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Ao longo dos últimos anos, o Brasil tem logrado significativos avanços no setor
educacional, sobretudo no aspecto quantitativo. Há, no entanto, que se reconhecer que
o progresso verificado no acesso à escola do grupo de alunos de 7 a 14 anos, que se
aproxima da universalização, não foi acompanhado por um processo similar dos demais
grupos de alunos em idade de 0 a 6 anos, e 15 a 17 anos, tampouco para o ensino
superior. Essa problemática do acesso, a par da melhoria das condições de ensino-
aprendizagem, da participação social e da reengenharia do financiamento compõem,
atualmente, parte da pauta das políticas públicas educacionais no País.
Tendo em vista essa realidade, a educação brasileira, norteada por uma visão
sistêmica, tem se caracterizado por esforços concomitantes para contemplar, de forma
equânime, todos os níveis de escolaridade e suas modalidades, ampliando seu
atendimento, valorização e investimento, conferindo a cada um deles o caráter de
prioridade que possuem. Essas metas encontram-se orientadas em torno de quatro
eixos: a) educação superior; b) educação básica; c) educação profissional e tecnológica;
e d) alfabetização e educação continuada.
O MEC busca promover uma reflexão sobre políticas que respeitem os direitos dos
sujeitos que estão na escola, compreendendo-os como seres humanos que vivenciam
seus tempos em ciclos de vida e, para tanto, tem debatido sobre a infância na educação
básica, principalmente no que se refere à ampliação do ensino fundamental para nove
anos.
A infância constitui uma etapa peculiar do desenvolvimento humano, que
apresenta influência notória sobre as demais e que, dessa forma, precisa ser assistida
por meio de uma proposta pedagógica comprometida com a formação integral dos
sujeitos.
A idéia resultou de uma tendência verificada nos sistemas de ensino, que vinham
sistematicamente integrando ao ensino fundamental a criança de seis anos de idade. A
partir deste fato, a Secretaria de Educação Básica, através de seu Departamento de
Políticas de Educação Infantil e Ensino Fundamental (DPE), por meio de sua
Coordenação-geral de Ensino Fundamental (COEF), realizou entre 2004 e 2005 vários
seminários, consolidou contribuições e publicou relatórios que subsidiaram e
corroboraram a importância de transformar tal tendência em lei.
Preceitos Legais
Números da Ampliação
Atender as crianças a partir dos seis anos é uma forma de colocar na escola uma
população que, caso contrário, permaneceria à margem do processo de escolarização
nessa faixa etária. Como não existia obrigatoriedade quanto a esta implantação, os
estados e municípios aderiam espontaneamente ao programa, e apresentavam,
respectivamente, a seguinte situação:
Reestruturação Curricular
O aluno que possui seis anos de idade e passa a compor esse nível de ensino não
poderá ser visto como um sujeito a quem faltam conteúdos da educação infantil ou que
será preparado, nesse 1º ano, para os anos seguintes do ensino fundamental.
Reafirmamos que essa criança está no ensino obrigatório e, portanto, precisa ser
atendida em todos os objetivos legais e pedagógicos estabelecidos que essa etapa
prevê.
Para o sucesso dessa missão, vale lembrar que professores, gestores e demais
profissionais da educação têm, neste momento, uma complexa e urgente tarefa: a
elaboração de diretrizes curriculares nacionais para o ensino fundamental de nove anos.
O que também exige a reelaboração de novas Diretrizes Nacionais pelo Conselho
Nacional de Educação (CNE), além da revisão das propostas pedagógicas das secretarias
de educação e da atualização dos projetos político-pedagógicos das escolas.
Uma educação básica com qualidade social significa, dentre outras coisas, ampliar
o acesso, a permanência e o sucesso escolar para todos os sujeitos, promovendo seu
desenvolvimento humano, acadêmico e profissional. A Lei nº. 11.274 se traduz em uma
estratégia de democratização, quando “assegura o direito das crianças de seis anos à
educação formal, obrigando as famílias a matriculá-las e o Estado a oferecer o
atendimento”. Ao ampliar o ensino fundamental para nove anos, oferecemos maiores
oportunidades de sucesso escolar e formação humana para toda a vida, e contribuímos
para ampliar as experiências de vida cidadã dos estudantes.
Referências Bibliográficas
BRASIL. Ministério da Educação. Secretária de Educação Básica. Ensino
fundamental de nove anos: orientações para a inclusão da criança de seis anos de
idade. Brasília: FNDE, Estação Gráfica, 2006.