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Elvis de Jesus

Guarda Civil Municipal


São José dos Campos SP

CONDUTA DE PATRULHA
EM
LOCAL DE RISCO

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CONDUTA DE PATRULHA EM LOCAL DE RISCO

DEFINIÇÃO

Conduta de patrulha é

O deslocamento de Guardas Civis Municipais por lanços, aproveitando-se os locais de


proteção existentes no terreno, mediante vínculo de ação de um componente da patrulha
ao movimento do seu imediatamente anterior.

Para efeito deste material de ensino, considera-se patrulha, a fração de tropa composta
de, no mínimo, 4 (quatro) integrantes operacionais, como unidade básica de prevenção
ao crime.

OBJETIVO

Capacitar o GCMa atuar em terreno urbano, de alto risco, valendo-se de sua presença,
capacidade de mobilidade nos mais variados terrenos e conhecimento técnico para
desestimular a prática delituosa, principalmente pela demonstração de preparo
técnico-profissional.

CONCEITOS

Patrulha: unidade mínima de atuação para o cumprimento de uma missão específica


sem o auxílio de outras equipes, atuando de maneira independente, porém coordenada e
organizada

Patrulhamento: deslocamento contínuo da patrulha, na mesma velocidade, objetivando


a segurança em 360° (ou 720°), especialmente em relação à lateral e às extremidades;

Conduta de patrulha: comportamento técnico, experimentado, adequado e mantido pelo


efetivo GCMna progressão do terreno;

Lanço: deslocamento curto e rápido, realizado entre duas posições abrigadas ou


cobertas.

Patrulha: força operacional que emprega grandes efetivos, sendo destacada para
cumprir missões de reconhecimento, combate, apoio de fogo e segurança entre outras;

Patrulha GCM: grupamento de operacionais treinados para o cumprimento de missões


em áreas urbanas e rurais, trabalhando como uma força de pequeno efetivo.

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O DESLOCAMENTO E SEUS QUESITOS

Antes de iniciar um lanço o GCM deverá fazer um cuidadoso estudo de situação


para evitar uma indecisão no decorrer do deslocamento.

Para uma decisão firme e acertada o GCM deve, ao preparar um lanço, ter em
mente respostas aos seguintes questionamentos

a) “para onde vou?”


O GCM responderá a esta pergunta, escolhendo nas suas proximidades um local coberto
ou abrigo adequado para sua proteção. É conveniente lembrar que um lanço rápido, em
terreno limpo, não deve ser maior do que 15 (quinze) metros. Se o percurso for muito
longo, deverão ser feitos lanços intermediários;

b) “por onde vou?”


Estudo do trajeto a ser seguido até alcançar a posição escolhida. Na hipótese de ser uma
progressão rápida, deve-se utilizar o itinerário mais curto, para evitar a exposição
ao perigo por um maior lapso de tempo;

c) “como vou?”
De acordo com o ponto de destino e o itinerário a seguir, será escolhido o
processo de progressão mais adequado à realização do deslocamento, utilizando-se
os vários processos de progressão;

d) “quando vou?”
É a tomada de decisão do GCM para efetuar a progressão. Leva-se em conta o
momento mais adequado, de acordo com a segurança e oportunidade para progredir.

TIPOS DE PATRULHA
Patrulha de Reconhecimento:

a) finalidade: confirmar ou buscar informações;

b) em regra, somente atua em casos de extrema necessidade, em que o confronto é


inevitável;

c) o sigilo é essencial durante toda a missão e, em particular, na área do objetivo;

d) missões típicas:
- o reconhecimento de uma área antes da operação propriamente dita,
- a definição de itinerário e
- a identificação de pontos de interesse.

Patrulha de Combate:

a) patrulha que, embasada no ordenamento jurídico em vigor no país, utiliza as técnicas


operacionais a fim de efetuar prisões, desarticular pontos de venda de
entorpecentes, cumprir mandados judiciais, sendo também responsável por prestar
apoio a outras patrulhas policiais;

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b) a patrulha GCM possui, geralmente, equipamentos e armamentos com maior
poderio do que o da patrulha de reconhecimento, a qual poderá tornar-se patrulha de
combate se a necessidade assim exigir; por isso, a patrulha de reconhecimento deve ter
o mínimo de equipamentos necessários para uma ação de pronta resposta ou mesmo
para permitir a retração de todos os seus integrantes de maneira segura e rápida.

COMPOSIÇÕES DA PATRULHA

Patrulha com 4 (quatro) integrantes

A patrulha em operação, quer seja de reconhecimento, quer seja de combate, deve


conter, no mínimo, 4 (quatro) Guardas Civis Municipais com a formação e ângulos de
cobertura distribuídos, consoante a seguinte representação:

Patrulha com 6 (seis) integrantes

É a recomendada para emprego nas operações policiais nos termos deste Manual,
uma vez que possibilita maior mobilidade e com número de Guardas Civis Municipais
suficientes para responder às diversas necessidades que se apresentarem e na seguinte
conformidade:

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Patrulha com 8 (oito) integrantes

Estrutura para emprego quando a disponibilidade do efetivo permite e para a atuação em


casos especiais em que o terreno ou as circunstâncias exigem.

A patrulha com 8 (oito) integrantes difere da patrulha com 6 (seis) integrantes, pela
possibilidade de ser dividida em duas patrulhas compostas por quatro Guardas Civis
Municipais (célula mínima), divisão esta, que não poderá ser realizada na patrulha
com seis componentes, além de poder ser utilizada em locais de maior periculosidade.

ATRIBUIÇÕES

Os Guardas Civis Municipais integrantes da patrulha terão funções específicas, as quais


implicarão o uso adequado do tipo de armamento e material a ser conduzido, competindo-
lhes:

I) Ponta

a) GCMmais experiente dentro da patrulha e/ou aquele que melhor conheça o terreno em
que se dá a atuação, pois sua função é a de definir os pontos de abrigo seguindo o
objetivo do comandante;

b) visualizar o perigo e efetuar uma pronta resposta, portanto, precisa familiarizar-se


adequadamente com o local e possuir um senso de observação bastante aguçado, para
possibilitar à patrulha um maior poder de abrigo e uma disposição no terreno que permita
maiores oportunidades de proteção do grupo.

II) Comandante

a) mobilizar a patrulha, dando-lhe correta direção para o cumprimento da missão.


Eventuais mudanças de objetivos e outras causas que possam comprometer a missão
devem passar por sua avaliação decisória antes de serem adotadas;

b) realizar, na qualidade de membro da patrulha, a segurança do homem imediatamente à


sua frente.

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III) Ala

a) realizar o transporte do material extra da patrulha (material de pronto-socorro,


ferramentas para transpôr obstáculos, rádio e munição sobressalentes, dentre outros);

b) realizar as buscas pessoais, conduzir infratores presos ou proceder à vistoria veicular


durante uma abordagem. Na dinâmica da patrulha, também se incumbe da segurança do
comandante e do perigo imediato (ponto, local ou situação em um ambiente em que
existe a maior probabilidade de surgir uma ameaça física contra o GCM).

IV) Retaguarda

a) responsável pela realização da segurança da patrulha na retaguarda, durante os


deslocamentos ou nos momentos de estacionamento;

b) permanecer com o ângulo de atenção permanentemente à retaguarda e durante o


patrulhamento deve focar para a direção em que a patrulha progride, realizando
constantemente a observação da retaguarda;

c) efetuar a segurança do ala.

Na hipótese da patrulha ser composta por 6 (seis) Guardas Civis Municipais, admite-se
acrescentar um GCM com a função de ponta e outro na retaguarda.

O GCM com a função de ponta nº 02 possui as mesmas funções do ponta nº 01,


efetuando com este o rodízio durante a realização das progressões, alternando-se na
função de conduzir a patrulha, observadas as mesmas finalidades.

O GCMcom a função de retaguarda nº 02 realiza as mesmas funções do retaguarda nº


01, em especial, a de promover a segurança de toda a patrulha contra eventuais riscos
oriundos da parte posterior ao deslocamento. Durante a ação, promove o revezamento
com o outro retaguarda.

À patrulha com 8 (oito) integrantes acrescenta-se um volante e um subcomandante.

O volante possui as mesmas funções concernentes ao ala, com a característica de ser


dotado de maior mobilidade dentro da patrulha. Em caso da necessidade do
deslocamento de um GCMpara realizar observação de pontos, deve-se usar o volante.

Recomenda-se que o volante possua condicionamento físico adequado, bom grau de


comunicação, além de visão e audição apuradas, assumindo a responsabilidade pela
segurança do comandante.

O subcomandante acumula as mesmas funções do ala, porém, devido ao maior número


de componentes da patrulha, é de sua responsabilidade controlar e comandar a segunda
vertente da equipe, qual seja, o ala e os dois retaguardas, buscando uma maior dinâmica,
principalmente na velocidade destes.

Dentro da patrulha, compete também ao subcomandante realizar a segurança do ala e,


em caso de fatiamento para trabalhos de invasão, deve comandar uma das frações
disponíveis.

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POSTURAS TÁTICAS COM ARMAS

Posição Individual com Arma de Fogo Curta

Neste capítulo são definidas as posturas táticas com armas, para fins de atuação do
GCMem patrulha e em locais de risco.

As posições individuais com arma de fogo curta são as seguintes:


I) Posição de Retenção

a) posicionamento em que a arma de fogo curta permanece próxima ao corpo do GCM;

b) utilizada para deslocamentos rápidos, uma vez que permite o enquadramento de tiro
em massa de mira, conforme a ilustração abaixo:

II) Posição Tática (ou Pronto Emprego)

a) os braços permanecem levemente retesados e projetados à frente, um pouco abaixo


da linha dos olhos, permitindo uma ampla visão do ambiente e a oportunidade de pronto
emprego da arma de fogo;

b) trata-se da posição comumente empregada, durante a aplicação das técnicas de


conduta de patrulha, conforme as figuras ilustrativas a seguir:

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III) Posição de Tiro

Chamada posição de combate, em que o atirador tem o alvo em mira e está preparado
para realizar o disparo.

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Posição Individual com Arma de Fogo Longa

I) Posição de Retenção

a) o armamento portátil fica paralelo ao corpo, empunhado por ambas as mãos para
eventual necessidade de mudança de posição;

b) é utilizada nos deslocamentos por lanços, exceto para o GCMcom a função de ponta
da patrulha.

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II - Posição Tática (ou Pronto Emprego)

a) chamada posição de combate, em que o GCM tem o alvo em mira e está preparado
para a realização de disparos em defesa da vida e em consonância ao ordenamento
jurídico vigente;

b) posição utilizada também para o deslocamento do GCM com a função de ponta


durante toda a conduta de patrulha.

III - Posição de Tiro

Chamada posição de combate, em que o atirador tem o alvo em mira e está preparado
para realizar o disparo, nas hipóteses autorizadas pela legislação pátria.

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POSTURAS TÁTICAS CORPORAIS

Posições de Conduta

Combate

É a posição utilizada para eventual emprego do armamento em situação de confronto com


os agressores da sociedade.

A posição de conduta denominada combate, assemelha-se à posição de pronto emprego,


observando que o tronco deve permanecer levemente inclinado à frente, oferecendo
maior equilíbrio do corpo.

A posição é frontal em relação ao objetivo, com os pés paralelos e levemente flexionados


para permitir melhor apoio de tiro, conforme ilustração abaixo:

O deslocamento não deve transferir variações na postura do GCM, mantendo-o


constantemente em condições de posicionar-se corretamente para o disparo. Esse
resultado pode ser alcançado quando o GCM procura concentrar a movimentação do
corpo na parte abaixo dos joelhos, mantendo a parte acima do corpo imóvel.

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TORRE

É utilizada para a espera no deslocamento de conduta de patrulha.

A posição “Torre” consiste na colocação do joelho da perna “forte” apoiado no chão e a


perna “fraca” realizando apoio em noventa graus. Deve-se observar que as pernas
permanecerão paralelas, em razão de oferecer maior equilíbrio para a posição de tiro.

Para efetuar a mudança de direção, levanta-se ligeiramente a perna que se encontra com
o joelho no chão e gira-se o corpo para o lado da perna ajoelhada. Antes de efetuar a
mudança de direção, o GCM deve posicionar seu armamento em posição tática
(retenção) e, aí sim, efetuar o giro, recompondo a postura de pronto emprego após
completar o movimento. Esta atitude deve ser adotada para inviabilizar o cruzamento da
linha de tiro entre os componentes da patrulha.

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HI-LO

É a soma da posição de combate (“High”) com a posição torre (“Low”). O termo“ Hi-Lo” ,
derivado da língua inglesa, significa “ Alto-Baixo”.

Utilizada para casos de apoio, utilizando-se arma de fogo, em que o emprego de um


GCMtorna-se insuficiente para fazer frente à agressão praticada pelo oponente.

O GCM que adotar a posição “Hi” deverá permanecer nas costas do GCM que fizer a
posição “Lo”. O contato físico entre ambos é necessário, uma vez que as pernas de um
dos Guardas Civis Municipais servirá de apoio às costas do outro.

Os braços do GCMem posição “Hi” devem estar sobre a cabeça do companheiro, para
certificar-se de que a ponta do cano de sua arma de fogo não se encontre no alinhamento
da cabeça do GCM em “Lo” e ainda para impedir que eventual levantamento deste o faça
exposto à arma daquele, conforme figura abaixo:

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SIAMESA

É utilizada para a transposição de ambientes sem abrigo ou cobertura, ou ainda que não
possibilitem uma progressão segura por não haver posicionamento prévio de pontas e
retaguardas.

As formações podem sofrer variáveis, dependendo da área a ser coberta, ou seja, a


posição pode oferecer cobertura para ângulos de 90º, 180º, 270º ou 360º.

SISTEMA SEGURANÇA 360º


Consiste na proteção total da patrulha quando da necessidade de paradas,
estacionamentos, rápidas reuniões ou mudanças de estratégias.

Os componentes da patrulha posicionam-se de forma circular sobre um eixo fixo, podendo


ter a variante do Cmt postar-se ao centro, para facilitar a comunicação e a visualização
dos policiais.

Ao comando de retorno, os componentes voltam-se à posição em coluna.

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PROGRESSÃO SOB FOGO

É a técnica utilizada quando a patrulha se deparar com uma situação em que seja
possível a progressão mesmo sob fogo do oponente, após criteriosa análise do Cmt.

Diante da necessidade imperiosa de que haja o deslocamento sob fogo, o Cmt


determinará a progressão, cujo procedimento será iniciado pelo GCMcom a função de
ponta nº 01. Este sustentará o fogo para que o ponta nº 02 progrida até um local seguro,
localizado a frente do ponta nº 01. O Cmt deslocar-se-á até o GCMcom a função ponta
mais próximo e o libera para avançar uma posição a frente do outro ponta.

O Cmt só avançará quando for liberado pelo ala; quando este for liberado pelo volante e
assim sucessivamente.

O procedimento previsto neste artigo exige análise bem fundamentada e deve ser
adotado em situações em que outras opções não se fazem presentes, vez que revestido
de elevado risco.

A progressão somente é possível enquanto um dos pontas sustenta o fogo e, em hipótese


alguma, cruza-se a linha de tiro.

A retração sob fogo é o posicionamento adotado quando a patrulha se deparar com uma
situação em que não seja possível a progressão, a sustentação do fogo ou a permanência
da patrulha no local em que se encontra, deverá, então, ocorrer à retração.

Após o inevitável confronto de Guardas Civis Municipais com os infratores da lei e a


análise da situação fática, o Cmt determinará a retração.

O ponta nº 02 sustentará o fogo sobre o oponente, enquanto o ponta nº 01 iniciará a


retração para um local seguro, preferencialmente atrás do retaguarda 02 - último homem
da patrulha.

No momento em que o ponta nº 01 passar pelo Cmt, este determinará a retração do ponta
nº 02 e ele, Cmt, sustentará o fogo. Quando o ponta nº 02 passar pelo ala, este
determinará a retração do Cmt e passará a sustentar o fogo, permitindo o deslocamento
daquele.

O procedimento se repetirá até a retração do último homem da patrulha a local seguro,


oportunidade em que deverá se reunir e adotar a formação de sistema de segurança
360º.

RESGATE DE FERIDOS
É o procedimento adotado quando a patrulha se depara com oponentes e, diante da
agressão, um membro da equipe é baleado.

Na hipótese de algum GCM ferir-se durante a ação, compete primeiramente ao Cmt


determinar o imediato resgate, que será realizado pelos demais integrantes da patrulha,
adotando-se as técnicas de progressão sob fogo para chegar ao ferido, e posteriormente,
as de retração sob fogo para retirá-lo do local. Sendo o Cmt o ferido, cabe ao GCMmais
antigo determinar o resgate.

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AMBIENTE CONFINADO

Estima-se que a(s) patrulha(s) atue(m) diante de ambientes confinados, durante as ações
táticas.

Identificadas e avaliadas as características do local, a patrulha deverá optar pela


aproximação em coluna (oportunidade em que os Guardas Civis Municipais, em formação
de coluna por um, aproximarão do local de entrada e se postarão lateralmente a ele), ou
aproximação em cerco (método que possibilita um melhor posicionamento e consiste na
divisão da patrulha antes do local de entrada, de modo que se aproxime em leque e se
poste no ponto de entrada com metade do efetivo de cada lado do local, em formação de
coluna por um).

Constituem tipos de entrada:

I - entradas cobertas:
a) também chamadas de entradas furtivas, lentas e programadas, são penetrações em
ambientes sem visualização, quando as técnicas de varreduras tornam-se insuficientes
para o controle da área, ou quando há necessidade de continuação do deslocamento.

II - entradas dinâmicas:

a) também chamadas de invasões táticas, são usadas quando há a necessidade de uma


ação rápida, de surpresa e de choque dentro de um ambiente, como um resgate de
reféns.

b) a entrada dinâmica deve ser realizada somente por grupos táticos especiais e só é
admitida quando o risco em relação aos reféns torna-se um risco insuportável ou ainda
quando, na situação em andamento, houver uma grande possibilidade de sucesso.

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c) havendo a necessidade de uma segunda olhada, o ponto de entrada deverá ser
alterado.

III - emprego de espelho:

a) com a fixação de um espelho em uma haste, o GCM poderá proceder a varredura no


ambiente, sem expor-se ao perigo;

b) a técnica é adequada para emprego em situações em que o risco à integridade do


homem torna-se alto como para entrada em sótão, buracos, locais elevados, etc.

TIRO DEFENSIVO - GCM

(12) 97402- 5941(Whats) | gcmelvis@hotmail.com

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