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O presente texto busca abordar a o conceito de suicídio, assim como seus conceitos correlatos,
como intenção, ideação suicida, tentativa de suicídio, instinto, motivação, vontade, necessidade,
impulso, etc. Ao longo do texto, são expostas diferentes formas de abordagem a esse tema,
proporcionando ao leitor, assim, a visão de que ainda se carece um concesso conceitual nessa área de
pesquisa. Devido à brevidade desta presente resenha, irei comentar apenas em 2 tópicos trazidos no
Um dos pontos é sobre a origem do comportamento suicida, que possui diferentes fatores. Se
saber e, no momento que estamos lidando com um indivíduo que pode se matar caso não consigamos
ver amplamente todos os fatores de seu sofrimento, essa necessidade se faz mais urgente ainda.
Felizmente, essa perspectiva é consoante em relação à atual visão da Política de Saúde Mental no
apesar dessas perspectivas terem sido conquistadas legislativamente nas últimas décadas, ainda
existirá, por um bom tempo, um legado sócio-histórico de antigas visões reducionistas que ainda
questão biológica de uma doença, perspectiva inaugurada por Pinel, ao desacorrentar os loucos.
Vemos isso nas mídias, nas conversas no dia-a-dia, e até dentro dos serviços do CAPS. Digo isso por
experiência própria, em um grupo de escuta que participo no CAPS II Paranoá. Os próprios usuários
usuários sempre falando de seu sofrimento como apenas uma doença, não vendo os outros fatores.
Assim sendo, acredito necessária a pontuação de que, mesmo com a proposição neste texto e com as
conquistas político-legislativas no sentido de uma visão multidimensional do sofrimento, se faz
necessária uma luta constante no dia-a-dia para alterar o tecido social construído durante de séculos.
existência de uma baixa tolerância e aceitação do sofrimento, o que acaba por interferir na própria
regulação emocional, causando um sentimento de falta de controle, algo muito como em pessoas com
aonde, no outro lado da mesma moeda, é evitada a conversa e, se quer, a ponderação sobre a morte e
sofrimento. Através da ótica evolucionista, também enxerga-se uma predisposição genética da espécie
para tanto, aonde a busca a qualquer custo por prazer, e a fuga de estímulos desagradáveis, garantiu a
recursos cognitivos e emocionais em relação a alguns aspectos da vida. O que entendo por serem tais
recursos cognitivos e emocionais? O bem-estar é uma busca primordial do ser humano, porém,
conforme Wallace & Shapiro (2006), quando o baseamos apenas na busca incessante por eventos e
estímulos prazerosos, e fuga dos desagradáveis, estaremos bastante suscetíveis à ansiedade e ao medo,
devido ao fato de, fatalmente, tais objetos desaparecerem ou surgirem, respectivamente. Sendo assim,
apesar de ser extremamente saudável viver os prazeres da vida, e evitar a dor, não devemos basear
nosso bem-estar nisso: se faz necessário o reconhecimento da transitoriedade de eventos da vida, para
desenvolvermos uma melhor resiliência a eventos estressores, como ressaltado em Meleiro e Bahls
(2004). Dessa forma, almeja-se uma visão de mais contentamento em relação a vida, através do
cultivo de uma mente balanceada, conforme melhor explicitado em Wallace & Shapiro (2006).
Referências:
Meleiro, A. M. A. S., & Bahls, S. C. (2004). O comportamento suicida. Meleiro A., Teng.C.T., &
Wang Y.P., (org). Suicídio: estudos fundamentais. São Paulo: Segmento Farma Editores, 13-36.
Viana, T. D. C., Diniz, G. S., Costa, L. F., & Loyola, V. M. Z. (org). Psicologia clínica e cultura
Wallace, B. A., & Shapiro, S. L. (2006). Mental balance and well-being: building bridges between