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3 Passos Para Entender Qualquer Demonstrativo de

Resultados
Postado em 28 de maio de 2015, por Diego Wawrzeniak.
O Demonstrativo de Resultados é uma peça fundamental nas demonstrações financeiras
de qualquer empresa. E evidentemente, entender o que está sendo mostrado nestas
demonstrações contábeis é fundamental para saber o que está se passando com a
empresa.

Se na hora de analisar os resultados, você ainda tem dúvidas ou não sabe nem por onde
começar, fique tranquilo porque com este artigo você vai entender tudo o que precisa
saber para tomar a decisão correta na hora de investir.

1. Entenda o que o Demonstrativo de Resultado tem


de especial

Antes de entrarmos na questão de como analisa-lo, é importante entender o que esta


demonstração financeira tem de especial em relação as outras, como o Balanço
Patrimonial e o Demonstrativo de Fluxo de Caixa.

Para começo de conversa, o Balanço Patrimonial é uma foto e o Demonstrativo de


Resultado e um filme. Isso porque o balanço patrimonial mostra o valor dos ativos e dos
passivos que a empresa tinha em determinada data. Já o demonstrativo de resultado, por
sua vez, mostra o que aconteceu com a empresa entre estas duas datas: onde ela
ganhou, onde perdeu e onde gastou.

Ficaria muito difícil entender as mudanças no Balanço Patrimonial se não tivéssemos as


informações apresentadas no demonstrativo de resultados do exercício (DRE).

Um exemplo extremamente básico de um DRE seria:

Receita:

-> + R$ 100 (venda de bolos)

Despesas:

-> – R$ 45 (ingredientes)

Resultado:

-> + R$ 55

Claro que em uma empresa, cuja as atividades e despesas vão muito além de bolos e
ingredientes, o DRE também fica consideravelmente mais complexo. No entanto, a lógica
não é diferente disso: no topo o dinheiro que entrou, no meio o dinheiro que saiu e no
final o dinheiro que sobrou. Nada mais complexo do que a matemática que aprendemos
no primário!

2. Entenda o funcionamento do DRE na prática


Agora vejamos um exemplo de DRE que você pode acessar gratuitamente em nosso Guia
de Empresas da Bovespa:

Como você pode ver, não há muita complicação por aqui também. No topo do DRE temos
a Receita Total (i) da empresa durante o ano, e logo abaixo tiramos os Custos Para
Produzir (ii) os bens e serviços vendidos, e encontramos o Resultado Bruto (iii).

No entanto, ainda existem outras receitas e despesas para serem incluídas nesta conta. A
próxima despesa são as Despesas Operacionais (iv), ou seja, todos os custos que não
estão diretamente relacionados com a produção dos bens e serviços vendido, porém
forma necessários para que a empresa funcionasse. Alguns exemplos seriam aluguel de
imóveis para escritórios, outras despesas administrativas, etc.

Uma vez deduzidas as despesas operacionais, ficamos com o Resultado antes do


resultado financeiro e dos tributos (v), que são importantes por mostrar o verdadeiro
desempenho das atividades principais da empresa. Imagine que uma construtora deveria
ter lucro principalmente pela construção de empreendimentos e não pelos seus
investimentos financeiros. Esta linha mostra se a empresa foi bem sucedida em sua
atividade principal.

Após isso são retirados e adicionados as receitas e despesas não operacionais, como
resultado financeiro e tributos, chegando a última linha, que mostra o valor total do
resultado da empresa no período. Se for positivo a empresa teve lucro, se for negativo, a
empresa teve prejuízo.

Está fácil, você não acha?

Então vamos aprender a analisar melhor um DRE.

3. Entenda como analisar o desempenho da


empresa pelo DRE
A. Análise Horizontal

A análise horizontal é muito útil para identificarmos as variações nos DREs de uma
empresa ao longo do tempo. Ela é feita para comparar DREs de períodos diferentes e
identificar quais contas aumentaram e quais diminuíram:

Nesta análise as contas dos anos anteriores foram divididas pelo valor da conta de 2012,
encontrando assim a % que os anos anteriores representaram em relação ao ano base.

Um exemplo:

Perceba que as vendas totais de 2010 representam somente 39% das vendas de 2012, o
que é um belo aumento! Porém, veja que apesar de o lucro ter aumentado também, não
foi na mesma proporção, já que o lucro do exercício em 2010 foi equivalente a 65% do
lucro de 2012.

Este tipo de entendimento só é possível através da análise horizontal, uma vez que ela
permite comparar os valores em bases iguais e acompanhar sua evolução.

B. Análise Vertical

Se a análise horizontal nos permite comparar a evolução de um ano para o outro, a análise
vertical permite comparar a evolução entre uma linha e outra do DRE:
Um exemplo:

Perceba como esta análise complementa a nossa percepção na análise horizontal;


realmente a margem de lucro da empresa diminui, apesar de seus lucros terem
aumentado. A margem de lucro é a divisão do resultado do exercício pela receita total.
Veja que:

 em 2010 foi de 23%,


 em 2011 foi de 22% e
 em 2012 foi de 13%

Uma queda constante, que nos levaria a tentar entender o que aconteceu para que a
margem da empresa caísse tanto em tão pouco tempo e se essa é uma tendência que irá
continuar.

Agora é sua vez!

Agora que você já entendeu como é fácil entender e analisar um Demonstrativo de


Resultados, agora é a sua vez de faze-lo!

Procure por um DRE, seja aqui no Guia de Empresas do Bússola, ou no site de RI de


alguma empresa listada na Bovespa e procure entender o que está acontecendo com a
empresa com base nas informações que você conseguir tirar do DRE.

Qualquer dúvida ou comentário, é só escrever aqui em baixo. E se gostou do artigo,


compartilha-lo é uma ótima maneira de agradecer :)
5 Sinais de Que Uma Empresa Está Falindo
Postado em 26 de março de 201527 de março de 2015, por Diego Wawrzeniak.

Na bolsa de valores, saber escolher as empresas que têm potencial é tão importante quanto saber

descobrir qual empresa está falindo. Além de obviamente evitar comprar ações destas empresas,

você também pode apostar contra elas, ficando short (comprando opções de venda) nas ações desta

companhia e lucrando com a queda de preço.


No entanto, apesar de ser muito fácil identificar algumas empresas que não estão indo bem, as não

tão fáceis de identificar são as que trazem os maiores lucros para quem aposta contra.

O objetivo desse artigo é apresentar 5 ferramentas para que você possa medir se uma empresa está

entrando em dificuldades financeiras.

1. Empresa Não Está Gerando Caixa

Muita gente não sabe, mas mesmo uma empresa que reporta altos lucros em seu balanço pode estar

com dificuldades financeiras.

Isso porque uma coisa é o lucro calculado no período, outra é a quantidade de caixa líquido que a

empresa gerou. Em outras palavras, na maioria das vezes lucro não é igual a quantidade de dinheiro

que entrou na empresa durante aquele período.

Isso porque a maioria das empresas realiza vendas a prazo, e apesar do lucro ter sido referente as

vendas de um trimestre, o pagamento pela mercadoria pode vir somente nos próximos trimestres.

Um exemplo:
A empresa X reportou R$ 5 milhões de lucro no 1º trimestre, mas obteve somente R$ 1 milhão de

caixa líquido neste mesmo período, já que os outros R$ 4 milhões são de vendas a prazo, que serão

pagas ao longo do ano.

Agora imagine que a empresa precisou de R$ 3 milhões para pagar os custos das mercadorias

vendidas no trimestre. Neste caso a empresa teve que se endividar em R$ 2 milhões para poder

honrar estas contas.

Então mesmo tendo um lucro milionário, no final das contas esta empresa teve que se endividar para

poder continuar co suas operações.

É normal que eventualmente uma empresa passe por esta situação, afinal pode ser algo temporário

até que as vendas terminem de ser pagas e todo o dinheiro entre no caixa da empresa, porém caso

isso torne-se uma rotina no balanço da empresa por vários trimestres seguidos, é um péssimo sinal!
Para entender quanto a empresa está gerando de caixa líquido em cada trimestre, procure pelo

Demonstrativo de Fluxo de Caixa no balanço da empresa. Todas as empresas listadas na bolsa são

obrigadas a reportar estas informações trimestralmente.

Procure entender:

 Quanto a empresa tem em caixa este ano versus o ano anterior.

 Qual o histórico do fluxo de caixa líquido gerado nos últimos anos.

2. Empresa Não Consegue Nem Pagar os Juros

É normal e até saudável que todas as empresas tenham dívidas, no entanto é fundamental que a

empresa gere dinheiro o suficiente para pagar ao menos os juros de sua dívida. Caso contrário

contrário o saldo devedor começa a aumentar mês após mês, podendo fugir do controle e levar a

empresa a falência.

Um exemplo:

Imagine que a empresa tenha uma dívida de R$ 100 milhões e que os juros sejam de 1% ao mês.

Para que esta dívida não fuja de controle, o mínimo que a empresa precise gerar de caixa é os R$ 1

milhão referente aos juros mensais da dívida.

Todas as empresas reportam quanto gastam com juros em seu Demonstrativo de Resultados. O que

queremos ver aqui é uma empresa saudável que gere mais caixa do que é gasto com juros, caso

contrário, é um mal sinal.

O indicador de Liquidez Corrente (Current Ratio) tem como objetivo determinar se a empresa pode

cumprir com suas obrigações de curto prazo. Ele é calculado dividindo o total de Ativos Correntes

pelo total de Passivo Corrente.

Liquidez Corrente = Ativo Corrente / Passivo Corrente


Um resultado maior que 1 indica que a empresa tem boas condições de honrar com suas dívidas de

curto prazo. No entanto, um indicador inferior a 1 mostra que a empresa pode ter problemas

financeiros no futuro próximo.

3. Empresa Trocou de Auditores

Todas as empresas listadas na bolsa são obrigadas a terem seus balanços auditados por empresas

independentes que confirmam a validade dos dados divulgados. Após feita a auditoria (validação das

contas) os auditores emitem um parecer dizendo o que acharam dos dados apresentados.

É normal que de tempos em tempos (5 em 5 anos, por exemplo) as empresa troquem de auditores.

No entanto, uma troca súbita sem uma boa margem de aviso prévio aos investidores, é um sinal de

que a empresa pode estar praticando manipulações em suas demonstrações financeiras para parecer

mais saudável do que está.

Também é um mal sinal caso a empresa de auditoria manifeste alguma preocupação com a validade

dos dados apresentados pela empresa. Todos estes cenários são consequência de uma empresa que

está mal financeiramente e está tentando manipular suas demonstrações financeiras para enganar os

investidores.
Apesar de parecer algo inusitado de acontecer, recentemente pudemos observar esta pratica nas

contas da Petrobrás, antes mesmo de todo o escândalo ser revelado.

4. Empresa Reduziu o Pagamento de Dividendos

Também é normal que ocasionalmente as empresas reduzam o valor dos dividendos pagos aos seus

acionistas, porém as causas deste acontecimento precisam sempre serem investigadas.

No melhor dos casos, a empresa está precisando de caixa para investir em um novo projeto ou

realizar uma aquisição para expandir ainda mais seus negócios. No entanto, também pode estar

ocorrendo algum dos itens abaixo:

a. Redução da margem de lucro nos produtos da empresa.

b. Relação Dividendos / Preço muito alta se comparada aos competidores.

c. Fluxo de caixa negativo

5. Gestores Estão Abandonando a Empresa


Quando uma empresa está enfrentando tempos difíceis, é comum que pessoas do alto escalão de

gestão (como diretores e presidentes) resolvam “buscar novos desafios” e saiam da empresa. Com

isso muitas pessoas que estavam mais abaixo hierarquicamente são promovidas.

Lembre-se que as empresas são geridas por pessoas como eu e você, e que em tempos difíceis muitas

acabam preferindo garantir um emprego do que salvar a companhia.

Hora de investir!

Agora que você já conhece técnicas para identificar as empresas que não estão prosperando, a

melhor maneira de aprender é coloca-las em prática. Acesse aqui o Guia de Empresas do Bússola do

Investidor e procure por empresas que estão dando sinais de más condições financeiras.

E se achar que ficou faltando algo, escreva nos comentários aqui em baixo
Demonstrações financeiras são relatórios contábeis que informam sobre a situação
das finanças de uma empresa, que além de ajudarem a organizar o orçamento,
auxiliam nas tomadas de decisão.

Com base nelas, é possível realizar a apuração dos impostos, controlar o fluxo de caixa,
realizar melhores investimentos e conseguir gerenciar melhor todos os aspectos do
negócio.

Quer entender um pouco melhor o que são e por que são tão importantes? Continue
lendo o nosso artigo.

Qual a importância das demonstrações financeiras?


Por meio das demonstrações financeiras de uma empresa, a equipe financeira, um novo
investidor ou os sócios podem tomar suas decisões de uma maneira muito mais segura.
São elas que possibilitam, por exemplo, que sua organização consiga aprovar um
financiamento, pois elas descriminam os recursos disponíveis em caixa e as condições
de se arcar com as dívidas.

Essas demonstrações mostram quais são os gastos, o retorno sobre investimentos, os


faturamentos previstos e uma análise da saúde financeira de uma maneira completa.
Assim, existem quatro tipos diferentes: o Balanço Patrimonial, a Demonstração de
Resultados do Exercício (DRE), o Fluxo de Caixa e a Demonstração do Valor
Adicionado, além do complemento das Notas Explicativas.

Quais os tipos de demonstrações financeiras?

Balanço Patrimonial
O balanço é a principal demonstração financeira de uma empresa e trata-se de um
relatório contábil que segue a legislação vigente. Por meio dele, o negócio consegue
mostrar como está o seu patrimônio, detalhando a posição financeira atual da empresa.
Ele pode ser realizado em qualquer época do ano – sendo mais comum no final dele –
para realizar o acompanhamento de janeiro a dezembro.
Dessa forma, visa-se equilibrar o patrimônio, analisando os ativos, os passivos e o
patrimônio líquido. Em outras palavras, serão verificados todos os itens capazes de
gerar benefícios econômicos, como é o caso das aplicações e quais as obrigações com
terceiros que deverão ser liquidadas.

No Balanço Patrimonial, existem duas colunas: ativo e passivo. No ativo, ficam


descriminados os direitos e os bens de uma organização, ou seja, tudo o que de alguma
forma gera valor para a empresa — o estoque é um bom exemplo. Já no passivo ficam
todas as obrigações que uma empresa tem, ou seja, os valores que deverá pagar — como
os serviços de fornecedores.

O resultado da diferença entre o ativo e o passivo é o chamado patrimônio líquido.


Quando o ativo é positivo, a empresa tem como arcar com as suas dívidas. Quando o
oposto ocorre, chamamos de passivo a descoberto, indicando que o valor devido é maior
do que os seus bens.

Demonstração de Resultados do Exercício (DRE)


A DRE está entre as obrigações de maior importância para as empresas. Com ela, os
gestores conseguem tomar as suas decisões estratégicas mais facilmente ao unirem as
informações sobre as finanças, ou seja, analisarem se as contas serão positivas ou
negativas.

Portanto, a Demonstração de Resultados do Exercício visa, principalmente, reunir todas


as informações financeiras da empresa, mostrando o resultado do exercício líquido, que
apresenta o lucro ou o prejuízo da operação. Dentro disso, estão incluídas todas as
receitas da empresa, como custos e despesas.

Para que tenha maior efetividade dos resultados, ela deve ser elaborada considerando
um período determinado, sendo mais usual a realização anual para se ter um balanço.
Isso não quer dizer que não possa ser realizada em outros momentos e, sempre que
necessário, poderá ser utilizada.

Fluxo de Caixa
O fluxo de caixa nada mais é do que um relatório para análise da empresa, que mostra
sua posição financeira dentro de um determinado período, que pode ser diário, semanal,
mensal ou anual. Por meio dele, é possível saber o quanto entrou e saiu de dinheiro no
período específico, analisando to caixa, as aplicações financeiras e as contas bancárias.
Ainda é possível verificar qual foi o resultado da empresa em cada uma de suas
movimentações financeiras. Assim, é possível saber exatamente onde tais recursos
foram aplicados e quais as suas origens, tendo melhor controle sobre o fluxo financeiro.

Sabendo exatamente onde o dinheiro está sendo empregado, pode-se fazer um


planejamento mais preciso sobre os recursos disponíveis e necessários para cada
movimentação financeira. Assim, as finanças ficam mais organizadas e atrasos com
pagamentos devido à falta de recursos são evitados.

Com base nessa demonstração, ainda é possível que o gestor tome uma decisão acertada
sobre quais aplicações são mais vantajosas e o retorno que essas lhe darão a fim de que
faça o planejamento financeiro acertado ao traçar as metas empresariais.

Demonstração do Valor Adicionado (DVA)


Por meio da Demonstração do Valor Adicionado, pode-se saber quais foram as riquezas
geradas em determinado período de movimentação da empresa.

Com base nela, é possível saber como foi o papel da empresa na geração de riquezas ao
analisar de que forma contribuiu para o desempenho social e com a economia de forma
geral. Ele compara os valores de entradas e saídas, assim como as demais
demonstrações financeiras, mas toma como base o princípio de responsabilidade social,
medindo o quanto essa riqueza esteve relacionada ao bem social.

Aqui, não importa apenas qual o lucro da empresa, mas se ele esteve ligado de maneira
positiva a causas sociais. Por exemplo, se a empresa contratou mão de obra da
comunidade da qual faz parte ou até mesmo se o seu negócio está contribuindo para o
desenvolvimento econômico do país ou do município.

Notas explicativas
As notas explicativas servem para esclarecer sobre a situação patrimonial, visando
complementar as demonstrações contábeis que podem não ter ficado claras. Ela também
vai:

 Informar sobre práticas contábeis que foram aplicadas na empresa;

 Completar informações que são exigidas pelas práticas contábeis adotadas no Brasil e
que não foram demonstradas;

 Incluir informações financeiras relevantes;


 Indicar os critérios de avaliação patrimonial;

 Apontar investimentos em outras sociedades;

 Expôr garantias das obrigações de longo prazo;

 Explicitar ajustes de exercícios anteriores.

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