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Formação Pedagógica Inicial de Formadores

Módulo de Formação 1 | Sub-Módulo 1.1.


Formador: Sistema, Contexto e Perfil

Paulo Nogueira
Fevereiro, 2015
FPIF | MF1 - Formador: Sistema, Contexto e Perfil

Título
Formador: Sistema, Contexto e Perfil

Autor
Paulo Nogueira

Edição
Fevereiro, 2015
V 2015.1

Imagem da Capa
Paulo Nogueira
Direitos reservados

Nota
Estre manual não está em conformidade com o novo acordo ortográfico

Agradecimentos
Agradeço a todos os, formadores e formandos pelos seus contributos,
através de ideias e sugestões, que têm contribuído para a melhoria contínua
na elaboração dos manuais de trabalho.

Autorização
Todos os direitos reservados.
É permitida a reprodução total ou parcial, de qualquer forma ou por qualquer
meio, desde que apenas para fins formativos e mencionada a fonte.
Não é permitida a reprodução total ou parcial com fins comerciais, sem
autorização expressa, por escrito, pelo autor.

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Resumo

Este manual apresenta uma abordagem genérica do enquadramento do


formador, sistemas e contextos em que se desenvolve a formação, servindo
como apoio ao Curso de Formação Pedagógica Inicial de Formadores.

Apresenta uma perspectiva da evolução da formação profissional em


Portugal até à actual sociedade em permanente mudança.

Na primeira parte são abordados os temas subjacentes ao conhecimento


legislativo de âmbito geral, para que os formandos compreendam e
conheçam a validade da Formação Profissional, e estejam cientes dos
desafios e das opções que têm, enquanto formadores, no momento da
preparação de uma acção de formação.1

A segunda parte, o objectivo é incutir nos formandos conceitos de


criatividade, empreendedorismo e aprendizagem diferenciada, dando-lhes
igualmente a perspectiva pedagógica de interligação destes conceitos com a
aprendizagem. De igual forma, pretende-se incutir a perspectiva da
aprendizagem dos formandos - como é processada e como pode ser
estimulada.2

O manual destina-se essencialmente aos formandos dos cursos de Formação


Pedagógica de formadores, mas também a todos aqueles que pretendem
efectuar uma consulta rápida para orientação na actividade, bem como no
enquadramento do sistema de formação em Portugal.

Palavras-chave
Formação Pedagógica Inicial de Formadores, Evolução da Formação,
Formador, Sistema Ensino e Aprendizagem, Contexto Formativo, Perfil do
Formador, Sistema Nacional de Qualificações, Catalogo Nacional de
Qualificações, Oferta Formativa, Tipos de Formação, Modalidades de
Formação, Teorias de aprendizagem, Aprendizagem Através da
Programação Neurolinguística.

1 Baseado no Referencial do CCP


2 Idem anterior

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Conteúdo
Resumo................................................................................................................................................... 3
Introdução .............................................................................................................................................. 5
Objectivos Pedagógicos ....................................................................................................................... 6
Sub-Módulo 1.1 Formador: Contextos de Intervenção ..................................................................... 7
Evolução da formação em Portugal ..................................................................................................... 7
Politicas Europeias e Nacionais de educação/formação ..................................................................... 8
Programa educação e formação 2020 ........................................................................................... 10
O Sistema Nacional de Qualificações ................................................................................................11
Quadro Nacional de Qualificações ..................................................................................................11
O Catálogo Nacional de Qualificações ...........................................................................................11
A Caderneta Individual de Competências ...................................................................................... 12
Níveis de qualificação do Quadro Nacional de Qualificações ....................................................... 12
Principais ofertas formativas disponíveis ........................................................................................... 17
Conceitos e fundamentos da formação profissional .......................................................................... 17
Caracterização do sistema de formação ........................................................................................... 19
O sistema de formação inserido no sistema educativo ................................................................. 20
O sistema de formação profissional inserido no mercado de emprego ......................................... 21
Legislação de enquadramento da formação Profissional .................................................................. 22
Perfil do Formador ............................................................................................................................. 24
Pressupostos para a Definição de Estratégias de Formação ........................................................... 27
Código deontológico: direitos e deveres ............................................................................................ 27
Tipos de formação profissional .......................................................................................................... 28
Formação Profissional Inicial ......................................................................................................... 28
Formação Profissional Contínua .................................................................................................... 28
Modalidades de formação profissional .............................................................................................. 29
Cursos de Aprendizagem ............................................................................................................... 29
Cursos de Educação e Formação para Jovens ............................................................................. 31
Cursos de Especialização Tecnológica .......................................................................................... 32
Educação e formação de adultos - EFA ......................................................................................... 32
Formação Modular Certificada ....................................................................................................... 33
Processo de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências – RVCC ................... 34
Modalidades de Intervenção Formativa ............................................................................................. 36
Formação Presencial ..................................................................................................................... 36
Formação à Distância (e-learning) ................................................................................................. 36
Formação Mista (b-learning) .......................................................................................................... 37
Bibliografia ........................................................................................................................................... 39

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Introdução

A actividade de formador é muito aliciante, recompensadora, mas “Dêem-me uma alavanca e um


de grande responsabilidade. ponto de apoio e eu moverei o
mundo".
Ao iniciar o Curso de Formação Pedagógica Inicial de
Formadores, o futuro formador deve, desde já, ter presente que Arquimedes
se trata efectivamente de um início, e tão só mente isso. Quando
chegar ao final, e receber a sua certificação, esse final será o fim
do novo início. Início de um percurso de aprendizagens,
desenvolvimento pessoal, partilha e de um grande contributo
responsável no desenvolvimento de outras pessoas.

O profissionalismo que imprimir à sua actividade vai contribuir


para a valorização da imagem dos funcionários das empresas, nas mais variadas competências, o que
se reflectira em melhores resultados, quer ao nível da qualificação quer ao nível da produtividade.
Parafraseando Benjamin Franklin, “investir em conhecimento rende sempre os melhores juros”.

Mas o que é a formação profissional e para que serve?

Formação profissional “é o conjunto de actividades que visam proporcionar a aquisição de


conhecimentos (Saber), capacidades práticas (Saber-Fazer), atitudes e formas de comportamento
(Saber Ser), exigidas ao bom desempenho de uma determinada profissão ou grupo de profissões num
determinado contexto de organização produtiva, económica e social.”

Ou seja, é a aquisição de competências, ao nível do saber, que ao contribuírem para o saber fazer,
colocando as aprendizagens em prática, possibilitam uma mudança de atitude e comportamentos que
levam o trabalhador a saber ser e estar de forma a dar respostas positivas às permanentes alterações
tecnológicas e ideológicas, que provocam desactualizações rápidas dos conhecimentos técnico-
profissionais, bem como ao rápido aumento das necessidades de especialização, fazendo com que ele
se adapte de forma adequada a novas situações, tecnologias e conhecimentos.

Desta forma, podemos considerar a formação profissional como a alavanca para a mudança.

Este manual é um pequeno contributo para a formação do formador, não se esgotando nele mesmo,
bem pelo contrário. O manual é uma compilação de textos e ideias retiradas da bibliografia indicada,
sendo em alguns temas transcrições, adaptações ou arranjos desses textos. Recomendo vivamente
que os explorem.

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Objectivos Pedagógicos

Pretende-se que cada formando, após este módulo esteja apto a:

Pretende-se que cada formando, após este módulo esteja apto a:


 Caracterizar os sistemas de formação com base nas finalidades, no
público-alvo, nas tecnologias utilizadas e no tipo e modalidade de
formação pretendida;
 Identificar a legislação, nacional e comunitária, que Regulamenta a
Formação Profissional;
 Enunciar as competências e capacidades necessárias à actividade de
formador;
 Discriminar as competências exigíveis ao formador no sistema de
formação.

Paulo Nogueira | Fev.2015 6


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Sub-Módulo 1.1 Formador: Contextos de Intervenção

Evolução da formação em Portugal

A actividade de ensino remonta à idade média, onde o aprendiz acompanhava o seu mestre, via o que
ela fazia e como fazia, aplicando de seguida até se tornar autónomo. Este é o princípio que ainda hoje
existe em algumas actividades mais tradicionais e que se estão a perder, uma vez que não são
atractivas para a vivência e oportunidades a que os jovens são diariamente aliciados.

Além desta actividade, paralela à actividade do mestre artesão, a prática do ensino estava muito ligada
às ordens religiosas que, além de instruírem os seus discípulos especificamente para um conhecimento
muito virado para o interior dessa ordem, eram muito elitista. De entre as
ordens religiosas, destacava-se os Jesuítas, que ainda hoje praticam um nível
de ensino muito rigoroso e eficiente.

Em 1759, e com a expulsão dos Jesuítas, o Marquês de Pombal cria as


primeiras escolas, enquanto instituições de ensino, criando a “Aula de
Comércio” que tinha por objectivo preparar os comerciantes da época para o
desempenho da sua actividade. Esta seria considerada a primeira escola
técnica oficial portuguesa. Marquês de Pombal

A revolução industrial veio trazer novas necessidades de formação, estas


associadas ao desenvolvimento da indústria. Neste contexto, em 1852,
Fontes Pereira de Melo cria as primeiras Escolas Industriais de Lisboa e
Porto.

Para satisfazer estas novas necessidades formativas, começam a


disseminar-se as escolas com oficinas anexas, onde o ensino teórico e o
manual e prático é vocacionado para as necessidades específicas do
promissor desenvolvimento consequente da industrialização.

Na primeira república, desenvolveu-se a formação profissionalizante para a


agricultura, industria e comércio, desenvolvendo-se assim a rede pública de
Fontes Pereira de Melo
escolas industriais e comerciais. Esta rede pública visou desenvolver
competências para electricistas e realizaram-se investimentos consideráveis
em oficinas e seus equipamentos destinados à formação dos torneiros e serralheiros e mecânicos.

Na década de 60 do século passado, Portugal começa a registar um excesso de mão-de-obra


disponível, pelo que em Agosto de 1962 foi criado o Instituto de Formação Profissional Acelerada (DL
44538), com o qual propunha-se a elevação do nível profissional dos trabalhadores e o estudo dos
problemas de adaptação do trabalho e do homem ao trabalho. A este Instituto foram atribuídas as
seguintes competências:

 Operar a reconversão profissional dos trabalhadores;


 Promover a qualificação profissional dos trabalhadores indiferenciados ou qualificados;
 Contribuir para a recuperação profissional dos trabalhadores parcialmente incapacitados;
 Cooperar com as empresas na formação dos seus recursos humanos e na preparação dos
intervenientes na formação;
 Contribuir para a melhoria da adaptação do homem às mutações tecnológicas.
Em 1965, foi criado o Centro Nacional de Formação de Formadores, cuja finalidade era a de preparar
os agentes de formação e efectuar estudos em áreas técnicas de formação.

Com o 25 de Abril de 1974, o panorama da formação em Portugal sofreu profundas reestruturações, o


que muito se deve à velocidade de acontecimentos que foram acorrendo no mundo e em particular em
Portugal.

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Portugal viu-se com um acréscimo significativo de população pois o fim da guerra colonial fez retornar
a Portugal, não só os militares combatentes nas ex-colónias, mas também os Portugueses que nelas
viviam e se viram forçados a retornar ao seu país. Ao acréscimo de população foi necessário responder
através da atribuição de novas competências a essa população no sentido de uma melhor integração
no que seria um novo “recomeço de vida”. O movimento feminista, protagonizado pelas “Três Marias”,
Maria Teresa Horta, Maria Isabel Barreno e Maria Velho da Costa, contribui para que a mulher
desempenha-se um papel mais activo na sociedade e, dessa forma, o público-alvo às acções de
formação ficou mais alargado.

Com a entrada de Portugal para a CEE em1 de Janeiro de 1986, hoje UE, Portugal acedeu a verbas
do Fundo Social Europeu para financiar a formação profissional, que passou a ser ministrada não só
pelas escolas do Estado mas também por entidades privadas, beneficiando também as empresas com
fundos destinados ao fomento da formação.

A década de 90 torna-se decisiva no panorama da Formação Profissional na medida em que o estado


português vem oferecer duas novas respostas educativas, nomeadamente a formação de adultos que
abandonassem precocemente o ensino escolar e que a ele queriam regressar e a formação dos jovens
com abandono pelo insucesso repetido do ensino escolar que queriam uma segunda oportunidade para
obterem a escolaridade obrigatória. Neste sentido foram tomadas algumas medidas importantes tais
como:

 1991 – Publicação do DL N.º 74/91, denominado de “Lei-quadro para a educação e formação


de adultos” em Portugal, centrou-se no ensino recorrente e na educação extracurricular. A
medida acabou por não contribuir para a melhoria da educação de adultos.
 1994 – A publicação do DL N.º 66/94 de 18 de Novembro vem regulamentar a actividade de
formador no âmbito da Formação Profissional, inserida no mercado de emprego, definindo-se
os requisitos para o exercício da actividade. A formação pedagógica dos formadores começou
a ser uma das exigências para obter o certificado de aptidão profissional (CAP).
 1996 – A preocupação em elevar a qualidade da formação torna-se um objectivo, iniciando-se
os processos de acreditação e certificação.
 1997 – Para dar resposta à necessidade de elevar a qualidade da Formação Profissional foi
criado o Instituto para a inovação na formação (INOFOR), hoje denominado Instituto da
Qualidade da Formação, cujo objectivo é a promoção da inovação e da qualidade na
formação profissional, ao qual foi atribuída, entre outras, a responsabilidade da acreditação
das entidades formadoras.
No início deste século, pode constatar-se que a Formação Profissional Inicial tem tido uma
implementação positiva, mas a contínua e mais especializada tem trazido os melhores resultados. De
uma forma mais generalizada, a população têm já alguma formação de base e está motivada para
querer saber e aprender cada vez mais.

Politicas Europeias e Nacionais de educação/formação

In texto de Teresa Gaspar


Boletim DGE, N.º 70

A Estratégia de Lisboa foi o ponto de partida para o estabelecimento de metas comuns a alcançar pelos
países da União Europeia relativamente à educação e formação dos jovens que abandonaram
precocemente o sistema educativo. Assim, visava melhorar a qualidade e eficácia dos sistemas de
educação e formação, de modo a facilitar o acesso a esses sistemas, em todas as fases da vida do
indivíduo.

Até ao Tratado de Maastricht que instituiu a União Europeia (UE), em 1992, as políticas de educação
eram responsabilidade individual dos diferentes Estados-membros. Alguns Estados desenvolveram
alguns programas que visavam a mobilidade dos jovens, a troca de experiências e a formação de
parcerias em projectos, como foram os casos dos programas ERASMUS, COMETT, LÍNGUA e PETRA.
Depois de Maastricht, a intervenção comunitária alarga-se às áreas da educação e formação, com base
numa estreita cooperação entre os Estados-membros no respeito pelo princípio da subsidiariedade.

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Uma segunda geração de programas comunitários no âmbito dos incentivos à mobilidade e à troca de
experiências entre os países é lançada em 1995 (SÓCRATES e LEONARDO), mas é com a publicação
do Livro Branco sobre a Educação e Formação, “Rumo à Sociedade Cognitiva” (1996), que, pela
primeira vez, a Comissão vem propor uma convergência das políticas educativas, com a finalidade de
fazer face à globalização e perda de competitividade da Europa. A Estratégia de Lisboa viria a
consagrar esta ideia ao estabelecer as metas comuns a serem alcançadas pelos países no que respeita
aos jovens entre os 18 e os 24 anos que abandonaram precocemente os sistemas de educação e
formação, às competências básicas que importará desenvolver para assegurar a aprendizagem ao
longo da vida e aos incentivos à mobilidade transnacional com o reconhecimento dos percursos
realizados nos diferentes países. O Conselho Europeu de Lisboa convidou ainda os Estados-membros
a “proceder a uma reflexão geral sobre os objectivos futuros concretos dos sistemas educativos, que
incida nas preocupações e prioridades comuns e simultaneamente respeite a diversidade nacional...”.
Essa reflexão geral traduziu-se na aprovação no Conselho de Barcelona (2002) de um programa de
trabalho, designado Educação & Formação 2010, o qual constituiu o quadro de referência das políticas
europeias de educação.

Com o objectivo de melhorar o desempenho dos diferentes sistemas educativos, foram criados grupos
de trabalho em áreas de cooperação consideradas essenciais, como a formação de professores,
competências básicas, integração das tecnologias de informação e comunicação, ensino das línguas,
reforço das formações em matemática, ciência e tecnologia, orientação escolar e profissional, educação
para a cidadania, reconhecimento de competências não-formais e informais e criação de um sistema
de indicadores capaz de medir os progressos alcançados, entre outras. Apesar de todo o trabalho
realizado, os relatórios intercalares apresentados pela Comissão sobre os progressos alcançados pelos
países na concretização destas metas vieram apontar para a necessidade de aumentar o esforço e a
determinação nacionais.

O Processo de Bolonha, lançado em 1999, vem visar visa o desenvolvimento do espaço europeu de
ensino superior e a sua aplicação veio gerado profundas transformações nos sistemas de ensino
nacionais. A Recomendação do Parlamento Europeu e do Conselho sobre as Competências Essenciais
para a Aprendizagem ao Longo da Vida (Dezembro de 2006), procurou garantir que, no final dos
percursos de educação e formação iniciais, os jovens tenham adquirido um conjunto de conhecimentos,
aptidões e atitudes que lhes permita estarem preparados para a vida adulta e para aprendizagens
futuras.

Na Recomendação são definidas oito competências, no essencial, o currículo de educação


geral com que todos os jovens devem estar habilitados no final da sua formação inicial:

 Comunicação na língua materna;


 Comunicação em línguas estrangeiras;
 Competência matemática e competências básicas em ciências e tecnologia;
 Competência digital;
 Aprender a aprender;
 Competências sociais e cívicas;
 Espírito de iniciativa e espírito empresarial;
 Sensibilidade e expressão culturais.
Pretende-se que, subjacente à aquisição dos saberes básicos em cada uma das áreas, os jovens
desenvolvam um conjunto de capacidades transversais, designadamente pensamento crítico,
criatividade, espírito de iniciativa, resolução de problemas, avaliação de riscos, tomada de decisões e
gestão construtiva dos sentimentos, são consideradas muito importantes.

Os Ministros estabeleceram e desenvolveram a partir de 2002 uma cooperação reforçada em matéria


de ensino e formação profissional. Este exercício, iniciado em 2002 pela Declaração de Copenhaga,
tem por objectivo reforçar a cooperação voluntária no domínio do ensino e formação profissional, a fim
de promover a confiança mútua, a transparência e o reconhecimento das competências e qualificações,
que são essenciais para melhorar a mobilidade das pessoas e facilitar o acesso à aprendizagem ao
longo da vida. Foram estabelecidas as seguintes prioridades:

• Dimensão europeia;

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• Transparência;
• Informação e orientação;
• Reconhecimento de competências e qualificações:
• Garantia de qualidade.
No âmbito do relançamento da Estratégia de Lisboa pelo Conselho Europeu, em Março de 2005, foi
claramente identificada a necessidade de estabelecer ligações mais estreitas entre crescimento e
emprego e de reorientar o processo para a valorização do capital humano, da sociedade do
conhecimento e da aprendizagem ao longo da vida. Em Junho de 2005, foram adoptadas pelo Conselho
as Orientações Integradas para o Crescimento e o Emprego, que estão na base das prioridades do
programa de trabalho Educação e Formação para 2010:

• Guia para Decisores Políticos;


• Passaporte de formação Europass;
• Quadro Comum de Garantia de Qualidade no ensino e formação profissional;
• Quadro Europeu de Qualificações (QEQ);
• Sistema Europeu de Créditos para a Educação e Formação Profissional (ECVET).

Programa educação e formação 2020


in sitio DGES – Direcção-Geral do Ensino Superior

“O papel da educação e formação no contexto das políticas europeias tem vindo a conhecer uma
crescente importância, desde a implementação da Estratégia de Lisboa e do Programa “Educação e
Formação 2010”. O lançamento da nova Estratégia Europa 2020, para o crescimento e emprego, veio
confirmar essa importância e consolidar os esforços até agora empreendidos nesta área, que se
encontra assente num quadro estratégico que engloba os sistemas e níveis de educação e formação
no seu todo, numa perspectiva de Aprendizagem ao Longo da Vida (ALV).

Em 12 de Maio de 2009, foram aprovadas as conclusões do Conselho sobre um novo quadro


estratégico para a cooperação europeia nas áreas da educação e formação (“EF 2020”), para o período
2010-2020. Tendo sido estabelecidos os seguintes novos benchmarks para 2020:

 uma média de pelo menos 15 % de adultos deverá participar na aprendizagem ao longo da


vida;
 a percentagem de alunos de 15 anos com fraco aproveitamento em leitura, matemática e
ciências deverá ser inferior a 15 %;
 a percentagem de adultos de 30-34 anos com nível de ensino superior deverá ser de pelo
menos 40 %;
 a percentagem de alunos que abandonam o ensino e a formação deverá ser inferior a 10 %;
 pelo menos 95 % das crianças entre 4 anos e a idade de início do ensino primário obrigatório
deverão participar no ensino pré-escolar.
Foram, igualmente, estabelecidos quatro importantes objectivos:

 Tornar a ALV e a mobilidade em realidade;


 Melhorar a qualidade e eficiência da educação e formação;
 Promover a equidade, coesão social e cidadania;
 Promover a criatividade, inovação e empreendedorismo.
As actividades no contexto deste programa contribuem também para a parte intergovernamental do
Processo de Bolonha na área do Ensino Superior.”

Documentos:

 Relatório Intercalar Conjunto - 2012


 Relatório Nacional de Progresso - 2011

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 Programa de Trabalho Pormenorizado de Seguimento dos Objectivos dos Sistemas de


Educação e Formação na Europa
 Conclusões do Conselho sobre os níveis de referência dos resultados médios europeus
(Benchmarks)
 Resolução do Conselho, de 15 de Novembro, sobre a Educação e Formação como motor
essencial de Estratégia de Lisboa
 Relatórios Nacionais sobre a Implementação do Programa – 2005, 2007, 2009
 Relatórios Intercalares Conjuntos – 2004, 2006, 2008, 2010
 Documento de trabalho da Comissão Europeia sobre o Progresso dos objectivos de Lisboa na
área da educação e formação – Análise e implementação ao nível europeu e nacional
 Documento de trabalho da Comissão Europeia sobre o Progresso dos objectivos de Lisboa na
área da educação e formação – Indicadores e benchmarks 2009

Link para mais informação e documentos: Programa Educação e Formação 2020

O Sistema Nacional de Qualificações

O Sistema Nacional de Qualificações (SNQ), criado pelo DL n.º 396/2007, visa promove uma
articulação efectiva entre a formação profissional inserida quer no Sistema Educativo, quer no Mercado
de Trabalho, estabelecendo objectivos e instrumentos comuns no contexto de um enquadramento
institucional renovado (Ver Diário da República).

Ao integrar as qualificações obtidas em ambos os sistemas educativos, procurou-se valorizar as


competências adquiridas em contextos não formais, assim como melhorar a elegibilidade,
transparência e comparabilidade das qualificações.

É através do SNQ que é garantida a articulação com o Quaro Europeu de Qualificação enquanto
instrumento de referência para comparação dos níveis de qualificação dos diferentes sistemas de
qualificações numa perspectiva de aprendizagem ao longo da vida.

No âmbito do SNQ, são criados o Quadro Nacional de Qualificações, o Catálogo Nacional de


Qualificações e a Caderneta Individual de Competências.

Quadro Nacional de Qualificações


O Quadro Nacional de Qualificações define a estrutura de níveis de qualificação, tendo como referência
os princípios do Quadro Europeu de Qualificações, no que diz respeito à descrição das qualificações
nacionais em termos de resultados de aprendizagem, de acordo com os descritores associados a cada
nível de qualificação.

O Quadro Nacional de Qualificações visa integrar os subsistemas nacionais de qualificação e melhorar


o acesso, a progressão e a qualidade das qualificações em relação ao mercado de trabalho e à
sociedade civil.

O Catálogo Nacional de Qualificações


O Catálogo Nacional de Qualificações apresenta-se como um instrumento dinâmico, integrando as
qualificações baseadas em competências e identificando, para cada uma, os respectivos referenciais
de competências, de formação e o nível de qualificação de acordo com o Quadro Nacional de
Qualificações.

A obtenção de uma qualificação prevista no Catálogo Nacional de Qualificações é comprovada por


Diploma de Qualificação, o qual deve referir o nível de qualificação correspondente, de acordo com o
Quadro Nacional de Qualificações, bem como a actividade profissional para a qual foi obtida
qualificação.

A conclusão com aproveitamento de uma ou mais unidades de formação desenvolvidas com base nos
referenciais do Catálogo Nacional de Qualificações, que não permita de imediato a obtenção de

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qualificação ou a conclusão de um processo de reconhecimento e validação de competências, é


comprovada por um Certificado de Qualificações.

A conclusão com aproveitamento de uma acção de formação não inserida no Catálogo é comprovada
por certificado de formação profissional e efectuado registo na caderneta individual de competências,
para efeitos de progressão escolar e profissional, através dos Centros para a Qualificação e o Ensino
Profissional (CQEP).

A Caderneta Individual de Competências


A Caderneta Individual de Competências, é onde se efectuam os registos das competências adquiridas
ou desenvolvidas pelo indivíduo ao longo da vida, referidas no Catálogo Nacional de Qualificações,
bem como acções de formação concluídas com aproveitamento que não correspondam às que deram
origem às competências registadas.

A Caderneta Individual de Competências é um documento oficial, pessoal, intransmissível e facultativo,


permitindo aos indivíduos apresentar e comunicar de forma mais eficaz as formações e competências
que foram adquirindo ao longo da vida, bem como permite aos empregadores apreender de modo mais
fácil a adequação das competências dos candidatos aos postos de trabalho.

Os indivíduos podem solicitar a respectiva caderneta a qualquer entidade da rede de entidades


formadoras do Sistema Nacional de Qualificações na qual frequentem uma acção ou curso de
formação.

Podem ter acesso à Caderneta Individual de Competências:

 Os cidadãos titulares da Caderneta, mediante registo no endereço


www.cadernetadecompetencias.gov.pt.
 As entidades formadoras (escolas, centros de formação e entidades formadoras certificadas)
e os Centros para a Qualificação e o Ensino Profissional, através do SIGO, mediante as
respectivas credenciais de acesso.
 As entidades empregadoras, mediante credenciais de consulta facultadas pelo titular da
Caderneta.
A rede de Entidades Formadoras do Sistema Nacional de Qualificações é constituída por:

 Entidades da Rede de Centros para a Qualificação e o Ensino Profissional;


 Centros de formação profissional e de reabilitação profissional de gestão directa e
participada do IEFP;
 Estabelecimentos de ensino básico e secundário do Ministério da Educação;
 Escolas profissionais;
 Estabelecimentos de ensino particular e cooperativo com paralelismo pedagógico;
 Entidades formadoras de outros ministérios;
 Entidades com estruturas formativas certificadas, do sector privado.
A Obtenção de Qualificações pode:

 Ser obtida através de formação inserida no Catálogo Nacional de Qualificações, desenvolvida


no âmbito do Sistema de Educação e Formação;
 Resultar do reconhecimento, validação e certificação de competências adquiridas noutras
formações e noutros contextos da vida profissional e pessoal (Ver Sistema RVCC);
 Resultar do reconhecimento de títulos adquiridos noutros países. O reconhecimento de títulos
é da responsabilidade da Agência Nacional para a Qualificação, I.P, quando não estiver
abrangido pela Directiva 2005/36/CE.

Níveis de qualificação do Quadro Nacional de Qualificações


De acordo com a Recomendação do Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de Abril de 2008,
relativa à instituição do Quadro Europeu de Qualificações para a aprendizagem ao longo da vida (JO,

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n.º C 111, de 6 de Maio de 2008), o Quadro Nacional de Qualificações estrutura-se em 8 níveis de


qualificação caracterizados em função de 3 domínios para a definição dos resultados de aprendizagem.

Descritores dos níveis do Quadro Nacional de Qualificações


(Portaria n.º 782/2009, de 23 de Julho)

Qualificação
Nível 1
2º Ciclo ensino básico
Resultados da aprendizagem correspondente
Conhecimentos Aptidões Atitudes
Trabalhar ou estudar sob
Aptidões básicas necessárias à
Conhecimentos gerais básicos supervisão directa num
realização de tarefas simples
contexto estruturado.
Níveis de Educação e Formação
2.º ciclo do ensino básico; Nível 1 de formação

Qualificação
Nível 2 3.º ciclo do ensino básico obtido no ensino regular ou por
percursos de dupla certificação.
Resultados da aprendizagem correspondente
Conhecimentos Aptidões Atitudes
Aptidões cognitivas e práticas
básicas necessárias para a
aplicação da informação Trabalhar ou estudar sob
Conhecimentos factuais supervisão, com um certo grau
adequada à realização de
básicos numa área de trabalho de autonomia.
tarefas e à resolução de
ou de estudo.
problemas correntes por meio
de regras e instrumentos
simples.
Níveis de Educação e Formação
3.º ciclo do ensino básico; Nível 2 de formação

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Qualificação
Nível 3 Ensino secundário vocacionado para prosseguimento de estudos
de nível superior.
Resultados da aprendizagem correspondente
Conhecimentos Aptidões Atitudes

Uma gama de aptidões


cognitivas e práticas Assumir responsabilidades
Conhecimentos de factos, necessárias para a realização para executar tarefas numa
princípios, processos e de tarefas e a resolução de área de estudo ou de trabalho.
conceitos gerais numa área de problemas através da selecção Adaptar o seu comportamento
estudo ou de trabalho. e aplicação de métodos, às circunstâncias para fins da
instrumentos, materiais e resolução de problemas.
informações de básicas.

Níveis de Educação e Formação


Ensino secundário, via de prosseguimento de estudos; Nível 3, sem conclusão do ensino
secundário

Qualificação
Ensino secundário obtido por percursos de dupla certificação ou
Nível 4 ensino secundário vocacionado para prosseguimento de estudos
de nível superior acrescido de estágio profissional — mínimo de
seis meses.
Resultados da aprendizagem correspondente
Conhecimentos Aptidões Atitudes

Gerir a própria actividade no


quadro das orientações
estabelecidas em contextos de
estudo ou de trabalho,
Uma gama de aptidões
geralmente previsíveis, mas
Conhecimentos factuais e cognitivas e práticas
susceptíveis de alteração.
teóricos em contextos necessárias para conceber
Supervisionar as actividades de
alargados numa área de estudo soluções para problemas
rotina de terceiros, assumindo
ou de trabalho. específicos numa área de
determinadas
estudo ou de trabalho.
responsabilidades em matéria
de avaliação e melhoria das
actividades em contextos de
estudo ou de trabalho.

Níveis de Educação e Formação


Ensino secundário e nível 3 de formação

Paulo Nogueira | Fev.2015 14


FPIF | MF1 - Formador: Sistema, Contexto e Perfil

Qualificação
Nível 5 Qualificação de nível pós–secundário não superior com créditos
para o prosseguimento de estudos de nível superior.
Resultados da aprendizagem correspondente
Conhecimentos Aptidões Atitudes

Conhecimentos abrangentes, Gerir e supervisionar em


Uma gama abrangente de
especializados, factuais e contextos de estudo ou de
aptidões cognitivas e práticas
teóricos numa determinada trabalho sujeitos a alterações
necessárias para conceber
área de estudo ou de trabalho e imprevisíveis. Rever e
soluções criativas para
consciência dos limites desses desenvolver o seu desempenho
problemas abstractos.
conhecimentos. e o de terceiros.

Níveis de Educação e Formação


Nível 4 de formação

Qualificação
Nível 6
Licenciatura
Resultados da aprendizagem correspondente
Conhecimentos Aptidões Atitudes

Gerir actividades ou projectos


técnicos ou profissionais
Aptidões avançadas que complexos, assumindo a
Conhecimento aprofundado de revelam a mestria e a inovação responsabilidade da tomada de
uma determinada área de necessárias à resolução de decisões em contextos de
estudo ou de trabalho que problemas complexos e estudo ou de trabalho
implica uma compreensão imprevisíveis numa área imprevisíveis. Assumir
crítica de teorias e princípios. especializada de estudo ou de responsabilidades em matéria
trabalho. de gestão do desenvolvimento
profissional individual e
colectivo.

Níveis de Educação e Formação


Bacharelato e licenciatura

Paulo Nogueira | Fev.2015 15


FPIF | MF1 - Formador: Sistema, Contexto e Perfil

Qualificação
Nível 7
Mestrado
Resultados da aprendizagem correspondente
Conhecimentos Aptidões Atitudes

Conhecimentos altamente
especializados, alguns dos Gerir e transformar contextos
quais se encontram na de estudo ou de trabalho
Aptidões especializadas para a
vanguarda do conhecimento complexos, imprevisíveis e que
resolução de problemas em
numa determinada área de exigem abordagens
matéria de investigação e ou
estudo ou de trabalho, que estratégicas novas. Assumir
inovação, para desenvolver
sustentam a capacidade de responsabilidades por forma a
novos conhecimentos e
reflexão original e ou contribuir para os
procedimentos e integrar os
investigação. Consciência conhecimentos e as práticas
conhecimentos de diferentes
crítica das questões relativas profissionais e ou para rever o
áreas.
aos conhecimentos numa área desempenho estratégico de
e nas interligações entre várias equipas.
áreas.

Níveis de Educação e Formação


Mestrado

Qualificação
Nível 8
Doutoramento
Resultados da aprendizagem correspondente
Conhecimentos Aptidões Atitudes

Demonstrar um nível
As aptidões e as técnicas mais
considerável de autoridade,
avançadas e especializadas,
inovação, autonomia,
incluindo capacidade de
integridade científica ou
síntese e de avaliação,
Conhecimentos de ponta na profissional e assumir um firme
necessárias para a resolução
vanguarda de uma área de compromisso no que diz
de problemas críticos na área
estudo ou de trabalho e na respeito ao desenvolvimento de
da investigação e ou da
interligação entre áreas. novas ideias ou novos
inovação para o alargamento e
processos na vanguarda de
a redefinição dos
contextos de estudo ou de
conhecimentos ou das práticas
trabalho, inclusive em matéria
profissionais existentes.
de investigação.

Níveis de Educação e Formação


Doutoramento

Paulo Nogueira | Fev.2015 16


FPIF | MF1 - Formador: Sistema, Contexto e Perfil

Principais ofertas formativas disponíveis

As principais ofertas de formação profissional estão inseridas no sistema educativo ou no mercado de


emprego, sendo tuteladas por ministérios diferentes. As inseridas no sistema educativo são tuteladas
pelo Ministério da Educação enquanto as inseridas no mercado de emprego são tuteladas pelo
Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social.

A formação profissional inserida no mercado de emprego é a destinada a jovens candidatos ao primeiro


emprego e a activos, por conta própria ou de outrem. O objectivo principal destas formações é o de
qualificar os cidadãos para o exercício de uma actividade profissional.

Como ofertas de formação profissional inserida no mercado de emprego temos:

Oferta Destinatários Objectivo Nível


- Certificação
Jovens que não Formação integrada
Aprendizagem em Profissional de nível I;
tenham feito o 4º ou 6º com proximidade à
Alternância II; III ou IV.
ano de escolaridade. realidade de trabalho.
- Equivalência escolar.
Jovens ou adultos com
o 2º ciclo do ensino
básico; jovens não - Certificação
Qualificação Inicial e Facilitar a inserção na
qualificados activos Profissional de nível II
Profissional vida activa.
não qualificados ou e III.
activos não
qualificados.
Aumentar a
empregabilidade e as
Jovens ou adultos que condições de inserção
- Certificação
não tenham terminado socioprofissional das
Programa Educação - Profissional de nível II;
o 9º ano ou com o 2º pessoas que
Formação - Equivalência escolar
ciclo do ensino básico abandonaram o ensino
ao 9º ano.
antes de concluir a
escolaridade
obrigatória.

Conceitos e fundamentos da formação profissional

“Os investimentos em conhecimento geram os melhores dividendos”


Benjamin Franklin

O IEFP, através da informação que disponibiliza, caracteriza a Formação Profissional como um


processo global e permanente que abrange um conjunto de actividades que se organizam e
desenvolvem com a finalidade de preparar jovens e adultos para desempenharem uma determinada
profissão.

A Formação Profissional tem então um papel relevante na aquisição de competências e atitudes que,
ao serem integradas, possibilitam a adopção dos comportamentos adequados ao desempenho
profissional, valorizando assim a imagem de trabalhadores e empresas nas mais variadas
competências, contribuindo para a obtenção de melhores resultados, quer ao nível da qualificação quer
ao nível da produtividade.

Assim, a Formação profissional vem contribuir para a segurança individual do trabalhador, melhorando-
lhe a auto-imagem, possibilitando-lhe uma maior facilidade em termos de progressão numa carreira
profissional, assim como em possíveis mudança de cargos ou emprego, aumentando a sua satisfação
profissional e consequentemente pessoal.

Paulo Nogueira | Fev.2015 17


FPIF | MF1 - Formador: Sistema, Contexto e Perfil

A formação profissional tem um objectivo muito específico que é o da preparação e a permanência na


vida activa dos cidadãos. Ao habilitar uma pessoa para a vida activa, proporcionasse-lhe a oportunidade
e meios para que adquira conhecimentos (saber), capacidades (saber-fazer) e as atitudes (saber-
ser/estar) necessárias para o exercício de determinada profissão.

A exigência na melhoria da qualidade da formação profissional, através da publicação do DL n.º


396/2007, de 31 de Dezembro, que estabelece o regime jurídico do Sistema Nacional de Qualificações,
vem de alguma forma responsabilizar os formadores no sentido de uma maior exigência de actuação
de forma a promoverem capacidades técnicas e pedagógicas, através do reforço permanente das suas
competências.

É neste sentido que o novo regime jurídico, aprovado pela Portaria nº 214/2011 de 30 de Maio, vem
definir novas regras relativas aos dispositivos de qualificação e certificação pedagógica dos
formadores, trazendo mais exigência, coerência e transparência, facilitando a percepção por parte dos
diversos intervenientes no processo formativo e simplificando os procedimentos.

O reforço da qualidade da Formação Profissional que se pretende com este diploma tem por objectivos:

 Valorizar a certificação da aptidão pedagógica do formador, estimulando a mobilização das


competências capazes de induzir uma relação pedagógica eficaz em diferentes contextos de
aprendizagem;
 Estabelecer a obrigatoriedade da Formação Pedagógica Inicial para o acesso à actividade de
formador garantindo uma intervenção qualificada neste domínio;
A Formação Profissional tem diversas finalidades e domínios, para os quais o formador deve estar
atentos quando do planeamento das suas sessões de formação:

 Finalidades da Formação Profissional (Art.º 4º, DL n. 401/91):


 Integração e realização socio-profissional dos formandos;
 Adequação do trabalhador ao posto de trabalho;
 Promoção da igualdade de oportunidades, no acesso à profissão, ao emprego e à
progressão na carreira;
 Modernização e desenvolvimento integrado das organizações, da sociedade e da
economia;
 Fomento da criatividade, da inovação e do espírito de iniciativa e da capacidade de
relacionamento.

 Domínios do saber:
 Saber-Saber (Cognitivo)
Conhecimentos gerais e específicos, relativos a um domínio disciplinar científico, técnico
e tecnológico, necessários ao exercício da função. Estes conhecimentos são denominados
de conhecimentos teóricos e apelam ao raciocínio.
 Saber Fazer (Psicomotor)
Capacidade para realizar o trabalho, incluindo a utilização do conjunto de instrumentos,
métodos e técnicas necessárias para um bom desempenho profissional,
operacionalizando os saberes científicos, técnicos e tecnológicos.
 Saber Ser/Estar (Afectivo)
Atitudes, comportamentos (competências sociais e relacionais), modos de estar
adequados à função e às necessidades do contexto, apelando às qualidades
interpessoais.
 Saber Evoluir
Conjuga os conhecimentos, capacidades e atitudes que visam a adaptação a novas
situações.

Paulo Nogueira | Fev.2015 18


FPIF | MF1 - Formador: Sistema, Contexto e Perfil

Formação profissional...
“… é o conjunto de actividades que visam proporcionar a aquisição de
conhecimentos (saber-saber), capacidades práticas (saber fazer),
atitudes e formas de comportamento (saber ser), exigidas ao bom
desempenho de uma determinada profissão ou grupo de profissões num
determinado contexto de organização produtiva, económica e social.”
- Conhecimentos gerais e específicos – “saber-saber”
- Capacidades práticas – “saber-fazer”
- As atitudes e comportamentos – “saber-ser/estar ”
- Conjugação de conhecimentos, capacidades e atitudes - “saber-
evoluir”

Caracterização do sistema de formação

Em Portugal, o sistema de formação divide-se em:

 Sistema Educativo
 Mercado de Emprego
Estes sistemas são tutelados por Ministérios diferentes. Assim, a responsabilidade de coordenar a
formação no sistema educativo cabe ao Ministério da Educação (DL n.º 401/91, de 16 de Outubro),
enquanto o Ministério do Trabalho e Solidariedade Social tem a responsabilidade de coordenar a
formação dentro do sistema de formação profissional inserida no mercado de trabalho (DL n.º 405 /91
de 16 de Outubro).

Sistema de formação profissional em Portugal

Sistema Mercado de
educativo emprego

Ministério da Ministério do Trabalho


Educação e da Solidariedade
Social
Educação de adultos
Educação extra- Activos empregados
escolar Desempregados

DL n.º 401/91 de DL n.º 405/91 de


16.Outubro 16.Outubro

Tenha-se em atenção que, os arquipélagos dos Açores e da Madeira, como regiões autónomas que
são, definem, dentro das suas autonomias, as respectivas políticas e actividades de formação
profissional.

Paulo Nogueira | Fev.2015 19


FPIF | MF1 - Formador: Sistema, Contexto e Perfil

O sistema de formação inserido no sistema educativo


O Sistema de educação está estabelecido pela Lei de Bases do Sistema Educativo, Lei n.º46/86, de
14 de Outubro.

A formação profissional inserida no Sistema Educativo tem como base institucional dominante a escola
e destina-se à população escolar, incluindo o ensino recorrente de adultos e educação extra-escolar e
tem por finalidade preparar as pessoas para a vida e a sua integração na sociedade através do
desenvolvimento global da personalidade.

Nele estão estabelecidos três subsistemas com finalidades próprias:

Educação pré-escolar, complementar e/ou supletiva da acção educativa da família, com a


qual estabelece estreita colaboração.

Destina-se a crianças com idades compreendidas entre os três anos e a idade de entrada no ensino
básico, sendo a sua frequência facultativa e é ministrada nos jardins-de-infância públicos (gratuitos) ou
privados.

Educação escolar, que abrange o ensino básico, secundário e superior, integra modalidades
especiais e inclui actividades de ocupação de tempos livres.

O ensino básico é de frequência obrigatória e tem a duração de nove anos, distribuídos por três ciclos:

1º Ciclo: tem a duração de 4 anos, em regime de professor único;


2º Ciclo: com a duração de 2 anos, está organizado por áreas interdisciplinares;
3º Ciclo: tem a duração de 3 anos e está organizado por disciplinas de acordo com um plano
curricular unificado.

O ensino secundário tem a duração de três anos e complementa o ensino básico. São cursos de
carácter geral orientados para o acesso ao ensino superior ou cursos tecnológicos, orientados para a
vida activa, permitindo uma qualificação de nível 3.

O ensino superior compreende o ensino politécnico e universitário. São conferidos os graus de bacharel
ou licenciado e as qualificações profissionais de nível 3 e 4. Ao nível das pós-graduações, são
conferidos os graus de mestre e de doutor.

Educação extra-escolar, que se realiza num quadro aberto de iniciativas múltiplas, de


natureza formal e não formal, destina-se a complementar formações escolares anteriores e/ou a suprir
as suas lacunas e carências.

Paulo Nogueira | Fev.2015 20


FPIF | MF1 - Formador: Sistema, Contexto e Perfil

Neste tipo de educação integra um conjunto de actividades de alfabetização, reconversão ou


aperfeiçoamento profissional, não conferindo a obtenção de qualquer certificado escolar.

O sistema de formação profissional inserido no mercado de emprego


A formação profissional inserida no mercado de Emprego, sob a tutela do Ministério do Trabalho e
Segurança Social (MTSS), é coordenada pelo Instituto do Emprego e formação Profissional (IEFP). O
IEFP foi criado em 1979 e é a este instituto público que compete executar as políticas de emprego e
formação profissional definidas pelo Governo.

As acções levadas a cabo pelo IEFP destinam-se especificamente aos activos empregados, por conta
de outrem ou por conta própria, e desempregados, incluindo os jovens candidatos ao primeiro emprego
e tem como objectivo principal é o de qualificar para uma actividade profissional, de acordo com as
políticas de emprego, regulando assim as deficiências do mercado de trabalho.

A formação profissional de IEFP pode organizar-se em três tipos:

 Formação Inicial e de qualificação profissional;


 Formação profissional de integração de públicos desfavorecidos, onde se incluem
desempregados, desempregados de longa duração e pessoas portadoras de deficiências;
 Formação de formadores.
Entre as acções dirigidas a jovens, é de particular importância o sistema de aprendizagem, geralmente
designado por sistema de formação em alternância. Estas acções são dirigidas a jovens com o 6º ou
9º ano de escolaridade concluído, possibilitando-lhes uma certificação de valência profissional e
escolar. Estas acções, com uma duração de três anos, alternam a formação num centro de formação
e uma empresa, comtemplando uma tripla valência:

 Reforço das competências académicas, pessoais, sociais e relacionais;


 Aquisição de saberes no domínio científico-tecnológico;
 Sólida experiência em empresa.

Paulo Nogueira | Fev.2015 21


FPIF | MF1 - Formador: Sistema, Contexto e Perfil

O Decreto-Lei nº 396/2007, de 31 de Dezembro veio estabelecer o regime jurídico do Sistema Nacional


de Qualificações (SNQ) que define as estruturas que asseguram o funcionamento da Formação
Profissional. Assim, o SNQ vem enquadrar e adoptar os princípios consagrados no acordo celebrado
com os parceiros sociais e reestrutura a formação profissional inserida em ambos os sistemas de
formação, fazendo-as convergir em termos de objectivos e instrumentos.

O SQN tem por objectivos principais os de:

 Elevar a formação de base da população activa, possibilitando a sua progressão escolar e


profissional.
 Garantir que os cursos profissionalizantes de jovens conferem a dupla certificação, escolar e
profissional.
 Reforçar e consolidar o processo de reconhecimento, validação e certificação de
competências.
 Promover a qualificação e integração socioprofissional de grupos com particulares dificuldades
de inserção.
 Promover a coerência, a transparência e a comparabilidade das qualificações a nível nacional
e internacional.
O SNQ define, ainda, as formas de obtenção de qualificação, através de:

 Formação inserida no Catálogo Nacional de Qualificações


 Processos de reconhecimento, validação e certificação de competências
 Reconhecimento de títulos obtidos noutros países
Constituem instrumentos fundamentais de suporte ao SNQ:

 Quadro Nacional de Qualificações


 Catálogo Nacional de Qualificações
 Documentos de registo/comparação das qualificações e competências
O SNQ concretiza os seus objectivos através das seguintes estruturas:

 Centros Novas Oportunidades


 Entidades Formadoras
 Conselhos Sectoriais para a Qualificação
O SNQ define como modalidades de formação de dupla certificação:

 Cursos profissionais
 Cursos de aprendizagem
 Cursos de educação e formação para jovens
 Cursos de educação e formação para adultos
 Cursos de especialização tecnológica
 Formação modular certificada

Legislação de enquadramento da formação Profissional

A actual legislação em vigor é vasta e dispersa.

Para facilitar a pesquisa, neste capítulo, apenas se apresenta um quadro informativo da legislação
principal, devendo o futuro formador ter consciência de se manter actualizado relativamente a eventuais
alterações do quadro legislativo que regula a actividade.

Paulo Nogueira | Fev.2015 22


FPIF | MF1 - Formador: Sistema, Contexto e Perfil

Diploma Descrição
Decisão n.º 85/386/CEE de 16 de Tabela de níveis de formação
Julho de 1985
L n.º 46/86, de 14 de Outubro Lei de Bases do Sistema Educativo
DL n.º 401/91, de 16 de Outubro Lei-quadro da formação profissional: regula as actividades de
formação profissional inserido no sistema educativo e no
mercado de emprego
DL n.º 405/91, de 16 de Outubro Estabelece o regime jurídico específico da formação
profissional inserida no mercado de emprego
DL n.º 95/92,de 23 de Maio Estabelece o regime da certificação profissional baseada em
formação inserida no mercado de emprego ou em experiência
profissional.
DR 66/94, de 18 de Novembro Regulamenta a catividade de formador no âmbito da formação
profissional inserida no mercado de trabalho
DL nº 68/94, de 26 de Novembro Estabelecer o regime jurídico da certificação profissional
baseada na formação inserida no mercado de emprego quer
na experiência profissional, quer em certificados ou títulos
afins emitidos noutros países
DL N.º 205/96 de 25 de Outubro Estabelece o regime Jurídico específico da formação
profissional inserida no mercado de emprego
Anexo ao Despacho Normativo Estipula os níveis de formação
53-A/96, de 16 de Dezembro
DR n.º 26/97, de 18 de Junho Introduz alterações ao DR 66/94, de 18 de Novembro,
nomeadamente os seus artigos 2º, 3º, 4º, 6º, 7º, 8º, 9º, 10º e
13º
Portaria n.º 1119/97, de 5 de Estabelece as normas específicas de certificação respeitantes
Novembro à caracterização das condições de homologação da formação
pedagógica necessária à obtenção do certificado de aptidão
de formador.
DR nº 35/2002, de 23 de Abril Cria o certificado de formação profissional normalizado, com
carácter obrigatório para toda a formação que beneficie de
apoios públicos e um carácter indicativo para a formação
suportada exclusivamente por financiamento privado.
DR n.º 84-A/2007, de 10 de Regula apoios do Fundo Social Europeu ao abrigo do QREN
Dezembro e substitui o DR 12-A/2000, de 15 de Setembro.
DL n.º 396/2007, de 31 de Estabelece o Regime Jurídico do Sistema Nacional de
Dezembro Qualificações e define as estruturas que asseguram o seu
funcionamento
Portaria n.º 230/2008, de 7 de Define o Regime Jurídico dos Cursos de Educação e
Março Educação e Formação de Adultos e das Formações
Modulares
Despacho n.º 13456/2008, de 14 Aprova a versão inicial do Catálogo Nacional de Qualificações
de Maio
Portaria n.º 370/2008, de 21 de Regula a criação e o funcionamento dos Centros Novas
Maio Oportunidades incluindo o encaminhamento para formação e
o reconhecimento, validação e certificação de competências
Despacho Normativo 12/2009, de Altera o DN 4 -A/2008 simplificando alguns dos seus aspectos,
28 de Fevereiro o qual apontava a natureza e os limites máximos dos custos
considerados elegíveis para efeitos de co-financiamento pelo
fundo social europeu
Portaria n.º 994/2010, de 29 de Vem estabelecer o fim da obrigatoriedade de renovação do
Setembro Certificado de aptidão Pedagógica

Paulo Nogueira | Fev.2015 23


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Perfil do Formador

Para que o formador desempenhe a sua actividade


“O formador é o profissional que, na
com sucesso, deve desenvolver uma série de
realização de uma acção de formação
competências que lhe permitam cumprir com os
estabelece uma relação pedagógica com
objectivos da formação e proporcionar aos seus
os formados, favorecendo a aquisição de
formandos as perspectivas necessárias ao seu
conhecimentos e competências, bem
próprio desenvolvimento e realização, tanto a nível
como o desenvolvimento de atitudes e
profissional como pessoal.
formas de comportamento, adequados ao
Mais do que no exercício de uma actividade, o desempenho profissional.”
individuo deve ter a responsabilidade da aquisição
contínua de competências pessoais (desenvolvimento DR n.º 267/94 série I-B, 18 de Novembro
pessoal). Enquanto formador, essa responsabilidade
é acrescida, uma vez que ele não só interage
intrapessoal mas também interpessoalmente, exercendo influência sobre os outros.

Assim, a aquisição de competências terá de ser um processo sistemático, contínuo e dinâmico, sendo
que, para a actividade de formador são exigidas três tipos de competências fundamentais:

 Competências psicossociais (ao nível humano)


 Competências técnicas
 Competências pedagógicas

Competências psicossociais

As competências psicossociais estão associadas às capacidades de saber-ser/estar, isto é, as


competências de relacionamento com o próprio, com os outros e com o objecto de trabalho, das quais
se pode destacar:

1. Saber estar em situação profissional no posto de trabalho, na empresa/organização,


nomeadamente tendo atenção à:

 Assiduidade;
 Pontualidade;
 Postura pessoal e profissional;
 Aplicação ao trabalho;
 Co-responsabilidade e autonomia;
 Boas relações de trabalho;
 Capacidade de negociação;
 Espírito de equipa;
 Autodesenvolvimento pessoal e profissional.
2. Possuir capacidade de relacionamento com os outros e consigo próprio, implicando,
nomeadamente, competências ao nível de:

 Comunicação interpessoal;
 Liderança;
 Estabilidade profissional;
 Tolerância;
 Resistência à frustração;
 Autoconfiança;
 Autocrítica;
 Sentido ético pessoal e profissional.

Paulo Nogueira | Fev.2015 24


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3. Ter capacidade de relacionamento com o objecto de trabalho, tendo implicações, nomeadamente:

 Capacidade de análise e de síntese;


 Capacidade de planificação e organização;
 Capacidade de resolução de problemas;
 Capacidade de tomada de decisão;
 Criatividade;
 Flexibilidade;
 Espírito de Iniciativa e abertura à mudança.

Competências técnicas

As competências técnicas dizem respeito à capacidade do formador se integrar e adaptar ao contexto


técnico e organizacional da sua actividade:

1. Ser capaz de compreender e integrar-se no contexto técnico em que exerce a sua actividade:

 A população activa, o mundo do trabalho e os sistemas de formação;


 O domínio técnico-científico e/ou tecnológico objecto da formação;
 O papel e perfil do formador;
 Os processos de aprendizagem e a relação pedagógica;
 A concepção e organização de cursos ou acções de formação.
2. Ser capaz de adaptar-se a diferentes contextos organizacionais e a diferentes grupos de
formandos.

Competências pedagógicas

As competências pedagógicas dizem respeito às capacidades de planeamento, preparação, animação


e avaliação de uma acção de formação e que envolvem uma série de parâmetros, essenciais ao
desenvolvimento da formação e à intervenção no sistema de formação. O domínio destas competências
são a pedra basilar para o bom desempenho das funções do formador e desata forma alcançar os
objectivos inicialmente propostos.

As três funções principais do formador são:

1. Planeamento e preparação da formação

 Análise/caracterização do projecto de acção de formação em que irá intervir (objectivos, perfis


de entrada e de saída, programa, condições de realização)
 Conhecer o público-alvo (formandos);
 Constituição do dossier da formação;
 Definir Objectivos Pedagógicos;
 Seleccionar Conteúdos da temática;
 Escolher Métodos e Técnicas;
 Criar instrumentos de Avaliação;
 Prever Recursos e tempo da formação;
 Elaborar o Plano de Sessão.
2. Desenvolvimento e animação da Formação

No desenvolvimento e animação da formação, o formador deve conduzir/mediar o processo de


formação/aprendizagem, desenvolvendo os conteúdos, estabelecendo e mantendo a comunicação e a
motivação dos formandos, gerindo os tempos e os meios materiais necessários, utilizando auxiliares
didácticos, nomeadamente:

Paulo Nogueira | Fev.2015 25


FPIF | MF1 - Formador: Sistema, Contexto e Perfil

 Associar o contexto à formação;


 Comunicar os objectivos;
 Relacionar os conteúdos com as experiências e com a realidade sócio-profissional dos
formandos;
 Aproveitar os conhecimentos para a prática futura;
 Ter em conta os diferentes tipos e ritmos de aprendizagem;
 Fomentar uma formação educativa e com processos de desenvolvimento pessoal;
 Criar situações-problema;
 Diversificar métodos e actividades;
 Favorecer a participação/interacção dos formandos;
 Promover a coesão e interacção do grupo;
 Gerir a progressão na aprendizagem realizada pelos formandos, utilizando meios de avaliação
formativa e implementando os ajustamentos necessários.
 Reforçar a instituição e as pessoas.
3. Avaliação da formação

 Avaliar e comunicar os resultados obtidos;


 Utilizar os diferentes tipos de avaliação (diagnóstica, formativa, sumativa);
 Avaliar a acção de formação;
 Auto-avaliar-se (avaliação crítica ao seu desempenho);
 Reestruturação do plano de desenvolvimento da formação.
 Avaliar o processo formativo.

No exercício das suas funções, o Formador deve dominar:

 A comunicação interpessoal: ser-se formador é ser-se um


“comunicador”, é estabelecer uma rede de relacionamento
interpessoal.
 O planeamento da formação: tendo em conta a responsabilidade
do formador no processo ensino/aprendizagem, a preparação das
sessões é “ meio caminho andado” para o sucesso da formação.
As sessões devem ser preparadas com atenção e pormenor, isto
é, devem adequar-se ao público, aos objectivos, aos recursos, ao
tempo disponível, visando maximizar, rentabilizar e potencializar a
formação.
 Os mecanismos e processos de aprendizagem: cabe ao
formador ser um facilitador da aprendizagem, isto é, ajudar a
aprender, respeitar o ritmo individual dos formandos, criar
situações que favoreçam a integração e consolidação dos
conhecimentos, motivar os formandos.
A aprendizagem será sempre a modificação do comportamento.
 A dinâmica de grupos: o formador é um dinamizador e um gestor
da dinâmica dos grupos.
 Os métodos e técnicas pedagógicas: o formador deve definir
claramente, de um modo operacional, os objectivos a serem
atingidos pelos formandos.
 A avaliação dos formandos: cabe ao formador avaliar os seus
formandos, evitando situações passíveis de subjectividade.

Paulo Nogueira | Fev.2015 26


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Pressupostos para a Definição de Estratégias de Formação

Cada vez mais, cabe ao formador estruturar a sua formação, sabendo que a estratégia na formação é
um aspecto fulcral para a obtenção dos resultados esperados.

A estruturação estratégica da formação deve ser definida numa base de flexibilidade, de modo a
permitir uma dinamização eficaz da formação.

Assim, o formador deverá ter sempre presente os seguintes aspectos:

 A população a quem se destina:


 Nível etário
 Habilitações literárias
 Experiência profissional
 Outros pré-requisitos
 Objectivos Pedagógicos a serem atingidos no final da acção;
 Conteúdos temáticos;
 Meios de ensino;
 Aprendizagem;
 Recursos didácticos;
 Englobam-se todos os recursos materiais, técnicos e tecnológicos (instalações,
equipamentos, métodos e técnicas).
 Critérios de Avaliação.
 Devem ser definidos ainda antes do início da acção. Só é possível analisar se os
objectivos foram atingidos se o contexto formativo for avaliado.

Código deontológico: direitos e deveres

O Decreto Regulamentar n.º 267/94 série I-B de 18 de Novembro vem estabelecer quais os direitos e
deveres do formador.

Assim, constituem:

Direitos do Formador Deveres do Formador


 Fixar os objectivos da acção e a metodologia
 Apresentar propostas com vista à melhoria
pedagógica a utilizar;
das actividades formativas, nomeadamente,
 Cooperar com a entidade formadora, bem
através da participação no processo de
como com outros intervenientes do processo
desenvolvimento e nos critérios de avaliação
formativo, no sentido de assegurar a eficácia
da acção de formação;
da acção de formação;
 Obter comprovação documental, pela
 Preparar, de forma adequada e prévia, cada
entidade promotora da acção, relativa à
acção de formação;
actividade desenvolvida como formador, do
qual conste o domínio, a duração e a  Participar na concepção técnica e pedagógica
qualidade da sua intervenção; da acção;
 Ser integrado em bolsas de formadores.  Zelar pelos meios materiais e técnicos;
 Ser assíduo e pontual;
 Cumprir a legislação e os regulamentos
aplicáveis à formação;
 Avaliar cada acção de formação e cada
processo formativo em função dos objectivos
fixados e do nível de adequação conseguido;
 Possuir certificação da aptidão de formador,
obrigatória a partir de 1 de Janeiro de 1998.

Paulo Nogueira | Fev.2015 27


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Tipos de formação profissional

A formação profissional reparte-se por diversas tipos, determinados pelas características do público-
alvo, objectivos, estruturas curriculares, metodologias pedagógicas, recursos envolvidos e duração.

Ela reparte-se entre formação profissional inicial, com ou sem equivalência escolar, e contínua.

Formação Profissional Inicial


A formação profissional inicial destina-se a conferir uma qualificação profissional certificada, assim
como preparar jovens e adultos candidatos ao primeiro emprega, para uma vida adulta e profissional.
É o primeiro programa completo de formação que habilita ao desempenho de uma função ou profissão.

Formação Profissional Inicial


Sem equivalência escolar Com equivalência escolar
Prepara jovens e adultos,
candidatos ao primeiro
emprego, sem escolaridade
Prepara jovens e adultos, Aprendizagem obrigatória, para o desempenho
candidatos ao primeiro de profissões qualificadas, por
emprego, com a escolaridade forma a favorecer a entrada na
Qualificação obrigatória, para o vida activa.
Inicial desempenho de profissões
Jovens, em risco de abandono
qualificadas, por forma a
escolar ou que entraram
favorecer a entrada na vida Educação e precocemente no mercado de
activa. formação de trabalho, com níveis
jovens insuficientes de formação
escolar ou sem qualificação
profissional.
A formação profissional
Formação distribuída por sessões
Prepara jovens e adultos, profissional decorridas na empresa e na sala
candidatos ao primeiro em de formação, conjugando desta
emprego, para o desempenho alternância forma o trabalho/formação
de profissões qualificadas, por prática com a componente
forma a favorecer a entrada na teórica.
Especialização
vida activa. Formações pós-
tecnológica Prepara cidadãos com idades
secundárias não superiores a
iguais ou superiores a 18 anos,
desenvolver na mesma área,
Educação e não qualificados ou sem
ou área afim àquela em que o
formação de qualificação adequada, que não
candidato obteve qualificação
adultos – EFA tenham concluído a
profissional de nível III.
escolaridade básica de 4º, 6º ou
9º ano para entrada no mercado
de trabalho.

Formação Profissional Contínua


A formação profissional contínua insere-se na vida profissional do individuo, realizando-se ao longo
dela, e constitui uma forma de aperfeiçoamento após a obtenção de uma qualificação inicial. Permite
uma maior facilidade de adaptação às constantes mutações tecnológicas, organizacionais ou outras,
favorecendo a promoção profissional, melhorar a qualidade do emprego e contribuir para o
desenvolvimento cultural, económico e social.

Paulo Nogueira | Fev.2015 28


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Formação Profissional Contínua


Qualificação e Preparar indivíduos para uma mudança de profissão, ou seja, dar-lhes
reconversão uma qualificação distinta da que tinham inicialmente para que possam
profissional exercer uma nova actividade profissional.
Esta formação permite aos indivíduos activos em contexto de trabalho,
Aperfeiçoamento progredir ou manter o seu desempenho profissional através da aquisição
e aperfeiçoamento de competências profissionais e sociais.
A reciclagem permite ao indivíduo actualizar ou desenvolver novas
competências quer em termos de conhecimentos práticos e teóricos, quer
Reciclagem
em termos de posturas e comportamentos dentro da mesma profissão,
acompanhando desta forma os progressos científicos e tecnológicos.
Dotar os indivíduos com incapacidades físicas ou mentais, de
Reabilitação conhecimentos teórico-práticos para uma profissão adaptada às suas
aptidões e capacidades físicas.
Esta formação permite aos trabalhadores a aquisição de competências
Promoção que lhes confira grau suficiente para subir hierarquicamente dentro de
uma organização/instituição.
Esta formação tem como base a preparação de activos empregados ou
Especialização em risco de desemprego, com escolaridade obrigatória, tendo em vista o
profissional desenvolvimento e aprofundamento das suas competências técnicas,
sociais e relacionais em áreas específicas.

Têm-se verificado algumas dificuldades, de carácter orgânico e sociológica, para aceder a este tipo de
formação, nomeadamente:
 As empresas resistem em cumprir os dispositivos legais que obrigam a dar 35 horas de
formação ano a cada colaborador;
 Os trabalhadores são pouco sensíveis à frequência destas acções, essencialmente devido a
causas culturais. Ainda está muito enraizado que só necessita de formação “quem não é bom!”

- Formação Profissional Inicial:


Aprendizagem
Formação Profissional em Alternância

- Formação Profissional Contínua:


Aperfeiçoamento
Especialização
Reconversão
Reciclagem
Promoção
Reabilitação

Modalidades de formação profissional

Cursos de Aprendizagem
Os Cursos de Aprendizagem são cursos de formação profissional inicial, em alternância, que visam
formar jovens para um emprega qualificado, privilegiando a sua inserção no mercado de trabalho e
permitindo simultaneamente o prosseguimento de estudos. Estes cursos revestem-se de uma
importância estratégica no quadro das políticas de educação, formação e emprego e contribuem,
determinadamente, para o aumento das qualificações profissionais e escolares dos jovens.

Paulo Nogueira | Fev.2015 29


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Com a publicação do novo regulamento específico (Portaria n.º 149/2008, de 19 de Dezembro),


procurou-se aproximar ainda mais esta resposta às reais necessidades do mercado de emprego,
privilegiando as qualificações estratégicas para o crescimento da economia, designadamente em áreas
de bens e serviços transaccionáveis.

Os Cursos de Aprendizagem regem-se pelos seguintes princípios orientadores:


 Intervenção junto dos jovens em transição para a vida activa e dos que já integram o mercado
de trabalho sem o nível secundário de formação escolar e profissional, com vista à melhoria
dos níveis de empregabilidade e de inclusão social e profissional;
 Organização em componentes de formação – sociocultural, científica, tecnológica e prática –
que visam as várias dimensões do saber, integradas em estruturas curriculares
predominantemente profissionalizantes adequadas ao nível de qualificação e às diversas
saídas profissionais;
 Reconhecimento do potencial formativo da situação de trabalho, através de uma maior
valorização da intervenção e do contributo formativo das empresas, assumindo-as como
verdadeiros espaços de formação, geradores de progressão das aprendizagens;
 A alternância é entendida como uma sucessão de contextos de formação, articulados entre si,
que promovem a realização das aprendizagens com vista à aquisição das competências que
integram um determinado perfil de saída.
Os destinatários destes dos Cursos de Aprendizagem são jovens que devem reunir, cumulativamente,
os seguintes pré-requisitos:
 Idade inferior a 25 anos (excepcionalmente é possível a integração de maiores de 25 anos).
 3.º Ciclo do ensino básico ou equivalente ou habilitação superior ao 3.º ciclo do ensino básico
ou equivalente, sem conclusão do ensino secundário ou equivalente.

Tipologia de curso e Nível de Qualificação do Quadro Nacional de Qualificações


Escolaridade Duração Qualificação
Mínima de acesso (Horas) Equivalência Escolar Nível
3º Ciclo do Ensino Básico 2800 a 3700 Ensino secundário (12º ano) 4

Componentes de Formação
Componentes Objectivos
Componente de formação, com carácter transdisciplinar e transversal, que
visa a aquisição ou reforço de competências académicas, pessoais, sociais
e profissionais, tendo em vista a inserção na vida activa e a adaptabilidade
Formação aos diferentes contextos de trabalho.
Sociocultural Visa, ainda, potenciar o desenvolvimento dos cidadãos, no espaço nacional
e comunitário, proporcionando as condições para o aprofundamento das
capacidades de autonomia, iniciativa, auto-aprendizagem, trabalho em
equipa, recolha e tratamento da informação e resolução de problemas.
Componente que visa a aquisição de competências nos domínios de
Formação natureza científica que fundamentam as tecnologias, numa lógica
Cientifica transdisciplinar e transversal, no que se refere às aprendizagens
necessárias ao exercício de uma determinada profissão.
Componente que visa, de forma integrada com as restantes componentes
Formação de formação, dotar os formandos de competências tecnológicas que lhes
Tecnológica permitam o desenvolvimento de actividades práticas e de resolução de
problemas inerentes ao exercício de uma determinada profissão.
Componente que visa desenvolver novas competências e consolidar as
Formação Prática em adquiridas em contexto de formação, através da realização de actividades
Contexto de Trabalho inerentes ao exercício profissional, bem como facilitar a futura inserção
profissional.

Paulo Nogueira | Fev.2015 30


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Cursos de Educação e Formação para Jovens


Esta formação assume-se como uma resposta prioritária para jovens, situando-se ao nível das medidas
estratégicas para potenciar as condições de empregabilidade e de transição para a vida activa,
promovendo os diferentes graus de escolaridade e qualificação profissional.

Destinam-se a jovens candidatos ao primeiro emprego, ou a novo emprego, com idade igual ou superior
a 15 anos e inferior a 23 anos, à data de início do curso, em risco de abandono escolar, ou que já
abandonaram a via regular de ensino e sejam detentores de habilitações escolares que variam entre o
6.º ano de escolaridade, ou inferior, e o ensino secundário.

Têm por objectivo a recuperação dos défices de qualificação escolar e profissional dos jovens, através
da aquisição de competências escolares, técnicas, sociais e relacionais, que lhes permitam ingressar
num mercado de trabalho cada vez mais exigente e competitivo.

Tipologia de curso e Nível de Qualificação do Quadro Nacional de Qualificações

Tipologia dos cursos


Escolaridade
Equivalência escolar Nível
Mínima de acesso Designação Duração
(Horas)

Inferior ao 1.º ciclo Tipo 1-A 1910 2.º Ciclo do ensino básico 1

Igual ou superior ao 1.º ciclo e


Tipo 1-B 1155 2.º Ciclo do ensino básico 1
inferior ao 2.º ciclo

6.º, 7.º ou frequência do 8.º ano 2976 a


Tipo 2 3.º Ciclo do ensino básico 2
de escolaridade 3271

8.º ou frequência do 9.º ano de 2085 a


Tipo 3 3.º Ciclo do ensino básico 2
escolaridade 2380

9.º ano de escolaridade ou 2105 a Certificado de


Tipo 4 2
frequência do ensino secundário 2400 competências escolares

Certificado de
9.º ano de escolaridade e curso
Formação 1170 a competências escolares
de nível 2 ou Curso EF tipo 2 ou -
Complementar 1290 para efeito de
tipo 3
prosseguimento de estudos

10.º ano de escolaridade,


frequência do 11.º ou 10.º ano
3030 a
profissionalizante ou Curso de Tipo 5 12.º ano de escolaridade 4
3465
formação complementar EF e
curso de nível 2

11.º ano de escolaridade ou 2150 a


Tipo 6 12.º ano de escolaridade 4
frequência do 12.º 2785

12.º ano científico-humanístico 2085 a


Tipo 7 - 4
da mesma área ou afim 2720

A frequência com aproveitamento destes cursos, garante a obtenção de uma qualificação de nível 1, 2
ou 4, associada a uma progressão escolar, com equivalência ao 6.º, 9.º ou 12.º anos de escolaridade.

A estrutura curricular destes cursos foca-se numa vertente acentuadamente profissionalizante,


integrando as componentes de formação sociocultural, científica, tecnológica e prática em contexto de
trabalho.

Em situações particulares e sempre que a área de formação ou o público-alvo o aconselhe, pode


realizar-se um estágio complementar pós-formação, com uma duração máxima de seis meses.

Paulo Nogueira | Fev.2015 31


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Legislação e Regulamentação:
 Despacho Conjunto n.º 453/2004, de 27 de Julho
 Rectificação n.º 1673/2004, de 7 de Setembro
 Despacho Conjunto n.º 287/2005, de 4 de Abril
 Despacho n.º 12568/2010, de 4 de Agosto
 Portaria n.º 199/2011, de 19 de Maio
 Declaração de Rectificação n.º 20/2011, de 13 de Julho

Cursos de Especialização Tecnológica


Os cursos de Especialização Tecnológica são cursos pós-secundários não superiores, que têm por
objectivo suprir as necessidades verificadas ao nível de quadros intermédios das organizações,
dotando-os de capacidades para responder aos desafios colocados por um mercado de trabalho em
permanente mudança e acentuado desenvolvimento. Estes cursos constituem uma alternativa válida
para a profissionalização de técnicos especializados e competentes, conferindo-lhes uma qualificação
de nível 5 do Quadro Nacional de Qualificações.

Destinatários
 Titulares de um curso de ensino secundário, ou de habilitação legalmente equivalente;
 Os que tendo obtido aprovação em todas as disciplinas dos 10.º e 11.º e tendo estado inscritos
no 12.º ano de um curso de ensino secundário ou de habilitação legalmente equivalente não o
tenham concluído;
 Titulares de uma qualificação profissional de nível 4;
 Titulares de um Diploma de Especialização Tecnológica (DET) ou de um grau ou diploma de
ensino superior que pretendam a sua requalificação profissional;
 Podem igualmente candidatar-se à inscrição num curso de especialização tecnológica num
estabelecimento de ensino superior os indivíduos com idade igual ou superior a 23 anos, aos
quais, com base na experiência, aquele reconheça capacidades e competências que os
qualificam para o ingresso no curso em causa.
O plano curricular destes cursos integra as componentes de formação geral e científica, formação
tecnológica e formação em contexto de trabalho e, quando terminado com aproveitamento, confere a
atribuição de um Diploma de Especialização Tecnológica.

Legislação e Regulamentação: Decreto-Lei n.º 88/2006, de 23 de Maio

Pedidos de Registo, de Criação e Autorização de funcionamento dos CET:


 Deliberação n.º 1/2006 da Comissão Técnica para a Formação Tecnológica Pós-Secundária
 Anexos à Deliberação n.º 1/2006 (Formulários)

Educação e formação de adultos - EFA


Os Cursos EFA são de grande importância estratégica no quadro das políticas de educação e formação
ao longo da vida, no sentido de potenciar a qualificação da população adulta, ao longo da vida, por via
da valorização das competências adquiridas em diferentes contextos, focando-se no aumento da
competitividade do tecido empresarial, face aos desafios provocados pela globalização da economia e
pela inovação tecnológica. Ao contrário dos cursos anteriores, este inicia-se por um processo de
reconhecimento e validação de competências, desenvolvido antes da formação, que permitirão
adequar o percurso formativo de cada formando, em função das suas habilitações e competências
profissionais.

Todos os cursos EFA, para além de partilharem a formação em contexto real de trabalho, partilham as
componentes de formação sócio-cultural que visa a aquisição de competências e atitudes que permitam
o desenvolvimento pessoal, profissional e social, e científico-tecnológica que visa a aquisição de
competências técnicas essenciais ao desenvolvimento de uma nova actividade profissional.

Destinando-se a uma população com idade igual ou superior a 18 anos, à data de início da formação,
sem a adequada qualificação para efeitos de inserção ou progressão no mercado de trabalho ou sem
a conclusão do ensino básico ou do ensino secundário, têm por objectivo elevar os níveis de habilitação

Paulo Nogueira | Fev.2015 32


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escolar e profissional da população portuguesa adulta, através de uma oferta integrada de educação e
formação que potencie as suas condições de empregabilidade e certifique as competências adquiridas
ao longo da vida.

A frequência com aproveitamento de um curso EFA, de dupla certificação, confere um certificado do


3.º ciclo do ensino básico e o nível 2 de qualificação, ou certificado do ensino secundário e o nível 4 de
qualificação.

Tipologia de curso e Nível de Qualificação do Quadro Nacional de Qualificações

Cursos EFA de nível básico de educação e de nível 1 ou 2 de qualificação

Carga Horária do Percurso Formativo (Horas) Duração


Tipologia de Percurso
Total
(Nível de Desenvolvimento) Aprender com Formação de Formação (Horas)
Autonomia Base Tecnológica
Básico 1/Nível 1 de qualificação 40 100-400 100-360 240-800
Básico 2/Nível 1 de qualificação 40 100-450 100-360 240-850
Básico 1+2/Nível 1 de qualificação 40 100-850 100-360 240-1250
Básico 3/Nível 2 de qualificação 40 100-900 100-1200 240-2140
Básico 2+3/Nível 2 de qualificação 40 100-1350 100-1200 240-2590

Cursos EFA de nível secundário de educação e nível 4 de qualificação


Tipologia de
Carga Horária do Percurso Formativo (Horas)
Percurso
Duração
Área de PRA Formação de Base Total
EFA nível 3 + (Portefólio Formação
nível Cidadania e
Sociedade, Cultura, (Horas)
Reflexivo de Tecnologia e Língua e Tecnológica
Secundário Aprendizagens) Profissionalidade
Ciência Comunicação
de educação
100-200 100-1100 100-1910 300-3210

Legislação e Regulamentação:
 Despacho Conjunto n.º 650/2001, de 20 de Julho
 Despacho n.º 26401/2006, de 29 de Dezembro
 Portaria n.º 817/2007, de 27 de Julho
 Portaria n.º 230/2008, de 7 de Março
 Despacho n.º 3447/2010, de 24 de Fevereiro
 Portaria n.º 283/2011, de 24 de Outubro
 Portaria n.º 199/2011, de 19 de Maio
 Declaração de Rectificação n.º 20/2011, de 13 de Julho
 Despacho n.º 334/2012, de 11 de Janeiro

Formação Modular Certificada


A Formação Modular Certificada destina-se a activos empregados ou desempregados, que pretendam
desenvolver competências em alguns domínios de âmbito geral ou específico e tem por objectivo o
desenvolvimento de um suporte privilegiado para a flexibilização e diversificação da oferta de formação
contínua, integrada no Catálogo Nacional de Qualificações, com vista ao completamento e à construção
progressiva de uma qualificação profissional. Tendo por base as unidades de formação de curta
duração (UFCD), podendo ter a duração de 25 ou 50 horas e destinam-se a aperfeiçoar os
conhecimentos e competências dos formandos, podendo também ser utilizada em processos de
reciclagem e reconversão profissional, proporcionado a aquisição dos conhecimentos necessários à
integração no mercado de trabalho. A sua conclusão com aproveitamento confere a atribuição de um
certificado de qualificações.

Paulo Nogueira | Fev.2015 33


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Esta modalidade de formação traduz-se assim, numa resposta individualizada, organizada com base
nas necessidades e disponibilidade dos candidatos, podendo ser desenvolvida em horário pós-laboral.

Legislação e Regulamentação:
 Portaria n.º 230/2008, de 7 de Março
 Portaria n.º 283/2011, de 24 de Outubro
 Portaria n.º 199/2011, de 19 de Maio
 Declaração de Rectificação n.º 20/2011, de 13 de Julho
 Despacho n.º 334/2012, de 11 de Janeiro

Processo de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências – RVCC


O Processo de RCCC permite aumentar o nível de qualificação escolar e profissional da população
adulta, através da valorização das aprendizagens realizadas fora do sistema de educação ou de
formação profissional.

Inicialmente enquadrado na Iniciativa Novas Oportunidades, a partir de 11 de Dezembro de 2013, o


processo de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências (RVCC) foi inserido na rede
dos Centros para a Qualificação e o Ensino Profissional (CQEP) que “são estruturas do Sistema
Nacional de Qualificações e assumem um papel determinante na construção de pontes entre os
mundos da educação, da formação e do emprego, numa perspectiva de aprendizagem ao longo da
vida”.3

De acordo com a informação disponibilizada no sitio dos CQEP,

“Os CQEP destinam-se a todos os que procuram uma qualificação, tendo em vista o
prosseguimento de estudos e/ou uma transição/reconversão para o mercado de trabalho.

Estes Centros encontram-se igualmente vocacionados para dar resposta aos cidadãos
com deficiência e incapacidade, com o intuito de assegurar a sua integração na vida ativa
e profissional.

São destinatários diretos dos CQEP:


- Jovens com idade igual ou superior a 15 anos ou, independentemente da idade, a
frequentar o último ano de escolaridade do ensino básico;
- Adultos com idade igual ou superior a 18 anos, com necessidades de aquisição e reforço
de conhecimentos e competências.

Como atuam perante alguém que pretenda obter uma qualificação?

Os CQEP asseguram as seguintes etapas de intervenção:

Acolhimento – inscrição do candidato (jovem ou adulto) e seu esclarecimento,


considerando a missão e o âmbito de intervenção dos CQEP;
Diagnóstico – análise do perfil do candidato, com o objetivo de identificar respostas de
educação e/ou formação ajustadas à sua situação (motivações, necessidades e
expetativas);
Informação e Orientação – identificação de projetos individuais de educação e
qualificação profissional, tendo presente opções realistas de prosseguimento de estudos
e/ou de integração no mercado de trabalho;
Encaminhamento – concretização do encaminhamento do candidato para uma oferta de
educação e/ou formação profissional ou ainda para um processo de reconhecimento e
validação e certificação de competências – RVCC (apenas possível para candidatos
adultos. Caso tenham entre 18 e 23 anos inclusive, terão de possuir pelos menos 3 anos
de experiência profissional devidamente comprovada), tendo por base o processo prévio
de diagnóstico e orientação;

3 In sitio http://cqep.anqep.gov.pt/cqep.html

Paulo Nogueira | Fev.2015 34


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Reconhecimento e Validação de Competências – identificação e validação de


competências adquiridas pelos adultos ao longo da vida, em contextos de aprendizagem
formais, não formais e informais.
Certificação de Competências – demonstração das competências dos adultos,
perante um júri, através da realização de uma prova.”

RVCC Escolar

É um processo que permite reconhecer, validar e certificar as competências adquiridas pelos adultos
ao longo da vida, com vista à obtenção de uma certificação escolar de nível básico (4.º, 6.º ou 9.º ano
de escolaridade) ou de nível secundário (12.º ano de escolaridade).

A este processo podem aceder todos os adultos com mais de 18 anos que não frequentaram ou
concluíram um nível de ensino básico ou secundário e que tenham adquirido conhecimentos e
competências; através da experiência em diferentes contextos, que possam ser formalizadas numa
certificação escolar.

Os interessados podem formalizar a sua candidatura junto dos CQEP existentes por todo o país,
continente e ilhas, a qual será analisada por uma equipa especializada que informa os interessados
sobre o processo de RVCC Escolar e assegura uma resposta eficaz e personalizada.

O processo é desenvolvido ao longo de um conjunto de sessões durante as quais os candidatos são


apoiados, por técnicos e formadores, na identificação e reconhecimento das respectivas competências
escolares, na recolha de evidências que as comprovem ou na respectiva demonstração.

Caso se verifique a falta de algumas competências necessárias à conclusão do processo, serão


desenvolvidas formações de curta duração ajustadas às respectivas necessidades. O processo termina
com a apresentação do candidato perante um Júri que valida as competências detidas e formaliza a
certificação escolar.

RVCC Profissional

É um processo que permite reconhecer, validar e certificar as competências que os adultos adquirem
pela experiência de trabalho e de vida, através da atribuição de um Certificado de Formação
Profissional.

Podem candidatar-se a um Processo RVCC Profissional todos os activos empregados e


desempregados, com mais de 18 anos, que adquiriram saberes e competências através da experiência
de trabalho, ou noutros contextos, e pretendam vê-las reconhecidas através de uma certificação formal.

Os interessados podem efectuar a candidatura em qualquer CQEP, dos quais fazem parte os Centros
de Formação Profissional tutelados pelo IEFP. Em cada Centro de Formação Profissional, pertencente
à rede dos CQEP, existe uma equipa especializada que informa os interessados sobre a natureza do
processo e assegura uma resposta eficaz e personalizada.

À semelhança do Processo RVCC Escolar, o processo é desenvolvido ao longo de um conjunto de


sessões durante as quais os candidatos são apoiados, por técnicos e formadores da área profissional
em causa, na identificação e reconhecimento das respectivas competências e na recolha de evidências
que as comprovem, bem como na respectiva demonstração. O processo consiste na avaliação das
competências detidas pelos candidatos face a um Referencial de Formação Profissional
correspondente a um curso de formação desenvolvido no IEFP e contemplado no Catálogo Nacional
das Qualificações.

Posteriormente, os candidatos são avaliados por uma comissão que valida as competências detidas e
identifica as competências em falta, indicando a formação adicional que deve ser frequentada para
obter a certificação final.

Paulo Nogueira | Fev.2015 35


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Modalidades de Intervenção Formativa

A actividade formativa, ao longo dos tempos, tem


procurado adequar-se às necessidades e exigências dos Modalidades de Intervenção Formativa
seus utilizadores no sentido de facilitar o processo
ensino-aprendizagem. Formação à Formação
Formação Diatância Mista
Assim, as modalidades de intervenção formativa são de Presencial
três tipos: formação presencial, formação à distância e e-learning b-learning
formação mista.

Formação Presencial
A formação presencial caracteriza-se por todos os conteúdos programáticos serem ministrados em
contexto de sala de aula, ou espaço de finalidade similar, com a presença física de formandos e
formador.

Esta modalidade de intervenção tem por vantagem a possibilidade de uma maior interacção entre os
intervenientes, facilitando a integração de novas aprendizagens decorrentes das relações de domínio
afectivo que permite desenvolver através da prática de métodos activos.

Formação à Distância (e-learning)


Com a proliferação das novas tecnologias, é comum associar esta modalidade de intervenção ao uso
do computador com ligação à internet. Na verdade, foi no Sir Isaac Pitman Correspondance College,
ainda no Séc. XIX, que surgiu a primeira formação à distância, nascendo assim os cursos por
correspondência, inicialmente com suporte em papel mas, com a evolução das tecnologias, foi
evoluindo para o áudio seguindo-se o audiovisual e actualmente o multimédia.

O surgimento da internet veio revolucionar esta modalidade de intervenção formativa, assinalando-se


nos últimos anos um crescimento abismal, quer de novas ofertas formativas bem como a adesão de
públicos muito diferenciados.

Na actual oferta formativa à distância, destaca-se a modalidade de e-learning (formação à distância


com Tutoria on-line síncrona e assíncrona).

O e-learning pode ser definido como:

“Um modelo de formação realizado a partir de comunicações interactivas humanas


e partilha de recursos humanos e informações, em que o processo de aprendizagem ocorre
sem necessidade de se estabelecer uma relação presencial entre formador e formandos.”

Assim, o e-learning é uma modalidade de formação à distância suportado pela tecnologia de


Informação, onde os conteúdos programáticos são transmitidos através da Internet, utilizando o
ambiente virtual da plataforma tecnológica de suporte à formação.

Esta modalidade de intervenção, pode ser com tutoria on-line síncrona, em que formandos e tutor estão
ao mesmo tempo em comunicação on-line, ou e assíncrona quando a comunicação entre os formandos
e o tutor acontece em tempos diferentes.

Para facilitar o processo ensino-aprendizagem, os formandos são apoiados por um ou vários Tutores
que orientam e motivam durante o decorrer da formação.

Benefícios do e-learning:

 Centralidade no aluno.
 Convergente com as necessidades dos alunos.
 Rápida actualização dos conteúdos.
 Personalização dos conteúdos transmitidos.

Paulo Nogueira | Fev.2015 36


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 Facilidade de acesso e flexibilidade de horários.


 O ritmo de aprendizagem pode ser definido pelo próprio utilizador/formando.
 Disponibilidade permanente dos conteúdos da formação.
 Custos menores quando comparados à formação convencional.
 Redução do tempo necessário para o formando.
 Possibilidade de formação de um grande número de pessoas ao mesmo tempo.
 Diversificação da oferta de cursos.
 Facilidade de cobertura de públicos geograficamente dispersos.
 Registro e possibilidade de acompanhamento detalhado da participação dos alunos.
 Redução de custos logísticos e administrativos (deslocamentos, alimentação, …).
 Desenvolvimento de capacidades de auto-estudo e auto-aprendizagem.

Críticas ao e-learning:

 Dificuldades de adaptação a ferramenta e ao ambiente digital.


 Necessidade de maior esforço para motivação dos alunos.
 Exigência de maior disciplina e auto-organização por parte do aluno.
 A criação e a preparação do curso on-line é, geralmente, mais demorada
 Não gera a possibilidade da existência de cumplicidades e vínculos relacionais, que somente
o processo de interacção presencial permite.
 O custo de implementação da estrutura para o desenvolvimento programa de e-learning é alto.
 Dificuldades técnicas relativas à Internet e à velocidade de transmissão de imagens e vídeos.
 Limitações em alcançar objectivos na área afectiva e de atitudes, pelo empobrecimento da
troca directa de experiência entre professor e aluno

Formação Mista (b-learning)


A formação mista combina a formação presencial com a formação à distância, ou seja concilia as
técnicas tradicionais presenciais com as novas tecnologias de aprendizagem, em particular o ambiente
virtual de formação.

Denominada por b-learning (blended-learning), esta modalidade de intervenção beneficia da


flexibilidade do ensino à distância, com momentos de auto-estudo, com a interacção decorrente dos
momentos presenciais com a elaboração de actividades diversas conjuntas.

A componente à distância, on-line, é suportada por um portal de aprendizagem interactiva,


normalmente desenvolvido exclusivamente para cada acção de formação. É através desse portal que
os formandos têm acesso ao cronograma, objectivos a atingir, critérios de avaliação, conteúdos,
actividades propostas, fóruns de discussão e esclarecimentos de dúvidas e, eventualmente, a testes
de avaliação.

À semelhança do e-learning, neste portal também podem ser estruturadas actividades síncronas ou
assíncronas.

Vantagens do b-learning:

 Melhor integração pessoal entre os participantes, com consequente troca de experiências.


 Possibilidade de desenvolver dinâmicas colectivas.
 Eventual redução de custos com a formação de grupos, a permitir que toda uma turma inicie o
curso e termine no mesmo prazo.
 Melhor capacidade de avaliação dos alunos, em situações ao vivo, especialmente quando o
objecto da formação envolve performance de relacionamento e postura do aluno frente ao
público.
 Humanização da relação entre a instituição e os alunos.
 Melhores resultados de aprendizagem dentro de prazos estabelecidos, com meios mais
diversificados e colaboração entre os alunos mais intensa.

Paulo Nogueira | Fev.2015 37


FPIF | MF1 - Formador: Sistema, Contexto e Perfil

Desvantagens do b-learning:

 Necessidade de organizar turmas presenciais, para redução de custos, com datas definidas,
pode limitar o acesso de alunos individuais que queiram estudar programas de forma
independente e com prazos mais flexíveis, como no caso do e-learning.
 Limita o acesso de alunos individuais que pretendam estudar programas de forma
independente e com horários flexíveis
 Desvalorização do professor on-line e elevada valorização do professor presencial.

Paulo Nogueira | Fev.2015 38


FPIF | MF1 - Formador: Sistema, Contexto e Perfil

Bibliografia

 Azevedo, A., (1991) Educação Tecnológica nos anos 90, edições Asa;
 Boterf, G., (1988) Le Schéma Directeur des Emplois et des Ressources Humaines, Les
Éditions D’Organisation, Paris.
 Camara, P., Guerra, P., R., (1997) Humanator – Recursos Humanos e Sucesso Empresarial,
Publicações Dom Quixote, Lisboa.
 Cardoso, M., G., (1997) Manual de Apoio à Formação de Formadores, OIT e IEFP, Turim.
 Cardim, José Casqueira, (1999) O Sistema de Formação Profissional em Portugal, CEDEFOP,
2ª Edição;
 Carvalho, F., (1990) As Desilusões do Formador, in revista Formar n.º 1, Outubro, p.24-26
 Cayrol, Alain e Barrère, Patrick, “Guia da PNL - Novas técnicas para o desenvolvimento
pessoal e profissional”, Editora Record;
 Chiavenato, I., (1992) Recursos Humanos, Edições Compacta, 2ª Ed., Atlas, São Paulo.
 Correia, J.A., Sociologia da Educação Tecnológica, Lisboa, Universidade Aberta
 De Ketele, J., M., e colaboradores (s/d), Guia do Formador, Edições Piaget, Lisboa.
 Duarte, A., F., (1996) Uma nova Formação profissional para um novo mercado de trabalho,
Colecção Aprender, IEFP.
 Estrela, M.,Estrela, A ., (1977) Perspectivas actuais sobre formação de professores, editorial
Estampa, Lisboa;
 Ferrão, L., & Rodrigues, M., (2003) Formação Pedagógica de Formadores, Lidel.
 Ferreira, P., T., (2001) Guia do animador, animar uma actividade da forma-ção, Multinova.
 Mucchielli, R., (s/d) A Formação de Adultos, Livraria Martins/Fontes Editora, Lisboa,
 Oliveira, F., R., (1990) Preparação e Desenvolvimento de Sessões de Formação, Colecção
Formar Pedagogicamente, IEFP, Lisboa.
 Peretti, J., M., (1997) Recursos Humanos, Edições Sílabo, Lisboa.
 Raseth, A., (1999) O perfil e funções do Formador, colecção Formar pedagogicamente, IEFP.

Sítios de interesse:

 www.dgert.mtss.gov.pt
 www.iefp.pt
 http://dre.pt
 www.cqep.gov.pt
 www.prime.min-economia.pt
 www.forma-te.com

Paulo Nogueira | Fev.2015 39

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