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UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU - FURB

CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS - CCT


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

TEORIA BUROCRÁTICA E ESTRUTURALISTA

Germano Galvan
Isaac Stefanello
Maykel Campestrini
Yan Fagundes

Prof. Michel Alves Dias

Blumenau/SC
Maio de 2018
Tema: TEORIA BUROCRÁTICA E ESTRUTURALISTA

TEORIA BUROCRÁTICA

Para compreender a Teoria Burocrática é necessário entender o que é e como surgiu a


burocracia. Grandes mudanças estavam ocorrendo após o período renascentista, o sistema
de produção racional e capitalista, deu origem a novas normas sociais e morais,
denominadas de "ética protestante".
Segundo escritos o termo burocracia ou bureaucratie, é um termo “híbrido, parte
francês, bureau (escritório), parte grego, krátos (poder ou regra), significando uma forma de
dominação exercida por funcionários de escritórios” (Wikipédia, 2018). O termo surgiu na
França no ano de 1740 e foi atribuído ao economista e comerciante Jacques Claude Marie
Vincent, Seigneur de Gournay (1712-1759). Sendo aplicado a todas as repartições públicas e
apresentava sentido crítico e irônico.
Contudo este conceito popular atribuído à burocracia foi modificado pelo surgimento
da Teoria Burocrática de Max Weber (1864-1920), sociólogo alemão onde o termo
burocracia se apresentava diferente da significação pejorativa popular, a formalização de
uma organização/empresa voltada a racionalidade e a eficiência, pois segundo Weber as
organizações/empresas apresentavam crescimento, contudo eram mal administradas.
Weber defendia a importância do papel da política na vida social, sendo esta realizada
através de uma burocracia eficiente e controlada pela democracia, condição que justifica a
origem de um sistema legal voltado para o capitalismo, definindo o espírito do capitalismo
como as ideias e hábitos que favorecem, de forma ética, a procura racional de ganho
econômico.
Do ponto de vista estritamente técnico, a burocracia, quando corretamente seguida,
atinge o mais alto grau de eficiência no alcance dos objetivos organizacionais. Em outros
termos, segundo Santos (2013), a burocracia significa o tipo de organização humana em que
a racionalidade atinge o seu mais elevado grau. Racionalidade esta que significa a adequação
dos meios para o alcance de determinados fins.
Ainda segundo Weber a burocracia representa um modelo de organização formal
dotado de estrutura racional capaz de ser aplicável a todos os tipos de organizações e
empresas, independentemente de sua natureza, operações, tamanho, etc. (Santos, 2013).
A Teoria Burocrática de Weber apresenta elementos como autoridade, poder,
hierarquia, disciplina, ordem e controle e visa tornar a organização eficiente e eficaz,
garantindo a ela: rapidez; racionalidade; homogeneidade de interpretação das normas;
redução dos atritos, discriminações e subjetividades internos; padronização da liderança
(decisões iguais em situações iguais) e, mais importante, o alcance dos objetivos.
Para Weber, a verdadeira burocracia deve apresentar características/dimensões que
levaram a ações/consequência, cujo objetivo é a máxima eficiência da organização.
Estas dimensões/características são:

- formalização: as atividades devem ser definidas por escrito (rotinas e procedimentos)


e a regidas de acordo com um conjunto de leis ou regras (regras ou regulamentos,
regimento interno, estatutos), aplicáveis a todos, sem exceção;
- divisão do trabalho: cada um possui um cargo e atua em uma esfera específica de
competência, com deveres oficiais, atribuições estritamente especificadas e delimitadas;
- princípio da hierarquia: apresenta uma hierarquia bem definida de autoridade, que
assegurando o conceito de unidade de controle, onde cada funcionário possui apenas um
chefe (surgimento da estrutura piramidal da burocracia);
- impessoalidade: a burocracia enfatiza os cargos e não as pessoas que os ocupam;
- competência técnica: seleção e escolha baseada na competência técnica e
qualificação profissional, eliminando favorecimento pessoal. A burocracia é eminentemente
meritocrática, prevê um sistema de carreira e promoções, baseadas no julgamento do
superior;
- separação entre propriedade e administração: desta forma uma pessoa que não seja
a proprietária da organização por administra-la. O que levou a pulverização do capital
através das sociedades anônimas;
- profissionalização do funcionário: os funcionários passam a serem profissionais
especializados não possuem a propriedade dos meios de produção da organização.

Estas dimensões/características se fazem presentes em todas as organizações, pelo


modelo ideal de Weber, e variam independentes uns dos outros em maior ou menor grau de
burocratização em cada organização, ou seja, uma organização pode ser mais burocratizada
em uma dimensão que em outra, a fim de atender seus objetivos e necessidades.

Essa dinâmica é explicada na imagem abaixo, que representa a busca pelo equilíbrio a
fim de atingir o grau de burocratização ideal.
Para Weber a burocratização de uma instituição a transformaria em uma organização
eficiente por excelência carregando as vantagens de sua teoria, sendo algumas delas:
• Previsibilidade do funcionamento;
• Univocidade de interpretação;
• Padronização de rotinas e procedimentos;
• Redução de conflitos;
• Subordinação natural aos mais antigos;
• Confiabilidade nas regras do negócio;
• Hierarquia formalizada, e;
• Precisão na definição de cargos e operações.

PRINCIPAIS DISFUNÇÕES DA TEORIA DA BUROCRACIA

Contudo alguns estudiosos das teorias de Weber, como Robert K. Merton


(Organizações Complexas) identificaram consequências imprevistas, ou como ele as
denominou, disfunções da Teoria da Burocracia, estas por sua vez conduziriam a ineficiência
das organizações burocráticas.
Estas Disfunções da Teoria da Burocracia ocorrem, segundo Merton, da interação do
elemento humano com o modelo burocrático preestabelecido, e as principais delas são:

- despersonalização do relacionamento: os participantes pelo fato de os ocupantes de


cargos se tratarem como tal e não como pessoas;
- maior internalização das diretrizes: ou seja, as normas inicialmente elaboradas para
melhor atingirem os objetivos organizacionais, adquirem valor próprio passam a ser
absolutos. O funcionário passa a se preocupar mais com as regras e regulamentos da
organização do que com seu próprio trabalho dentro dela;
- maior uso da categorização como técnica do processo decisório, ou seja, a tomada
de decisão passa a ser prerrogativa do funcionário que tem a categoria hierárquica mais
elevada, independentemente do seu conhecimento sobre o assunto que está sendo
decidido. O tomador de decisão é sempre aquele que tem o nível hierárquico mais elevado,
mesmo que nada saiba a respeito do problema a ser resolvido;
- excesso de formalismo e de papelório, pois a tendência de documentar e formalizar
todas as comunicações chega a um ponto que pode prejudicar o funcionamento da
organização;
- exibição de sinais de autoridade, pois, como a burocracia enfatiza enormemente a
hierarquia como meio de controle do desempenho dos participantes, surge necessidade de
utilização de indicadores, de símbolos ou sinais que destaquem a autoridade e o poder,
como é o caso de uniformes, tipo de sala ou de mesa utilizada, locais reservados no
refeitório ou no estacionamento de carros, etc.;
- superconformidade em relação às regras e aos regulamentos da organização, os
quais passam a adquirir uma importância fundamental para o funcionário. A partir daí, este
passa a ter verdadeira devoção e obsessão por eles, bitolando seu desempenho em função
dos regulamentos e deixando de lado os deveres inerentes ao cargo;
- propensão dos participantes a se defenderem de pressões externas. Como a
organização burocrática recebe pressões externas no sentido de mudanças, o funcionário
passa a percebê-las como ameaças à posição que desfruta dentro da organização e um
perigo para sua segurança pessoal. Daí a tendência de se defender contra qualquer tipo de
influência externa, o que leva fatalmente a dificuldades no atendimento de clientes e
usuários, tomados como figuras estranhas
e portadoras daquelas ameaças e pressões;
- resistência a mudanças, pois elas representam ameaças igualmente para sua posição
e estabilidade dentro da organização. O funcionário se sente mais seguro e protegido com a
rotina que domina e conhece bem e que não lhe traz ameaças. Para preservar e garantir seu
esquema atual, passa a resistir a qualquer forma de mudança ou modificação da situação.
TEORIA ESTRUTURALISTA

O ambiente organizacional ao final da década de 50 se encontrada em plena mutação,


onde a Teoria Burocrática tentava conciliar teses propostas pela Teoria Clássica e a Teoria
das relações Humanas, onde o homem era visto como, homo economicus (homem
econômico) para a Teoria Clássica e homem social pela Teoria das Relações Humanas, se
desenvolve, como um desdobramento dos autores voltados a Teoria Burocrática, a Teoria
Estruturalista.
Esta nova visão trazida pelos estruturalistas defendia a ideia de um homem dinâmico,
cooperativo e coletivista, sendo capaz de desempenhar vários papeis em organizações
diferentes e estas entre si.
Esses autores buscam entender e inter-relacionar as organizações com o ambiente
externo, ou seja, com outras organizações, chamado de interdependência entre
organizações, o que segundo Chiavenato (2003), trouxe uma importante ruptura com
relação às teorias não estruturalistas.
Segundo Chiavenato (2013) a necessidade de solucionar situações criadas pela Teoria
Clássica e Teoria das Relações Humanas foi criada a Teoria Estruturalista na tentativa de
suprir essa carência de soluções na Administração.
A Teoria Estruturalista teve como origem os seguintes fatos:
• A oposição surgida entre a Teoria Tradicional e a Teoria das Relações: A Teoria
Estruturalista pretende ser uma síntese delas, inspirando-se na abordagem de Max
Weber.
• A necessidade de visualizar "a organização como uma unidade social
complexa na qual interagem grupos sociais": onde alguns dos objetivos da organização
são compartilhados outros não (como a viabilidade econômica da organização), mas
podem se opor a outros (como a maneira de distribuir os lucros). Seu maior diálogo foi
com a Teoria das Relações Humanas.
• A influência do estruturalismo nas ciências sociais e sua repercussão no
estudo das organizações. O estruturalismo influenciou a Filosofia, a Psicologia (com a
Gestalt), a Antropologia (com Claude Lévi-Strauss), a Matemática (com N. Bourbaki), a
Lingüística, chegando até a teoria das organizações· com Thompson, Etzioni e Blau. Na
teoria administrativa, o estruturalismo se concentra nas organizações sociais.
• Novo conceito de estrutura: substitui o antigo conceito tido como algo
imutável e ampliou o estudo das interações entre os grupos sociais iniciados pela
Teoria das Relações Humanas, para os das interações entre as organizações sociais. Da
mesma forma como interagem entre si os grupos sociais, também interagem entre si
as organizações.
Desta forma é possível entender que a Teoria Estruturalista se baseia em um conceito
onde a estrutura é um todo composto por partes que se inter-relacionam, sendo o todo
maior do que a simples soma das partes.
Ainda a Teoria Estruturalista caracteriza-se por sua múltipla abordagem e tem como
ideias centrais:
• A sociedade de organizações: ou seja, vivemos em uma sociedade cheia de
organizações e que dependemos destas o tempo todo;
• O homem organizacional: É aquele que desempenha diferentes papéis em
várias organizações, apresentando uma personalidade, flexível, resistência à
frustração, capacidade de contemporizar as recompensas e o desejo constante de
realização (multitarefa = recompensas materiais e sociais).
• Os conflitos inevitáveis: Conflitos entre interesses dos empregados e os
objetivos da organização, são inevitáveis e fundamentais no processo social. Conflitos
motivados por tensões entre as necessidades organizacionais e individuais, entre níveis
hierárquicos e unidades administrativas.
• Os Incentivos mistos: Os estruturalistas, assim como os clássicos (incentivo
material) e os humanistas (incentivos e recompensas psicossociais), possuíam uma
visão fragmentada da realidade e, portanto, entendiam que os indivíduos
necessitavam de recompensas materiais e sociais.

Com a Teoria Estruturalista ficou foi possível entender que as organizações permeiam
todos os aspectos da vida moderna e englobam a participação de inúmeras pessoas, onde
cada organização é limitada por recursos escassos, e necessita de outras organizações para
obtenção de recursos, aplicação dos mesmos e obtenção de eficiência pela aplicação que lhe
produz melhor resultado.

Por fim a Teoria Estruturalista concentra-se no estudo das organizações, na sua


estrutura interna e na interação com outras organizações. As organizações são concebidas
como unidades sociais (ou agrupamentos humanos) intencionalmente construídas e
reconstruídas, a fim de atingir objetivos específicos.
CONCLUSÃO

Max Weber encontrou problemas organizacionais nas empresas, mesmo nas que
apresentavam crescimento econômico, e vislumbrou a necessidade de aprimoramento na
administração destas instituições, buscando formas de prever o comportamento humano, a
fim de padronizar o desempenho do mesmo para alcançar o objetivo organizacional: a
máxima eficiência da organização/empresa/instituição.
A Burocracia de Max Weber, em síntese, “busca amenizar as consequências das
influências externas à organização e harmonizar a especialização dos seus colaboradores e o
controle das suas atividades de modo a se atingir os objetivos organizacionais através da
competência e eficiência, sem considerações pessoais” (Santos, 2013).
A fim de responder perguntas realizadas pela Teoria Clássica e Teoria das Relações
Humanas, surge a Teoria Estruturalista, que nada mais é que um desdobramento da teoria
Burocrática, e possibilitou entender uma organização como sendo um sistema aberto que se
relaciona com o ambiente e com outras organizações.
Enquanto a Teoria Burocrática busca atingir o mais alto grau de eficiência no alcance
dos objetivos organizacionais. A Teoria Estruturalista busca explicar o dinamismo existente
entre organizações e o ambiente e entre elas mesmas
BIBLIOGRAFIA

CHIAVENATO, Idalberto. Introdução a Teoria da Administração: modelo burocrático de


organização. 7. ed. São Paulo. Editora CAMPUS, 2004.

Disponível em: http://www.administradores.com.br/artigos/academico/teoria-da-


burocracia-o-grande-criador-max-weber/107972/

Disponível em: https://www.passeidireto.com/arquivo/38714427/teoria-da-burocracia2-1

Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_estruturalista

Disponível em: https://administrabrasil.com.br/wp-content/uploads/2016/04/TEORIA-


ESTRUTURALISTA.pdf

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