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Freud e a Psicanálise

Freud e a Psicanálise

PROBLEMA: Qual é o conceito diferenciador da psicanálise em relação a todos os outros autores da

1. CONTRIBUTO DE FREUD PARA A PSICOLOGIA:

Fundou a Psicanálise que vai operar uma profunda revolução na psicologia e na concepção de homem.

É uma teoria sobre o psiquismo humano que: Método terapêutico

 privilegia o inconsciente como elemento impulsionador  Método próprio e inovador capaz de


do modo de ser e agir do ser humano; tratar neuroses e todos os
comportamentos psicóticos, originados
apresenta o homem como um ser dotado de impulsos, em recalcamentos e motivações de
desejos, paixões e que se estrutura em constante conflito; natureza inconsciente críticas ao
método hipnótico
faz deslocar as atenções de um ser humano racional,
consciente, coerente e lógico, para um ser obscuro, irracional,  Para explorar o inconsciente, Freud
em que a sua dimensão subterrânea da mente explica os seus recorre a procedimentos específicos:
comportamentos e acções;
associações livres de ideias
 vai atribuir uma importância fundamental à sexualidade:
as pulsões e desejos sexuais seriam o material dominante do interpretação dos sonhos
inconsciente, que, devido ao seu carácter dinâmico,
influenciam de forma determinante o comportamento; análise dos actos falhados

afirma a existência de uma sexualidade infantil e a análise da transferência.


importância da infância no processo de formação da
personalidade adulta. (ver power point)

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2. O OBJECTO DE ESTUDO

O aparelho psíquico e a sua estrutura: Id ; Ego; Superego

2º TÓPICA

O Id, o Ego e o Superego são as estruturas essenciais da personalidade, estabelecendo entre si uma relação
conflituosa à qual se deve o dinamismo da vida psíquica.

O ID: A MATRIZ DA VIDA PSÍQUICA

O Id apresenta, segundo Freud, várias características:

 constitui o fundo ou a matriz a partir da qual se formam, por diferenciação o Ego e o Superego;

 é formado por tudo o que herdamos e está presente à nascença: instintos, pulsões, desejos;

 é o reservatório dos impulsos biológicos mais básicos que dinamizam ou dão energia ao
comportamento;

 é totalmente inconsciente;

 está totalmente desligado do mundo real, da realidade externa e não actua segundo princípios lógicos e
morais;

 é amoral porque pretende realizar tudo o que lhe agrada sem se preocupar com o facto de isso ser bom
ou mau;

 rege-se pelo princípio de prazer procurando satisfazer imediatamente os seus impulsos;

 é, em grande parte, animado pelo impulso sexual, o grande reservatório da libido (a energia das pulsões
sexuais) e tem, por isso, uma forte ligação ao corpo, à nossa dimensão biológica.

O EGO: O REPRESENTANTE DA REALIDADE

O Ego visa impedir não o prazer mas sim uma descarga imediata da energia pulsional, isto é, uma satisfação
que não tenha em conta os limites característicos do meio ambiente.

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Eis as suas características fundamentais:

 começa a desenvolver-se por volta dos 6 meses;

 funciona segundo princípios lógicos e racionais embora, paradoxalmente, tenha uma parte
inconsciente;

 actua segundo o princípio da realidade. Regulando-se por este princípio, o Ego adia a satisfação dos
impulsos do Id até que o objecto apropriado a essa satisfação surja na realidade;

 desempenha o papel de executivo e de mediador em relação ao Id: decide que instintos e pulsões
podem, na realidade, ser satisfeitos e de que modo. O Ego, na verdade, desenvolve-se a partir do Id e
existe para satisfazer as necessidades deste e não para as frustrar. Mas é realista: sabe ou aprende que
para termos certas coisas temos de renunciar a outras. O princípio de realidade não exclui o princípio
de prazer.

O SUPEREGO: O REPRESENTANTE DA MORALIDADE

O Superego é o representante da moralidade: diz-nos não o que podemos ou não fazer mas sim que
devemos ou não devemos fazer.

Eis o que há de fundamental a dizer sobre o Superego:

 forma-se ou começa a desenvolver-se por volta dos 3-5 anos;


 é o resultado da educação que recebemos, do conjunto de punições e de recompensas de que fomos
alvo;
 é o representante interno dos valores, normas e ideais morais de uma sociedade. Estes valores, normas
e ideais - interpretados pelos pais e educadores - são transmitidos à criança que os interioriza;
 é demasiado repressivo - fruto de uma educação severa - é uma ameaça ao nosso desenvolvimento
saudável, tornando-nos inibidos, complexados, vítimas de sentimentos de culpa exagerados;
 é indispensável para uma vida equilibrada no seio da sociedade porque reprime certos actos.
 O seu papel é triplo:
a) inibir ou refrear os impulsos, sobretudo de natureza sexual e agressiva, que provenientes do
Id podem arrastar o Ego em virtude da sua forte pressão;
b) persuadir o Ego a substituir objectivos realistas por objectivos morais;
c) procurar a perfeição moral (por isso há nele uma tendência para bloquear a libertação dos
instintos).

Conclusão

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A vida psíquica desenrola-se sob o regime do conflito. O Id centra-se no prazer, na gratificação


imediata dos

impulsos, e ignora a realidade. O Superego sobrepõe a moralidade à realidade. Entre a força dos impulsos
instintivos e as ameaças de punição do representante da moralidade, está o Ego que Freud,
metaforicamente, compara a um "escravo" que tem de agradar a dois senhores em luta um com o outro.
Se já era difícil, dados os constrangimentos da realidade, encontrar forma de satisfazer as pulsões do Id, o
surgimento do Superego (cujo desenvolvimento se conclui com a ultrapassagem do complexo de Édipo)
traz problemas acrescidos. Neste "colete-de-forças" a racionalidade e o equilíbrio do Ego ameaçam
desmoronar-se. Uma vez que surgiu a partir do Id vai tentar satisfazer os impulsos deste, mas tendo em
conta o que a realidade permite e o que a moralidade admite.

O QUADRO QUE SE SEGUE REGISTA ALGUNS DOS CONCEITOS DA TEORIA DE FREUD:

FREUD: O DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL

O termo libido é utilizado por Freud para designar a energia inata que nos motiva e possibilita sobreviver. O
impulso sexual seria uma das mais importantes manifestações. Freud recorre à imagem da máquina a vapor
para melhor fazer entender o seu conceito: a libido seria o "vapor" que dá a energia, que permite que a
"máquina" se mova. Sendo um aspecto central da nossa personalidade, o modo como usamos essa energia
varia tendo em conta as nossas necessidades, desejos e actividades.
A libido manifesta-se de modos diferentes nos diferentes estádios de desenvolvimento psicossexual. O
quadro que se segue apresenta os diferentes estádios psicossexuais.

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Estádio oral  A zona erógena principal é a boca: o bebê obtém prazer ao mamar, ao levar objectos à
(do nascimento boca e através de estimulações corporais.
até cerca dos 12  A sexualidade é auto-erótica.
meses)  O desmame corresponde a um dos primeiros conflitos vividos: o Id, orientado pelo
princípio
do prazer, é dominante, opondo-se ao Ego, que se rege pelo princípio da realidade.
 É neste estádio que o Ego se forma

 A zona erógena principal é a região anal: a criança obtém prazer pela estimulação do
Estádio anal ânus ao reter e expulsar as fezes.
(1-3 anos)  Adquire o controlo dos esfíncteres.
 É nesta fase que se faz a educação para a higiene.
 O controlo da defecação gera simultaneamente sentimentos de prazer e de dor -
ambivalência.
 A sexualidade é auto-erótica.
 Há um reforço do ego.
 A zona erógena principal é a região genital: os órgãos sexuais são estimulados
pela criança, obtendo prazer. A curiosidade sobre as diferenças sexuais é

Estádio fálico grande.


 Surge o complexo de Édipo, que consiste na atracção da criança pelo
(3-5 anos)
progenitor do sexo oposto e agressividade para com o progenitor do mesmo
sexo. É com este, que surge como modelo, que ela se vai identificar.
 A identificação com o progenitor do mesmo sexo leva a criança a adoptar os
seus comportamentos, valores e atitudes. É a sua interiorização que conduz à
formação do superego.
 É através do processo de identificação que se supera o complexo de Édipo.
 A sexualidade auto-erótica passa a ser investida nos pais.
 Período caracterizado por uma aparente atenuação da actividade sexual.
Período de  É neste estádio que ocorre a amnésia infantil: a criança reprime no inconsciente as
latência experiências que a perturbaram no estádio fálico. É uma forma de defesa.
(6-11/12 anos)  A criança investe a sua energia nas actividades escolares, ganhando especial
importância as relações que estabelece entre os colegas e o professor.

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 A zona erógena principal é a região genital. Há uma activação da sexualidade que


Estádio genital esteve latente no período anterior.
(11/12 anos até  Apesar de os investimentos afectivos se desenrolarem fora da família, há uma
ao final da reactivação do complexo de Édipo.
adolescência)  O processo de autonomia relativamente aos pais passa por os encarar de forma
mais realista (luto das imagens idealizadas dos pais que caracterizaram os
estádios anteriores).
 O prazer sexual envolve todo o corpo, integrando todas as zonas erógenas.
 É o último estádio de desenvolvimento da personalidade.

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