O período Vargas foi marcado por uma forte centralização dos poderes do
Estado, houve uma homogeneização dos poderes e personificação do Estado.
Esse seria o caráter da nova república, de certa forma reorganizando o que foi constituído pela República Velha, e essa nomeação sendo justamente um mecanismo de afirmação do poder, demonstrando um caráter de superação, pois agora há um Estado Novo em superação ao ultrapassado.
Em um mesmo período político coexistem várias instâncias de poder que
precisão ser remodeladas e resignificadas para que seja legitimada uma nova época, uma nova fase do governo brasileiro. Os preceitos de branqueamento, mestiçagem e outros, são suscitados no Estado Novo como ferramentas para a formação da identidade nacional: sendo uma sociedade misturada, formada por diversas etnias. Os ideólogos do Estado novo ocupam uma posição estratégica e decisiva no que diz respeito ao rompimento com o passado – oligárquico, europizante e culturalmente distante do povo brasileiro – e também na construção de um sentimento cívico e de pertencimento a nação brasileira.
A formação do Estado novo contou com estratégias de centralização dos
poderes do Estado, com a ampliação dos poderes presidenciais, agora Vargas poderia intervir nos poderes legislativo e judiciário. A construção da imagem do presidente Vargas foi algo de estrema importância para também o controle social, Vargas era tido como carismático, próximo ao povo e sensível a causa dos trabalhadores. O governo assim tomou uma orientação populista. Assim será implantada as políticas de massas, para exercer controle sobre as mesmas, um controle social através da presença de um Estado Forte e centralizado. A tomada de governo de Vargas tem como uma de suas justificativas a de conter a ameaça do comunismo no país. Intervisse
Entre os órgãos criados pelo governo Vargas, tem o DIP, Departamento de
Imprensa e Propaganda, este era responsável pelo controle dos meios de comunicação da época e também de propagar uma imagem positiva do governo. Assim as principais questões em relação ao Estado Novo giram em torno da propaganda política e repressão a opositores, bem como um forte controle sobre as informações que circulavam, a repressão focava no meio social e cultural. O Estado provia alguns “direitos” a população como meio de controle social, por legislação trabalhista por exemplo, sendo algo que era garantido apenas se aliado ao sindicato, e esse tendo um líder aliado ao Estado, exercendo o papel de controle sobre essa parcela da população.
Em suma, a instauração do Estado Novo em 1937, o levante integralista em 1938
e o desenrolar da Segunda Guerra Mundial reforçaram a tendência à criminalização de toda e qualquer dissidência política em relação ao governo. O Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), criado em 1939, exercia o controle ideológico da Nação através da censura total aos meios de comunicação, da publicidade do governo e do controle sobre a opinião pública. Juntaram-se assim aos comunistas, como alvo das ações repressivas, os integralistas e os "estrangeiros nocivos", considerados difusores de "ideologias exóticas". A identidade nacional vai sendo trabalhada de acordo com os interesses do Estado, a imagem de Vargas. A propaganda política exercida por via de produção cultural, buscava no apoio das massas a sustentação da política varguista, criando assim um imaginário político popular do governo brasileiro. A repressão da polícia política da ditadura estadonovista foi responsável pela prisão, morte e tortura de milhares de “inimigos” do Estado, entendendo esses como qualquer indivíduo de opinião ou ação contraria ao ditado pelo governo.