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Aula 30 - Obras Ferroviárias

Edificações p/ Perito Polícia Federal (Engenharia Civil) - Com videoaulas

Professor: Marcus Campiteli

10205919430 - Davi Bezerra de Sousa


Obras Ferrovi·rias PF/2017
Teoria e Questıes
Prof. Marcus V. Campiteli Aula 30

AULA 30: OBRAS FERROVI¡RIAS

SUM¡RIO P¡GINA

1. INTRODU«:O 2

2. TRILHO 4

3. BITOLA 5

4. DORMENTES 6

5. LASTRO 8

6. SUBLASTRO 10

7. PLACAS DE APOIO 11

8. UNI:O DOS TRILHOS 12

9. FIXA«’ES 16

10. RETENSORES 19

11. AMV 20

12. CHAVES FIXAS 22

13. QUEST’ES COMENTADAS 23

14. QUEST’ES APRESENTADAS NESTA AULA 25

15. GABARITO 28

16. REFER NCIAS BIBLIOGR¡FICAS 28

Ol· Pessoal,

Esta È a nossa aula de Obras Ferrovi·rias, que adota por base o


did·tico livro “Estradas: projeto geométrico e de terraplenagem”, dos
renomados autores, professores do IME, Paulo Mendes Antas, ¡lvaro
Vieira, EluÌsio AntÙnio GonÁalo e Luiz AntÙnio Silveira Lopes, os quais
tive a honra de ser aluno.

Bons estudos!

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1 - INTRODU«:O

Normalmente no projeto de uma ferrovia em implantaÁ„o È


prevista linha singela, ficando a quest„o da linha m˙ltipla para as
etapas de melhoramento em casos de grandes fluxos de transporte, a
exemplo de linhas duplas.

Nas linhas singelas, os cruzamentos de trens se processam em


p·tios convenientemente espaÁados, de acordo com os estudos
operacionais. Podem ser assim definidas as plataformas ˙teis para a
linha corrida e para p·tios de cruzamento.

A figura a seguir apresenta os principais elementos da


superestrutura de uma seÁ„o-tipo de uma ferrovia convencional.

Fonte: Antas (2010)

A superestrutura È constituÌda basicamente de trilhos,


dormentes e lastro.

Na definiÁ„o da largura da plataforma devem ser consideradas


a bitola e a espessura da superestrutura.

A largura a ser ocupada pelo lastro depender· da espessura


dimensionada em funÁ„o da carga solicitante e do comportamento do
subleito, estudo que È realizado no projeto de superestrutura. Nesse
estudo È tambÈm dimensionada a espessura de sublastro, camada a

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ser incluÌda na plataforma da infraestrutura. O lastro È ladeado pelas


banquetas de circulaÁ„o com 0,50 m de largura.

Para completar a seÁ„o acrescentam-se as sarjetas ou valetas


de plataforma. Nos cortes esses equipamentos de drenagem s„o prÈ-
dimensionados no projeto geomÈtrico em funÁ„o das extensıes
predominantes dos cortes e verificados no projeto de drenagem. O
emprego de sarjetas nos aterros depende de uma an·lise quanto aos
problemas de eros„o. A plataforma da infraestrutura tem inclinaÁıes
transversais para facilitar o esgotamento lateral das ·guas pluviais.

Em virtude da superelevaÁ„o nas curvas ser comumente


aplicada na superestrutura, a geometria da seÁ„o transversal da
infraestrutura È invari·vel ao longo da linha corrida. Contudo,
convÈm verificar a largura da plataforma da infraestrutura ao se
considerar a superelevaÁ„o m·xima do lastro para que a sarjeta n„o
seja afetada.

A plataforma dos p·tios de cruzamento depende do n˙mero de


desvios estabelecidos nos estudos operacionais. O local da estaÁ„o,
quando prevista, deve ser estabelecido em posiÁ„o que atenda ‡
operaÁ„o. Em funÁ„o da largura da plataforma estabelecem-se as
linhas de drenagem dos p·tios e as inclinaÁıes transversais a serem
dadas para o esgotamento lateral das ·guas pluviais.

Cabe ao projeto de obras de terra estabelecer a geometria dos


taludes dos cortes e aterros.

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Fonte: Porto (2004)

2 - TRILHO

… a peÁa b·sica da via ferrovi·ria, destinada ao rolamento dos


veÌculos, guiando-os em seu deslocamento.

A maioria das ferrovias adotam o trilho com o perfil duplo T, de


aÁo, idealizado pelo engenheiro inglÍs Vignole, conforme a figura a
seguir.

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==9d923==

Fonte: Antas (2010)

Compıe-se na parte superior de uma seÁ„o de maior espessura


denominada boleto, que sofre desgaste pelo abras„o devido ao
contato com as rodas. A base do trilho, denominada patim, È plana e
larga para apoio. A parte que une o boleto e o patim È a alma.

Segundo a padronizaÁ„o da ABNT, o perfil È denominado de


acordo com a sua massa em kg por metro: TR-45, TR-57, TR-68 etc.
Em geral, s„o laminados em barras de 18 m, podendo ser
encontradas tambÈm barras de 10 e 12 m.

AlÈm disso, realiza-se a conduÁ„o de energia elÈtrica para a


sinalizaÁ„o ferrovi·ria pelos trilhos. O circuito È fechado pela
passagem dos eixos dos veÌculos.

3 - BITOLA

A bitola È medida entre as faces internas dos boletos, a 15,8


mm abaixo do plano do rolamento.

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Existem ferrovias de diferentes bitolas. A ConferÍncia


Internacional de Berna, em 1907, tornou internacional a bitola de
1,453 m.

No Brasil predominam as bitolas de 1,60 m, chamada de larga,


e a de 1,00 m, denominada mÈtrica ou estreita.

Em algumas regiıes as malhas de bitola larga e de bitola


estreita se superpıem, permitindo a circulaÁ„o de trens com as duas
bitolas. Nesses casos, È implantada a bitola mista, ou seja, uma ˙nica
via com as duas bitolas. No interior da linha com bitola de 1,60 m È
lanÁada simetricamente a linha de bitola mÈtrica; ou, ent„o, as duas
bitolas tÍm um trilho em comum, ficando o outro afastado.

4 - DORMENTES

S„o peÁas com dimensıes padronizadas instaladas


transversalmente na via, igualmente espaÁadas, que servem de apoio
para os trilhos e assegurando suas posiÁıes quanto ‡ bitola, altura e
inclinaÁ„o.

O espaÁamento (obtido a partir do n˙mero de dormentes/km) È


definido a partir do valor das cargas solicitantes verticais e
horizontais transmitidas pelos trilhos, distribuindo-as para o lastro e
amortecendo os choques.

Os dormentes tÍm tambÈm a finalidade, em conjunto com o


lastro, de manter a via est·vel transversal e longitudinalmente.

Quanto ao material, eles podem ser de madeira, met·licos ou


de concreto.

Os dormentes de madeira tÍm forma prism·tica, com


dimensıes de 2,80 x 0,24 x 0,17 m para bitola larga e 2,00 x 0,22 x
0,16 m para bitola mÈtrica. Podem tambÈm ser usados dormentes de
madeira roliÁa em linhas de menor solicitaÁ„o.

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Fonte: Porto (2004)

Os dormentes met·licos s„o de chapa de aÁo laminados de


maneira a conter porÁ„o do lastro, de forma a assegurar estabilidade
‡ linha.

Os dormente de concretos s„o fabricados em trÍs tipos:


monobloco, bibloco e articulado.

O dormente monobloco, de concreto protendido, pode ser


pretensionado ou pÛs-tensionado. A seÁ„o transversal tem formato
especial, com reduÁ„o de seÁ„o no meio e maior ·rea de apoio nas
extremidades.

Fonte: Antas (2010)

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O dormente bibloco È constituÌdo de dois blocos de concreto


unidos por um tirante met·lico. A superfÌcie de apoio de cada bloco
tem ·rea necess·ria para distribuiÁ„o dos esforÁos que atuam sobre o
dormente.

Fonte: Antas (2010)

O dormente articulado È composto de dois ou trÍs blocos de


concreto ligados por uma ou duas barras protendidas, ou mesmo por
um feixe de fios protendidos, com placas de material el·stico especial
interpostas entre os blocos, de forma a proporcionar flexibilidade aos
dormentes.

Fonte: Antas (2010)

5 - LASTRO

… o componente da superestrutura interposto entre os


dormentes e a plataforma com a finalidade estrutural de distribuir os
esforÁos provenientes das cargas dos veÌculos no subleito. AlÈm
disso, impede os movimentos longitudinal e transversal dos
dormentes, impedindo deslocamentos significativos da linha. Para
tanto, os dormentes devem ficar embutidos no lastro, mesmo que
parcialmente, e ter superfÌcie lateral adequada para esta finalidade.

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Lateralmente, o lastro deve dificultar o movimento transversal do


dormente por intermÈdio de um ombro de 0,30 m e 0,40 m.

O lastro deve proporcionar determinada elasticidade ‡ linha e


atenuar os choques e trepidaÁıes resultantes da passagem dos
veÌculos, proporcionando um rolamento suave e agrad·vel. Por isso,
as partÌculas do lastro devem estar em contato Ìntimo para, atravÈs
do atrito, cumprirem a finalidade de proporcionar elasticidade e
transmitir as cargas.

Deve, ainda, ser composto de partÌculas soltas para permitir a


recuperaÁ„o da geometria da via mediante operaÁıes de
renivelamento e realinhamento. Deve tambÈm ser drenante e
proteger a plataforma das variaÁıes de umidade do ambiente.

A pedra britada È o material ideal para o lastro, sendo


proveniente de rocha resistente ao desgaste ‡ abras„o alÈm de
demais especificaÁıes. Podem ser usados tambÈm: escÛrias, cascalho
britado, areia, laterita e terra. Esta È a de pior desempenho, usada
somente em linhas de baixo padr„o, por ter baixa permeabilidade,
produzir muito pÛ, o que prejudica a conservaÁ„o dos veÌculos
ferrovi·rios.

A altura do lastro, medida sob o dormente segundo a vertical


que passa pelo eixo do trilho, È determinada de forma que as tensıes
solicitantes sejam compatÌveis com a capacidade de suporte da
plataforma.

O lastro È densificado em operaÁ„o de socaria, para que as


partÌculas mantenham Ìntimo contato entre elas. Fora dessa ·rea, o
lastro deve ficar solto para que o dormente n„o seja submetido a
solicitaÁıes indesej·veis. A socaria deve ser repetida apÛs algum
tempo, pois a trepidaÁ„o dos trens e os agentes atmosfÈricos v„o
alterando as condiÁıes do lastro.

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6 - SUBLASTRO

Elemento da infraestrutura interligado ao lastro, servindo de


transiÁ„o entre este e o solo da plataforma.

N„o È conveniente que o lastro de pedra britada se apoie


diretamente sobre o solo da plataforma em raz„o da diferenÁa de
granulometria.

Em determinados tipos do solos ocorre uma gradual penetraÁ„o


das pedras do lastro no solo umedecido, ficando o lastro sujo, com
perda de elasticidade. Aumenta, ainda, a possibilidade de retenÁ„o de
·gua na plataforma, permitindo maior penetraÁ„o das pedras com a
passagem dos trens.

A penetraÁ„o pode ser de tal ordem que se formam bolsıes de


lama com brita, afetando a estabilidade da infraestrutura e
prejudicando sua capacidade de suporte.

Por esta raz„o, torna-se conveniente interpor entre o lastro e a


superfÌcie da plataforma (subleito) uma camada de material
selecionado, com maior capacidade de suporte que o solo subjacente
e que apresente propriedades drenantes.

Com isso, obtÈm-se uma economia de lastro, em geral de custo


mais elevado, garantindo tambÈm um melhor comportamento da via.

O sublastro n„o deve prejudicar a flexibilidade desejada da via.

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Fonte: Porto (2004)

7 - PLACAS DE APOIO

Os trilhos normalmente n„o s„o assentados diretamente sobre


os dormentes, mas sobre placas de apoio que proporcionam melhor
distribuiÁ„o da carga, evitando-se, assim, que o patim danifique o
dormente, preservando sua vida ˙til.

A placa de apoio tambÈm proporciona uma ligeira inclinaÁ„o


para o interior da via, de acordo com a conicidade das rodas.

Fonte: Antas (2010)

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As placas de apoio para dormentes de concreto dispıem de


uma almofada de pl·stico para proporcionar flexibilidade ‡ linha,
assim como serve de isolante para atender ao circuito da via
(sinalizaÁ„o e comunicaÁ„o).

Fonte: Porto (2004)

8 - UNI:O DOS TRILHOS

Os trilhos s„o fornecidos em comprimentos limitados, por isso,


h· a necessidade de uni-los para obter a continuidade da via. Um dos
recursos adotados È o emprego de talas de junÁ„o convencionais.

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Fonte: Antas (2010)

S„o peÁas de aÁo instaladas de cada lado das extremidades dos


trilhos, possuindo 4 ou 6 furos coincidentes com os furos nos trilhos,
pelos quais passam parafusos dotados de porca e arruela.

As talas de junÁ„o s„o designadas por TJ seguidas do n˙mero


indicativo do tipo de trilho a que se destinam. Tem-se, assim, TJ45,
TJ57 etc.

As talas devem impedir movimentos laterais, e devem deixar


uma folga entre os topos dos trilhos para permitir a dilataÁ„o das
barras, originando, por outro lado, descontinuidades na superfÌcie de
rolamento.

As juntas assim formadas constituem pontos fracos da via,


requerendo constantes cuidados.

Na passagem dos veÌculos, a junta sofre deformaÁ„o maior que


o restante da via, provocando um movimento parasita na marcha do

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veÌculo. Sucessivos impactos na junta ocasionam afrouxamento dos


parafusos e no lastro. Com isso, h· necessidade de conservaÁ„o
contÌnua desses pontos.

Muitos acidentes tÍm como causa casos de juntas arriadas. Por


medida de precauÁ„o, recomenda-se a reduÁ„o da velocidade dos
trens quando se constata esse problema.

As juntas devem garantir a continuidade elÈtrica do circuito da


via entre as barras sucessivas. Para tanto, soldam-se, nas juntas,
pequenos cabos de cobre que unem eletricamente as extremidades
das barras. Essas ligaÁıes s„o denominadas de bonds.

Outra forma de uni„o das barras È pela soldagem elÈtrica.


Nessa situaÁ„o, a linha deve ficar contida em sua posiÁ„o diante das
tensıes internas de traÁ„o e compress„o, decorrentes do peso dos
dormentes e ‡s resistÍncias de atrito dos dormentes e do lastro.

Fonte: Porto (2004)

Este caso È denominado de triho longo soldado (tls), enquanto


aquele caso anterior, em que se permite a dilataÁ„o e a contraÁ„o
das barras, denomina-se de trilho curto.

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Com o emprego do tls, obtÈm-se economia dos materiais das


juntas e reduzem-se os gastos de conservaÁ„o da via. ObtÈm-se,
tambÈm, um rolamento mais suave, maior conforto e maior
velocidade dos trens devido ‡ maior seguranÁa.

Contudo, deve-se ter precauÁ„o quanto ‡ flambagem da linha


resultante de uma possÌvel flex„o horizontal, com forte sinuosidade
da linha. Esse fenÙmeno resulta da falta de contenÁ„o lateral nos
casos de insuficiÍncia do ombro do lastro.

Flambagem da via

Fonte: Porto (2004)

As barras de tls s„o obtidas pela soldagem em estaleiros por


fus„o das extremidades bas barras que se unem. O tamanho da barra
longa depende das condiÁıes da regi„o onde ser· aplicada.

LanÁadas as barras longas, elas s„o soldadas na via quando as


condiÁıes de temperatura forem favor·veis, obtendo-se o trilho
contÌnuo. A solda na via pode ser feita por aluminotermia ou com
auxÌlio de equipamento apropriado.

A solda aluminotÈrmica È uma solda feita no campo (fus„o in


loco), obtida por reaÁ„o quÌmica exotÈrmica. Na junta dos trilhos a
serem soldados È feito um molde de barro onde s„o entornados os

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componentes reagentes. A folga deixada entre os topos dos trilhos


(entre 17 a 26 mm) È preenchida com a liga fundida produzida na
reaÁ„o quÌmica.

9 - FIXA«’ES

Destinam-se a fixar os trilhos nos dormentes. Podem ser rÌgidas


ou el·sticas, de acordo com o comportamento na linha.

As fixaÁıes rÌgidas s„o as mais antigas e, por isso, mais


direcionadas aos dormentes de madeira. H· dois tipos: o prego de
linha (ou grampo de linha) e o tiref„o.

O prego de linha (figura abaixo) È geralmente de seÁ„o


retangular, terminado em cunha, cravado no dormente com golpes
de marreta em um orifÌcio de di‚metro inferior ao di‚metro
circunscrito da seÁ„o do prego. A cabeÁa do prego tem uma saliÍncia
que prende o patim do trilho ao dormente ou ‡ placa de apoio.

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Fonte: Antas (2010)

O tiref„o (figura abaixo) È um parafuso especial, dotado de


rosca soberba e com cabeÁa em forma de tronco de pir‚mide, que
permite a adaptaÁ„o de uma chave prÛpria ou do cabeÁote da
m·quina tirefonadeira. A cabeÁa tem uma aba que se apoia no patim
do trilho, apertando-o contra o dormente.

Fonte: Antas (2010)

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Fonte: Porto (2004)

As fixaÁıes el·sticas, alÈm de fixarem o trilho ao dormente,


absorvem choques e vibraÁıes (figura abaixo).

Fonte: Antas (2010)

Existem v·rios tipos, porÈm, de modo geral, compıem-se de


uma placa e grampos el·sticos ou l‚minas de aÁo especial tipo mola.
Quando aplicadas em dormentes de concreto contam com almofadas
ou planilhas de material el·stico que proporcionam flexibilidade
necess·ria ‡ via. Em determinados modelos, substituem a placa de
apoio.

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Este conjunto È fixado ao dormente por parafusos de forma que


o grampo ou l‚mina pressione o patim contra o dormente. Dispıem,
ainda, de elementos de isolamento elÈtrico para evitar a fuga de
corrente entre os dois trilhos da linha.

Fonte: Porto (2004)

10 - RETENSORES

As fixaÁıes rÌgidas, em especial, n„o evitam um problema


denominado arrastamento longitudinal dos trilhos, ocasionado pela
variaÁ„o de temperatura e pela folga das fixaÁıes com a passagem
dos trens conjuntamente com as frenagens em rampas longas.

Para evit·-lo s„o presas, por press„o, aos patins dos trilhos,
peÁas denominadas retensores, apoiadas na face vertical de alguns
dormentes, transmitindo-lhes os esforÁos resultantes do
arrastamento. Esses dormentes repassam os esforÁos para o lastro,
que, impedido de se movimentar, os repassa para o solo.

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De um modo geral, n„o h· necessidade de retensores quando


se usa fixaÁıes el·stica.

11 - APARELHO DE MUDAN«A DE VIA (AMV)

Destinam-se ‡ mudanÁa de linha dos veÌculos ferrovi·rios. Para


atender a essa manobra dispıe-se de um conjunto de Aparelhos
Especiais de Via (AEV).

Entre esses aparelhos, destaca-se o AMV, pela frequÍncia com


que È usado ao longo da via para o desvio de trens, por imposiÁ„o
operacional. Basicamente, compıe-se de chave, ligaÁ„o e
cruzamento.

Fonte: Antas (2010)

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A chave È constituÌda pelas agulhas, trilhos de encosto e


acessÛrios. As agulhas s„o peÁas de aÁo, mantidas paralelas, que se
movem entre os dois trilhos da linha, comandadas por um aparelho
de manobra. Esse aparelho È acionado manualmente ou por uma
m·quina de chave operada eletricamente. As agulhas movimentam-
se de forma a permitir que o trem prossiga pela linha direta ou passe
para o desvio.

O cruzamento dos trilhos internos da linha direta e do desvio


constitui a outra parte do AMV, formado pelo jacarÈ, contratrilhos e
trilhos do contra, com respectivos acessÛrios. O cruzamento e a
chave s„o interligados por trilhos intermedi·rios e respectivos
acessÛrios, cujo conjunto compıe a ligaÁ„o.

O ‚ngulo de abertura do jacarÈ define o AMV, e,


consequentemente, as condiÁıes geomÈtricas do desvio e a
velocidade com que o trem pode passar por ele com seguranÁa.

A abertura È dada pelo n˙mero do jacarÈ que, por sua vez,


corresponde ‡ metade da cotangente da metade do ‚ngulo do
cruzamento. Assim, o n˙mero do jacarÈ È dado por:

N= = .cot

Onde é o ângulo entre as duas vias.

Tem-se jacarÈs com abertura de 1:8, 1:10 etc, sendo 8, 10 o


n˙mero do jacarÈ.

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Fonte: Porto (2004)

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12 - CHAVES FIXAS

Também conhecidas como “pombinhos” no jargão ferroviário,


s„o usadas em linhas de bitola mista nos pontos em que se deseja a
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separaÁ„o das bitolas ou quando h· necessidade de translaÁ„o do


eixo de uma das vias. Trata-se de um AEV de emprego restrito,
portanto.

13 – QUEST’ES COMENTADAS

1) (43 – DNIT/2013 – ESAF) Lastro de ferrovia È um corpo


granular, com distribuiÁ„o granulomÈtrica conveniente, sobre
o qual se assentam os dormentes que, por sua vez, suportam
os trilhos (Figura 1). Neste uso, os agregados exercem
diversas funÁıes. De acordo com as funÁıes abaixo, assinale o
item incorreto.

a) Dificultar o crescimento de vegetaÁ„o daninha nas vias.

b) Preencher os vazios entre os dormentes, evitando seu


deslocamento quando da passagem das composiÁıes.

c) Assegurar uma boa drenagem, evitando que os dormentes


se instabilizem, caso o lastro fique saturado em ·gua.

d) Impedir a subida de lama da plataforma, quando esta


eventualmente se saturar.

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e) Apresentar forma adequada das partÌculas, alta tenacidade,


alta resistÍncia ao desgaste, alta resistÍncia ‡ compress„o e
apresentar minerais inalter·veis.

O gabarito preliminar apontou que a letra E estaria incorreta,


contudo, n„o se constata erro na assertiva, assim como nas demais.

Com isso, verifica-se que essa quest„o acaba tendo cunho


did·tico para o objetivo deste curso, j· que todos os itens est„o
corretos.

Gabarito Preliminar: E

Gabarito Definitivo: Anulada

2) (44 – DNIT/2013 – ESAF) O dormente È um dos


principais elementos das vias fÈrreas, com as seguintes
funÁıes: suportar os trilhos, manter o eixo da via constante e
transmitir ao lastro as aÁıes verticais e horizontais dos eixos
dos veÌculos ferrovi·rios. Com relaÁ„o a este assunto, assinale
o item incorreto.

a) Os dormentes s„o estruturas submetidas a esforÁos


din‚micos repetitivos, os dormentes devem apresentar
resiliÍncia compatÌvel com as solicitaÁıes. Por isso, s„o,
muitas vezes, empregadas fibras na composiÁ„o do concreto.

b) Os dormentes devem apresentar faces com superfÌcie


retangular e limpa, apoio para trilhos plano e liso. N„o È
permitido nenhum tipo de acabamento para dissimular
defeitos.

c) Os dormentes de concreto devem possuir cobrimento


mÌnimo de 20 mm na base e 30 mm nas demais faces, e o

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concreto deve apresentar resistÍncia caracterÌstica mÌnima de


40 MPa.

d) Os dormentes de madeira se deterioram pelo tempo de uso


e pelo clima, devendo, portanto, ser tratados e recuperados.
Este tratamento È realizado em estaÁıes de tratamento de
dormentes com o uso de herbicidas.

e) A escolha do material a ser utilizado para estes fins


depende de um estudo da an·lise de viabilidade econÙmica,
que considere, entre outros fatores, o custo de fabricaÁ„o, o
preÁo de colocaÁ„o, substituiÁ„o e a manutenÁ„o e o valor
residual.

De acordo com o livro Materiais de ConstruÁ„o Civil, do Ibracon,


de autoria de AndrÈ Guimar„es [et al.], nos dormentes de concreto a
armadura deve possuir cobrimento mÌnimo de 30 mm na base e 20
mm nas demais faces, e o concreto deve apresentar resistÍncia
carcterÌstica mÌnima de 45 MPa.

Gabarito: C

14 – QUEST’ES APRESENTADAS NESTA AULA

1) (43 – DNIT/2013 – ESAF) Lastro de ferrovia È um corpo


granular, com distribuiÁ„o granulomÈtrica conveniente, sobre
o qual se assentam os dormentes que, por sua vez, suportam
os trilhos (Figura 1). Neste uso, os agregados exercem
diversas funÁıes. De acordo com as funÁıes abaixo, assinale o
item incorreto.

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a) Dificultar o crescimento de vegetaÁ„o daninha nas vias.

b) Preencher os vazios entre os dormentes, evitando seu


deslocamento quando da passagem das composiÁıes.

c) Assegurar uma boa drenagem, evitando que os dormentes


se instabilizem, caso o lastro fique saturado em ·gua.

d) Impedir a subida de lama da plataforma, quando esta


eventualmente se saturar.

e) Apresentar forma adequada das partÌculas, alta tenacidade,


alta resistÍncia ao desgaste, alta resistÍncia ‡ compress„o e
apresentar minerais inalter·veis.

2) (44 – DNIT/2013 – ESAF) O dormente È um dos


principais elementos das vias fÈrreas, com as seguintes
funÁıes: suportar os trilhos, manter o eixo da via constante e
transmitir ao lastro as aÁıes verticais e horizontais dos eixos
dos veÌculos ferrovi·rios. Com relaÁ„o a este assunto, assinale
o item incorreto.

a) Os dormentes s„o estruturas submetidas a esforÁos


din‚micos repetitivos, os dormentes devem apresentar

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resiliÍncia compatÌvel com as solicitaÁıes. Por isso, s„o,


muitas vezes, empregadas fibras na composiÁ„o do concreto.

b) Os dormentes devem apresentar faces com superfÌcie


retangular e limpa, apoio para trilhos plano e liso. N„o È
permitido nenhum tipo de acabamento para dissimular
defeitos.

c) Os dormentes de concreto devem possuir cobrimento


mÌnimo de 20 mm na base e 30 mm nas demais faces, e o
concreto deve apresentar resistÍncia caracterÌstica mÌnima de
40 MPa.

d) Os dormentes de madeira se deterioram pelo tempo de uso


e pelo clima, devendo, portanto, ser tratados e recuperados.
Este tratamento È realizado em estaÁıes de tratamento de
dormentes com o uso de herbicidas.

e) A escolha do material a ser utilizado para estes fins


depende de um estudo da an·lise de viabilidade econÙmica,
que considere, entre outros fatores, o custo de fabricaÁ„o, o
preÁo de colocaÁ„o, substituiÁ„o e a manutenÁ„o e o valor
residual.

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15 – GABARITO

1) Anulada 2) C

16 - REFER NCIAS BIBLIOGR¡FICAS

- ANTF. AssociaÁ„o Nacional dos Transportadores Ferrovi·rios. Sitio:


<http://www.antf.org.br>.

- ANTF e DNIT. Gloss·rio de Termos Ferrovi·rios. AcessÌvel em


<http://www.antf.org.br/pdfs/glossario.pdf>.

- DNIT. http://www.dnit.gov.br/ferrovias/historico

- ANTAS, Paulo Mendes [et. al.]. Estradas: projeto geomÈtrico e


de terraplenagem. Rio de Janeiro: InterciÍncia, 2010.

- ISAIA, Geraldo et al.. Materiais de ConstruÁ„o Civil e PrincÌpios


de CiÍncia e Engenharia de Materiais. IBRACON.

- PORTO, Telmo Giolito. Ferrovias. Apostila. Universidade de S„o


Paulo: 2004.

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