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PRIMEIRA PARTE
CONCEPÇÃO MATERIALISTA DA HISTÓRIA: A produção econômica constitui a base de toda a ordem social
“O que distingue economias entre si não é o que se faz, mas como se faz, e com que instrumentos de trabalho se faz”
→ RELAÇÕES DE PRODUÇÃO
─ Ao efetuarem o processo de trabalho, estabelecem entre si determinadas relações, que podem ser de
COLABORAÇÃO E AJUDA MÚTUA, ou RELAÇÕES DE EXPLORAÇÃO.
─ Relações de produção é a forma pela qual os homens transformam a natureza, relacionando-se entre si.
Essa relação nunca está isolada, mas sim determinada pelo tipo de relação que estabelecem no processo de trabalho
→ PROCESSO DE PRODUÇÃO
─ O processo de trabalho que se verifica sob determinadas relações de produção. A PRODUÇÃO MATERIAL
ESTÁ SEMPRE HISTORICAMENTE DETERMINADA.
→ DIVISÃO DO TRABALHO
─ Quanto mais complexa a sociedade e mais elevada seu nível de desenvolvimento das forças produtivas,
maior ser a divisão de tarefas
─ Esta divisão técnica está muito desenvolvida na indústria moderna e permite um maior rendimento do
─ Nenhum operário produz um produto final, sendo este produto final o resultado do trabalho comum de
─ Os trabalhadores especializados não produzem uma mercadoria, mas sim VALORES DE TROCA, para serem
intercambiados com outros;
─ O produto final, resultado do trabalho dos operários é a mercadoria, feita para ser trocada no mercado;
─ A medida que as forças produtivas se desenvolvem, as unidades de produção ficam cada vez mais
indivíduos desempenham na sociedade. Tarefas que podem ser econômicas, ideológicas ou políticas, que se realizam
em função da situação que cada um tem na estrutura social.
─ A distribuição dos indivíduos nestas diferentes tarefas não depende de critérios puramente técnicos, mas
de sim de critérios sociais. Certas classes têm acesso a certas tarefas, outras classes não.
→ RELAÇÕES DE PRODUÇÃO
─ Cada agente da produção está duplamente determinado. Tanto por sua função técnica como por sua função
social.
─ O processo de trabalho individual é caracterizado pela unidade entre trabalhador e seu meio de trabalho. A
qualidade e o rendimento dependem da habilidade pessoal no manejo dos instrumentos de trabalho. Há enorme
controle sobre o ritmo e processo de trabalho.
─ O processo de trabalho cooperativo é caracterizado fundamentalmente pela existência de um trabalho social
comum e demanda uma direção para dispor em harmonia as diferentes atividades individuais.
─ Todo o trabalho cooperativo em grande escala implica que os trabalhadores percam o controle o domínio
do processo de trabalho. Sendo assim, aparece a necessidade de trabalhadores que execute funções de direção e
controle do processo de produção.
─ Na grande indústria, o trabalhador passa a ser uma peça a mais da máquina. É a máquina que transforma a
matéria prima e o trabalhador passa a ser seu escravo. Segundo Marx “um esqueleto material independente dos
operários. As máquinas são elementos fixo do processo de trabalho. E assim ocorre a separação total entre trabalhador
individual e os meios de produção. O TRABALHADOR COLETIVO SE TRANSFORMA EM TRABALHADOR SOCIALIZDO.
• RELAÇÕES SOCIAIS DE PRODUÇÃO: O processo descrito acima jamais existe isolado das condições
sociais que o tornam possível. Em uma sociedade concreta, podemos verificar que, em geral, existem proprietários
dos meios de produção, e aqueles que devem trabalhar para estes.
─ Este direito de propriedade pode vir de um consentimento coletivo motivado por questões políticas e
ideológicas, ou pode tomar formas jurídicas acabadas. Além disso, seu conteúdo varia de acordo com as épocas
históricas.
• A MANUFATURA CAPITALISTA: nasce quando um capitalista reúne uma qtde. grande de operários
que trabalham ao mesmo tempo em um mesmo lugar e sob o comando dele.
─ As condições necessárias são duas: acumulação primitiva de capitais e a presença de trabalhadores livres.
─ Nasce a divisão técnica do trabalho dentro da manufatura. Os trabalhadores vão se especializando cada vez
mais em diferentes tarefas de acordo com sua aptidão. Estas tarefas vão ter cada vez mais um caráter limitado.
─ É um trabalho primeiramente manual que depende da força, habilidade e rapidez que o operário maneja
sua ferramenta. Além disso, é um trabalho parcelar, ou seja, especializado.
─ O trabalhador coletivo perde todo o domínio sobre o processo de trabalho.
─ Citando Marx no livro I d’O Capital: “O capitalista não é tal por ser dirigente industrial, mas ao contrário: é
dirigente industrial por ser capitalista. O alto comando da indústria se converte em atributo do capital, como na época
feudal eram tributos da propriedade territorial o alto comando na guerra e poder judicial”.
─ Porém na manufatura, o trabalho que ainda depende da habilidade do operário, não está totalmente
subordinado ao capital.
─ CONTRADIÇÃO: Em certo momento, a base técnica da manufatura – a unidade trabalhador
parcelar/instrumento que implica limites no rendimento do trabalho, por este depender da capacidade física do
trabalhador, entra em contradição com a necessidade de acumulação capitalista. Sendo assim, busca-se substituir o
trabalho manual pelo mecânico.
•A GRANDE INDÚSTRIA: É introduzida a grande indústria como meio de trabalho, provocando uma
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL:
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL:
Máquinas em grande escala
no processo de trabalho.
─ A máquina-ferramenta ultrapassa a barreira orgânica que existia entre trabalhador e meio de trabalho
(manufatura), aumentando exponencialmente a produção.
─ Separação total entre trabalhador e meio de trabalho, por outro lado, estabelece-se uma unidade entre os
meios de trabalho e o objeto de trabalho.
─ O processo de produção é definido como um conjunto de máquinas dispostas a receber qualquer operário.
─ O trabalho coletivo passa a ser uma necessidade técnica e se converte em um trabalho socializado. Esse
caráter cada vez mais socializado da estrutura do processo de trabalho cai em contradição com o caráter privado da
propriedade dos meios de produção. Ou seja, cai em contradição com as relações de produção.
─ Todo processo de produção produz e reproduz suas condições sociais de produção. Reproduz
constantemente as relações de produção dentro das quais opera o processo de produção capitalista. Ao mesmo tempo
que produz mercadorias, reproduz as relações de produção capitalistas: capital e trabalho assalariado.
─ São necessários os fatores superestruturais para reproduzir as relações de produção em que não existe
correspondência jurídica e posse efetiva dos meios de produção.
→ RELAÇÕES HUMANAS ≠ RELAÇÕES SOCIAIS DE PRODUÇÃO.
─ As relações de produção não podem ser consideradas apenas como relações humanas. São relações entre
agentes da produção, entre homens que têm uma função bem determinada na produção de bens materiais, a qual
dependem da forma em que se relacionem com os meios de produção: proprietários e não proprietários dos meios
de produção.
─ As relações entre operários e patrões jamais poderão ser “fraternais” enquanto não mudarem suas relações
com os meios de produção.
─ O capitalista explora e explorará o operário, embora que faça isso de forma não consciente, ainda que lute
contra essa exploração, já que as leis objetivas do sistema capitalista são inflexíveis: ou a exploração dos
trabalhadores ou a morte do capitalista (enquanto classe).