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Eixos temáticos:
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Comissão Organizadora:
Prof. Dr. Flávio Alves de Sousa (Coordenador Geral)
Prof. Me. Adjair Maranhão de Sousa
Prof. Dr. Antônio Fernandes dos Anjos
Prof. Dr. Diego Tarley Ferreira Nascimento
Prof. Me. Divino José Lemes de Oliveira
Profa. Me. Edna Maria Ferreira de Almeida
Profa. Me. Marlúcia Marques
Profa. Me. Paula Junqueira da Silva Rezende
Profa. Me. Priscylla Karoline de Menezes
Prof. Dr. Ricardo Junior de Assis Fernandes Gonçalves
Prof. Me. Valdir Specian
Prof. Me. Washington Silva Alves
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III Fórum Regional das Águas e XX Encontro de Geografia da UEG
Iporá, 6 a 9 de junho de 2018.
PROGRAMAÇÃO COMPLETA
06/06 (quarta-feira)
14 h: Oficinas
• “A questão hídrica e a educação ambiental”.
Profa. Dra. Viviane de Leão Duarte Specian (UEG Iporá)
• “Educação pela água: como elaborar projetos de ação?”.
Prof. Esp. Alex Batista Moreira Rios (IF Goiano – Rio Verde)
07/06 (quinta-feira)
14 h: Minicursos
• Elaboração de gráficos em Climatologia”.
Prof. Me. Washington Silva Alves (UEG - Iporá)
• Uso de vants em estudos ambientais.
Profa. Dra. Laís Naiara G. dos Reis (UEG – Itapuranga)
19 h: Mesas-redondas
• Ensino e a formação de professores
Prof. Dr. José Gilberto de Souza (Presidente Nacional da AGB)
Prof. Me. Rodrigo Roncato Marques Anes (UEG – ESEFFEGO)
Mediadora: Profa. Me. Paula Junqueira da Silva
• Disponibilidade hídrica, geração de energia e produção de alimentos
Prof. Dr. Valtuir Moreira da Silva (UEG – Câmpus Itapuranga)
Prof. Dr. Adriano Rodrigues Oliveira (UFG)
Mediador: Prof. Dr. Ricardo Junior de Assis Fernandes Gonçalves
• Estudos ambientais e de bacias hidrográficas
Prof. Dr. Silvio Braz de Sousa (UEG – Câmpus Itapuranga)
Prof. Me. Derick Martins Borges de Moura (SECIMA e UFG)
Mediador: Prof. Dr. Diego Tarley Ferreira Nascimento
08/06 (sexta-feira)
9 h: Exposição de filme
Oficina “Geotecnologias aplicadas aos estudos ambientais”.
Vilson S. Queiroz Júnior e Dalila Brito de Jesus (UFG – Jataí).
09/06 (sábado)
Trabalho de campo no Parque Municipal Ecológico de Iporá
Responsáveis: Prof. Esp. Alex Batista Moreira Rios (IF Goiano – Rio Verde)
Profa. Dra. Viviane de Leão Duarte Specian (UEG Iporá)
Oívlis Áldrin Charles Morbeck Barros de Souza (Pastoral do Meio Ambiente)
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Realização:
Curso de Geografia da UEG – Campus Iporá
Laboratório de Estudos Ambientais e do Território (LEAT)
Laboratório de Cartografia e Geoprocessamento (LaCGEO)
Laboratório de Gemorfologia e Solos
Apoio institucional:
Apoio Financeiro:
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SUMÁRIO
ALÉM DOS GALHOS TORTUOSOS DO CERRADO Sabrina Carlindo Silva, Hyago Ernane 27
Gonçalves Squiave, Valdir Specian
ANÁLISE DO GRAU DE TROFIA DAS ÁGUAS DA Luanna Oliveira Lima, Wellmo dos 70
BACIA DO RIO PRETO, NO DISTRITO FEDERAL E Santos Alves, Maria Antônia Balbino
ESTADO DE GOIÁS, BRASIL Pereira
BALANÇO HÍDRICO CLIMATOLÓGICO: UMA Ozimo Mendonça Neto Tatielly Lopes da 152
ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE ALGUMAS Silva Patrick Thomaz de Aquino Martins
CAPITAIS BRASILEIRAS
DAS ORGANIZAÇÕES CIVIS DE RECURSOS Thaynã Dias Ferreira Avelar, Derick 171
HÍDRICOS, FRENTE A LEI Nº 9.433, DE 8 DE Martins Borges de Moura
JANEIRO DE 1997
EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM ESCOLA PÚBLICA: Letícia Silva Dias de Souza, Diego 199
REALIDADE E DESAFIOS Tarley Ferreira Nascimento
EDUCAÇÃO AMBIENTAL: UM ESTUDO DE CASO Zélia Malena Barreira Dias, Priscylla 210
A PARTIR DO PROJETO PEDE PLANTA Karoline de Menezes
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EVOLUÇÃO DO USO DO SOLO E COBERTURA Eduardo Vieira dos Santos, Frederico 221
VEGETAL NA BACIA HIDROGRÁFICA DO Augusto Guimarães Guilherme, Renato
RIBEIRÃO DA AREIA, MUNICÍPIOS DE Adriano Martins, Mônica Aparecida
ARAGARÇAS (GO) E BOM JARDIM DE GOIÁS (GO) Guimarães da Silva
ENTRE OS ANOS DE 1987 E 2017
GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS NO Naiane Candido Araújo Oliveira, Elton 232
MUNICÍPIO DE FORMOSA-GOIÁS: ESTUDO DE Souza Oliveira
CASO SOBRE O DÉFICIT DE ABASTECIMENTO NO
PERÍODO DE ESTIAGEM
OUTORGA DE ÁGUA E A COBRANÇA PELO USO Edwilson Alberto Fedrigo, Aristeu 284
DE RECURSOS HÍDRICOS NO COMITÊ DA BACIA Geovani de Oliveira
HIDROGRÁFICA DO RIO MEIA PONTE
QUALIDADE E ESTADO TRÓFICO DA ÁGUA NA Wellmo dos Santos Alves Maria Antonia 295
ALTA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIBEIRÃO DA Pereira Balbino Alécio Perini Martins
LAJE, EMRIO VERDE (GO) Iraci Scopel Hipólito Tadeu Ferreira da
Silva
RELAÇÃO DO USO DOS RECURSOS HÍDRICOS E Izaias de Souza Silva, Larissa Souza 318
DA PRODUTIVIDADE AGRÍCOLA ENTRE MATO Macêdo
GROSSO E MINAS GERAIS NO PERÍODO DE 2016 A
2018
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SUBSÍDIO À GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICO: Wellmo dos Santos Alves Alécio Perini 350
DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO E Martins Iraci Scopel
OXIGÊNIO DISSOLVIDO NA ÁGUA DA BACIA
HIDROGRÁFICA DO RIO MEIA PONTE, GOIÁS,
BRASIL
UMA PONTE ENTRE GEOGRAFIA E A RELIGIÃO João Batista da Silva Oliveira 373
WICCA DEFINIÇÃO DE UMA DEUSA PARA AS
BACIAS HIDROGRÁFICAS DA REGIÃO DE IPORÁ
USOS MÚLTIPLOS: ANÁLISE DA PERCEPÇÃO Juliana Marques do Lago, Wagner Alceu 384
SOCIOAMBIENTAL DOS USUÁRIOS DO Dias
RESERVATÓRIO DE CORUMBÁ IV
VARIAÇÃO TEMPORAL DAS CHUVAS NO Washington Silva Alves Zilda de Fátima 416
QUADRIMESTRE (JANEIRO, FEVEREIRO, MARÇO Mariano
E ABRIL) EM IPORÁ-GO
VAZÃO TOTAL DO RIBEIRÃO PARAÍSO JATAÍ-GO Simone Marques Faria Lopes, Celso de 435
ENTRE AGOSTO DE 2014 E MAIO DE 2015. Carvalho Braga, Wanderlúbio Barbosa
Gentil, João Batista Pereira Cabral
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Resumo: O texto ora apresentado tem por objetivo discutir as possibilidades de trabalho escolar com o
tema água na Geografia dos Anos Iniciais a partir da reorganização das proposições curriculares no
Brasil orientadas pela efetivação da Base Nacional Curricular Comum (BNCC) . Para a construção do
texto recorreu-se ao procedimento de consulta documental a versão final da BNCC, nas habilidades do
recorte escolar definido, que contemplam o tema e as possibilidades de trabalho docente. Verificou-se
que é possível trabalhar a temática assinalada por meio de diversas vertentes que englobam desde a
perspectiva cultural até a de diferentes usos sociais dado à água na contemporaneidade.
INTRODUÇÃO
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seu horizonte de vivência e repertório cultural. Nesse caso, discutir a água nos Anos Iniciais
tem ligação direta com a aprendizagem para a construção da consciência socioambiental, ou
como estabelece Nogueira e Carneiro (2013), tal aprendizagem poderá contribuir para a
formação da consciência espacial cidadã.
Por fim, usando os pressupostos trazidos por Guimarães, Santos e Machado (2012),
destaca-se que pensar as aprendizagens desde os Anos Iniciais, em especial no campo do
componente curricular Geografia, tem correlação com a reflexão sobre as possibilidades de
construção de propostas didático-pedagógicas e teórico-metodológicas que contemplem, entre
outros atributos, a compreensão crítica e sistematizada de como diferentes temas e objetos de
conhecimento estão organizados nos espaços de vivência dos alunos e quais relações tais temas
e objetos podem exercer com outros elementos do cotidiano.
A construção de uma base nacional na qual estivessem previstos aspectos básicos para
a aprendizagem consta na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 1996, mas
somente nos anos 2010 é que a União, por meio do Ministério da Educação e órgãos a este
ligado, encaminhou os trabalhos no sentido de formatar toda a proposta. Críticas ao processo
foram e continuam sendo feitas por intelectuais, em especial no que tange à metodologia de
construção do documento final (FRIGOTTO; DICKMANN; PERTUZATTI, 2017), assim
como ao esvaziamento de determinados componentes curriculares, dentre estes, a Geografia
(COUTO, 2016).
Também se podem discutir as formas de funcionamento dessa proposta de organização
curricular. É possível o efetivo funcionamento desse modelo nos moldes das escolas e formação
inicial e continuada aos quais os professores atualmente têm acesso? Para Silva (2017, p. 382),
as alterações impostas pela BNCC têm ligação direta e incontestável com o desmonte das
políticas educacionais no Brasil, assim como evidenciam a “centralização verticalizada do
Estado no estabelecimento de um referencial cujo eixo principal é a legitimação de forças
capitalistas, ocultando tensões sociais”.
Cabe, entretanto, ao ter em mente as críticas e a necessidade da constituição da BNCC
(Base), discutir o documento que foi aprovado verificando suas fragilidades e potencialidades
frente ao atual estágio de desenvolvimento no qual a sociedade brasileira se encontra. É nesse
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sentido que este texto visa contribuir com o debate estabelecido, tendo como recorte de análise
o tema da água nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental.
Por organização metodológica, o foco da educação formal, a partir da Base, não é o
conteúdo disciplinar, mas as competências para as aprendizagens (BRASIL, 2018). Essa
modificação do foco possibilita que se amplie e potencialize a interdisciplinaridade, uma vez
que a correlação de diferentes áreas podem contribuir mais eficazmente para o alcance de uma
determinada competência do que um processo não dialógico entre os componentes curriculates
que trabalham com conteúdos similares, mas com objetivos díspares. Ressalta-se ainda que:
na BNCC, competência é definida como a mobilização de conhecimentos
(conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e
socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida
cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho (BRASIL,
2018, p. 8. Modif.).
A partir do tratamento dado ao tema água por meio das habilidades apresentadas na
BNCC, pode-se construir um quadro geral de como esse tema se fará presente em sala de aula
nos Anos Iniciais. Verifica-se que o mesmo consta em habilidades dos componentes
curriculares Ciências e Geografia, e dada às possibilidades de trabalho interdisciplinar que a
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BNCC fomenta, entende-se que tal temática pode ser trabalhada em outros componentes, como
por exemplo, por meio de projetos interdisciplinares.
Acerca da temática água nos Anos Iniciais, verifica-se, por sua vez que esta pode ser
contemplada ao se trabalhar as diferentes unidades temáticas, mas especialmente na unidade
Natureza, ambientes e qualidade de vida. Os objetos de conhecimento do componente curricular
Geografia também favorecem o trabalho com o tema, mas especialmente os que estão ligados
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à mencionada unidade temática. Com isso pode-se afirmar que a forma de apresentação das
unidades e seus respectivos objetos de conhecimento permitem a organização curricular de
formas diversificadas, contemplando o cotidiano e o contexto socioespacial no qual o aluno
está inserido e os conteúdos e temáticas que o professor, em seu papel de mediador e autor de
possibilidades de aprendizagens, elenca para ser trabalhados em sala de aula.
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Para o terceiro ano (Quadro 2), são apresentadas habilidades que favorecem de maneira
significativa o trabalho docente em Geografia com a temática da água. Tais possibilidades vão
desde o reconhecimento da água em diferentes contextos socioculturais, até a compreensão dos
processos de educação ambiental e impacto das atividades humanas nos cursos d’água.
O quadro a seguir (Quadro 3) traz as habilidades do quarto e quinto anos que entende-
se podem contribuir para a mediação do conhecimento acerca da água junto ao componente
curricular Geografia. Assim como nas demais situações elencadas anteriormente, aponta-se que
outras possibilidades são possíveis de existir e, inclusive devem ser pensadas pelo professor e
seus pares, nesse texto busca-se abrir o debate e catalisar as críticas acerca do tema.
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No conjunto das anotações apresentadas verifica-se que a água está mais correlacionada
com as habilidades ligadas à unidade temática Natureza, ambientes e qualidade de vida. No
entanto, foi possível mapear possibilidades de trabalho com esse tema em outras unidades
temáticas e unidades que não foram discutidas, mas que perpassam o aprendizado (do
raciocínio) geográfico como as Formas de representação e pensamento espacial, contemplam
este e outros temas. Desse modo, pontua-se que a aprendizagem acerca da temática torna-se
mais significativa e completa de modo que o aluno amplie o seu horizonte de compreensão dos
conteúdos direta ou indiretamente vinculados à água.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ainda que tal linha de debate tenha coro no meio acadêmico, com a aprovação e
homologação da Base pelo poder público cabe aos professores e outros atores que têm pensado
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Referências
SILVA, A.S. Questões que perpassam o ensino de Geografia com as proposições da Base
Nacional Comum Curricular. In: Revista Brasileira de Educação em Geografia, Campinas,
v. 7, n. 13, p. 417-437, jan./jun., 2017.
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Resumo: Este trabalho tem como função, apresentar de forma simplificada e básica, alguns elementos
essenciais para o entendimento do cenário hídrico, climática, social, pautadas nos conteúdos ministrados
nas aulas de recursos hídricos, O foco está no rio Ribeirão Piancó o maior responsável pelo
abastecimento da cidade de Anápolis, no acesso à rede de esgoto, e em dados climáticos.
INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como objetivo apresentar de forma simplificada, porém clara,
alguns fenômenos envolvendo o cenário hídrico do município de Anápolis-GO, abaixo são
apresentados alguns exemplos da importância da água na vida do cidadão comum.
O município de Anápolis é o terceiro maior em extensão territorial, e um dos mais
importantes polos econômicos do estado de Goiás, sendo essa cidade um grande centro urbano,
e cidade de grande movimento econômico, é importante entender os processos hidrológicos
para se ter uma boa perspectiva de gestão.
O estado de Goiás desponta no ciclo das águas, como uma grande nascente que
emergem as principais bacias hidrográficas brasileiras, é também um dos poucos
estados brasileiros que possuem uma legislação especifica quando a gestão econômica
dos recursos hídricos[..] (ROCHA; CASTRO, 2009).
Entender o ciclo da água também deveria ser uma preocupação, o cidadão comum
deveria em geral saber de algumas coisas básicas, que afetam diretamente o seu dia a dia. O
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ciclo hidrológico nada mais é do que as mudanças do estado físico da água, no caminho que a
mesma faz sobre a superfície da Terra, passando de água de chuva, para água no estado de vapor
por exemplo. Esse é apenas um exemplo da importância e complexidade das águas, mas
também podemos pegar como exemplo o acesso ao tratamento de esgoto.
Acesso a esgoto tratado, é algo que em 2017 já deveria ser um serviço que pelo menos
90% da população brasileira já deveria ter acesso. Mas infelizmente essa não é a realidade que
encontramos hoje em dia.
MATERIAIS E MÉTODOS
Para a realização deste trabalho, foi feita a partir de pesquisa bibliográfica, usando como
base artigos científicos, dados disponibilizados em sites como o INMET(Instituto Nacional de
Meteorologia), relatórios publicados pelos governos federal, municipal e estadual, com base
nos dados recolhidos foram elaborados gráficos, e feitas discussões sobre os dados
Além de utilizar os conhecimentos ministrados durantes as aulas da disciplina de
recursos hídricos. Além de certo conhecimento previamente adquirido através de mídias
paralelas.
Nos dados envolvendo precipitação e temperatura, foram utilizados dados da estação
meteorológica de Goiânia, pois a mesma não existe em Anápolis pelos dados oferecidos pelo
INMET, como a estação de Goiânia é a mais próxima, esta foi utilizada como base para
recolhimento e para análise de dados.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
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“As concentrações dos elementos-traço Cd, Cu, Cr, Ni, Zn e Co indicaram um Igeo
para o sedimento, de “moderadamente a fortemente poluídos” (0<Igeo<2). O cenário
revelou concentrações em nível 1, para a maioria dos elementos analisados, com
exceção para o cromo, cujas concentrações ultrapassam o máximo aceitável (Nível
2)(SANTOS; BORGES; BOAVENTURA, p 9, 2012)”
2.Esgoto
Apesar de notáveis avanços no que se refere ao acesso ao serviço de tratamento de esgoto,
o Brasil ainda é um pais que deixa bastante a desejar, ainda hoje é comum, em áreas de menor
capacidade financeira, é comum vermos locais onde existe predominância de esgoto a céu aberto.
Segundo dados do Instituto Trata Brasil, apenas 50,3% da população brasileira tem acesso a rede
de esgoto tratada, enquanto outros 100 milhões de brasileiros ainda sofrem com a falta de um
serviço que deveria ser básico. “Do total de 5564 municípios, em 2008, apenas 3.069 possuíam rede
coletora de esgoto, enquanto o tratamento –realizado em apenas 1587 municípios – era ainda mais
raro (IBGE 2008) “.
No estado de Goiás, a situação é ainda mais preocupante, segundo dados do IBGE (Instituto
brasileiro de Geografia e Estatística) 2008, dos 246 municípios que compõe o estado, apenas 28,0%
tem acesso a rede de esgoto.
“Na Região Centro-Oeste, a segunda com menor percentual de municípios com coleta
de esgoto (28%), as situações mais críticas estão nos Estados de Mato Grosso e Goiás.
Em Mato Grosso, 81% dos municípios não têm rede de coleta de esgoto e em Goiás
essa taxa é de 72%.(IBGE, 2010)
“Em 1960 o percentual de pessoas que eram atendidas por uma rede geral de água
eram apenas de aproximadamente 12%, um índice muito baixo de pessoas que eram
atendidas por uma rede geral de abastecimento de água, lembrando que este período
não se tinha política nacional de saneamento básico. (MOREIRA, 2015)”
Esse cenário foi mudando conforme as décadas se passavam, nos anos 80 a situação já
apresentava melhoras “Em 1980 observa-se 38.553 domicílios particulares permanentes, sendo
destes 20.356 eram atendidos pela rede geral de abastecimento de água, tendo um percentual
de 52% da população atendida e as 17.453 residências (MOREIRA, 2015). Apesar disso, o
objetivo do governo federal não foi alcançado, o objetivo era alcançar cerca de 90% da
população, enquanto 72% realmente foi beneficiada.
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3.Precipitação
Foram analisadas as médias de chuvas (precipitação) de janeiro do ano de 2010, até
dezembro do ano de 2016, os dados que constam nos gráficos abaixo foram todos retirados do
INMET(Instituto Nacional de Meteorologia), o gráfico abaixo demonstra dados sobre a
precipitação anual de Anápolis
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de chuvas mais decaiu. Já no próximo gráfico, nós também temos a média de 2010-2016, porém
em médias mensais, como podemos ver abaixo.
4.Temperatura
Assim como os dados sobre precipitação, os dados sobre a temperatura da cidade de
Anápolis foram retirados do INMET (Instituto Nacional de Meteorologia), segue abaixo as
médias dos dados anuais.
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Como pode-se observar, o ano de 2011 foi o mais frio da cidade de Anápolis, como a
imagem nos mostra, em relação ao ano de 2010 houve uma queda considerável de temperatura,
que voltou a subir e se manteve estável nos anos de 2012 e 2013, e subiu consideravelmente
em 2014 e 2015, sendo este último o ano mais quente dos últimos 7 anos.
Já na média de todos os meses desses sete anos, notamos que o mês de Janeiro até o mês
de abril mantém temperaturas medianas, com pouca variação, já de Maio ao começo de Agosto,
as temperaturas ficam bem mais baixas, claramente em decorrência do inverno. Setembro se
colocou como o mês mais quente, a temperatura volta a média que mantém nos 4 primeiros
meses em Dezembro.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Anápolis é realmente uma grande cidade, ela está bem localizada, próxima a capital do
estado de Goiás, porém como toda grande cidade, existe ali um alto número de cidadãos, para
que não haja risco de escassez de água, são necessárias políticas públicas para que se encontre
modos de evitar a escassez de água, como já foi relatado nesse ano de 2017.
Como foi mostrado, o número de pessoas com acesso a saneamento básico vem
aumentando, e hoje grande parte da população tem acesso, mas ainda existem áreas de carência,
e estas devem ser atendidas, para que se chegue a um patamar de excelência.
Em questão de precipitação e temperatura, a região se mostra bem coerente em relação
ao local onde esta se encontra, porém, a queda do número de chuvas nos últimos anos devem
ser motivo de preocupação.
REFERÊNCIAS
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Valdir Specian
Universidade Federal de Goiás.
vspecian@gmail.com
RESUMO: A discussão a seguir, trata-se de uma abordagem clara e objetiva envolvendo o Bioma
Cerrado, suas riquezas naturais e culturais, as mesmas que de forma indireta se camuflam por trás de
uma flora formada por galhos e troncos tortuosos e aparentemente “morta”. Com isso o objetivo geral
dessa pesquisa se faz em catalogar as principais riquezas naturais e culturais encontradas no Cerrado do
Centro Oeste goiano. A metodologia empregada nessa pesquisa tem seus parâmetros pautados em
leituras de teses, artigos e dissertações. Os resultados apresentados a partir das discussões e informações
levantadas referentes ao Cerrado, é que o mesmo se constitui de um vasto campo de pontos turísticos e
culturas próprias, como o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, localizado na região Centro Oeste
do estado de Goiás e o Parque Nacional das Emas, localizado no Sudoeste do mesmo estado, ambos os
parques foram classificados pela UNESCO como patrimônio cultural da Humanidade e nacionalmente
conhecidos. Assim, conclui- se que o Bioma Cerrado, antes visto com um olhar de desprezo, é uma das
formações vegetais mais ricas e vastas em biodiversidade natural e cultural do Brasil.
INTRODUÇÃO
Esse artigo irá trabalhar com um recorte temporal de 48 ano, 1970- 2018, o principal
intuito dessa pesquisa é catalogar as principais fontes de riquezas, tanto naturais, quanto
culturais do Bioma Cerrado. A abordagem que será enfatizada em “Além dos galhos tortuosos
do Cerrado” será a desmistificação da associação do Bioma Cerrado com a figura do desprezo
e do estado de improdutividade, que por muito tempo foi atribuída ao mesmo.
A configuração do cenário atual do Cerrado começa a se desenhar a partir da segunda
metade do século XX, com os grandes avanços dos meios tecnológicos, globalização, as
mecanizações dos meios de produções se tornaram muito mais eficazes e modernos, com essa
explícita modernização e avanços tecnológicos, a industrialização se torna ferramenta
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Criada três anos mais tarde pela lei n° 9.984/2000, a Agência Nacional de Águas, ANA,
é a agência reguladora vinculada ao Ministério do Meio Ambiente (MMA) dedicada a fazer
cumprir os objetivos e diretrizes da Lei das Águas do Brasil, a lei nº 9.433 de 1997 descritas
anteriormente. Para isso ela segue basicamente quatro linhas de ação: Regulação,
Monitoramento, Aplicação da Lei e Planejamento.
Na primeira linha de atuação, a Regulação, a ANA regula o uso dos recursos hídricos
de domínio da união, que são os que fazem fronteira com outros países ou que passam por mais
de um estado, regula também os serviços públicos de irrigação e adução de água bruta e por
fim, emite e fiscaliza o cumprimento de normas, em especial as outorgas.
A segunda linha de atuação trata-se do Monitoramento, que é responsável por
acompanhar a situação dos recursos hídricos do Brasil e disponibiliza informações como nível,
vazão e sedimentos dos rios ou qualidade de chuva. Essas informações servem para planejar o
uso da água e prevenir eventos críticos, como secas e inundações.
A terceira linha de atuação corresponde a Aplicação da Lei, é ela que coordena a
implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos, realizando e dando apoio a
programas e projetos, órgãos gestores estaduais e à instalação de comitês e agências de bacias.
Já a quarta linha é voltada para o Planejamento, como o próprio nome já traz, essa linha
elabora ou participa de estudos estratégicos, como os Planos de Bacias Hidrográficas,
Relatórios de Conjuntura dos Recursos Hídricos, entres outros, em parceria com instituições e
órgãos do poder público.
Mesmo com esse conglomerado de leis em vigor desde o século passado, o bioma
cerrado, denominado de caixa d’ água do Brasil, vem sendo assolado por consideráveis crises
de escassez d’ água, isso acontece em decorrência das ações antrópicas que se intensificaram
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de forma significante após a década de 70, quando principalmente a região Centro Oeste se
torna alvo de grandes produtores de gado e grãos, desencadeando assim um rápido processo de
urbanização.
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Figura 1- Localização geografia e principais pontos turísticos do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros
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Figura 2- Localização geográfica e características da fauna e flora do Parque Nacional das Emas
tragados a caráter e carregando tochas, os mesmos caminham pelas ruas do centro histórico da
cidade, exalando charme, beleza e história. Esse evento nacionalmente conhecido que já
acontece a 273 anos reúne na cidade centenas de turistas de diversos estados do Brasil.
A figura 3, demostra um pouco da procissão do fogaréu, movimento religioso que
percorre as principais ruas do centro histórico da cidade de Goiás na quarta-feira de cinzas,
encerrando os trabalhos da Quaresma.
CAVALHADAS DE PIRENÓPOLIS
Na cidade de Pirenópolis, localizada no estado de Goiás, popularmente afamada por ser
o “Berço” da cultura goiana, acontece anualmente as tradicionais Cavalhadas, a mesma foi
introduzida na cidade em 1826, pelo Padre Manuel Amâncio da Luz, esse movimento é
considerado um dos mais expressivos do Brasil. As cavalhadas de que acontecem a mais de um
século e meio na cidade de Pirenópolis-GO, é uma tradição de punho religioso, e é umas das
mais belas, conhecidas e tradicionais festividades do país.
As primeiras notícias sobre as cavalhadas no Brasil são
fornecidas pelo padre Fernão Cardim (1925) que assistiu a jogos
de canas, patos e argolinhas em Pernambuco, em 1584. No
casamento de “moça honrada com um viannez, que são os
principais da terra...” se fizeram correr “touros, jogaram cannas,
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CONGADA DE CATALÃO
As congadas são marcadas por danças, músicas e cantos, a festividade acontece em
homenagem ao santo São Benedito, e em algumas cidades a homenagem também se estende a
Nossa Senhora do Rosário, os dois santos são considerados os padroeiros desse tipo de
festividade cultural, hoje já considerado um patrimônio histórico imaterial da humanidade e
também outro ponto de referência nacional sobre a cultura dos povos Cerradeiros.
A cidade de Catalão está localizada no estado de Goiás, a mesma oferece uma das mais
representativas Congadas do país, a festa que é mais um dos grandes movimentos religiosos do
Brasil.
Segundo o Instituto Israelita de ensino e pesquisa Albert Einstein, a Congada de Catalão
é uma das festas mais típicas do estado de Goiás, e já acontece há mais de 12 anos na cidade.
A festa divide-se em duas partes: a religiosa, com missas, procissão e terço, e a folclórica, que
consiste em apresentação de música e dança e de visitas às casas de moradores pioneiros. A
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festa começa com os ternos de congos (grupos de dançarinos) reunidos na Igreja de Nossa
Senhora do Rosário.
A figura 5, demostra fotografias da tradicional Congada, que anualmente alegra e colore
as principais ruas da cidade de Catalão-Go, alimentando assim, mais uma das fortes tradições
culturais dos povos Cerradeiros.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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REFERENCIAS
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Recursos Hídricos Disponível em:
http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=37 Acesso em: 22 maio. 2018.
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Nacional de Águas – ANA Disponível em:<
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http://www.ibge.gov.br/home/ (acesso em 9/05/2018).
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da imaterial da Humanidade- 2018. Disponível em https://nacoesunidas.org/agencia/unesco/.
Acesso em: 15 maio. 2018.
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Resumo: O Rio São Tomás abastece uma população estimada de 255.791 habitantes dos municípios de
Rio Verde (GO) e Santa Helena de Goiás (GO), apresenta usos múltiplos da água e por isso contribui
de forma social, econômica e ambiental para a região onde se encontra. Assim, objetivou-se analisar
variáveis físico-químicas e microbiológicas, comparando-as com limites estabelecidos pela Resolução
CONAMA 357/2005 para água doce classe 1, classe 2, classe 3 e classe 4, realizar o estudo do estado
trófico, sendo este por meio do Índice de Estado Trófico (IET) para fósforo total (FT), e estudo da
balneabilidade, sendo este conforme a Resolução CONAMA 274/2000. As coletas e preservação das
amostras foram realizadas conforme a Resolução 724/2011 da Agência Nacional de Águas, sendo três
campanhas no período chuvoso, nos dias 29 de novembro/2017 (C1), 18 de dezembro/2017 (C2) e 30
de janeiro/2018 (C3), em dois pontos amostrais e confeccionada uma amostra composta. Todos os
procedimentos analíticos seguiram os métodos descritos no Standart Methods For Examination of Water
and Wastewater de 2012. Em campo foram analisadas as variáveis pH, temperatura, condutividade
elétrica (CE) e sólidos totais dissolvidos (STD). Em laboratório, analisou-se turbidez, FT, demanda
química de oxigênio (DQO), nitrato, coliforme totais e Escherichia coli. As variáveis que não estiveram
em conformidade com a Resolução CONAMA 357/2005 foram turbidez (C1 e C3) e FT (C1, C2 e C3);
para a primeira variável, os valores altos podem estar relacionados com a pluviosidade, uma vez que
apenas nos dias que ocorreram chuvas o limite foi ultrapassado, o que favorece o carreamento de solos
e resíduos para o corpo hídrico; e os valores altos de FT, além de ser devido às precipitações
pluviométricas, favoráveis ao carreamento de fontes de FT das lavouras para o curso hídrico, podem
estar relacionados também a despejos de efluentes domésticos e industriais, resíduos oriundos de granjas
e outros. A meia bacia apresentou um alto grau de trofia, supereutrófico (C1) e hipereutrófico (C2 e C3),
o que tem relação com o incremento de fósforo no ambiente de estudo. Para a balneabilidade, a água foi
classificada como imprópria para o banho, por ter apresentado níveis de Escherichia coli maiores que o
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permitido pela Resolução CONAMA 274/2000, e as causas podem estar ligadas a despejos de efluentes
sem tratamento ou com tratamento inadequado. Dessa maneira, praticas mais sustentáveis e ações devem
ser implementadas para reduzir os impactos negativos ao curso hídrico em questão.
1 INTRODUÇÃO
A água para os vários usos tem sofrido interferências tanto qualitativas quanto
quantitativas. A poluição das águas nas bacias hidrográficas tem crescido a cada dia, seja por
fenômenos naturais, seja por ações antrópicas. Segundo Von Sperling (2014) a condição em
que a água se encontra é determinada pelas condições naturais e pelo uso e ocupação do solo
da bacia hidrográfica. Uma das principais causas da baixa disponibilidade hídrica esta
relacionada às ações humanas sem planejamento do uso e ocupação do solo (LUCAS;
FOLEGATT e DUARTE, 2010).
Há dezenas de variáveis limnológicas que inferem e determinama a qualidade da água.
Os resultados obtidos dessas variáveis podem ser comparados aos padrões estabelecidos
(valores de referência) para a classe que o corpo hídrico é enquadrado, no intuito de verificar a
conformidade aos níveis estabelecidos.
No Brasil, a Resolução que trata da classificação dos corpos hídricos e os respectivos
valores das variáveis para cada enquadramento é nº 357, de 17 de marco de 2005, do Conselho
Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). Essa resolução dispõe sobre a classificação dos
corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, e dá outras providências,
sendo que, tratando-se de águas doces, estabelece 5 classes de água (especial, classe 1, classe
2, classe 3 e classe 4), e que, ainda, conforme seu Art. 42, enquanto não aprovados os
enquadramentos, as águas doces serão consideradas classe 2, exceto se as condições de
qualidade atuais forem melhores, o que determinará a aplicação da classe mais rigorosa
correspondente (BRASIL, 2005).
No presente trabalho as variáveis utilizadas foram Temperatura (T), Condutividade
Elétrica (CE), Sólidos Totais Dissolvidos (STD), potencial hidrogeniônico (pH), Turbidez,
Demanda Química de Oxigênio (DQO), Fósforo Total (FT), Nitrato, Coliformes Totais e
Escherichia coli.
A eutrofização pode ser definida como o enriquecimento da água por nutrientes,
principalmente fósforo e nitrogênio, causando assim o afloramento de algas e atrapalhando a
dinâmica do meio aquático (ESTEVES, 2011). O Índice de Estado Trófico (IET) proposto por
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Lamparelli (2004) é uma ferramenta matemática que ajuda na compreensão e interpretação dos
resultados. Esse índice relaciona a qualidade da água de acordo com o enriquecimento por
nutrientes e o aumento exagerado das algas ou infestação de macrófitas aquáticas (CETESB,
2016).
Um assunto relevante sobre qualidade da água trata-se da balneabilidade, visto que água
contaminada pode influenciar na saúde pública, transmitindo doenças via hídrica. A Resolução
relativa à balneabilidade é a nº 274, de 29 de novembro de 2000, do CONAMA, que define os
critérios e apresenta limites para Escherichia coli (principal indicador de contaminação por
microrganismos que podem causar doenças de veiculação hídricas) além de estabelecer
valorespara pH.
Assim, o objetivo deste trabalho foi analisar a qualidade da água, o estado trófico e a
balneabilidade da média bacia do Rio São Tomás por meio de variáveis físico-químicas,
microbiológicas e Índice de Estado Trófico (IET).
O Rio São Tomás localize-se nos municípios de Rio Verde (GO) e Santa Helena de
Goiás (GO). Fornece água para diversos usos para uma população estimada de 217.048 mil rio-
verdenses e 38.743 mil santa-helenenses (IBGE, 2017), além de atender demanda de sistemas
de irrigação, produção animal e outros usos múltiplos.
O município de Rio Verde (GO) e Santa Helena de Goiás apresentam áreas destinadas
à agropecuária (predominante), além de áreas industriais, urbanizadas e granjas, principalmente
na área de contribuição dos pontos amostrais, localizados próximos à cachoeira do Rio São
Tomás. Devido a isso, surge a preocupação com a qualidade da água da bacia hidrográfica do
rio em questão. É importante ressaltar que a cachoeira desse rio (localizada na média bacia
desse curso hídrico) é um local de diversão, lazer e de contato primário.
2 MATERIAL E METODOS
A bacia (1742,20 km²) do Rio São Tomás localiza-se nos municípios de Rio Verde e
Santa Helena de Goiás, no Sudoeste de Goiás, sendo que a pesquisa foi realizada para
caracterizar e entender os impactos na água da média bacia desse corpo hídrico, no município
de Rio Verde (GO), em 2 pontos amostrais definidos próximos à cachoeira do Rio São Tomás
(Figura 1).
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Figura 1. Espacialização dos pontos amostrais no Rio São Tomás, Sudoeste de Goiás
O uso e a cobertura da terra na área de estudo são diversificados, onde várias atividades
são desenvolvidas, como produção agrícola (predominante), principalmente soja e milho,
pecuária intensiva e extensiva, instalações de granjas (de médio e grande porte), expansão
urbana e industrial. O curso hídrico em questão atende diversos usos múltiplos, entre os quais,
abastecimento público urbano e rural de Santa Helena de Goiás (GO) e de Rio Verde (GO),
abastecimentos industriais (como a BRF S. A., umas das maiores indústrias de alimentos do
mundo), atende demanda de projetos de irrigação, produção animal, ou seja, tem importância
social, econômica e ambiental.
Os 2 pontos amostrais foram definidos a jusante do ponto de capitação de água para o
abastecimento urbano da cidade de Rio Verde (GO) e a montante do ponto de capitação de água
para atender a demanda hídrica da população urbana de Santa Helena de Goiás (GO), ver Figura
1.
Foram realizadas três campanhas (medição de variáveis físico-químicas in loco e coletas
de amostras) no período chuvoso, nos dias 29 de novembro de 2017, 18 de dezembro de 2017,
30 de janeiro de 2018, todas entre 08:00 h e 11:00 h da manhã, em um ponto amostral com local
nas coordenadas geográficas 17º 52’ 13,9” S/050º 42’ 55”, e em outro, com local nas
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IET(PT)=10*(6-((0,42-0,36*(ln.PT))/ln2))-20 (E1)
-1
Na qual: IET é o Índice de Estado Trófico; PT, a concentração de fósforo total, em µg.L ; e ln, o logaritmo natural.
3 RESULTADOS E DISCURSSÃO
Na Tabela 1 são apresentados os resultados para as variáveis físico-químicas, e na
Tabela 2, os resultados para coliformes totais e Escherichia coli.
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esses motivos ele é um padrão de portabilidade no Brasil. A Resolução estabelece valor máximo
10 mg/L para todas a classes, em todos os pontos esse limite foi atendido.
O fósforo tem origens naturais e artificiais, em corpos hídricos seu aumento está ligado
principalmente a fertilizantes, detergentes, despejos indústrias e domésticos. A Resolução
357/2005 determina valor para classe 1 (0,1 mg/L), 2 (0,1 mg/L) e 3 (0,15 mg/L), todas as
médias encontradas ultrapassaram esses limites. O alto valor de FT pode estar relacionado com
o uso do solo, sendo que na áreas de contribuição do ambiente de estudo, como foi apresentado,
há predominância de agropecuária intensiva e extensiva, com destaque para a produção de grãos
(soja e milho) e de aves e suínos, instalações de agroindústrias (como a BRF S. A.) e área
urbanizada. Poluições ligadas a essas áreas, como uso intensivo de fertilizantes e despejos de
efluentes não tratadose/ou com tratamentos inadequados são as principais causas de impactos
em rios (TUNDISI e MATSUMURA-TUNDISI, 2008). Outro fator relevante é o fato da
pesquisa der sido realizada no período chuvoso, o que aumenta o carreamento do fósforo das
lavouras para o corpo d’água.
Os valores de FT tem relação direta com o IET, ou seja, com a eutrofização de corpos
hídricos.
Um dos maiores impactos tanto qualitativo como quantitativo em lagos, rios e represas
é a eutrofização, que afeta em maior ou menor proporção todos os ambientes aquáticos
(TUNDISI, MATSUMURA-TUNDICI, 2008). Para auxiliar em um maior entendimento sobre
os valores da eutrofização é usado o IET. Este índice auxilia na avaliação da qualidade da água
e permite a simplificação dos resultados (AGUIAR, 2015). Os valores encontrados para IET
(66,52; 70,76; 70,80) demonstram um alto grau de trofia, caracterizando o corpo hídrico como
supereutrófico na primeira campanha, e hipereutrófico, na segunda e terceira campanha.
Em outro estudo no Ribeirão das Abóboras, afluente do Rio São Tomás, localizado na
alta bacia deste curso hídrico, Alves (2016) constatou valores semelhantes de grau de
eutrofização, com pontos supereutrófico e hipereutrófico.
Segundo Lamparelli (2004): corpos d'água supereutrófico são aqueles com altos índices
de produtividade em relação as condições normais, com episódios de floração de algas e
comprometimento dos usos da água; e corpos d'água hipereutróficos são aqueles afetados por
grandes concentrações de matéria orgânica e nutrientes, com episódios de mortalidade de peixes
e floração de algas, com consequências indesejadas dos seus vários usos.
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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados elevados tem relação com o uso e a cobertura da terra na área de
contribuição do ambiente amostral. Os altos níveis de turbidez, fósforo total, estado trófico e
Escherichia coli podem ser em decorrência de práticas e manejos inadequados do solo
(aplicação intensiva de fontes de fósforo nas lavouras, mecanização inadequada, solos
descobertos, falta de barreiras físicas para favorecer a infiltração de água no solo e diminuir o
escoamento superficial e outros), resíduos de granjas e de outras atividades pecuárias, falta de
tratamento de resíduos laçados no corpo hídrico (como os efluentes do Instituto Federal Goiano
– Campus Rio Verde que são lançados sem tratamento adequado) e outros.
Os índices de estado trófico elevados podem comprometer o ecossistema em questão,
provocar desequilíbrio na biodiversidade aquática, em decorrência do possível afloramento de
algas, as quais podem comprometer o abastecimento público, causando danos às tubulações,
bem como perda da qualidade própria para consumo, isto devido espécies desses
microrganismos poderem produzir toxinas, podendo estas ser letais.
É importante destacar que a água do Rio São Tomás em questão, pelo menos na sua
cachoeira, não é própria para banho, podendo transmitir doenças de veiculação hídrica como
disenteria bacilar e cólera.
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REFERÊNCIAS
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RESUMO: O objetivo deste trabalho foi analisar a percepção socioambiental dos professores da rede
pública de ensino básico de Formosa-GO a partir da Escala do Novo Paradigma Ecológico. Aplicou-se
um questionário adaptado com oito questões indicadoras da percepção socioambiental a 57 professores,
os dados foram tabulados em planilha Excel para definição e exclusão daqueles respondentes que
obtivessem mediana 3 (os indecisos) o que resultou em 47 respondentes ao final para análise, medianas
superiores a três receberam o código 0 (zero) e, as inferiores a três ficaram com o código 1 (um), esses
dois grupos representam a visão pró-ambiental e anti-ambiental respectivamente. Foi realizado o teste
estatístico U de Mann Whitney ao nível de significância de 5% (p < 0,05) com as oito questões utilizando
o software SPSS versão 20, quatro delas obtiveram diferenças estatisticamente significativas e as outras
quatro não apresentaram as mesmas diferenças entre os grupos pró e anti ambientais.
Palavras-chave: Percepção socioambiental; Professores; Escala do Novo Paradigma Ecológico.
INTRODUÇÃO
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Esse destaque dado à temática ambiental despertou outros públicos para uma nova
consciência – a ambiental, também conhecida como “consciência ecológica”. A emergência
dessa problemática adquiriu significado central na vida cotidiana dos indivíduos,
principalmente pelo seu caráter difuso, a família, a escola, a empresa, a biografia de cada um,
as historias de vida e suas experiências particulares com a problemática ambiental estão entre
os locais possíveis de processamento da consciência ecológica e a mudança de mentalidade
(GADOTTI, 2000), porém, esses espaços são permeados por obstáculos relacionados às
estratégias de formação, a dificuldade de perceber o vínculo entre a questão ambiental e social
deve-se a uma questão de entendimento: desde que se cunhou o termo educação ambiental, o
adjetivo “ambiental” foi compreendido como sinônimo de “ecológico” (LAYRARGUES,
2009).
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Battistella et. al. (2012) em pesquisa realizada com professores para aferir suas atitudes frente
às questões ambientais. Assim, o objetivo deste trabalho foi analisar a percepção
socioambiental dos professores da rede pública de ensino básico de Formosa-GO a partir da
Escala do Novo Paradigma Ecológico.
MATERIAIS E MÉTODOS
Os dados deste trabalho foram obtidos entre os dias 9 e 27 de Outubro de 2017 a partir
da visita in loco a 21 escolas e aplicação de um questionário a 57 professores da rede pública
de educação básica do município de Formosa-GO. O questionário aplicado é uma adaptação
contendo oito (08) questões indicadoras da percepção socioambiental das pessoas.
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Fonte: Adaptada de Dunlap, et. al., (2000) apud Battistella, et. al., (2011).
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Caracterização do perfil dos participantes
masculinos, com relação à faixa etária, em ordem decrescente, 49,1% deles estão entre os 35 e
49 anos, 33,3% estão entre 20 e 34 anos, seguidos por 15,8% daqueles entre os 50 e 64 anos,
houve ainda a omissão da idade em 1,8% deles.
A renda familiar com base no número de salários mínimos pôde ser resumida da
seguinte forma: 49,1% convivem com margem de renda familiar variando entre 2 e 4 salários
mínimos, 26,3% com margem entre 4 e 6 salários mínimos, 14% entre a margem de 6 e 8
salários mínimos, 3,5% compartilham renda familiar que variam de 8 a 10 salários mínimos e
3,5% partilham renda acima 10 salários mínimos, 3,5% deles omitiram a margem de renda
familiar. Quanto ao nível de formação, 59,6% desses profissionais possuem especialização,
36,8% são apenas graduados, 1,8% possui mestrado e 1,8% omitiu essa questão.
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(FOLEY, 2017). Essa percepção que surgiu a partir da visão crítica de especialistas atingiu a
sociedade de modo geral (SEIFERT, 2011).
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A baixa percepção positiva de que “A terra é uma espaçonave com espaço e fontes
limitados” (var11, U = 37,000 e p > 0,79) indica que o reconhecimento de um ambiente com
fontes naturais delicadas e limitadas onde a possibilidade de crescimento humano é limitada e
o esforço humano para sobrepor a natureza pode levar a problemas para toda a humanidade
(SILVA FILHO, et. al., 2009) não prevalece nesse grupo pesquisado. A ausência dessa noção
de espaço e recursos limitados, é um traço da perda da relação dialética, de mútua constituição,
entre o eu e a sociedade no mundo. Este é um ponto pouco compreendido e tão crucial para
quem pretende atuar em educação (LOUREIRO, 2010).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A escola, local de trabalho das pessoas que participaram deste estudo, é um espaço
fértil para a educação ambiental (EA). A queixa constante sobre abordagens reducionistas que
empregam ações voltadas ao aspecto ecológico das relações entre sociedade e natureza pode
ser explicada pela compreensão da percepção socioambiental dos professores, aqueles que
forem mais conscientes estarão mais propensos a trabalhar a complexidade dos dilemas
ambientais, enquanto que, os menos conscientes podem oferecer empecilhos na medida em que
a EA seja trabalhada de forma interdisciplinar.
REFERÊNCIAS
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Resumo: O presente artigo analisa a variação das chuvas na área de influência dos reservatórios de Caçu
e Barra de Coqueiros-GO, localizado entre as coordenadas geográficas 18º 30’ S a 18º 45’ S e 50º 55’
W a 51º 10’ W, no baixo curso do rio Claro, possuindo área total de 955,3 km², com perímetro de 172,6
km, entre os municípios de Caçu e Cachoeira Alta-GO, a área de estudo faz parte da bacia do rio Claro,
no trecho que compreende área de influência dos reservatórios da UHE Caçu e UHE Barra dos
Coqueiros. Objetivou-se analisar a variação espaço-temporal dos valores totais de chuva (mm) no
recorte temporal de setembro de 2014 a agosto de 2015. Para a aquisição dos dados de chuvas, realizou-
se trabalhos de campo para instalação dos equipamentos e coleta dos dados de chuvas. Posteriormente
os dados foram organizados no laboratório, em seguida realizou a análise, com auxílio de Software,
onde foi possível verificar que o total de chuvas registrado no período na área de estudo entre os pontos
de coletas foi de 931,6 a 1626,91 mm, o maior total de chuva 1626,91 mm ocorreu no (P27) enquanto
que a menor volume total de precipitação foi registrado no (P04) na fazenda Ribeirão dos Paula 2. A
variação espaço-temporal das chuvas mensais foi de 20,64 mm a 440,32 mm. O mês com menor volume
foi agosto de 2015, que registrou 20,64 mm, e maior volume detectado ocorreu em março, com 440,32
mm. Essa variação para os meses avaliados pode ser justificada pela influência dos sistemas convectivos
e frontais da massa tropical continental e massa tropical atlântica, que atuam com mais frequência entre
os meses de setembro a março. A partir de abril, o volume de chuva começa a diminuir devido à perda
de força pela atuação, com maior intensidade, da massa polar atlântica, responsável pelas baixas
temperaturas e que, acaso venha a se confrontar com a tropical atlântica, influenciará os baixos volumes
de chuva que ocorrem nos meses de inverno.
1 – INTRODUÇÃO
A bacia hidrográfica constitui a melhor forma de delimitação espacial de sistemas
naturais e é, por excelência, a unidade da paisagem mais utilizada pela Geografia, para estudos
ambientais e de planejamento. A área de influência dos reservatórios de Caçu e Barra dos
coqueiros-GO possui 955,3 Km², está inserida na bacia do rio Claro, nesse recorte espacial, é
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possível analisar a interação dos elementos climáticos, juntamente com os aspectos que
compõem a paisagem, a localização, geologia, geomorfologia, hipsometria, declividade,
exposição das vertentes, pedologia, uso e ocupação das terras e os sistemas atmosféricos que
atuam na região da área de estudo.
A delimitação da bacia hidrográfica, vislumbrada como uma unidade biofísico-
territorial é importante, principalmente para a análise dos elementos físico-químicos e sua inter-
relação, o que a define, para muitos autores, por exemplo, Botelho (1999), como unidade natural
básica de análise da superfície terrestre.
Cada vez mais, a bacia hidrográfica vem sendo utilizada como recorte espacial e
territorial, para analisar os diferentes processos de uso e ocupação das terras, como por
exemplo, a construção de hidrelétricas, represas, gestão dos recursos hídricos, entre outros
temas. Recentemente, as pesquisas têm ressaltado a importância do planejamento ambiental
integrado direcionado para os diferentes enfoques, como por exemplo, a variação do atributo
climático chuva que será analisada neste artigo.
Para Ab’Saber e Costa Jr. (1950), o sudoeste de Goiás apresenta características gerais
de clima da área tropical de continentalidade representada por um longo período chuvoso
durante o verão, opondo-se a um outro mais seco (menos chuvoso) no inverno, fato que pode
ser verificado nos estudos realizados por Cabral et al. (2013) e Queiroz Junior (2014), cujos
autores relatam que o período chuvoso ocorre entre os meses de outubro a abril, seguido de um
período mais seco entre maio e setembro. Para Lobato et al. (2002) e Mariano (2005), o estado
de Goiás apresenta Na maior parte da região, a precipitação pluviométrica anual oscila entre
1400 e 1600 mm.
1.1 – OBJETIVO
Analisar a variação espaço-temporal da chuva no recorte temporal de setembro de
2014 a agosto de 2015, na área de influência dos reservatórios de Caçu e Barra dos Coqueiros-
GO.
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Goiano e à microrregião de Quirinópolis, possuindo área total de 955,3 km², com perímetro de
172,6 km, entre os municípios de Caçu e Cachoeira Alta-GO. A área de estudo faz parte da
bacia do rio Claro, no trecho que compreende área de influência dos reservatórios da UHE Caçu
e UHE Barra dos Coqueiros.
2 – MATERIAIS E MÉTODOS
Para o recorte da área de estudo (Figura 1), utilizou-se a carta topográfica SE-22-Y-B,
elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), disponibilizada pelo
Sistema Estadual de Estatística e Informações Geográfica do Estado de Goiás (SIEG). A
localização geográfica da área de estudo foi delimitada e georeferenciada no ArcGIS 10.1, com
as respectivas coordenadas geográficas, destacando a localização do limite da área de estudo,
os pontos de coletas e a rede de drenagem.
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3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os resultados que foram alcançados dentro do objetivo deste artigo destaca-se a
variação da chuva, na área de estudo. A análise temporal e espacial contempla a espacialização
dos valores totais (mm) de chuva, verificou-se durante o período que compreende os meses de
setembro de 2014 a agosto de 2015, e os valores de chuvas (mm) na escala mensal.
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Nos pontos P01, P06, P09, P10, P15, P22, P23 e P27, o volume de chuva foi superior
a 1.300 mm. Esses pontos encontram-se em altitudes que variam de 463 m a 718m,
demonstrando que o fator orográfico não é o principal elemento que tem influência sobre os
índices de precipitação na área de estudo. Portanto, o volume de chuva é influenciado pela
dinâmica das massas de ar, principalmente no período chuvoso, característico da estação verão.
De acordo com o mapeamento da chuva (Figura 2), a distribuição das mesmas é
heterogênea. Os pontos de coleta que registraram os menores volumes de chuva foram o P18 e
P19, P2 e P7, com 949,47 e 963,73 mm valores de chuva de todos os pontos. Tais pontos estão
localizados na região menos elevada da bacia, com cotas altimétricas de 452 e 484 m, altitudes
significativamente menores quando comparadas ao ponto P27, a 728 m de altitude.
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Figura 2- Chuva total para o período compreendido entre setembro de 2014 a agosto de 2015 na área
de influência dos reservatórios de Caçu e Barra dos Coqueiros-GO
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bacia hidrográfica do rio Preto, em que constatou variação anual média das chuvas entre os
pontos de coletas, registraram valores diferentes, devido à influência da orografia; já o estudo
de Correa (2017), que analisou a distribuição espacial e variabilidade da precipitação na bacia
do rio Piriri-PR, verificou que a variação anual das chuvas, entre os pontos de coletas
selecionados, é maior, associando esse fato à influência da orografia. Estes autores
evidenciaram a relação existente entre os condicionantes geográficos, como a hipsometria e os
direcionamentos das massas de ar na distribuição das chuvas.
Com base em Campos et al. (2002), um dos fenômenos atmosféricos que mais
contribui para as diferenças entre os totais de chuvas mensais é a ação das massas de ar. Pode-
se inferir que as variações que ocorreram na bacia hidrográfica de Caçu e Barra dos Coqueiros
decorrem da influência das massas de ar equatorial continental, tropical continental, polar
atlântica e tropical atlântica.
A amplitude pluviométrica que se registrou foi de 695,31 mm, resultado dos volumes
ocorridos nos pontos P4 e P27, com diferença altimétrica de 244 m. Se fossem levados em
consideração apenas esses dois pontos de coleta, seria possível afirmar que os fatores
orográficos da área de estudo, associados à dinâmica do sistema atmosférico, seriam os
responsáveis pela variação do volume de chuva.
Conforme pesquisa realizada por Lima (2013) na região da bacia hidrográfica de Caçu
e Barra dos Coqueiros, a média dos totais de chuva para o período de 1977 a 2011, a partir dos
dados de 4 estações meteorológicas na bacia do rio Claro, foi de 1503 mm. A maior média
registrada foi no ano de 2009, com 1856 mm, e a menor em 1999, com 1107 mm.
A distribuição das chuvas mostram valores diferenciados, sendo de suma importância a
análise integrada dos elementos climáticos ao modelo de uso e ocupação da terra, levando em
consideração os condicionantes geográficos: relevo, exposição das vertentes, geologia, solos e
atmosfera.
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massa tropical atlântica, que atuam com mais frequência entre os meses de setembro a março.
A partir de abril, o volume de chuva começa a diminuir devido à perda de força pela atuação,
com maior intensidade, da massa polar atlântica, responsável pelas baixas temperaturas e que,
acaso venha a se confrontar com a tropical atlântica, influenciará os baixos volumes de chuva
que ocorrem nos meses de inverno.
O trabalho desenvolvido por Campos et al. (2002) para o estado de Goiás apresentou
resultados semelhantes ao da presente pesquisa, corroborando com os resultados alcançados.
Figura 3- Variação da chuva mensal para o período compreendido entre setembro de 2014 a agosto de
2015 na área de influência dos reservatórios Caçu e Barra dos Coqueiros-GO
Segundo Nimer (1989), de junho até agosto, devido à atuação da frente polar e linhas
de instabilidades pré-frontais (sistemas extra-tropicais), ocorre a diminuição dos sistemas
convectivos, gerando redução da precipitação pluviométrica, caracterizando os meses de
inverno como os menos chuvosos para o período analisado, fato constatado nesta pesquisa.
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Guerra (1989) aponta as diferenças espaciais das chuvas no sudoeste de Goiás com
base na influência das formas do relevo e altimetria que atuam como barreiras às massas de ar
úmidas e de pequena espessura. De acordo com os resultados obtidos neste trabalho, notamos
que os elementos geográficos geologia, pedologia, exposição das vertentes e uso da terra podem
influenciar na distribuição das chuvas, devendo esses elementos serem estudados em maior
profundidade.
O estudo em escala mensal mostrou que a distribuição das chuvas inicia-se no mês de
setembro, concentrando os maiores volume do mês de dezembro até março. Constatou-se que,
a partir dos meses de abril e maio, a chuva total decresce, registrando menor volume
pluviométrico entre os meses de junho a agosto de 2015, resultados que são corroborados por
Campos et al. (2002) para o estado de Goiás. O maior período de estiagem no estado de Goiás
ocorre entre os meses de junho a setembro. Já o período chuvoso inicia-se entre os meses de
setembro e outubro e se estende até os meses de março ou abril (SILVA et al., 2008).
4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
A distribuição da chuva na área é heterogênea, demonstrando existir associação entre as
características do meio físico da área da pesquisa e os sistemas atmosféricos. O ponto de coleta
P27 registrou a maior chuva, com 1626,91 mm, justificada pela dinâmica das massas de ar,
principalmente no período chuvoso, característico da estação de verão.
A variação do volume de chuva demonstra que a área de estudo caracteriza-se por
invernos secos e verões chuvosos. A diminuição do volume de chuva entre junho e agosto pode
estar relacionada à estabilidade gerada pela influência do anticiclone subtropical do Atlântico
Sul e de pequenas dorsais que se formam sobre a parte continental sul-americana. Já o período
chuvoso pode ser associado ao deslocamento para sul da Zona de Convergência Intertropical
(ZCIT), fato esse destacado nos trabalhos desenvolvidos por Nimer (1989) e Marcuzzo et al.
(2012).
A espacialização mensal da chuva evidencia que os aspectos geográficos da bacia
contribuem, com a dinâmica atmosférica, para a ocorrência e intensidade. Verificou-se que
existe certa heterogeneidade das chuvas, como por exemplo, no mês de dezembro, em que os
pontos de coletas (P8, P9, P10, P20, P22) apresentaram maiores registros de chuvas,
diferentemente do P11, em que houve diminuição no volume de chuva.
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5 - REFERÊNCIAS
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Paulista de Geografia, São Paulo, n. 4, p. 3-26, mar. 1950.
BOTELHO, R. G. M. Planejamento em microbacia hidrográfica. In: GUERRA, A. .J. T.;
SILVA, A. S.; BOTELHO, R.. G. M. (Orgs.). Erosão e conservação dos solos. Rio de Janeiro:
Bertrand Brasil, 1999, p.269-300.
CABRAL, J. B P et al. Diagnóstico Hidrossedimentológico do Reservatório da UHE Caçu -
GO. Geofocus (Madrid), v. 13, p. 25- 37, 2013.
CAMPOS, A. B. de. et al. Análise do comportamento espacial e temporal das temperaturas e
pluviosidades no Estado de Goiás. In: ALMEIDA, M. G. de (Org.). Abordagens geográficas
de Goiás: o natural e o social na contemporaneidade. Goiânia: IESA, 2002. p. 91-118.
CORREA, M.G.G.; GALVANI, E. Análise estatística da variabilidade da precipitação
pluviométrica para a bacia hidrográfica do rio Piquiri-PR. Boletim Paulista de Geografia, v.
96, p. 1-10, 2017.
FIALHO, E. S Clima e sítio na zona da mata mineira: uma análise em episódios de verão. Ano
7 – v. 8 –Jan/Jun/2011 Revista Brasileira de Climatologia. ISSN: 1980-055x (impressa) 2237-
8642 (eletrônica) p.118-136. 2011.
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Cartas topográficasde escala 1:
250.000 (folhas SE-22-YB e SE-22-ZA). Disponível em: <http://www.ibge.gov.br>. Acesso
em: 01 dez. 2013.
LIMA, A. M. Relação clima e vegetação na área das bacias das usinas hidrelétricas de
Barra dos Coqueiros e Caçu-GO, 2013. 89f. Dissertação (Mestrado em Geografia)–
Universidade Federal de Goiás- Campus Jataí. Jataí-GO. 2013.
LOBATO, E. J. V. et al. A. Atlas climatológico do Estado de Goiás. Goiânia: Editora da UFG,
2002. 99p.
MARCUZZO, F. F. N.; CARDOSO, M. R, D., FARIA, T. G. Chuvas no Cerrado da região
centro-oeste do Brasil. Ateliê, V6, N2, p112-130. 2012.
MARIANO, Z. F. A importânica da variável climática na produtividade de soja no
Sudoeste de Goiás. 2005. 253f. Tese de doutorado (Instituto de Geociências e Ciências Exatas)
Campus de Rio Claro. (SP), 2005.
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RESUMO: Diante dos danos causados aos ambientes aquáticos, objetivou-se analisar as águas da
porção Centro-Oeste da bacia hidrográfica do Rio Preto. Realizou-se uma pesquisa a partir de dados
históricos de fósforo total (FT) obtidos pela Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento
Básico do Distrito Federal (ADASA), de 2001 a 2014, e disponibilizados pela Agência Nacional de
Águas (ANA). Através destes dados foi feita a análise dos níveis de FT utilizando como valores de
referência os limites estabelecidos pela Resolução CONAMA 357/2005 para águas doces. Foi realizado,
ainda, o estudo do estado trófico por meio do Índice de Estado Trófico (IET). Em geral, os resultados
obtidos para as médias de FT estão dentro dos limites estabelecidos para as classes 1 e 2 (≤0,1), exceto
os pontos: (P5), que atendeu ao limite (≤0,15) para classe 3; e o P3 e o P11, que apresentaram níveis em
conformidade com a classe 4 (>0,15). Para os valores das médias do IET, em 14 pontos os resultados
foram oligotróficos ou mesotróficos, no entanto destaca-se o ponto (P3), situado no Rio Jardim, e o
(P11), localizado no Ribeirão Estrema, nos quais os ambientes amostrais (pontos amostrais) foram
classificados como supereutrónico e eutrófico, respectivamente. Os resultados obtidos podem ser
possivelmente em decorrência de efluentes domésticos, industriais e agropecuários despejados no corpo
hídrico sem tratamento ou com tratamento inadequado, podendo ser, inda, devido drenagem agrícola e
urbana, favoráveis ao carreamento de fontes de fósforo para o corpo hídrico. Este trabalho subsidiará
políticas públicas e outras ações para diminuir o aporte de FT, e, com isso, reduzir os níveis de
eutrofização, de forma a promover o desenvolvimento em harmonia com o meio ambiente
ecologicamente equilibrado.
1 INTRODUÇÃO
A água é um recurso natural fundamental para as mais diversas formas de vida. A água ocupa
aproximadamente 75% da superfície da Terra, sendo assim o constituinte inorgânico mais
abundante da matéria viva, integrando aproximadamente dois terços do corpo humano e
atingindo até 98% para animais aquáticos, legumes, frutas e verduras (LIBÂNIO, 2010). No
entanto, a sociedade tem utilizado este importante recurso de forma insustentável e causando
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vários danos para sua disponibilidade e potabilidade. De acordo com Sperling (2005), a
interferência do homem quer de uma forma concentrada, como na geração de despejos
domésticos ou industriais, quer de uma forma dispersa, como na aplicação de defensivos
agrícolas no solo, contribui na introdução de compostos na água, afetando a sua qualidade.
O despejo de efluentes e o escoamento de resíduos oriundos da agricultura causam o aumento
da quantidade de nutrientes presentes na água, causando assim a eutrofização do corpo hídrico.
Esteves e Meirelles-Pereira (2011) definem “eutrofização” como o aumento da concentração
de nutrientes-especialmente o fósforo - em um dado ecossistema aquático, que tem como
consequência o aumento da produtividade e alterações diversas sobre seu funcionamento.
Com intuito de preservar a qualidade dos corpos hídricos e o bem-estar da população, torna-se
necessária a criação e aplicação de mecanismos de gestão e monitoramento da qualidade dos
ambientes aquáticos. Isso ocorre em função da alteração das características físicas, químicas e
biológicas do ambiente acarretadas pela poluição (BRAGA et al., 2005). No Brasil, este
monitoramento é feito considerando como valores de referência os níveis exigidos pelo
Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), o qual estabelece limites que devem ser
seguidos conforme enquadramento dos corpos hídricos.
A resolução CONAMA 357, de 17 de março de 2005, dispõe sobre a classificação dos corpos
hídricos e diretrizes para seus enquadramentos e dá outras providências. De acordo com essa
resolução, em seu Art. 42, enquanto não aprovados os respectivos enquadramentos, as águas
doces serão consideradas classe 2, exceto se as condições de qualidade atuais forem melhores,
o que determinará a aplicação da classe mais rigorosa correspondente (BRASIL, 2005). Assim,
as águas da bacia do Rio Preto são enquadradas na classe 2.
O Programa Nacional de Avaliação da Qualidade das Águas (PNQA) é um programa lançado
pela Agência Nacional de Águas (ANA), importante para a expansão do conhecimento sobre a
qualidade das águas superficiais no Brasil, de forma a orientar a elaboração de políticas públicas
para a recuperação da qualidade ambiental em corpos d'agua, sendo que, por meio desse
programa, são disponibilizados metadados sobre variáveis de qualidade da água, contribuindo
com a gestão sustentável dos recursos hídricos (ANA ,2016).
Neste sentido, este estudo teve como objetivo entender a qualidade da água da bacia
hidrográfica do Rio Preto, por meio da variável de qualidade da água fósforo total (FT),
considerando os limites (valores de referência) estabelecidos pela Resolução CONAMA
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357/2005 para água doce, e, ainda, realizar o estudo do grau de trofia a partir de resultados
obtidos para FT.
2 MATERIAL E MÉTODOS
2.1 Área de estudo
Este estudo é o resultado de uma pesquisa exploratória aplicada, com uso de dados quantitativos
para analisar a qualidade da água na bacia do Rio Preto.
Segundo Mesquita (2017), a bacia hidrográfica supracitada está localizada dentro dos estados
de Goiás, Minas Gerais e também no Distrito Federal, ocupando uma área de aproximadamente
1.045.900 hectares. Neste estudo considerou-se a porção Centro-Oeste da bacia (Figura 1), que
corresponde, aproximadamente, a 348.805 hectares.
O clima predominante na área de estudo é tropical com duas estações bem definidas: verão,
quente e chuvoso e inverno, frio e seco. Dentro da área não há variações significativas de
precipitação pluviométrica, entretanto, as diferenças altimétricas e a distribuição da vegetação
são responsáveis por variações na temperatura e geração de microclimas. Os tipos de solos
predominantes na área de estudo são os Latossolos Vermelhos e Vermelho-Amarelos
(CAMPOS; MONTEIRO; RODRIGUES, 2006).
Os municípios de Formosa, Cristalina, Cabeceiras e o Distrito Federal estão inseridos na parte
estudada da bacia e possuem uma economia com base no agronegócio, o que é preocupante por
causa do grande consumo de insumos agrícolas, acarretando, além do uso demasiado da água
em sistemas de irrigação, a deterioração do cerrado local. Mesquita (2017) acrescenta que no
estado de Goiás, a bacia do Rio Preto possui, na região limítrofe com a porção leste do Distrito
Federal, quase toda sua região destinada aos treinamentos realizados pelo exército brasileiro.
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Figura 1. Localização da bacia hidrográfica do Rio Preto no Estado de Goiás (GO) e Distrito Federal
(DF), Brasil.
Quadro 1 – Descrição dos usos e cobertura nas áreas de contribuição dos pontoas amostrais na bacia do rio
Preto, no estado de Goiás e Distrito Federal
Ponto/ Localização Descrição
Apresenta ambiente amostral com área de
preservação; com área de contribuição coberta por
P1, Localizado no córrego Sucuriú, afluente
agricultura (predominante), construções rurais
do rio Bezerra.
(armazéns de grãos, residências), Cerrado/mata,
Campo limpo, mata ciliar e de galeria.
Apresenta ambiente amostral com área de
P2 (Localizado) no córrego Monjolo, preservação; com área de contribuição coberta por
afluente do rio Bezerra agricultura (predominante), pastagem, construções
rurais (armazéns de grãos, currais, residências),
Cerrado/mata, Campo limpo, mata ciliar e de galeria.
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Os dados de fósforo total, de 2001 a 2014, da Bacia Hidrográfica do Rio Preto, foram obtidos
pela Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal
(ADASA) e disponibilizados pela ANA (2016) como metadados. A partir desses metadados
foram extraídos os valores para a área de interesse (bacia do Rio Preto).
Os valores de referência, ou seja, limites estabelecidos pela Resolução CONAMA 357/2005
para água doce classe 1, classe 2, classe 3 e classe 4, em ambiente lótico, são apresentados na
Tabela 1.
Tabela 1. Limites estabelecidos (valores de referência) pela Resolução CONAMA 357/2005 para água
doce de classe 1 a classe 4
Valores de referência (mg.L-1)
Classe 1 Classe 2 Classe 3 Classe 4
≤0,1 ≤0,1 ≤0,15 >0,15
Fonte: Elaborado pelos autores a partir de dados da Resolução CONAMA 357/2005 (BRASIL, 2005).
Na qual: IET é o Índice de Estado Trófico; FT, é a concentração de fósforo total, em µg. L-1; e
ln, o logaritmo natural.
Os valores obtidos de IET foram classificados conforme proposta de Lamparelli (2004)
apresentada no Quadro 2, onde também são apresentadas as características especificas de cada
grau de trofia.
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados obtidos a partir de bases de dados disponibilizados pela ANA (2016) são
apresentados na Tabela 2, e os valores obtidos para o IET, na Tabela 3.
Tabela 2. Níveis de fósforo total na bacia do Rio Preto, no estado de Goiás e Distrito Federal, Brasil
Resultados de fósforo total (FT) em mg.L-1
Ponto amostral Corpo hídrico NU MI MA ME SD Latitude Longitude
1 Córrego Sucuriú 13 0,010 0,160 0,030 0,042 -15,85839 -47,0908
2 Córrego Monjolo 13 0,010 0,830 0,079 0,226 -15,7973 -47,09197
3 Rio Jardim 19 0,000 4,970 0,300 1,136 -15,94764 -47,44593
4 Ribeirão Cariru 22 0,000 0,660 0,061 0,138 -15,90375 -47,48538
5 Rio Jardim 23 0,000 1,125 0,118 0,293 -15,85986 -47,47565
6 Rio Jardim 17 0,000 0,300 0,031 0,073 -15,82819 -47,52399
7 Córrego Estanislau 19 0,000 0,090 0,017 0,025 -15,82792 -47,56038
8 Rio Jardim 19 0,000 0,126 0,025 0,033 -15,80514 -47,56094
9 Rio Preto 21 0,000 0,880 0,097 0,230 -15,94292 -47,3637
10 Ribeirão Estrema 21 0,000 0,150 0,027 0,039 -15,84597 -47,38537
11 Ribeirão Estrema 24 0,000 2,490 0,151 0,514 -15,78125 -47,44954
12 Ribeirão Barro Preto 20 0,000 0,340 0,041 0,085 -15,81986 -47,39426
13 Córrego Embiruçu 23 0,000 0,750 0,067 0,160 -15,77264 -47,39899
14 Rio Preto 20 0,000 0,180 0,034 0,052 -15,83736 -47,36898
15 Córrego São José 18 0,000 0,070 0,014 0,019 -15,71097 -47,31898
16 Córrego Jibóia 18 0,000 1,020 0,069 0,238 -15,64319 -47,36815
17 Ribeirão Jacaré 20 0,000 1,00 0,073 0,226 -15,62569 -47,3951
NU: número de amostras; MI: mínimo; MA: máximo; ME: média; SD: desvio padrão.
Fonte: Adaptado pelos autores a partir de metadados disponibilizados pela Agência Nacional de
Águas (ANA, 2016).
Pode ser observado na Tabela 2 que os valores de FT variaram de 0 a 4,970 mg.L-1, com média
de 0,014±0,019 mg.L-1 a 0,300±1,136 mg.L-1. É importante ressaltar que para cada ponto
amostral, o desvio padrão foi maior que a média, indicando que os valores variaram muito em
cada ambiente amostral, principalmente no P3. Observa-se, ainda, que, para os valores médios:
quatorze pontos amostrais (P1, P2, P4, P6, P7, P8, P9, P10, P12, P13, P14, P15, P16 e P17)
atenderam ao limite (≤ 0,1) estabelecido para água doce classe 1 e 2; um ponto (P5) atendeu ao
limite (≤ 0,15) para classe 3; e em dois pontos (P3 e P11) foram obtidos níveis (> 0,15) em
conformidade com a classe 4. Os maiores valores foram observados nos pontos P3 (4,970 mg.L-
1
), P5 (1,125 mg.L-1), P11 (2,490 mg.L-1), P16 (1,020 mg.L-1) e P17 (1,00 mg.L-1). Considerado
que o corpo hídrico em questão é enquadrado como água doce classe 2, os valores médios para
76
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Iporá, 6 a 9 de junho de 2018.
Tabela 3. Resultados para o Índice de Estado Trófico para fósforo total na bacia hidrográfica do Rio
Preto, de 2001 a 2014, no estado de Goiás e Distrito Federal, Brasil
Ponto Corpo hídrico NU IET para MI IET para MA IET para ME
1 Córrego Sucuriú 13 45,90 60,30 51,61
2 Córrego Monjolo 13 45,90 68,85 56,63
3 Rio Jardim 19 0 78,15 63,56
4 Ribeirão Cariru 22 0 67,66 55,29
5 Rio Jardim 23 0 70,43 58,72
6 Rio Jardim 17 0 63,56 51,78
7 Córrego Estanislau 19 0 57,31 48,66
8 Rio Jardim 19 0 59,06 50,66
9 Rio Preto 21 0 69,15 57,70
10 Ribeirão Estrema 21 0 59,96 51,06
11 Ribeirão Estrema 24 0 74,56 59,99
12 Ribeirão Barro Preto 20 0 64,21 53,23
13 Córrego Embiruçu 23 0 68,32 55,78
14 Rio Pr eto 20 0 60,91 52,26
15 Córrego São José 18 0 56,01 47,65
16 Córrego Jibóia 18 0 69,92 55,93
17 Ribeirão Jacaré 20 0 69,82 56,22
NU: número de amostras; IET MI: índice de estado trófico para o valor mínimo; IET para MA: índice
de estado trófico para o valor máximo; IET para ME: índice de estado trófico para o valor médio.
Fonte: Elaborados pelos autores.
Tratando-se do IET, observa-se na Tabela 3 que os índices para os valores mínimos (MI) e
valores máximos (MA) de FT variaram de 0 a 78,15, sendo para a média (ME) de FT, de 47,65
a 63,56. Para os ME de FT, notou-se que os IET em 5 pontos amostrais (P1, P6, P7, P8 e P15)
foram classificados como oligotróficos (47 < IET ≤ 52); para nove pontos (P2, P4, P5, P9, P12,
P13, P14, P16 e P17), foram observados valores na categoria mesotróficos (52 < IET ≤ 59); um
ponto (P5), na categoria eutrófico (59 < IET ≤ 63); e 1 ponto (P3), na categoria supereutrófico
(63 < IET ≤ 67). Os valores mais expressivos foram observados no P3 (63,56), localizado no
rio Jardim, e no P11 (59,99), localizado no ribeirão Estrema. De acordo com o Quadro 2 e
Tabela 3, considerando os IET para as ME de FT, observa-se que a maioria dos pontos
apresentaram-se como: corpos d’água com produtividade intermediária, com possíveis
implicações sobre a qualidade da água, mas em níveis aceitáveis, na maioria dos casos. No
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entanto, nos pontos amostrais P3 e P11 foram observados níveis de eutrofização elevados,
indicando incremente de FT no curso hídrico em decorrência de ação antrópica (Quadro 2;
Tabela 3; Figura 2).
Figura 2. Espacialização dos resultados qualitativos do Índice de Estado Trófico para fósforo total da
média das amostragens de 2001 a 2014 na bacia do Rio Preto, no estado de Goiás e Distrito Federal,
Brasil
Fonte: Elaborados pelos autores a partir de bases de dados disponibilizadas pela ANA (2016).
De acordo com o Quadro 1, no território onde a bacia hidrográfica em questão está inserida, a
agricultura é predominante, além de conter diversas construções rurais (granjas de criação de
aves, armazéns de grãos, sistemas de irrigação, residências e outros), o que pode ter interferido
nos valores mais altos encontrados para o FT e, consequentemente, para o IET. Isso devido que:
a drenagem agrícola pode carrear fontes de FT (adubos com fósforo na sua composição, matéria
orgânica oriundas das granjas e ouras fontes) para o corpo hídrico; os efluentes domésticos,
industriais e de granjas, se despejados nos corpos hídricos sem o tratamento adequado, podem
aumentar a quantidade desse nutriente na água e causar a eutrofização do ambiente aquático.
De acordo com Tundisi e Matsumura-Tundisi (2008) e Esteves e Meirelles-Pereira (2011)
(2011), a eutrofização das águas tem relação com aumento da população humana, da
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CONCLUSÃO
Considerado que o Rio Preto é enquadrado como água doce classe 2, os resultados, em média,
para os ambientes amostrais do P3, P5 e P11 não atenderam ao limite estabelecido pela
Resolução CONAMA 357/2005. Entretanto, considerado a média para cada ponto, a maioria
dos ambientes amostrais, quatorze no total, foram enquadrados na classe 1.
Os pontos onde foram observados valores muito altos, indicando influência antrópica, como,
possivelmente, incremento de FT no curso d’água devido carreamento de fontes de fósforo
oriundas das atividades agropecuária (altas aplicações de adubos fosfatados, resíduos de
granjas, etc.), despejos de efluentes domésticos e industriais, causando, assim, a eutrofização
do corpo hídrico. É necessária a implementação de políticas públicas/ações, envolvendo as
universidades, órgãos ambientais, empresas e o público em geral, no intuito de minimizar os
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danos ambientais e evitar possíveis impactos inda maiores no Rio Preto. Este estudo será
importante para subsidiar o planejamento e a gestão ambiental desse recurso natural,
promovendo o desenvolvimento econômico em consonância com a conservação dos recursos
hídricos, melhorando a qualidade ambiental e de vida
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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RESUMO: Devido à importância econômica e ambiental da Bacia do Rio Preto para o Distrito Federal
e estado de Goiás, objetivou-se analisar a concentração (mg.L-1) de oxigênio dissolvido (OD) de corpos
hídricos situados nesta bacia. As coletas foram realizadas em dezessete pontos amostrais. As coletas e
procedimentos analíticos foram realizados pela Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento
Básico do Distrito Federal (ADASA). Os resultados foram obtidos entre os anos de 2001 a 2014 e
disponibilizados pela Agência Nacional de Águas (ANA) com estudo do desvio-padrão (DP) para cada
ponto amostral. As médias foram comparadas com os limites de OD estabelecidos pela Resolução
CONAMA 357/2005 para água doce classe 1, classe 2, classe 3 e classe 4. Valores baixos de OD, em
inconformidade com níveis estabelecido para água doce classe 1 e classe 2 podem indicar um corpo
hídrico com impacto ambiental negativo expressivo. A maioria dos valores médios dos pontos
analisados atenderam às classes supracitadas. Porém, alguns valores ficaram abaixo dos limites exigidos,
o que pode estar relacionado aos impactos causados pelas atividades antrópicas presentes na área de
contribuição da bacia, como a agricultura, pecuária, granjas e construções rurais, além de concentrações
urbanas. Os valores incompatíveis com os limites da referida resolução indicam a necessidade de
planejamento e gestão ambiental da área de estudo, criando condições para melhorar sua qualidade.
Palavras chaves: Gestão de recursos hídricos; Qualidade da água; Resolução CONAMA 357/2005.
1 INTRODUÇÃO
O advento da Revolução Industrial ocorrido na Inglaterra, no século XVIII, modificou
as relações homem-natureza. As consequências de seu desenvolvimento irresponsável e as
atividades ligadas a esse fenômeno não foram sentidas na época (LEAL et al., 2008). Porém,
com a ocupação do espaço natural ao longo do tempo, incitadas pelas transformações, gerou-se
inúmeros impactos ambientais no solo, ar e recursos hídricos (PEREIRA; CURI, 2012).
No Brasil, Santos (2006) afirma que a partir da década de 40, foi incentivada a ocupação
da região Centro-Oeste, na denominada “Marcha para o Oeste”, onde foram criadas colônias
agrícolas, para ampliar as atividades econômicas e facilitar a entrada do capital agropecuário.
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2 MATERIAL E MÉTODOS
A área de estudo (348.805 hectares) limitou-se no estado de Goiás e Distrito Federal
(Figura 1). A bacia hidrográfica do Rio Preto totaliza uma área de 1.045.900 hectares e está
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localizada no Distrito Federal e nos estados de Goiás e Minas Gerais, constituindo parte
integrante da bacia hidrográfica do Rio São Francisco (CARNEIRO et al., 2007).
De acordo com Mesquita (2017), o Rio Preto possui uma extensão aproximada de 380
quilômetros, e suas principais nascentes se encontram nas imediações do município de Formosa
(GO).
Mesquita (2017) ressalta que a parte onde se situa a bacia supracitada no Distrito Federal
abrange núcleos rurais com forte vocação para atividades ligadas à agropecuária. Já a porção
do estado de Goiás, a maior parte é destinada às atividades do Exército Brasileiro.
Figura 1. Localização da bacia hidrográfica do Rio Preto no Estado de Goiás (GO) e Distrito Federal
(DF), Brasil.
Fonte: Adaptados pelos autores de dados disponibilizados pela ANA (2016).
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Pelo fato de haver o predomínio das atividades agropecuárias, os recursos hídricos são
utilizados para irrigação, caracterizando a região como uma das principais produtoras de grãos
e hortaliças para o DF e entorno (BORGES et al., 2007).
No Quadro 1 e Figura 2 são apresentados, respectivamente, os pontos amostrais e as
características gerais do uso da cobertura nas áreas de contribuição dos mesmos.
Os resultados foram obtidos entre 2001 e 2014 pela Agência Reguladora de Águas,
Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (ADASA) e disponibilizados pela ANA
(ANA, 2016).
Os resultados, com número de amostras (NU), valor mínimo (MI), máximo (MA),
média (ME) e desvio padrão (DP) para cada ponto amostral, foram disponibilizados pela ANA
(2016), sendo as médias comparadas com os limites de OD estabelecidos pela Resolução
CONAMA 357/2005, de 17 de março de 2005, para águas doces classe 1, classe 2, classe 3 e
classe 4.
Quadro 1 – Descrição dos usos e cobertura nas áreas de contribuição dos pontos amostrais na
bacia hidrográfica do Rio Preto, Goiás e Distrito Federal
Ponto Descrição
Localizados no córrego Sucuriú e córrego Monjolo respectivamente, ambos afluentes do rio
Bezerra; o primeiro apresenta ambiente amostral com área de preservação permanente nas duas
P1 e P2 margens, e no segundo, as margens são pouco preservadas; com área de contribuição coberta
por agricultura (predominante), construções rurais (armazéns de grãos, residências),
Cerrado/mata, Campo limpo, mata ciliar e de galeria.
Localizados no rio Jardim, afluente do Rio Preto; apresentam ambiente amostral protegido por
P3, P5, P6, área de preservação permanente; com área de contribuição coberta por agricultura
P8 (predominante), pastagem, construções rurais (armazéns de grãos, currais, granjas de criação de
aves, residências), Cerrado/mata, Campo limpo, mata ciliar e de galeria.
Localizado no ribeirão Cariru e córrego Estanislau respectivamente, afluentes do rio Jardim;
apresentam ambiente amostral com área de preservação permanente; com área de contribuição
P4 e P7 coberta por agricultura (predominante), pastagem, construções rurais (armazéns de grãos,
currais, granjas de criação de aves, residências), área urbanizada, Cerrado/mata, Campo limpo,
mata ciliar e de galeria.
Localizados no ribeirão Estrema, afluente do Rio Preto; ambientes amostrais protegidos por área
de preservação permanente; com área de contribuição coberta por agricultura (predominante),
P10, P11
pastagem, construções rurais (currais, granjas de criação de aves, residências), Cerrado/mata,
Campo limpo, mata ciliar e de galeria.
Localizado no ribeirão Barro Preto, afluente do ribeirão Estrema; ambiente amostral protegido
por área de preservação permanente; com área de contribuição coberta por agricultura
P12
(predominante), pastagem, construções rurais (currais, granjas de criação de aves, residências),
Cerrado/mata, Campo limpo, mata ciliar e de galeria.
Localizado no córrego Embiruçu, afluente do ribeirão Barro Preto; ambiente amostral protegido
P13
por área de preservação permanente; com área de contribuição coberta por agricultura
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Figura 2. Espacialização dos pontos amostrais na bacia do Rio Preto, Goiás e Distrito Federal, Brasil.
Fonte: Adaptados pelos autores de dados disponibilizados pela ANA (2016).
Tabela 1. Limites estabelecidos (valores de referência) pela Resolução CONAMA 357/2005 para
água doce classe
Valores de referência (CONAMA 357/2005) para oxigênio dissolvido (mg.L-1)
Classe 1 Classe 2 Classe 3 Classe 4
6,0 5,0 4,0 > 2,0
Fonte: Elaborado pelos autores a partir de dados da Resolução CONAMA 357/2005 (BRASIL, 2005).
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados extraídos de metadados disponibilizados pela ANA (2016) para a área de
interesse são apresentados na Tabela 2.
No P1 e P2 localizados nos afluentes do Rio Bezerra, a média obtida para cada ponto, 7
e 6,7 mg.L-1, respectivamente, atenderam ao limite para classe 1 para corpos hídricos de água
doce estabelecido pela Resolução CONAMA 357/2005 (BRASIL, 2005). Porém, foi observado
valores que não atendem ao limite para a mesma classe no P1 (MI de 5,4 mg.L-1) e no P2 (MI
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de 0 mg.L-1) para a classe 1, classe 2, classe 3 e classe 4 (Tabela 2), sendo que para este ponto,
o valor baixo pode ser reflexo da baixa presença de APP's em alguns ambientes a montante
desses pontos e carreamento de resíduos de granja e da agricultura para o corpo hídrico, uma
vez que há presença de granjas e atividades agropecuárias na área de contribuição desses pontos
amostrais (Quadro 1).
Tabela 2. Resultados de oxigênio dissolvido (OD), 2001 a 2014, em cursos hídricos na bacia
hidrográfica do Rio Preto, no Estado de Goiás e Distrito Federal, Brasil
Resultados de oxigênio dissolvido (mg.L-1)
Ponto amostral Corpo hídrico NU MI MA ME SD Latitude Longitude
1 Córrego Sucuriú 13 5,4 8,6 7 0,7 -15,85839 -47,0908
2 Córrego Monjolo 13 0 8,6 6,7 2,1 -15,7973 -47,09197
3 Rio Jardim 20 3,1 8,1 6,7 1,3 -15,94764 -47,44593
4 Ribeirão Cariru 23 4 9 6,7 1,2 -15,90375 -47,48538
5 Rio Jardim 24 3,5 8,8 6,9 1,1 -15,85986 -47,47565
6 Rio Jardim 18 5,3 8,1 6,9 0,8 -15,82819 -47,52399
7 Córrego Estanislau 19 4,6 8,5 7,3 0,9 -15,82792 -47,56038
8 Rio Jardim 19 4,3 8 7 0,9 -15,80514 -47,56094
9 Rio Preto 22 4 8,1 6,6 0,9 -15,94292 -47,3637
10 Ribeirão Estrema 23 5 8,6 7 1 -15,84597 -47,38537
11 Ribeirão Estrema 24 4,5 8,4 6,9 0,9 -15,78125 -47,44954
12 Ribeirão Barro Preto 20 5,2 8,5 7,1 0,8 -15,81986 -47,39426
13 Córrego Embiruçu 23 5 8,5 7 0,9 -15,77264 -47,39899
14 Rio Preto 22 3,8 8,3 6,5 1,3 -15,83736 -47,36898
15 Córrego São José 20 2,3 8,3 5,8 1,4 -15,71097 -47,31898
16 Córrego Jibóia 19 4,2 7,7 6,2 0,9 -15,64319 -47,36815
17 Ribeirão Jacaré 23 4,9 8,6 6,7 0,9 -15,62569 -47,3951
NU: número de amostras; MI: valor mínimo; MA: valor máximo; ME: média; SD: desvio padrão.
Fonte: Adaptado pelos autores a partir de metadados da Agencia Nacional de Águas (ANA, 2016).
Já nos pontos localizados nos afluentes do Rio Preto (P3, P5, P6, P8, P10, P11, P15 e
P17), as médias obtidas atenderam ao valor de referência para classe 1 para água doce,
estabelecido pela resolução supracitada (Tabela 1), com exceção do P15, que apresentou valor
médio inferior (5,8 mg.L-1) ao limite da referida classe. Além disso, alguns valores mínimos
descritos na Tabela 2 de alguns pontos não atenderam aos limites da classe 1, classe 2 e classe
3. Os valores baixos podem ser em decorrência de despejos oriundos construções rurais, áreas
urbanas e agricultura (Quadro 1).
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Tratando-se dos pontos localizados nos afluentes do Rio Jardim (P4 e P7) e Ribeirões
Estrema (P12), Barro Preto (P13) e Jacaré (P16), todos os valores médios atenderam ao limite
de referência para a água doce classe 1. Porém, alguns valores desses pontos (Tabela 2) ficaram
abaixo do fixado pela classe 1 e classe 2. Isso pode estar relacionado à predominância das
atividades agrícolas e granjas na região (Quadro1), impactando nos corpos hídricos situados
nessa área através da matéria orgânica contida nos resíduos provenientes das atividades ligadas
a esses setores.
No Rio Preto, os valores médios do P9 e P14 atenderam ao limite para água doce classe
1. Entretanto, assim como os resultados dos demais pontos de outros afluentes analisados,
alguns valores ficaram abaixo do fixado pela classe 1, classe 2 e classe 3 (Tabela 1; Tabela 2),
podendo estar relacionados aos impactos das atividades antrópicas na região, já que a área de
contribuição desses pontos amostrais é predominantemente destinada à agropecuária, além de
apresentar instalações de granjas e outras construções (Quadro 1), sendo essas possíveis fontes
de resíduos.
As variações das concentrações de OD estão relacionadas aos processos físicos,
químicos e biológicos nos corpos hídricos (LIBÂNIO, 2010). Segundo Esteves (2011), perdas
para a atmosfera, respiração de organismos aquáticos e oxidação da matéria orgânica feita por
microrganismos contribuem para a redução de oxigênio na água.
Devido à presença de atividades antrópicas, como agricultura, granjas e concentrações
urbanas na área de contribuição da maioria dos corpos hídricos analisados (Quadro 1), as
alterações podem estar relacionadas às consequências ambientais que tais atividades podem
ocasionar.
Ragassi, Américo-Pinheiro e Silva Júnior (2014) destacam a relação do despejo de
efluentes urbanos em um corpo hídrico com a concentração de OD, pois “com os despejos de
efluentes urbanos em um determinado rio, a concentração de matéria orgânica irá aumentar,
causando a proliferação de bactérias que consumirão uma maior demanda de oxigênio
dissolvido na água”.
Barreto et al. (2013) ressaltam que detritos orgânicos quando são descarregados em altas
concentrações em corpos hídricos e associados às boas condições que o meio proporciona,
podem provocar o fenômeno da eutrofização. Tal efeito pode vir a ocasionar mortandade da
fauna no ambiente.
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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerando que o Rio Preto é enquadrado como água doce classe 2 e, considerando
ainda, os valores médios para cada ponto amostral, todos estão em conformidade com a
Resolução CONAMA 357/2005. Porém, alguns pontos analisados apresentaram valores abaixo
do estabelecido pela referida classe, o que pode estar relacionado a impactos ambientes
presentes na bacia hidrográfica em questão, como agricultura intensiva, despejos de resíduos e
outros.
Os valores em inconformidade com os limites estabelecidos pela referida resolução
indicam a necessidade de políticas públicas voltadas para a conservação da bacia hidrográfica
do Rio Preto, com implementação de programas de educação ambiental, Programa Produtor de
Água, fiscalização mais efetiva e outras ações para melhorar a qualidade da água.
Esses resultados subsidiarão o planejamento e a gestão ambiental dessa unidade
territorial hidrográfica, de forma que o desenvolvimento econômico seja condizente com a
conservação ambiental, garantido água em quantidade e qualidade para as presentes e próximas
gerações.
AGRADECIMENTO
À Diretoria de Extensão do Instituto Federal Goiano - Campus Rio Verde pela balsa
para desenvolvimento de atividades de pesquisa e extensão.
REFERÊNCIAS
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Paulista (Unesp), Rio Claro, SP, 2006.
TUNDISI, J. G.; TUNDISI T. M. As múltiplas dimensões da crise hídrica. Revista USP, São
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VON SPERLING, M. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos. 3. ed.
Belo Horizonte – MG: UFMG, 2017.
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Resumo: A Geografia tem se mostrado, nos últimos anos, com imenso potencial para a discussão do
tema “água” enquanto conteúdo na Educação Básica e nos cursos de formação de professores. No Ensino
Superior, tal conteúdo se encontra diluído entre as diversas disciplinas obrigatórias da matriz curricular;
mas poucas vezes é tido como elemento protagonista, e quando o é isso se circunscreve apenas às
disciplinas optativas. Diante dessa percepção, foi analisado no presente trabalho como o tema “água”
está inserido no curso de Licenciatura em Geografia do Instituto de Estudos Socioambientais (IESA),
da Universidade Federal de Goiás (UFG), pensando na importância social do tema para a formação do
cidadão, no reconhecimento das temáticas físico-naturais como abordagem para o ensino dessa temática.
Foi feito uma análise de caso qualitativa do curso da UFG com enfoque no Projeto Político Pedagógico
do Curso (PPC) e entrevistas com docentes. A análise do curso de Geografia do IESA mostrou que,
apesar da existência desse tema como conteúdo do curso de Geografia, são necessárias novas abordagens
e metodologias para maior reflexão. O tema “água”, além de muito atual, mostrou-se muito presente no
próprio Currículo de Referência do estado de Goiás, comprovando a necessidade de uma formação
sólida nos cursos de formação de professores de Geografia, que lhes possibilitem construir
conhecimentos para lidar com o tema de forma crítica e integrada.
INTRODUÇÃO
A água se configura como importante recurso natural. Embora cubra 71% do planeta
Terra, não está totalmente disponível para consumo humano, visto que, além de estar presente
nas formas gasosa e sólida, o que há na forma líquida é salgada e com alta concentração de
poluentes. Apenas 1% da água doce é de fácil acesso e pode ser encontrada em rios, lagos,
represas e níveis freáticos, sendo utilizada para sanar vários dos interesses humanos, nem
sempre de forma prudente. A água não se relaciona apenas aos recursos hídricos, ao tempo
meteorológico ou à umidade atmosférica, mas também está ligada às mudanças climáticas e ao
processo de uso e ocupação do espaço.
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Uma das formas de contribuir com a análise do tema água é ressaltando a importância
da educação e dos cursos de formação de professores, pois eles auxiliam na construção do
conhecimento crítico dos alunos. A Geografia é a ciência que consegue abranger tais assuntos
com conteúdo e visão crítica despertados pela análise geográfica, usando as suas categorias e
conceitos de análise.
Nesse sentido, o objetivo desse trabalho é analisar como o tema “água” é abordado nas
disciplinas do curso de licenciatura em Geografia do Instituto de Estudos Socioambientais da
Universidade Federal de Goiás (IESA/UFG), verificando as contribuições dadas por essas
disciplinas para que os professores em formação ministrem o conteúdo “água” na Educação
Básica. Objetiva-se ainda compreender o tema agua por meio da análise de manchetes de quatro
jornais, dois de circulação nacional e dois regionais, do período de janeiro a outubro de 2017.
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bem como as que se estabelecem com a sociedade. Além dos conteúdos mencionados pela
autora, a água se encaixa igualmente no mesmo raciocínio, pois é indispensável para a garantia
de direitos ligados à saúde, essencial para o direito à vida.
O direito à educação também é essencial para alcançar melhor qualidade de vida, pois
essa educação é a base da sociedade, dando o suporte necessário para uma formação crítica e
possibilidade de alcance a tantos outros direitos não conquistados. Então, torna-se necessário
ao futuro professor ter uma boa formação inicial no que tange ao tema “água”.
Conforme Campos Filho (2015), a ótica da questão hídrica não deve ser abordada
apenas de forma técnica, mas também de forma geopolítica, observando a água como algo de
grande importância estratégica para o Estado-Nação, para a economia e para a vida cotidiana.
Logo, conhecimento sólido sobre a importância da água e sua presença no ambiente e em
questões geopolíticas é um modo de preparar os professores e alunos para maior autonomia
intelectual e, assim, pensar em formas de agir a respeito da temática.
RESULTADO E DISCUSSÕES
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ambos têm como forma de ingresso o processo seletivo. O curso é gratuito e deve ser concluído
com tempo mínimo de quatro anos e máximo de seis anos.
para realizá-las. Esse deve ser o núcleo de seu trabalho profissional, deve-se olhar o que o
momento atual carece e inseri-lo nos planejamentos, como o caso da água, e de forma mais
efetiva nas discussões.
O terceiro objetivo pode ser analisado considerando o debate realizado por Libâneo
sobre os métodos de ensino, o qual se configura na junção entre o método científico, o método
de cognição e o método particular da ciência. Sendo assim, é necessário não apenas saber os
princípios norteadores da ciência ensinada, mas possuir também os conhecimentos
educacionais e psicológicos do ensino. Então é necessário, além de explorar a didática e estágio
nos cursos de licenciatura, também construir conhecimentos verdadeiros sobre os conteúdos da
ciência.
Principios noteradores
para a formação
profissional
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De acordo com os princípios norteadores para uma boa formação profissional dos
professores, é importante a ligação de quatro eixos: teoria e prática, em que ambas devem
caminhar juntas; ensino e pesquisa, pelo fato de o conhecimento ser construído e não mera
reprodução; interdisciplinaridade, para que os conteúdos conversem entre si; e, por fim, a ética
e a função social, de extrema importância para a atuação do professor de geografia, que busca
a formação da cidadania do aluno. Mas será que de fato isso acontece na prática? Um
documento, por mais legítimo que seja, não é sinal que tudo que está ali é um espelho da
realidade.
Por isso, durante o mês de novembro de 2017, foram realizadas entrevistas com três
professores do IESA/UFG que atuam no curso de licenciatura em Geografia. O intuito das
entrevistas foi o de auxiliar o traçado de um perfil acerca da abordagem da água no curso de
Geografia do IESA/UFG e analisar como o tema é abordado no curso.
A visão e análise dos professores entrevistados nos possibilita uma percepção sobre o
tema “água” de forma mais completa no curso, indo além de uma análise documental, sendo
necessário uma análise individual do professor. Segundo Morais (2011):
Como ressalta Morais, as entrevistas não são autossuficientes para análise, devido ao
fato do professor não ser o único agente no processo de ensino e aprendizagem, existindo
também um currículo e normas em cada ambiente de trabalho, mas o docente ainda possui um
papel importante na formação inicial desses professores acerca da temática “água”.
Inicialmente, foi perguntado aos três professores: “A água é imprescindível para todas
as formas de vida do planeta, além de ter valor estratégico, se tornando assim um tema muito
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relevante e que entra constantemente em debate, além de abranger várias questões geográficas,
unindo os aspectos físicos, políticos e sociais. Sendo assim como você observa esse tema dentro
do IESA, de forma que contribua para auxiliar a formação de professores?”
Para todos os professores, o curso contribui no quesito básico sobre o tema, porém a
discussão está totalmente desatualizada, não apenas na dimensão política como também na de
ordem física, conforme pode ser observado nas justificativas a seguir:
Ao mesmo tempo a abordagem do problema hídrico repete os mesmos equívocos que
são comuns nos meios de comunicação, focando mais no desperdício urbano e
enfatizando na necessidade de economizar, reduzindo os gastos domiciliares da água.
É preciso ir bem mais além do que isso, pois a falta de água nas torneiras irá decorrer
muito menos do excesso de consumo, e muito mais de como está sendo gerenciado
esses recursos e de como estão sendo preservadas suas fontes, como veredas,
nascentes, córregos e rios. (Prof. 1)
Muitas disciplinas que estão no corpo da Geografia, ainda não fizeram essa transição,
ainda não estamos atualizados, não estamos a par das atualidades que esse elemento
está apresentando. Há muitas coisas que eu que dando aula de recursos hídricos até
alguns anos achávamos que eram hipotéticas: o rio vai secar, alguma vez vamos ter
conflito lá na frente, hoje vemos que tudo isso está acontecendo, que foi previsto há
dez, quinze anos. Ainda trabalhamos com conceitos relativamente antigos e com
aquela utopia que nunca vamos ter problemas com água. (Prof. 2)
Sinto falta de ver as águas subterrâneas serem trabalhadas ao longo do curso, muitos
alunos chegam com muita informação solta sobre a água e não conseguem organizá-
las de forma geográfica. (Prof. 3)
Apesar das críticas sobre a falta de atualização do tema, os professores deixam claro
que este não é um problema apenas do curso de Geografia do IESA/UFG, mas do Brasil como
um todo, o que acaba dificultando a inserção dessa discussão com maior propriedade na
sociedade.
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A tabela foi construída através das ementas das disciplinas do curso de licenciatura em
Geografia do IESA, e nela observamos que em algumas a água aparece diluída entre os
conteúdos obrigatórias das disciplinas. Além de ser abordado nessas disciplinas, o Prof. 2 diz
que outros professores, que trabalham com áreas mais sociais, entram nesse debate em suas
disciplinas, mesmo não sendo um conteúdo especifico delas.
Para esse docente uma dificuldade que vai além das possibilidades de resoluções no
contexto do próprio Instituto, demostrando a dificuldade de os professores da área física de
conseguir infraestrutura e instrumentos sofisticados.
Nem todos os casos são por falta de tecnologia. Alguns são pela burocracia que é
conseguir trabalho de campo na universidade em alguns períodos políticos do Brasil. A
universidade pública depende de recursos e incentivos para alcançar melhor um conteúdo ligado
a prática.
Quando o PPC entra nas habilidades específicas do profissional da Geografia, ele fala
de forma recorrente da importância de dominar os conhecimentos e analisar os sistemas naturais
em todos os seus aspectos físicos e sociais. Sendo a água vital à vida e um recurso natural,
torna-se um objeto que requer atenção no curso.
Para os professores mesmo com os problemas apontados, como uma matriz curricular
que não consegue englobar ainda o tema de forma obrigatória no seu núcleo comum, o Prof. 3
lembra que o curso se fortalece ao possuir tantos professores que trabalham com a temática há
tantos anos, explicitando que muitos cursos não possuem esse suporte.
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Para finalizar as entrevistas, foi perguntado aos professores como eles observam o
desenvolvimento dos alunos acerca do tema “água”, considerando as diversas experiências que
possuem como professores das disciplinas e em suas atuações em projetos de pesquisa com
bolsistas PIBIC e PIBID, considerando que a formação do professor não se restringe apenas à
sala de aula, mesmo que na formação inicial. O Prof. 3, conclui que, apesar do tema ser mais
presente no curso de Geografia da UFG do que em outros cursos de formação de professores,
os alunos chegam com enorme dificuldade em trabalhar o tema de forma geográfica, tanto no
PIBID, como no grupo de estudos e em temas de aulas dos alunos do estágio.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Grande parte dos professores formados pelas universidades atuam apenas com os
conhecimentos específicos adquiridos na sua formação inicial. Quando realizam os cursos de
formação continuada, comumente esses situam-se na dimensão pedagógica e didática. Embora
essa formação seja importante, ela não prescinde do trabalho com o conteúdo. E o tema água é
um dos importantes conteúdos a serem tratados nesses cursos de formação continuada.
REFERÊNCIAS
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Resumo: Os processos de alterações da cobertura vegetal fazem parte das discussões ambientais e sócio-
políticas há algumas décadas, pois a mesma possui influência direta sobre o clima. O presente estudo
aborda as relações entre cobertura vegetal, com base nos índices de NDVI (Índice de Vegetação por
Diferença Normalizada), relevo e precipitações na parte centro sul do Distrito Federal. A pesquisa se
deu por meio das análises de dados pluviométricos, processamento digital de imagens de satélite e
modelo digital de elevação (MDE) no período compreendido de 1985 a 2006. Os resultados
demostraram variações da precipitação, dos índices de NDVI e a correlação das chuvas com o relevo.
As áreas com relevo mais acidentados obtiveram maior correlação com os volumes pluviométricos,
demostrando a maior ação do relevo sobre a distribuição das chuvas.
INTRODUÇÃO
No atual contexto hídrico em que o país se encontra é de extrema importância o
entendimento da distribuição das chuvas, nesse sentido a utilização de técnicas de
geoprocessamento e sensoriamento remoto configuram-se como ferramentas importante para
tal entendimento. Entre os procedimentos de análise e produção de dados espaciais secundários
os métodos de interpolação apresentam bom desempenho. Entre os diversos métodos existentes
para interpolação de dados Nogueira e Amaral (2009) definem que o método Top to Raster
apresenta bons resultados uma vez que foi projetado com o objetivo especifico de transformar
dados vetoriais em modelos hidrológicos de elevação de terreno exatos.
Existem diversos métodos de criação de Modelo Digital de Elevação (MDE)
apresentados em várias bibliografias (FERNANDES; MENEZES, 2005) e entre os métodos a
Rede Irregular Triangular - TIN (Triangular Irregular Network) é defendido como um método
satisfatório (MOORE et al., 1993). Além dos estudos utilizando técnicas de geoprocessamento
é consenso na literatura que o sensoriamento remoto se constitui, também, como uma técnica
de grande relevância para monitoramento da dinâmica da vegetação. Segundo Santana e
Oliveira (2013) a difusão das imagens de satélite tornou-se um ótimo meio para estudos de
quantificação e levantamento da ocupação agrícola, fator este que pode se estender para os
demais objetos a serem estudados na superfície terrestre. Os estudos de dados multitemporais
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estendem-se nos mais variados campos da pesquisa (ALENCAR et al., 1996; WATRIN et al.,
1998; OLIVEIRA, 2013).
Entre os índices utilizados no monitoramento da vegetação o Índice de Vegetação da
Diferença Normalizada (NDVI) apresenta vantagens principalmente devido a sua facilidade de
aquisição. Segundo Silva et al., (2012) o NDVI é o resultado de combinações lineares de dados
espectrais que realçam o sinal da vegetação e ao mesmo tempo minimiza as variações de
irradiância solar. Costa, (2003) defende que analisar os índices de NDVI configura-se como um
mecanismo para a compreensão dos processos hidrológicos, entre outras finalidades.
É importante ressaltar que em estudos de monitoramento da vegetação, principalmente
agrícola, as precipitações pluviométricas são reconhecidas como uma importante variável
climatológica. O seu excesso ou escassez configura-se como um fator limitante a estabilização
e desenvolvimento da produção agrícola (MORAES et al., 2005). Segundo Baldo et al., (2001)
a ação do clima juntamente com as condições atmosféricas influenciam todas as fases de
desenvolvimento agrícola uma vez que exerce forte influências nas fases de florescimento,
frutificação e até mesmo na colheita.
Segundo Silva et al., (2007) os regimes pluviométricos possuem sua variabilidade
natural, porém podem ser afetados por transformações da superfície terrestre, essas
transformações geram incertezas e comportamentos irregulares. Esses fatores geram alternância
entre períodos secos e chuvosos, quente e frio e gerando com isso repercussões de ordem
calamitosas sobre os vários espaços geográficos.
Diante do exposto o trabalho objetivou avaliar a variação dos volumes de precipitações
de 1985 a 2006, em uma região de referência no Distrito Federal, utilizando imagens de satélite
para obtenção do NDVI e MDE a fim de compará-los com os dados de precipitação buscando
com isso compreender possíveis correlações entre tais variáveis.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A pesquisa foi realizada na região centro sul do Distrito Federal, área de preservação
Cabeça de Veado, parte sul do Lago Paranoá e parte da Bacia do São Bartolomeu. A área
encontra-se sob o domínio climático controlado pela ação da massa de ar polar atlântica, massa
de ar tropical atlântica, massa de ar tropical continental e da massa de ar equatorial continental,
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ação que resulta na definição de dois períodos bem definidos: um seco e outro úmido
(COELHO; STEINKE; STEINKE, 2012).
As imagens utilizadas foram adquiridas no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE), processadas com o software ArcGis 10.1. As imagens utilizadas foram do satélite
Landsat-5, sensor TM+ na órbita/ponto 221/71, nas datas correspondentes a 14/06/1985,
27/07/1989, 10/06/1995, 23/06/2000 e 24/06/2006. A aquisição teve como critério o intervalo
de tempo aproximado, respeitando-se o mês de aquisição das imagens pelo sensor, bem como
a ausência de nuvens sobre a área de estudo.
Para a obtenção do NDVI utilizou-se as bandas 4 e 3 do Landsat – 5 TM+. Sua geração
se deu pela diferença entre a reflectância do infravermelho próximo (IVP) e a reflectância do
vermelho (V), dividida, respectivamente, pela soma das duas refletâncias (LIU, 2006), equação
abaixo.
Os valores encontrados de NDVI por meio da equação são utilizados para identificação
da condição e da quantidade de vegetação verde na superfície e seus valores variam de -1 a 1,
onde quanto mais próximo de 1 maior a presença de áreas vegetadas ou com algum tipo de
vegetação e quanto mais próximo de -1 aplica-se o entendimento reverso, menor presença de
vegetação. Após o processo de obtenção do NDVI de cada uma das imagens foi realizado o
fatiamento, etapa para o agrupamento dos valores de NDVI por tipos de cobertura, separando
o resultado - assim - em 4 classes, são elas: vegetação rala (VR), vegetação ausente (VA) e
vegetação densa (VD) e massa d’água (MA).
Após o processo de fatiamento foi aplicado o Filtro Majoritário (Majority Filter) para a
“limpeza” de pixels que possam ter sido classificados erroneamente gerando com isso pontos
pequenos dentro de classes maiores (OLIVEIRA, 2013). Os dados pluviométricos utilizados
durante as análises são provenientes do sistema HIDROWEB-ANA (Agência Nacional das
Águas). Após seleção das estações foram realizados os procedimentos de organização e
posterior análise dos dados, conforme organograma de atividades apresentado (Figura 2).
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Os dados obtidos das estações foram relativos a valores diários de chuva. Para fins de
comparação com os índices de NDVI os dados foram tabulados. A partir da tabulação foram
calculados os valores de médias mensais e acumulado anual de chuvas em cada uma das
estações, para fins de comparação os dados foram levados ao ambiente ArcGis 10.1 para
realização de interpolação dos mesmos.
Afim de padronizar os produtos gerados foram definidos valores para os volumes
pluviométricos, esses valores encontram-se nas seguintes classes: Baixo (0 a 1231 mm), Médio
(1231 a 1489 mm), Alto (1489 a 1717 mm) e Muito Alto (acima de 1717 mm). Após o processo
de interpolação foi calculado os valores de Mínimo, Média e Máximo dos dados de chuva. Os
padrões foram definidos com base nos valores médios anuais da série histórica de 21 anos
analisada.
Os dados interpolados seguiram o método Top to Raster e em seguida os produtos
matriciais deram origem aos subprodutos de valores médios da área de estudo. A espacialização
seguiu as definições clássicas de interpolação que a caracteriza como a arte de ler entre valores
de uma tabela (SADOSKY, 1980) já Stark (1979) refere-se ao processo de interpolação como
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
O processo de interpolação dos valores de chuva acumulada anual resultou na
distribuição dos valores ao longo da área de estudo. Por meio dos mapas (Figuras 3-A, 3-B)
pode-se observar a distribuição dos volumes de chuva no ano inicial e final da área de estudo.
Figura 3-A. Chuvas (mm) em 1985, ano início. Figura 3-B. Chuvas (mm) em 2006, ano fim.
É possível observar que no ano de 2006 houve áreas dentro da poligonal de estudo onde
houve chuvas caracterizadas como Muito Alto. O evento ocorreu em áreas com nível altimétrico
predominantemente acima de 1163 m de altitude, indicando uma possível correlação com o
relevo. Para prosseguimento das análises foram extraídos os valores médios de cada um dos
anos a fim de compara-los com os índices de NDVI obtidos (Figuras 4-A, 4-B) e que foram
reclassificados para classes de cobertura vegetal (Tabela 2).
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Figura 4-A. Classes – NDVI de 1985, ano início. Figura 4-B. Classes – NDVI de 2006, ano fim.
Além dos valores de classes de NDVI os valores de acumulado de chuva anual, também,
foram tabulados após o processo de interpolação e podem ser observados abaixo juntamente
com os valores de mínimo, máximo e desvio padrão (Tabela 3).
Tabela 3. Valores pluviométricos após interpolação
VOLUME DE CHUVA (mm)
ANO
MÍNIMO MÉDIA MÁXIMO DESVIO PADRÃO
1985 1025 1442 1698 141
1989 1258 1470 1596 83
1995 1235 1524 1726 117
2000 1277 1404 1726 73
2006 1362 1605 1840 90
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padrões (válidos tanto para valores positivo quanto negativo): 0,00 a 0,19 – correlação bem
fraca; 0,20 a 0,39 – correlação fraca; 0,40 a 0,69 – correlação moderada; 0,70 a 0,89 – correlação
forte e 0,90 a 1,00 – correlação muito forte.
Os resultados obtidos na correlação dos índices foram -0,42 para correlação MAA x
VA, 0,69 para correlação MAA x VR e -0,69 para correlação MAA x VD. Não foram calculados
os índices em relação a MA pois a presente classe não apresentou variação na escala do
mapeamento. Além dos índices apresentados pode-se observar a evolução das chuvas bem
como a evolução das classes de cobertura, no gráfico abaixo (Gráfico 1).
Por meio dos índices de correlação foi possível verificar que se tratando de valores de
chuvas acumuladas anual a cobertura vegetal não foi um fator com potencial preponderante, na
presente área de estudo, para determinação dos índices pluviométricos uma vez que apresentou
nas diversas classes de cobertura uma correlação classificada como moderada. Apesar de Costa
et al., (2003) demonstrarem por meio de seus estudos que existe uma correção direta do NDVI
com eventos de precipitações em anos de chuvas extremas, quando um cresce o outro
acompanha, tal característica não pode ser observada na presente área de estudo.
Observa-se que sempre que houve uma redução das áreas de VD, 1989 a 1995 e 2000 a
2006, houve em contrapartida um acréscimo nos valores MAA. O mesmo aplica-se para as
áreas de VA explicando-se com isso os valores de “R” negativos. Pode-se inferir que na
presente área a cobertura que melhor se correlacionou com os índices de MAA foi a VR.
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Entre os possíveis agentes controladores das chuvas na área de estudo o relevo encontra-
se entre os analisados. Após o processo de geração do MDE observou-se a existência de uma
variação significativa do relevo dentro do presente poligonal de estudo por meio do traçado de
dois transecto, de A a B e de C a D (Figura 5).
Figura 5. Transecto com perfil topográfico.
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Figura 6-A. Chuvas sobre o relevo em 1985, ano início. Figura 6-B. Chuvas sobre o relevo em 2006,
ano fim.
As variações das MAA podem ser observadas ao longo de cada um dos transectos
traçados sobre a área de estudo. No transecto A-B (Gráfico 2) observou-se que houve correlação
forte, 0,77 e -0,71, para os anos de 1985 e 2000; correlação moderada, 0,56 e 0,58, para o ano
de 1995 e média geral dos 21 anos e correlação bem fraca, 0,14 e 0,03, para os anos de 1989 e
2006.
Apesar das correlações apresentadas ressalta-se que os índices sofrem interferência de
outros fatores externos, como uso e ocupação do solo e eventos globais de mudanças de massas
de ar, que não fizeram parte do presente objeto de estudo.
Gráfico 2. Distribuição das chuvas: transecto A-B.
parte da área de estudo com relevo menos acidentado, diminuindo com isso as correlações.
Houve correlação bem fraca, -0,04 e 0,06, para os anos de 1989 e 1995; correlação fraca, 0,21,
para a média geral dos 21 anos; correlação moderada, -0,45, 0,65 e 0,69, para os anos de 1985,
2000 e 2006.
Gráfico 3. Distribuição das chuvas: transecto C-D.
Um dos fatores que possivelmente interferiram nos índices de correlações, além dos já
citados anteriormente, é a heterogeneidade da área uma vez que a poligonal de estudo
compreende uma grande mancha urbana na porção oeste e áreas agrícolas e fragmentos de
vegetação natural na porção leste.
CONCLUSÃO
Por meio das análises apresentadas foi possível constatar a interferência do relevo como
um dos agentes controlador das chuvas, na presente área de estudo. Os estudos ainda apontaram
que os índices de NDVI, na classificação apresentada, não obtiveram correlação forte o
suficiente para ser considerado como agente controlador das chuvas ao longo do período de
1985 a 2006.
Ressalta-se, porém, que as análises serviram para entendimento da distribuição espacial
da precipitação na área de estudo uma vez que o procedimento de análise permitiu o
mapeamento e espacialização das MAA. Além das informações já apresentadas ressalta-se a
complexidade do entendimento da distribuição das chuvas na presente área carece de uma maior
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quantidade de dados e análises uma vez que a poligonal de estudo abrange duas bacias distintas
com características próprias.
No que se refere aos procedimentos de coleta, elaboração e análise de dados a
metodologia adotada demostrou-se satisfatória, uma vez que foi capaz de identificar os
procedimentos necessários para análise da espacialização das chuvas e indicação de possíveis
correlações com demais características e limitantes da pesquisa ao longo das análises.
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SILVA, C.B.; SANT’ANNA NETO, J.L.; TOMMASELLI, J.T.G. Variabilidade
pluviométrica no curso médio do Rio Paraná: área de integração paisagística da “Raia
divisória”. Anais do XII Simpósio Brasileiro de Geografia Física Aplicada. 2007.
STARK, P. Introdução aos métodos numéricos; tradução de João Bosco Pitombeira de
Carvalho. Interciência, Rio de Janeiro, 1979. 426p.
WATRIN, O. S. dos; VENTURIERI, A.; SAMPAIO, S. M. N. Análise multitemporal do uso
da terra e suas interrelações com a cobertura vegetal em comunidades rurais do nordeste
paraense. In: IX Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto. Anais... São José dos Campos:
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, 1998, p. 1573-1583.
115
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CONSIDERAÇÕES INICIAIS
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relação a outros materiais pedagógicos para a seleção dos conteúdos a serem trabalhados em
sala de aula.
Todavia, os professores demonstraram que a utilização do Currículo Referência da
REE não é a princípio, por escolha própria, mas se deve à uma exigência superior, assim se
expressando:
Utilizo integralmente, pois não há outra forma de planejar as aulas sem o uso
curricular. Isso é uma exigência da escola (Prof. REE 1); Porque temos o controle
online pelo SIAP (Sistema Administrativo e Pedagógico). E eu só posso usar textos
extras, não posso “fugir” do sistema (Prof. REE 3); O Currículo é elaborado para
trabalhar os conteúdos em determinado bimestre simultaneamente em todas as aulas
estaduais. Então nós o utilizamos em sua totalidade, porque é exigido aos professores
(Prof. REE 5); e, Aqui infelizmente os conteúdos já vêm ditados para nós, então não
tem como selecionar. Então é o Currículo Estadual de Goiás que eu utilizo. Só uso
mais alguns textos para complementar (Prof. REE 6).
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os autores dos PCN’s, ao mesmo tempo em que adotam concepções como o positivismo,
empirismo, historicismo, dialética, fenomenologia, além de esboçarem conceitos pessoais, os
documentos carecem de consistência conceitual e lógica. Nos documentos, não são explícitos
os ideais utilizados para o encaminhamento das propostas, deixando em aberto às múltiplas
possibilidades de interpretações. Nesse sentido, Oliveira (1999) assinala que, há a necessidade
de revisões críticas ao pensar, considerando o âmbito ao qual se destina e, considerando, ainda
que as concepções apresentadas no texto são antagônicas.
Na segunda parte do documento, a qual se destina às orientações da Geografia para
o ensino fundamental, desdobram-se em eixos, temas e itens. Dos 4 eixos do 3° ciclo,
identificamos um eixo que aborda as temáticas físico-naturais, e dos 10 temas, selecionamos 2;
Do 4° ciclo, de 3 eixos, um é selecionado e, de 10 temas, 6 indicam estudos físico-naturais.
Assim, os temas circundantes ao ensino das temáticas físico-naturais nos 3° e 4° ciclos do
Ensino Fundamental correspondem a 28% (2) dos eixos norteadores e 40% (8) do total de temas
(Quadro 1).
Quadro 1 – Eixos e temas físico-naturais dos PCN’s de Geografia dos 3° e 4° ciclos do Ensino
Fundamental, 1998.
3° Ciclo 4° Ciclo
Eixos
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No quarto ciclo, é destacado como necessário “[...] polemizar a questão dos modos
de vida atuais, sejam eles urbanos ou rurais, evidenciando os aspectos sociais, culturais e
ambientais comumente percebidos como produtos da modernidade, da evolução da técnica [...]”
(BRASIL, 1998, p. 113). Neste ciclo, de 104 itens, 62 (60%) correspondem aos estudos físico-
naturais. Desses, 6 (10%) se circunscrevem aos estudos hídricos, conforme pode ser observado
a seguir:
• Agricultura tecnificada, insumos agrícolas e poluição das águas de
superfície;
• Ambiente urbano: água para todos;
• Ocupação de áreas de risco: alagadiços, encostas, etc;
• Saneamento básico: água e esgoto e qualidade ambiental urbana;
• Impacto de impermeabilização do solo nas cidades e os efeitos na
drenagem;
• Impactos das grandes barragens e açudes.
destacamos maior predominância nos anos finais do ensino fundamental (8° e 9° ano). E assim,
do total de 206 indicações de itens, 107 (52%) se relacionam aos elementos físico-naturais, e
desses 8 (4%) indicam estudos hidrográficos (Gráfico 1).
Gráfico 1 - Relação dos eixos, temas e itens contidos nos 3° e 4° ciclos dos PCN’s de Geografia
que indicam estudos físico-naturais e hidrográficos, 1998.
Eixos
Não indicam estudos físico-
naturais
Temas Indicam estudos físico-naturais
0 25 50 75 100 125
Fonte: BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s) de Geografia, 1998. Organizado por Camylla Silva
Otto, 2015.
121
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
presentes no nosso dia-a-dia, nas ações e reações que temos no mundo. A importância de se
trabalhá-las é justamente por englobar a vida humana.
Destacamos a importância de uma sólida formação inicial do professor de
Geografia para a preparação de bases necessárias para seguir com qualidade o seu ofício. O
professor de Geografia se diferencia dos demais profissionais da educação pelo conhecimento
didático do conteúdo. Ao ensinar o conteúdo de hidrografia, por exemplo, o docente deve, antes
de ensinar, entender o conteúdo em si, e depois disso, escolher os melhores meios de se mediar
esse conhecimento aos alunos, numa clara associação entre o conhecimento específico e o
conhecimento didático, conforme pontuou Shulman em seus trabalhos (2005).
Assim, os documentos oficiais, como os PCN’s, são sim instrumentos
potencializadores do processo de ensino e aprendizagem, mas eles por si só não conseguem
perfazer uma aprendizagem significativa, esse papel cabe ao professor como mediador entre os
conteúdos e os alunos em sala de aula, devendo utilizar seus próprios e contínuos
conhecimentos para trabalhar os conteúdos, significando-os na vivência dos alunos.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: geografia.
Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998. Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/geografia.pdf> Acesso em: 03, abril de 2015.
MENDONÇA, Francisco. Geografia socioambiental. In: Terra Livre. São Paulo, SP:
Associação dos geógrafos brasileiros, n. 16, 2001. p. 139-158. Disponível em: <
http://www.agb.org.br/publicacoes/index.php/terralivre/article/viewFile/352/334> Acesso em:
15, agosto de 2015.
MORAIS, Eliana Marta Barbosa de. O ensino das temáticas físico-naturais na geografia
escolar. 2011. Tese (Doutorado em Geografia Humana) – Faculdade de Filosofia, Letras e
Ciências Humanas, Universidade de São Paulo. São Paulo, SP, 2011. Disponível em:
<http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-13062012-122111/.> Acesso em: 19,
maio de 2015.
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RESUMO: Avaliação da qualidade da água na microbacia hidrográfica do Córrego Buriti que corta o
município de Caiapônia. Partindo da premissa de que o uso e a ocupação da terra podem contribuir para
as variações na qualidade da água, este trabalho analisou a microbacia hidrográfica associadas à
diferentes usos em seu entorno. Foi feito o monitoramento de oito parâmetros físicos e químicos da água
(pH, temperatura, condutividade elétrica, oxigênio dissolvido, turbidez, sólido suspenso e matérias
orgânica e inorgânica) a montante e a jusante do córrego principal das microbacia. A análise estatística
permitiu condensar o conjunto de valores obtidos e expressar a complexidade das relações existentes
entre os parâmetros e entre as áreas, resultando na ordenação da qualidade da água. A microbacia,
apresentou qualidade de água estatisticamente inferior, principalmente em relação aos sólidos
suspensos. Isso parece estar relacionado com a ausência de vegetação ciliar nas margens e a presença
de usos antrópicos e reforça a importância dos critérios utilizados na definição dos limites de uma
Unidade de Conservação.
INTRODUÇÃO
A preocupação com a degradação dos recursos hídricos e com a saúde humana tem
sido motivo de discussão nos dias atuais, o que resulta no compromisso da qualidade de vida,
e no gerenciamento voltado a sociedade em geral para os impactos ambientais, negativos
potenciais ocasionados por suas próprias atividades, produtos ou serviços (MOURA, 2013).
Entende-se por nascente o afloramento do lençol freático que da origem a uma fonte
de água de acúmulo (represa), ou cursos d’água (regatos, ribeirões e rios). Em virtude de seu
valor inestimável dentro de uma propriedade agrícola, deve ser tratada com cuidado todo
especial. A nascente ideal é aquela que fornece água de boa qualidade, abundante e contínua,
localizada próxima do local de uso e de cota topográfica elevada, possibilitando sua distribuição
por gravidade, sem gasto de energia.
Qualquer um que caminhe nas margens de um rio com interferência da ação antrópica
consegue ver os sinais da degradação ambiental. Segundo Rigotti e Pompêo (2011), a maioria
dos rios nas cidades brasileiras está substancialmente degradados.
Vale ressaltar que, além da quantidade de água produzida pela nascente, é desejável
que tenha boa distribuição no tempo, ou seja, a variação da vazão situe-se dentro de um mínimo
adequado ao longo do ano. Esse fato implica que a bacia não deve funcionar como um recipiente
impermeável, escoando em curto espaço de tempo toda a água recebida durante uma
precipitação pluvial.
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OBJETIVO
O presente trabalho teve como objetivo monitorar a qualidade da água do Córrego Buriti
no município de Caiapônia - GO, que transcorre pela área urbana sendo desprovido de mata
ciliar em quase todo seu percurso, além de sofrer represamento artificial.
MATERIAIS E MÉTODOS
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Com a análise visual observou-se que a área está muito degradada devido ao mal uso do
solo, os animais da propriedade tem acesso a todo o curso d’água e o mesmo se encontra
compactado. A ausência de mata ciliar as margens da nascente tem causado muitos prejuízos e
possivelmente a perda na quantidade e na qualidade desse recurso.
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para medir os parâmetros da água foi utilizado o medidor da marca OXI, onde o método
de análise utiliza fitas contendo quatro medições nível de solo, nível de cloro, pH e Alcalinidade
porém o presente artigo analisou apenas os dois últimos. Os resultados obtidos a partir das
análises dos parâmetros estão representados no gráfico 1.
PARÂMETROS FÍSICOS-QUÍMICOS
90
80
70
60
50
40
30
20 PH
10 ALCALINIDADE
0
P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7
Gráfico 1. Avaliação dos parâmetros físico-químico
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Os moradores da região fazem uso dessa água para cultivo de hortaliças para vender na
cidade, parte do córrego no perímetro urbano foi canalizado. Foi construído um lago para lazer
da população onde possui criação de peixes que uma vez ao ano é permitido a pesca, a
população tem habito de tratar dos peixes com pão francês. A água apresenta um odor ruim
principalmente no período de seca, a coloração da água é escura.
Logo abaixo do lago dos buritis há outras hortas que fazem uso dessa água para produzir
alimentos, e também possui uma estação elevatória de esgoto que advém da coleta do esgoto
dos setores Jardim Goiás e Jarbas da Costa Ribeiro o que pode está causando maiores prejuízos
a qualidade dessa água sendo que em período chuvoso essa estação apresenta vazamentos ou
seja esgoto bruto é lançado no córrego.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Podemos concluir através das analises realizadas que o Córrego dos Buritis não
apresentam características favoráveis para uso direto não sendo viável a disponibilização para
a irrigação da horticultura, além de ser impróprio como área de lazer para população.
Isso ocorre pelo fato de que o Córrego dos Buritis apresenta qualidade ruim, devido sua
nascente está abaixo do lixão do município e por sofrer forte pressão da expansão urbana e rural
sem o manejo adequado na realização das atividades desenvolvidas.
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REFERÊNCIAS
PONTES, P.P.; MARQUES, A.R.; MARQUES, G.F. Efeito do uso e ocupação do solo na
qualidade da água na microbacia do Córrego Banguelo - Contagem . V. 7, n.3. 2012. Disponível
em: <http://www.scielo.br/pdf/ambiagua/v7n3/v7n3a15.pdf>. Acesso em: 24 maio 2018.
SANTOS, G.O.; HERNANDEZ, F.B.T. Uso do solo e monitoramento dos recursos hídricos
no córrego do Ipê, Ilha Solteira, SP . V.17, n.1. 2013. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S141543662013000100009&script=sci_abstract&tlng=
pt>. Acesso em: 24 maio 2018.
IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Dispnivel em: <
https://cidades.ibge.gov.br/brasil/go/caiaponia/panorama> Acesso em: 26 de maio de 2018.
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Resumo: Considerando a necessidade de monitorar as vazões dos Ribeirões Santo Antônio e Santa
Marta, o objetivo desse artigo é averiguar as vazões de permanência nos mananciais e avaliar qual deles
possui maior disponibilidade hídrica natural (vazão) no exutório, visando a segurança do abastecimento
hídrico da cidade de Iporá. Para as medições em campo foi aplicada a metodologia de aferir a vazão de
ambos os mananciais no mesmo dia e em três períodos distintos, com o uso de um medidor acústico
doppler de vazão - ADCP (Acoustic Doppler Current Profiler) M9 da marca SONTEK. Pôde-se
constatar com as medições que o manancial que possui maior vazão no começo do período de estiagem
é o Ribeirão Santa Marta, visto que possui uma maior área de bacia hidrográfica. Contudo, sua vazão
decai mais rapidamente que a do Ribeirão Santo Antônio, ficando este com maior vazão no final do
período de estiagem. O trabalho pôde diagnosticar que o Ribeirão Santo Antônio possui uma melhor
vazão de permanência, ou seja, se mantém com maior vazão que o Ribeirão Santa Marta no final do
período de estiagem.
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INTRODUÇÃO
Esse trabalho é resultado do monitoramento das vazões dos Ribeirões Santo Antônio
e Santa Marta, mensurada com base nas vazões efluentes nos pontos exutórios dos mananciais,
sendo o primeiro o único fornecedor de água para o abastecimento público da cidade de Iporá.
O Ribeirão Santa Marta, por sua vez, poderá ser uma fonte de captação de água para
complementar no abastecimento da cidade em cenários futuros.
O objetivo da pesquisa é monitorar a vazão dos ribeirões Santo Antônio e Santa Marta
para compreender o comportamento hidrológico das bacias. Para simplificar a nomenclatura
dos cursos d’água, seus topônimos foram abreviados para RSA (Ribeirão Santo Antônio) e
RSM (Ribeirão Santa Marta), e suas respectivas bacias para BHRSA (Bacia Hidrográfica do
Ribeirão Santo Antônio) e BHRSM (Bacia Hidrográfica do Ribeirão Santa Marta).
Segundo Moura et al. (2018), a área da BHRSM possui 274,321 km², que é mais que
o dobro da área da BHRSA, com 127,062 km², o equivalente a 46,31% da outra bacia. Nesse
mesmo estudo ainda foi verificado que em 30 de julho de 2017 o RSM possuía uma maior vazão
de água no exutório. Porém, foram necessárias outras medições de vazão em diferentes épocas
do ano para compreender o comportamento hidrológico nessas bacias.
As áreas de estudo foram escolhidas pela necessidade de se comparar a vazão do único
manancial fornecedor de água para abastecimento da cidade de Iporá, com um manancial
vizinho que possa ser uma alternativa para complementar a captação de água, e compreender o
comportamento hidrológico de ambos ao longo dos períodos do ano. Os resultados das
medições de vazão fornecem informações do potencial hídrico de cada manancial, e sobre a
vazão de permanência, ou seja, sobre qual ribeirão se mantém com uma maior vazão ao longo
do ano hidrológico.
O estudo se faz relevante por monitorar as vazões do RSA a montante do ponto de
captação de água que abastece a cidade, e do RSM no local onde poderá ser instalado uma
captação complementar para suprir a demanda da cidade, caso seja necessário.
Dessa forma, espera-se disponibilizar informações que poderão auxiliar no
planejamento para a escolha de uma fonte complementar de abastecimento de água para a
cidade de Iporá, servindo como segurança hídrica para a população que utiliza esse recurso.
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METODOLOGIA
CARACTERIZAÇÃO DAS ÁREAS DE ESTUDO
A parte alta da BHRSA encontra-se inserida no município de Iporá, na parte a
montante da captação de água que abastece a cidade. A parte alta da BHRSM abrange os
municípios de Iporá e Amorinópolis, sendo que a maior parte da bacia localiza-se dentro desse
último município. As extremidades das bacias estão distantes uma da outra por 58 km de
diâmetro (Mapa 1).
O clima regional é definido segundo a classificação de Köppen como sendo tipo AW,
caracterizado por climas úmidos tropicais, com duas estações bem definidas: seca no inverno,
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de maio a outubro, e úmida no verão, de novembro a abril (PEEL et al., 2007). A temperatura
média anual fica entre 24° e 25° e a precipitação anual média histórica, segundo dados do posto
pluviométrico 1651001 da Agência Nacional das Águas (ANA), instalado em Iporá, referentes
ao período de 1974 a 2014 (40 anos), é de 1.600,9 mm (MOURA, 2017).
Hidrograficamente o RSA deságua no Rio Caiapó, que por sua vez integra a Bacia
Hidrográfica do Rio Araguaia/Tocantins. O RSM é tributário do Rio Claro, que integra a Bacia
Hidrográfica do Rio Araguaia/Tocantins (Pfafstetter, 1989). O padrão de drenagem de ambas
as bacias é dendrítico. A área da BHRSM possui 274,321 km² e a área da BHRSA possui
127,062 km². O parâmetro morfométrico índice de circularidade da BHRSA é 0,289 e da
BHRSM é 0,175 (MOURA, 2017).
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Fotografia 1: Medição da vazão no RSA dia Fotografia 2: Medição da vazão no RSM dia
30/07/2017 30/07/2017
Fotografia 3: Medição da vazão no RSA dia Fotografia 4: Medição da vazão no RSM dia
29/09/2017 29/09/2017
Fotografia 5: Medição da vazão no RSA dia Fotografia 6: Medição da vazão no RSM dia
01/05/2018 01/05/2018
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
As medições de vazão foram executadas no mesmo dia, nos dois mananciais,
comparando a vazão de ambos sem interferências de precipitação. Na análise comparativa da
vazão dos mananciais RSA e RSM foram encontradas maiores vazões no RSM em duas
medições de três efetuadas, conforme ilustra o Gráfico 1:
das águas. Infere-se que como a área da BHRSM é mais alongada, (representado pelo índice de
circularidade 0,175) do que a BHRSA (índice de circularidade é 0,289) esse indicador
demonstra um relevo mais dissecado, com maior facilidade ao escoamento superficial das águas
das chuvas, fazendo com que as águas escoem mais rapidamente ao longo do sistema
hidrográfico, e no período de estiagem tenha uma menor vazão. Contudo são necessários
estudos comparativos entre outros parâmetros morfométricos nas bacias para comprovar essa
inferência. O resultado pode indicar também diferenças no uso da terra e cobertura vegetal,
tipos de solos, tipos litológicos e geomorfológicos. Porém são necessários outros estudos
comparativos entre as duas bacias levando em considerações tais características para comprovar
esses indicadores.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O trabalho de monitoramento da vazão do RSA e do RSM foi capaz de fornecer
informações sobre a quantidade de água de ambos os mananciais, e mostrou que o RSM possui
maior vazão que o RSA no início do período de estiagem. Contudo, ao longo do período de
estiagem, a vazão do RSM é reduzida mais rapidamente, ficando com vazão inferior que a do
RSA no final do período de estiagem.
Considerando que a entrada de água das chuvas nas bacias hidrográficas é
praticamente a mesma, por estarem numa distância considerada próxima (um diâmetro de 58
km) e fazerem parte de um mesmo regime climático, a influência dos aspectos físicos da bacia
é que está definindo os seus comportamentos hidrológicos. Por tal motivo, é de suma
importância realizar novos estudos que levem em consideração esses ascpetos que, a princípio,
interferem diretamente no comportamento hidrológico nas bacias.
O estudo mostrou que o parâmetro morfométrico “área das bacias” analisado
isoladamente não demonstra que a bacia terá uma maior disponibilidade hídrica, ou seja, uma
maior vazão efluente no exutório. Mas tem uma relação direta com a área de captação das águas
das chuvas, representando a área de captação disponível e, portanto, quanto maior a área, maior
poderá ser o volume de precipitação entrando no sistema da bacia hidrográfica, tendo uma
maior vazão nos períodos chuvosos (STRAHLER, 1957).
O trabalho de análise comparativa das vazões demonstrou que é necessário monitorar
as vazões dos mananciais com frequência para compreensão da real situação do volume de água
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e o comportamento hidrológico nas bacias, e além disso demonstrar que a BHRSM apesar de
ter uma área de contribuição maior, não mantém uma vazão de permanência melhor que a
BHRSA, mas mesmo assim pode ser uma fonte alternativa de captação de água para contribuir
com o sistema de abastecimento de água de Iporá.
REFERÊNCIAS
CHRISTOFOLETTI, A. A análise de bacias hidrográficas. IN: CHRISTOFOLETTI, Antônio.
Geomorfologia. Edgard Blücher, EDUSP. São Paulo, 1974.
MOURA, D. M. B.; OLIVEIRA, R. M.; COSTA, J. A.; MATOS, A. J. M.; CARDOSO, J. M.;
ALVES, W. S. Medições da vazão do ribeirão santo Antônio, manancial de abastecimento
hídrico da cidade de Iporá, Goiás - Brasil. Revista Sapiência – UEG/Campus Iporá, Goiás. v.5,
n.1, p. 255-272, jul., 2016.
PEEL, M. C., FINLAYSON, B. L., MCMAHON, T. A. Updated world map of the Köppen-
Geiger climate classification. Hydrology Earth System Sciences, v. 11, p. 1633–1644, 2007.
142
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Resumo: Com o objetivo de avaliar a utilização de imagens provenientes do sensor Operational Land
Imager (OLI), a bordo do satélite Landsat-8, na estimativa da concentração de sedimentos em suspensão
(CSS), no reservatório da UHE de Cana Brava, estado de Goiás, o presente estudo se utiliza de aquisição
e tratamento de uma imagem do sensor OLI, expedição de campo e procedimentos laboratoriais à
obtenção da CSS e análise estatística. Mesmo apresentando correlação (negativa) para a maioria das
bandas, o modelo não se mostrou satisfatório, refletindo a baixa concentração de sedimentos em
suspensão presente nas amostras coletadas. As imagens do sensor OLI/Landsat-8 se mostraram pouco
apropriadas à estimativa de sedimento em suspensão no reservatório estudado.
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INTRODUÇÃO
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MATERIAIS E MÉTODOS
A metodologia aqui empregada foi composta pelas seguintes etapas: obtenção e
tratamento das imagens de sensoriamento remoto; coleta de amostras em campo e estimativa
em laboratório; modelagem estatística; e análise da correlação entre as bandas das imagens com
o resultado laboratorial.
Foi utilizada uma imagem do sensor Operational Land Imager (OLI), a bordo do satélite
Landsat-8. Esta foi obtida a partir do portal Earth Explorer, do Serviço Geológico dos Estados
Unidos (http://earthexplorer.usgs.gov). Por disponibilizar as imagens do sensor OLI em
reflectância de superfície, às imagens OLI foi preciso apenas a divisão dos DN (digital
numbers) por um fator (Lλ = DN/10000).
Uma vez que é desejável que as coletas dos dados in situ ocorram simultaneamente ao
registro dado pelo sensor remoto (CHEN; YU, 2009), tanto a data de imageamento quanto a
coleta em campo das amostras de água transcorreram na mesma data, 26 de setembro de 2017.
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Figura 1 - Equipamentos utilizados na etapa Laboratorial. dessecador (1), balança de precisão (1 e 2), sistema de
filtragem (3 a 5).
ambiente SIG por meio das coordenadas adquiridas, no campo, com o de GPS, compondo um
banco de dados georreferenciado. Foram feitos recortes de 3 x 3 pixels, cujo pixel central
coincide com o ponto de amostragem. Os valores de reflectância utilizados na modelagem
foram as médias deste conjunto de nove pixels.
Foi avaliada a correlação da banda 6 com as demais bandas (1 a 7) da imagem, com o
intuito de aferir a influência do efeito de reflexão especular (sun glint) nos valores obtidos nos
pixels. Uma vez que o efeito foi confirmado, a partir da forte correlação das bandas do
infravermelho médios (6 e 7), com R² = 0,97, a correlação entre cada banda e a CSS foi
calculada subtraindo-se a banda 6, retirando, assim, o efeito sun glint. A análise de correlação
da CSS para cada banda se faz necessária devido ao fato de que a reflectância não é linearmente
dependente da CSS e varia conforme a faixa de concentrações e a banda espectral utilizada
(CURRAN e NOVO, 1988, 1996; LODHI et al., 1997; RITCHIE e SHIEBE, 2000).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os pontos onde foram obtidas as amostras foram dispostos latitudinalmente ao longo de
toda área de estudo e podem ser observados na Figura 2. A concentração de sedimento em
suspensão mostrou-se baixa nos 21 pontos coletados, com valores variando de 0,0001 mg/l a
0,001 mg/l (Figura 3). Estes valores denotam uma área com pouca produção sedimentar, a qual
é influenciada por diversas variáveis, das quais se destacam os fatores hidrológicos, a estrutura
geológica, as condições topográficas e a cobertura vegetal (CHRISTOFOLETTI, 1981); ou uma
área que concentra a maior parte da descarga de sedimentos na estação chuvosa, que, no
Cerrado, dura de outubro a março (KLINK; MACHADO, 2005), como identificado por Feitosa
e Iost (2011), os quais constataram, em duas sub-bacias hidrográficas localizadas no Estado do
Tocantins, que cerca 77% da descarga de sedimentos em suspensão ocorreram neste período.
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Iporá, 6 a 9 de junho de 2018.
0,0012
0,001
CSS (mg/l)
0,0008
0,0006
0,0004
0,0002
0
P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12 P13 P14 P15 P16 P17 P18 P19 P20 P21
Pontos de coleta
baixa correlação torna improvável o uso das imagens deste sensor neste reservatório.
Tendo em vista que observações, por imagens Landsat, em qualquer parte do bioma são
altamente improváveis durante a estação chuvosa, devido à presença de nuvens (SANO et al.,
2007), poucas são as oportunidades onde se é possível utilizar o sensor aqui avaliado ao estudo
de CSS, não apenas no reservatório da UHE de Cana Brava, mas em reservatórios com
condições similares de concentração de sedimento à encontrada no conjunto de dados aqui
apresentados.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O uso de imagens do sensor OLI/Landsat-8 à estimativa da concentração de sedimentos
em suspensão demonstrou ser pouco viável no reservatório estudado, levando em conta a
disponibilidade de imagens deste sensor, associado à baixa concentração de sedimentos
apresentada na área estudada e a consequente baixa relação deste com os valores de reflectância
dos pixels da imagem.
Altenativas para contornar esta situação pode envolver a realização de coleta em período
imediatamente após o fim do período chuvoso, já que o tempo entre o fim da precipitação e o
transporte de sedimento pode perdurar por alguns dias, ou mesmo meses, embora possa haver
contratempos relacionados à presença nuvens (as quais podem ocorrer em qualquer época do
ano) e à resolução espacial do Landsat-8 (16 dias), podendo, neste caso, se fazer uso de outros
sensores concomitantes, como o sentinel-2.
AGRADECIMENTOS
À Universidade Estadual de Goiás, pela concessão de bolsa PROBIP/UEG (Programa de Bolsa
de Incentivo à Pesquisa e Produção Científica) ao primeiro autor e de bolsas BIP/UEG
(Iniciação Científica) ao terceiro quarto e quinto autores.
REFERÊNCIAS
CABRAL, J. B. P.; SANTOS, F. F.; NOGUEIRA, P. F.; Braga, C. C. Análise espacial de
sólidos em suspensão em reservatórios do estado de Goiás: Estudo de caso da UHE Caçu e
Barra dos Coqueiros. Revista GeoNorte, v. 4, p. 1460-1471, 2012.
CHEN, X.; YU, Z. Remote Sensing of water environment. In: LI, D.; SHAN, J.; GONG, J.
(Edit) Geospatial Technology for Earth Observation, Springer, 2009. p. 431-471.
LODHI, M. A.; RUNDQUIST, D. C.; HAN, L.; KUZILA, M. S. The Potential for Remote
Sensing of Loess Soils Suspended in Surface Waters. Journal of the American Water
Resources Association, v. 33, n. 1, p. 111-117, 1997.
RATTER, J. A.; RIBEIRO, J. F.; BRIDGEWATER, S. The brazilian cerrado vegetation and
threats to its biodiversity. Annals of Botany, v. 80, p. 223-230, 1997.
RITCHIE, J. C.; SHIEBE, F. R. Water Quality. In: SHULTZ, G. A.; ENGMAN, E. T. (Eds).
Remote Sensing in Hydrology and Water Management, Springer, 2000.
SANO, E. E.; FERREIRA, L. G.; ASNER, G. P.; STEINKE, E. T. Spatial and temporal
probabilities of obtaining cloud-free Landsat images over the Brazilian tropical savanna.
International Journal of Remote Sensing, v. 28, p. 2739-2752, 2007.
SANO, E. E.; ROSA, R.; BRITO, J. L. S.; FERREIRA JR, L. G. Mapeamento de cobertura
vegetal do bioma Cerrado. Planaltina: Embrapa Cerrados, 2008 (Boletim de Pesquisa).
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III Fórum Regional das Águas e XX Encontro de Geografia da UEG
Iporá, 6 a 9 de junho de 2018.
RESUMO: O presente estudo possui como objetivo elaborar e analisar o Balaço Hídrico Climatológico
(BHC) entre os períodos de 1985-2015 das capitais brasileiras Brasília-DF, Manaus-AM e Porto Alegre-
RS. Este estudo utiliza das características climáticas da localização dessas cidades, onde as mesmas
apresentam climas distintos (Clima Equatorial, Clima Tropical Típico e Clima Subtropical). O método
utilizado foi o de Thorthwaite & Mather (1955). Para o desenvolvimento dos cálculos do balanço hídrico
foram utilizados os dados de precipitações e temperaturas do Instituto Nacional de Meteorologia –
INMET, e apoio do Programa Computacional Excel 2013. As médias obtidas a partir dos dados em
gráficos mostram que as variações entre períodos secos e chuvosos nas cidades analisadas são
consideráveis. Compreender essas variações nos permite conhecer melhores possibilidades para os mais
diversos fins dentro da utilização da água como recurso associado a atividades econômicas, bem como
planejar de modo consciente a utilização desse recurso.
INTRODUÇÃO
O balanço hídrico (BH) é fundamental para o desenvolvimento de várias atividades,
estando diretamente associado às atividades agropecuárias, bem como para a prestação de
serviços a sociedade. Carvalho e Stipp (2004) consideram que o BH nada mais é do que a
contabilização da água do solo, ou seja, uma forma de medir a quantidade de água que entra e
sai deste solo.
Desse modo, podemos visualizar o porquê da importância do BH para o
desenvolvimento de determinadas atividades. A água, essencial recurso natural utilizado pelos
mais diversos ramos, quando contabilizada possibilita maior nível de organização e gestão,
dando mais viabilidade para os avanços dentro dessas práticas.
Os parâmetros necessários para a determinação do BH são obtidos a partir de uma
estação meteorológica. Podemos compreender também o funcionamento do balanço hídrico a
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Iporá, 6 a 9 de junho de 2018.
partir do entendimento do seu sistema, inicialmente temos uma bacia hidrográfica, onde o
principal meio de abastecimento dela advém das precipitações. No entanto, podem ser
originados também do escoamento superficial afluente.
Tomasella e Rossato (2005, S/N) apontam que o BH corresponde “a somatória das
quantidades de água que entram e saem de uma certa porção do solo em um determinado
intervalo de tempo”. E o seu resultado, nada mais é do que a quantidade líquida de água
disponível para as plantas.
Thornthwaite e Mather (1955) desenvolveram um método para a medição do balanço
hídrico, o balanço hidrológico climatológico (BHC), pensado para obter as informações
hídricas de determinado local sem a necessidade direta da utilização de circunstâncias do solo.
Através desse método, o objetivo desse estudo é elaborar e analisar o BHC, entre os
períodos de 1985-2015, das seguintes capitais brasileiras: Brasília-DF, Manaus-AM e Porto
Alegre-RS. Este trabalho também utiliza das características climáticas das localizações dessas
cidades, onde as mesmas apresentam climas distintos.
MATERIAIS E MÉTODOS
Para o desenvolvimento deste estudo foi utilizado o método Thorthwaite & Mather
(1955). O desenvolvimento dos cálculos do BHC necessitou dos dados de precipitações e
temperaturas do Instituto Nacional de Meteorologia – INMET, e apoio do programa
computacional Excel 2013 (ROLIM et al., 1998).
No que se refere à elaboração do BH, foi necessário definir primeiramente o
armazenamento máximo no solo (CAD - Capacidade de Água Disponível), sendo ele
padronizado (100 mm), e a medida da chuva total, além da estimativa da evapotranspiração
potencial em cada período. “Com essas três informações básicas, o BHC permite deduzir a
evapotranspiração real, a deficiência ou o excedente hídrico, e o total de água retida no solo em
cada período” (PEREIRA, 2005, p.311).
A partir de Varejão-Silva (2005) e abordagem de Mendonça (1958), foi calculado o
CAD. Em relação a equação da continuidade, foi utilizada a forma analítica: E – s = ΔA. Onde,
E corresponde a entrada de água no sistema; S é igual a saída de água do sistema; e DA, a
variação do armazenamento de água neste sistema.
153
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RESULTADOS E DISCUSSÕES
A região Centro-Oeste é composta pelos estados de: Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso
do Sul e Distrito Federal. Apresenta, além de suas superfícies mais baixas, áreas com altitudes
mais elevadas, as chapadas e superfícies cristalinas. Esses aspectos dão à região diversificação
térmica representativa, onde o período de seca é marcante no inverno e no verão predominam
as chuvas (NIMER, 1989, p. 393).
A Figura 01 representa a deficiência e o excedente hídrico, as áreas de retirada de água
do solo (alteração negativa, ALT-), de reposição de água no solo (alteração positiva, ALT+) e
da variação do ARM ao longo do ano. Por outro lado, o Gráfico 02, possibilita a identificação
dos valores de precipitação, evapotranspiração potencial e real na forma de linhas.
O armazenamento de água no solo mensal é representado pela Figura 01, onde notamos
que entre os meses de abril e outubro, baixos índices de ARM, com setembro o mês de menor
registro, 5,6 mm (Figura 01).
Os meses de novembro e dezembro caracterizam-se como os meses mais chuvosos,
apresentando, respectivamente, 240,45 mm e 249,71. Entretanto, junho e julho são os meses
com baixos índices de precipitação pluviométrica, não chegando a 6 mm (Figura 01).
154
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Figura 01: Capacidade de água disponível - CAD e Armazenamento - ARM mensal (esquerda); e BHC
completo plotando-se P, ETP e ETR na forma de linhas (direita), para Brasília-DF, no período de 1985-
2015. Fonte: adaptado INMET (2017).
Os índices da ETP são equilibrados durante quase todo o ano (100 mm), com exceção
do intervalo de meses entre maio e agosto, onde junho é o mês de menor evapotranspiração
potencial, com 66,23 mm. Em contra partida, os índices da ETR, sofrem maiores variações,
chegando a baixos índices, como, por exemplo, o mês de julho, com 21,1 mm.
A Figura 04 representa um BH mensal completo em forma de barras, as áreas
hachuradas correspondentes a excesso hídrico, deficiência hídrica, retirada e reposição de água
no solo. Brasília apresenta um longo período de estiagem entre os meses de maio e outubro,
com setembro o mês auge da seca. A Figura 02 mostra que as deficiências hídricas persistem
desde abril até outubro, meses extremamente secos. Por outro lado, o excedente hídrico é
representado pelo intervalo entre meados de outubro e março.
Figura 02: BHC Normal – Simplificado - EXC e -DEF (esquerda); e Completo - EXC, DEF, ALT
(direita) para Brasília-DF, no período de 1985-2015. Fonte: adaptado INMET (2017).
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Através da Figura 02, observa-se que o mês de dezembro apresentou o maior excedente
hídrico do período de estudo, com 149,9 mm, superior aos outros meses que também
registraram excedente hídrico (janeiro, fevereiro, março, abril e novembro). Entre os meses de
maio e setembro notamos os maiores déficits hídricos do período de análise, sendo agosto o
mês mais alarmante.
O mesmo ocorre com os índices de retirada hídrica, onde agosto também representa o
mês com maior retirada hídrica. Em contra partida, os meses de outubro e novembro se
caracterizaram por apresentar elevada reposição hídrica.
As determinações para a definição de determinado tipo climático devem sempre estar
associadas a alguns fatores fundamentais, como os estáticos e os geográficos, essências para
compreensão do tipo climático regional. A ocorrência do clima equatorial no Brasil está
concentrada na Região Norte, onde temos a presença da exuberante da Floresta Amazônica,
área que apresenta grande diversidade, fauna e flora robusta, rios majestosos e de significativa
importância para o território nacional. Todas essas características fizeram com que a região
fosse alvo de interesses associados a grande disponibilidade de recursos.
Na região Norte alguns sistemas de circulação atmosférica exercem influência sob o
clima regional.
A região Norte é cortada pela linha do equador, senda uma região com grande
incidência de radiação solar e, portanto, apresenta clima quente, com exceção de apenas
algumas áreas onde fatores geográficos conferem ao local características climáticas mais
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amenas. Não podendo deixar de mencionar a grande umidade presente na região e também
pluviosidade, apresentando certa irregularidade durante o ano.
Embora o período chuvoso na Região Norte seja representado pelos meses do verão-
outono, ao norte dos paralelos de 2 a 5° Lat. Sul, o máximo pluviométrico geralmente
se dá no outono e o mínimo na primavera. Este regime pluviométrico decorre do
seguinte: no outono, além da incidência de chuvas de oeste de IT da mEc ser um pouco
maior que no verão, estas chuvas se combinam com as chuvas de norte da CIT que,
no outono, possuindo uma posição média mais meridional, atingem mais
frequentemente as áreas setentrionais da Região Norte. Ao contrário, na primavera as
correntes perturbadas de N (CIT) acham-se muito deslocadas sobre o hemisfério norte
e raramente descem ao hemisfério sul, ficando a Região Norte na dependência quase
que exclusiva das chuvas de oeste de IT, que nesta época do ano começam a rarear ao
norte daqueles paralelos (NIMER, 1989, p. 376-377).
Em relação a capital Manaus, o ARM apresenta baixos índices entre os meses de maio
e dezembro, com outubro registrando o menor índice de armazenamento, 4,5 mm (Figura 03).
Os maiores índices de precipitação pluviométrica em Manaus são registrados entre dezembro e
maio, sendo abril o mês com maior 323,95 mm. A partir de maio observamos uma queda no
nível de chuva nessa região, com agosto apresentando os mais baixos índices de precipitação
pluviométrica, com 60,66 mm (Figura 03).
Figura 03: Capacidade de água disponível - CAD) e Armazenamento - ARM mensal (esquerda); e BHC
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completo plotando-se P, ETP e ETR na forma de linhas (direita), para Manaus-AM, no período de 1985-
2015. Fonte: adaptado INMET (2017).
Figura 04: BHC Normal – Simplificado - EXC e –DEF (esquerda); e Completo - EXC, DEF, ALT
(direita) para Manaus-AM, no período de 1985-2015. Fonte: adaptado INMET (2017).
O estado do Rio Grande do Sul é marcado pelo clima subtropical. Esse clima é
caracterizado por temperaturas médias anuais mais baixas em relação às demais regiões do país.
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III Fórum Regional das Águas e XX Encontro de Geografia da UEG
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Nimer (1989) aponta que o clima regional do Sul do Brasil refere-se a uma notável
homogeneidade.
Ainda de acordo com o autor, vale ressaltar também a presença de umidade na região,
a homogeneidade e umidade presentes na região estão ligadas a diferentes condições que atuam
sobre a área. A classificação climática de Koppen para o clima subtropical conceitua que as
quatro estações do ano são muito claras, estando situado abaixo do tropico de capricórnio
(ROSSATO, 2011).
No ARM da cidade de Porto Alegre, é possível observar o período de baixo
armazenamento corresponde ao intervalo de meses entre dezembro e maio, onde março
registrou o menor índice de armazenamento, 44,5 mm (Figura 05).
Figura 05: Capacidade de água disponível - CAD e Armazenamento - ARM mensal (esquerdo); e BHC
completo plotando-se P, ETP e ETR na forma de linhas (direito), para Porto Alegre-RS, no período de
1985-2015. Fonte: adaptado INMET (2017).
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maio a novembro observamos índices elevados de excedente hídrico, onde julho apresenta os
maiores índices, com 118,3 mm.
Figura 06: BHC Normal – Simplificado EXC e –DEF (esquerda); e Completo - EXC, DEF, ALT
(direita), para Porto Alegre-RS, no período de 1985-2015. Fonte: adaptado INMET (2017).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Dentre as aplicações do BHC, a caraterização regional da disponibilidade hídrica
possui como objetivos: comparação dos climas de diferentes localidades; caracterização dos
períodos secos e úmidos; o planejamento agrícola baseado no zoneamento agroclimático.
As medias obtidas a partir dos dados em gráficos mostram que as variações entre
períodos secos e chuvosos nas cidades analisadas são consideráveis. Em Brasília-DF, os meses
de novembro e dezembro são os meses mais chuvosos, com (240,45 mm e 249,71); já os meses
de junho e julho são os meses com índices de precipitação pluviométrica mais baixa, não
atingindo (6 mm).
Em Manaus-AM, os maiores índices de precipitação pluviométrica são registrados
entre dezembro e maio, onde abril é o mês com maior índice (323,95 mm), em maio ocorre uma
queda no nível de chuva, onde agosto apresenta uma precipitação pluviométrica, com (60,66
mm). Porto Alegre-RS registra índices de precipitação pluviométrica durante todo ano, tendo
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os maiores índices nos meses de julho e setembro, com respectivamente (151,66 153,63 mm).
Tendo março como mês de menor índice (94,57 mm).
Portanto, compreender essas variações nos permite conhecer melhores possibilidades
para os mais diversos fins dentro da utilização da água como recurso associado a atividades
econômicas, bem como planejar de modo consciente a utilização desse recurso.
REFERÊNCIAS
ANTUNES, D. A.; CUPOLILLO, F. Balanço Hídrico Climatológico: estudo de caso do
município de Governador Valadares-MG. Trabalho de Conclusão de Curso. Instituição de
Federal de Minas Gerias-IFMG, 2013.
CARVALHO. M. S.; STIPP. F. A. N. Contribuição ao Estudo do Balanço Hídrico no Estado
do Paraná: uma proposta de classificação qualitativa. Geografia – Londrina – Volume 13 –
Número 1 – Jan./Jun, 2004.
Instituto Nacional de Meteorologia – INMET. Balaço Hídrico. Disponível em:
<http://www.inmet.gov.br/portal/index.php?r=agrometeorologia/balancoHidricoClimatico>
Aceassado em: 25 de setembro de 2017.
MENDONÇA, P.V.E. Sobre o novo método de balanço hídrico de Thornthwaite e Mather.
In: Congresso Luso-Espanhol para o Progresso das Ciências, 24., 1958, Madrid, Acta, Madrid,
1958. p.415-425.
NIMER, E. Climatologia do Brasil. Rio de Janeiro. Fundação Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística – IBGE, 1989
PEREIRA, R. A. Simplificando o Balanço Hídrico de Thornthwaite-Mather. Bragantia,
Campinas, v.64, n.2, p.311-313, 2005.
ROLIM, G. S.; SENTELHAS, P. C.; BARBIERI, V. Planilhas no ambiente EXCEL TM
para os cálculos de balanços hídricos: normal, sequencial, de cultura e de produtividade real
e potencial. Revista Brasileira de Agrometeorologia, Santa Maria, v. 6, n.1, p.133-137, 1998.
ROSSATO. S. M. Ao estudar o clima regional do Sul do Brasil, o primeiro fato que
observamos refere-se a sua notável homogeneidade. Porto Alegre, 2011.
SANTOS, A. R. dos. Balanço Hídrico segundo Thornthwaite e Mather, 1955. Universidade
Federal do Espírito Santo-Ufes / Dept. de Geografia / Climatologia, 2010.
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III Fórum Regional das Águas e XX Encontro de Geografia da UEG
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RESUMO: Tendo em vista o cenário hídrico instalado em diversos locais do terrítorio brasileiro
especificamente no estado de Goiás, o presente estudo centrou-se em realizar uma caracterização
preliminar do cenário hídrico do município de Formosa-Go com o intuito de promover a discussão a
partir da interpretação dos dados quantitativos de abastecimento público e volume médio de chuvas do
município. tendo em vista a grande importância que á agua proporciona para a sociedade, conseguinte
a entender a realidade hídrica do município de Formosa-Go.
INTRODUÇÃO
Ao longo da história a água sempre foi um fator prepoderante para a intalação e
manutenção da vida humana no planeta Terra. Segundo Tundisi (2006) os cenários críticos
relacionados aos recursos hídricos motivou a discussão e realização de diversos fóruns
regionais, nacionais e internacionais. Mesmo com o apresentado pelo autor o que se observou
nos últimos anos foi uma falta de planejamento e gestão dos recursos hidricos, o que levou a
cenários alarmantes.
Entre os cenários críticos o que se observa são problemas de escassez hídrica e poluição
dos recursos naturais no mundo. Esse fato vem acarretando impactos na oferta por água de
qualidade e consequentemente tem gerado diversos conflitos, sociais e ambientais. Segundo
Furtado (2008) a busca por água tem acarretado conflitos ao redor do mundo. No intuito de
manter o equilibrio entre os recursos naturais e as atividades humanas Tucci (2008) alerta para
a necessidade de se buscar uma harmonia entre as atividades sobre pena de se instalar um
completo caos, principalmente nas cidades.
O que se observa no municipio de Formosa-Goiás não se difere muito dos grandes
centros urbanos, visto que a presente área sofre com tal desequilibrio. Isso pode ser observado
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nos perídoso chuvosos onde a cidade apresenta diversos pontos de alagamento e inundação
(Ramalho; Oliveira; Dourado, 2017) além de apresentar problemas de abastecimento publico
no período de estiagem. Pensando na necessidade de maiores discussões sobre a situação o
presente trabalho se propõe a apresentar dados relativos ao o abastecimento público de água e
volume médio de chuvas do município.
MATERIAL E MÉTODOS
A pesquisa irá se fundamentar em procedimentos descritivos e abordagens baseadas na
pesquisa quantitativa. Os dados levantados e apresentados são de orgãos publicos, sendo eles:
• IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística;
• INMET – Instituto Nacional de Meteorologia;
• Dados do SNIS – Sistema Nacional de Informação do Ministerio das
Cidades.
A base de dados levantada é composta pelos dados de abastecimento público do
munícipio de dados de precipitação.
RESULTADO E DISCUSSÕES
Formosa, figura 1, está situada no estado de Goiás, no Brasil, localizada a 79 km de
Brasília – capital federal do Brasil e 280 km de Goiânia – capital de Goiás, com uma população
estimada em aproximadamente 115.789 habitantes e com uma área de aproximadamente
5.806,891 km² (IBGE, 2017), é conhecida como berço das águas ou divisor de águas das bacias
dos rios São Francisco, Tocantins e Prata, por ventura concentra inúmeras nascentes, rios,
quedas d’água, lagos e lagoas. Está localizada ainda na messoregião – Leste Goiano e na
microrregião do entorno do Distrito Federal (IBGE,2017).
Figura 1 – Representação do município de Formosa-Go
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III Fórum Regional das Águas e XX Encontro de Geografia da UEG
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Abastecimento público
Diante dos aproximadamente, 115 mil habitantes de Formosa-Go, segundo dados do
IBGE em 2017, a oferta de água é um dos fatores importantes para a população, este serviço
hoje é ofertado pela Saneago - Companhia de Saneamento de Goiás S.A. – uma empresa de
saneamento básico brasileira, onde tem como área de atuação o estado de Goiás, sendo
responsável pelo saneamento de 225 dos 246 municípios goianos, sendo uma sociedade de
economia mista do governo do Estado de Goiás.
A água captada para abastecimento é proveniente do Córrego Bandeirinha e devido as
características da localidade é bombeada por meio de uma estação elevatória para
posteriormente ser tratada e distribuída a população. O que os dados apontam, mesmo com a
limitação da área de captação, é um crescimento no número de pessoas atendidadas pelo serviço
de abastecimento, conforme gráfico 1.
120.000
100.000
População
80.000
60.000
40.000
20.000
0
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
Ano
Fonte: Ministério das Cidades – SNIS - Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento
no consumo de água, gráfico 2. O aumento pode ser explicado, além do aumento da oferta pelo
serviço, pela mudança do hábitos de consumo. A medida que a renda da população é alterada
muda-se também os hábitos de consumo da população.
5.000,00
Volume 1000 m³
4.000,00
3.000,00
2.000,00
1.000,00
0,00
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
Ano
Fonte: Ministério das Cidades – SNIS - Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento
166
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Formosa-Go (2003-2016)
8.000,00
6.000,00
4.000,00
2.000,00
0,00
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
Ano
Fonte: Ministério das Cidades – SNIS - Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento
No ano de 2013 o volume de água produzido no município era de 5.059,00 m³, equanto
em 2016 passou a ser de 6.878,45 m³. Ao analisar os dados iniciais nota-se a necessidade de
melhorias no sistema ou mudança de hábitos por meio da população.
167
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1500
1000
500
0
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
Ano
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A frente da realidade hídrica do município de Formosa-Go, discute-se os seguintes
resultados. Ao analisar os dados fornecidos pelo Ministério das Cidades – SNIS – Sistema
Nacional de Informação sobre abastecimento público de água no município de Formosa-Go,
observa-se que o número pessoas que estão sendo atendidas pela oferta de água e esgoto no
município está aumentando, enquanto no ano de 2003 era de 75.901 pessoas esse número subiu
passando para 104.850 pessoas no ano 2016, tendo em vista que a população de Formosa-Go
está em torno de 115 mil habitantes (IBGE,2017), mesmo com grande avanço nessa oferta ainda
há muito que alcançar. Logo, observou que o consumo de água também aumentou, em 2003
segundo o Ministério das Cidades, o consumo de água era de 3.005,00 m³ por ano, passando
para 4.385,35 m³ em 2016.
Com a oferta de água aumentando o consumo também aumentou, em 2013 o volume de
água produzido no município era de 5.059,00 m³, enquanto em 2016 passou para 6.878,45 m³.
Portanto, interpreta-se que a medida que a oferta de água aumenta o consumo a produção de
água pelo habitante também aumenta, frente a crescente urbanização nas cidades e o avanço
das tecnologias do campo.
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Resumo: O presente artigo busca indagar, exemplificar e conceituar os institutos criados por meio da
Lei Federal nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997 no ordenamento brasileiro a qual instituiu a política
nacional de recursos hídricos e criou cumulativamente o sistema nacional de gerenciamento de recursos
hídricos, em especial a presente pesquisa acadêmica visa também dar destaque as organizações civis de
recursos hídricos, qual seja, consórcios e associações intermunicipais de bacias hidrográficas,
associações regionais, locais ou setoriais, organizações técnicas e de ensino e pesquisa, organizações
não-governamentais com objetivos de defesa de interesses difusos e coletivos da sociedade e outras
organizações reconhecidas pelo conselho nacional ou pelos conselhos estaduais de recursos hídricos,
dessa forma apresentando conceitos e trazendo exemplos da atuação prática desses entes criados, assim
também tentar apresentar com o referido trabalho, qual seria a importância no ordenamento jurídico
brasileiro e na vida prática e cotidiana de todos e em especial aos assuntos atinentes aos recursos
hídricos, por meio da atuação desses órgãos. Por fim tentar demonstrar como o estado e todos nos
jurisdicionados podemos dar uma contribuição no sentido de ajudar no cumprimento e aplicação correta
da citada lei, com maior destaque de sua aplicação na conservação e preservação dos recursos hídricos
para as presentes e futuras gerações.
Palavras chaves: Organizações Civis; Política Nacional de Recursos Hídricos; Recursos Hídricos.
INTRODUÇÃO
Com a criação da Lei Nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997, que Instituiu a Política
Nacional de Recursos Hídricos e criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
Hídricos que regulamenta o inciso XIX do art. 21 da Constituição Federal, e altera o art. 1º da
Lei nº 8.001, de 13 de março de 1990, que modificou a Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de
1989, houve uma consequente inovação no ordenamento jurídico brasileiro como a
incorporação dessa espécie normativa àquelas já existentes e que tratavam de assuntos relativos
aos recursos hídricos e ao direito ambiental pátrio, alterando também importante assunto
indicado na Constituição Federal da República Federativa Brasileira em seu artigo 21, inciso
XIX.
Com o promulgação do citado texto legal ocorreu a instituição de novos assuntos e
também houve a tratativa de temas não antes debatidos em relação ao Direito Ambiental,
trazendo portanto os fundamentos da Política Nacional De Recursos Hídricos no artigo 1º da
citada lei, dispondo também sobre os fundamentos, objetivos, diretrizes gerais de ação,
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OBJETIVOS
O referido ensaio acadêmico tem como pretensão trazer para o presente uma abordagem
quanto as organizações civis de recursos hídricos, frente a Lei Federal nº 9.433, de 8 de janeiro
de 1997, pontuando e conceituado o que são esses entes, que foram trazidos ao ordenamento
jurídico brasileiro, por meio da promulgação da Espécie Normativa Federal no ano de 1997,
sendo tais organizações, abordadas por intermédio dessa lei e tais assuntos trazidos ao
ordenamento brasileiro e pouco abordado no cotidiano pátrio, razão pela qual, essa aprofundada
abordagem quanto ao tema, tenta mostrar que o assunto é de fácil compreensão e entendimento,
diferentemente do que a lei dispõe em seu texto original o qual deixa uma impressão de que tal
assunto é supostamente de difícil compreensão e quase impossível aplicação na vida prática,
como na verdade não é.
Dessa forma para assim facilitar esta pesquisa, serão os objetivos divididos em geral e
específicos, conforme adiante se declinam, para melhor compreensão do tema em comento.
O objetivo geral é o elemento que reduz e traz a ideia central da pesquisa acadêmica.
Este deve expressar de maneira clarividente qual é a intenção daquele projeto de pesquisa que
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descreve e também pontuar qual será o intuito do trabalho acadêmico, no caso presente o
objetivo geral é a demonstração do que são as organizações civis de recursos hídricos, com o
aprofundamento desses conceitos mediante a explicação desses pontos trazidos ao presente
estudo acadêmico no bojo da presente pesquisa acadêmica.
Assim sendo, o objetivo geral vem a ser a definição do propósito do trabalho, este
necessita possuir a hipótese ou problema que será verificado e a delimitação do referido tema,
tornando mais fácil o discernimento do que se aguarda com o mencionado estudo acadêmico,
nesse passo após o aprofundamento dos conceitos e a exemplificação do tema, esses serão assim
de melhor compreensão e entendimento ao leitor sobre o tema do esse vem realizar o presente
estudo acadêmico.
Nesses termos, o objetivo específico nada mais é do que os resultados que se pretende
encontrar com a pesquisa de maneira mais detalhada. Noutro lado, o citado trabalho busca
relacionar com maior afinco o objeto dessa pesquisa e suas particularidades, contribuindo para
a delimitação do tema.
Dessa maneira para melhor haver o entendimento dos objetivos específicos e facilitar
sua escrita, podemos observar esse como sendo o essencial para alcançar o objetivo geral. Dessa
maneira trazem, portanto, as etapas da pesquisa na ordem de realização, as formas e seus meios
de transmitir esse conhecimento com base nessa pesquisa acadêmica.
Portanto, em razão do que acima asseverou, os objetivos específicos se manifestam de
forma direta junto ao objetivo geral, verificando o processo para seu alcance e sendo necessário
uma orientação do todo conteúdo tratado ao decorrer da pesquisa acadêmica, para que assim
seja de fácil entendimento as dúvidas relativas as organizações civis de recursos hídricos e seus
respectivos fatos exemplificativos sobre o tema em apreço.
MATERIAIS E MÉTODOS
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meios que não há como mensurar, ou seja a quantidade de sociedades civis existentes, seus
traços subjetivos e suas particularidades. Tais pormenores como dito não podem ser traduzidos
em números quantificáveis, associado tudo isso aos métodos históricos combinados esses
juntamente com a pesquisa sobre o tema ora proposta.
Para tanto realiza-se esses estudos necessários para que haja a juntada de informações
e ideias necessárias para o desenvolvimento do presente trabalho cientifico, trazendo, portanto,
termos, ideias, pesquisas e demais formas de conhecimento agrupadas com o escopo acadêmico
de trazer ao referido trabalho meios de compreensão claros e agradável do presente.
A bibliografia será fundamentada em especial na Lei da Política Nacional de Recursos
Hídricos (Lei nº 9.433, de 8 de Janeiro de 1997) acrescida e incorporada ao referido estudo
cientifico através de leituras, artigos diversos, resumos, pesquisas em sites e interpretações, para
melhor interpretar o que vem a ser as organizações civis de recursos hídricos, e com isso se
tenha uma quantidade razoável de elementos necessários para a estruturação e criação da
pesquisa cientifica em referência.
Relacionando a pesquisa a ser delimitada, deve a mesma se ater a métodos históricos,
dizendo assim que a pesquisa em referência tem fundamentação em análise de registros, artigos
científicos, livros e demais periódicos históricos e também a mencionada espécie normativa
(Lei Federal nº 9.433/1997). Quanto a essência da mencionada pesquisa acadêmica, deve-se
levar em consideração a situação problema que este dá ênfase e também todo o conteúdo
exemplificativo que se refere ao presente. Nesses termos e havendo uma quantidade adequada
de dados necessários, pode-se, portanto, explorar tais assuntos abordados, a fim de chegar a
conclusões no final da pesquisa acadêmica aqui tratada.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
O presente trabalho acadêmico tem por finalidade a análise de maneira pormenorizada
dos artigos e dos incisos que a legislação trás e aborda a respeito das organizações civis de
recursos hídricos, nesse passo cabe aqui trazer a presente discussão os mencionados
dispositivos legais, que fazem referência ao presente tema em discussão, como indicado nos
artigos 47 e 48 da Lei Federal Nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997, que Institui a Política Nacional
de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, como
se observa a frente:
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“Art. 47. São consideradas, para os efeitos desta Lei, organizações civis de
recursos hídricos:
I - consórcios e associações intermunicipais de bacias hidrográficas;
II - associações regionais, locais ou setoriais de usuários de recursos hídricos;
III - organizações técnicas e de ensino e pesquisa com interesse na área de
recursos hídricos;
IV - organizações não-governamentais com objetivos de defesa de interesses
difusos e coletivos da sociedade;
V - outras organizações reconhecidas pelo Conselho Nacional ou pelos
Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos.
Art. 48. Para integrar o Sistema Nacional de Recursos Hídricos, as
organizações civis de recursos hídricos devem ser legalmente constituídas.
Falar das Organizações Civis de Recursos Hídricos é, portanto, proceder uma análise
mediante a leitura ou interpretação do texto legal, estabelecido no artigo 47 da (Lei nº 9.433,
de 8 de Janeiro de 1997) transcrito acima, no entanto, nem todos que possuem possibilidade de
análise ao texto legal, tem os elementos de conhecimento necessários e o discernimento
essencial dos temas sob análise.
Por tal razão, a compreensão do que dispõe a lei tornar-se forçoso para determinadas
pessoas, assim tenta-se aqui trazer uma possível solução a essa situação problema existente na
presente circunstância, incorporada ao tema que aqui titula nossa pesquisa acadêmica.
Assim, falar sobre o que são organizações civis de recurso hídricos é primeiramente ter
conhecimento sobre seu significado, organização é a maneira como se propõe um sistema para
alcançar os resultados esperados. Via de regra é formada por mais de uma pessoa que executem
funções de forma controlada e coordenada com o intuito de alcançar um objetivo em comum,
com eficácia.
Nesses termos, falaremos então sobre o que vem a ser consórcios e associações
intermunicipais de bacias hidrográficas. Consórcio intermunicipal, conforme IBGE (2002),
é um acordo firmado entre municípios para a realização de objetivos de interesse comum. Um
dos principais motivos para se criar um consórcio é a carência dos gestores locais, tanto de
capacidade instalada, quanto de recursos financeiros e humanos, frente ao desafio da
descentralização.
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Interesse de um grupo, coletividade, aquilo que não se pode individualizar de quem é o interesse, pois o interesse
é coletivo, ligados pelo mesmo fato, ou por objeto indivisível.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Portanto este trabalho científico teve como objetivo fornecer uma visão geral sobre as
organizações civis de recursos hídricos, frente a lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997, com o
intuito precípuo de tentar trazer de maneira clara, simples e exemplificativa uma nova
perspectiva a respeito do que podemos entender sobre as organizações civis com ênfase aos
recursos hídricos, tentando no entanto, delimitar cada uma destas por meio de detalhamento e
exemplificação.
Lado outro, evidencia-se com o presente trabalho que as organizações que integram o
artigo 47, têm sua abrangência contida na área hídrica e essencialmente para fazer parte do rol
taxativo do texto legal devem, portanto, serem legalmente constituídas como dispõe a lei em
referência.
Assim, a essência do presente foi construída através das anotações baseadas em
pesquisas, conceituações e exemplificações e com a abordagem da situação problema que
entendemos ser o questionamento quanto as organizações civis de recursos hídricos, frente a lei
nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997, pontuando e conceituado o que são esses entes, que foram
2
Interesse de um grupo, coletividade, aquilo que não se pode individualizar de quem é o interesse, pois o interesse
é coletivo, ligados pelo mesmo fato, ou por objeto indivisível.
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trazidos ao ordenamento jurídico brasileiro por meio da promulgação da Lei Federal no ano de
1997, sendo tais organizações abordadas por intermédio dessa espécie normativa e tais assuntos
trazidos ao ordenamento pátrio e pouco abordado no cotidiano, razão pela qual, essa abordagem
quanto ao tema, tenta trazer uma impressão de que esse assunto é de fácil compreensão
mediante utilização de conceituação e exemplificação quanto aos termos legais, tornando-se
assim a aplicação possível na vida prática mediante o entendimento das regras trazidas pela
legislação mediante o que fora acima transcrito.
Por fim, algo que poderia também ajudar a uma melhor perspectiva da população em
geral no que se refere ao entendimento da legislação atinente a organização civis de recursos
hídricos, seria o desenvolvimento de ações e políticas aplicadas pelo poder público, para assim
trazer a população uma melhora no entendimento e tentar trabalhar na prática com as regras
trazidas pela lei, como incentivos a criação dessas organizações por quem queira instituir tais
entes dentre pessoas integrantes da população em geral e fomento a aquelas que já se encontram
instituídas e em pleno funcionamento, visto se tratar de entes com atuação em uma área
essencial para a qualidade de vida, para as presentes e futuras gerações, atuando junto a
preservação da fonte de toda a vida existente, algo indispensável a todos os seres do nosso
planeta terra, os recursos hídricos a espécie do gênero maior água.
REFERÊNCIAS
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RESUMO: O ambiente de vereda apresenta ampla importância para o Cerrado, além de sua importância
ecológica, é responsável pela perenidade de diversos cursos de água. Mesmo frente a essa importância
o agrohidronegócio tem ocupado esse ambiente e causado sérios impactos ambientais. A presente
pesquisa teve como objetivo realizar, através de amostragens, um levantamento do percentual de
reservatórios destinados ao abastecimento de pivô central construído sobre ambiente de Vereda no
município de Jussara - GO. No estudo, foram mapeados todos os pivôs existentes utilizando-se imagem
do satélite ResourceSat 2 sensor LISS-3, ano de 2016. Nessas imagens efetuou-se a composição colorida
3B/4R/5G, o georreferenciamento, método imagem/imagem, em seguida as cenas foram mosaicadas e
através de uma máscara recortou-se a área de interesse. A identificação dos pivôs foi efetuada por
detecção visual. Após a identificação, foi efetuada visita a campo em dez áreas de pivôs centrais para a
verificação se os reservatórios estão implantados sobre veredas. Com a efetivação dos mapeamentos
foram encontrados 114 pivôs centrais, totalizando 126,07 km² de área irrigada. Desse modo, com relação
a todo o Estado de Goiás, o Município ficou em quarto lugar, em número de unidades instaladas e o
segundo em área irrigada. Trinta por cento dos reservatórios de pivôs centrais visitas foram construídos
sobre o ambiente de vereda. A pesquisa evidenciou que a prática de irrigação por pivô central no
município de Jussara está contribuindo diretamente para a degradação do subsistema de vereda
INTRODUÇÃO
Na região do Cerrado durante o período da seca, a perenidade dos cursos d’água depende
diretamente da água armazenada no subsolo, que deve ser liberada lentamente, de forma que,
mesmo em pequena vazão, o fluxo de água seja permanente. Nesse sentido, a Vereda atua como
a válvula que regula a liberação da água que abastece os cursos, principalmente durante o
período de estiagem. Fundamenta-se aqui a grande importância desse ambiente, além de servir
de refúgio para a fauna e de contribuir para manutenção da diversidade florística (FERREIRA,
2003).
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MATERIAL E MÉTODO
A pesquisa em questão foi realizada no município de Jussara – Goiás. Este município
localiza-se na Mesorregião Oeste Goiano. Sua população humana é estimada em 19.346
habitantes e sua área territorial é de 4.084,114 km² (IBGE, 2010). O comércio e a agropecuária
é a base econômica do Município. Com destaque para a pecuária bovina de corte e de leite,
tanto que, de acordo com o mapa de uso da terra (2015), 69% do Município são ocupados por
pastagens, que sustentam um rebanho superior a 361.000 cabeças, número que coloca o
Município em quarto lugar no ranking estadual (IMB, 2015).
Já a agricultura, apesar de estar presente em apenas 6,8% do Município, também tem
grande importância na economia, principalmente com o cultivo irrigado, onde o pivô central é
elemento marcante na paisagem, especialmente na região da Planície do Araguaia, onde o
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representativas que seriam analisadas in loco. Dessa forma, elegeu aleatoriamente, 10 pivôs
centrais com seus respectivos locais de captação. Para tal, lançou mão da ferramenta “Create
Random Selection” da extensão Hawths Analysis Tools, que seleciona aleatoriamente feições
(pontos, linhas ou polígonos) e finalmente, com uso de um aparelho receptor do sinal de GPS,
marca Gamin/Etrex Legend HCX, utilizando as coordenadas obtidas dos pontos aleatórios, foi
feito o estudo in loco.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Pesquisa realizada por Martins (2017) concluiu que as primeiras unidades de pivôs
foram instaladas no município de Jussara na primeira metade da década de 1980, sendo que, no
ano de 1986, já existiam 06 unidades em funcionamento, em 2016, esse número saltou para
114, totalizando 126,07 km² de área irrigada, cifras que coloca o Município em quarto em
número de unidades instaladas e o segundo em área irrigada. Tal diferença pode ser explicada
em decorrência do tamanho médio dos pivôs nesse Município, que é de 109 hectares, contra 72
hectares em média dos demais municípios Goianos (MARTINS, et al, 2014;) .
O avanço da agropecuária reduziu drasticamente a cobertura vegetacional natural dessa
região, atualmente a soma da Formação Savânica com as formações florestais representam
apenas 25,51% da área municipal, índice baixo, principalmente quando se considera que a APP
ripária do Rio Araguaia deve ser de 100 metros, somam-se ainda as áreas inundadas e as
Veredas.
Por sua vez, as Veredas, estão sendo ocupadas especialmente por reservatórios de água
destinados para dessedentar o numeroso rebanho bovino e/ou para abastecer o elevando número
de pivô central presente no município. A tabela 1 demonstra o resultado da análise realizada
em campo, as coordenadas, bem como o local onde está implantado o sistema de captação de
água para o abastecimento do pivô central.
Tabela 1 - Pontos de captação escolhidos para visitação no município de Jussara.
Coordenadas do local de Local de captação Nome no curso d’água/bacia hidrográfica
captação
51° 27' 17,007" Represa no leito Corr. Pau-Brasil/ Agua Limpa do Araguaia
15° 30' 14,281"
51° 26' 11,415" Represa em Vereda Rib. da Porteira/ Agua Limpa do Araguaia
15° 38' 12,004"
51° 31' 51,687" Represa em Vereda Corr. Esgotão/Agua Limpa do Araguaia
15° 35' 56,634"
51° 14' 01,704" Represa em Vereda Corr. Santa. Marina/ Rib. Samambaia
15° 35' 29,625"
51° 16' 11,016" Represa no leito Sem toponímia/Rib. Samambaia
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Como pode ser observado na tabela 1 e na figura 1, de um total de dez (10) locais de
captação definidos para visitação, um (1) não pode ser visitado por estar protegido por porteira
trancada com cadeado, três (3) são reservatórios edificados no leito do rio, três (3) tem a sua
captação direta no leito do rio e finalmente, três (3) são reservatórios edificados sobre ambiente
de Vereda, o que corresponde a trinta por cento (30%) dos locais visitados, um número
considerável, haja vista que além da importância para o equilíbrio hídrico esses locais são
protegidos permanentemente por lei, sendo proibida sua ocupação e conversão.
Localizado no vale do Rio Araguaia, o município insere-se totalmente na unidade
geológica denominada por Moreira et al (2006), de Bacia do Bananal. Esta unidade é preenchida
pelos sedimentos da Formação Araguaia, datados do Cenozoico, depositados pelo Rio
Araguaia e compostos de conglomerados, siltes e areias assentados sobre rochas do
embasamento Cristalino. Consiste de sedimentos fluviais arenosos, com intercalações de
sedimentos argilosos e níveis de cascalheiras. É comum, a ocorrência de camada de areia
ferruginosa endurecida. Contudo, por se tratar de uma unidade de formação geológica recente
e escasso processo de dissecação, não há grande ocorrência de Veredas, as que existem, em sua
maioria, encaixam no modelo geomorfológico classificado como de Terraço Fluvial
(FERREIRA, 2008).
Essa alteração causa grande impacto no ambiente de Vereda, tendo em vista o crescente
avanço do processo de irrigação por pivô central no Estado de Goiás e consequentemente no
Município de Jussara, tem, propositalmente, escolhido o ambiente de Vereda para construção
dos reservatórios, em decorrência da certeza da disponibilidade de agua durante todo ano,
menor oscilação no nível de vazão o que garante o abastecimento dos pivôs no período mais
secos do ano.
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Todavia, essa atitude possui certo antagonismo, pois à medida que o produtor constrói
o reservatório sobre o ambiente de Vereda, justamente para, teoricamente, garantir o
abastecimento dos pivôs nos períodos de secas, ele está na verdade, a longo prazo, reduzindo a
disponibilidade hídrica em toda a bacia e consequentemente em sua propriedade. Nesse sentido
Ferreira (2003) chama a atenção para o fato de que
O represamento, de imediato, modifica o ambiente lótico que passa a ser bêntico, com
mudanças drásticas da fauna e da flora aquáticas; inunda extensas áreas, destruindo
ambientes e terras, às vezes de alto valor agrícola, ecológico ou arqueológico; cria
barreira ecológica para a migração de espécies da fauna, principalmente da ictiofauna
e a mais cruel das consequências - a morte da Vereda. Ainda, provoca ocupação
descontrolada na sua bacia, favorecendo a erosão dos solos, afetando o próprio
reservatório. (FERREIRA, 2003, pg. 187).
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
A intensa ocupação do espaço agrário que vem ocorrendo nos últimos anos, somando-
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se ao emprego de novas tecnologias, tem alterado rapidamente o meio ambiente, ocupando ate
mesmo espaços de grande importância ecológicos destinados à preservação permanente como
é caso das Veredas.
A pesquisa evidenciou que a prática de irrigação por pivô central no município de
Jussara está contribuindo diretamente para a degradação do subsistema de vereda, que tem
sofrido as consequências de uma ocupação descontrolada e que não respeita as particularidades
desse ambiente. Nota-se que o ambiente de Vereda não tem sido respeitado segundo
determinações da legislação ambiental em vigor, existindo, na área de estudo, Veredas
totalmente represadas, com sua vegetação afogando, o que tem levado esse ambiente à morte.
Através de uma simples analise dos dados pode-se concluir que a prática de irrigação
por pivô central, da forma como vem ocorrendo, causa grandes impactos ambientais no
subsistema de Vereda, mesmo com sua grande importância para o equilíbrio hídrico e sendo
área protegida permanentemente por lei (BRASIL, LEI FEDERAL nº 12.651/2012)
Assim, necessário se faz uma maior fiscalização por parte das autoridades competentes,
com uma efetiva politica de controle para implantação do pivô central, maior rigor na concessão
de licenças e severas punições aos infratores da lei. Todavia, é necessário também conscientizar
o produtor rural da importância do ambiente de Vereda para o equilíbrio hídrico, ressaltado que
sua destruição causa não somente prejuízo ambiental como também grande prejuízo
econômico. Deve-se ter clareza que preservando o ambiente de Vereda ele está preservando
não somente a biodiversidade, mas também garantindo a disponibilidade hídrica para si e para
todos que necessitam e utilizam os recursos hídricos.
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Iporá, 6 a 9 de junho de 2018.
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Resumo: Devido a falta de consenso na literatura científica com relação aos efeitos do fenômeno El
Niño Oscilação Sul (ENOS) para a Região Centro-Oeste do Brasil, o presente trabalho teve por objetivo
avaliar a influência desse fenômeno nos desvios de precipitação mensal de Goiânia-GO. Para tanto,
foram empregados dados de anomalia de temperatura superficial marítima levantados da National
Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA), para definição dos anos com atuação do El Niño,
La Niña ou neutros, e dados de precipitação mensal da estação meteorológica convencional do Instituto
Nacional de Meteorologia (INMET) situada em Goiânia-GO, para levantamento dos desvios positivos
e negativos da precipitação mensal a partir da média para a série temporal (1961/2017). Os dados
apresentados mostram indícios de que tanto o fenômeno El Niño quanto o La Niña sejam capazes
influenciar o regime de precipitação em Goiânia, especialmente com relação à diminuição das chuvas
no período de estiagem, mas também com menor precipitação no período chuvoso.
1 - Introdução
O El Niño Oscilação Sul (ENOS) é um fenômeno caracterizado por anomalias de
temperatura da superfície marítima ao longo da faixa equatorial do Oceano Pacífico, que atua
no sistema atmosférico-oceânico capaz de alterar o padrão de ventos em nível global e, assim,
afetar o regime de precipitação e de temperatura na faixa tropical e de latitudes médias
(OLIVEIRA, 1999). Na ocorrência de anomalias positivas (aquecimento), configura-se
ocorrência de El Niño, ao passo que as anomalias negativas (resfriamento) referem-se ao
fenômeno La Niña.
Em condições normais (Figura 1-A), devido à atuação dos ventos alísios, as águas
superficiais do Oceano Pacífico são “empurradas” para oeste, concentrando os maiores valores
de temperatura da superfície marítima na porção oeste do oceano. Devido a esse maior
aquecimento ocorre maior evaporação, ascensão do ar e consequente formação de nuvens. Em
altos níveis da atmosfera, esses ventos que ascendem são direcionados para leste, onde tendem
a descer e, posteriormente, se deslocar para a porção oeste do Oceano Pacífico, configurando,
assim, a célula de circulação da célula de Walker (OLIVEIRA, 1999).
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A B C
Devido a menor atuação dos ventos alísios, ou até mesmo inversão da direção dos ventos
em algumas regiões do Pacífico, as águas superficiais de toda extensão do oceano passam a se
aquecer – configurando o fenômeno El Niño (Figura 1-B). Da mesma forma que na condição
normal, o aquecimento ocasiona maior evaporação, ascensão do ar e formação de nuvens.
Contudo, ao invés dessa ascensão ocorrer na porção oeste do oceano, ela acontece na região
central ou mesmo leste do Pacífico. Como resultado, a célula de Walker fica bipartida e os
ventos são direcionados tanto para leste quanto para oeste (OLIVEIRA, 1999).
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Brasil não há consenso com relação aos efeitos dos fenômenos El Niño e La Niña para as
temperaturas e precipitações.
A B
C D
Figura 2 – Efeitos do ENOS no verão (A) e inverno (B) e La Niña no verão (C) e inverno (D).
Fonte: http://enos.cptec.inpe.br/
1.1 - Objetivo
Nesse contexto, o presente trabalho tem por objetivo analisar os desvios de precipitação
mensal em Goiânia-GO conforme a atuação dos fenômenos El Niño e La Niña, de modo a
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3 – Metodologia
3.1 - Localização e caracterização da área em estudo
A área em estudo contempla o município de Goiânia, capital do estado de Goiás, situado
na Região Centro-Oeste do Brasil, entre as coordenadas 16° 27’ 30” e 16° 50’ de latitude Sul e
49° 4’ 30” e 49° 26’ 14” de longitude Oeste (Figura 3).
Figura 3 – Mapa de localização do município de Goiânia, com a situação da estação meteorológica do INMET.
Fonte: próprio autor.
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para o mês mais quente (outubro) e 20,9 ºC para os meses mais frios (junho e julho). Para a
precipitação, as Normais Climatológicas indicam uma média para o total anual de 1.571,4 mm,
com período de estiagem de cinco meses, referente aos meses de maio a setembro, e o trimestre
consecutivo mais chuvoso referente aos meses de novembro a janeiro – Figura 4.
Figura 4 – Climograma de temperatura média mensal (ºC) e precipitação mensal (mm) conforme as Normais
Climatológicas 1961/1990.
Fonte: próprio autor, com base no INMET.
3
<http://origin.cpc.ncep.noaa.gov/products/analysis_monitoring/ensostuff/ONI_v5.php>. Acessado
em 08 de fevereiro de 2018.
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Quadro 1 – Definição dos anos da série temporal de 1961 a 2017 conforme atuação do El Niño, La Niña ou
neutralidade.
ION ION ION
ANO
ANO
ANO
Trimestre Definição Trimestre Definição Trimestre Definição
JFM AMJ JAS OND JFM AMJ JAS OND JFM AMJ JAS OND
1961 0 0,2 -0,1 -0,2 Neutro 1980 -0.5 -0.3 0.0 0.1 Neutro 1999 -1.4 -0.7 -1.1 -1.5 La Niña
1962 -0,2 -0,3 -0,1 -0,3 Neutro 1981 0.1 0.7 -0.2 -0.2 Neutro 2000 -0.5 -0.3 -0.5 -0.7 La Niña
1963 0.6 -0.6 1.1 1.4 El Niño 1982 1.9 1.1 1.1 2.2 El Niño 2001 0.0 0.4 -0.1 -0.3 Neutro
1964 -0.3 0.5 -0.7 -0.8 La Niña 1983 -0.4 -0.5 -0.1 -1.0 Neutro 2002 0.6 -0.3 0.9 1.3 El Niño
1965 1.2 0.4 1.5 2.0 El Niño 1984 -0.8 -0.8 -0.2 -0.9 La Niña 2003 0.3 0.2 0.2 0.4 Neutro
1966 -0.5 -0.2 0.1 -0.2 Neutro 1985 -0.5 -0.1 -0.5 -0.3 Neutro 2004 0.6 0.3 0.6 0.7 El Niño
1967 -0.7 0.0 -0.2 -0.3 Neutro 1986 1.2 1.0 0.4 1.1 El Niño 2005 -0.7 0.0 -0.1 -0.6 La Niña
1968 1.1 0.6 0.5 0.7 El Niño 1987 0.5 -0.9 1.7 1.3 El Niño 2006 0.3 -0.3 0.3 0.9 Neutro
1969 0.3 0.0 0.5 0.8 El Niño 1988 -1.4 -0.6 -1.1 -1.8 La Niña 2007 -1.4 -0.8 -0.8 -1.5 La Niña
1970 -1.4 -0.7 -0.8 -0.9 La Niña 1989 0.2 0.3 -0.3 -0.2 Neutro 2008 -0.7 0.1 -0.3 -0.6 La Niña
1971 -0.4 0.7 -0.8 -1.0 La Niña 1990 0.3 0.5 0.4 0.4 Neutro 2009 1.3 -0.1 0.5 1.3 El Niño
1972 1.2 -0.5 1.4 2.1 El Niño 1991 1.6 1.1 0.6 1.2 El Niño 2010 -1.1 -0.5 -1.4 -1.7 La Niña
1973 -1.6 -0.9 -1.3 -1.9 La Niña 1992 0.3 0.7 0.1 -0.3 Neutro 2011 -0.6 -0.2 -0.7 -1.1 La Niña
1974 -0.6 -0.8 -0.4 -0.8 La Niña 1993 0.1 0.4 0.3 0.0 Neutro 2012 -0.3 -0.3 0.3 0.0 Neutro
1975 -1.2 -0.3 -1.2 -1.6 La Niña 1994 0.7 0.1 0.4 1.0 El Niño 2013 -0.4 0.3 -0.4 -0.2 Neutro
1976 0.6 0.2 0.4 0.9 El Niño 1995 -0.8 -0.3 -0.5 -1.0 La Niña 2014 0.6 1.0 0.0 0.6 El Niño
1977 0.4 -0.3 0.4 0.8 Neutro 1996 -0.4 0.8 -0.3 -0.4 Neutro 2015 2.2 0.5 1.8 2.5 El Niño
1978 0.1 0.2 -0.4 -0.1 Neutro 1997 1.9 0.5 1.9 2.4 El Niño 2016 -0.1 0.4 -0.6 -0.7 La Niña
1979 0.5 0.5 0.2 0.5 El Niño 1998 -1.3 -1.0 -1.1 -1.5 La Niña 2017 -0,1 0,4 -0,1 -0,9 Neutro
Fonte: próprios autores, com base no Índice Oceânico Niño(a) (ION) obtido a partir de
http://origin.cpc.ncep.noaa.gov/products/analysis_monitoring/ensostuff/ONI_v5.php
Com base nos dados do Índice Oceânico Niño(a) (ION), desde 1961 foram registrados
18 anos com ocorrência do fenômeno El Niño, 18 anos com atuação do La Niña e 21
considerados neutros.
4 – Resultados
Os desvios de precipitação mensal ao longo dos 17 anos com atuação do El Niño são
indicados pelo Quadro 2, dos quais 12 anos (70,6%) apresentaram desvios negativos de
precipitação entre os meses de junho e agosto, o que leva a considerar uma maior escassez de
chuvas ao longo do período de estiagem para a área em estudo.
Quadro 2 – Anos de ocorrência de El Niño e os desvios positivos (em azul) e negativos (em laranja) de
precipitação mensal em Goiânia-GO.
Anos/Meses Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
1963 258,90 281,50 63,50 87,70 17,10 0,00 0,00 0,00 17,00 32,20 168,10 138,30
1965 335,60 113,60 199,10 148,20 15,80 40,60 0,20 0,50 75,00 401,60 160,30 206,90
1968 255,10 388,90 112,00 97,90 6,20 7,50 0,00 19,00 9,90 129,10 191,70 247,40
1969 334,90 161,30 231,80 67,50 30,00 0,00 0,00 0,00 6,90 171,30 405,00 291,10
1972 228,70 262,30 167,00 111,80 41,20 0,00 11,00 48,10 33,00 147,70 309,70 361,20
1976 149,00 156,50 295,20 72,40 113,30 16,00 3,20 3,50 148,30 142,50 336,70 301,50
1982 317,70 137,50 424,00 144,50 74,60 0,00 2,20 36,70 56,40 264,20 150,20 441,40
1986 230,90 187,70 97,00 60,60 21,50 0,00 9,20 73,90 26,80 48,50 178,20 334,70
1987 276,70 115,20 221,50 178,90 18,60 0,10 0,00 1,20 63,60 194,50 220,90 372,70
1991 301,20 236,60 276,70 168,70 2,90 0,00 0,00 0,00 76,70 131,20 88,50 251,50
1994 337,70 184,90 304,30 67,70 17,70 28,70 8,60 0,00 5,10 112,00 296,70 247,00
1997 268,50 186,90 425,20 122,90 54,80 76,40 0,00 6,60 33,10 63,60 211,60 146,50
2002 253,70 398,00 300,30 27,50 12,00 0,00 0,20 6,30 69,50 34,40 149,70 284,80
2004 282,30 310,20 264,20 120,30 18,00 1,00 5,80 0,00 6,20 168,10 128,60 251,20
2009 178,60 148,20 185,60 258,00 41,20 31,30 2,00 16,80 71,00 196,40 194,90 443,90
2014 143,60 187,80 361,10 325,20 19,70 0,00 15,70 0,00 31,30 69,20 170,50 337,90
2015 73,60 225,20 312,30 204,20 70,70 0,00 2,70 3,60 30,40 18,20 354,80 207,70
Média (1961/2017) 259,4 223,2 237,5 126,2 33,24 9,242 3,378 11,32 46,64 156,1 220,6 270,8
Qtd. de desvios positivos 8 7 9 7 6 5 5 5 7 6 6 9
Qtd. de desvios negativos 9 10 8 10 11 12 12 12 10 11 11 8
% de desvios positivos 47,1 41,2 52,9 41,2 35,3 29,4 29,4 29,4 41,2 35,3 35,3 52,9
% de desvios negativos 52,9 58,8 47,1 58,8 64,7 70,6 70,6 70,6 58,8 64,7 64,7 47,1
Fonte: próprio autor, com base nos dados do INMET.
No caso dos 18 anos com atuação do fenômeno La Niña – Quadro 3, uma quantidade
considerável de anos apresenta desvios negativos de precipitação nos meses de junho (13 anos),
julho (15 anos), agosto (14 anos) e dezembro (12 anos), expressando em maior escassez de
chuvas durante o período de estiagem (junho a agosto) e também em menor precipitação no
mês mais chuvoso para a área em estudo (dezembro).
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Quadro 3 – Anos de ocorrência de La Niña e os desvios positivos (em azul) e negativos (em laranja) de
precipitação mensal em Goiânia-GO.
Anos/Meses Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
1964 350,70 248,10 101,00 112,80 55,70 0,00 2,30 0,00 92,30 271,60 181,90 205,10
1970 280,60 234,90 238,90 128,20 14,40 1,80 0,00 1,80 62,30 218,00 335,60 96,90
1971 139,50 261,20 266,50 96,60 39,30 11,20 10,60 0,00 64,30 243,80 294,20 330,70
1973 310,00 198,00 216,60 154,90 43,60 11,30 0,00 0,00 8,40 229,70 252,10 248,50
1974 127,50 141,00 325,80 225,80 48,20 1,20 0,00 32,70 0,50 87,30 110,20 206,40
1975 202,90 217,30 135,60 182,80 17,70 1,30 15,30 0,00 53,30 161,60 249,20 206,30
1984 185,80 197,00 250,20 193,70 32,90 0,00 0,00 38,20 61,00 132,70 117,30 264,90
1988 202,60 337,50 225,10 222,00 12,80 51,60 0,00 0,00 17,70 151,60 122,20 208,00
1995 278,00 207,60 398,90 173,80 81,60 3,60 0,00 0,00 12,40 104,10 185,30 249,00
1998 245,90 326,30 264,20 69,60 20,50 0,40 0,00 3,60 41,30 145,60 256,00 201,00
1999 196,50 188,20 119,20 27,60 66,70 7,00 0,00 0,00 70,90 175,00 200,80 295,60
2000 385,70 319,80 207,40 44,60 9,40 0,00 0,60 31,50 106,00 84,30 327,80 316,40
2005 237,50 176,40 526,00 50,40 34,20 2,60 0,00 3,20 55,80 90,90 269,70 460,20
2007 200,10 267,40 87,30 59,60 9,20 5,10 6,00 0,00 1,80 55,90 223,10 179,70
2008 280,80 294,40 373,80 202,20 53,20 0,00 0,00 0,00 51,80 109,40 197,50 246,20
2010 98,30 208,00 190,40 188,40 0,00 14,30 0,00 0,00 16,90 107,90 281,90 449,80
2011 287,80 240,40 367,10 62,30 0,00 15,30 0,00 0,00 1,20 300,30 245,40 292,80
2016 484,80 155,10 156,20 1,30 33,20 0,00 0,00 15,70 26,50 209,20 110,40 169,60
Média (1961/2017) 259,4 223,2 237,5 126,2 33,24 9,242 3,378 11,32 46,64 156,1 220,6 270,8
Qtd. de desvios positivos 8 9 9 9 9 5 3 4 9 8 10 6
Qtd. de desvios negativos 10 9 9 9 9 13 15 14 9 10 8 12
% de desvios positivos 44,4 50,0 50,0 50,0 50,0 27,8 16,7 22,2 50,0 44,4 55,6 33,3
% de desvios negativos 55,6 50,0 50,0 50,0 50,0 72,2 83,3 77,8 50,0 55,6 44,4 66,7
Fonte: próprio autor, com base nos dados do INMET.
5 – Considerações Finais
Conhecidas como anomalias positivas e negativas da temperatura superficial do Oceano
Pacífico, os fenômenos El Niño e La Niña ocasionam mudanças no padrão de circulação dos
ventos e, consequentemente, respondem por variações no comportamento da temperatura e das
chuvas de todo o globo. Contudo, para o caso da Região Centro-Oeste do Brasil, a literatura
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não demonstra consenso com relação aos efeitos quando da ocorrência dos mesmos, devido à
baixa previsibilidade para essa região.
Obviamente, maiores e melhores análises devem ser realizadas, haja vista que o
objetivo nesse trabalho de apenas o de realizar apontamentos preliminares para discussões a
respeito dos supostos efeitos do El Niño e La Niña no clima da Região Centro-Oeste. Como
sugestão de continuidade, sugere-se a análise variação dos valores mensais de precipitação e da
quantidade de dias com chuvas em anos de ocorrência de El Niño Oscilação Sul (ENOS).
Bibliografia
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Resumo: Com os recursos naturais se tornando escassos, a partir da década de 1980, tem-se despertada
certa preocupação com o meio ambiente. A questão ambiental tornou-se tema de ampla discussão,
ocasionando que diversos projetos busquem proporcionar a escola uma nova forma de pensar sobre a
relação entre o homem e a natureza, convergindo teoria e prática, construindo saberes e modificando a
forma de agir dos alunos numa perspectiva sustentável . Nesse trabalho objetivou-se narrar a experiência
de atividades de educação ambiental na escola por meio de projetos que visaram modificar o cotidiano
dos alunos. O trabalho foi desenvolvido por meio de uma pesquisa bibliográfica reflexiva sobre a
necessidade de trabalhar educação ambiental em todos os níveis de ensino para a formação do individuo,
e compreende o método fenomenológico e se ampara na abordagem descritiva, considerando a narrativa
de cinco projetos de educação ambiental desenvolvidos junto ao Colégio Estadual Maria Barreto com
as turmas 8ª, 9ª do ensino fundamental e 2ª série do ensino médio, localizado em Israelândia-GO. Apesar
dos embates encontrados durante a realização de projetos de educação ambiental, foi possível observar
o empenho e a forma em que os alunos se envolveram nas propostas, sendo plausível a formação de
cidadãos críticos e capazes de mudar a realidade em que vivem.
1. INTRODUÇÃO
Até a década de 80, o imaginário era de que os recursos naturais eram ilimitados,
passando, a partir de então, ao apogeu da discussão e reflexão sobre a sustentabilidade do
planeta, no âmbito da educação ambiental. Considerando que a natureza não consegue retornar
ao seu estado natural, ela apresenta-se cada vez mais degradada devido a apropriação e
exploração de seus recursos pelas atividades antrópicas. Sobre isso, Morin (2002) destaca que
os riscos ecológicos são o resultado do avanço da ciência e tecnologia visando o capitalismo.
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das questões de cunho ambiental, partindo inicialmente da escola, onde os alunos se encontram
boa parte de seu tempo.
Nesse contexto, Rocco (2002) lembra que o artigo 225 da Constituição Brasileira
de 1988, ressalta que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de
uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as atuais e futuras gerações, dizendo que
para a efetividade desse direito, compete ao poder público, requerer a prática da educação
ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio
ambiente.
A educação ambiental trabalhada nas escolas incube aos alunos a agregarem valores
sociais, habilidades e consciência de um ambiente melhor para se vive. Mesmo perante essa
necessidade de se trabalhar educação ambiental na escola, ainda há muitas barreiras. Por
exemplo, o Currículo Referência da Rede Estadual de Educação do Estado de Goiás, apresenta
o meio ambiente como tema transversal e não como uma expectativa de aprendizagem do
aluno, contendo critérios não relevantes, mas ofertando ao regente de intervir com a temática,
propondo discussões sendo um tema abrangente da realidade, sendo fundamental para o
crescimento e bom desenvolvimento do aluno enquanto ser social (VIRGENS, 2011).
2. METODOLOGIA
200
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escola conta com 200 estudantes, 17 professores regentes, com turmas ao longo das séries 6ª
série do Ensino Fundamental a 3ª série do Ensino Médio.
2.2 Métodos
O trabalho foi desenvolvido por meio de uma pesquisa bibliográfica reflexiva sobre a
necessidade de trabalhar educação ambiental em todos os níveis de ensino para a formação do
indivíduo, e compreende o método fenomenológico e se ampara na abordagem descritiva,
considerando a narrativa de 5 projetos de educação ambiental desenvolvidos junto à turmas da
8ª, 9ª série do Ensino Fundamental e 2ª série do Ensino Médio do Colégio Estadual Maria
Barreto, localizada em Israelândia-GO.
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Segundo Vargas (2007), a educação ambiental deve ser tratada como componente
essencial e permanente da educação formal em todos os níveis e modalidades de ensino, com
caráter participativo, democrático e humanista, e que permita uma compreensão da
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complexidade do meio ambiente, indo além das questões econômicas e políticas da relação
entre sociedade e natureza, vislumbrando a construção de uma concepção de desenvolvimento
sustentável.
Sendo assim, acredita-se que a educação ambiental não esteja reduzida à uma nova
disciplina ou componente curricular dentro da educação formal, mas deve, segundo Vargas
(2007), tratar-se de uma prática criativa que envolva todo um caráter interdisciplinar uma vez
que envolve inúmeras especialidades, principalmente no que se refere à formação para o
exercício da cidadania.
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A aula campo foi realizada no lixão do município, realizada pela equipe do 2ª série do
ensino médio e a professora de Educação Ambiental. O projeto teve como objetivo,
conscientizar os alunos, professores e demais servidores da escola, visando estabelecer também
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uma ligação com a comunidade havendo uma conscientização geral sobre a preservação de
meio ambiente.
Durante a visita, a professora, através de suas explicações, fez com que os alunos
tivessem a oportunidade de relacionar a poluição do solo, da água e do ar com o possível
aparecimento de determinadas doenças transmitidas por pragas, insetos ou animais cuja cadeia
alimentar se faz naquele local. Exemplificando, a professora citou insetos como mosquitos que
transmitem a dengue, malária, febre amarela, tifo; ratos transmissores de peste bubônica e
leptospirose. Explicou ainda que, os urubus, presentes lá, apesar de serem úteis no processo de
transformação do lixo orgânico, e protegidos pelo código penal que proíbe suas matanças,
também transmitem a leptospirose.
O Projeto Horta Escolar foi realizado com objetivo de que os educandos do Ensino
Fundamental aprendessem o cultivo de hortaliças para que, a partir da atividade de plantar,
cuidar e colher, valorizassem tais práticas. Os educandos, ao observar que o objeto de seu
trabalho está sendo consumido e não ficando apenas a mercê da sua nota, terá sua autoestima
elevada
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emocionamos quando sentimos no final de cada trabalho que temos nos tornado seres humanos
melhores.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Trabalhar a questão ambiental nos diferentes níveis de ensino trata-se de uma tarefa
difícil e às vezes problemática. Propostas existem e enchem nossos olhos de esperança em ver
nossos estudantes com a oportunidade de serem agentes protagonistas do aprendizado e,
sobretudo, propagadores de práticas mais corretas com nossa natureza. Porém, ainda deparamos
com dificuldades de materiais básicos para proporcionar um ensino mais completo. Os projetos
precisam ampliar as possibilidades destas crianças de pensarem e agirem de forma mais
sustentável desde seus primeiros passos no ambiente escolar, para que no futuro, quem sabe,
tenhamos uma nova possibilidade de viver em harmonia com nosso meio ambiente.
208
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5. REFERÊNCIAS
EMBRAPA. Caracterização Edafoclimática do Assentamento Itamarati, MS, e Análise
Socioeconômica Regional 2011. Disponível em: Acesso em: 10 de outubro de 2017.
FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, ed. 11,
1980.
MORIN, E. Os sete Saberes Necessários à Educação do Futuro. 3. ed. São Paulo: Cortez,
2002.
ROCCO, Rogério (org.). Legislação Brasileira do Meio Ambiente. Rio de Janeiro: DP&A,
2002, p. 283.
VARGAS, Liliana Angel. Educação Ambiental: a base para uma ação
político/transformadora da sociedade. Revista Eletrônica do Mestrado em Educação
Ambiental. Fundação Universidade Federal do Rio Grande. Vol. 15, Jul./Dez – 2007.
VIRGENS, Rute de Almeida. A educação ambiental no ambiente escolar. 2011. Trabalho de
Conclusão (Licenciatura em Biologia a Distância). Universidade de Brasília-UNB, Luziânia.
Acessado em: 12/ 04/ 2018.
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RESUMO: O presente trabalho tem como objetivo analisar a contribuição do Projeto Pede Planta na
formação dos alunos a partir de um espaço de educação formal. Para o desenvolvimento desse trabalho,
o método de pesquisa aplicado foi quanti - qualitativo, por meio da pesquisa documental, pesquisa
bibliográfica e estudo de caso, realizada em um colégio particular do Distrito Federal. A partir da
aplicação dos questionários, observa-se que os alunos mesmo não entendendo o real significado do
termo meio ambiente, eles têm a percepção dos problemas ambientais locais e entende que a mudança
da crise ambiental depende do envolvimento toda a sociedade. No entanto, verifica-se que a EA
desenvolvida na escola não é trabalhada de forma crítica, tanto com os alunos quanto com os
funcionários. Apesar de algumas defasagens, as atividades desenvolvidas vêm impactando os resultados
e contribuindo para o fortalecimento e articulação do projeto, não só no ambiente escolar, mas no
Distrito Federal e entorno, promovendo a reflexão sobre as questões ambientais em diversos
seguimentos da sociedade civil.
Palavras-chave: Sensibilização Ambiental; Projetos Ambientais; Educação Formal.
INTRODUÇÃO
recursos naturais (SANTO, 2001). Nesse contexto, no ambiente escolar, a EA aponta para
propostas pedagógicas focadas na sensibilização, que por meio da mudança de percepção de
mundo levam a participação dos educandos (REIGOTA, 1998). Tornando as escolas um espeço
propício para a formação de identidades ecológicas (VIEGAS, 2002).
Tendo em vista a importância de projetos como o Pede Planta, que visam formar
cidadãos comprometidos e responsáveis por suas atitudes em relação ao meio ambiente, este
trabalho tem como objetivo geral analisar a contribuição do Projeto Pede Planta na formação
dos alunos a partir de um espaço de educação formal; e como objetivo específicos: Avaliar a
compreensão dos funcionários e discentes da escola, a partir do 5º ano do Ensino Fundamental,
sobre as questões ambientais apontadas no projeto da instituição.
MATERIAIS E MÉTODOS
RESULTADOS E DISCUSSÕES
ALUNOS
Aos alunos do 5º ano do Ensino Fundamental I foi aplicado questionários com quatro
questões objetivas. Abordando um total de 42 alunos, o que equivale a 20 % do total de 225
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alunos matriculados no então ano letivo, com intuito de verificar a percepção dos mesmos sobre
as questões ambientais e o papel do Projeto Pede Planta na formação dos discentes.
Meio Ambiente
A primeira questão objetivou entender concepção dos alunos sobre o termo Meio
Ambiente. Por meio do estudo da teoria e da prática em EA, Sauvé (1996) e Sauvé et all (2000),
identificam sete classificações sobre a percepção do ambiente: como natureza, como recurso,
como problema, como meio de vida, como sistema, como biosfera e ambiente como projeto
comunitário. Dentro do objetivo proposto destacamos três das sete concepções do autor.
212
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Problemas Ambientais
Na questão anterior observou-se que a maioria dos alunos não tem a percepção de
inserção do ser humano ao meio ambiente, porém quando questionados sobre a
responsabilidade dos problemas ambientais em sua maioria acham que o ser humano é o
culpado por eles. Como discutido anteriormente essa percepção é resultado da interação
individual de cada um com o meio, e a educação ambiental tem o papel de ajudar na construção
desse paradigma. Visto que, a EA, na medida em que inclui o ambiente humano em suas
práticas, incorpora os processos decisórios participativos como um valor fundamental a ser
considerado na proteção ambiental (LAYRARGUES, 2001).
Responsabilidade Ambiental
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Problemas Ambientais
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FUNCIONÁRIOS
Assim como foi aplicado questionários aos alunos, os funcionários responderam três
questões subjetivas e uma objetiva, com intuito de verificar a percepção dos mesmos sobre as
questões ambientais e o papel do Projeto Pede Planta na instituição. Dentre as respostas
subjetivas obtidas apenas as mais extensas e reflexivas que as demais serão citadas a fim de
serem posteriormente analisadas.
Educação Ambiental
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mesma linha, fala que a EA é a: “Associação do conhecimento sobre meio ambiente e práticas
diárias de manutenção e conscientização ambiental.” Diferente da maioria dos entrevistados,
dois do total apresentam uma visão mais crítica do que é EA, onde um deles escreve: “EA é um
processo de educação que aborda aspectos econômicos, sociais, políticos e éticos. É responsável
por formar indivíduos preocupados com os problemas ambientais e que busquem a conservação
e preservação dos recursos naturais e a sustentabilidade.” Pode-se observar nessa fala que o
entrevistado não se restringe apenas as questões ambientais, mas a aspectos sociais e
econômicos que são fundamentais na busca da sustentabilidade, que é o principal objetivo da
EA.
A percepção da maioria dos entrevistados sobre a EA, vai de encontro com a visão
naturalista e conservacionista, ao afirmar que o objetivo principal da área é a conservação do
meio ambiente. Para Guimarães (2004) a EA conservadora reflete os paradigmas da sociedade
moderna ao considerar que transmitindo o conhecimento correto fará com que o indivíduo
compreenda a problemática ambiental e que isso vá transformar seu comportamento e a
sociedade. Ou seja, não considera o meio ambiente em sua complexidade econômica, cultural,
política, social, ecológica e histórica (SILVA, 2008), desvinculado da realidade, o
individualismo diante da coletividade e o local descontextualizado do global.
O Colégio conta com cinco seguimentos de ensino, desse total, três não ocorrem
atividades de EA regularmente como nos outros, são ações pontuais junto aos professores. Esse
pode ser um dos motivos para uma parcela considerável achar que deveria haver mais EA na
escola. Cabe ressaltar, também, que essas ações são restritas, em sua maioria, aos alunos, não
abrangendo alguns dos funcionários de maneira direta. E mesmo os entrevistados vendo com
bons olhos as práticas de EA, observa-se que eles sentem a necessidade de abranger todo a
comunidade escolar.
Consciência Ambiental
Quando questionados sobre o papel do Projeto Pede Planta na Formação dos alunos e
funcionários, unanimemente os questionados responderam que, sim, que enxergam o ambiente
escolar como um local propício para aplicação desse tipo de programa e que contribui de
maneira significativa na formação do indivíduo dentro da sociedade.
Projetos como o Pede Planta, tem se tornado uma estratégia importante no contexto
escolar, por despertar nos alunos o interesse de aprender sobre a temática ambiental, como
destaca o seguinte entrevistado: “O Projeto Pede Planta nos leva a pensar, rever e se preciso,
mudar alguns hábitos e assumir novas atitudes que levem a diminuição da degradação
ambiental, promovendo a melhoria da qualidade de vida [...]”
217
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no comportamento individual com foco na proteção dos recursos naturais e resolução dos
problemas.
CONCLUSÃO
qual fazem parte e entende que a mudança desse paradigma depende do envolvimento toda a
sociedade. No entanto, verifica-se que os problemas ambientais tratados na escola não é
trabalhado de forma crítica., tanto com os alunos quanto com os funcionários, esses temas
deveriam ser trabalhados pelas escolas, conectada com a realidade das comunidades a qual
fazem parte.
REFERÊNCIAS
REIGOTA, M. Desafios à educação ambiental escolar. In: JACOBI, P. et al. (orgs.). Educação,
meio ambiente e cidadania: reflexões e experiências. São Paulo: p.43-50. SMA, 1998.
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SILVA, A.S. 2008. A prática pedagógica da educação ambiental: um estudo de caso sobre
o Colégio Militar de Brasília. Dissertação Mestrado em Desenvolvimento Sustentável, Centro
de Desenvolvimento Sustentável, Universidade de Brasília, Brasília: 112 p
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RESUMO: Localizada nos municípios de Aragarças e de Bom Jardim de Goiás, Estado de Goiás, a
bacia hidrográfica do Ribeirão da Areia, possui área de 187,99 km², com ampla rede de drenagem, sendo
local de ocorrência de diversas veredas, importante fitofisionomia do Cerrado. Devido a intensificação
da ocupação de áreas do Cerrado ocorrida a partir da década de 1970, tem ocorrido vários impactos
ambientais. Desse modo, o presente artigo tem como objetivo identificar os usos atuais do solo na bacia
hidrográfica do Ribeirão da Areia, a fim de fornecer base ao conhecimento local. Para a efetivação do
presente estudo foram utilizadas as geotecnologias na realização de mapeamentos, bem como, pesquisa
em banco de dados para obtenção de informações da área em estudo e pesquisa de campo para o
refinamento e confirmação dos resultados.
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODO
Área de estudo
Fonte: Elaborado pelos autores a partir de bases de dados disponibilizadas pelo SIEG (2017).
Devido à inter-relação entre vários fatores, como clima, geologia, relevo, solo e
umidade, entre outros, surgem às diferenciações na cobertura vegetal. Desse modo, a bacia
hidrográfica do Ribeirão da Areia encontra-se inserida na área core do bioma Cerrado e
apresenta vegetação característica do Bioma, além de características relacionadas a fatores
locais.
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realidade, validando as diferentes classes. Nessas incursões a campo também se obteve registro
fotográfico das classes. As imagens contidas no Google Earth foram de grande valia para a
validação dos resultadas, assim como efetuado por Rosa e Sano (2014).
A fim de compreender melhor os resultados do mapeamento também foram coletadas
informações sobre a produção agropecuária e aspectos socioeconômicos dos dois municípios,
disponibilizadas pelo IBGE (2018). Com essas informações foram criados quadros com dados
sobre a produção agropecuária municipal.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Quadro 3 – Produção agropecuária e extração vegetal em Bom Jardim de Goiás (GO) - 2016
Lavoura temporária
Soja Milho Cana-de-
Produtos Mandioca Feijão Abacaxi
(grão) (grão) açúcar
Área plantada 7.000 ha 400 ha 15 ha 80 há 30 15 ha
Lavoura permanente
Produtos Banana Laranja Limão Mamão Manga
Área colhida 50 ha 5 ha 2 ha 10 ha 10 ha
Extração vegetal
Produtos Madeiras/lenha
Quantidade produzida 1.274 m³
Fonte: IBGE, 2018. Organização: SANTOS (2018).
Figura 2 – Uso da terra e cobertura vegetal na bacia hidrográfica do Ribeirão da Areia, Goiás,
no ano de 1987 e 1997
Fonte: NASA/USGS, Landsat5 1987/1997. Autor: SANTOS, Eduardo Vieira dos - 2017.
227
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Fonte: NASA/USGS, Landsat5 2007/Landsat8 2017. Autor: SANTOS, Eduardo Vieira dos - 2017.
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regeneração. Com as visitas a campo para validação do mapeamento notamos que existem áreas
nas quais após a retirada do cerrado, houve o abandono do local deixando com que o cerrado
entrasse em processo de regeneração.
CONCLUSÕES
229
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REFERÊNCIAS
CHANDER, G. et al. Summary of current radiometric calibration coefficients for Landsat SS, TM,
ETM+, and EO-1 ALI sensors. Remote Sensing of Environment, v. 113, n. 5, p. 893-903, 2009.
ESRI – Environmental Systems Research Institute Inc. ArcGis vesão 10.1. EUA:
Environmental Systems Research Institute, 2012.
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ROSA, R.; SANO, E. E. Uso da terra e cobertura vegetal na bacia do Rio Paranaíba. Campo-
Território: revista de geografia agrária, v. 9, n. 19, p. 32-56, out., 2014.
SANCHES, I. et al. Análise comparativa de três métodos de correção atmosférica de imagens Landsat
5 – TM para obtenção de reflectância de superfície e NDVI. In: Simpósio Brasileiro de Sensoriamento
Remoto, 15, 2011, Curitiba. Anais... Curitiba: [s. n.], 2011. p.7564.
231
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INTRODUÇÃO
De acordo com Nunes et. al. (2009), 97% de toda a água da superfície Terrestre
encontra-se nos oceanos, apenas 3% dela é doce, onde 77% desta água doce está congelada ou
embaixo da superfície do solo e o restante em rios, lagos, solos e atmosfera. Apesar da
distribuição irregular da água potável no mundo o Brasil é um país rico em recursos hídricos,
cuja a produção corresponde a 12% da produção mundial, porém em termos de recursos
hídricos, a bacia amazônica é responsável por 73,6% da água disponível no país, região habitada
por apenas 5,1% da população do país (ANA, 2017).
Apesar da má distribuição, o estado de Goiás, apresenta uma riqueza em recursos
hídricos, composto por drenagens perenes, com cursos d’águas primários e secundários onde
em determinados períodos os cursos de menor ordem sofrem com sua seca temporária
(AB’SABER, 2007). Nascem em Goiás, rios formadores das três mais importantes bacias
hidrográficas do país, como Tocantins-Araguaia, Amazonas e São Francisco.
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Área de estudo
O município de Formosa localiza-se no nordeste do Estado de Goiás, no entorno do
Distrito Federal. Situa-se na latitude 15º32’14” S e longitude 47º20’04” W, com altitude média
de 918 m e área total de 5.807,17 km², correspondendo a 1,7% do território estadual, sendo que
a área urbana ocupa apenas 0,3% deste total, com 20 km² ou 2.000 hectares. A sede do
município está distante 79 km de Brasília e 272 km de Goiânia. O município possui ainda, os
Distritos de Santa Rosa, Bezerra e JK. Assim permanecendo em divisão territorial datada de
2007.
A hidrografia do município de Formosa possui cursos d'água pertencentes a grandes
bacias hidrográficas do Brasil: Tocantins-Araguaia ao norte e São Francisco ao sudeste. Dos
rios que pertencem à bacia Tocantins- Araguaia destacam-se o Paranã e seu afluente Parim; da
bacia do São Francisco, os rios, Bonito, Bezerra e Preto (TEIXEIRA, 2005), o autor ainda relata
que Formosa apresenta como vegetação original: Cerrado Ralo, Campo Sujo e pequenas
manchas de Cerrado Denso.
Os solos característicos do município são compostos por minerais, profundos a muito
profundos, de textura média a argilosos. Geralmente, são bem drenados, pouco suscetível à
erosão, possuindo teores de óxidos de ferro variados (TEIXEIRA, 2005).
A área de estudo concentra-se na área de Formosa e na micro bacia do Córrego
Bandeirinha, que é responsável por 95% do abastecimento de água do município, figura 1. Esse
córrego possui aproximadamente 61 km², equivalente a 6.161 ha, cuja captação está numa seção
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onde a bacia de drenagem alcança área de 64 km² (CHAGAS et. al, 2014). Outros 5%
responsáveis pelo abastecimento de água do município são provenientes de poços artesianos.
Figura 1: Micro bacia do Ribeirão Bandeirinha
MATERIAIS E MÉTODOS
A presente pesquisa fundamenta-se em procedimentos descritivos e sua abordagem se
baseia na pesquisa quantitativa, auxiliada por meio de coleta documental de dados. A coleta
documental é baseada em dados estatísticos do município, considerados fundamentais para este
tipo de análise, como dados demográficos, socioeconômicos e dados hidroclimáticos, conforme
proposto por Braga et al. (2006).
A base de dados utilizados no trabalho é composta por dados demográficos relacionados
ao crescimento populacional do município, provenientes do IBGE. Os dados de consumo de
água foram catalogados na base do SNIS.
Quanto aos dados hidroclimáticos referentes a séries históricas de chuvas, são
procedentes do INMET (Instituto Nacional de Meteorologia), na Estação Meteorológica de
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RESULTADOS E DISCUSSÕES
Fatores demográficos e socioeconômicos
Ao longo dos anos o município de Formosa vem apresentando um processo de
crescimento demográfico que provocou alterações em sua estrutura social, espacial, econômica
e ambiental (SALAZAR, 2015). A população Formosense cresceu aproximadamente 40,8% em
16 anos. Isso representa um crescimento de 32.002 habitantes. Em 1999 a população era de
78.386 habitantes passando para 110.388 habitantes em 2014. Em Formosa, dos 100.085
habitantes do município no ano de 2010, 92.035 concentravam-se na área urbana e 8.049 nas
áreas rurais (IBGE, 2010).
Devido ao crescimento da população houve também um acréscimo no consumo médio
per capita de água, tabela1. Essa informação é entendida como a média diária, por indivíduo,
dos volumes utilizados para satisfazer os consumos domésticos, público, comercial e industrial
(SNIS, 2015). Ele é obtido a partir da divisão do total do consumo de água por dia de uma
comunidade, pelo número total da população servida.
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2008 109,1
2009 106,4
2010 114,3
2011 119,0
2012 121,5
2013 118,6
Com base nos dados é possível observar que o índice de consumo de água, em
Formosa, cresceu cerca de 3,5% de 2003 a 2013. Mesmo com o considerável crescimento
populacional, o consumo de água apresentou reduções, indicando que, apesar do crescimento
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populacional do município ser um forte influenciador sobre o consumo de água, ele não é o
principal indicativo para o déficit hídrico para abastecimento em Formosa.
Outra variável importante para análise foram os dados relativos as perdas na distribuição
de água, tabela 3. Essa informação é um indicador de eficiência da operação dos sistemas de
abastecimento. As perdas de águas são divididas em perdas reais e perdas aparentes. As perdas
reais é o volume de água perdido antes de chegar ao consumidor final e as perdas aparentes que
correspondem a perdas por consumos não autorizados. O índice de perdas na distribuição de
água no Brasil segundo o SNIS (2015), é de 36,7% em 2015. O estado de Goiás, possui um
índice de perda de 28,8% em 2013, 28,5% em 2014 e 29,8% em 2015.
Em Formosa, o índice de perdas de água apresentou uma redução de 3,5% entre 2003 a
2013, como apresentado. Os valores do índice de perdas de água apresentaram comportamento
inverso com os do índice de consumo de água, de modo que, enquanto há um maior índice de
consumo de água, menor o índice de perdas de água ou o oposto. Em 2007, se obteve o maior
índice de consumo de água, de 68,23%, onde se obteve o menor índice de perdas de água de
31,77% para o mesmo ano. Enquanto o menor consumo de água foi de 56,82%, e se obteve o
maior índice de perdas de água de 43,18%, em 2006. Assim como ano de 2012, que obteve o
segundo maior índice de consumo de água, de 66,81%, observa-se o segundo menor índice
perdas de água, de 33,19%, e em 2009, se obteve o segundo menor índice de consumo de água,
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de 60,54%, e o segundo maior índice de perdas, de 39,46%. Isso pode indicar uma falha,
provavelmente relacionada a pressão na rede, no sistema de abastecimento de água, onde o
consumo influencia nos valores de perdas, nesse caso é uma influência negativa, pois mesmo
que o consumo de água seja reduzido, grande parte da água produzida será perdida durante sua
distribuição.
Esses dados comprovam como estamos atrasados em relação a perda de água do
sistema comparados a países desenvolvidos. De acordo Tomaz (2009), em países como a
Alemanha, o índice de perda de água do sistema era de 8,8% em 2007, na Espanha, no mesmo
ano, 22%. E na França e Itália, também em 2007, o índice era de 30%. Apesar das perdas no
sistema da empresa que fornece água no município terem sofrido uma redução entre o período
de 2003 a 2013, ainda se encontram acima da média goiana e abaixo da média nacional.
Fatores hidroclimáticos
Pelo fato da água ser um recurso renovável dependente da dinâmica do ciclo
hidrológico, algumas variáveis podem afetar sua disponibilidade (SORIANO et. al., 2016).
Qualquer modificação nos componentes do clima ou da paisagem alterará a quantidade,
qualidade e o tempo de residência da água nos ecossistemas e, por sua vez, o fluxo da água e
suas características (BARROS E AMIN, 2007). Se o regime de chuvas não atingir o quantitativo
mínima de precipitação esperado, poderá interferir na quantidade de água disponível nos
mananciais, que pode acarretar consequências no abastecimento. Pelo fato do Córrego
Bandeirinha ser a principal fonte de abastecimento de água para a cidade de Formosa-GO, o
quantitativo pluviométrico na área da bacia, é de suma importância para garantir o
abastecimento contínuo (SANTOS, 2017).
Para averiguar se houve baixa nos níveis pluviométricos do município, analisamos as
médias mensais de cada ano desde 1980 a 2016, gráfico 1.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
A análise das variáveis pertinentes para diagnóstico da gestão dos recursos hídricos no
município, permitiu constatar que ocorreu uma elevação no consumo de água motivado por
fatores como o crescimento acelerado da população e por prováveis alterações habituais,
comportamentos ou atitudes dos moradores provocadas pelo aumento da renda, causando o
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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240
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RESUMO: O artigo discute o papel do município e da população, no foco do tema hidrológico e seu
ciclo e parâmetros físicos como clima e temperatura. Nele se apresenta que tipo de influência teria na
região principalmente sobre no termos climáticos, culturais e antrópicos, fatores relacionados ao tempo
e clima, o tempo se caracteriza como a média de temperatura e media de precipitação que uma região
possui, o estudo analisa dados é mostra os impactos dos dados na localidade como o abastecimento
público e sua importância na gestão política e social, qual seria o parâmetro da gestão dos recursos
hídricos da cidade em vista de suas condições de chuva e aspecto de utilização em termos econômicos.
INTRODUÇÃO
O município de Damianópolis localizado no nordeste goiano possui área de 415,349
km² teve sua criação influenciada pelos recursos hídricos locais. Seu surgimento se deu às
margens do córrego Santa Catarina, em 1840, quando surgiu os primeiros moradores que
vieram do Estado da Bahia. Povos atraídos pela terra fértil e possível criação de gado, formando
o povoado de Santa Catarina, nome derivado do córrego ali presente. Em 1958, pela Lei
Estadual n° 2149, o distrito passou para categoria município com um novo nome titulado de
“Damianópolis” Em seu território logo se desenvolveu atividades de cultivo principalmente de
cereais e a pecuária foi um dos motivos que fez com que a região tornasse o principal tráfego
de tropeiros que faziam comercio entres os Estados de Goiás e Bahia.
OBJETIVO
Estabelecer um perfil regional e como a instituição municipal presta seu serviço, com
os dados obtidos realizar medições de consumo e demanda, também verificar como e feita a
prestação do serviço como água e esgoto, que influencia teria na qualidade da distribuição com
o volume médio de chuva e o clima da região atual. Formas que tornem possível estabelecer
uma característica hídrica do município de abastecimento e gestão.
MATERIAL E METODOS
Este estudo foi realizado em 01 município, de Damianópolis, de um total de 246
localizados no Estado de Goiás, foi realizado levantamentos técnicos diretamente de gestores
de serviços de água. Dessa forma foram levantados as principais características hídricas e
gestões referentes ao município, foi levantado que os serviços de saneamento e abastecimento
são prestados por órgãos particulares gerenciados pela prefeitura. O prestador de serviço de
abastecimento no município de Damianópolis Goiás e feito pela Saneago/Go atendendo uma
população estima de 3.389 habitantes de acordo com o censo do IBGE.
Inicialmente foi verificado que o município fica localizado na bacia do Paranã com o
manancial do Córrego Santa Catarina, esse sistema que abastece a cidade, o abastecimento de
água e de entidade de direito público centralizado.
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Figura
Fonte: IBGE
Pela agencia nacional de água “ANA” foram levantados matérias como que tipo de sistema o
manancial tem, qual é a quantidade de chuva anual e qual seria a média mensal. Pelo Sistema
de informação básica da saúde “SIAB” foram obtidas quantidades de fossas residências o
município tem por ano quantidade de tratamento de água filtrada no período de Dez2013/2015,
e a quantidade de redes públicas.Com o auxílio de sistemas de informações como SIAB e ANA
foram obtidos os dados e as demais informações pelos órgãos da cidade e saúde pública, com
o software HIDRO 1.3 foram geradas estatísticas sobre os dados, sendo assim com o programa
Excel foram feitos os gráficos e as demais tabelas para melhor entendimento dos estudos aqui
representados como localização municipal e sua fisionomia.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
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Nota-se que a uma relação de infraestrutura pública baixa e ausência de tratamento que
não e questionado pelo aspecto culturais e econômicos que estão ali presente que dizem muito
a respeito as questões que avaliam a satisfação da população ou melhoria pelo órgão que ali e
administrada para levantar possíveis melhorias e projetos de saneamento, água tratada ou
possível redes de esgoto, mas a também um atendimento de forma ampla para toda a população
tornando satisfatório por esses aspectos. Há um déficit em questões de água encanada no
município Tabela 1, grande maioria da água do córrego Santa Catarina, abastece residências
em casas que ficam próximas do centro da cidade, já em localidades que ficam distantes a base
do abastecimento e feita através de poços artesianos que com o auxílio de bombas levam a água
para residências mais distantes.
Tabela:1
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Em questões de chuvas anuais (Gráfico 1). Há uma observação foram obtidos dados
dos anos de 1969 a 1979, porque na fonte não constava dados mais recentes. Mas com os dados
obtidos vemos que contém variedades de níveis. Esses níveis baixos são recompensados logo
mais assim, dando um padrão confortável sem crise existência hídrica em 1980 o índice foi o
melhor apresentado. Para complementar Figura 2 mostra precipitação no ano de 2016 com
referencial 1961-2010, os dados de precipitação total anual do ano chegam a 1200 mm
mostrando um percentual no mesmo nível que os dados obtidos em 79, constata uma
normalidade e igualdade entre os dados apontando que em termos de precipitação não a tanta
mudança entre os anos, em muitos aspectos a hidrologia local a quantidade de água que
determinada região possui e a forma que esse recurso flui no subterrâneo ao reservatório está
influenciada ao clima, incluindo também à temperatura onde quer que se viva o grande
influenciador da mudança da precipitação está relacionado ao clima que determinado ambiente
costuma ter.
Figura 2
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Figura 3
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Figura 4
Gráfico:2
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plantio janeiro a abril ao comercio de amendoim e milho, o pequi dá uma renda para população
em tempos secos que são entre maio a agosto.
Tabela: 2
CONSIDERAÇÕES FINAIS
No município de Damianópolis o clima é tropical com estação seca classificação
climática de köppen-Geiger: AW, seca de inverno e chuva no verão. Características que fazem
um desenvolvimento regional no termo de exploração de recursos naturais, a um componente
dinâmico das inter-relações, relação do local ser economicamente movido a agropecuária e
venda dos produtos típicos da sua região como o pequi, com isso se nota a dinâmica existente
no meio hidrológico que deve ser intendida e questionada como o tratamento de água e esgoto
e que potencial essa região tem pelo seu próprio escoamento e manutenção da sua bacia.
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O prevê estudo permite concluir que entre os aspectos regionais o município segue os
mesmos padrões de outros municípios brasileiros, com uma qualidade a baixo do nível de
saneamento esperado.
REFERÊNCIA
BRASIL. Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007. Estabelece diretrizes nacionais para o
saneamento básico; altera as Leis nos 6.766, de 19 de dezembro de 1979, 8.036, de 11de maio
de 1990, 8.666, de 21 de junho de 1993, 8.987, de 13 de fevereiro de 1995;revoga a Lei no
6.528, de 11 de maio de 1978; e dá outras providências. Diário Oficial[da] União, Brasília, 08
jan. 2007.
250
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http://www2.datasus.gov.br/SIAB/ Acesso em: 17 setembro 2017.
BRASIL. Instituto Nacional de Meteorologia INMET Disponível em: http:/inmet.gov.br
Acesso em: 17 setembro 2017.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE. Censo
Demográfico Disponível em: cidades.ibge.gov.br Acesso em: 16 setembro 2017.
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INTRODUÇÃO
MATERIAIS E MÉTODOS
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A avaliação da qualidade da água do rio Corgão foi realizada por meio de determinações
de parâmetros físicos, os dados foram coletados através de pesquisa de campo realizada em
uma parcela da Bacia do Corgão, onde os acadêmicos visitaram o percurso do córrego. Coletou-
se as amostras no dia 20 de maio de 2018, em quatro pontos (sendo uma amostra oriunda do
efluente antes de ser lançada no corpo hídrico) no decorrer do rio para análise dos parâmetros
físicos (Turbidez, cor, e temperatura), realizadas na SANEAGO, no Laboratório da Estação de
Tratamento de Água do Município de Piranhas-Go e os parâmetros de pH e condutividade
elétrica, realizou-se no Laboratório da Universidade de Rio Verde – Campus Caiapônia. A
Tabela 1 apresenta os pontos da coleta com suas respectivas coordenadas e altitude.
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Foi medida a vazão do rio no primeiro ponto (conforme a tabela 1), e os equipamentos
usados foram:
• Corda;
• Estacas;
• Fita métrica;
• Laranja; e
• Cronômetro.
No entanto, a medição da vazão foi determinada pelo do método do flutuador, (método
da laranja), desenvolvido por alguns pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (EMBRAPA) onde mediu
o a largura do rio naquele ponto (9,89 m), e foram colocadas quatro estacas a uma distância de
2,47 m (uma da outra). Posteriormente duas cordas ligadas uma à outra foram fixadas nestas
estacas, a 6 m abaixo colocou-se mais quatro estacas alinhadas com as primeiras (com as
mesmas distâncias citadas a acima, de 2,47 em 2,47 m). Mediu-se a profundidade rio, e por fim,
utilizou-se uma laranja para flutuar em cada um dos pontos (A-B; B-C; C-D; D-E), desde a
primeira fileira de estacas até a segunda, marcando tempo a qual está gastou. Deste modo,
obteve-se a vazão de escoamento do canal a partir da equação:
𝐴x𝐿x𝐶
𝑉=
𝑇
Onde:
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A= média da área do rio (distância entre as margens multiplicada pela profundidade do rio).
C= coeficiente ou fator de correção (0,8 para rios com fundo pedregoso ou 0,9 para rios com
fundo barrento). O coeficiente permite a correção devido ao fato de a água se deslocar mais
rápido na superfície do que na porção do fundo do rio.
COLETA DA ÁGUA
A realização da coleta da água foi feita em quatro pontos em uma parcela do rio
Corgão, para avaliação dos parâmetros físicos. Para o armazenamento desta água utilizou-se
quatro coletores e a caixa de térmica para conservação. Os pontos da coleta são apresentados
na Tabela 1.
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ANÁLISE DE DADOS
CÁLCULO DA VAZÃO
Para o cálculo de vazão foi usado o método por flutuador, desenvolvido pela EMBRAPA.
Profundidade= 16 cm
1,58+1,58
Área média do trecho do rio= 2
• Cálculo da vazão
𝐴𝑥𝐿𝑥𝐶
Vazão= 𝑇
V= 0,65 𝑚3 /𝑠
Conforme as análises dos padrões de qualidade da água do rio Corgão (dos pontos 01,
02 e 03), os parâmetros: turbidez, cor, temperatura e pH, estão dentro dos limites estabelecidos
pela legislação (Tabela 2).
Resolução, dispõe que a condição de lançamento do efluente (figura 4) o pH deve estar entre 5
a 9. Conclui-se que o lançamento não obedece ao padrão exigido, pois o resultado do pH foi de
3,92 abaixo do permitido. Em certa parte do rio, também foi observado assoreamento conforme
mostra a figura 5.
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A ausência de mata ciliar nas margens dos rios é a principal causa de intensificação do
processo de assoreamento.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O rio Corgão abastece as propriedades rurais que se localizam a suas proximidades, para
a dessedentação de animais e irrigação de pivôs. A maior parte do uso e ocupação do solo desta
bacia é destinada à pecuária. E deste modo, pode-se constatar impactos como, o desmatamento
das Áreas de Preservação Permanente (APPs), assoreamento do rio (ocasionado pela falta de
vegetação), e erosão. É válido ressaltar que todos estes agravantes provocam impactos na
qualidade da água, pois, sem a vegetação, com as chuvas, partículas de solo são transportadas
para o corpo hídrico, o que provoca o assoreamento e aumenta a turbidez da água, assim,
elevando a quantidade de microrganismos presentes nesta. Desta maneira, faz-se necessário ter-
se o monitoramento e manejo adequado da bacia para evitar e mitigar os impactos na qualidade
da água e até mesmo no solo.
Desta forma, os parâmetros de qualidade (cor, turbidez, temperatura e pH) da água nos
pontos 01, 02 e 03 se apresenta dentro dos padrões estabelecidos pela legislação, no entanto, a
análise do efluente se mostrou fora do padrão conforme a resolução CONAMA 357/05.
Contudo, este efluente lançado no corpo hídrico em valor não permitido por lei, pode estar
causando impactos tanto a curto quanto a longo prazo no rio.
REFERÊNCIAS
BERTONI, J.; LOMBARDI NETO, F. Conservação do Solo. 9. ed. São Paulo: Ícone, 2014.
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Iporá, 6 a 9 de junho de 2018.
Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 09 jan. 1997. Não paginado.
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PALHARES, Júlio P. C. et al. Medição da Vazão em Rios pelo Método do Flutuador.
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262
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RESUMO: Este trabalho teve como objetivo principal auxiliar o aprendizado do tempo e do clima, com
aulas teóricas e práticas para os estudantes do Curso de Licenciatura em Geografia do Campus
Universitário do Araguaia-CUA - UFMT, utilizando-se como ferramenta pedagógica uma Estação
Meteorológica de propriedade do 10º DISME/INMET, instalada na cidade de Aragarças-GO. A
metodologia utilizada para o desenvolvimento deste trabalho pautou-se em oito etapas distintas.
Inicialmente realizou-se a abordagem teórica, e em seguida foi proporcionado aos participantes uma
visita na Estação Meteorológica de propriedade do 10º DISME/INMET, e posteriormente desenvolveu-
se uma oficina pedagógica, na qual foi realizada a fabricação de aparelhos como: pluviômetro,
psicrômetro, foguete de garrafa pet e simulador de vórtice, confeccionados a partir da utilização de
garrafas pets e sucatas. Foi necessário um agendamento na estação para que a visita fosse realizada. Para
termos uma avaliação da oficina pedagógica foi aplicado um questionário avaliativo. Participaram do
projeto da oficina pedagógica 25 estudantes, todos os participantes da oficina disseram que o os
trabalhos estão excelentes. Os aparelhos mais apreciados na Estação Meteorológica foram o heliógrafo;
tanque classe A e o pluviômetro e na oficina o que chamou mais atenção foi o foguete de garrafa pet.
Introdução
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Callai (2008, p. 85) argumenta que nas séries iniciais do ensino fundamental a ênfase
do trabalho docente é a alfabetização, na maioria das vezes compreendida como aquisição da
leitura e da escrita, e com isso ficando no esquecimento o não uso do entendimento de mundo
que os alunos já trazem do cotidiano.
As primeiras noções sobre meteorologia e climatologia são introduzidas, geralmente, na
primeira etapa do ensino fundamental (3º e 4º anos), que abordam temas como: temperatura,
umidade relativa do ar, chuva e ventos (SOUSA, et al, 2005).
O assunto é retomado nos 5º e 6º anos, visando o entendimento das mudanças do tempo
e clima. Entretanto, esses assuntos são de difícil compreensão para alunos nessa faixa etária,
principalmente quando se trabalha em nível teórico e não se oportuniza experiências práticas
como, por exemplo, a utilização de uma estação meteorológica (MAZZINI, 1982). Por essa
leitura, a formação básica a ser buscada no ensino fundamental e médio se realizará mais pela
constituição de competências, habilidades e disposições de condutas, do que pela quantidade
de informação obtida na educação (CONTI, 1990).
Para Sousa et al (2005), o aprendizado de climatologia geográfica aplicada, flui melhor
a partir das aulas práticas nas estações meteorológicas com o despertar do interesse dos alunos
em estar num espaço diferenciado. Daí pode-se verificar a importância de se ministrar
conteúdos, de tempo e o clima e sanar dúvidas, através da utilização da Estação Meteorológica,
proporcionando uma inter-relação entre as aulas teóricas e práticas.
Este trabalho teve como objetivo principal auxiliar o aprendizado do tempo e do clima,
com aulas teóricas e práticas para os estudantes do Curso de Licenciatura em Geografia do
Campus Universitário do Araguaia-CUA - UFMT, utilizando-se como ferramenta pedagógica
uma Estação Meteorológica de propriedade do 10º DISME/INMET, instalada na cidade de
Aragarças-GO.
Metodologia
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Resultados e Discussão
A didática e as metodologias de ensino formam uma unidade, mantendo entre si relações
recíprocas, cabendo ao professor ter suas metodologias próprias de trabalho a fim de transmitir
o conhecimento para os alunos. Dessa maneira de acordo com Libâneo (1994, p. 28), o processo
didático, efetiva-se a partir da mediação escolar, com os conteúdos e aprendizagem na formação
da sociedade.
As condições adversas das nossas crianças e jovens e de suas famílias, sem dúvida,
geram muitas dificuldades para a organização do ensino e aprendizagem na cabeça dos alunos.
Entretanto, cabe ao professor ter a consciência política de convergir para o seu trabalho dentro
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e fora da sala de aula, tornando o ensino uma tarefa real, concreta, que expressa o compromisso
social, tendo como requisito principal a participação dos alunos em suas aulas, mas sabido que
para as aulas do professor se tornem prazerosas e interessantes é necessário que o mesmo
elabore aulas atrativas e fascinantes, onde se busque a participação do aluno de forma
espontânea e crítica. (LIBÂNEO, 1994, p. 38).
Damis (2004, p. 14), enfatiza que estimular e permitir a participação ativa dos alunos
nas aulas gera a construção de conhecimentos e o desenvolvimento de projetos diferentes e
atraentes para os alunos, utilizando-se de diversos meios didáticos como o uso das novas
tecnologias, comunicação, informação, oficinas, mini-cursos e outras formas, são algumas
dimensões enfatizadas pela ação do professor com o objetivo de diversificação de suas aulas
nas diversas áreas do conhecimento.
Segundo Castrogiovanni, (2003, p. 33-46), há uma perspectiva de ação metodológica
criativa que deve envolver a democratização no ato do aprender – o aluno também falar, o
sentido da participação – a circularidade. Todavia, isso não pode estar desconectado do rigor
teórico metodológico, e dos sentidos éticos da responsabilidade professor/aluno em todos os
níveis de aprendizagem.
A experiência pedagógica do professor além de dominar a linguagem, conceitos,
procedimentos teóricos e a transposição da pesquisa acadêmica na prática escolar ele tem um
encontro pedagógico com os alunos e automaticamente, o mesmo age de forma comunicativa
com os alunos, por meio do conteúdo.
Cavalcanti (2008, p. 26) argumenta que a geografia escolar só ocorre de forma coerente
por meio das metodologias, das quais é o modo de exercitar a geografia escolar a partir da
relação professor aluno e os meios, procedimentos, métodos de ensino é que fazem o
aprendizado fluir de maneira fácil, sendo que a leitura de mundo feita pela geografia e pelo
aluno, conta muito no ensino e aprendizagem na geografia escolar
Ainda que apresentam uma grande carência de recursos didáticos, algumas escolas
começam a se destacar com alguns recursos pedagógicos como tvs, mapas, vídeos,
documentários, aparelhos data-show e outros meios, quando utilizados com criatividade pelo
professor, despertam o interesse dos alunos ao conteúdo aplicado, dando assim uma nova
perspectiva ao ensino de Geografia. A esse respeito, Postuschka et al (2007) concluem que
através de textos escritos, de cartografia, relevo, astronomia, climatologia, rochas, minerais e
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Os estudantes argumentaram de forma escrita que esse tipo de oficina e outras mais
devem continuar e ser desenvolvido no âmbito universitário e se possível transformar esse ação
na forma de projeto de extensão, e que o mesmo é de grande valia para os estudantes, onde eles
também afirmaram que os alunos se interessam mais por esse tipo de aula fora do ambiente
acadêmico, onde o aprendizado fluiu de maneira interessante e, melhor, não só na área da
Climatologia Geográfica, mas também na matemática, física, química e outras.
Para Castrogiovanni e Goulart (2003, p. 133) no ensino fundamental e médio, o livro
didático não deve ficar apenas como a única fonte de conhecimento, cabendo ao professor
buscar outras fontes e diferentes maneiras de trabalhar suas aulas de forma prazerosa e
interessante, deve-se fornecer, sim, aos alunos elementos que estimulem, a partir da prática
observação, interpretação, reflexão e análise, uma visão crítica da realidade, fazendo com eles
se sintam agentes transformadores da sociedade.
Fica a cargo do professor a qualquer nível instrução, buscar novas maneiras de tornar
suas aulas envolventes e de encontrar novos espaços para trabalhar seus ensinamentos, podendo
ser teatros, cinemas, museus, praças, feiras populares, planetários, observatórios, zoológicos,
parques, reservas ambientais, eco trilhas e tantos outros meios disponíveis e de fácil acesso
(CAVALCANTE, 2008
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Considerações Finais
Entendemos que o ensino deve ser dinâmico e variado, no dia a dia da sala de aula, o
professor tem que ter suas maneiras de tornar suas aulas atrativas e diferentes, fazendo com que
as mesmas fiquem de maneira interessante, claro que não podemos esquecer que toda a
atividade do professor deva ter a contribuição de todos os agentes da escola.
A oficina de Climatologia Geográfica, contribuiu de forma enriquecedora o saber em
todas as áreas do conhecimento humano, por que os participantes tiveram aulas teóricas e
práticas, e com isso o aprendizado fluiu de forma interessante, prazerosa, participante e sanando
dúvidas.
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Resumo: Partimos do pressuposto que a geografia estuda o continuo resultado das relações sócio
espaciais. Esta por sua vez, não é um continuo linear, mas sim um continuo em movimento e se
materializa a partir da interação do homem com a natureza, transformando-a. Neste sentido, é importante
fazer uma periodização para que não se tome ‘tempos congelados’ como se o fenômeno não tivesse
participação na realidade atual. A geo-história para nós é tratada como metodologia, onde a geografia
em parceira com a história analisa os fatos no tempo e no espaço unificados. A partir dessas questões
teórico-metodológicas, o objetivo deste trabalho é fazer uma análise dos processos que originaram a
formação espacial do arraial de Pilões, no século XVIII. O referido arraial foi um importante arraial de
mineração em Goiás no século XVIII, com seu surgimento através dos recursos minerais encontrado no
leito dos rios Claro e Pilões, bem como da perca no trajeto de Bartolomeu Bueno da Silva.
O rio como um recurso hídrico é condição para povoação em seus leitos desde o
período da mesopotâmia. O fato do recurso natural ser um bem essencial a manutenção da vida
humana, favorece o processo de instalação de núcleos urbanos nos leitos, principalmente se
houver algum recurso mineral encontrado em suas margens, como foi nos rios Claro e Pilões.
Antes de adentrar no contexto da formação espacial do arraial de Pilões, é preciso entender o
processo que resultou na chegada do homem para explorar tal recurso. Sem fazer exclusão a
população autóctone, os índios Cayapós habitavam a região do arraial de Pilões antes da
chegada dos bandeirantes, que foram quem explorou os recursos minerais encontrados no rio.
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século XV, a cana-de-açúcar e o café no século XVI/VXII, e no final do século XVII e início
do século XVIII, com o ouro. Segundo Teixeira Neto et al (2004), a princípio, a coroa
Portuguesa só queria proteger as terras da cobiça de outros países, porém,
Andriolo (1999, p. 7), relata que “Nos primeiros dois séculos de colonização
portuguesa na América (XVI e XVII), os colonos concentraram-se no Nordeste brasileiro, de
onde saíam carregamento de açúcar rumo à Europa”. Ou seja, a produção se concentrava ainda
próxima ao litoral, justamente pelo fácil escoamento, que era feito por navios, para ser vendida
no comércio internacional. Outro fator da produção próxima ao litoral seria porque o interior
do Brasil ainda não era conhecido.
A forte concorrência internacional dos bens que eram produzidos no Brasil fez com
que a Coroa Portuguesa abrisse os olhos para um novo processo econômico. Andriolo (1999)
diz que:
Este fator fez com que a Coroa Portuguesa, sabendo dos recursos minerais que o
interior da colônia ofertava (a Espanha já sabia dos minerais), criasse algumas políticas de
interiorização em busca de índios e minerais, o que culminou mais tarde na descoberta e
fundação de Mato Grosso e Goiás.
O primeiro metal a atrair e chamar a atenção dos homens sem dúvida foi o ouro, desde
os tempos da sociedade antiga. O ouro ocorre nas mais variadas longitudes e latitudes do planeta
terra se falando de propriedade geológica. Provavelmente, o ouro terá sido o primeiro metal
usado como elemento de adorno e como valor de troca.
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O atual território de Goiás pertencia a capitania de São Paulo. Silva (2002, p. 37),
aponta que “Goiás começou a se formar pelo lado de S. Paulo, isto é, confins das terras paulistas,
então conhecidas, para o interior que a coragem dos bandeirantes ia descobrindo e
percorrendo”.
Conforme afirma Silva (2002), Bartolomeu Bueno da Silva não foi o primeiro a
penetrar em território goiano. Porém, foi o primeiro com intenção de se fixar em território
goiano. Ainda de acordo com o autor, é Manoel Correia o primeiro a penetrar em terras goianas,
ainda no século XVII.
foi o que mais recebeu destaque pelos minerais encontrados quando este veio a Goiás numa
expedição.
Antes de detalhar a chegada de Bueno a Goiás e no que veio a ser o arraial de Pilões,
é necessário lembrar que no século XVIII, o Brasil fica marcado pela extração do ouro em
grande quantidade. Na verdade, foi o terceiro grande período autônomo da formação econômica
brasileira. Alguns autores considera o período do ouro como o de maior importância econômica
para o país, é o caso de Salles (2002) e Franco (2007). Este último autor relata que no início da
colonização a Coroa Portuguesa despertava exclusividade na procura pelo mineral.
E continua:
linguagem do país quer dizer Diabo Velho pelo estratagema de acender aguardente
em uma vasilha, com ameaça de abrasar todos os rios e todos os índios que se lhe não
rendessem, seguido de um filho do mesmo nome, de idade de doze anos (que veio a
ser o descobridor desta capitania), e outros agregados, chegou pouco mais ou menos
em 1682 ao domicilio do pacífico gentio de Goiás, que agora habitamos: e
demorando-se algum tempo no meio das suas correrias, que compreenderam grandes
partes destes sertões, a plantar roça que melhorasse a sua sustentação, reconheceu a
riqueza do lugar vendo folhetas de ouro bruto pendentes ao colo das índias, e com esta
certeza, confirmada de algumas indagações, regressou ao seu país natal, seguido de
numerosas presas que tinha feito, a utilizar-se do fruto de seu trabalho. (SILVA E
SOUZA, 1967, p. 7).
Bueno era um homem predestinado. Segundo Palacín e Moraes (1994), ele preferiria
morrer na expedição do que voltar a São Paulo fracassado. Nesta expedição recebeu o apelido
de Anhanguera, que significa ‘Diabo Velho’, pelo fato de ter ateado fogo num prato de
aguardente para intimidar os índios Cayapós a lhe mostrar onde ficavam as jazidas de ouro (pois
os índios andavam com colares de ouro), caso contrário, colocaria fogo em todos os rios. Os
índios amedrontados correram e mostraram as jazidas a Bueno.
Bueno (pai), consegue achar riquezas minerais no rio Vermelho onde hoje é a Cidade de Goiás
– GO. A expedição, embora de caráter particular, teve que regressar a São Paulo para pedir
autorização da Coroa Portuguesa para explorar as minas de ouro encontradas em Goiás. Mas,
Bueno já velho não consegue retornar e explorar as minas em Goiás. É Bartolomeu Bueno da
Silva (filho, que acompanhou o pai na primeira expedição), que retorna a Goiás para explorar
as minas de ouro por volta de 1722. De acordo com este contexto, Palacín e Moraes (1994), diz
que
A bandeira saiu de São Paulo a 3 de julho de 1722. O caminho já não era tão difícil
como nos primeiros tempos. Até o rio Grande era bem conhecido dos paulistas, com
alguns moradores e com rotas, para além, o Anhanguera dizia possuir um roteiro até
o lugar do ouro. (PALACÍN E MORAES, 1994, p. 9).
A bandeira saiu de São Paulo. Bueno era o cabo da tropa e foi acompanhado por grande
comitiva. Os conflitos com os indígenas eram iminentes, visto que esta população autóctone já
era aprisionada para a escravidão. Na medida em que a bandeira adentrada aos sertões goiano
as transformações da natureza começavam a se materializar.
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Bueno já não se lembrava mais do trajeto que fizera quarenta anos atrás, o que
culminou numa perca no território goiano. Bueno fora enganado pelos descobertos de ouro,
pois, essa primeira fase de exploração mineral em goiás é anárquica em termos de exploração
e fixação de população conforme salienta Palacín e Moraes (1994). A intenção de Bueno era
chegar ao rio Vermelho, porém perdendo o norte, vagou mais a oeste da província, chegando a
um rio de aguas cristalinas em que encontraram ouro e por ali permaneceram por um tempo.
Batizaram o rio como Claro, justificando as águas cristalinas. Logo encontraram ouro num
outro rio que o batizaram de Pilões, afluente do rio Claro. A toponímia do rio Pilões é fruto de
uma discussão entre os historiadores goianos que, por um lado acreditam que os bandeirantes
deram tal nome em referência aos pilões encontrados no rio que os viajantes fizeram para
fabricarem sua alimentação (D’ALINCOURT, 2006), ou pelo próprio movimento das águas
que atrelado ao processo de intemperismo modificou as rochas dando origens a
empreendimentos côncavos (CUNHA MATTOS, 1979).
A toponímia estabelecida pelo nome do rio dos Pilões é discutível entre alguns autores.
A conclusão mais próxima que chegamos foi a de que o rio dos Pilões recebeu este nome pela
fabricação de pilões para prepararem algum tipo de mantimento para subsistência, seja o milho
ou fubá. Mas, pode ser discutido sem dúvidas o batismo do rio pelas pedras côncavas
observadas pela força da água junto com o processo de intemperismo.
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favorável levou João Leite da Silva Ortiz a declarar que tinham achado o que
buscavam, portanto deveriam ficar por aqui e fundar uma povoação. A isto opôs-se
Bueno, dizendo que esta não era a região que ele saíra para descobrir e que, por isso,
era necessário prosseguir. A discussão inflamou-se e teria talvez terminado em
sangue, se os dois sacerdotes que os acompanhavam não os tivesse reconciliado.
Deram razão a Bueno. Levantaram acampamento e seguiram a viagem em direção a
Oeste, entre constantes combates com os aborígines. Nessas escaramuças fizeram
mais prisioneiros, sobretudo mulheres índias. (POHL, 1976, p. 126-127).
Fonte: SIEG, (2014). Adaptado por: Gomis, (1998). Organização: Alves (2014).
São vários os autores que relatam a perca no trajeto de Bueno, destacando que a
expedição ficou perdida por cerca de três anos na província, como Pohl (1976), Eschwege
(1979), Palacín e Moraes (1994), Cunha Matos (1979), Alencastre (1863), dentre outros.
Ambos autores fizeram itinerários sobre a província de Goiás. Como Bueno teria encontrado
riquezas minerais nos rios Claro e Pilões, muitos da tropa disseram que o local era o mesmo
que o Bueno (pai) teria encontrado os minerais, porém Bueno (filho) insistiu não ser aquele
lugar. Neste contexto, várias pessoas da expedição voltaram a São Paulo e o restante continuou
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acompanhando Bueno, que após um período reorganizou o seu trajeto e conseguiu chegar ao
rio Vermelho, fundando o arraial de Sant’Anna em 1726, iniciando o processo de povoamento
dos bandeirantes na província de Goiás.
A região dos rios Claro e Pilões já ficou conhecida no erro do trajeto de Bueno. Em
1746, após um período de (re)descobrimento de alguns rios auríferos em Goiás, a região começa
a ser explorada novamente, agora com a construção de um arraial que fora batizado de Bom
Fim, em 1746. No mesmo ano os índios Cayapós numa tentativa de retaliação destrói o arraial,
pondo fim a exploração.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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REFERENCIAS
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1994.
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SANTOS, Milton; SILVEIRA, María Laura. O Brasil: território e sociedade no início do século
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Amado: Ed. Itatiaia. São Paulo, 1976.
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RESUMO: O presente artigo, cujo tema é Outorga de água e a cobrança pelo uso de recursos hídricos
no Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Meia Ponte, buscará responder, a seguinte problemática: como
a cobrança pelo uso de recursos hídricos ajuda na racionalização das águas na bacia? O objetivo geral
da pesquisa é verificar se a cobrança pelo uso de recursos hídricos favorece a racionalização das águas
na bacia. E para se atingir o objetivo geral definiu-se os seguintes objetivos específicos: mostrar como
usar e preservar os recursos hídricos da bacia; definir a cobrança da água como meio de racionalização
dos recursos hídricos da bacia e falar dos meios usados pelo Poder Público na cobrança dos recursos
hídricos. A justificativa a problemática apresentada se dará pelo fato de solucionar as dúvidas sobre a
cobrança da água, apresentando suas formas de uso racional e os impactos de seu mau uso para as atuais
e futuras gerações, além de ser o mecanismo legal usado pelo Poder Público para se conseguir os
recursos financeiros necessários para o custeio dos planos de recursos hídricos contemplados no artigo
19 da Lei da Política Nacional de Recursos Hídricos ou Lei das Águas como é mais conhecida (Lei nº
9,433/1997). E na condução da presente pesquisa bibliográfica empregou-se como método cientifico o
hipotético-dedutivo, como a teórica, aplicando como base as nossas leis, doutrinas e artigos, tendo um
cunho interdisciplinar, ou seja, aborda Direito Ambiental, Direito Civil, Direito Constitucional e Direito
Tributário. A hipótese a ser confirmada é o conceito de água sendo um recurso natural limitado e
estimular o uso racional e a preservação dos recursos hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio Meia Ponte.
Logo a cobrança pelo uso de recursos hídricos objetiva incentivar a racionalização do uso da água e
também obter recursos financeiros para o financiamento dos programas e intervenções contemplados
nos planos de recursos hídricos no Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Meia Ponte.
Palavras-chave: Outorga de água; Cobrança pelo uso de recursos hídricos; Comitê da Bacia Hidrográfica
do Rio Meia Ponte;
1 INTRODUÇÃO
Esse trabalho tem como fim demonstrar a relevância da outorga da água e da cobrança pelo uso
dos recursos hídricos no Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Meia Ponte, pois ele além de ser
o instrumento legal, previsto na Política Nacional de Recursos Hídricos é visto também como
sendo uma grande evolução na batalha pela preservação e uso racional da água.
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Portanto, a abordagem do instituto da cobrança é importante, pois constitui a base teórica deste
artigo, ao ser estabelecida a natureza jurídica da cobrança, as metas previstas na legislação, os
efeitos das diferentes atividades econômicas que utilizam água, se a cobrança poderá virar um
meio de exclusão social e se a cobrança pelo uso de recursos hídricos favorece a racionalização
das águas na bacia.
Muitos questionamentos aparecerão, inúmeras discussões também serão feitas, e este trabalho,
sem sombra de dúvidas, não irá terminar com todas as polêmicas relacionados ao tema.
Contudo, este estudo busca tratar as principais questões relativas ao instrumento da cobrança
por ser tão fundamental para as atuais e futuras gerações.
A partir, do amadurecimento das cidades goianas que integram o Comitê da Bacia Hidrográfica
do Rio Meia Ponte juntamente com a união de todos os setores – governos estadual e municipal,
sociedade civil e usuários – é que se percebeu que os despejos de esgoto começaram a
ultrapassar a capacidade de autodepuração dos corpos d´água, além dos usuários aumentarem
o consumo da água superando assim a capacidade de suporte e recarga d´água da referida bacia.
O que já justifica a relevância deste artigo é a urgência de brecar essa situação, por meio do
instrumento da cobrança pelo uso da água, e do aumento da escassez de água potável, que
reforça ainda mais a importância de se dar valor econômico para este bem.
A Política de Recursos Hídricos apresenta a cobrança pelo uso da água como mecanismo
financeiro de controle e gestão proposto para à execução dessa política, dando à água um valor
econômico, o que favorece a racionalização das águas na bacia.
No presente trabalho, faremos uma rápida narrativa histórica pelas égides legais e normativas
que instituíram a cobrança na bacia, além de discutir a respeito das questões socioeconômicas
e da efetividade desse mecanismo sob a perspectiva da natureza jurídica da cobrança. E por
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Em um primeiro momento antes de discorrer sobre a cobrança pelo uso dos recursos hídricos é
importante destacar sobre os aspectos históricos que permitiu a sua instituição.
No campo internacional, vários entes e organizações, como por exemplo, a ONU (Organizações
das Nações Unidas), vêm discutindo há anos sobre a importância do referido assunto. Apenas
a partir de 1930, quando ocorreu a 1ª Conferência de Direito Internacional de Haia, que serviu
de fundamento para a criação do nosso Código das Águas de 1934, que se instituiu o Regime
Jurídico das Águas Interiores (rios, canais e lagos).
Em seguida, foi realizada em Estocolmo na Suécia, em 1972, a Conferência das Nações Unidas,
que foi a primeira a inserir a questão do meio ambiente na agenda política internacional, sendo
que a partir de então se intensificou os debates referentes à escassez e ao uso racional dos
recursos hídricos.
Já em 1992, foi realizada no Rio de Janeiro, a Conferência das Nações Unidas sobre Meio
Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, onde que se buscou melhorar as propostas já
desenvolvidas nas conferências anteriores, além de criarem outros documentos, como por
exemplo, a Agenda 21.
O documento mais importante adotado no decorrer da Conferência do Rio é a Agenda 21, onde
a comunidade internacional apresenta, em longo documento, um planejamento destinado a
solucionar até o ano 2000 os principais problemas ambientais que, conforme a denominação
indica, deverá entrar pelo século 21.
Dentro desse raciocínio, faz-se interessante saber, que foram através desses eventos
internacionais é que diversos países se mobilizaram e criaram legislações especificas sobre o
tema além de atribuírem valor econômico à água. A França merece destaque exatamente por
servir de inspiração para o sistema de gestão hídrico brasileiro.
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Em meados do século XX, criou-se a Grande Lei das Águas cujo objetivo era conservar a
qualidade e a quantidade das águas superficiais. Essa lei criou a cobrança pelo uso da água por
meio das Agências das Águas ou Comitês, como são mais bem conhecidos, que tem o papel de
captar e aplicar os recursos gerados na cobrança de forma transparente para que quem pagou
veja o retorno.
Certamente que com a criação dos comitês e a cobrança pelo uso da água não seriam aceitas
por todas as pessoas de forma imediata, entretanto, cabe a cada comitê decidir o valor a ser
cobrado, sempre analisando as quantidades de água disponíveis naquela região além dos
lançamentos de efluentes que interfere consideravelmente no valor final cobrado. Essa cobrança
não realizada apenas para quem capta água, mas também para quem a altera ou interfere, como
nas propriedades que realizam atividades agrícolas e nas usinas hidrelétricas.
Com o desenvolvimento das cidades que compõem o CBH do Rio Meia Ponte, é que os
problemas na saúde pública aumentaram por causa da pequena aplicação da verba pública em
obras de infraestrutura por parte do Poder Público e também devido as incontáveis indústrias
que nasceram no decorrer dos últimos anos poluindo-se cada vez mais com seus dejetos não
tratados as águas da Bacia do Rio Meia Ponte.
Essa falta de saneamento básico vem ganhando uma maior evidência com o passar dos anos,
pela carência de investimentos suficientes para atender as necessidades, principalmente da
população de baixa renda, que menos se aproveitam desses serviços de abastecimento de água
potável e coleta de esgotos. Sirvinskas conclui dizendo que:
Como podemos ver, a água é muito importante para o ser humano, mas também pode ser um
grande agente transmissor das mais variadas doenças (cólera, malária, dengue), e essas doenças,
geralmente, levam à morte em especial das crianças, provocada pela diarreia (desidratação).
Tudo isso ocorre por causa de nosso desleixo para com o meio ambiente e, consequentemente,
para com a água.
Esses fatos tem prejudicado gradualmente a qualidade dos recursos hídricos, pois, geram gastos
cada vez maiores para satisfazer os fins de um abastecimento de água de boa qualidade.
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Quem regulamentou a proteção jurídica da água no Brasil, foi o Código Civil de 1916, ao dispor
que o uso dos bens públicos, como a água, por exemplo, pode ser de forma gratuita ou mediante
o pagamento, servindo de base para embasar o princípio do usuário-pagador.
Portanto, tal como a Lei das Águas (Lei nº 9.433/97) a Constituição Federal de 1988 buscou
preservar a água em seu artigo 225 caput, que diz: “Art. 225. Todos têm direito ao meio
ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade
de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para
as presentes e futuras gerações”.
Desta forma, quando se tratar da propriedade das águas, o público sobrepõe-se ao particular nas
leis brasileiras, isto é, o bem-estar da população que compõe a Bacia do Rio Meia Ponte é mais
importante do que para o uso dos pivôs nas culturas de cana-de-açúcar, por exemplo.
A cobrança pela utilização das águas deve ser e tem sido instituída por lei, ou em decorrência
desta, em observância ao preceito constitucional segundo o qual ninguém é obrigado a fazer ou
deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. Com isso, a sua implantação depende da
participação dos Poderes Executivo e Legislativo.
Já o Código Civil de 2002 traz em seu artigo 99, inciso I, que as águas dos rios e mares são
bens públicos de domínio da União e dos Estados. Desse modo cabe aos particulares apenas a
outorga, por meio do pagamento do direito de uso das águas, que de acordo com a Lei nº
9.433/97, a outorga não provoca a transferência de qualquer forma do bem água que é
inalienável.
De acordo com Édis Milaré a Lei nº 9.433/97 instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos
e criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH), que é
responsável por implantar a Política Nacional de Recursos Hídricos juntamente com a Agência
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Nacional da Água (ANA) que é uma entidade federal vinculada ao Ministério do Meio
Ambiente.
Na região centro-oeste do Brasil que é composta pelo CBH do Rio Meia Ponte, se observa uma
maior disponibilidade dos recursos hídricos se comparada às outras regiões do país, devido à
baixa poluição doméstica e industrial causada por uma menor ocupação urbana, além de ser um
local protegido pelos ecossistemas do Pantanal e da Amazônia.
Os conflitos de interesses decorrentes do uso da água por causa da crescente demandam e pelo
risco de escassez, tornaram a água um bem de valor econômico, cuja utilização gera uma
contraprestação pecuniária. O Código de Águas de 1934 já determinava a possibilidade da
cobrança por seu uso, em seu art. 36 que diz: “É permitido a todos usar de quaisquer águas
públicas, conformando-se com os regulamentos administrativos”. E acrescenta em seu
parágrafo 2º que: “O uso comum das águas pode ser gratuito ou retribuído, conforme as leis e
regulamentos da circunscrição administrativa a que pertencerem”.
Desse modo se cobra pelo uso de recursos hídricos de toda a sociedade civil do CBH do Rio
Meia Ponte, até mesmo de quem não se aproveita desse recurso natural. Em contrapartida,
quando a sociedade não paga esses custos econômicos, paga-os com a degradação da qualidade
ou da quantidade do recurso usado.
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No que se refere sobre a cobrança, é necessário lembrar que a água é um bem muito valioso
agregado à vida, presente nos mais diversos organismos e sendo essencial em suas funções
biológicas e bioquímicas, por isso a água é um componente indispensável da vida, por esse
motivo a água deve ser protegida de todas as formas.
Convém notar que o uso da água se constitui por meio da outorga, da captação e do lançamento,
concedido pelo poder público. A outorga é um tipo de permissão do Poder Público para garantir
de maneira qualitativa e quantitativa o uso da água e o seu eficaz acesso, por isso a outorga não
provoca a alienação da água, pois a inalienabilidade é atributo de bem de domínio público.
Desta forma, observa-se a água de um lado como bem ambiental, ou seja, um bem público, e
como tal regulamentada é direito de todos o seu acesso. Por outro lado, é um bem com valor
econômico, comercializado, com preço.
O embasamento legal que vigora atualmente e que autoriza a cobrança pelo uso da água se
encontra no artigo 5º da Lei nº 9.433/97 segundo o qual:
(...)
(...)
A cobrança pela utilização da água está inteiramente vinculada à concessão de outorga. Nos
casos em que não se exige a outorga automaticamente não deve ocorrer a cobrança, ligando
primeiramente a cobrança em casos de aplicação econômica do bem água.
No entanto, a Lei nº 9.433/97 em seu art. 12 § 1º, dispõe que independe de outorga o uso dos
recursos hídricos para satisfação de necessidades de pequenos núcleos populacionais,
distribuídos no meio rural, para as derivações, captações, lançamentos e também para
acumulação de volumes de água considerados insignificantes.
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Quanto aos aspectos socioeconômicos deste trabalho, incumbe falar da diferença entre água e
recursos hídricos, pois segundo Cid Tomanik Pompeu o que existe é um Código de Águas e
não um Código de Recursos Hídricos, sendo que a água é o elemento natural, descomprometido
com qualquer uso ou utilização, já recurso hídrico é a água como bem econômico passível de
utilização com tal fim.
Contudo, a cobrança jamais pode servir de modo a majorar qualquer forma de exclusão social,
e sim deve favorecer a comunidade. Pois a exclusão social implica, também, a não observância
da norma e, contrariando o preceito constitucional, na realidade se aceita que os excluídos não
sejam obrigados a conhecer, a respeitar e a cumprir a lei. Talvez seja esse um dos mais graves
problemas do país.
No CBH do Rio Meia Ponte se observa que a maioria dos pagadores hoje em dia são os setores
de abastecimento de água e esgoto, saneamento básico e as indústrias, estando diversas áreas
em implantação, como agricultura, notando que são isentos da cobrança os pequenos produtores
rurais.
E de acordo com Cid Tomanik Pompeu a cobrança pela utilização das águas deve ser e tem
sido instituída por lei, ou em decorrência desta, em observância ao preceito constitucional
segundo o qual ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude
de lei.
Entretanto, deve-se ressaltar que embora muitos usuários digam que a outorga é o meio de
cobrança pelo uso dos recursos hídricos, estes estão equivocados, pois na realidade o que se
outorga é apenas o direito de uso, e cobra-se, portanto, pelos serviços ambientais.
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nos últimos anos, por meio da arrecadação desses recursos foi possível a implantação de alguns
projetos que vem contribuindo de forma positiva na racionalização das águas da bacia do Rio
Meia Ponte, atingindo assim as finalidades da implantação da cobrança que é o seu caráter
educativo.
Assim, no que se refere à água sempre temos novos desafios, como a instituição da cobrança
pelo uso dos recursos hídricos de maneira integrada, onde em especial o CBH do Rio Meia
Ponte incentiva à racionalização no consumo da água para que a sociedade atual diminua os
desperdícios em seus usos domésticos, buscando reutilizarem as águas e a fazerem a capitação
das águas de chuvas, bem como os agricultores mudem as técnicas de irrigação de suas lavouras
com o fim de economizarem a água usada em produtos como café, carne, laranja e soja, pois
essas mercadorias gastam bastante água em seu cultivo e no fim são exportadas pra outros
países.
Por tais razões, o CBH do Rio Meia Ponte busca incentivar um uso racional das águas, com a
distribuição justa do recurso através de uma gestão sustentável com a implantação de uma
captação de água em menor quantidade para os grandes consumidores, com tecnologias eficazes
na preservação do meio ambiente, gotejamento em áreas irrigadas e outras medidas que
futuramente poderão minimizar a falta de água evitando-se assim uma diminuição na produção
de alimentos, o que ocasionaria inúmeras doenças e a fome nas comunidades locais que compõe
o CBH do Rio Meia Ponte.
Afinal, diversas são as providências que podem e devem ser tomadas em conjunto pelos
usuários, sociedade civil e Poder Público, cabendo a este último promover constantemente
ações de racionalização da água nas escolas, comunidades e meios de comunicação.
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6 REFERÊNCIAS
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Iraci Scopel
Universidade Federal de Jataí (UFJ).
iraciscopel@gmail.com
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INTRODUÇÃO
A disponibilidade de água tornou-se um problema bastante discutido no mundo todo.
Discussão essa que vai desde a quantidade até a qualidade da água disponível, a qual é utilizada
para diversas funções, como o abastecimento público. O crescimento da população junto ao
aumento de atividades impactantes ao meio ambiente torna a preocupação com a qualidade da
água ainda maior (LAMPARELLI, 2004).
A qualidade da água está associada com as características naturais da água e com o uso
e cobertura do solo na bacia hidrográfica (SPERLING, 2005). A água, devido às suas
propriedades de solvente e à sua capacidade de transportar partículas, incorpora a si diversas
impurezas, as quais definem sua qualidade, o que permite dizer que a qualidade da água é
determinada em função do uso e cobertura do solo na bacia hidrográfica (ROCHA; CABRAL;
BRAGA, 2014).
O lançamento de substâncias tóxicas utilizadas nas indústrias e na agropecuária causam
problemas à vida aquática e à saúde da população, bem como o lançamento excessivo de
nutrientes, que também causam problemas ao meio aquático (LAMPARELLI, 2004).
O monitoramento ambiental das águas em corpos hídricos é importância, pois as
medidas de variáveis de qualidade da água permitem detectar tendências ou alterações na
qualidade hídrica. O monitoramento dos parâmetros físico-químicos tais como pH, temperatura,
condutividade elétrica, turbidez, entre outros, em águas doces, são necessários para determinar
padrões de qualidade e, a partir das análises, são sugeridos ou não outros tipos de investigação
para se descobrir o nível de degradação de uma bacia hidrográfica (ROCHA; CABRAL;
BRAGA, 2014).
Um dos principais impactos aos recursos hídricos é a eutrofização. Conforme afirma
Esteves (2011), a eutrofização pode ser definida como o enriquecimento da água por nutrientes,
principalmente fósforo e nitrogênio, causando assim o afloramento de algas e atrapalhando a
dinâmica do meio aquático. Logo, torna-se importantes a realização de estudos sobre
incremento de nutrientes em corpos hídricos superficiais. A eutrofização pode ser
compreendida por meio do Índice de Estado Trófico (IET) proposto por Lamparelli (2004).
Este índice é uma fórmula matemática que ajuda na compreensão e interpretação dos resultados,
sendo que relaciona a qualidade da água de acordo com o enriquecimento por nutrientes e o
aumento exagerado das algas ou infestação de macrófitas aquáticas (CETESB, 2016).
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MATERIAL E MÉTODOS
A alta bacia do Ribeirão da Laje localiza-se no perímetro rural e urbano do município
de Rio Verde, Goiás (Figura 1), sendo que esse ribeirão desagua no Rio Verdão, com área de
contribuição inserida na bacia do Rio Paraná.
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados para as variáveis de qualidade da água são apresentados na Tabela 3 e
Tabela 4 para a primeira e segunda campanhas, respectivamente, e para o estado trófico, na
Tabela 5.
Tabela 3. Limites estabelecidos pela Resolução CONAMA 357/05 para as classes de água
doce e resultados obtidos na primeira campanha
Classes* Resultados
Variáveis
1 2 3 4 Ponto 1 Ponto2 Ponto 3 Média
T (ºC) - - - - 22,03 20,10 21,70 21,28
CE (μS.cm )-1
- - - - 2,10 46,37 172,13 73,53
STD (mg.L-1) 500 500 500 - 0,50 21,73 82,23 34,82
Ph 6-9 6-9 6-9 6-9 4,66 7,11 7,15 6,31
TURB (NTU) 40 100 100 - 9,70 4,53 9,13 7,79
-1
DQO (mg.L ) - - - - 2,40 0,70 0,85 1,32
NTR (mg.L-1) 10 10 10 10 < 0,23 < 0,23 3,45 <1,30
FT (mg.L-1) 0,1 0,1 0,15 - 0,20 0,25 0,27 0,24
*Classes de água doce conforme Resolução CONAMA 357/2005.
Tabela 4. Limites estabelecidos pela Resolução CONAMA 357/05 para as classes de água
doce e resultados obtidos na segunda campanha
Classes* Resultados
Variáveis
1 2 3 4 Ponto 1 Ponto2 Ponto 3 Média
T (ºC) - - - - 21,46 21,20 21,60 21,42
CE (μS.cm-1) - - - - 3,08 33,57 234,33 90,33
-1
STD (mg.L ) 500 500 500 - 1,13 20,05 112,07 44,42
pH 6-9 6-9 6-9 6-9 5,43 7,10 7,02 6,52
TURB (NTU) 40 100 100 - 26,13 9,77 48,73 28,21
DQO (mg.L-1) - - - - 4,70 1,65 33,70 13,35
-1
NTR (mg.L ) 10 10 10 10 < 0,23 < 0,23 1,73 <0,58
FT (mg.L-1) 0,1 0,1 0,15 - 0,44 0,49 1,19 0,71
*Classes de água doce conforme Resolução CONAMA 357/2005.
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campanha para o P3, sendo que os valores obtidos em todos os pontos amostrais ultrapassaram
os limites estabelecidos pela resolução supracitada para todas as classes de água doce (Tabela
3; Tabela 4).
Os valores observados para o IET indicam graus de eutrofização elevados nos três
pontos nas duas campanhas (Quadro 2), sendo que na primeira campanha, os três pontos foram
classificados como eutrófico, e na segunda campanha, os pontos P1 e P2, como supereutróficos,
e o P3, como hipereutrófico (Tabela 5).
Considerando que as características geológicas não favorecem índices elevadosdas
variáveis de qualidade da água propostas neste trabalho, os valores altos observados são
relacionados ao uso e cobertura da terra, sendo que, quanto a segunda campanha, tem relação
também com a precipitação pluviométrica (22 mm) ocorrida nas últimas 24 h anteriores a coleta
de amostras. Os altos valores no P3 têm relação também com drenagem urbana e,
possivelmente, despejos de resíduos (Tabela 1; Tabela 2; Figura 2; Figura 3).
Os valores de pH baixos no P1 podem ter relação com o substrato geológico, uma vez
que, em geral, valores de pH < 7 encontrados em águas nas nascentes podem estar ligados ao
tipo de solo, típico do cerrado, o Latossolo, que possui características ácidas (VILELA, 2016),
e ainda, com a falta de Área de Preservação Permanente (no mínimo 50 m de raio) no entorno
da nascente principal. Esta encontra-se desprotegida, com solos descobertos e presença de áreas
aradas para atividades agropecuárias (Figura 4 A).
É importante ressaltar que a água no ambiente do ponto amostral P3 apresentava
coloração escura, com aspecto de incremento de matéria orgânica (Figura 4 C; Figura 4 D).
Conforme Sperling (2005), as águas das chuvas em contato com o solo, através do
escoamento ou infiltração, incorporam sólidos em suspensão ou dissolvidos ao corpo hídrico,
alterando suas condições naturais. Segundo Tundisi e Matsumura-Tundisi (2008), Esteves
(2011) e Sperling (2005), o escoamento superficial em áreas agrícolas e urbanas carreiam
resíduos (matéria orgânica, fonte de fósforo e outros) para corpos hídricos, podendo provocar
a degradação destes.
Os altos valores de fósforo total, que, consequentemente, elevaram os IET,
principalmente no P3, indicam alto grau de degradação do corpo hídrico em questão. Conforme
destacam Tundisi, Matsumura-Tundisi (2008), Esteves (2011) e CETESB (2016), esse nutriente
limita a produtividade nos corpos d’agua e é o principal responsável pela eutrofização artificial
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desses ecossistemas; e a eutrofização das águas pode causar danos graves a um curso hídrico,
tornando-o impróprio para abastecimento público e para realização de algumas atividades.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados obtidos para as variáveis sólidos totais dissolvidos, turbidez e nitrato não
ultrapassaram os limites estabelecidos pela Resolução CONAMA 357/2015 para todas as
classes. Os valores de pH no P1 para as duas campanhas não atenderam aos limites
estabelecidos por essa resolução, isso, possivelmente, devido à falta de proteção (APP) da
nascente, condições naturais e outros. Os resultados de condutividade elétrica e demanda
química de oxigênio indicam possível degradação do corpo hídrico. Os níveis de fósforo total
(acima do permitido para as classes 1, 2 e 3) e Índice de Estado Trófico foram elevados nos três
pontos, principalmente na segunda campanha, possivelmente devido a manejos e práticas
inadequadas na área de estudo, como aplicação intensiva de fontes de fósforo nas lavouras, que
são carreados pelas águas das chuvas para o corpo hídrico, e, no caso do ponto amostral 3,
devido, ainda, a drenagem urbana e despejos de efluentes.
Os valores em inconformidade com a resolução supracitada indicam a necessidade de
planejamento e gestão ambiental da alta bacia hidrográfica do Ribeirão da Laje. Este trabalho
servirá de base para o planejamento e gestão desse recurso, no intuito de reduzir os impactos
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1 INTRODUÇÃO
Devido ao processo de ocupação desordenada nas bacias hidrográficas aliado ao forte
desenvolvimento socioeconômico ocorrido nos últimos tempos, o uso dos recursos hídricos tem
sido mais exigidos, o que consequentemente tem gerado impactos ambientais significativos nos
mesmos, afetando sua qualidade e quantidade (LIMA; CANDEIAS; CUNHA, 2018).
A partir da década de 70, em decorrência da expansão da fronteira agrícola na região
centro-oeste, o sudoeste goiano passou por uma forte reestruturação produtiva, através da
chegada de produtores de outras regiões e introdução de novas tecnologias no campo (MATOS;
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PESSÔA, 2012). Porém, a forma de ocupação e a dinâmica das atividades ligadas a esse setor
têm sido alvo de críticas, principalmente as relacionadas aos impactos políticos, econômicos,
ambientais e distributivos (GARCIA; BUAINAIN, 2016).
Tundisi, Matsumura – Tundisi (2015, p. 24) afirmam que “As atividades humanas na
paisagem, na cobertura vegetal, nos usos do solo, produzindo erosão, sedimentação dos corpos
de água, contaminação e poluição em larga escala, estão afetando os recursos hídricos”. Ou
seja, além das consequências das atividades antrópicas nos cursos hídricos, o uso acentuado dos
mesmos, prejudica diretamente sua qualidade.
De acordo com Von Spierling (2005), a qualidade da água pode ser representada através
de parâmetros físicos, químicos e biológicos, traduzindo as suas principais características.
Sendo assim, variáveis como temperatura, pH, oxigênio dissolvido (OD) e turbidez são
importantes indicativos para a caracterização de um corpo hídrico.
O Programa Nacional de Avaliação da Qualidade das Águas (PNQA), lançado pela
Agência Nacional de Águas (ANA), tem como objetivo geral ampliar o conhecimento
relacionado à qualidade das águas superficiais, subsidiar a gestão sustentável dos recursos
hídricos no Brasil, disponibilizando informações de qualidade das águas no território nacional.
Essas informações são disponibilizadas como metadados, sendo que a partir desses, é possível
analisar e divulgar dados de uma bacia hidrográfica de interesse (ANA, 2018).
Diante do exposto, objetivou-se analisar as variáveis temperatura, pH, OD e turbidez,
durante o período de 2009 a 2017, no Ribeirão Monte Alegre, afluente do Rio Verdão, com
área de contribuição na Bacia Hidrográfica do Rio Paranaíba, no município de Rio Verde (GO),
a partir de dados fornecidos pela Agência Nacional de Águas (ANA, 2016), e comparar com os
limites determinados pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) para água doce.
2 MATERIAL E MÉTODOS
2.1 Área de estudo
A área de estudo (Figura 1) está localizada no Sudoeste de Goiás, em Rio Verde (GO).
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3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na Tabela 2 são apresentados os resultados para as variáveis temperatura, pH, oxigênio
dissolvido e turbidez, encontrados no Ribeirão Monte Alegre (GO), nos períodos de 14 de
agosto de 2009 a 22 de maio de 2017.
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doce (BRASIL, 2005). Alguns fatores como presença de APP e pequenas variações de
temperatura podem ter influenciado no resultado.
Entretanto, ao contrário dos resultados de pH obtidos neste estudo, valores em
inconformidade com a referida resolução foram observados no estudo de Paula (2011) na Bacia
Hidrográfica do Ribeirão das Pedras, em Quirinópolis, Goiás, onde a média do valor de pH
obtida foi de 6,70, sendo que em dois pontos analisados, foram observados valores de 5,40 e
5,00. A autora ressalta que esses valores podem estar associados aos dejetos de animais,
ocasionando a decomposição da matéria orgânica, já que estes locais são regularmente
utilizados para a dessedentação de gado, além das influências climáticas, geológicas e
pedológicas da região.
O oxigênio dissolvido (OD) é indispensável para os organismos aquáticos aeróbicos,
quando seus níveis são reduzidos consideravelmente, há ocorrência de morte de vários seres,
incluindo os peixes. Essa variável está ligada à qualidade dos corpos hídricos, pois está
diretamente relacionada à caracterização dos impactos da poluição das águas em decorrência
de dejetos orgânicos (VON SPERLING, 2017).
Libânio (2010) afirma que as variações no teor de OD são relacionadas aos processos
físicos, químicos e biológicos e que um dos processos que influem na redução da sua
concentração é a respiração ou degradação da matéria orgânica feita por microrganismos
presentes no ambiente. De acordo com Esteves (2011), o OD pode ser influenciado diretamente
pela temperatura, uma vez que ela está ligada com processos oxidativos (respiração dos
organismos e decomposição da matéria orgânica).
Os resultados encontrados para OD variaram de 4,02 a 10 mg.L-1 para todas as datas de
leitura, e a média obtida foi de 8,30 mg.L-1 (Tabela 2). Todos os valores obtidos atenderam ao
limite estabelecido de OD para classe 1 de água doce, com exceção do valor encontrado no dia
28/09/2011, que também ficou abaixo do limite estabelecido para a classe 2 (BRASIL, 2005) e
dentro dos níveis para classe 3, ver Tabela 1 e Tabela 2. Isso pode ter relação com atividades
antrópicas na região, como agropecuária, construções rurais (granjas de criação de aves e
suínos) e outros, que podem favorecer o incremento de matéria orgânica no curso hídrico em
questão.
No trabalho feito por Barbosa (2015) nas nascentes do Rio Meia Ponte, localizadas na
Bacia Hidrográfica do Alto Meia Ponte, Goiás, em um percurso de 200 metros onde foi
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determinado um ponto entre jusante e outro montante, a média dos valores de oxigênio
dissolvido encontrada pelo autor foi de 5,5 mg/L-1, mínimo de 1,2 mg/L-1 e máximo de 8,0
mg/L-1 a jusante das nascentes. Já a montante das mesmas, o valor médio encontrado foi de 5,7
mg/L-1, mínimo de 2,5 mg/L-1 e máximo de 7,8 mg/L-1. O autor afirma que os baixos valores
encontrados justificam-se pela presença de atividades antrópicas, como criação de gado e
lavouras nas proximidades dos pontos amostrais.
Chagas (2015) afirma que a turbidez pode ser definida como o grau de atenuação da
passagem da luz no meio líquido. Von Sperling (2014) usa uma definição parecida como o grau
de interferência com a passagem da luz através da água, dando a água um aspecto turvo. Assim,
em suma a variável tem relação com a concentração de coloides e partículas suspensas. Quando
ela apresenta altos índices, pode reduzir a fotossíntese e, causar desequilíbrio no ambiente
aquático entre outros danos.
Alterações no seu valor podem ter origem de despejos industriais e domésticos,
microrganismos, além disso, um fenômeno muito comum que pode aumentar a turbidez em
altos níveis é a drenagem de área de atividades agropecuárias ou drenagem agrícola,
principalmente quando as práticas e manejo do solo são realizadas de forma inadequada,
podendo causar assoreamento de corpos hídricos.
Os valores obtidos para turbidez variaram de 10,60 a 211,80 UNT. Já a média, foi de
17, 15 UNT. O valor médio atendeu ao limite estabelecido pela resolução para turbidez para
águas de classe 1. Porém, cinco valores (74,00; 50,40; 45,50; 211,80; 62,40 UNT) ficaram
acima do estipulado para classe 1 (Tabela 1; Tabela 2) e um valor (211,80 UNT) ficou acima
do limite permitido para as classes 1, 2 e 3. Isso pode ter relação com a sazonalidade, devido o
maior número de valores acima do permitido ter sido encontrados nos meses de maior
precipitação (Figura 2), o que pode ter favorecido o carreamento de solo, matéria orgânica,
resíduos oriundos das atividades agropecuárias e outros para o corpo hídrico.
Em um estudo realizado por Alves (2016), no Ribeirão das Abóboras, localizado no
município de Rio Verde (GO), foram observados maiores valores de turbidez na estação
chuvosa (20,13 a 34,03 NTU), em decorrência, ressalta o autor, de drenagem agrícola.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Resultado encontrado no Ribeirão Monte Alegre para oxigênio dissolvido (valor abaixo
do limite em uma leitura) não esteve em conformidade com a Resolução CONAMA 357/05
para classe 1 e classe 2, considerando esta última a classe em que o corpo hídrico é enquadrado.
Para a variável turbidez, em cinco leituras os resultados estiveram acima do limite para classe
1 e em uma leitura esteve acima do permitido para classe 1, classe 2 e classe 3. A baixa
concentração de oxigênio dissolvido pode ter relação com o grande aporte de matéria orgânica
oriunda de ações antrópicas; para turbidez os valores altos podem ser em decorrência da
pluviosidade, que favorece o carreamento de partículas para o corpo d’água.
Os resultados encontrados acima do limite podem ser um indicativo de impactos
ambientais oriundos de atividades antrópicas presentes na área de contribuição do ambiente
amostral, como agropecuária, área industrial e construções rurais (granjas de criação de aves e
suínos, residências e outras).
Esses resultados são importantes para o planejamento e a gestão ambiental da referida
bacia hidrográfica. Recomendam-se políticas ambientais que incentivem a conservação desse
recurso hídrico, práticas agrícolas e manejo do solo mais adequadas, que possam conciliar as
atividades econômicas locais com a conservação do meio ambiente, melhorando a qualidade da
água e conservando esse importante corpo hídrico para a região.
REFERÊNCIAS
ALVES, W. S. Aspectos Físicos e Qualidade da Água da Bacia Hidrográfica do Ribeirão
das Abóboras, no Município de Rio Verde, Sudoeste de Goiás. 2016. 171 f. Dissertação
(Mestrado em Geografia). Universidade Federal de Góias (UFG). Jataí, GO, 2016.
AMAZON S3. Imagem Raster. Disponível em: <http://sentinel-pds.s3-website.eu-central-
1.amazonaws.com/>. Acesso em: 27 maio 2018.
BARBOSA, I. S. Análise dos Parâmetros Físico-Químicos e Metais Presentes Nas
Nascentes do Rio Meia Ponte. 2015. 72 f. Dissertação (Mestrado em Ecologia e Produção
sustentável). Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC – GO). Goiânia, GO, 2015.
ANA-Agência Nacional de Águas, 2016. Programa Nacional de Avaliação da Qualidade das
Águas (PNQA). Indicadores de qualidade de água (06/2010 até 05/2017). Disponível em:
<http://estacoespnqa.ana.gov.br/estacoes.aspx>. Acesso em: 21 abr. 2018.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº
357, de 17 de março de 2005. Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes
ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de
lançamento de efluentes, e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa
do Brasil. Brasília, DF, Seção1, 18 de março de 2005, p. 58-63.
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Resumo: No último decênio, o Brasil tem confirmado o seu papel de abastecedor importante nos
mercados internacionais de bens primários. A sua inserção em tais mercados, entretanto, tem sido
interpretada à luz das políticas desenvolvimentistas, considerando sobretudo os efeitos provocados na
economia nacional. Tendo como fio condutor o processo de modernização da agricultura, no tocante a
implementação de novas técnicas no processo de produção, e a consequente alteração da utilização dos
recursos naturais, o presente trabalho visa analisar a utilização dos recursos hídricos na dinâmica da
produção e da produtividade do estado de Mato Grosso e do estado de Minas Gerais. Para esse fim,
contou-se com o apoio de referencial bibliográfico, dados vetoriais (mapas temáticos) processados nos
QGIS, e consultas em fontes secundárias de dados quantitativos.
1. INTRODUÇÃO
Partindo-se do contexto histórico brasileiro para analisar a sua conjuntura econômica
atual, se faz necessário uma memória de sua economia extrativista na qual se baseava outrora.
De acordo com Neto (1986), a primeira atividade extrativista desenvolvida pela coroa
portuguesa foi a extração do pau-brasil (Caesalpinia echinata) , sendo de semelhante modo a
primeira atividade econômica desenvolvida no território. Com a decadência do pau-brasil e a
crescente necessidade de assegurar a posse territorial, o plantio de cana de açúcar, importante
item no mercado europeu, foi então implantado. Inicia-se desta forma a agricultura em terras
brasileiras, sobre as bases dos latifúndios e do aparato do trabalho escravo, este último
desenvolvido até final do século XIX. A descoberta do ouro veio como fator determinante na
mobilidade da população que até então ocupava a zona costeira, a “povoar o oeste brasileiro”.
No entanto, assim como a exploração do pau-brasil a mineração decaiu rapidamente em meados
do século XVIII, e a organização espacial mais uma vez se alterou.
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Para Neto (1986), no século XIX o Brasil passa por uma fase de renascimento agrícola,
ocasionando a mudança do centro dinâmico da economia, onde regiões agrárias mais antigas
(Norte-Nordeste) entram em decadência, e a região Centro-Sul passa a se destacar, sobretudo
pelo plantio de café em grande escala. A economia cafeeira atravessa crises de superprodução,
mas devido a incentivos governamentais consegue perdurar até 1929, quando o “crack” da
Bolsa de New York gera uma crise mundial. O modelo primário-exportador é substituído pela
industrialização baseada na substituição de importações, pautado na hegemonia do modo
capitalista de produção. Como aponta Silva (1980), na agricultura porém, o modelo de relações
capitalistas e a consequente modernização na base técnica de produção se inicia em meados da
década de 60.
Apesar de estabelecer-se essa mudança de modelo de produção, ainda hoje o Brasil não
deixou suas características de um país de economia extrovertida, isto é, dependente de
exportações de produtos primários. A nível mundial, o Brasil atualmente se classifica como
segundo maior exportador de soja e terceiro em algodão, sendo concorrente em diversas outras
culturas. Sua extensão territorial junto a sua rica rede hídrica, são fatores que interferem de
maneira direta em tais resultados. Sobre essa última, o Relatório da Agencia Nacional de Águas
(ANA) do ano de 2016, aponta que 67,2% da água utilizada no país foi destinada a irrigação,
sendo essa uma demanda crescente nos últimos anos. Outros dados levantados pela Food and
Agriculture Organization (FAO) 2017, localiza o Brasil entre os dez países do mundo com
maior área equipada à irrigação. Categoricamente, a medida que se expande as áreas cultivadas
se expande também as áreas irrigadas, sejam elas em razão das culturas ou da demanda dos
mercados.
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A análise sobre a produção da soja feita acima quanto as regiões de maior produção,
se aplica também à produção de milho. Contudo, a escala de produção é muito adversa. As 66
mil toneladas de milho produzidas em todo território brasileiro acabam se tornando diminutas
frente as 95 mil toneladas de soja. O Brasil notoriamente produz mais soja do que qualquer
outra cultura, segundo dados da FAO, até o ano de 2026 ele terá se tornado o maior produtor
de soja do mundo, superando os Estados Unidos, maior produtor atual.
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Figura 3: Uso da Água Preponderante no Brasil (1940 e 2016) FONTE: 2017, ANA.
todo o território no ano de 2016, dando ênfase as Unidades Federativas com maior
preponderância destes:
Figura 4: Mapa dos estados brasileiros com maior número de pivôs centrais em funcionamento com data o ano
de 2016.
4. IRRIGAÇÃO
Como supracitado na introdução desse trabalho, a modernização na base técnica de
produção da agricultura se inicia em meados da década de 60. Considerando o Relatório de
Conjuntura 2017 (2017) divulgado pela ANA, acompanhando esse processo que se deu
paulatinamente pelo território nacional, a irrigação começa a se intensificar a partir da década
de 70 e 80, dirigindo-se de modo especial para as regiões de características físico-climáticas
mais instáveis.
Nessa perspectiva, se faz necessário esclarecer os principais métodos utilizados na
irrigação agrícola. Segundo a ANA, existem a priori quatro métodos de irrigação, sendo eles:
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5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Observou-se a partir da sobreposição das informações da figura 3 e da figura 4 (Uso
de Água Preponderante no Brasil, e Distribuição dos Pivôs Centrais), que a predominância do
uso dos pivôs se dá majoritariamente na Região Sudeste. Quanto a região Centro Oeste, é
possível notar uma porção maior apenas no Estado de Goiás, enquanto Mato Grosso e Mato
Grosso do Sul apresentam uma quantidade muito ínfima. A região Norte apresenta o menor
índice das grandes regiões, já a região Sul e Nordeste apresentam quantidades relativamente
moderadas.
Apesar das variáveis quanto a utilização dos recursos hídricos pelos pivôs centrais, é
preciso uma análise mais sistemática da irrigação para quaisquer afirmações. O maior entrave
se dá pelo fato de que a implementação dessa técnica não se dá de maneira uniforme pelo
território. Seria necessário um estudo com diferentes escalas de análises, e como afirma Harvey
(2004), o que pode parecer relevante em uma escala nem sempre se manifesta em outras.
Constatou-se também, que entre os Estados com maior número de pivôs centrais
destaca-se: Minas Gerais, Goiás e São Paulo. Levando em consideração o ranking da produção
agrícola de milho por Estado no ano de 2016, com a base de dados do IBGE, os Estados
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A primeira vista, mesmo de maneira superficial já é possível notar que a linha trilhada
pelo estado de Minas Gerais (em amarelo) ascende no período abordado, enquanto a linha
representante do estado de Mato Grosso (em azul) tem um pico entre 2015/16 e 2016/17 mas
volta a decair entre 2016/17 a 2017/18. O estado mineiro, com exceção do ano de 2016/17,
mantem a liderança em produtividade, com estabilidade, a diferença no ano 2016/17 que faz
com que Mato Grosso assuma tal liderança é de apenas 287 kg, no entanto o estado não
consegue manter e sua produtividade volta a decair no período seguinte.
No caso da soja, como visto anteriormente já existe uma resposta maior a produtividade,
embora não tenha alcançado ainda a mineira. Tal fator indica uma maior preocupação com a
variável produtividade. O aumento de área, embora aumente a produção, não é em primeira
instância a melhor maneira de lidar com a crescente demanda externa do país. Uma melhor
utilização do solo e dos recursos técnicos disponíveis, podem contribuir de maneira
significativa para um melhor aproveitamento dos recursos empregados e nos resultados da
produção em solo brasileiro.
6. CONCIDERAÇÕES FINAIS
A relação entre área irrigada e produtividade no território brasileiro, no que diz respeito as
duas culturas mais produzidas, são díspares. Embora Mato Grosso possua a maior produção de
milho e soja do país é o estado de Minas Gerais que lidera em produtividade. Tal apontamento
nos mostra a maneira inadequada em que a terra tem sido utilizada. Além de ser um estado
majoritariamente dominado pela monocultura, sendo consequentemente desigual o uso da terra,
deixando essa muitas vezes de cumprir seu papel social, o uso dominante do espaço ainda não
se dá de maneira satisfatória no quesito produtividade.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Agência Nacional de Águas (Brasil). Conjuntura dos recursos hídricos no Brasil 2017: relatório
pleno / Agência Nacional de Águas. -- Brasília: ANA, 201
NETO, F.G. Questão agrária e ecologia: crítica da moderna agricultura. 3ª edição – São
Paulo: Brasiliense, 1986,
SILVA, J.G. O que é questão agrária. 3ª reimpressão. São Paulo: Brasiliense, 1998.
SOUZA, A. P.; MOTA, L. L.; ZAMADEI, T.; MARTIM, C. C.; ALMEIDA, F. T.; PAULINO,
J. Classificação climática e balanço hídrico climatológico no estado de Mato Grosso. Nativa,
Sinop, v. 1, n. 1, p. 34 - 43, 2013. Disponível em: doi: 10.14583/2318- 7670.v01n01a07
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RESUMO: O presente artigo é principalmente um postulado de uma revisão bibliográfica que vem
tratar do reúso da água como alternativa para a gestão dos recursos hídricos, de modo a ampliar as
alternativas para reduzir a escassez hídrica e a degradação dos mananciais. Tanto em locais onde ocorre
as múltiplas agressões ao meio ambiente que reduzem a oferta de água e ainda como tecnologia de
reaproveitamento de água em regiões áridas ou semiáridas. Neste texto é discutido a importância das
águas residuárias nestas situações, bem como o fator qualidade que é talvez o elemento que mais traga
questionamentos quanto ao reúso de águas residuárias, para isto apresentamos e discutimos cinco
critérios gerais apontados por José Roberto Coppini Blum (2003) para o estabelecimento de programas
de reúso da água.
INTRODUÇÃO
As primeiras questões que se pode levantar, seriam, o que são águas residuárias? O que
é reúso da água? Questionamentos respondidos em parte pela resolução n° 54, de 28 de
novembro de 2005 do conselho nacional de recursos hídricos (CNRH), através do seu artigo 2º
diz que para efeito desta resolução, são adotadas as seguintes definições: I -água residuárias:
esgoto, água descartada, efluentes líquidos de edificações, indústrias, agroindústrias e
agropecuária, tratados ou não; II - Reúso de água: utilização de água residuárias; III - água
de reúso: águas residuárias, que se encontram dentro dos padrões exigidos para sua utilização
nas modalidades pretendidas. Quanto as suas classificações existem diversas terminologias,
segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde) o reúso da água pode ser classificado em:
reúso indireto, direto e reciclagem interna. Sendo que podem ser ainda diferenciadas em reúso
indireto intencional ou não intencional. No entanto, Lavrador Filho (1987) indica as seguintes
terminologias para efeito de uniformização da linguagem: reúso indireto não planejado da água;
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reúso planejado da água; reúso indireto planejado da água; reúso direto planejado de água e
reciclagem da água. Enquanto que Westerhoff (1984) e Associação Brasileira de Engenharia
Sanitária (ABES) 1992 – Seção São Paulo, compreende que o reúso da água pode ser
classificado em reuso potável e não potável, sendo que o reúso potável acontece de forma direta
e indireta. Quanto, ao uso não potável, são principalmente para fins: agrícolas, industriais,
domésticos e recarga de aquíferos (FILHO; MANCUSO. 2003).
Acreditamos que a terminologia adotada por Westerhoff (1984) e ABES (1992), seja a
mais apropriada para o uso, por ter um poder de síntese das diversas formas de se reutilizar a
água e também por ser mais objetiva a sua organização. Corrobora neste sentido FILHO e
MANCUSO (2003) que optam por usar essa terminologia por entenderem que elas foram
amplamente utilizadas e divulgadas pela ABES nos “cadernos de Engenharia Sanitária e
Ambiental” em 1992. Bem como, verificamos em outras publicações que essa terminologia é
amplamente utilizada. Portanto as águas residuárias, são aquelas que passaram por algum
processo antrópico, em que se perdeu suas características naturais, neste caso se enquadra os
efluentes domésticos, industriais e o da agricultura. Estes efluentes são convencionalmente
chamados de esgotos. Entretanto, o reúso da água seria destinar estas águas de efluentes
(esgotos) para serem novamente utilizadas, podendo ser para fins potáveis ou não potáveis,
desde que atendam os padrões de qualidade definidos previamente para aquela finalidade.
No entanto é necessário mencionar que o reúso da água, tem algumas restrições quanto
a sua fonte, de acordo com Hespanhol (2002) “O reúso, para fins potáveis, só pode ser praticado,
tendo como matéria prima básica esgotos exclusivamente domésticos”. Isto porque efluentes
provenientes de processos industriais apresentam alta quantidade de compostos químicos,
metais pesados e organismos patogênicos, e isto acarreta problemas à saúde pública, como
também seu processo de tratamento terá custo mais elevado, devido a composição dos efluentes.
Os esgotos de origem doméstica/municipal não são recomendáveis para o reúso destinados a
fins potáveis, porque ainda são necessárias mais pesquisas para avaliar o impacto das
substâncias sintéticas que podem estar contidas em remédios e produtos de higiene pessoal
lançados nos efluentes. Além das questões relacionadas à saúde, deve-se considerar a aceitação
pública sobre o reúso de águas residuárias essencialmente para fins potáveis, por ainda encontra
bastante objeção por parte da sociedade, em parte pela desinformação sobre o reúso da água,
sendo assim é sugerido o reúso de efluentes para fins não potáveis.
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OBJETIVOS
O contato com a bibliografia sobre a temática, nos fez refletir sobre o grande potencial
que está diante e próximo da sociedade, mas que em muito ignoramos, talvez por falta de
conhecimento. Na nossa visão o reúso da água não é discutido ou talvez de modo muito
superficial na Geografia. Digamos que o objetivo principal é trazer esse tema para os
pesquisadores da Geografia, para ser debatido e assim fomentar pesquisas na área. Acreditamos
que os geógrafos poderão contribuir ainda mais com os estudos de potencialidades, viabilidades
e até processos de implementação real das técnicas descritas nas bibliografias específicas.
MATERIAIS E MÉTODOS
Este texto, é claramente uma revisão bibliográfica, considerando que há uma vastidão
de trabalhos publicados sobre o tema. E que ao menos é desconhecido o emprego do reúso da
água na microrregião do Sudoeste de Goiás. Assim vale-se principalmente dos livros Reúso da
Água (Editores: Pedro Caetanos Sanches Mancuso, Hilton Felício dos Santos) de 2003. Esta
bibliografia é indispensável para compreensão do tema, vários autores estudiosos/especialistas
apresentam suas contribuições nesta publicação. Este livro vem sendo amplamente
recomendado nas ementas da disciplina de Reúso da Água, em diversas instituições de ensino.
A outra fonte essencial para construção deste texto foi o livro: Reúso da Água: Conceitos,
teorias e práticas (autores: Dirceu d'Alkmin Telles e Regina Pacca Costa). Sendo estas as
principais referências, porém várias outras são usadas, sendo que estão devidamente
referenciadas no texto.
Realizamos uma leitura cuidadosa das referências, que também indicamos como
introdutórias ao tema. A partir das leituras procuramos levantar alguns pontos que
consideramos importantes, estes pontos foram organizamos: a) reúso como estratégia face à
escassez hídrica; b) A questão da qualidade da água e sua relação com o reúso; c) Critérios
Gerais para os programas de reúso da água. Define-se estes pontos que compreendemos ser
neste momento necessários para fazer as argumentações sobre a temática da reutilização de
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águas residuárias. Apresentado de modo crítico, a possibilitar ao leitor do texto uma sensação
de introdução ao tema e reflexão da importância do reúso da água no contexto das condições
dos recursos hídricos na atualidade.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
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de vida dos seus habitantes. Segundo Blum (2003), a escassez hídrica é responsável pelos
problemas mais graves de saúde pública. No entanto, o reúso visa evitar o desperdício da
oportunidade de aproveitamento de uma água de qualidade inferior para usos seguros, assim,
preservando e aumentando o estoque de água potável. É interessante a afirmação de Santos e
Mancuso.
O reúso, até há alguns anos tido como opção exótica, é hoje uma alternativa
que não pode ser ignorada, notando-se a distinção cada vez menor entre a
técnica de tratamento de água versus técnicas de tratamento de esgotos.
(SANTOS; MANCUSO. 2003. p. 04).
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2016 no Brasil apenas 57,02 % dos esgotos foram coletados, deste percentual 92,08 %
receberam tratamento.
Quanto aos seus potenciais são inúmeros, mas podemos apontar alguns: irrigação
agrícola, reúso urbano, na indústria e na recarga de aquíferos. O Relatório Mundial das Nações
Unidas sobre o Desenvolvimento dos Recursos Hídricos 2017, considera que na América Latina
e no Caribe a agricultura é a maior consumidora de água, com mais de 70% das extrações,
enquanto o abastecimento doméstico corresponde a 17% e o industrial 13%. Se considerarmos
neste primeiro momento em especial o reúso da água na agricultura em muito reduziria a
necessidade da extração de água e ainda se daria uma destinação às águas residuárias, podendo
ainda recuperar os nutrientes que nelas se encontram, dentre estes nutrientes pode-se citar o
fósforo que conforme previsões nas próximas décadas as fontes de fósforo mineral extraíveis
irão se tornar escassas ou se exaurir. Assim “É provável que a coleta e o uso da urina se tornem
componentes cada vez mais importantes na gestão ecológica das águas residuais, uma vez que
ela contém 88% de nitrogênio e 66% de fósforo encontrado nos dejetos humanos – componentes
essenciais para o crescimento das plantas”. (UNESCO, 2017. p. 5). Ou seja, as águas residuais
constituem uma alternativa para a agricultura, não só pela água em si, mas pelos nutrientes nela
contida. No Brasil, já existem experiências onde foi possível reduzir drasticamente o consumo
de NPK (Nitrogênio, Fósforo e Potássio), o que consequentemente reduz o custo da produção.
Porém não se pode estabelecer programas ou projetos de reúso da água se não for bem
dimensionados os critérios de qualidade dessa água de reúso.
Padrões de qualidade das águas são estabelecidos por lei, baseado em conhecimentos
científicos. No Brasil temos uma legislação que visa estabelecer padrões para a qualidade da
água, como a portaria 36/ GM e portaria 1.469 de 2000. Entretanto, os parâmetros de qualidade
para águas superficiais são estabelecidos pela resolução CONAMA nº 20. Segundo a portaria
1469/2000 no Art. 4º para os fins a que se destina esta norma, adota-se a seguinte definição
para água potável: água para consumo humano cujos parâmetros microbiológicos, físicos,
químicos e radioativos atendam ao padrão de potabilidade e que não ofereça riscos à saúde. A
definição acima se refere quanto ao padrão de qualidade de águas, é não especificamente as
águas residuárias em suas diversas aplicações. A falta de uma legislação específica faz que se
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O consultor químico José Roberto Coppini Blum (2003) estabelece cinco (5) critérios
básicos que devem ser adotados para o reúso de águas provenientes de efluentes tratados:
critérios de proteção à saúde; critérios de qualidade para aceitação pelo usuário; critérios de
proteção ambiental; critérios de confiabilidade da fonte.
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motivo diversos países e regiões de clima árido e semiárido, onde o reúso é comum adota-se
critérios ou orientações gerais que visam estabelecer padrões de qualidade para as águas
residuárias. São adotados padrões e orientações, geralmente no controle de organismos
patogênicos (bactérias, vírus, protozoários, fungos ou helmintos) através do tratamento dos
efluentes e do monitoramento. Enquanto que as substâncias químicas orgânicas/inorgânicas
podem ser evitadas dando preferência a esgotos de origem domésticas, desde modo não é
recomendável o reúso de esgotos industriais. Segundo Blum (2003.p. 138) os esgotos
municipais (domésticos) “não contém substâncias inorgânicas em teores que impeçam seu uso
para diversas finalidades, após um tratamento adequado”. Assim, é considerado que esgotos
domésticos após o processo de tratamento com tecnologias convencionais, reduz a
concentração de matéria orgânica de origem humana (material fecal) detergentes, gorduras e
etc., até os níveis exigidos para reúso.
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por parte do usuário, necessitando ainda de uma série de elementos para propiciar informações
suficientes que venha a trazer ao consumidor a segurança para o consumo.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para a reutilização de águas residuárias para uso potável ou não potável é indicado o uso
efluentes tratados de origem doméstica, devido à baixa quantidade de substâncias
potencialmente prejudiciais à saúde humana e ao meio ambiente. Isto porque efluentes
provenientes de origem doméstica após receber os tratamentos de esgotos tradicionais,
apresentam características que em nada abone o seu reúso. Em relação os efluentes industriais,
estes podem ser reutilizados na própria indústria, seja por meio de resfriamento de caldeiras,
lavagem de pisos ou até mesmo para irrigação das áreas verdes da instalação predial. Deste
modo, a utilização de águas residuárias se apresenta como uma tecnologia ou alternativa viável
e eficiente na gestão hídrica. Por permitir redução da retirada da água superficial é subterrânea,
por proporcionar aos efluentes tratados uma destinação final correta, sem que traga prejuízos
ao meio ambiente e a saúde humana. Ainda mais que reutilização destas águas pode ocorrer de
diversas formas e diversos fins (agricultura, urbano, industrial e recarga de aquíferos e etc.),
porém é preciso adoção de parâmetros de qualidade, para garantir que seja uma tecnologia
sustentável, firmada nos pilares da sustentabilidade (social, econômico e ambiental).
REFERÊNCIAS
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RESUMO: A escassez de água potável já é realidade em várias partes do mundo, o que só tem sido
agravada com o aumento populacional e consequentemente, com a maior geração de resíduos
poluidores, pois estes geralmente são descartados em rios que poderiam abastecer cidades inteiras.
Procurando formas alternativas de reaproveitar estas águas e diminuir o uso de água potável para fins
que não sejam os de consumo, este trabalho traz revisões literárias de artigos acerca da utilização da
água residuária na irrigação da agricultura, destacando seus pontos positivos e negativos. Além de
fornecer água, este tipo de prática ainda ajuda na biofertilização, já que sendo de reúso, traz consigo
nutrientes favoráveis as plantas, porém com a falta de pesquisa o progresso da atividade vem sendo
prejudicado, pois não há dados concretos quanto a teores de possíveis contaminantes, o que pode ser de
grande risco á saúde humana, o que acaba afetando também a parte legislativa sobre o reúso, pois sem
informações completas, se torna superficial, por não ter diretrizes baseadas em dados científicos.
INTRODUÇÃO
Atender a demanda de água da população mundial tornou-se um dos grandes desafios
da atualidade. O consumo mundial de água tem aumentado a uma taxa de aproximadamente
1% ao ano, em principal decorrência do crescimento populacional e continuará a aumentar de
forma significativa durante as próximas duas décadas, onde a demanda por água das indústrias
e das residências aumentará muito mais rápido do que a demanda da agricultura, embora o setor
agrícola continuará tendo o maior consumo em termos gerais (WWAP, 2018).
O alto consumo de água associado as grandes quantidades de efluentes gerados pelos
seres humanos têm agravado a situação de escassez e poluição da água, o que segundo dados
da Unicef hoje, menos da metade da população mundial tem acesso à água potável (HENZ et
al., 2016; ANA, Agência Nacional das Águas, s.d.).
Apesar do cenário de escassez, parte desta água potável é usada na agricultura para a
irrigação, o que corresponde a 73% do consumo mundial de água, mas embora a agricultura
irrigada seja o principal uso de água, sua importância não pode ser desprezada, uma vez que
resulta em aumento da oferta de alimentos e preços menores em relação àqueles produzidos em
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áreas não irrigadas devido ao aumento substancial da produtividade (ANA, Agência Nacional
das Águas, s.d.).
Com o intuito de diminuir a parcela de água potável utilizada para fins que não sejam
o de consumo, vêm-se procurando encontrar alternativas para diminuir a poluição dos recursos
hídricos disponíveis e uma das soluções encontradas, que já era relatada desde a Grécia Antiga,
foi a de utilizar água de reúso para a irrigação na agricultura, o que tem enorme valor, pois uma
pessoa, por dia, pode produzir cerca de 200L de águas residuárias (ANDRADE JÚNIOR, 2007).
O poder depurador do solo é muito maior que o poder depurador das águas, pois o
solo funciona como filtro, além de promover a decomposição da matéria orgânica ainda
presente em efluentes tratados, fornece água, e alguns nutrientes para as plantas. Entretanto, o
uso de resíduos em solos deve ser constantemente monitorado, para que não haja contaminação
do sistema solo-água-planta (BERTONCINI, 2008).
MATERIAIS E MÉTODOS
OBJETIVOS
Objetivou-se apontar através de revisões literárias o potencial de emprego do uso de
água de reúso no meio agrícola como fonte alternativa para a irrigação.
Destacar as leis e definições que regem a prática de acordo com os órgãos competentes.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Águas de reúso
O reúso de água não potável representa o múltiplo uso de águas, sendo também
denominado de águas recicladas, reaproveitadas, reúso ou uso de águas reutilizáveis. No reúso,
a água residuária coletada nos diversos locais é tratada e depois utilizada para diversos fins,
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A prática de reúso na irrigação ainda é pouco praticada no Brasil e sua legislação ainda
é muito branda, porém algumas definições já começam a entrar em vigor, como é o caso da
Resolução n° 54, de 28 de novembro de 2005, do Conselho Nacional de Recursos Hídricos –
CNRH, que estabelece que:
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Mesmo tendo estas leis que trazem definições e diretrizes, ainda faltam as normas que
evidenciem quais as taxas seguras de aplicação para cada cultura e quais os reais danos que
cada contaminante pode ocasionar ao sistema solo-água-planta. E a ausência de legislação
sobre o assunto pode trazer consequências como: altos riscos de contaminação do meio
ambiente, caso a água não tenha sido tratada corretamente; práticas inadequadas por não haver
informações suficientes sobre o assunto; riscos à saúde pública por contaminações e dificuldade
de autorização dos órgãos ambientais. (BERTONCINI, 2008; CUNHA et al. 2010).
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Para que as águas possam ser reutilizadas, é preciso que estas passem por uma série de
tratamentos onde o principal objetivo é diminuir a quantidade dos sólidos totais suspensos e
dissolvidos, a demanda bioquímica de oxigênio (DBO), a demanda química de oxigênio (DQO)
e também exterminar o máximo possível de organismos patogênicos (BERTONCINI, 2008).
De acordo com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES,
1997), os tratamentos dos efluentes consistem em:
• Tratamentos preliminares: retirada de material mais grosseiro
como areia, sólidos grandes, óleos e graxas, utilizando grades, caixas
de areia e tanques de flutuação;
• Tratamentos primários: retirada de materiais sólidos em
suspensão, não grosseiros, em unidades de sedimentação e
decantadores;
• Tratamentos secundários: remoção de sólidos e de matéria
orgânica não sedimentável e, eventualmente, nutrientes como
nitrogênio e fósforo;
• Tratamentos terciários: remoção de poluentes tóxicos ou não
biodegradáveis ou eliminação de poluentes não degradados no
tratamento secundário;
• Desinfecção: eliminação dos patógenos que sobreviveram aos
tratamentos anteriores, utilizando métodos naturais, como lagoa de
maturação, ou métodos artificiais, como a radiação ultravioleta, a
cloração e a ozonização.
Categorias de reúso
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As águas de reúso não potáveis para fins agrícolas é aquela a qual se espera obter para
a irrigação da agricultura.
Para a prática do reúso é necessário conhecer as bases legais e assim definir a forma
correta do mesmo (ANA, Agência Nacional das Águas, s.d.).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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A diminuição dos efluentes nos cursos dos rios já mostra o quão benéfico a reutilização
das águas não potáveis pode ser.
As leis quanto ao reúso já deveriam estar presentes e completas, assim como as
pesquisas, que deveriam avançar nesta área, pois assim diminuiria a dificuldade de
implementação da prática, a disseminação de informações seria maior o que ajudaria a cometer
menos erros e aproveitar mais os benefícios das águas de reúso.
REFERÊNCIAS
ANA. Agência Nacional das Águas. Reúso de água agrícola e florestal. [S. l.], s.d. Disponível
em: <https://capacitacao.ead.unesp.br/dspace/bitstream/ana/84/10/Unidade_1.pdf>. Acesso
em: 12 maio 2018.
ANDRADE JÚNIOR, A. S. de, et al. Reúso de águas residuárias tratadas nas irrigações.
Embrapa Meio-Norte: Teresina, PI, 2007. Disponível em:
<https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CPAMN-2009-
09/21758/1/reuso_aguas_2.pdf>. Acesso em: 13 maio 2018.
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HENZ, F. et al. Reúso da água para fins agrícolas. In: ANAIS DA X AGRO, 10, 2016, Cascavel.
Anais eletrônicos… Disponível em:
<https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CPAMN-2009
09/21758/1/reuso_aguas_2.pdf>. Acesso em: 13 maio 2018.
WWAP (United Nations World Water Assessment Programme). 2018. The United Nations
World Water Development Report 2018: Nature-based Solutions. Paris, UNESCO. Disponível
em: <http://www.unesco.org/new/en/naturalsciences/environment/water/wwap/wwdr/2018-
nature-based-solutions/> Acesso em: 14 maio 2018.
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Iraci Scopel
Universidade Federal de Jataí (UFJ)
iraciscopel@gmail.com
RESUMO: Considerando a importância dos recursos hídricos para as diversas formas de vida e os
impactos ambientais negativos causados a estes recursos pela ação antrópica, objetivou-se analisar a
demanda bioquímica de oxigênio (DBO) e o oxigênio dissolvido (OD) na água do Rio Meia Ponte,
localizado dentro da região centro-sul do Estado de Goiás. Os resultados foram obtidos pela Secretaria
Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Goiás (SEMARH-GO), atualmente denominada de
Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Infraestrutura, Cidades e Assuntos
Metropolitanos (SECIMA), e disponibilizados pela Agencia Nacional de Águas no formato de
metadados. Destes foram extraídos os resultados de DBO e OD para sete pontos amostrais, os quais
foram nomeados de ponto 1 (P1) a ponto 7 (P7), localizados ao longo do Rio Meia Ponte, um dos
principais cursos hídricos na região supracitada. Os resultados foram comparados com limites
estabelecidos pela Resolução CONAMA 357/2005 para água doce classe 1 (limite: DBO 3 mg.L-1;
OD 6,00 mg.L-1), classe 2 (limite: DBO 5,0 mg.L-1; OD 5,0 mg.L-1), classe 3 (limite: DBO 10,0
mg.L-1; OD 4,0 mg.L-1) e classe 4 (limite: DBO 10,0 mg.L-1; OD > 2,0 mg.L-1). Ressalta-se que,
conforme a resolução supracitada, o curso hídrico em questão é enquadrado na classe 2. Os maiores
resultados de DBO e menores resultados de OD, considerando a média para cada ponto amostral, foram
observados para os pontos amostrais P3 (DBO: 5,1 mg.L-1; OD: 4,9 mg.L-1), P4 (DBO: 7,2 mg.L-1; OD:
4,9 mg.L-1) e P5 (DBO: 8,0 mg.L-1; OD: 3,6 mg.L-1). Para DBO, os resultados obtidos (média) que
atenderam: a classe 1, foram os do P1 (3,0 mg.L-1), P6 (2,4 mg.L-1) e P7 (1,7 mg.L-1); classe 2, P2 (3,8
mg.L-1); classe 3, P3 (5,1 mg.L-1), P4 (7,2 mg.L-1) e P5 (8,0 mg.L-1); e classe 4, nenhum. Os valores,
considerando a média, de OD que atenderam a: classe 1, foram os do P1 (6,5 mg.L-1), P2 (6,0 mg.L-1) e
P6 (6,3 mg.L-1); classe 2, P7 (5,8 mg.L-1); classe 3, P3 (4,9 mg.L-1) e P5 (4,2 mg.L-1); e classe 4, nenhum.
Considerando que o corpo hídrico é classe 2, os resultados de DBO e OD em inconformidade foram obtidos
para os pontos P3, P4 e P5. Os altos valores de DBO e baixos valores de OD têm relação com incremento de
matéria orgânica no corpo hídrico por ação antrópica. Estes resultados subsidiaram a gestão ambiental desse
recurso hídrico.
Palavras chaves: gestão ambiental, impactos ambientais, Resolução CONAMA 357/2005.
1 INTRODUÇÃO
A poluição compromete os recursos hídricos em várias regiões, sendo prejudicado, nas
cidades, pelo seu crescente consumo, contaminação por esgotos domésticos, ocupação das
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margens dos arroios e rios por habitações e, na zona rural, pela exploração exagerada e
destruição da mata ciliar, originando espaço ocupado com atividades agrícolas e de pecuária e,
muitas vezes, com o aporte de excrementos de origem animal (SILVA et al., 2008).
A crescente produção agrícola está contribuindo de forma efetiva para a contaminação
das águas, tanto em nível superficial quanto subterrâneo. Esta contaminação ocorre tanto pelo
uso indiscriminado de defensivos agrícolas, quanto por falta de informação ou pelo interesse
no lucro (PRATES; GEBARA; RÉ-POPPI, 2011). Outro problema ambiental é o grande
volume de despejos de resíduos (domésticos e industriais) nos cursos hídricos sem tratamento
apropriado, causando impactos negativos na qualidade da água e, consequentemente, danos à
fauna, flora e ao homem (TUNDISI; MATSUMURA-TUNDISI, 2008; ESTEVES, 2011;
ALVES, 2016).
A Lei Federal nº 9.433 de 8 de janeiro de 1997 institui a bacia hidrográfica como unidade
territorial para aplicação da Política Nacional de Recursos Hídricos. (PNRH), sondo a bacia
hidrográfica definida como unidade para a gestão do meio ambiental, onde podem ser
encontradas transformações causadas espontaneamente ou pelo homem (BRASIL, 1997).
A Resolução CONAMA n° 357, de 17 de março de 2005, dispõe sobre a classificação
e diretrizes ambientais para o enquadramento dos corpos de água superficiais e dá outras
providências. As águas doces são classificadas, segundo a qualidade requerida para os seus usos
preponderantes, em cinco classes de qualidade, sendo estas: especial (destinadas ao
abastecimento para consumo humano, com desinfecção; à preservação do equilíbrio natural das
comunidades aquáticas; à preservação dos ambientes aquáticos em unidades de conservação de
proteção integral); classe 1 (podem ser destinadas ao abastecimento para consumo humano,
após tratamento simplificado; à proteção das comunidades aquáticas; à recreação de contato
primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho, conforme Resolução CONAMA no
274, de 2000; à irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que se desenvolvam
rentes ao solo e que sejam ingeridas cruas sem remoção de película; e à proteção das
comunidades aquáticas em Terras Indígenas); classe 2 (podem ser destinadas ao abastecimento
para consumo humano, após tratamento convencional; à proteção das comunidades aquáticas;
à recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho, conforme
Resolução CONAMA no 274, de 2000; à irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de parques,
jardins, campos de esporte e lazer, com os quais o público possa vir a ter contato direto; e à
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A região onde está inserida a bacia hidrográfica deste estudo abriga o maior contingente
populacional do Estado de Goiás, apresentando grande importância estratégica do ponto de
vista social, econômico e ambiental (VEIGA et al., 2013). A bacia hidrográfica do Rio Meia
Ponte, um dos principais Recursos Hídricos do Estado de Goiás, recebe despejos de poluição
indiretamente como diretamente, sujeita às inúmeras ações antrópicas, como lançamento de
esgotos, desmatamentos, extração de areia, ocupação das margens por moradias humanas
(CARVALHO e SIQUEIRA, 2011).
2 MATERIAL E MÉTODOS
2.1 Área de estudo, pontos amostrais, obtenção e análise dos resultados
A Bacia Hidrográfica (12.548,50 km ²) do Rio Meia Ponte está localizada dentro da
região centro-sul do Estado de Goiás, na região central do Brasil, conforme Figura 1.
Os pontos amostrais, 7 no total, estão localizados ao longo do corpo hídrico, da nascente
principal (ponto 1: P1) a até próximo a foz (ponto 7: P7), como pode ser observado na Figura
1.
No Quadro 1 são apresentados as coordenadas de localização e os códigos das estações
de monitoramento. No Quadro 2 são apresentadas descrições do uso cobertura da terra nas áreas
de contribuição dos pontoas amostrais na bacia hidrográfica em questão.
Os resultados foram obtidos pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos
Hídricos de Goiás (SEMARH-GO), atualmente denominada de Secretaria de Estado de Meio
Ambiente, Recursos Hídricos, Infraestrutura, Cidades e Assuntos Metropolitanos (SECIMA),
integrante/parceira do Programa Nacional de Avaliação da Qualidade das Águas (PNQA), e
disponibilizados pela Agencia Nacional de Águas (ANA, 2016) no formato de metadados.
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Figura 1. Localização da bacia hidrográfica do Rio Meia Ponte e dos pontos amostrais, no
Estado de Goiás (GO), Brasil.
A partir dos metadados geográficos disponibilizados pela ANA (2016), foram extraídos
a rede de drenagem, a área da bacia, os pontos amostrais e os resultados de demanda bioquímica
de oxigênio (DBO) e oxigênio dissolvido (OD) na água da bacia hidrográfica do Rio Meia
Ponte, Goiás.
A análise estatísticas realizada para melhor entender os resultados foi o estudo do desvio
padrão, como disponibilizado pela ANA (2016). Foi realizada análise de conformidade aos
padrões legais, sendo as médias comparadas com limites (valores de referências) estabelecidos
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pela Resolução CONAMA 357/2005 para água doce classe 1, classe 2, classe 3 e classe 4
(Tabela 1).
Quadro 2. Descrição dos usos e cobertura nas áreas de contribuição dos pontoas amostrais na
bacia hidrográfica do Rio Meia Ponte, Goiás, Brasil
Ponto
Descrição
amostral
Localizado na nascente principal, sendo esta protegida por vegetação de cerrado,
P1 antes de áreas urbanizadas. A partir da vegetação nativa, observa-se áreas de
pastagem.
Localizado a 74,98 km da nascente principal. Os usos observados na área de
contribuição são: agricultura (predominante), pastagem, área urbana (Itauçu,
P2 Inhumas, Damolândia, Ouro Verde de Goiás, Nova Veneza, Brazabrantes,
Goianira, Santo Antônio de Goiás, Neropolis, Terezopolis de Goiás, Goianápolis,
Santo Antônio de Goiás, Anápolis, Campo Limpo, Damolândia) e industrial.
Localizado a 88,19 km da nascente principal, dentro do perímetro urbano de
Goiânia. Os usos observados na área de contribuição são: agricultura
(predominante), pastagem, área urbana (Itauçu, Inhumas, Damolândia, Ouro
P3
Verde de Goiás, Nova Veneza, Brazabrantes, Goianira, Santo Antônio de Goiás,
Neropolis, Terezopolis de Goiás, Goianápolis, Santo Antônio de Goiás, Anápolis,
Campo Limpo, Damolândia, Goiânia) e industrial.
Localizado a 109,48 km da nascente principal, logo depois do perímetro urbano
de Goiânia. Os usos observados na área de contribuição são: agricultura
(predominante), pastagem, área urbana (Itauçu, Inhumas, Damolândia, Ouro
P4 Verde de Goiás, Nova Veneza, Brazabrantes, Goianira, Santo Antônio de Goiás,
Neropolis, Terezopolis de Goiás, Goianápolis, Santo Antônio de Goiás, Anápolis,
Campo Limpo, Damolândia, Goiânia, Aparecida de Goiânia, Senador Canedo,
Bonfinópolis) e industrial.
Localizado a 155,72 km da nascente principal. Os usos observados na área de
contribuição são: agricultura (predominante), pastagem, área urbana (Itauçu,
Inhumas, Damolândia, Ouro Verde de Goiás, Nova Veneza, Brazabrantes,
P5 Goianira, Santo Antônio de Goiás, Neropolis, Terezopolis de Goiás, Goianápolis,
Santo Antônio de Goiás, Anápolis, Campo Limpo, Damolândia, Goiânia,
Aparecida de Goiânia, Senador Canedo, Bonfinópolis, Caldazinha, Aragoiânia,
Hidrolândia, Bela Vista de Goiás) e industrial.
Localizado a 231,35 km da nascente principal. Os usos observados na área de
contribuição são: agricultura (predominante), pastagem, área urbana (Itauçu,
Inhumas, Damolândia, Ouro Verde de Goiás, Nova Veneza, Brazabrantes,
Goianira, Santo Antônio de Goiás, Neropolis, Terezopolis de Goiás, Goianápolis,
P6
Santo Antônio de Goiás, Anápolis, Campo Limpo, Damolândia, Goiânia,
Aparecida de Goiânia, Senador Canedo, Bonfinópolis, Caldazinha, Aragoiânia,
Hidrolândia, Bela Vista de Goiás, Professor Jamil, Cromínia, Piracanjuba) e
industrial.
Localizado a 419,91 km da nascente principal. Os usos observados na área de
P7
contribuição são: agricultura (predominante), pastagem, área urbana (Itauçu,
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados obtidos a partir de metadados disponibilizados pela ANA (2016) de
demanda bioquímica de oxigênio (DBO) e oxigênio dissolvido (OD) são apresentados na
Tabela 2 e Tabela 3, respectivamente.
Os valores de DBO obtidos ao longo do Rio Meia Ponte variaram de 0,0 a 49,0 mg.L-1.
Os menores valores foram observados nos pontos amostrais P1 (0,0 mg.L-1), P2 (0,5 mg.L-1),
P5 (0,5 mg.L-1), P6 (0,0 mg.L-1) e P7 (0,0 mg.L-1). Foram observados maiores valores nos
pontos P1 a P5. Considerando a média geral para cada ponto amostral, foram observadas
maiores médias nos pontos P3 (5,1±7,0 mg.L-1), P4 (7,2±6,3 mg.L-1) e P5 (8,0±10,0 mg.L-1).
Quanto à análise de conformidade aos padrões legais, as águas foram classificadas em: classe
1, nos pontos P1, P6 e P7; classe 2, no P2; e classe 3, P3, P4 e P5. Considerando que o Rio
Meio Ponte é enquadrado na classe 2, os resultados obtidos para os pontos P3, P4 e P5 não
atenderam aos limites exigidos na Resolução CONAMA 357/2005 (BRASIL, 2005), ver Tabela
1 e Tabela 2.
Tabela 3. Resultados de oxigênio dissolvido (OD), de 2001 a 2014, no Rio Meia Ponte, no
Estado de Goiás, Brasil
Oxigênio dissolvido (OD) em mg.L-1
Ponto amostral NU MI MA ME SD
1 34 3,0 9,8 6,5 1,3
2 34 3,8 10,0 6,0 1,4
3 35 1,4 7,5 4,9 1,4
4 33 0,0 6,2 3,6 1,7
5 42 0,0 7,6 4,2 1,8
6 40 4,8 7,6 6,3 0,7
7 40 2,0 10,6 5,8 1,4
NU: número de amostras; MI: mínimo; MA: máximo; ME: média; SD: desvio padrão.
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Fonte: Elaborado pelo autor a partir de metadados disponibilizados pela Agencia Nacional de
Águas (ANA, 2016).
Os níveis altos de DBO, principalmente nos pontos P3, P4 e P5, podem ser devido ao
nível elevado de matéria orgânica, incrementada por ações antrópicas como despejos de
efluentes domésticos, industriais, agropecuários e outros sem tratamento e/ou com tratamento
inadequado. Quanto mais matéria orgânica na água, maior a proliferação de microrganismos
devido as condições favoráveis, como consequência, aumenta também o consumo de oxigênio
por esses seres microscópicos (DBO), uma vez que esse gás é necessário para a oxidação da
matéria orgânica por essa fauna microbiológica, podendo diminuir em níveis críticos o OD e
provocar desequilíbrios ambientais importantes. Observa-se nas Tabelas 2 e Tabela 3 que os
pontos amostrais P3, P4 e P5 apresentaram os maiores níveis de DBO e, consequentemente,
também apresentaram as menores concentrações de OD.
Conforme CESTESB (2016): a DBO de uma água é a quantidade de oxigênio necessária
para oxidar a matéria orgânica por decomposição microbiana aeróbia para uma forma
inorgânica estável; os maiores aumentos em termos de DBO, num corpo d’água, são
provocados por despejos de origem predominantemente orgânica; a presença de um alto teor
de matéria orgânica pode induzir ao completo esgotamento do oxigênio na água, provocando o
desaparecimento de peixes e outras formas de vida aquática; um elevado valor de DBO pode
indicar um incremento da microflora presente e interferir no equilíbrio da vida aquática, além
de produzir sabores e odores desagradáveis e, ainda, poder obstruir os filtros de areia utilizados
nas estações de tratamento de água.
Ressalta-se que, conforme (CETESB, 2016), os níveis de oxigênio dissolvido indicam
a capacidade de um corpo d’água natural em manter a vida aquática e que, nesse sentido, águas
poluídas são aquelas que apresentam baixa concentração de oxigênio dissolvido (devido ao seu
consumo na decomposição de compostos orgânicos), enquanto que as águas limpas apresentam
concentrações de oxigênio dissolvido elevadas, chegando até a um pouco abaixo da
concentração de saturação. O oxigênio dissolvido é importante para avaliar as condições
naturais da água e detectar impactos ambientais como eutrofização e poluição orgânica,
afirmam Santos e Borges (2012).
Conforme Esteves (2011), a oxidação da matéria orgânica, resultado da atividade dos
microrganismos, perda para a atmosfera, respiração de organismos aquáticos e oxidação de íons
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III Fórum Regional das Águas e XX Encontro de Geografia da UEG
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metálicos, como por exemplo o ferro e o manganês, contribuem para a redução da concentração
do oxigênio na água. Sperling (2005) destaca que a matéria orgânica pode ter origem natural,
ou seja, vegetal, animal e microrganismos e antropogênica como despejos domésticos e
industriais; destaca, ainda, que a matéria orgânica presente nos corpos d’água e nos esgotos é
uma característica de primordial importância, sendo a causadora do principal problema de
poluição das águas: o consumo do oxigênio dissolvido pelos microrganismos nos seus
processos metabólicos de utilização e estabilização da matéria orgânica.
Em outro trabalho, realizado por Souza, Bertossiana, Lastoria (2015), sobre a qualidade
da água do Córrego Bandeira, Campo Grande, Mato Grosso do Sul, os valores obtidos de DBO
variaram de 1 a 5,30 mg.L-1, com valores em inconformidade com os limites exigidos pela
Resolução CONAMA 357/2005 para água doce classe 2 ( 5,0 mg.L-1), assim como observado
para o Rio Meia Ponte, mas com média em conformidade (3,41 e 1,94 mg.L-1), ver Tabela 1 e
Tabela 3, sendo que os valores altos, conforme destacam os autores, são relacionados ao
incremento de matéria orgânica.
No estudo realizado por Carvalho e Siqueira (2011), nesse mesmo corpo hídrico, ou
seja, no Rio Meia Ponte, considerando somente o curso hídrico no perímetro urbano, dentro de
Goiânia, resultados de: DBO foram de 1,10 a 8,00 mg.L-1, com média de 4,41 mg.L-1; OD de
1,40 a 7,80 mg.L-1, com média de 5,34 mg.L-1. Assim, com valores em atendimento e em
inconformidade com valores de referência para água doce classe 2. Os autores ressaltam que os
impactos negativos na qualidade da água são devido a efeitos da entronização do trecho
estudado, que ao longo de seu eixo recebe inúmeros efluentes domésticos e industriais.
Rodrigues, Silva Júnior e Saleh (2015), no estudo sobre a qualidade da água do Ribeirão
Campo Alegre, em Santa Helena de Goiás (GO), observaram: DBO de 2,5 a 5,7 mg.L-1; e de
OD, de 5,20 a 6,00 mg.L-1; ou seja, valores de DBO em inconformidade com os valores de
referência para água doce classe 2, e todos os valores de OD em conformidade. Os autores
destacam que os valores baixos são devidos despejos de efluentes e que a contaminação por
microrganismos de origem fecal é característica do manancial em estudo, comprometendo
diversos possíveis usos da água do ribeirão em questão.
Santos e Borges (2012), em um outro estudo, no qual avaliaram a qualidade da água do
Ribeirão Piancó, em Goiás, também obtiveram valores baixos de OD, variando de 3,2 a 8,2
mg.L-1, ou seja, assim como observado para o Rio Meia Ponte, com valores também em
359
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inconformidade com os limites estabelecidos pela Resolução CONAMA para água doce classe
2. Conforme os autores, geralmente o oxigênio dissolvido se reduz ou desaparece quando a
água recebe grandes quantidades de substâncias orgânicas biodegradáveis.
Nos estudos de Souza et al. (2015), os valores de OD variaram de 4,80 a 8,59 mg.L-1,
ou seja, também foram observaram valores abaixo do mínimo estabelecido pela Resolução
CONAMA 357/05 para águas doces classe 2 (5 mg.L-1), entretanto, com valores
predominantemente em conformidade com a classe supracitada. Os autores relatam que apesar
do córrego ser considerado um ambiente estrófico, com elevado teor de fósforo e nitrogênio, o
consumo de oxigênio pelos microrganismos não reduziu sua concentração a ponto de trazer
prejuízos para vida aquática, ao contrário de valores observados para o Rio Meia Ponte.
Nos estudos realizados por Pereira et al. (2014), sobre a variação sazonal da qualidade
da água do Ribeirão Piancó no município de Anápolis (GO), os valores obtidos de OD variaram
de 1,70 a 5,80 mg.L-1, com média de 2,45 mg.L-1 (período seco) e de 5,38 mg.L-1 (período de
estiagem), sendo que os valores baixos, conforme os autores, indicam degradação da água
provocada por ação antrópica, assim como observado nos resultados obtidos nesse estudo sobre
o Rio Meia Ponte.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Levando em conta a média para cada ponto amostral, os maiores resultados de DBO e
menores resultados de OD foram observados para os pontos amostrais P3 (DBO: 5,1 mg.L-1;
OD: 4,9 mg.L-1), P4 (DBO: 7,2 mg.L-1; OD: 4,9 mg.L-1) e P5 (DBO: 8,0 mg.L-1; OD: 3,6 mg.L-
1
). Para DBO, as médias obtidas que atenderam: a classe 1, foram os do P1 (3,0 mg.L-1), P6 (2,4
mg.L-1) e Ponto7 (1,7 mg.L-1); classe 2, P2 (3,8 mg.L-1); classe 3, P3 (5,1 mg.L-1), P4 (7,2 mg.L-
1
) e P5 (8,0 mg.L-1); e classe 4, nenhum. As médias de OD que atenderam a: classe 1, foram as
do P1 (6,5 mg.L-1), P2 (6,0 mg.L-1) e P6 (6,3 mg.L-1); classe 2, P7 (5,8 mg.L-1); classe 3, P3 (4,9
mg.L-1) e P5 (4,2 mg.L-1); e classe 4, nenhuma. Considerando que o corpo hídrico é classe 2, os
resultados de DBO e OD que não atenderam aos limites estabelecidos foram os obtidos para os
pontos P3, P4 e P5. Os altos valores de DBO e baixos valores de OD são relação com incremento
de matéria orgânica no corpo hídrico por ação antrópica, principalmente devido a lançamento de
efluentes, tanto de origem urbana como industrial, sem tratamento ou com tratamento inadequado,
resíduos oriundos de atividades agropecuária e, consequentemente, eutrofização.
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Iporá, 6 a 9 de junho de 2018.
Considerando a importância dos recursos hídricos para a existências das diversas formas de
vida na Terra, equilíbrio ecológico, desenvolvimento social e econômico, dentre outros, é
recomendável a implementação de programas/ações, pelos governantes, órgãos púbicos ambientais
e sociedade em geral, no intuído de recuperar e manter a qualidade da água do Rio Meia Ponte
condizentes com os limites estabelecidos pela Resolução CONAMA 357/2005 para água doce
classe 2 ou condições melhores.
Assim, estes resultados subsidiarão a gestão ambiental desse recurso hídrico e de outros,
melhorando a qualidade ambiental e, por conseguinte, a qualidade de vida.
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Iporá, 6 a 9 de junho de 2018.
RESUMO: A falta de redes de esgoto é o que mais traz preocupações para o meio ambiente e saúde
pública são indissociáveis, o tratamento adequado do esgoto sanitário traz vários benefícios para a
população e também para o meio ambiente, além de ser um meio para a sustentabilidade dos recursos
hídricos. Nesse sentido o presente trabalho teve por objetivo analisar o atual cenário do sistema de
tratamento de esgoto no município de Iporá, desde de verificar sua eficiência, fases de tratamento,
benefícios e impactos que causam ao meio ambiente, com os serviços disponíveis de coleta, afastamento,
tratamento do esgoto, e verificar quais bairros do município de Iporá são atendidos pelo sistema de rede
coletora de esgotos, por meio de entrevista com profissionais capacitados da Saneago. O tratamento de
esgoto tem uma boa eficiência cerca de tratamento corresponde a 90% de eficiência de remoção e sólidos
grosseiros e eliminação de bactérias. São atendidas no momento 12.518 contas de esgoto cadastradas
cerca de 42,51% da população dispõe de acesso a coleta, afastamento e tratamento de esgoto em Iporá.
O sistema de tratamento atende a demanda de efluentes gerados no dia a dia com uma média de 40lts/seg.
Essas e mais informações são importantes e necessária, de modo a conscientizar população e demonstrar
benefícios e qualidade de tratamento dos rejeitos líquidos que são provenientes do uso diário, doméstico
em nossas residências e industrial, unindo sociedade e órgão público, conscientizando a sociedade para
a preservação do meio ambiente, e assim minimizar os impactos para a saúde e bem estar do ser humano.
Palavras chave: Saneamento básico; Tratamento de esgoto; Estação de Tratamento de Esgoto- Iporá.
1 INTRODUÇÃO
Mediante o aumento da população, o crescimento desordenado das cidades e a crescente
demanda por novos produtos no mercado de trabalho, surge a preocupação com a preservação
ambiental e dos recursos naturais, visando garantir a integridade da saúde pública, quanto ao
descarte e destinação correta dos resíduos sólidos e líquidos ao meio ambiente; nasce da
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2 OBJETIVOS
O presente trabalho tem como objetivo analisar o atual cenário do sistema de tratamento
de esgoto no município de Iporá, por meio de entrevista com profissionais qualificados da
Saneago, desde de verificar sua eficiência, fases de tratamento, benefícios e impactos que
causam ao meio ambiente, com os serviços disponíveis de coleta, afastamento, tratamento do
esgoto, verificar quais são os bairros do município de Iporá que são atendidos pelo sistema de
rede coletora de esgotos. Além de contirnuir com informações sobre o esgotamento sanitário
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3 MATERIAIS E MÉTODOS
Primeiramente foi realizada uma pesquisa bibliográfica e análise documental de dados
fornecidos pela Estação de Tratamento de Esgoto (ETE – Iporá), visando buscar referências
teóricos e dados confiáveis, para verificar a atual realidade desse cenário no município de Iporá.
Realizou-se também uma entrevista utilizando como instrumento com dois profissionais
da Saneago, que são responsáveis pela ETE – Iporá, composta por 16 perguntas subjetivas que
retratada as experiências dos funcionários em relação ao sistema e etapas de funcionamento e
tratamento de esgotos do munícipio de Iporá operado pela concessionaria Saneamento de Goiás
S/a.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1 Contextualização dos serviços de sanemanto em Iporá
O Saneamento de Goiás s/a, (SANEAGO) que presta serviços de água e esgoto para
cerca de 90% das sedes municipais. situado na cidade de Iporá, subdivide –se em distrito e
regional, a regional localiza-se na Rua São Paulo, com rua C, bairro Mato Grosso, compreende
escritório regional que atende aos distritos por ela subdelegados, a ETA Estação de tratamento
de água, e conta com trabalho do departamento operacional localizado na Av. 24 de outubro,
esquina com rua Francisco Sales, onde as atividades comerciais e de manutenção das redes de
água e esgoto são planejadas executadas.
A Estação De Tratamento De Esgotos – ETE Iporá (Figura 1), está localizada na saída
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para o frigorífico zona rural, no mesmo município, a ETE de Iporá está em operação desde do
ano de 2010 (SANEAGO, 2015).
Figura 2: Localização do Ribeirão Santo Antônio (Corpo receptor) (Fonte: SANEAGO, 2018).
4.2 Etapas do Tratamento de Esgoto
Resumidamente o sistema de tratamento de esgotos, funciona através da elevatória
(Figura 3), que compreende o local onde o esgoto chega após ser capitado pelas residências por
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meio de tubulações aterradas conhecidas como redes coletoras de esgoto, ligadas ao imóvel que
por sua vez tem a função de conduzir todo o esgoto coletado seja ele de origem doméstica, e
não doméstica, comercial e industrial, que por sua vez tem a função de levar por gravidade até
a estação elevatória, através de bombas usa-se de recalque para lançar o esgoto até a estação de
tratamento ETE.
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saneamento básico de saúde no município de Iporá a Saneamento de Goiás S/A., utiliza em sem
sistema de tratamento de esgotos que são originários do uso doméstico e industrial, os sistema
de Reator UASB – Upflow Anaerobic Sludge Blanket – como características de sua atuação ele
é um reator anaeróbio de fluxo ascendente de alta eficiência. Normalmente, o reator UASB é
utilizado em processos primários para a estabilização da matéria orgânica inicial (SANEAGO,
2010).
As principais vantagens do uso desses reatores seriam o menor consumo de energia
elétrica, pois não precisam de sistemas de aeração; redução no volume de geração de lodo,
redução no consumo de produtos químicos para desidratação, menor necessidade de
equipamentos, pois o UASB não possui equipamentos eletromecânicos, diferente dos
decantadores primários, adensadores e digestores de lodos ativados convencional, menor área
de construção. E como desvantagem a representante destaca que em alguns casos existe a
possibilidade de geração de maus odores, porém controláveis (SANEAGO,2010).
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funcionário que atuou junto aos serviços operacionais de redes de esgoto do município por
muitos anos.
De acordo com a entrevista em relação a eficiência foi comentando que o tratamento
corresponde a 90% de eficiência de remoção e sólidos grosseiros e eliminação de bactérias. São
atendidas no momento 12.518 contas de esgoto cadastradas cerca de 42,51% da população
dispõe de acesso a coleta, afastamento e tratamento de esgoto em Iporá.
O sistema passou a ser operado desde 2011, e atualmente esta passando por ampliacao
e extensão da rede coletora no municipio. dentre os bairros já são atendidos pelo serviços de
coleta, afastamento e tratamento de esgoto podemos citar: Vila Itajubá I, Vila Itajubá II, Jardim
Urânio, Jardim das Oliveiras, Setor Planalto, Setor Central, Bairro São Francisco, Setor São
Vicente, Setor Iporazinho, Setor Itajubá, Setor Joaquim Berto, Bairro Mato Grosso, Setor
Chiquinho Urias, Setor Moreira, Vila Ipiranga, Setor Padre Cicero, Vila Nova.
O processo de tratamento em Iporá é dividido em três fases: 1ª Gradeamento, caixa de
areia calha pharshal, cuja finalidade e sedimentar a areia proveniente de material estranho que
tende a ser lançado no esgoto e por meio de água pluvial em locais onde há tampas de caixas
coletoras danificadas, etc... o gradeamento por sua vez tem a função de separa os sólidos
flutuantes que são lançados no esgoto. 2ª Reatores, leito de secagem do lodo, tem a finalidade
de tratamento por bactérias conhecidas como decompositoras, responsavél pela eliminação de
detritos que agregam valores de contaminação ao esgoto.
3ª Lagoa facultativa, todo processo e realizado em um espaço de sete dias por meio de
uma pequena parcela de bactérias decompositoras e por meio de raios solares que em contato
com o esgoto após os processos anteriores ajuda a eliminar os residuos poluentes. A disposição
final de todo lodo produzido na ETE (estação de tratamento de esgoto), e realizado no aterro
sanitário, antes todo lodo produzido passa por um processo de secagem e adição de cal virgem
para neutralizar o odor e eliminar bactérias. O corpo receptor do esgoto coletado e/ tratado é o
Ribeirão Santo Antônio.
Há projeto de expansão com verbas liberadas e em fase de ampliação do sistema de
coleta, de modo que todos sos bairros serão atendidos por rede coletora de esgotos. O objetivo
do projeto é a universalização do acesso a todas as familias de ipora no intuito de prevenir e
zelar pela saúde da população, e meio ambiente. Os bairros que ainda falta ser atendidos são
Vila Brasília, Jardim Arco Irís, Jardim Monte Alto, Rosa dos Ventos, Setor Serrinha, Jardim
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Novo Horizonte I, Jardim Novo Horizonte II, Jardim Novo Horizonte III, Jardim Novo
Horizonte IV, Setor Bela Vista, Setor dos Funcionários, Setor Maracanã, Vila Ipiranga, Setor
São Jorge, Setor Paulo e Souza, Setor Por do Sol, Setor Perné, Setor Estrela do Norte, Setor
Goias II, Setor Expanão Leste I, Setor Expanão Leste II, Bairro Umuarama.
Após a conclusão desse projeto será atendida 100% da população. As obras já foram
iniciadas e o prazo para finalização está previsto para meados do final de 2019. A
concessionária dos serviços de esgoto conta com plano de manutenção e modernização da
infraestrutura de esgotamento sanitário do Município, através de manutenções corretivas e
preventivas no intuito de concientizar a população quanto ao uso correto do sistema de
esgotamento sanitário.
O monitoramento da qualidade do efluente tratado e da concentração de oxigênio
dissolvido no corpo receptor, são realizadas as análises mensais, quinzenal, bimestral, trimestral
e semestral.
O sistema de tratamento é eficaz e atende com tranquilidade toda a população quanto a
demanda de efluentes gerados no dia a dia com uma média de 40lts/segundo de tratamento. A
capacidade de tratamento de esgoto na ETE que é cerca de 40lts por segundo, é suficiente para
atender a demanda de esgoto no municipio, e há viabilidade de aumentar a vazão de esgoto
coletado e de tratamento caso seja necessario, ampliacao do sistema.
Após o tratamento os efluentes que sao devolvidos a natureza, quase não causam
nenhum impacto ao meio ambiente, pois o processo é eficaz e trata 85% dos dejetos do esgoto
antes de ser lançado ao corpo receptor, reduzindo assim o indice de imapcto ambiental ao meio
ambiente. A temperatura do esgoto é monitorada através de amostras de coletas e analises feitas
diariamente e semanalmente, e mensalmente. Através das amostras coletadas temos base para
verificar indices de contaminação e eficiência de tratamento, o que facilita o monitoramento da
fauna e flora.
A rede coletora é mapeada e está disponível em plantas descritivas em desenhos e mapas
de posse da concessionária.O mecanismo para recebimento de reclamações ou solicitações se
dá através do atendimento presencial na unidade Vapt Vupt, ou em diversas unidades de
atendimento da empresa ou pelo fone 0800 645 0115, o município conta unidade da SANEAGO
com sede na avenida 24 de Outubro esquina com a rua Francisco Salles.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Foi possível verificar e analisar de modo geral a real situação do esgotamento sanitário
do município de Iporá, por meio de observações e entrevista com profissionais qualificados da
Saneago, no qual podemos concluir que o tratamento tem uma boa eficiência cerca de
tratamento corresponde a 90% de eficiência de remoção e sólidos grosseiros e eliminação de
bactérias. São atendidas no momento 12.518 contas de esgoto cadastradas cerca de 42,51% da
população dispõe de acesso a coleta, afastamento e tratamento de esgoto em Iporá.
O sistema de tratamento atende a demanda de efluentes gerados no dia a dia com uma
média de 40lts/segundo de tratamento, suficiente para atender a demanda de esgoto no
municipio, mas caso seja necessário de aumentar a vazão de esgoto coletado e de tratamento
tem condições de ampliar o sistema, atualmente trata 85% dos dejetos do esgoto antes de ser
lançado ao corpo receptor, reduzindo assim o indice de imapcto ambiental ao meio ambiente.
Com isso disponibilizou informações e dados importantes referentes ao esgotamento
sanitário, visando à formação de pessoas conscientes, críticas dando ênfase a importância do
tratamento correto do esgoto produzido em nossas casas e tratado para não agredir e causar
impactos ao meio ambiente. Na tentativa de mostrar ao cidadão de seus direitos e deveres
perante a sociedade, para cada um cumprir seu papel para com a sociedade, contribuindo para
a formação do caráter pessoal de pessoas compromissadas com bem estar da sociedade, e não
somente ficar preocupado com o aumento da tarifa da conta de água proveniente da instalação
da rede de esgoto.
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III Fórum Regional das Águas e XX Encontro de Geografia da UEG
Iporá, 6 a 9 de junho de 2018.
RESUMO: Embora ligada a vida pouco se discute sobre a visão do neopaganismo a respeito do
ambiente. Neste sentido, temos como objetivo geral, baseado no conceito de topofilia, apresentar uma
deusa para as bacias hidrográficas que banham Iporá. Defendemos que ao apresentar a referida deusa
conseguiremos compreender a perspectiva que a Wicca tem da natureza. Baseado no conceito de Cy
daqui, proposto pela tradição diânica do Brasil, realizamos um levantamento de dados no site do Sistema
Estadual de Geoinformação de Goiás para as bacias que banham Iporá, fizemos o tratamento dos dados
por meio software de geoprocessamento QGis e de acordo com a características apresentadas a respeito
do culto a deusa, tratamos de inferir uma deusa para o conjunto das bacias hidrográficas que banham
Iporá chamada Iuporacy. Constatamos que o sentimento da bruxaria contemporânea em relação a
paisagem está baseado numa experiência topofílica, ou seja, de conforto, encontro e afeto com a
paisagem. Trata de um sentimento poético, de admiração, encantamento, gratidão e devoção o que,
tornou possível enxergar na natureza como uma deusa, dotada de características de doação, manutenção
e renovação da vida. Concluímos que ao migrar e utilizar o conceito de paisagem para um saber não-
cientifico, notamos a possibilidade de um outro olhar sobre outros olhares que são incomuns nas
metodologias científicas tradicionais e, no entanto, importantes no tratamento das questões ambientais
e hídricas, evidenciando o caráter transdisciplinar que vem assumindo a geografia. Concluímos que a
perspectiva de um lugar sagrado, como deusa, doadora e mantenedora da vida, possa ser útil para
repensarmos a nossa relação com a bacia hidrográfica, possibilitando visualizar a bacia hidrográfica
como lugar, ou seja, carregada de significado e afetividade.
APRESENTAÇÃO
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coisa em si, como as propriedades da paisagem, mas a visão do observador sobre determinada
realidade. Assim, para Rocha (2007), a subjetividade é utilizada na definição de paisagem que
passa a ser vista como tudo o que alcança a vista, está a disposição do corpo, está na mente do
observador e envolve pensamentos, sentimentos, expectativas, sonhos e fantasias. Paisagem e
outras categorias da geografia passam a ser vistas como texto e passíveis de variadas
interpretações, principalmente de ligações com outros saberes não-científicos, evidenciando um
profundo sentido poético. Portanto, a geografia fenomenológica busca conhecer o indivíduo, a
sua percepção a respeito de determinada realidade para conhecer o mundo e possibilitar
compreensões que não seriam possíveis num contexto puramente cartesiano ou funcional.
A religião Wicca, surgida na Inglaterra na década de 1950, trata de uma religião que
cultua a terra e o feminino na forma de uma ou várias deusas. Para esta religião e seus
seguidores, a terra é vista a partir de uma perspectiva diversa ao cientificismo moderno, ou seja,
para Eisler (1987), a terra é vista como algo sagrado, uma deusa. Isso significa que a deusa é
imanente, encontrada mesma na natureza. Não obstante, ver na paisagem elementos sagrados,
a deusa é telúrica, tectônica, possui em seu corpo e em seus ritos características da terra e da
paisagem. Segundo Eisler (1987), o culto a terra na forma de uma deusa perdurou por 30.000
anos durante todo o neolítico e foi desaparecendo gradualmente nos últimos 4.000 anos,
principalmente durante a idade média quando foi demonizado, supostos praticantes enviados a
fogueira e por fim, proibido. No entanto, ele ressurge na década de 1950 na forma de
manifestações neopagãs como a Wicca. No último caso, a Wicca passa por várias
interpretações, desdobramentos, gerando novas tradições e constitui no que chamamos neste
trabalho bruxaria contemporânea (BEZERRA, 2007).
Um destes desdobramentos da Wicca, a Tradição Diânica do Brasil (TDB) (2014), vê
o território brasileiro como uma deusa chamada Cy, portanto, a terra brasileira como algo
sagrado. A partir da constatação que Cy está em todo lugar por ser a terra brasileira, a TDB
(2014) apresenta um exercício para que se possa buscar e conhecer a Cy daqui, ou seja, do lugar
onde o adepto vive. Este reconhecimento, além de outras tarefas envolvidas, se dá por meio de
um levantamento das informações do lugar. Posteriormente e simultaneamente são
reconhecidos as características da deusa no lugar identificado, à medida que esta vai ganhando
uma forma e características definidas de acordo com o lugar que representa.
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III Fórum Regional das Águas e XX Encontro de Geografia da UEG
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Assim, pelo exposto, defendemos que na busca de uma deusa na paisagem, o conceito
de topofilia ganha destaque no conhecimento da deusa por seus adeptos. Afinal, para se inferir
uma deusa que seja doadora, mantenedora e renovadora da vida, é necessário a princípio uma
relação confortante com a paisagem. Portanto, acreditamos que ao estabelecer uma deusa para
as bacias hidrográficas que banham o município de Iporá, teremos demonstrado e
compreendido como a Wicca vê a paisagem, não obstante, tornado relevante o conceito de
paisagem em outros saberes não-científicos. Para além dos benefícios que este trabalho possa
ter, acreditamos que a perspectiva de um lugar sagrado, como deusa, doadora e mantenedora
da vida, possa ser útil para repensarmos a nossa relação com a bacia hidrográfica e com o meio,
possibilitando visualizar a paisagem como lugar, ou seja, carregada de significado e afetividade.
Ademais, torna-se relevante, pois possibilita também descobrirmos outros olhares sobre a
paisagem que são incomuns nas metodologias científicas tradicionais, que possam contribuir
para um maior engajamento no cuidado com as questões hídricas e também nas práticas de
educação ambiental.
Neste sentido, questionamos quais as características encontradas nas bacias
hidrográficas da região de Iporá a ponto de tê-las como sagrada e ser chamada de deusa? Nosso
objetivo geral consiste em apresentar uma deusa para as bacias hidrográficas que banham Iporá.
Para isto será necessário apresentar: a) A geografia humanística, b) A perspectiva da Wicca a
respeito da paisagem e c) Iuporacy: A deusa das águas
2 MATERIAIS E MÉTODOS
A metodologia eleita consiste em revisão teórica de autores que tratam sobre a ciência
geográfica mediante uma perspectiva fenomenológica como Cabral (2000), Rocha (2007), de
autores que tratam sobre o culto a deusa como Eisler (1987), a Tradição Diânica do Brasil
(2014) e Santos (2014). Primeiramente apresento geografia fenomenológica onde a
subjetividade faz parte do objeto estudado, ou seja, do conceito de paisagem. A partir daí, ao
apresentar como se dá o culto a deusa na Wicca, tento demonstrar fundamentado no conceito
de topofilia, as características divinas encontradas na paisagem. Apresento, portanto, a
perspectiva e o sentimento que os adeptos da Wicca possuem da paisagem. Apresento ainda, o
conceito de Cy daqui elaborado pela TDB (2014). Posteriormente, baseado na experiência da
TDB (2014), trato de inferir uma deusa para as bacias hidrográficas que banham Iporá. A
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Iporá, 6 a 9 de junho de 2018.
referida deusa foi chamada de Iuporacy, a deusa das águas claras, fazendo referência ao nome
de Iporá que significa águas claras. Para conhecer esta Cy a TDB (2014) recomenda que seja
feito um levantamento de informações da paisagem a fim de identificar as características mais
relevantes da referida deusa. Para reconhecimento das características do lugar, foi realizado um
levantamento de dados encontrados em Sharpefiles, coletados no Sistema Estadual de
Geoinformações de Goiás (SIEG) e processados, utilizando o programa de geoprocessamento
QGis. Os dados relevantes para nossa construção refere ao tamanho das bacias, população;
aquíferos; nascentes, drenagens e solos para as bacias do Rio Caiapó, Rio dos Bois, Rio Claro,
Ribeirão Santo Antônio e Ribeirão Santa Marta. Por fim, baseado nas caraterísticas da deusa
destacadas por Eisler (1987), nas características da Cy brasileira apresentada pela TDB (2014)
e nas características topofílicas encontradas nas bacias analisadas, apresento a deusa Iuporacy.
Foi representada neste trabalho como a virgem, mãe, como uma mulher alta, bonita, de cabelos
longos até próximo a cintura. É feita de terra úmida, seus cabelos são feitos flores nas
extremidades e no alto da cabeça possui uma lua em crescente como símbolo da deusa. Sua cor
depende da categoria de solo. É representada também pela área das bacias conjugadas que
totaliza 3.485.441 Km2, incluindo as águas subterrâneas, nascentes, vertentes, solos e
vegetação.
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paisagem urbana que se refere ao conjunto de elementos artificiais que compõem as cidades.
Outra característica relevante da paisagem é que ela não existe por si só e possui a necessidade
do ser humano.
Para Rocha (2007), a constante definição da paisagem desemboca a partir da influência
do filósofo Husserl e dos existencialistas na fenomenologia da paisagem que inclui o ser
humano, senão a sua subjetividade na definição de paisagem. Ou seja, além dos aspectos físicos
paisagem passa a ser também o sentido que damos a ela e radicalmente, insere as emoções
humanas como componente da paisagem. Neste sentido seguem as constatações de Cabral
(2000) onde se busca uma visão mais holística do meio ambiente que integre o ser humano em
seus aspectos emotivos, espirituais com a paisagem. Segundo Cabral (2000, p.2) para além das
categorias como países, cidades, propriedades agrícolas, mares, relevo, clima, etc., incluiria
também as ideias, sentimentos, imagens e representações. Assim, ao tratar sobre a paisagem,
de acordo com a geografia humanista “(...) qualquer paisagem é composta não apenas por
aquilo que está à frente dos nossos olhos, mas também por aquilo que se esconde em nossas
mentes. (MEINIG, 2002, p. 35 apud ROCHA, 2007, p.2 ).
Acreditamos que enfoque torna possível pontes insuspeitadas entre geografia e outros
saberes até mesmo não-científicos, evidenciando a relevância da paisagem não apenas para as
ciências, mas também a outras áreas da vida humana. Considerando que a perspectiva do
observador é relevante na definição de paisagem, ao apresentar como ocorre o culto a deusa na
bruxaria contemporânea estaríamos mostrando como se dá percepção da paisagem pelos
adeptos desta religião, ou seja, como algo sagrado, doador, mantenedor e renovador da vida.
alimento. Paralelamente notou que a vida surgia também da terra. E era a terra que mantinha
esta vida, oferecendo alimento. Daí inferir que a terra era um elemento feminino, notado a partir
da similaridade desta com a mulher. Para Eisler (1987), em nossa própria herança judaico-cristã,
podemos identificá-la como Aisherah, a consorte de Yaweh que foi adorada na forma de árvore
ou duas estacas. Ainda podemos identificá-la na Virgem Maria Católica, a Sagrada Mãe de
Deus. Entre os índios da América do Sul e no Brasil a Deusa-Mãe é Jacy e de acordo com Eisler
(1987, p.20), na Grécia Antiga é Gaia; É Ísis, Nut e Maat, no Egito; Ishtar, Astarte e Lilith, no
Crescente Fértil; Deméter, Core e Hera em Roma; Atárgatis, Ceres e Cibele na Grécia. Em
Creta é Minéia. Na Wicca, a deusa mãe é apresentada em três faces, a saber, da virgem, da mãe
e Anciã como um reflexo da terra que sempre nasce, se renova e fenece por meio das estações
ou ainda como reflexo das fases da lua. Estes ritmos da natureza são celebrados por meio dos
Esbaths e Sabaths.
No entanto, segundo Eisler (1987), a partir do estabelecimento do patriarcado, o culto
a deusa vai desaparecendo e, gradualmente a figura da deusa foi cedendo seu espaço primordial
e aparecendo mais como filha, amante, esposa, companheira de um deus. Esse estado de coisas
perduram durante a idade média e com a oficialização do cristianismo se agravam. Neste
período, além de estabelecer o período que foi chamado de caça às bruxas, o culto a deusa é
demonizado e proibido. No entanto, de acordo com Bezerra (2007), a partir da década de 1950,
quando a bruxaria é liberada na Inglaterra, o culto a deusa é retomado por Gerard Gardner
devido a difusão do seu livro titulado “A bruxaria hoje”. A partir daí novos desenvolvimentos
ocorrem e surgem novas tradições como, a Wicca Alexandrina, A Saxon Wicca, a tradição
eclética, a tradição diânica e a possibilidade de prática solitária, independente de adesão a um
Coven. (BEZERRA, 2017).
Solitária ou em pequenos grupos (covens), o relacionamento com a deusa na Wicca se
dá por meio de uma busca de harmonização com a natureza, ou seja, pela busca de aspectos da
deusa na natureza; por meio de rituais maiores que visam a harmonização com a deusa que se
dá na forma de preces, diálogos e meditações e em rituais menores que são aqueles rituais
voltados exclusivamente a pedidos que são feitos por meio do auxílio de visualizações, da
energia pessoal, das ervas, cristais, cores e a energia dos planetas. Além de seguirem um código
de ética onde se comprometem a não realizarem o mal a nada e ninguém, em não infringir a
liberdade alheia, o respeito pelas formas de vida, à liberdade e decisões alheias são também
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formas do adepto dizer que segue os princípios femininos da deusa, envolvendo sensibilidade,
cooperação e respeito. Assim, muitas bruxas acabam defendendo certos direitos como a questão
a ambiental, o direito a liberdade, a liberdade das mulheres e a proteção aos animais.
A Tradição Diânica do Brasil (TDB) (2014), apresenta Cy, a deusa mãe brasileira e,
posteriormente, a idéia de Cy daqui como a deusa mãe local, do bairro, cidade, região, de uma
determinada paisagem, bacia hidrográfica ou região. Segundo Santos et al (2014) “As deusas
brasileiras estão ligadas a natureza e simbolizam sedução, fertilidade e abundância. Entre elas
está Cy. Para os índios, ela é a doadora da vida, criadora de todas as coisas. Sobre sua
experiência com a Deusa Cy, segundo a TDB (2014) quando foram buscar um lugar para um
altar para Cy, ficaram em dúvidas. Então meditaram bastante a respeito, até que segundo a TDB
(2014), Cy surgiu como a face que se intitulou “A Cy daqui”. Segundo a TDB (2014)
perceberam que, embora tivessem escolhido um local para seu altar, na verdade seu altar era
tudo que as cercava. Segundo a TDB (2014) ela era a Cy do lugar onde estamos. Ou seja, uma
Cy de uma determinada cidade, região, bacia hidrográfica, estado, bioma, etc. E como segundo
a geografia fenomenológica existe uma infinidade de paisagens, sempre haverá uma infinidade
de Cys. Segundo a TDB (2014), a Cy Daqui é o conceito mais próximo e literal da deusa que
podemos conceber. Para conhecer a Cy daqui, ou seja, da região onde o adepto vive, A TDB
(2014) recomenda entre outras que se faça um levantamento do lugar, registrando,
fotografando, desenhando ou utilizando outros meios para conhecer o local. Segundo a TDB
(2014) esse trabalho de conexão e integração visa conhecer como a senhora da terra brasilis se
apresenta a pessoa especialmente.
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
3.1 DEFINIÇÃO DE UMA DEUSA PARA AS BACIAS HIDROGRÁFICAS QUE BANHAM
O MUNICÍPIO DE IPORÁ
Para inferir uma deusa para as bacias que banham o município de Iporá, será necessário
apresentar um levantamento das bacias tal como sugerido pela TDB (2014). A partir das
características da deusa apontadas em tópicos anteriores e a partir deste levantamento
trataremos de inferir as características da Cy para as bacias que banham a região de Iporá. No
nosso caso, ao utilizar as geotecnologias tratamos de recortar os arquivos que contém as
informações sobre as bacias que banham o município de Iporá e confeccionamos um mapa.
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Como a paisagem é tudo que a vista alcança, ela é o céu claro e à noite ela se curva
sobre si mesma e podemos vê-la no céu. Ela é a lua e as estrelas. Foi representada neste trabalho
como a virgem ou mãe e como uma mulher alta, bonita, morena, de cabelos longos até próximo
a cintura. Seu corpo é feito de terra úmida, seus cabelos são feitos flores nas extremidades e no
alto da cabeça possui uma lua em crescente como símbolo da deusa. Habita as nascentes,
vertentes, matas ciliares, áreas brejosas e topos de serras, principalmente nos divisores de
bacias. Não é necessário recorrer a estes lugares para ser cultuada, pois ela está em todo os
lugares que nossa vista possa alcançar.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho situado no âmbito da geografia humanística teve como objetivo
inferir uma deusa para as bacias hidrográficas que banham o município de Iporá e assim,
compreender o olhar, senão o sentimento que as bruxas e a bruxaria moderna possuem da
paisagem. O método fenomenológico não tem como objetivo o diagnóstico e apontamentos
normativos para a solução de problemas, mas a compreensão da subjetividade do outro frente
determinada realidade. Portanto, não objetivou realizar aqui análises morfométricas de bacias
hidrográficas e inferir soluções. Concluímos que o olhar, o sentimento da Wicca moderna sobre
a paisagem está baseado numa experiência topofílica, ou seja, de conforto e encontro com a
paisagem. É o mesmo sentimento de encanto que uma pessoa experimenta diante de uma
paisagem como um pôr-do-sol ou numa montanha. No entanto, vivido permanentemente. Se
você se lembra como olhava para a lua e o céu estrelado quando era criança sabe, conhece a
perspectiva de uma bruxa diante da paisagem. Trata de um sentimento poético, de admiração,
encantamento, gratidão e devoção o que, tornou possível enxergar na natureza uma deusa com
características femininas de cuidado, sensibilidade, geração de vida, manutenção e renovação
da vida. A perspectiva de um lugar sagrado, como deusa, doadora e mantenedora da vida, pode
ser útil para repensarmos a nossa relação com com a bacia hidrográfica e tê-las como lugar, ou
seja, como uma paisagem carregada de significado e afetividade. Ao migrar a ideia de paisagem
para um saber não-cientifico notamos a possibilidade do conceito possibilitar lançarmos um
outro olhar sobre outros olhares que são incomuns nas metodologias científicas tradicionais
cartesianas, positivistas e funcionais. Ademais, evidencia o caráter transdisciplinar que vem
assumindo a geografia. Concluímos que o presente trabalho pode abrir espaço para que possa
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entender o olhar de outros povos e etnias sobre a paisagem como aqueles envolvendo os cultos
de origem africana, a perspectiva indígena e dos camponeses brasileiros. O trabalho aponta
ainda, a possibilidade de se verificar os impactos sobre o corpo de Iuporacy devido aos usos
do solo, da supressão da vegetação natural e outros impactos.
7 REFERÊNCIAS
BEZERRA, K. O. A Wicca no Brasil: Adesão e permanência dos adeptos na Região
Metropolitana do Recife. 2012. 169 f. Tese (Mestrado em ciências da religião) – Universidade
Católica de Pernambuco (UNICAP), Recife.
CABRAL, L. O. A paisagem enquanto fenômeno vivido. Geosul, Florianópolis, v.t5, 0.30, p
34-45, jul./dez. 2000.
EISLER, Rainer. O Cálice e a Espada: A nossa história, o nosso futuro. Rio de Janeiro,
Imago Editora, 1987. 195 p.
ROCHA, S. A. Geografia humanista: História, conceitos e o uso da paisagem percebida
como perspectiva de estudo. R. RA ́E GA, Curitiba, n. 13, p. 19-27, 2007. Editora UFPR
TDB. Práticas de Wicca Brasil: Saberes da Terra Brasilis. Brasília, ed. 7Cores Design,
2014. 290 p.
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RESUMO: O objetivo desse trabalho foi analisar as diferentes percepções socioambientais dos
moradores e turistas que usufruem do reservatório de Corumbá IV. O levantamento de dados foi
realizado por meio da aplicação de questionários em cinco municípios do entorno da barragem:
Luziânia, Silvânia, Santo Antônio do Descoberto, Alexânia e Abadiânia. O questionário foi aplicado de
maneira amostral e tinha como finalidade entender qual a relação dos diversos grupos de usuários com
o ambiente do local. Os resultados do trabalho demonstraram que apesar da atividade turística intensa,
não há diferenças no descarte inadequado dos resíduos, entre turistas e moradores, e que há a necessidade
de uma colaboração mútua dos órgãos públicos e privados na sensibilização das pessoas que utilizam o
reservatório para diversas finalidades.
1. INTRODUÇÃO
A água é um recurso indispensável para a manutenção da biodiversidade1 e de muitas
atividades humanas, em especial a produção de alimentos, a atividade industrial e o
abastecimento público. E mesmo com toda a sua importância ecológica, econômica e social,
tem sido constantemente degradada devido à gestão inadequada dos recursos naturais, o que
inclui o desmatamento, o descarte de efluentes e também o desordenado uso do solo (TUNDISI,
2006).
Inicialmente, a construção de hidrelétricas e a reserva de água para diversos fins foi o
principal propósito da formação de reservatórios para a construção de barragens. Nos últimos
20 anos, os usos múltiplos desses sistemas diversificaram-se, ampliando a importância
econômica e social desses ecossistemas artificiais e, ao mesmo tempo, produzindo e
introduzindo novas complexidades no seu funcionamento e impactos. (TUNDISI, 1994).
Nesse contexto de atores sociais envolvidos, encontra-se o turismo como uma atividade
de lazer. O turismo é atividade multisetorial, isto é, pode ser gerado e atingir diversas atividades,
tanto econômica, ambiental, social e cultural, por isso ele é complexo e considerado um
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2. DESENVOLVIMENTO
2.1- Turismo em reservatórios artificiais
Com o advento da Lei Federal Nº 9.433 de 1997 que cria a Política Nacional dos
Recursos Hídricos se instituiu os usos múltiplos, garantindo, desta forma, o direito à igualdade
para a utilização das águas a todos os setores. Deixando claro que os “usos múltiplos” bem
como a gestão desses recursos incluem o turismo, podendo este ser uma maneira de usufruí-lo,
porém observando os princípios de conservação e preservação. (Pertille et al, 2006).
Segundo o artigo 2º da Resolução nº 302 do Conama é classificado como um
reservatório artificial locais de acumulação não natural de água destinada a quaisquer de seus
múltiplos usos. Essa resolução ainda trata as definições de Área de Preservação Permanente
como a área marginal ao redor do reservatório artificial e suas ilhas, com a função ambiental de
preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo
gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem estar das populações humanas.
O PACUERA (Plano Ambiental de Conservação e uso do Entorno de Reservatórios
Artificiais) como conjunto de diretrizes e proposições com o objetivo de disciplinar a
conservação, recuperação, o uso e ocupação do entorno do reservatório artificial, respeitados
os parâmetros estabelecidos nesta Resolução e em outras normas aplicáveis. Esses dois
conceitos são importantes para o licenciamento ambiental, uma vez que a responsabilidade da
Área de Preservação Permanente é da hidrelétrica e o PACUERA entra como um mecanismo
de controle dessa localidade.
Nesse contexto o PACUERA é uma exigência da legislação ambiental, sendo baseado
em um estudo completo das características do solo, vegetação nativa existente, declividade do
terreno e das atividades que as pessoas desenvolvem ou poderão desenvolver no entorno de um
reservatório, sendo por questões de trabalho, cultura, lazer, entre outros.
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3. MATERIAIS E MÉTODOS
A metodologia de coleta de dados escolhida para realizar o levantamento de dados foi
por meio da aplicação de questionários realizados com moradores e turistas que usufruem da
APP e/ou áreas adjacentes do reservatório de Corumbá IV seja para lazer ou para fins
econômicos.
O questionário pode ser entendido como uma técnica de investigação social composta
por um conjunto de questões que são submetidas a pessoas diversas com o propósito de obter
informações sobre vários assuntos.
Segundo Marconi e Lakatos (1999), o questionário é um instrumento de coleta de dados
constituído por uma série de perguntas, que devem ser respondidas por escrito. Durante a
realização do trabalho é necessário que o pesquisador faça perguntas de modo simples e direto,
para facilitar o entendimento do público-alvo.
A vantagem de aplicação dessa técnica está no ganho de tempo, maior número de
pessoas atingidas, ampliação do espaço geográfico da pesquisa, liberdade nas respostas, entre
outras.
4. RESULTADOS
Os questionários foram aplicados entre os meses de outubro de 2017 a fevereiro de 2018.
O público alvo do trabalho foram pessoas que se encontravam nos municípios de Luziânia,
Silvânia, Santo Antônio do Descoberto, Alexânia e Abadiânia e Corumbá de Goiás. As
perguntas direcionadas aos entrevistados requeriam informações sociais, econômicas e
ambientais. Foram aplicados um total de 50 questionários, de forma amostral. Os dados obtidos
foram processados em tabelas e posteriormente gerados gráficos no programa excel.
As pessoas abordadas responderam 14 (quartorze) perguntas sobre a sua percepção
socioambiental do reservatório de Corumbá IV.
É importante ressaltar que, apesar das suas vantagens, a aplicação do questionário, por
si só não garante a fidelidade dos dados e das informações coletadas. Por isso, para realizar a
correlação entre duas variáveis foi utilizada a análise de Spearman.
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e raça também serão fatores decisórios para seu salário. O Instituto Brasileiro de Economia e
Estatística também comprova esses dados, apresentado no gráfico (01) abaixo:
Conforme a figura 01 pode-se analisar uma correlação positiva, ou seja, quanto mais
escolaridade, mais a renda da família. A correlação entre ambas as variáveis é de 0,568 sendo
considerada como moderada, mas significativa para a amostra.
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Esse caso aplica-se nas comunidades lindeiras do reservatório de Corumbá IV, onde um
percentual de pessoas que frequentam constantemente o reservatório de Corumbá IV afirmaram
terem conhecimento do termo APP, conforme figura 02, abaixo:
Figura 02: Correlação entre tempo de frequência e conhecimento do termo APP. Fonte: Os autores.
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Foto 01: Placa informativa da Corumbá Concessões Foto 02: Placa informativa situada no condomínio
sobre regras de uso da APP. Fonte: Os autores. Paula Lorrane, Abadiânia, Goiás. Fonte: Os autores.
Figura 03: Correlação entre a idade do entrevistado e conhecimento do termo APP. Fonte: Os autores.
Conforme a imagem pode-se analisar uma correlação negativa, ou seja, quanto menos
idade, mais a probabilidade do indivíduo saber o que significa o termo APP- Área de
Preservação Permanente. A significância entre ambas as variáveis é de -0,399, sendo
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os dados levantados demonstraram que há um grande contingente de deslocamento de
pessoas dos municípios Goianos e do Distrito Federal para o reservatório de Corumbá IV. Essas
pessoas vão para a barragem principalmente para lazer e interação com a natureza do local.
Porém ainda há um grande desafio na gestão ambiental desse território: a sensibilização seja de
moradores ou turistas, principalmente quanto ao descarte final dos resíduos sólidos após as
atividades. É importante ressaltar que o empreendimento hidrelétrico passara em 2018 a atender
a população do entorno do Distrito Federal com abastecimento de água, reforçando mais ainda
esse compromisso dos órgãos e pessoas envolvidas com práticas voltadas à Educação
Ambiental.
Para tanto, faz-se necessário que haja uma integração das atividades voltadas à
sensibilização por parte da concessionária de Corumbá IV, secretarias de meio ambiente, Caesb,
e moradores locais, além da fiscalização do IBAMA, órgão responsável pelo licenciamento do
reservatório e da Marinha do Brasil, que fiscaliza áreas isoladas (ilhas).
Ainda com relação aos empreendimentos imobiliários que estão crescendo no entorno
do reservatório é necessária uma regularização, respeitando o PACUERA – Plano de Uso de
Conservação Ambiental do Entorno de Reservatório Artificiais, para inibir a grilagem de terras
que acontece naquela região. A responsabilidade de licenciamento desses condomínios cabe às
secretarias municipais de meio ambiente em casos descentralizados e à SECIMA, em caso de
centralização.
Somente com ações conjuntas de sensibilização e fiscalização ambiental no entorno do
reservatório de Corumbá IV é que os impactos do turismo e de moradias serão minimizados.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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LARSON, RON. Estatística Aplicada. Ron Larson, Betsy Farber; tradução: Luciane Ferreira,
Pauletti Vianna. 4º ed. São Paulo. Person Pretici Hall, 2010.
TUNDISI, J. G. Novas perspectivas para a gestão dos recursos hídricos. Revista USP. São
Paulo, número 70, julho/agosto 2006.
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Resumo: A água é um recurso finito e vulnerável, essencial para sustentar a vida. A escassez e o mau
uso desse recurso são fatores de crescente risco ao desenvolvimento sustentável e a proteção do meio
ambiente. O presente trabalho objetivou o levantamento e análise de três impactos na bacia do córrego
do monte ocorrentes na cidade de Caiapônia, por meio de Software e Qgis. Foram analisados as matas
ciliares em torno do rio, erosões e o descarte inadequado de resíduos sólidos pela população. Para tanto
executou uma análise voltada para os acontecimentos atuais, ou seja, as visitas in loco constituindo
resultados. Na bacia do córrego monte vem acontecendo grandes ações antrópicas que pode afetar a
qualidade e a quantidade de água, pela contaminação do lixo e o assoreamento por causas das erosões e
voçorocas de grande escala situado na área de estudo. Assim é preciso executar projetos com ações
voltadas à recuperação e outras práticas para mitigar os efeitos da mesma.
INTRODUÇÃO:
Recentemente, uma das grandes preocupações a população esta relacionado ao meio
ambiente, especialmente no que se refere á qualidade da água potável no mundo. O ciclo
hidrológico natural é composto por distintos processos físicos, químicos e biológicos. Quando
o homem introduz-se nesse sistema e se concentra no espaço, causa grandes alterações que
modificam de maneira drástica e com isso origina impactos significativos para o próprio
indivíduo e para a natureza.
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qualidade da água vivente em um corpo d'água. Estas atividades necessitam que seja concedida
a outorga, além do código florestal que vai constituir a dimensão correta das matas ciliares.
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vezes isso acontece devido às condições físicas e climáticas, desse modo, as perdas da camada
superficial do solo prejudicam a fertilidade. De acordo com Araújo; Almeida e Guerra (2014,
p. 24) isso pode acontecer por vários fatores.
(a) Conforme o solo se torna mais denso e fino, fica menos penetrável às raízes
pode se tornar superficial demais a elas; (b) reduz-se a capacidade de o solo
reter água e torná-la disponível às plantas, e (c) os nutrientes para as plantas
são lavados com as partículas de solo erodidas.
OBJETIVO:
O objetivo tem em foco, analisar se a metragem das mata ciliar da bacia do córrego
monte no Município de Caiapônia está de acordo com o código florestal de 2012 nº 12.641,
avaliar a presença e o tipo de erosão, e verificar a disposição de resíduos sólidos descartado de
forma inadequada no local, o que gera danos no meio ambiente, propondo uma gestão e
gerenciamento no córrego monte, e analisar a percepção destes e possíveis ações que visem
contribuir para reduzir a degradação ambiental.
MATERIAIS E MÉTODOS:
A cidade de Caiapônia esta localizada na microrregião Sudoeste de Goiás e possui,
segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 16.757 habitantes, segundo o
censo de 2010. Esta localizada na latitude 16,957º S e longitude 51,855º O. A cidade se encontra
parcialmente dentro da bacia hidrográfica do córrego monte sendo que dentro dessa bacia
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possui uma micro bacia que é popularmente conhecida como córrego das galinhas que abastece
a cidade, sendo esta a bacia que delimita a área de estudo do trabalho.
A metodologia aplicada se deu de duas maneiras: através de visita a campo para ter
melhor precisão de dados e verificar algumas áreas que não foram possível definir por imagens
de satélite, e com o uso de sistemas de informações geográficas (SIG) para se fazer o
geoprocessamento da bacia de estudo. O primeiro passo do trabalho baseou-se em baixar os
arquivos para montar uma base cartográfica da área de estudo.
Para delimitar esta bacia no qual foi utilizado o software livre de geoprocessamento
Qgis na versão 2.14.11 Essen, no qual foi usado o DATUM SIRGAS 2000, foi aplicado os
shapefiles de drenagem do país e as divisões municipais do estado de Goiás disponíveis no site
do SIEG (Sistemas Estadual de Geoinformação), imagem STRM do site TOPODATA (Banco
de Dados Geomorfometricos do Brasil) e através do complemento QuickMapServices para a
sobreposição da imagem de satélite nos shapefiles usados facilitando a delimitação da bacia.
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arquivos, onde estão armazenados os dados de drenagens e limites do estado de Goiás. Após
aberto foram apagados os outros municípios do estado para ficar mais fácil de trabalhar, e
recortar a drenagem de acordo que só irá aparecer a drenagem dentro do limite municipal.
Para gerar as curvas de níveis que são fundamentais para a delimitação seguimos os
seguintes passos, barra de ferramentas lateral aperte em Raster e selecione o arquivo de imagem
STRM e clique OK. Neste trabalho foram utilizadas duas imagens, pois a bacia hidrográfica se
localiza na margem das duas imagens que tem como identificação de SE-22-V-D e SE-22-V-
B. Para gerar as curvas deve ir ao menu de ferramenta e clicar em Raster, Extrair, Contorno, na
janela que abrir devemos selecionar o Arquivo de Entrada (Raster), e selecionar o local do
Arquivo de saída (Vetor) para Linhas de Contorno, o Intervalo entre linhas de Contorno foi
utilizado 3 metros por ser considerado uma distância bem precisa.
Para delimitar a bacia foi seguido duas etapas, a primeira foi definir o ponto de exutório
onde gera um shapefile de ponto que no caso do trabalho colocou-se o ponto no local de
encontro do córrego monte que desagua no Rio Bonito que passa próximo a cidade, depois deve
mudar de cor a drenagem da bacia para diferenciar das drenagens das bacias vizinha.
Foi criado um Buffer no shapefile da drenagem de 30 metros nas margens dos canais de
drenagem obedecendo a lei 12.641 de 2012 para se saber as áreas das matas ciliares que estavam
regulares ou irregulares para se fazer o levantamento, nos pontos de nascentes foram criados os
buffer de 50 metros.
Para a identificação das matas ciliares irregulares foi feito a sobreposição da imagem de
satélite e o buffer criado da drenagem, nos locais que as matas estavam menores que os limites
do buffer foi marcado um ponto para contabilização dos locais de irregularidades. Do mesmo
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modo foi feito nas nascentes marcando um ponto nos locais com falta de mata. Na parte de
campo foram verificados alguns pontos que não foi possível ver por imagem de satélites, como
vistoria de terreno para ver se era erosão ou somente uma área sem vegetação ou laje de pedras
que é muito marcante na região, confirmação da largura das matas ciliares, presença de resíduos
sólidos depositados irregulares e verificar alguns outros tipos de impactos.
RESULTADOS E DISCUSSÕES:
Devido ao uso inadequado do solo estão comprometendo a qualidade ambiental do
ecossistema, mesmo havendo leis que protegem o meio ambiente o processo de degradação
vem impactando com consequência maior nos recursos hídricos, com isso é de extrema
importância a avalição das condições ambientais das áreas e para adotar medidas de
conservação e manutenção ambiental.
Após a utilização do (SIG) pode se estabelecer resultados para a avaliação das matas
ciliares e outros impactos ambientais sendo estes o método mais utilizado para avaliação
atualmente e ainda carece de novas metodologias de pesquisas. Através da análise da figura (2),
pode se observar que os cursos d´água que faz parte da bacia do córrego monte, estão com
muitos pontos críticos de preservação da mata ciliar sendo contraditório ao código florestal.
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Com a análise do recorte espacial da bacia do córrego monte que contém uma área total
de 167,321 km², o uso e ocupação do solo que prevalece e a pecuária e agricultura. Este processo
de produção que vem sendo feito de forma inadequada com super-pastejo, monoculturas, a não
utilização de práticas conservacionistas aliados ao revolvimento excessivo do solo e uso
excessivo de produtos químicos e o desmatamento, vem causando à degradação do solo
tornando susceptível a erosão. E na busca de abertura de novas áreas vem-se degradando as
matas ciliares, o que ocasiona um problema para os cursos d´água, pois sem as matas ciliares
acelera o processo de assoreamentos, é assim com a precipitação que faz com que as gotas de
chuva atingem o solo descoberto origina o salpicamento do mesmo, que e desprendido e levado
através do declive para os leitos dos rios. São aspectos como estes que ocasionam o grande
número de áreas irregulares, sendo que na cabeceira do córrego monte apresenta 52 pontos de
locais sem a preservação das matas ciliares, mais 2 pontos de erosões de grande porte sendo
caracterizadas do tipo de sulcos, e outro fator que prejudica a bacia do córrego monte e o lixão
localizado perto do curso d`água.
Na parte inferior da bacia, está localizada a cidade de Caiapônia. A bacia corta a metade
da cidade onde todas as drenagens dessa mesma escoam-se para o córrego monte, como a cidade
não tem sistema de drenagem às enxurradas provocadas pela chuva ganha mais velocidade de
saída no final das ruas provocando grandes erosões e o arrastamento de resíduos sólidos para o
leito do rio. Perto da cidade, devido as consequência dessas enxurradas foram identificadas 3
grandes voçorocas, com grande presença de lixo oriundos da cidade como pneus, entulho,
geladeiras e sacolinha de plásticos. A cada dia que passa essas voçorocas crescem de uma
maneira acelerada assim contaminando e poluindo o curso d` água. Nas proximidades do
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exutório da bacia as matas ciliares estão mais preservadas enquadradas na lei do código florestal
12.641, de 25 de maio de 2012.
CONCLUSÃO:
Através da análise dos dados concluímos que a bacia do córrego do monte apresenta
alguns problemas que consequentemente prejudicando a toda a bacia, quanto o leito do curso
d´água. Assim afetando a bacia de uma forma social, ambiental e econômica, sendo que a
mesma e responsável pelo abastecimento de água da população de Caiapônia.
As matas ciliares são muito importante para a proteção do curso d´água sendo que
pequena parte da bacia está de acordo com os 30 metros de largura APPs, mas apresenta muitos
pontos de falha exatamente 119 pontos no total, sendo grande parte desses pontos localizados
em áreas de pastagem. Algumas pastagens que foi verificada apresentando a pratica do super-
pastoreio que estão em processo de degradação, assim favorecendo a compactação e
surgimentos de erosões no solo, e na agricultura podendo está contaminado o rio e solo por
agrotóxicos, que será foco de uma nova pesquisa.
REFERÊNCIA
ARAUJO, G. H. de S.; ALMEIDA, J. R. de; GUERRA, A. J. T. Gestão Ambiental de Áreas
Degradadas. 5. Ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005. Disponível em:
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TOPODATA. Banco De Dados Geomorfometricos Do Brasil. São Paulo, 2008. Disponível em:
<http://www.dsr.inpe.br/topodata/> Acesso em : 19 maio de 2018.
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Thiago Rocha
Universidade Federal de Goiás/Jataí
thiagorocha1@hotmail.com
Valdir Specian
Universidade Estadual de Goiás;
vspecian@gmail.com
Resumo: O presente trabalho apresenta uma caracterização do regime e variabilidade climática em dois
postos pluviométricos localizados na mesorregião oeste do Estado de Goiás. Escolheu-se uma série
histórica pluviométrica entre 1 de janeiro de 1975 e 31 de dezembro de 2015, totalizando 41 anos. Como
metodologia, utilizou-se a estatística descritiva para analisar o conjunto de dados, e posteriormente,
classificados em “anos-padrão” em períodos trimestrais. O percentual mensal de precipitação em relação
ao regime anual foi expresso por meio de pluviogramas. Os resultados apontam para uma acentuada
irregularidade das chuvas no período de primavera-verão e habitualidade no período de inverno. Os
pluviogramas indicam que o regime seco de outono-inverno é mais definido para o posto de São Ferreira.
O posto de Caiapônia apresentou episódios pluviométricos mais recorrentes no trimestre junho, julho e
agosto, indicando a atuação de sistemas frontais no inverno.
INTRODUÇÃO
Os estudos em climatologia têm crescido de maneira exponencial nos aspectos
qualitativos e quantitativos. No Brasil, um dos elementos climatológicos mais estudados diz
respeito a precipitação pluviométrica por apresentar séries temporais superiores a três décadas
com razoabilidade de registros diários.
É particularmente atraente, o estudo da chuva, devido a dependência que as sociedades
humanas possuem desse fenômeno, sendo um dos elementos da climatologia mais relevantes,
pois refere-se à sobrevivência humana (CONTI, 1975).
Na região de Goiás, tem-se alguns estudos pioneiros relacionados a dinâmica climática
e variabilidade das chuvas, como apresentados por Monteiro (1951, 2015); Nimer (1989);
Assad (1990); e outros mais recentes como em Barros (2003); Alves e Vecchia (2011); Cardoso
et al. (2014); Nascimento (2016) e Neves et al. (2017).
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MATERIAIS E MÉTODOS
Obtenção dos dados e série temporal
A série histórica utilizada para a análise climatológica foi escolhida a partir da
disponibilidade de dados pluviométricos no Sistema Nacional de Informações de Recursos
Hídricos (SNIRH/HidroWeb), plataforma eletrônica da Agência Nacional de Aguas – ANA. O
presente estudo foi definido em uma série histórica pluviométrica entre 1 de janeiro de 1975 e
31 de dezembro de 2015, totalizando 41 anos.
O arranjo, verificação dos dados diários de chuvas, a análise e seleção da série histórica
e o tratamento estatístico dos dados de chuva referentes à série temporal definida para esta
pesquisa foram realizados no software Excel 2007, por meio de planilhas minuciosamente
elaboradas, além da confecção dos gráficos, tabelas e planilhas, todos muito úteis para a síntese
e interpretação dos resultados.
Caracterização da área de estudo
Os postos pluviométricos utilizados na presente pesquisa situam-se na mesorregião
oeste do Estado de Goiás, nas proximidades dos municípios de Piranhas e Caiapônia. Possuem
87 quilômetros de distância entre si e estão localizados na compartimentação topográfica da
Serra do Caiapó (Nascimento, 1991). Os postos pluviométricos encontram-se na região oeste
do Estado de Goiás conforme ilustra a Figura 1 e Tabela 1.
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Estatística descritiva
Foram analisados alguns elementos fundamentais para a compreensão do regime
pluviométrico, levando em consideração as estações do ano e sua variabilidade, de acordo com
os seguintes parâmetros estatísticos:
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(1)
(2)
(3)
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os resultados do desvio padrão apontaram uma ampla variabilidade pluviométrica nos
períodos de primavera, verão, outono e inverno. Notou-se que o período de primavera
apresentou uma irregularidade menos acentuada quando comparado com o período de verão,
com valores excepcionais negativos no ano de 1977. Logo, a estação de verão as irregularidades
foram mais notórias com desvios percentuais nos anos de 1975, 1977, 1978 e 1990 com valores
de superiores a -40% de precipitação. Por outro lado, os desvios de precipitação no período
outono-inverno apresentaram valores percentuais menos pronunciados, variando entre 15% e -
10% de precipitação. Destacam-se os anos de 1979, 1987 com valores positivos de precipitação
(Figura 2).
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Figura 2: Desvios padronizados de precipitação trimestral para o posto São Ferreira (P1).
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Para uma observação visual mais acurada sobre a dinâmica pluviométrica adotou-se a
metodologia de “anos padrão”, que classifica os coeficientes de variação pluviométrica em três
classes principais: seco, chuvoso e habitual (SANT’ANNA NETO, 1990). No presente trabalho
as classes foram subdivididas em outras 14 subclasses a fim de obter um panorama específico
da variabilidade pluviométrica trimestral, entre os postos analisados.
De maneira mais expressa do quadro pluviométrico, para o posto de São Ferreira (P1),
o período de verão apresentou irregularidades mais acentuadas que a primavera, com
coeficientes de variação superiores a -50% nos anos de 1975 e 1978, e -35% e 32% nos anos
de 1993 e 2001, classificados como “extremamente secos”.
No posto pluviométrico de Caiapônia (P2), observou-se que os desvios pluviométricos
de primavera-verão foram irregulares ao ponto de apresentar coeficientes na classe de
“extremamente chuvosos” em 1980, 1982 e 2003, acima de 30,01% de precipitação em relação
à média de 41 anos analisados. Todavia, para o mesmo período chuvoso, houve anos
“extremamente secos”, com destaque para o ano de 2007, 2012, 2013 e 2014, sendo que no
semestre de 2013 o coeficiente de variação pluviométrico apresentou valores inferiores a -
130%, com extrema irregularidade na série histórica em quatro décadas (Figura 4).
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pluviograma elaborado para o posto de Caiapônia revelou aspectos importantes sobre a porcentagem
mensal das chuvas. Observou-se que o regime da estação seca não é tão bem definido quando comparado
com o pluviograma de São Ferreira. Nos anos de 1989, 1990, 1994 revelou percentuais pluviométricos
em todos os meses. Em outros anos o período de inverno apresentou episódios úmidos com percentuais
notáveis de 9,7% para o mês de junho de 1997, e 6,6% em julho de 2014. O predomínio do mês mais
seco para o posto pluviométrico de Caiapônia é julho, com 23 anos secos, seguido de agosto com 20
meses secos.
O quantitativo pluviométrico nos meses de primavera-verão revelou percentuais excepcionais
para fevereiro de 1995, com valores acima de 35% de chuva, e para o mês de março de 2011 com
percentual mensal de 40%. A Figura 6 ilustra a porcentagem mensal de precipitação em Caiapônia em
sete classes. O quadro à direita da figura revela o total pluviométrico anual para a série histórica de 1975
a 2015.
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CONSIDERAÇÕES
Os períodos de primavera-verão apresentaram irregularidades mais acentuadas de
precipitação em comparação ao período de outono-inverno, predominantemente mais regular e
com valores percentuais de precipitação habituais.
Recomenda-se a relação de dados de precipitação de outras estações de superfície no
oeste de Goiás, e eventos de macroescala (Oscilação Decadal do Pacífico; El Niño; La Niña; e
outros), a fim de compreender a relação positiva e negativa dos sinais apresentados pela
variabilidade das chuvas.
O curso anual das chuvas e suas irregularidades ficaram patentes nos pluviogramas,
demonstrando diferenças significativas na distribuição mensal das chuvas para os postos
pluviométricos situados a menos de 100km de distância entre si, ressaltando a possibilidade de
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AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq) e à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(CAPES), pelo auxílio financeiro.
REFERÊNCIAS
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precipitação pluvial no Estado de Goiás. Acta Sciencitarium. Maringá, v.33, n.2, p.193-197,
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NASCIMENTO, D. T. F. Chuvas no Estado de Goiás e no Distrito Federal a partir de
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de Estudos Socioambientais, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2016.
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RESUMO: Esta pesquisa teve como objetivo analisar a variação temporal da precipitação pluviométrica
no quadrimestre de janeiro, fevereiro, março e abril entre o período de 1974 a 2018, totalizando 45 anos.
Os dados utilizados nesta pesquisa foram obtidos junto a ANA e ao Laboratório de Climatologia da
UEG – Campus de Iporá. Os dados foram organizados em planilhas de cálculo para preenchimento de
falhas, aplicação da estatística descritiva e construção de gráficos e tabelas. Os resultados demonstraram
que em 25 anos da série histórica analisada registraram volumes de chuva acima da média e 20 anos
apresentaram volumes abaixo da média, inclusive os três últimos anos da série 2016, 2017 e 2018.
Palavras-chave: Clima, Precipitação Pluviométrica, Variação Temporal
INTRODUÇÃO
A séculos o clima tem sido objeto de análise de vários pesquisadores ligados as ciências
que estudaram a atmosfera. No caso da Geografia, o anseio por compreender a interação entre
os elementos e fatores climáticos e sua relação com a sociedade, tem sido objeto de estudo da
Climatologia Geográfica.
Trata-se de uma questão muito importante, pois os elementos Radiação Solar,
Temperatura do ar, Umidade do ar, Precipitação Pluvial e outros estão cotidianamente em
interação com a sociedade, muitas das vezes ditando seu modo de vida, refletindo na economia
e na sua forma de ocupação e organização no espaço.
Os elementos climáticos têm sido estudados no Brasil por vários pesquisadores como
Monteiro (1971), Nimer (1979), Mariano (2005), Baldo (2006), Zavattini (2009), Zavattini e
Boin (2013), dentre outros, com o objetivo de compreender sua dinâmica e os efeitos de sua
variabilidade espacial e temporal sobre determinadas regiões.
Cotidianamente assuntos relacionados ao padrão dos elementos climáticos são
transmitidos pela mídia a sociedade. Informam notícias sobre a previsão do tempo atmosférico
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mostrando em quais regiões vai chover, qual estará mais seca, onde a temperatura será mais
elevada. Também informam sobre os efeitos da variação dos elementos climáticos com
abastecimento de água, com a geração de energia elétrica, com a produção agrícola, com o
desconforto térmico e inundações em áreas urbanas, etc.
De fato, isso indica que o conhecimento sobre a dinâmica dos elementos climáticos e
sua variação no tempo e no espaço é importante, pois interfere diretamente na natureza e no
modo de vida e organização da sociedade.
Segundo Baldo (2006) o estudo da variação da precipitação é importante não só do ponto
de vista climático, mas principalmente devido sua relação com os problemas de inundação em
áreas urbanas, com os problemas de ordem econômica oriundos da produção agrícola, do
abastecimento de água e da geração de energia hidroelétrica.
Nesta mesma perspectiva, Marengo et al. (2007, p. 202) também ressaltou que os
“extremos de chuva, especialmente no verão, podem ocasionar enchentes e gerar impactos
diretos sobre a população, embora em escalas de tempo sazonais, um atraso no início da estação
chuvosa pode causar impactos graves na agricultura e na geração de energia hidroelétrica”.
De acordo com Sant’ Anna Neto e Zavatini (2000) devido ao clima ser muito dinâmico,
torna-se necessária a observação de seus principais elementos, como a temperatura, a umidade
e a pluviosidade, por um longo período de tempo, para verificar se as variações de seus padrões
são realmente permanentes, ou são fatores de mudança climática, ou se são ciclos periódicos
que tendem a se repetir de tempos em tempos, tratando-se apenas de variabilidade do clima.
Dessa forma analisar a variação temporal da precipitação pluviométrica em Iporá-Go é
relevante, pois revela como esse elemento se portou ao longo de um período de tempo, podendo
dimensionar seus extremos. Neste sentido, o objetivo desta pesquisa foi de analisar a variação
da precipitação pluviométrica, durante o quadrimestre de janeiro, fevereiro, março e abril, em
Iporá-GO, tendo em vista que essas informações são relevantes para tomada de decisões quanto
ao abastecimento de água da área urbana e rural do município, para agricultura e o planejamento
ambiental da região.
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PRCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Nesta pesquisa foram analisados dados de chuva obtidos entre os anos de 1974 e 2018,
totalizando 45 anos. Os resultados demonstraram que o maior valor de chuva acumulada
registrada no quadrimestre de janeiro, fevereiro, março e abril foi de 1298,2 mm no ano de
1983. O menor valor (511,4 mm) foi registrado no ano de 1987 e a média de chuva deste período
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Figura 2 – Variação dos totais de chuva para o quadrimestre JFMA em Iporá-GO entre os
anos de 1974 e 2018.
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4
https://www.oestegoiano.com.br/noticias/meio-ambiente/ja-nao-sobra-agua-no-santo-antonio-apos-captacao-
para-abastecer-ipora
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Porém também deve ser ressaltado que o problema da falta de água para abastecimento
humano não é somente devido a variação das chuvas, mas principalmente na forma que as
bacias hidrográficas foram sendo ocupadas ao longo das últimas quatro décadas. O que
prevaleceu foi o desmatamento de vastas áreas de vegetação natural de cerrado, incluindo
nascentes e matas ciliares, para dar lugar as gramíneas utilizadas para pastagens e o cultivo de
diversos produtos agrícolas.
Um dos efeitos deste processo é a compactação dos solos que por sua vez, dificulta
infiltração da água da chuva para percolar e recarregar o lençol freático. Outro fator que também
deve ser considerado e a prática desenfreada do cultivo de culturas irrigadas, que demandam
um grande volume de água para sua prática.
Portanto, não se deve culpar apenas a variabilidade da chuva como o fator responsável
pela redução ou falta de água para o abastecimento humano, mas deve ser considerado outras
práticas que são efetuadas pela sociedade, principalmente aquelas provenientes do mau uso e
gestão das bacias hidrográficas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BALDO, M. C. Variabilidade pluviométrica e a dinâmica atmosférica na bacia
hidrográfica do rio Ivaí-PR. 2006. p. 172. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação
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INTRODUÇÃO
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Vários pesquisadores têm utilizado o IAC como ferramenta para análise da variabilidade
da precipitação pluviométrica e inclusive, por meio de seus resultados, estabelecem relações
desta variabilidade com o fenômeno El Niño Oscilação Sul – ENOS.
Marcuzzo e Goularte (2012) analisaram a variação do IAC da precipitação pluvial no
estado de Tocantins. Os resultados revelaram que para o período de estudo de 30 anos (1977 a
2006) houve maior número de anos secos do que de anos úmidos, ou seja, houve uma tendência
de diminuição das chuvas no estado do Tocantins para o período estudado.
Gross (2015) analisou as relações entre os decretos de situação de emergência e o Índice
de Anomalia de Chuva (IAC) nos municípios do Estado do Rio Grande do Sul afetados pelas
estiagens no período de 1991 a 2012. Os resultados demonstraram que a maioria dos decretos
de situação de emergência avaliados foram registrados após três meses consecutivos de
estiagem com intensidades variando de suave a moderada, e que os eventos de estiagem
ocorreram em sua maioria no setor Oeste do Estado, principalmente nas estações do verão,
outono e inverno.
Fonseca (2016) também utilizou o IAC para analisar a variabilidade e as anomalias de
chuva em Blumenau-SC, entre os anos de 1941 e 2015. Os resultados demonstraram que as
anomalias positivas e negativas apresentaram uma forte relação com os anos sob ação da fase
positiva e negativa do fenômeno ENOS.
Costa e Silva (2017) estudaram a variabilidade e os extremos de chuvas no estado do
Ceará utilizando o IAC. Os resultados demonstraram que na maioria dos anos de El Niño foi
verificado seca para quase todo estado do Ceará, já nos anos de La Niña foi verificado anomalias
positivas de chuva para extensão de quase todo estado.
Neste sentido, o objetivo desta pesquisa consistiu em analisar a variabilidade anual das
chuvas na região de planejamento, do estado de Goiás, denominada de Oeste Goiano. Acredita-
se que os resultados obtidos poderão servir de subsídios para o planejamento agrícola e a gestão
dos recursos hídricos na região.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
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Iporá, 6 a 9 de junho de 2018.
̅ )/(𝑀
𝐼𝐴𝐶 = 3(𝑁 − 𝑁 ̅− 𝑁
̅) (1) para anomalias positiva e,
̅ )/(𝑋̅ − 𝑁
𝐼𝐴𝐶 = −3(𝑁 − 𝑁 ̅) (2) para anomalias negativas.
Onde 𝑁 corresponde a precipitação total (mm) do ano que está sendo analisado o IAC;
̅ corresponde à média de toda a série histórica analisada; 𝑀
𝑁 ̅ corresponde à média das dez
maiores precipitações do ano que está sendo analisado e; 𝑋̅ corresponde à média das dez
menores precipitações do ano que está sendo analisado.
Conforme Gross (2015) este índice incorpora um procedimento de classificação para
ordenar magnitudes de anomalias de precipitações positivas e negativas. Este índice também
foi usado por Marcuzzo e Goularte (2012) para analisar as anomalias de chuva nos estados de
Mato Grosso e Tocantins, também localizados na região Centro-Oeste do Brasil.
Para identificar a intensidade das anomalias positivas e negativas foi adotada a tabela
de referência utilizada por Gross et al. (2012). Nesta tabela, os valores obtidos pelo IAC foram
ordenados em faixas e cada faixa expressa uma classe de intensidade (Tabela 1).
RESULTADOS
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entre as coordenadas geográficas 14º 30’ 00” e 17º 30’ 00” Sul / 49º 30’ 00” e 53º 00’ 00”
Oeste, constituída por 43 municípios (Figura 1), que segundo o IMB (2015) – Instituto Mauro
Borges, possuem sua economia baseada na agricultura, na pecuária (de corte e leiteira) e no
agronegócio.
onde se encontram os chapadões (extensas áreas planas que favorecem o deslocamento das
frentes frias na região).
Segundo Borges e Alves (2017) durante os meses de março e agosto, referente ao final
e início do período chuvoso na região, os volumes de precipitação são maiores nas porções
central, sul e oeste da região em decorrência das incursões das frentes frias.
Portanto, cabe ressaltar que para tecer afirmações mais contundentes sobre a
distribuição das chuvas na região é necessário que haja um estudo mais criteriosos e específico
para este objetivo.
Para as demais localidades as médias de chuva foram de 1544,3 mm para Itapirapuã,
1549,3 mm para Montes Claros de Goiás, 1515,8 mm para Turvânia, 1489,2 mm para Aragarças
e 1511,4 mm para Caiapônia.
Os valores do desvio padrão revelou que os menores desvios de chuva foram registrados
no posto pluviométrico de Iporá (274,4 mm) e os maiores valores no posto pluviométrico de
Caiapônia (528,4 mm) (Tabela 2), localizada ao sul da região.
Este resultado indica que, entre os postos pluviométricos analisados, houve maior
variação nos totais anuais de chuva em Caiapônia e menor variação em Iporá para o período de
1985 a 2014. As demais localidades apresentaram desvio padrão nos totais anuais de chuva na
ordem de 345,2 mm para Britânia, 283,9 mm para Itapirapuã, 319,3 mm para Montes Claros de
Goiás, 276,6 mm para Turvânia e 302,5 mm para Aragarças.
Com relação ao IAC, em Britânia, 12 anos apresentaram anomalias positivas e 22
anomalias negativas. O maior valor de anomalia positiva foi registrado no ano de 1980 (7,4) e
indica que este ano foi extremamente úmido, conforme a tabela de referência do IAC. O maior
valor de anomalia negativa foi registrado no ano de 1993 (-4,7) e foi classificado como o um
ano extremamente seco. (Figura 2A).
No posto 2, em Itapirapuã, em 15 anos da série histórica foi registrado anomalias
positivas e em 20 anos anomalias negativas. O maior valor de anomalia positiva foi registrado
no ano 1983 (6,0) e o maior valor de anomalia negativa foi encontrado no ano de 1984 (-5,5).
(Figura 2B).
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Figura 2A - IAC para Britânia e Figura 2B – IAC para Itapirapuã-GO entre o período de 1980
a 2014
Em Britânia, vale destacar que do ano de 2005 até o final da série histórica predominou
anomalias negativas na precipitação pluviométrica, porém em Itapirapuã os anos finais da série
histórica foram intercalados por anomalias positivas nos anos de 2011 (0,9), classificado como
um ano úmido e 2013 (2,4) classificado com muito úmido e anomalias negativas nos anos de
2010 (-2,9), 2012 (-2,9) ambos classificados como muito secos e 2014 (-1,8) como seco.
No posto pluviométrico de Montes Claros de Goiás quinze anos registraram anomalias
positivas e dezoito anos anomalias negativas. Vale ressaltar que assim como em Britânia e
Itapirapuã, na maior parte dos anos da série histórica foi registrado anomalias negativas nos
totais anuais de chuva. Os anos de 1983 e 1993 se destacaram por registrar os valores extremos,
sendo que em 1983 o total anual de chuva foi de 2237,8 mm. Neste ano também foi registrado
a maior anomalia positiva do IAC em Montes Claros de Goiás (5,1), fato que o classificou o
ano de 1983 como um ano extremamente úmido. (Figura 3A).
Ao contrário do ano de 1983, em 1993, dez anos depois, foi registrado o menor total
anual de chuva da série histórica 896,3 mm e maior valor de anomalia negativa do IAC (-4,9),
que o classificou como um ano extremamente seco. (Figura 2A).
Nos anos finais da série histórica os anos de 2010, 2012 e 2014 apresentaram anomalias
negativas e o ano de 2011 e 2013 anomalias positivas.
Em Turvânia 18 anos registraram anomalias negativas e 16 anos anomalias positivas,
sendo que o maior valor positivo foi registrado no ano de 1983 (7,5) e o maior valor das
anomalias negativas foi encontrado no ano de 2007 (-3,4). O ano de 1983 foi o mais chuvoso
em Turvânia, registrou 2353,8 mm de chuva acumulada e foi classificado como extremamente
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úmido. Já o ano de 2007 foi o mais seco de toda a série histórica, registrou 1135,1 mm de chuva
acumulada e foi classificado como um ano muito seco. (Figura 3B).
Figura 3A - IAC para Montes Claros de Goiás-GO e Figura 3B – IAC para Turvânia-GO
entre o período de 1980 a 2014
Em Turvânia, nos últimos anos da série histórica (2010 – 2014) os anos de 2010 e 2012
registraram anomalias negativas (-2,0) e (-2,3), e as anomalias positivas foram registradas nos
anos de 2011 (0,2), 2013 (0,5) e 2014 (0,6).
Para a cidade de Aragarças-GO foi identificado 26 anos com anomalias negativas e 10
anos com anomalias positivas. O maior valor de anomalia negativa foi registrado no ano de
1981 (-4,4) e a maior anomalia positiva no ano de 1983 (7,2). Esse resultado indica que o ano
de 1981 foi o mais seco da série histórica analisada e registrou 903,0 mm de chuva acumulada.
Já o ano de 1983 foi o mais chuvoso de todo o período analisado e registrou 2078,3 mm de
chuva acumulada. (Figura 4A).
Em Iporá-GO 22 anos da série histórica apresentou anomalias negativas e 13 anos
anomalias positivas. O maior valor de anomalia negativa foi registrado no ano de 2012 (-4,0) e
a maior anomalia positiva foi encontrada no ano de 1989 (5,4). (Figura 4B).
Conforme as faixas de classificação do IAC, estes resultados indicam que, durante os
35 anos da série histórica, o ano de 2012 foi o mais seco e registrou 1185,6 mm de chuva. O
ano de 1989 foi o mais úmido e registrou 2272,1 mm de chuva.
No posto de pluviométrico de Caiapônia foram registradas anomalias positivas de
precipitação em 11 anos da série histórica e anomalias negativas em 24 anos. O maior valor de
anomalia positiva foi registrado no ano de 2003 (6,7) e o maior valor de anomalia negativa
ocorreu no ano de 2013 (-4,9). (Figura 4C).
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Figura 4A - IAC para Caiapônia-GO; Figura 4B – IAC para Iporá-GO e Figura 4C – IAC para
Caiapônia entre o período de 1980 a 2014
Também vale observar que, assim como ocorreu em Britânia, em Caiapônia do ano de
2005 até o final da série histórica analisada predominou anomalias negativas na precipitação
pluviométrica.
Até o início dos anos 2000 os valores de anomalias negativas não passaram de -2,5,
porém a partir de 2006 houve o aumento das anomalias negativas de chuva. Este resultado
apontou que durante estes anos os totais de chuva acumulada foram diminuindo e nos revelou
a formação de um período mais seco dentro da série histórica analisada para Caiapônia como
para Britânia.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Baseado nos resultados preliminares apresentados, nota-se que em todos os pontos
amostrais analisados houve uma tendência da elevação das anomalias negativas de precipitação.
Isso indicou que ouve uma diminuição do volume de chuva precipitado em cada localidade
analisada.
Vale destacar que principalmente que em Caiapônia, localizada ao sul e Britânia ao
norte da região demonstraram um acentuado aumento das anomalias negativas de chuva entre
os anos de 2005 e 2014, anos finais da série histórica. Portanto, para afirmações mais
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contundentes sobre a dinâmica das chuvas nesta região é necessário que outros estudos sejam
realizados.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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em Geografia da UNESP de Presidente Prudente-SP. UNESP, 2006. Disponível em:
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afetados pelas estiagens no período de 1991 a 2012. 2015. 99 f. Dissertação (Mestrado) –
Programa de Pós-Graduação em Geografia e Geociências da UFSM. UFSM, 2015. Disponível
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MARCUZZO, F.; GOULARTE, E. R. P. Índice de anomalia de chuva do estado do Tocantins.
In: Revista Geoambiente on-line. 2012. n. 19. Disponível em: <
https://www.revistas.ufg.br/geoambiente/article/view/26056>. Acesso em: 21 mai. 2018.
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1- Introdução
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2- Material e método
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A bacia hidrográfica escolhida para esta análise é a bacia do ribeirão Paraíso, situada
entre as coordenadas 17°43’3” S a 18°3’41” S e 51°28’26” W a 51°41’17” W, contendo uma
área de 361,7 km2 (Figura 2) distante a 327 quilômetros da capital estadual Goiânia, limitando
-se ao norte com municípios de Caiapônia, Perolândia, ao sul Itarumã, Caçu a Aparecida do Rio
Doce, ao leste Rio Verde, e a oeste os municípios Mineiros e Serranópolis. A Bacia hidrográfica
do ribeirão Paraíso faz parte dos formadores da bacia do rio Claro, afluente do rio Paranaíba,
ambos pertencentes a bacia hidrográfica do rio Paraná.
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III Fórum Regional das Águas e XX Encontro de Geografia da UEG
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De acordo com as pesquisas realizada por Lopes (2016) em relação a análise de uso e
ocupação entre os anos de 2005 e 2015, que a bacia do ribeirão Paraíso possui caráter agrícola,
a qual apresentou em torno de 60% de todos os períodos avaliados áreas destinadas as atividades
agropastoris, porém não foi evidenciado na análise da autora, presença de pivô de irrigação na
bacia o que poderia influenciar na vazão do ribeirão. A autora avaliou ainda a precipitação
durante 30 anos, evidenciando que a distribuição concentra-se entre os meses de outubro a
março, com média anual de 1.486 mm.
3- Resultados e discussões
O gráfico representado pela figura 3, mostra que a primavera teve destaque na chuva
acumulada para o mês de novembro, o qual alcançou 271,80mm, seguido do mês de fevereiro
correspondendo ao verão, com 251, 80 mm, o que comprova a análise de Lopes (2016) que
afirmou que a concentração das chuvas ocorrem entre os meses de outubro a março. Observou-
se ainda que meses que vão de abril a setembro apresentam menor índice pluviométrico como
é o caso do mês de agosto período de inverno, em que na região do Cerrado se caracterizam
como período seco. Destacamos ainda, que o comportamento da precipitação dos 7 dias
acumulados para primavera e verão foram semelhantes, porém, verificou-se que o mês de maio
referente ao outono apresentou o maior índice de precipitação acumulada.
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Tabela I- Vazão total do ribeirão Paraíso entre agosto de 2014 e maio de 2015.
Profundida Invern Primave Outon
Largura Verão
Pont de o ra o
(m) 3 3 (m3/s)
os Máxima (m) (m /s) (m /s) (m3/s)
1 1,40 0,23 0,03 0,08 0,06 0,12
2 2,29 0,64 0,22 0,64 0,42 0,58
3 2,58 0,95 1,19 0,68 1,27 0,28
4 5,58 0,81 1,34 0,80 1,56 2,13
5 5,71 0,99 1,84 2,36 2,53 3,53
6 8,94 0,51 1,90 3,12 3,83 4,17
7 9,21 1,61 2,39 3,73 4,13 4,80
8 11,10 1,17 2,57 3,76 4,23 5,26
9 8,74 1,71 2,93 3,95 4,70 6,07
10 8,00 1,55 2,95 4,00 4,92 6,40
Fonte: Próprios autores (2015)
Verificou-se nesta análise que o ponto 2 da bacia apresentou sua maior vazão na
primavera, o ponto 3, apresentou a maior vazão no período do verão e todos os demais pontos
apresentaram as maiores vazões sempre no período do outono. Quando comparamos estas
informações com a precipitação acumulada percebemos que o outono exerceu maior influência
sobre a vazão total, mesmo sendo o mês que apresentou baixa precipitação conforme
apresentou-se na figura 3, e comparando com a tabela 1, poder-se-ia afirmar que as maiores
vazões deveriam ocorrer na primavera que apresentou o maior índice de precipitação.
As maiores vazões observadas por período, foram constatadas no outono, o que não
condiz com a precipitação total do mês de referência, neste sentido destacamos a influência do
7 dias acumulados nesta análise, o inverno manteve a vazão mínima em todos os pontos
observados, não influenciada pela precipitação, neste contexto a primavera mesmo
apresentando a maior precipitação (36,50 mm) que o verão (27,00 mm) apresentou a menor
vazão para o período chuvoso, isso pode ser justificado pelo fato de ser período inicial da
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Tucci e Mendes (2006) afirmam que, embora o ciclo hidrológico possa parecer um ciclo
contínuo, com a água se movendo de uma forma permanente com taxa constante, difere-se
muito na realidade, pois o movimento que a água faz em cada uma das fases do ciclo ocorre de
forma bastante aleatória, variando tanto no espaço como no tempo.
4- Considerações Finais
Verificamos que a maior vazão medida ocorreu no outono, com 6,40 m3/s, no ponto 10
último ponto próximo a foz, ainda para o mesmo ponto a menor vazão foi no inverno, com
apenas 2,95 m3/s, cerca de 46% menor que o outono, ressaltamos ainda que este mês
corresponde ao período seco na região do Cerrado brasileiro, o qual não apresentou chuva
acumulada nos 7 dias antecedentes a medição. Sendo assim concluímos que a precipitação é de
fator de fundamental importância para a manutenção do escoamento superficial de uma rede
hidrográfica. Principalmente pela chuva de 57,30 mm que ocorreu 7 dias antes que manteve a
maior vazão observada no curso hídrico. Neste sentido ressaltamos a importância de se
conhecer a morfometria da bacia, bem como, o tempo de concentração da mesma, com intuito
de buscar respostas mais precisas quanto a influência das variáveis hidrológicas.
5- Bibliografia
CONAMA. Conselho Nacional do Meio Ambiente, Resolução nº 357, 2005. Disponível em:
<http://www.mma.gov.br/port/conama/>. Acesso em: 12 fev. 2018.
CHRISTOFOLETTI, A.; Geomorfologia Fluvial. São Paulo: Edgar Blucher Ltda, 1981.
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Iporá, 6 a 9 de junho de 2018.
GAMARO, P. E. Medidores Acústicos Doppler de Vazão. 1ª. ed. Foz do Iguaçu: Itaipu
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TUCCI, C. E. M.; MENDES, C. A. Avaliação ambiental integrada de bacia hidrográfica.
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TUNDISI. J. G. Água no século XXI: Enfrentando a escassez. São Carlos: RiMa, IIe, 2º ed.,
2005.
442
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RESUMO: Os Impactos causados pela ação antrópica, bem como o uso e ocupação do solo na
microbacia hidrográfica do córrego do Tamanduá, tem apresentado aumento das áreas com
vulnerabilidade ambiental. Consequentemente, a degradação da referida área é intensificada
resultando na perda da cobertura vegetal e da mata ciliar, ocasionando os assoreamentos,
erosões e a má qualidade da água. Foi utilizado ferramentas de geoprocessamento e Softwares
de SIG, para nortear o monitoramento ambiental da área, permitindo a interação com imagens
de satélite para a análise do local a ser avaliado. Através do software Qgis 2.18, foi possível
delimitar as áreas de pastagens, vegetação, área urbana, a microbacia e a rede de drenagem. A
microbacia apresenta uma área total de 29,99 km² e a rede de drenagem principal possui 12 km
de extensão, apresentando três tipos de solos distintos, com a área de pastagem com cerca de
16,01 km², áreas de vegetação com cerca de 5,74 km² e a área urbana possui 8, 24 km². Com
isto este trabalho tem como objetivo o monitoramento das áreas vulneráveis da microbacia
hidrográfica do córrego Tamanduá.
Palavras-chaves: Geoprocessamento; Microbacia; Vulnerabilidade;
INTRODUÇÃO
De acordo com Costa et al (2007) a vulnerabilidade ambiental é relacionada com a
degradação de um determinado local. Este poderá ser afetado por erosões, contaminação das
águas e do solo, pouca cobertura vegetal, perda da biodiversidade, como a fauna e a flora,
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carreamento de partículas do solo levando ao assoreamento, dentre outros impactos que podem
alterar as condições naturais. Com isso, o trabalho busca abordar a vulnerabilidade ambiental
no contexto da influência da ação antrópica no meio.
Existem condições que influenciam na vulnerabilidade ambiental, portanto, o autor
Santos (2007, p. 18) afirma que:
[...] a resposta do meio pode ser bastante diferente em função das
características locais naturais e humanas, ou seja, cada fração de território tem
uma condição intrínseca que, em interação com o tipo e magnitude do evento
que induzimos, resulta numa grandeza de efeitos adversos. A essa condição
chamamos de vulnerabilidade.
Costa (2009) diz que a vulnerabilidade do solo a erosão pode ser indicada por
parâmetros físicos e químicos, processos biológicos e antropogênicos. Seguindo na mesma
ideologia do autor os parâmetros antropogênicos, como a retirada da cobertura vegetal para
outros determinados usos do solo, são responsáveis pela alteração do ambiente natural, e com
a perda da cobertura vegetal acarretará sucessivamente em processos erosivos, assoreamento,
contaminação dos cursos hídricos como também favorece a perda da biodiversidade, e isto de
fato ocorre sobre as bacias hidrográficas.
De acordo com Tucci (1997) bacia hidrográfica compõe-se de um conjunto de
superfícies vertentes e de uma rede de drenagem formada por cursos de água que confluem até
resultar em um leito único no seu exutório. Além disso, Lima (2008, p. 46) diz que “Uma bacia
hidrográfica compreende toda a área de captação natural da água da chuva que proporciona
escoamento superficial para o canal principal e seus tributários”.
Romão e Souza (2008) ressaltam que as ações antrópicas interferem diretamente no
espaço físico do meio ambiente, alterando as condições do uso e ocupação do solo. Se tratando
de um local que se encontra uma área de bacia hidrográfica, a degradação do solo modifica as
características naturais das águas superficiais e subterrâneas, e consequentemente a
biogeocenose aquática do entorno.
Segundo estes autores referidos, o estudo sobre o uso e ocupação do solo é um indicador
fundamental para o monitoramento ambiental da área, onde deverão ser abordados não somente
os aspectos físicos, mas englobar, de maneira holística, toda a bacia hidrográfica com o intuito
de avaliar os impactos causados na mesma.
De acordo com Lopes et al (2011) “O uso e a ocupação adequada do solo são
considerados os principais fatores responsáveis pela conservação de bacias hidrográficas”.
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OBJETIVO
Este trabalho tem como objetivo o monitoramento das áreas vulneráveis da microbacia
hidrográfica do córrego tamanduá no município de Iporá – Goiás, através das ferramentas de
geoprocessamento e de softwares de SIG.
MATERIAIS E MÉTODOS
O trabalho foi desenvolvido como uma pesquisa sistêmica e não experimental, de caráter
quantitativo, utilizando técnicas de geoprocessamento onde os procedimentos operacionais
gerados, foram utilizados como forma de diagnóstico ambiental, analisando a vulnerabilidade
da microbacia.
O estudo foi realizado na microbacia hidrográfica do Córrego Tamanduá, situada nas
coordenadas: -16.415420° e -51.074503°, pertencente à microbacia do Ribeirão Santo Antônio
afluente do Rio Caiapó, localizada no Oeste Goiano no município de Iporá-GO. O ponto de
exutório da microbacia foi determinado próximo do lago da cidade de Iporá, tendo como área
de estudos toda a sua extensão a montante.
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Para a classificação do tipo de solo, foi utilizado shapefile do banco de dados do Sistema
Estadual de Geoinformações (SIEG) do estado de Goiás, onde foi usado o shapefile na escala
de 1:250.000. Os dados de solo disponibilizados atende o novo Sistema Brasileiro de
Classificação de Solos (SBCS) de 2013, classificado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) segundo a
(EMATER, 2016), pois essa classificação apresenta um maior detalhamento dos tipos de solos
quando comparados com os demais disponibilizado no banco de dados.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A microbacia apresenta uma área total de 29,99 km², onde a rede de drenagem principal,
denominado Córrego Tamanduá, possui 12 km de extensão, Tabela 1. A classificação da ordem
quanto hierarquia fluvial desta microbacia hidrográfica foi de 3ª ordem.
Dados da microbacia do Córrego Tamanduá
Área Km² % Tipo de solo Área Km² %
Pastagem 16,01 53,38 AVAe*1 9,96 33,23
Vegetação 5,74 5,74 LVde*2 14,15 47,17
Urbana 8,24 27,48 Nld*3 5,88 19,6
Total 29,99 100 29,99 100
Tabela 1. Dados da microbacia do Córrego Tamanduá, demonstrando as áreas de pastagem, vegetação, urbana e
os solos. *1 Argissolos Vermelho-Amarelo Eutróficos; *2 Latossolo Vermelho Distrófico Férrico
*3 Neossolo Litólicos Distrófico
SOLO
Conforme a classificação do SIEG a microbacia do Córrego Tamanduá apresenta três
tipos de solos, sendo: Argissolos Vermelho-Amarelo Eutrófico, Latossolo Vermelho Distrófico
Férrico e Neossolo Litólicos Distrófico demonstrado no mapa 1.
Os Argissolos Vermelho-Amarelo Eutróficos são solos com alta fertilidade, e sua
textura apresenta baixa infiltração da água em seus horizontes, porém podem apresentar
fragilidade quanto à infiltração da água no solo tornando-o um solo suscetível a erosões. Os
Argissolos Vermelho-Amarelo Eutróficos representam uma área de 9,96 km² que corresponde
a 33,23 % da área da microbacia.
Os Latossolo Vermelho Distrófico Férrico apresentam um alto teor de ferro responsável
pela coloração avermelhada. Este possui horizonte com média de 200 cm de profundidade, e é
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vulnerável a compactação. Além disso, proporciona uma baixa fertilidade. Este solo, portanto,
abrange a maior parte da microbacia, cerca de 14,15 km² representando 47,17 % da área total.
Mapa 1. Tipos de solos encontrado na microbacia do Córrego Tamanduá segundo a classificação da SBCS de
2013, disponibilizado pelo SIEG.
Os Neossolo Litólicos Distrófico são rasos, não existindo horizonte B apresentado logo
após a rocha-mãe, que é a matéria de origem deste solo, possui um relevo declivoso. Além de
limitar o desenvolvimento radicular de espécies vegetais, este tipo de solo dificulta o uso
agrícola do mesmo, sendo suscetível a erosões. Compreende então cerca de 5,88 km² da área
total da microbacia representando 19,60 %.
A área de pastagem abrange cerca de 16,01 km² e é o principal uso do solo na microbacia
sendo utilizada apenas pela pecuária extensiva, e está localizada nos três tipos de solo
encontrado, segundo o mapa 2. O manejo dessas pastagens pode influenciar no estado da
vulnerabilidade da referida microbacia, pós quando se tem uma pastagem degradada pode
favorecer o surgimento de impactos ao meio, entre esses as erosões.
Dois dos três solos pertencente à microbacia são solos vulneráveis ao processo erosivo,
esse percentual aumenta ainda mais quando se tem um mau manejo do solo. O processo erosivo
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pode gerar outros impactos como o assoreamento dos cursos d'água, destruição de nascentes,
alteração na biodiversidade aquática e também pode interferir na vazão. Essa ação além de gerar
danos ambientais, traz prejuízos econômicos ao proprietário perdendo áreas de pastagens.
VEGETAÇÃO
ÁREA URBANA
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mínima da mata ciliar de 30 metros do leito do rio, estabelecido pelo Código Florestal
Brasileiro, Lei 12.651/2012.
Consequentemente, além de todos esses fatores, há impermeabilização do solo causada
pela construção das pavimentações em vias públicas, reduzindo a capacidade de infiltração da
água das chuvas gerando assim enchentes nas cidades. E por se tratar de enchentes, outro
aspecto que pode influenciar ainda mais, é a falta de cobertura vegetal na área, que possui a
função de reter a água no solo, através da rugosidade que ali existe. Consequentemente, sem
essa cobertura, o solo fica vulnerável, com a ocorrência maior de escoamento superficial na
área, agravando a problemática das enchentes, ademais pode haver aparições de erosões devido
ao carreamento de partículas do solo.
Mapa 2. O mapa demonstra o uso e ocupação do solo, destacando a área de drenagem, vegetação, pastagem, área
urbana, limite municipal e estadual.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo da vulnerabilidade ambiental da microbacia do Córrego Tamanduá, com a
utilização de ferramentas de geoprocessamento demonstrou ser eficaz. A identificação das áreas
vulneráveis pode nortear na tomada de decisões, auxiliando na recuperação das eventuais áreas
afetadas podendo resolver ou mitigar estas situações.
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Dessa maneira, são notáveis as alterações no meio físico do ambiente, onde esse
processo de degradação do solo tornou-se mais acelerado devido às atividades antrópicas no
entorno. Não obstante, é perceptível que por uma falta de manejo adequado do uso e ocupação
do solo, tanto na área rural quanto na urbana, que a microbacia necessita de um planejamento
apropriado para cada área de uso, do mesmo modo que demanda de uma manutenção e
fiscalização para uma melhoria na qualidade do solo e posteriormente na qualidade da água na
microbacia do córrego do Tamanduá.
REFERÊNCIAS
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