You are on page 1of 31

FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ

UNIVERSIDADE DE FORTALEZA
Centro Ciências Tecnológicas – CCT

Disciplina: CALOR E MASSA


Código e turma: T843-9
Horário: M35EF
Local: D66
Professor: Cavalcante Junior
Introdução
O comportamento de um fluido é determinado por um conjunto de leis
físicas fundamentais expressas por um conjunto apropriado de
equações.
• Conservação de massa;
• A lei de Newton do movimento e
• as leis da termodinâmica,
constitui a base da analise da mecânica dos fluidos.

Consideramos neste capítulo três equações que são as representações


matemáticas dessas leis:
• a equação de momento,
• a equação de Bernoulli e
• a equação de energia mecânica.

Essas equações lidam com um fluido em escoamento.


FLUIDOS
Preliminares sobre escoamento de fluidos
Força de Corpo e de Superfície

• 𝐹𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑓í𝑐𝑖𝑒𝑠

• Força de corpo atuante


FLUIDOS
Preliminares sobre escoamento de fluidos
Força de Corpo e de Superfície

Forças de superfície são exercidas sobre o material contido em um


volume de controle pela matéria externa imediatamente adjacente a
esse volume e que está em contato com o material interno do volume
de controle.

As forças de superfície podem ser escritas em termos de componentes


normal e tangencial à superfície.

A componente normal da força é Fnormal = p∙A, onde p é a pressão.


FLUIDOS
Preliminares sobre escoamento de fluidos
Força de Corpo e de Superfície

Da mesma forma, a componente tangencial da força de superfície é


Ftangencial = τ∙A, onde τ é a tensão de cisalhamento (força tangencial por
unidade de área).

Na realidade, define-se fluido como o material no qual a aplicação de


uma tensão de cisalhamento (por menor que seja) irá produzir
movimento.
FLUIDOS
Preliminares sobre escoamento de fluidos
Força de Corpo e de Superfície

Concluímos a presente discussão sobre as forças de superfície considerando o papel


que a pressão manométrica pode desempenhar quando calculamos as forças em
atuação sobre um volume de controle.

Observe a figura:

As forças de superfície que atuam no volume de controle incluem a força p1A1 atuando
no mesmo sentido do escoamento e a força diretamente oposta p2A2.

A pressão atmosférica patm atua na superfície em forma de anel (A1 - A2), produzindo a
força de superfície patm(A1 - A2) que age em sentido oposto ao do escoamento.
FLUIDOS
Preliminares sobre escoamento de fluidos
Força de Corpo e de Superfície
A força líquida de pressão que atua axialmente é

∑Fx = p1A1 - p2A2 – patm (A1 - A2)

onde, p1, p2 e patm são pressões absolutas.

Rearranjando os termos, a equação pode ser escrita em termos das


pressões manométricas como

∑Fx = (p1 – patm)A1 – (p2 – patm)A2

onde (p1 - patm) e (p2 - patm) são as pressões manométricas em (1) e (2),
respectivamente. Isto é, ∑Fx = p (manométrica)A – p (manométrica)A
FLUIDOS
Preliminares sobre escoamento de fluidos
Viscosidade
• Tensões de cisalhamento desempenham um importante papel nos
desenvolvimentos subsequentes envolvendo o escoamento de fluidos.
• A característica da tensão de cisalhamento depende da situação especifica do
escoamento.
• Considere uma placa plana de área A situada a uma distância b acima de uma placa
paralela fixa e o intervalo entre as placas preenchido com um fluido viscoso.

y
Superfície Móvel
u=V
V
V
u( y)  y Fluido
B B

x
Superfície Fixa u=0
FLUIDOS
Preliminares sobre escoamento de fluidos
Viscosidade

• Aplicada à placa superior faz com que ela se mova a uma velocidade constante, U.
• No intervalo entre as duas placas o perfil de velocidade do fluido é linear e
fornecido por u = u(y) = Uy/b. A placa em movimento exerce uma tensão de
cisalhamento na camada de fluido em y = b.
• Da mesma forma, o fluido que se move mais rápido acima de cada uma das
camadas de fluido no intervalo entre as placas exerce uma tensão de cisalhamento,
τ, sobre a camada imediatamente
y inferior.
Superfície Móvel
u=V
V
V
u( y)  y Fluido
B B

x
Superfície Fixa u=0
FLUIDOS
Preliminares sobre escoamento de fluidos
Viscosidade
Para os fluidos mais comuns, como ar, água e óleo de motor, a tensão de
cisalhamento é diretamente proporcional ao gradiente de velocidade
du/dy. Isto é,

𝑑𝑢
𝜏= 𝜇∙
𝑑𝑦

onde o fator de proporcionalidade, representado por μ, é denominado


viscosidade. Esses fluidos são chamados fluidos newtonianos.
A unidades para a viscosidade são N∙ s/m2 ou lbf ∙ s/ft2.
FLUIDOS
Preliminares sobre escoamento de fluidos
Viscosidade
Frequentemente a viscosidade aparece em problemas de escoamento
de fluidos combinada com a massa específica na forma

𝜇
ν=
𝜌

Essa razão é denominada viscosidade cinemática e é representada pelo


símbolo grego ν (ni).

Unidades alternativas para viscosidade cinemática incluem m2/s e ft2/s.


FLUIDOS
Preliminares sobre escoamento de fluidos
Escoamento Incompressível

A massa específica (e o volume específico) dos líquidos varia pouco com a pressão a uma
temperatura fixada.

Massa específica = constante

Quando essa hipótese for admitida, o escoamento é denominado escoamento incompressível.

Como vimos em secções anteriores, a massa específica do ar e de outros gases pode variar
significativamente. Todavia, o escoamento do ar frequentemente pode ser modelado como
incompressível desde que a velocidade do ar não seja excessivamente grande e a temperatura
se mantenha aproximadamente constante.

Como regra prática, escoamentos de ar com velocidades inferiores a aproximadamente 100 m/s
(330 ft/ s ou 225 mi/h) podem ser modelados como incompressíveis.
FLUIDOS
Equação do Momento

A segunda lei de Newton do movimento para uma partícula


de massa m envolve a forma conhecida F = m∙a, onde F é a
força resultante que atua sobre a partícula e a é a aceleração.

𝑑𝑉
• 𝑎=
𝑑𝑡

𝑑(𝑚𝑉)
• 𝐹=
𝑑𝑡
FLUIDOS
Equação do Momento

Consideramos, para efeito de simplificação, que o volume tenha uma


entrada, (1), uma saída, (2) e que o escoamento seja unidimensional. O
fluido que atravessa a superfície de controle transporta massa, energia
e entropia para o interior ou para fora do volume de controle. Da modo
semelhante, o escoamento também
transfere momento para dentro e
para fora do volume de controle.
Essas transferência podem ser
contabilizadas como
FLUIDOS
Equação do Momento

Resumidamente, a equação do momento pode ser escrita como:

𝐹 = 𝑚2 𝑉2 − 𝑚1 𝑉1 = 𝑚(𝑉2 − 𝑉1 )

Uma vez que 𝑚2 = 𝑚1 em regime


permanente, a vazão mássica comum é
designada nessa expressão simplesmente
por 𝑚.
FLUIDOS
Aplicação da Equação do Momento
Conforme mostrado na Figura, um jato de água sai de um bocal com
velocidade uniforme V = 10 ft/s = 3,048 m/s, atinge a superfície plana de
um defletor e é desviado em um ângulo θ. (a) Determine a força de
ancoragem necessária para manter a superfície plana inclinada
estacionária em função de θ. (b) Discuta os resultados. (0,06 ft2 =
0,00558 m2)
FLUIDOS
Equação de Bernoulli
Admitimos que o escoamento é estacionário e o fluido é modelado
como incompressível.

Sob tais condições, a segunda lei de Newton pode ser integrada ao


longo da linha de fluxo para nos fornecer a equação de Bernoulli na
forma

1
𝑝+ 𝜌𝑉 2 + 𝛾𝑧 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒
2

onde a coordenada z é positiva na direção


vertical a montante.

Cada termo da equação de Bernoulli, tem


unidades de pressão: psi, lbf/ft2 ou N/m2.
FLUIDOS
Equação de Bernoulli
PRESSÃO ESTÁTICA, DE ESTAGNAÇÃO, DINÂMICA E TOTAL

O primeiro termo, p, é a pressão termodinâmica efetiva do fluido


conforme ele escoa. Para medir o valor de p, poderíamos nos mover
com o fluido, permanecendo assim “estáticos” em relação ao fluido em
movimento. Desse modo, p é normalmente denominada pressão
estática.

Uma outra forma de medir a pressão


estática seria perfurar um orifício em
uma superfície plana e fixar um tubo
piezômetro como indicado pela posição
do ponto (3) na Figura.
FLUIDOS
Equação de Bernoulli
PRESSÃO ESTÁTICA, DE ESTAGNAÇÃO, DINÂMICA E TOTAL

O terceiro termo na Equação, γ∙z, é denominado pressão hidrostática,


em uma referência óbvia à variação de pressão hidrostática discutida
em aulas anteriores. Ela não é realmente uma pressão, mas representa
a variação aceitável de pressão devida a variações de energia potencial
do fluido resultantes de variações de altura.
FLUIDOS
Equação de Bernoulli
PRESSÃO ESTÁTICA, DE ESTAGNAÇÃO, DINÂMICA E TOTAL

O segundo termo na equação de Bernoulli, ρV2/2, é denominado pressão dinâmica. A


interpretação desse termo pode ser vista na Figura, considerando-se a pressão na
extremidade de um pequeno tubo inserido no escoamento e apontando para
montante. Esse tipo de tubo é denominado tubo de Pitot.

Após o desaparecimento do movimento transiente


inicial, o líquido irá preencher o tubo até uma altura H
conforme mostrado. O fluido no tubo, incluindo
o que está na ponta, (2), estará estacionário. Isto é,
V2 = 0, ou seja o ponto (2) é um ponto de estagnação.
FLUIDOS
Equação de Bernoulli
PRESSÃO ESTÁTICA, DE ESTAGNAÇÃO, DINÂMICA E TOTAL

Se aplicarmos a equação de Bernoulli entre os pontos (1) e (2),


utilizando V2 = 0 e admitindo por hipótese que z1 = z2, encontraremos

1 2
𝑝2 = 𝑝1 + 𝜌𝑉1
2

Desse modo, a pressão, p2, no


ponto de estagnação excede a
pressão estática, p1, de uma
quantidade ρV12/2, a pressão dinâmica.
FLUIDOS
Equação de Bernoulli
PRESSÃO ESTÁTICA, DE ESTAGNAÇÃO, DINÂMICA E TOTAL

A soma da pressão estática, com a pressão hidrostática e com a pressão


dinâmica é denominada pressão total, pT. A equação de Bernoulli afirma
que a pressão total permanece constante ao longo de uma linha de
fluxo. Isto é,

1 2
𝑝 + 𝜌𝑉 + 𝛾𝑧 = 𝑝𝑇 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑎𝑜 𝑙𝑜𝑛𝑔𝑜 𝑑𝑒 𝑢𝑚𝑎 𝑙𝑖𝑛ℎ𝑎 𝑑𝑒 𝑓𝑙𝑢𝑥𝑜
2

Se os valores das pressões estática e de estagnação em um fluido forem


conhecidos, a velocidade do fluido pode ser calculada. Esse é o princípio
no qual se baseia o tubo de Pitot estático.
FLUIDOS
Equação de Bernoulli
PRESSÃO ESTÁTICA, DE ESTAGNAÇÃO, DINÂMICA E TOTAL

A soma das pressões estática e dinâmica é chamada de


pressão de estagnação e é expressa como

𝑉2
𝑝𝑒𝑠𝑡𝑎𝑔 =𝑝+ 𝜌
2

Quando as pressões estática e de estagnação são


medidas em um local especificado, a velocidade do
fluido naquele local pode ser calculada por
2(𝑝𝑒𝑠𝑡𝑎𝑔 − 𝑝)
𝑉=
𝜌
FLUIDOS
Equação de Bernoulli
PRESSÃO ESTÁTICA, DE ESTAGNAÇÃO, DINÂMICA E TOTAL

Uma forma alternativa, mas equivalente, da equação de Bernoulli é


obtida dividindo-se cada termo da Eq pelo peso específico, ρ, obtendo

𝑝 1 𝑉2
+ + 𝑧 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒
𝛾 2 𝑔
FLUIDOS
Exemplos Adicionais do Uso da Equação de Bernoulli

Jatos Livres.

𝑉= 2𝑔ℎ
FLUIDOS
Óleo cru com uma viscosidade de 4,56∙106 N∙s/m2 está contido
entre duas placas paralelas. A placa inferior é fixa e a parte
superior se desloca quando se aplica uma força F. Se a distância
entre as duas placas é de 0,254 cm, qual é o valor de F
necessário para deslocar a placa móvel com uma velocidade de
0,91 m/s? A área efetiva da placa superior é 0,129 m2.
FLUIDOS
Uma camada de água escoa para baixo em uma superfície
inclinada fixa, com um perfil de velocidade mostrado na Figura
2. Determine a magnitude e a direção e o sentido da tensão de
cisalhamento que a água exerce sobre a superfície fixa para U =
3 m/s e h = 0,1 m.
FLUIDOS
Um fluxo de ar é injetado na atmosfera por meio de um bocal
e colide com uma placa vertical conforme mostrado na Figura
3. Uma força horizontal de 9 N é necessária para manter a
placa em posição. Determine a velocidade na saída, V1 e a
velocidade dentro do tubo, V2.
FLUIDOS
Água escoa em regime permanente através do tubo mostrado
na Figura 14 com viscosidade desprezível. Determine a vazão
volumétrica máxima para que a água não escoe do tubo
vertical aberto em A. (Dados: 1 ft = 30,48 cm)
REFERÊNCIA

MORAN, Michael J et al. Introdução a engenharia de sistemas


térmicos : termodinâmica, mecânica dos fluidos e
transferência de calor. Tradução de Carlos Alberto Biolchini da
Silva. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2005.

VAN WYLEN, Gordon John. Fundamentos da termodinamica


classica. Colaboração de Richard E Sonntag. 2. ed. São Paulo:
Edgard Blucher, 1990.

INCROPERA, Frank P. Fundamentos de transferencia de calor e


de massa. Colaboração de David P Dewitt. 4. ed. Rio de
Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1998.
FLUIDOS

You might also like