvel. De
acordo com a RDC 67/07, a água purificada tem validade de 24 (vinte e quatro) horas,
portanto a mesma deve ser armazenada por um período inferior, a fim de garantir a
manutenção da qualidade. Quando se obtém um resultado insatisfatório na análise da água
purificada, ou seja, quando os mesmos não estão em conformidade com os testes físico-
químicos e microbiológicos, faz-se necessário a execução de uma nova análise através de
uma ação corretiva. Neste caso, é necessário a realização de todos os testes novamente,
não bastando apenas a farmácia encaminhar uma nova amostra para análise, é obrigatório
realizar o registro e avaliação das tomadas de decisão para a correção da não
conformidade. Para verificar a efetividade do equipamento, alguns testes básicos como pH e
condutividade podem ser realizados periodicamente dentro da própria farmácia.

Palavras chaves: Água potável. Água purificada. Destilação. Deionização Osmose reversa.
Controle de Qualidade
ABSTRACT

The drinking water coming from the public supply network is the starting point for obtaining
purified water. This in turn, must be treated in a system that ensures the achievement of
water as the pharmacopoeial specifications. Your control should be done periodically to
ensure that the purification system is used SUITABLE with the terms of use, as established
by the Ministry of Health, in Ordinance No. 518 of March 25th, 2004. Obtaining this water for
pharmaceutical use is through the purification methods, including the most common are:
distillation, deionization and reverse osmosis. The procedures for obtaining purified water
should be carried out correctly, because incorrect execution can damage their
characteristics, thus compromising the quality of the final product. Among the methods of
purification which stands out for providing a purified water of high purity chemical and
microbiological analysis is through the reverse osmosis process, as it can act effectively
remove particulate matter, microorganisms, organic and inorganic materials and insoluble
material. According to RDC 67/07, the purified water is valid for 24 (twenty four) hours, so it
must be stored for a shorter period, to ensure quality maintenance. When you get a poor
result in the analysis of purified water, or when they are not in accordance with the physic-
chemical and microbiological, tests is necessary to perform a new analysis by a corrective
action. In this case, it is necessary to perform all the tests again, not just by the pharmacy
send a new sample for analysis, it is obligatory to register and evaluation of decision making
for the correction of the nonconformity. To verify the effectiveness of the equipment, some
basic tests such as pH and conductivity can be performed periodically within the pharmacy.

Keywords: Drinking water. Purified water. Distillation. Deionization. Reverse Osmosis.


Quality Control.
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Padrão de potabilidade para substâncias químicas que apresentam risco a


saúde ............................................................................................................................. 17

Tabela 2 – Padrão organoléptico e físico-químico de aceitabilidade para água potável . 18

Tabela 3 – Padrão microbiológico de potabilidade da água para consumo humano ...... 20

Tabela 4 – Laudo de análise de água purificada ........................................................... 30

Tabela 5 – Modelo de ficha para registros de limpeza ................................................... 31

Tabela 6 – Modelo de ficha para registros de manutenção ............................................ 32

Tabela 7 – Modelo de ficha para registros da avaliação periódica da água purificada


produzida ....................................................................................................................... 32
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Fases do procedimento para coleta de água para análise ............................ 26


LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária

RDC – Resolução Colegiada da Anvisa

VMP – Valor máximo permitido

uH – Unidade Hazen

UNT – Unidade Nefelométrica de Turbidez


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 12

1 – OBJETIVOS ............................................................................................................ 14

1.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................. 14

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................... 14

2 – MÉTODOS ............................................................................................................... 15

3 – ÁGUA POTÁVEL .................................................................................................... 16

3.1 CONTROLE DE QUALIDADE FÍSICO-QUÍMICO DA ÁGUA POTÁVEL .............. 16

3.2 PARÂMETROS ORGANOLÉPTICOS E FÍSICO-QUÍMICOS DA ÁGUA POTÁVEL


....................................................................................................................................... 16

3.3 PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS MÍNIMOS QUE DEVEM SER AVALIADOS NA


ÁGUA POTÁVEL UTILIZADA NA FARMÁCIA ............................................................... 18

3.4 CONTROLE DE QUALIDADE MICROBIOLÓGICO DE ÁGUA POTÁVEL. .......... 20

3.5 PARÂMETROS MICROBIOLÓGICOS QUE DEVEM SER AVALIADOS NA ÁGUA


POTÁVEL UTILIZADA NA FARMÁCIA .......................................................................... 20

4 – ÁGUA PURIFICADA ............................................................................................... 22

4.1 DESTILAÇÃO ...................................................................................................... 23

4.2 DEIONIZAÇÃO .................................................................................................... 23

4.3 OSMOSE REVERSA ........................................................................................... 24

5 – CONTROLE DE QUALIDADE DA AGUA PURIFICADA ......................................... 24

5.1 COLETA DE AMOSTRA DE ÁGUA (LABORLAB, 2011) ..................................... 24

5.2 ENSAIOS DE PUREZA EM ÁGUA PURIFICADA (LABORLAB, 2011) ................ 26

5.3 ENSAIOS EXIGIDOS NAS MONOGRAFIAS E COMPÊNDIOS OFICIAIS


(LABORLAB, 2011) ........................................................................................................ 30

5.4 VERIFICAÇÃO PERIÓDICA DA ÁGUA PURIFICADA ......................................... 30

CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 33

REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 34
12

INTRODUÇÃO

A água é amplamente utilizada para fins farmacêuticos, abrangendo desde


manipulações de fórmulas farmacêuticas como preparações de uso tópico ou oral,
além de lavagem de vidrarias.

A água potável, geralmente fornecida por abastecimento público com


características apropriadas para consumo, obedecendo aos parâmetros
microbiológicos, físicos, químicos e radioativos, que atendem ao padrão de
potabilidade conforme Portaria n° 518, de 25 de março de 2004, do Ministério da
Saúde, pode ser utilizada em aplicações farmacêuticas desde que purificada por
métodos apropriados, obtendo assim a água purificada. Entende se por água
purificada a água que possui carência de compostos orgânicos, inorgânicos e íons,
sendo assim composta, teoricamente, „somente‟ pelos átomos de hidrogênio e
oxigênio (BRASIL, 2004).

Devido a sua estrutura química, a água tem grande facilidade em formar


ligações de hidrogênio, se tornando um excelente meio para suspender, solubilizar,
ou até carrear contaminantes capazes de alterar a pureza e a eficácia de um produto
farmacêutico; portanto a purificação da água potável se faz necessária (BRASIL,
2010).

De acordo com a RDC 67/07 a água purificada utilizada para fins


farmacêuticos deve ter sua qualidade monitorada periodicamente, sendo analisada
mensalmente conforme especificações farmacopéicas. Estas análises por sua vez
têm por objetivo avaliar os processos de obtenção de água através de teste físico-
químicos e microbiológicos (BRASIL, 2007).

Dentre os processos mais utilizados na purificação da água destacam-se: a


destilação, deionização e osmose reversa.

A destilação é um processo de purificação no qual ocorrem mudanças no


estado físico da água, passando esta do estado líquido para vapor a 100° C, e após
este, por condensação, do vapor para o estado líquido. O equipamento utilizado
para a obtenção da água destilada é o destilador. Este método é eficaz na remoção
13

de microorganismos contaminantes, porém não é eficaz na remoção de íons sólidos


dissolvidos (FERREIRA, 2008).

Através da deionização, é possível produzir água purificada por trocas iônicas


específicas para cátions e ânions. As resinas catiônicas capturam os íons liberando
o íon H+ na água e as aniônicas liberam OH-. Utiliza-se como equipamento para
obtenção da água deionizada o deionizador, através deste processo é possível
remover sólidos e gases orgânicos que se encontram dissolvidos na água. A água
deionizada não deve ser armazenada, visto que após seu preparo esta se contamina
com muita facilidade (FERREIRA, 2010).

A osmose reversa é uma tecnologia de purificação baseada em membranas


semipermeáveis e com propriedades especiais de remoção de íons. Através deste
processo é possível remover com eficiência microorganismos, materiais orgânicos e
inorgânicos dissolvidos e materiais insolúveis. Remove de 90 a 99% da maioria dos
contaminantes. Não remove gases ionizáveis dissolvidos. As membranas do
aparelho podem ser danificadas pelo cloro livre, presentes na água potável, assim
como outros agentes oxidantes, sólidos em suspensão e dureza da água. Portanto
recomenda-se que a água seja tratada a fim de remover estas impurezas (BRASIL,
2010).
14

1 OBJETIVOS

1.1 OBJETIVO GERAL

Este estudo tem por objetivo apresentar como são realizadas as


diferentes etapas de purificação da água, bem com seus respectivos testes de
controles de qualidade conforme regulamentado pela RDC n° 67/2007 da ANVISA e
pela Farmacopéia Brasileira.

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Avaliar os riscos de não conformidade dos testes realizados no controle


de qualidade dos diversos tipos de água purificada, sendo eles:
a) Testes qualitativos;
b) Análises físico-químicas
c) Análises microbiológicas.
15

2 MÉTODOS

Para realização deste trabalho foi necessária uma cuidadosa busca


bibliográfica em livros sobre processos de obtenção e controle de qualidade da água
purificada em farmácia de manipulação.
Para a conclusão deste trabalho foi necessário a utilização de um laudo
de análise da água purificada, verificando assim se a mesma se encontra em
condições de uso.
16

3 ÁGUA POTÁVEL

Segundo descrito na Farmacopéia Brasileira (5ª edição, pág.392) o ponto de


partida para qualquer processo de purificação de água para fins farmacêuticos é a
água potável. Esta é obtida por tratamento da água retirada de mananciais, por meio
de processos adequados para atender às especificações da legislação brasileira.
Na opinião desses autores a água potável é aplicada, normalmente, nas
etapas iniciais de procedimentos de limpeza e como fonte de obtenção de água de
mais alto grau de pureza.
O controle intransigente e a manutenção de conformidade dos parâmetros
de potabilidade da água são essenciais, críticos e de responsabilidade do usuário do
sistema de purificação que será alimentado. O controle deve ser periódico para
garantir que o sistema de purificação utilizado esteja apropriado para as condições
da fonte de alimentação e que não houve alteração na qualidade da água fornecida.
No entanto, a maioria das aplicações requer tratamento adicional da água potável,
seja por destilação, deionização, osmose reversa, ou outro processo adequado para
produzir a água purificada, livre da interferência de contaminantes que possam
afetar a qualidade dos medicamentos produzidos (BRASIL, 2010).

3.1 CONTROLE DE QUALIDADE FÍSICO-QUÍMICO DA ÁGUA POTÁVEL

Para obtenção de água purificada para uso farmacêutico é imprescindível


uma água potável de boa qualidade.
A Portaria n° 518, de 25 de março de 2004, do Ministério da Saúde,
estabelece os parâmetros para água potável, definindo os parâmetros
microbiológicos, físicos, químicos e radioativos, que atendem ao padrão de
potabilidade (BRASIL, 2004).

3.2 PARÂMETROS ORGANOLÉPTICOS E FÍSICO-QUÍMICOS DA ÁGUA


POTÁVEL

A água potável deve estar em conformidade com o padrão de substâncias


químicas que representam risco para a saúde expresso na tabela 1 a seguir:
17

Tabela 1 Padrão de potabilidade para substancias químicas que apresentam risco a saúde.
PARÂMETRO UNIDADE VMP(1)
INORGÂNICAS
Antimônio mg/L 0,005
Arsênio mg/L 0,01
Bário mg/L 0,7
Cádmio mg/L 0,005
Cianeto mg/L 0,07
Chumbo mg/L 0,01
Cobre mg/L 2
Cromo mg/L 0,05
Fluoreto(2) mg/L 1,5
Mercúrio mg/L 0,001
Nitrato (como N) mg/L 10
Nitrito (como N) mg/L 1
Selênio mg/L 0,01
ORGÃNICAS
Acrilamida μg/L 0,5
Benzeno μg/L 5
Benzo[a]pireno μg/L 0,7
Cloreto de Vinila μg/L 5
1,2 Dicloroetano μg/L 10
1,1 Dicloroeteno μg/L 30
Diclorometano μg/L 20
Estireno μg/L 20
Tetracloreto de Carbono μg/L 2
Tetracloroeteno μg/L 40
Triclorobenzenos μg/L 20
Tricloroeteno μg/L 70
Fonte: (BRASIL, 2004)
NOTAS:
(1) Valor Maximo Permitido
(2) Os valores recomendados para concentração de íons fluoreto devem observar à legislação específica vigente relativa a
fluoretação da água em qualquer caso devendo ser respeitado o VMP desta tabela.
18

A tabela abaixo relaciona o padrão de características físico-químicas


aceitáveis para água potável, descrito na legislação pertinente.

Tabela 2 Padrão organoléptico e físico-químico de aceitabilidade para água potável


PARÂMETRO UNIDADE VMP*

Alumínio mg/L 0,2


Amônia (como NH3) mg/L 1,5
Cloreto mg/L 250
Cor aparente uH** 15
Dureza mg/L 500
Etilbenzeno mg/L 0,2
Ferro mg/L 0,3
Manganês mg/L 0,1
Monoclorobenzeno mg/L 0,12
Odor - Não objetável (1)
Sabor - Não objetável (1)
Sódio mg/L 200
Sólidos dissolvidos totais mg/L 1.000
Sulfato mg/L 250
Sulfeto de Hidrogenio mg/L 0,05
Surfactantes mg/L 0,5
Tolueno mg/L 0,17
Turbidez UNT *** 5
Zinco mg/L 5
Xileno mg/L 0,3
Fonte ( BRASIL,2004)
(1) critério de referência.
*VMP = Valor Maximo permitido
** uH: Unidade Hazen(mg Pt-Co/L).
***UNT = Unidade Nefelométrica de Turbidez

3.3 PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS MÍNIMOS QUE DEVEM SER AVALIADOS


NA ÁGUA POTÁVEL UTILIZADA NA FARMÁCIA (BRASIL, 2007)

Segundo a RDC nº 67, de outubro de 2007, a água potável utilizada na


farmácia magistral deve ter sua qualidade monitorada periodicamente, de acordo
com a legislação em vigor. Os parâmetros físico-químicos mínimos que deverão ser
avaliados são:
 Odor: Ferreira (2010) afirma, que “a água em sua forma pura não
possui odor. Águas para consumo doméstico, processos industriais como alimento e
industria farmacêutica necessitam ser livres de odor”
Especificação para água potável: Não objetável (BRASIL, 2004).
19

 Cor Aparente: este termo define a cor verdadeira, que é a cor da água
da qual a turbidez tenha sido removida. O termo “cor aparente” inclui não apenas a
cor devido a substâncias presentes na solução, mas também devido a materiais em
suspensão. A cor aparente é determinada na amostra original sem filtração ou
centrifugação.
Especificação para água potável: Maximo 15 uH (BRASIL , 2004).
 pH : é a medida da concentração de íons H+ na água com o uso de um
pHmetro. O balanço dos íons hidrogênio e hidróxido (OH-) determina quão acida ou
básica ela é.
Segundo a Portaria MS 518/2004, o pH da água potável deve estar entre 6,0
e 9,5. Contudo, o ideal para uma melhor qualidade microbiológica é recomendável
que o pH esteja compreendido entre 6,0 e 8,3, alcançando no Máximo o valor de
8,5.
 Turbidez (Método Nefelométrico): Segundo Macedo (2007) “a
turbidez da água é decorrência da alteração da penetração da luz devido à presença
de partículas em suspensão (ex: plâncton, argilas, bactérias, poluição, etc.),
promovendo sua difusão e absorção”. A cor da água interfere negativamente na
medida da turbidez, devido a sua propriedade de absorver luz.
Especificação para água potável: Maximo de 5 UNT (BRASIL ,2004)
 Dureza: corresponde a presença de íons Ca+ e Mg+ na água formando
possíveis incrustações ou seja crostas por onde a água passar, como em caixas d‟
água, tubulações e torneiras (BRASIL, 2004).
 Cloro residual livre: compreende a parte de cloro adicionada à água
que não reagiu com agentes contaminantes ou com matéria orgânica. Este por sua
vez, se torna essencial para eliminar microorganismos nocivos. Sua presença é um
indicativo que a água que está sendo utilizada na farmácia recebe tratamento
correto, sendo considerado um dos parâmetros de potabilidade da água.
Especificação para água potável: mínimo de 0,2mg/L e no Maximo 2,0mg/L
(BRASIL , 2004).
 Sólidos totais dissolvidos (STD): corresponde ao peso total dos
constituintes minerais presente na água por unidade de volume. Estes materiais
passam pelos filtros, uma vez que se encontram dissolvidos. Dependendo da
quantidade de substancias dissolvidas na água, as propriedades físicas e químicas
20

da água sofrem alterações. Para a potabilidade da água o valor de sólidos


Dissolvidos Totais não deverá ser maior que 1000mg/L( BRASIL ,2004).

3.4 CONTROLE DE QUALIDADE MICROBIOLÓGICO DE ÁGUA POTÁVEL

De acordo com a Portaria MS nº 518/2004, a água potável deve estar em


conformidade com o padrão microbiológico descrito no quadro abaixo:

Tabela 3 Padrão microbiológico de potabilidade da água para consumo humano


Água Parâmetro Valor máximo permitido
Agua para consumo humano E. coli ou coliformes Ausência em 100 ml
termotolerantes
Água na saída do tratamento Coliformes totais Ausência em 100 ml
E.coli ou coliformes Ausência em 100 ml
termotolerantes
Coliformes totais 1) Sistemas que analisam 40 ou
mais amostras por mês:
Água tratada no sistema de - ausência em 100 mL em 95%
distribuição (reservatórios e das amostras examinadas
rede) 2) Sistemas que analisam
menos de 40 amostra poderá
apresentar mensalmente
resultado positivo em 100 mL

Fonte (BRASIL, 2004)


Nota: Em 20% das amostras mensais para análise de coliformes totais no sistema de distribuição,
deve ser efetuada a contagem de bactérias heterotróficas e, uma vez excedidas 500 unidades
formadoras de colônia (UFC) por mL, devem ser providenciadas imediata recoleta, inspeção local e,
se constatada irregularidade, outras providências cabíveis (BRASIL, 2004).

3.5 PARÂMETROS MICROBIOLÓGICOS QUE DEVEM SER AVALIADOS NA


ÁGUA POTÁVEL UTILIZADA NA FARMÁCIA

A água potável na farmácia magistral deve ter sua qualidade microbiológica


monitorada periodicamente de acordo com a legislação em vigor para as farmácias.
Os microorganismos pesquisados e as contagens máximas aceitáveis são:
21

 Contagem total de bactérias (bactérias heterotróficas, fungos


estreptococos): determinação da densidade de bactérias que são capazes de
produzir unidades formadoras de colônias (UFC), na presença de compostos
orgânicos contidos em meio de cultura apropriada, sob condições pré-estabelecidas
de incubação: 35,0 ± 0,5°C por 48 horas.
Especificação para água potável: a contagem total de bactérias
heterotróficas na água potável não deverá ser superior a 500 UFC/mL (BRASIL,
2004).
 Coliformes totais: compreendem as bactérias do grupo coliforme,
incluindo bacilos gram-negativos ou anaeróbios facultativos, não formadores de
esporos, oxidase-negativa, capazes de desenvolver na presença de sais biliares ou
agentes tensoativos que fermentam a lactose com produção de ácido, gás e aldeído
a 35,0 ± 0,5°C em 24-48 horas, e que podem apresentar atividade da enzima β –
galactosidase. Este grupo de microorganismos é composto por cerca de 20
espécies, dentre as quais se encontram tanto bactérias originárias do trato intestinal
de humanos como de outros animais de sangue quente. A maioria das bactérias do
grupo coliforme pertence aos gêneros Escherichia, Citrobacter, Klebsiella e
Enterobacter, embora vários outros gêneros e espécies pertençam ao grupo.
Especificação para água potável: ausência em 100 ml (BRASIL, 2004).
 Escherichia coli: a E. coli é uma bactéria do grupo coliforme que
fermenta a lactose e manitol, com produção de ácido e gás a 44,5 ± 0,2ºC em 24
horas, produz indol a partir do triptofano, oxidase negativa, não hidrolisa a uréia e
apresenta atividade das enzimas ß galactosidase e ß glucoronidase, sendo
considerada o mais específico indicador de contaminação fecal recente e de
eventual presença de organismos patogênicos.
Especificação para água potável: ausência em 100 mL (BRASIL, 2004).
 Coliformes termorresistentes (Coliformes fecais, Coliforme
termotolerantes): compreendem um subgrupo de bactérias do grupo coliforme que
fermentam a lactose a 44,5 ± 0,2ºC em 24 horas; tendo como principal representante
a Escherichia coli, de origem exclusivamente fecal. Os coliformes termorresistentes
distintos da E.coli podem ser provenientes de águas organicamente enriquecidas
(contaminadas) como, por exemplo, com efluentes industriais ou matérias vegetais e
solos em decomposição. Como os coliformes termorresistentes são detectados com
22

facilidade, eles podem desempenhar uma importante função secundária como


indicadores da eficácia dos processos de tratamento da água para bactérias fecais.
Especificação para água potável: ausência em 100mL (BRASIL, 2004).

4 ÁGUA PURIFICADA

Segundo a RDC nº 67, de outubro de 2007 que dispõe sobre Boas Práticas
de Manipulação de Preparações Magistrais e Oficinais para Uso Humano em
farmácias, no item 7.5, diz que a água utilizada na manipulação de produtos é
considerada matéria-prima produzida pela própria farmácia por purificação da água
potável, devendo as instalações e reservatórios serem devidamente protegidos para
evitar contaminação.
Além disso, no item 7.5.2, traz a definição de água purificada:
Água purificada: A água utilizada na manipulação deve ser obtida a
partir da água potável, tratada em um sistema que assegure a
obtenção da água com especificações farmacopéicas para água
purificada, ou de outros compêndios internacionais reconhecidos
pela ANVISA, conforme legislação vigente (BRASIL, 2007).

De acordo com Ferreira (2008) a água purificada é obtida por diferentes


processos, como a destilação, a deionização (troca iônica) ou a osmose reversa,
podendo ser empregada na preparação de formas farmacêuticas não estéreis.
É empregada também como excipiente na produção de formas
farmacêuticas que não seja de uso parenteral e em formulações magistrais,
contando que não haja nenhuma exigência de pureza superior no seu uso podendo
ser utilizada ainda na lavagem de material e diluições diversas (BRASIL, 2010).
Para Santo e Cruz (2008) a água purificada pode ser considerada uma das
matérias-primas mais importantes, pois é empregada diretamente na manipulação
de uma série de preparações e também em alguns tipos de lavagem de materiais
em que se emprega água purificada.
A qualidade da água purificada depende de uma serie de fatores como o
tipo de princípio utilizado para sua obtenção, a freqüência de manutenção e limpeza
do mesmo, bem como os procedimentos de armazenamento e distribuição desta
água produzida (SANTO e CRUZ, 2008).
Os procedimentos de obtenção da água purificada para Santo e Cruz (2008)
uma vez que não executados corretamente podem danificar suas características
23

comprometendo assim a qualidade final do produto. Sendo assim, para garantir total
qualidade deste produto é necessária uma apropriada seleção, instalação, operação
e, por fim, validação dos processos de purificação da água, bem como dos sistemas
de armazenagem e distribuição.
Santo e Cruz (2008) considera que, a água purificada deve ser obtida a
partir da água potável e tratada em um sistema que assegure a obtenção de uma
água de acordo com as especificações farmacopéicas.

4.1 DESTILAÇÃO

Para Ferreira (2008) a destilação consiste em um processo de purificação no


qual envolve mudanças de fases da água, passando inicialmente do estado líquido
para vapor (100ºC) e após este para o estado líquido novamente através de
condensação. Com este processo as impurezas permanecem na caldeira do
destilador devido ao ponto de ebulição superior a 100ºC.

Na opinião deste mesmo autor, este método de purificação da água potável


consegue eliminar com efetividade a maioria dos contaminantes biológicos
(microorganismos), mas não ocorre a remoção de íons sólidos dissolvidos presentes
nesta água.

4.2 DEIONIZAÇÃO

A água deionizada é obtida através de resinas iônicas sintéticas onde


permitem a troca seletiva de íons H+ ou OH- por cátions (Ca++, Mg++, Na+,etc) e
anions (Cl-,SO42-, HCO3-, sílica e NO3-) presentes como impurezas na água.
Normalmente utiliza-se uma resina catiônica e depois uma aniônica. Este processo
de purificação de água não elimina a matéria orgânica. Quando se comparada à
qualidade microbiológica da água deionizada com a destilada, verifica-se que a água
obtida por destilação apresenta uma qualidade superior a esta. (FERREIRA, 2008).

Segundo Ferreira (2008) a água deionizada é facilmente contaminável após


sua aquisição, não sendo, por este motivo, preconizado seu armazenamento. O
24

equipamento empregado para obtenção da água deionizada é o deionizador, este


por sua vez é composto por resinas catiônicas e aniônicas em cartuchos separados
ou de forma mista, podendo assim serem regenerados. Nesse caso a regeneração
das resinas catiônicas podem ser feitas com acido clorídrico ou sulfúrico (2 a 4%) e
as resinas aniônicas com solução de hidróxido de sódio (2 a10%). A eficiência deste
processo se da pela capacidade de retirar íons da água sendo avaliada por meio da
medida de condutividade.

4.3 OSMOSE REVERSA

De acordo com Ferreira (2008) osmose reversa é o processo pelo qual


produz uma água de alta pureza química e microbiológica uma vez que este
promove a obtenção da água purificada por passagem através de menbranas
semipermeável contra um gradiente de concentração por ação da pressão mecânica
exercida por uma bomba onde é removido com eficiência material particulado,
microorganismos, materiais orgânicos, material inorgânico dissolvido e material
insolúvel.

5 CONTROLE DE QUALIDADE DA ÁGUA PURIFICADA

A água purificada precisa ser analisada no mínimo mensalmente de acordo


com as especificações farmacopéicas,conforme mencionado da RDC67/07 no item
7.5.2.2 que diz:
Devem ser feitos testes físico-químicos e microbiológicos da água
purificada, no mínimo mensalmente, com o objetivo de monitorar o
processo de obtenção de água, podendo a farmácia terceirizá-la
(BRASIL, 2007).

5.1 COLETA DE AMOSTRA DE ÁGUA (LABORLAB, 2011)

 PRINCIPIO
Coletas de amostras de água para análises microbiológicas e físico-químicas
devem ser realizadas corretamente, para evitar desvios nos resultados de análises.
25

 SEGURANÇA
Atenção especial no manuseio com álcool e fogo.

 EQUIPAMENTOS E MATERIAIS NECESSÁRIOS


 Algodão
 Pinça metálica
 Álcool 70, 90 ou 92%
 Fósforo ou isqueiro

 PROCEDIMENTO
As amostras devem ser coletadas em frascos de vidro ou plástico de boca
larga, com tampa bem ajustada, capacidade de 125 a 150 ml, previamente
esterilizados ou saco plástico estéril, descartável, contendo pastilha de tiossulfato de
sódio. Os frascos não descartáveis para a coleta de águas cloradas devem receber,
antes de serem esterilizados, 0,1 ml (2 gotas) de tiossulfato de sódio a 10% onde
tem como finalidade preservar possíveis microorganismos presentes neste água.

 Roteiro para coleta


 Lavar as mãos com água e sabão;
 Limpar a torneira do usuário com um pedaço de algodão embebido em
álcool 70, 90, 92%;
 Abrir a torneira e deixar escorrer a água durante 1 ou 2 minutos;
 Fechar e flambar a torneira, utilizando uma pinça com algodão
embebido em álcool;
 Abrir novamente a torneira e deixar escorrer por mais 2 ou 3 minutos;
 Coletar a amostra de água;
 Encher acima da marca de 100ml (1ml para bactérias heterotróficas);
 Tampar o frasco ou fechar o saquinho plástico e Identificá-lo,
 Marcar o frasco ou saquinho com o número da amostra,
correspondente ao ponto de coleta;
 Preencher a ficha de identificação da amostra (protocolo de coleta),
anotando endereço, a hora e a data da coleta, o estado do tempo, o
nome do coletor e o teor de cloro livre no caso de águas tratadas, etc;
26

 Para análise físico-química, enxaguar três vezes com a própria água e


coletar em frasco limpo e seco de vidro ou plástico - 1000 ml;
 Colocar os 2 frascos de amostra na caixa de isopor com gelo;
 Lacrar, identificar e enviar a caixa para o laboratório;
Obs.: O tempo de coleta e o início de realização do exame não deve
exceder 24 horas;

 FASES DO PROCEDIMENTO

1- 2- 3- 4- 5- 6-

7- 8- 9- 10- 11- 12-

Figura 1 Fases do procedimento para coleta de água para analise


Fonte: (LaborLab,analise e consultoria técnica)

 ANOMALIAS
Em caso de qualquer problema na coleta ou transporte da amostra, o
material deve ser descartado e outra coleta deve ser providenciada.

5.2 ENSAIO DE PUREZA EM ÁGUA PURIFICADA (LABORLAB, 2011)

 PRINCÍPIO
Fundamenta-se em certificar as características da água deionizada ou
destilada através de ensaios de presença ou ausência de íons, sais, metais
pesados, pH, e outras substâncias como amônia e gás carbônico.
A água destilada é obtida a partir da destilação da água potável. A água
deionizada é obtida pela passagem de um trocador de íons.
27

 SEGURANÇA
Utilizar avental, luvas e óculos, apropriados para trabalho em laboratório
Químico.

 RESULTADOS ESPERADOS
Verificar a pureza da água destilada ou deionizada de acordo com a
Farmacopéia Brasileira.

 EQUIPAMENTOS
 Balança Analítica;
 Placa Aquecedora ou Bico de Bunsen;
 Estufa de secagem.

 VIDRARIAS, UTENSÍLIOS E OUTROS


 Cadinho de porcelana ou cápsula de evaporação;
 Erlenmeyers
 Pipetas volumétricas de 10 e 1mL;
 Proveta de 100mL;
 Proveta de rolha esmerilhada;
 Tubos de ensaio;

 REAGENTES
 Solução tampão 7;
 Solução tampão 4;
 Solução padrão de condutividade 1412 S;
 Reagente de Nessler (Iodomercurato de potássio alcalino);
 Oxalato de amônio;
 Ácido nítrico 2N;
 Nitrato de prata 0,1N;
 Solução de Cloreto de bário;
 Solução indicadora de Vermelho de metila;
 Solução indicadora de Azul de bromotimol;
 Solução de Hidróxido de cálcio 0,14g por cento;
28

 Solução de ácido acético glacial cerca de 2M;


 Sulfeto de sódio

 PROCEDIMENTO

 Análise de pH
 Ajustar o pHmetro com as soluções tampão com pH 4 e 7.
 Medir o pH da amostra.
Obs.: Faixa padrão de pH: 5 – 7.

 Análise de condutividade
 Ajustar o condutivímetro com solução padrão de 1412 S.
 Medir a condutividade da amostra.
Obs.: Faixa padrão de condutividade: 0 – 5 S.

 Ensaio para Acidez


 À 10mL de amostra, num tubo de ensaio, adicionar 2 gts de
solução indicadora de vermelho de metila. O líquido não deve
envermelhecer.

 Ensaio para Alcalinidade


 À 10mL de amostra, num tubo de ensaio, adicionar 5 gts de
solução indicadora de azul de bromotimol. O líquido não deve azulecer.

 Ensaio para Amônia


 À 10mL de amostra, num tubo de ensaio, adicionar 0,1mL de
reagente de Nessler. Agitar. A amostra não deve produzir-se senão
coloração levemente amarela.

 Ensaio para Cálcio


 À 10mL de amostra, num tubo de ensaio, adicionar 0,2mL de
oxalato de amônio. Agitar. Não deve produzir turvação nem
opalescência.
29

 Ensaio para Cloretos


 À 10mL de amostra, num tubo de ensaio, adicionar 2 gts de
solução de ácido nítrico 2N, Agitar. Adicionar 0,2mL de solução de
nitrato de prata. Não deve produzir turvação nem opalescência.
 Ensaio para Dióxido de Carbono
 À 25 mL de amostra, numa proveta de rolha esmerilhada,
adicione 25mL de solução de Hidróxido de Cálcio. Tampe a proveta.
Agitar. A mistura deverá permanecer límpida.

 Ensaio para Metais pesados


 Á 40mL de amostra, num erlenmeyer, adicionar 2mL de ácido
acético glacial, Adicionar 1 gota de sulfeto de hidrogênio. Não deve
ocorrer alteração.

 Ensaio para Sulfato


 À 100mL da amostra, num erlenmeyer, adicionar 1mL de
solução de Cloreto de bário. A mistura deverá permanecer límpida.

 Resíduo pela Evaporação


 Evapore em banho- maria 100mL da amostra até secura e
seque o resíduo à 105ºC por 1 hora. A quantidade de resíduo deverá
ser menor que 0,001g/100mL.

 Cálculos
R.S em g/100mL = P2 – P1

Onde:
P1 = massa do cadinho em gramas;
P 2 = massa do cadinho após a secagem da amostra em gramas.
30

5.3 ENSAIOS EXIGIDOS NAS MONOGRAFIAS E COMPÊNDIOS OFICIAIS


(LABORLAB, 2011)

Tabela 4 Laudo de análise de água purificada


Natureza da amostra: Destilação
TESTE QUALITATIVOS
PARÂMETROS REAGENTES
Acidez (H)+ Vermelho de metila
Alcalinidade (OH)- Azul de bromotimol
Amônia (NH3) Reagente de Nessler
Cálcio (Ca)-2 Oxalato de amônio
Metais pesados Sulfeto de hidrogênio – pH ácido
Cloreto (Cl)- Nitrato de prata em meio ácido
Sulfato (SO4)-2 Cloreto de bário
Dióxido de Carbono (CO2) Hidróxido de cálcio

ANÁLISES FISICOQUÍMICAS
PARÂMETROS METODOLOGIA
Condutividade ( uS/cm) Condutividade elétrica
Ph Potenciometria
Resíduo da Evaporação Gravimetria (105ºC)

ANÁLISES MICROBIOLÓGICAS
PARÂMETROS METODOLOGIA
Bactérias Heterotróficas ( UFC/ml) Plate count Agar
Coliformes Totais Substrato Cromogênico
Coliformes Termotolerantes Substrato Cromogênico
Fonte : (LaborLab,analise e consultoria técnica)

5.4 VERIFICAÇÃO PERIÓDICA DA ÁGUA PURIFICADA

 VALIDADE
A RDC 67/07 estipula o prazo de validade da água em 24 (vinte e quatro)
horas conforme descrito no item 7.5.2.5 que diz “a água purificada deve ser
armazenada por um período inferior de 24 horas e em condições que garantam a
31

manutenção de qualidade da mesma, incluindo a sanitização dos recipientes a cada


troca de água”.

 AÇÃO CORRETIVA
A RDC 67/07 no item 7.5.2.4 menciona “a farmácia deve estabelecer,
registrar e avaliar a efetividade das medidas adotadas, por meio de uma NOVA
ANÁLISE, em caso de resultado de analise insatisfatório da água purificada”.
A RDC 67/07 é clara e a não conformidade (físico-químico ou
microbiológico) será necessário fazer uma nova análise, ou seja, devem ser
realizados todos os testes novamente. Lembrando também que não basta à
farmácia encaminhar uma amostra para uma nova análise, é obrigatório realizar o
registro e avaliação das tomadas de decisão para a correção da não conformidade.

 REGISTROS
Partindo-se do principio de que a água utilizada na manipulação de produtos
é considerada matéria-prima produzida pela própria farmácia por purificação da
água potável, é obrigatório o registro da limpeza e manutenção do equipamento da
água purificada segundo RDC nº67/07 no item 7.5.2.1 que menciona “deve haver
procedimentos escritos para limpeza e manutenção do sistema de purificação da
água com os devidos registros” (ANVISA, 2007).
Através destes registros é possível realizar o rastreamento, visando à
averiguação de uma não conformidade. As tabelas a seguir representam um modelo
de registro de limpeza e um modelo de registro de manutenção.

Tabela 5 Modelo de ficha para registros de limpeza


FICHA DE REGISTRO DE LIMPEZA
Marca do equipamento:
Data Produto empregado Observações Visto de responsável

Fonte (FERREIRA, 2000)


32

Tabela 6 Modelo de ficha para registros de manutenção


FICHA DE REGISTRO DE MANUTENÇÃO
Marca do equipamento:
Data Manutenção realizada Observações Visto de responsável

Fonte (FERREIRA, 2000)

 AVALIAÇÃO PERIÓDICA

Algumas farmácias antes de utilizar a água purificada possuem o habito de


avaliar a qualidade a qual o equipamento está produzindo a água, para isso são
feitos dois testes básicos que são pH e condutividade, que se registrados
periodicamente apresentarão um histórico da eficiência do equipamento. Abaixo
segue um modelo de registro da avaliação periódica da água purificada produzida.

Tabela 7 Modelo de ficha para registros da avaliação periódica da água purificada produzida
REGISTRO DA VERIFICACAO PERIÓDICA DA ÁGUA PURIFICADA
Data Condutividade(us/cm) pH Observações Visto do responsável

Fonte (FERREIRA, 2000).


33

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com os estudos realizados através de uma boa revisão bibliográfica conclui-


se que dentre todos os processo de obtenção de água purificada descrito neste
trabalho o que mais se destaca por fornecer uma água de alta pureza química e
microbiológica livre de contaminantes é a partir do purificador osmose reversa,
porém não é o método mais utilizado uma vez que o seu custo é superior aos
demais. O processo de destilação consegue eliminar microorganismos não
ocorrendo a eliminação de íons dissolvidos na água potável. O processo de
deionização elimina íons e não matéria orgânica sendo assim facilmente
contaminável. A água purificada obtida pelo processo de osmose reversa se
processa através de passagem por membranas semipermeáveis removendo com
eficiência material particulado, microorganismos, materiais orgânicos e inorgânico e
material insolúvel, com isso torna-se fácil a aprovação da mesma após realização
de um rigoroso controle de qualidade de acordo com as especificações
farmacopéicas utilizadas em farmácia com manipulação.
34

REFERÊNCIAS

- BRASIL.RESOLUÇÃO-RDC nº67 de outubro de 2007: Dispõe sobre Boas Praticas


de Manipulação de Preparações Magistrais e Oficinais para Uso Humano em
farmácias. Brasília: ANVISA, 2007.

- BRASIL. SVS/MS. Portaria nº 518 de 25 de março de 2004: Estabelece os


procedimentos e responsabilidades relativas ao controle e vigilância da qualidade da
água para consumo humano e seu padrão de potabilidade, e dá outras providências.
Brasília: SVS/MS, 2004.

- BRASIL. Farmacopéia Brasileira Volume 2 / Agência Nacional de Vigilância


Sanitária. Brasília: Fiocruz, 2010.

- FERREIRA, A.O. Guia Prático de Farmácia Magistral: Juiz de Fora: Laboratório


Ortofarma Controle de Qualidade, 2000.

- FERREIRA, A.O. Guia Prático de Farmácia Magistral Volume 1. 3ª ed. São


Paulo: Pharmabooks, 2008.

-FERREIRA, A.O. Água na farmácia. Disponível em:


http://magistralfarma.blogspot.com/. Acesso em 20 mai. 2011.

- MACEDO,J.A.B. Águas & Águas. 3ª ed. Juiz de Fora: editado pelo autor, 2007.

- SANTOS,K.A ; CRUZ,E.A. Sistema de Geração e distribuição da água


purificada na industria farmacêutica. Fármacos e Medicamentos, nº 50,
Jan/Fev,2008.p.34-42.

- TROLEZI,L.M. Análises e Consultoria Técnica: Votuporanga : Laborlab, 2011.

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