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Túneis
Fora da Visão, Fora do Pensamento
Túneis
Fora da Visão, Fora do Pensamento
Universidade São Judas Tadeu
Disciplina: Introdução à Engenharia
Curso: Engenharia Civil
Professor: Teophilo D. Guimarães
Novembro de 2009
Muitas vezes esquecidos, os túneis fazem parte da mais bela e grandiosa engenharia.
A escolha por se construir um túnel pode ser associada a diversas condições; onde
a construção de pontes que suportem tais condições se torna muito complexa, por exemplo.
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................... - 6 -
5. CONCLUSÃO .......................................................................................... - 39 -
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1. INTRODUÇÃO
Quem nunca passou por um túnel? Quem nunca se pegou perguntando como que
é feito um túnel? Como que ele pode resistir a milhares de toneladas de rochas sobre ele?
Estas são apenas algumas das perguntas mais freqüentes sobre túneis. Contudo, mesmo com
centenas de questionamentos, por certo tempo, os túneis caíram no esquecimento. Até os
próprios executores, até mesmo a engenharia civil acabou se esquecendo e parou no tempo.
Sem avanços, sem obras, sem o êxtase dos expectadores ao ver uma escavação, uma
tecnologia, um equipamento novo, inovador.
Entretanto, umas das, ou, a mais fascinante obra de arte da engenharia civil está
voltando, querendo novamente seu espaço, roubar novos suspiros das pessoas, sejam elas
leigas ou não, ao ver do que é possível toda engenharia por trás da execução de um túnel.
Passar por locais que ninguém jamais pensou em passar. Andar de um lugar a outro de
maneira mais rápida e barata. Olhar para cima e lembrar que há centenas de toneladas de solo,
rocha e até concreto a aço sobre eles, pois hoje, os túneis cortam cidades, atravessam os
subterrâneos abaixo de prédios gigantescos, isso tudo, sem causar danos, mantendo-os
estáveis.
Desta forma, o trabalho a seguir exposto, tem como sua finalidade destacar os
avanços tecnológicos de uma maneira simples, onde qualquer um consiga entender a
importância e excelência da construção de um túnel.
A seguir está por vir uma aventura fascinante pelo mundo das obras de arte da
engenharia.
1.1. OS TÚNEIS
na preservação da natureza e muitos dos serviços que precisamos e afetam nossa vida está no
subterrâneo. São obras que causam grande admiração das pessoas e principalmente das
crianças, quando visíveis, pois muitas vezes são obras que atravessam grande extensão,
executadas em grandes profundidades e que atravessam materiais naturais com grande
diversidade de detalhes geológicos e hidrológicos.
Porém esses aspectos não devem ser encarados como uma vitória, e sim como um
intuito do que ainda deve ser construído em nosso país.
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Mais tarde, o que contribuiu muito com a construção de túneis no Brasil foi a EF
D. Pedro II, posteriormente chamada de EF Central do Brasil. De 1858 a 1864 foram feitos os
primeiros túneis da linha, entre eles, o Túnel Grande com 2.238m, que foi o primeiro túnel de
expressão no país. Esses túneis, construídos em rochas, foram perfurados a ponteiro, marreta e
pólvora negra; ainda não existiam perfuratrizes e a dinamite só seria inventada em 1866. A
história conta que a rocha era tão dura que às vezes mesmo as marretadas mais violentas dos
trabalhadores “só produziam um pouco de pó de reduzido volume.” Foram feitos quatro poços
verticais para que várias frentes de trabalho pudessem cavar ao mesmo tempo;
posteriormente, um desses poços foi usado como ventilação. Trabalharam ali cerca de 400
operários, revezando-se dia e noite. Em 1928, a já EF Central do Brasil, contabilizava 53
túneis com um total de 13.420m em sua rede ferroviária.
No mesmo período, em 1938, foi concluído o Túnel Nove de Julho em São Paulo
- atual Daher Elias Cutait -, com inovações no sistema de escavação, utilizando técnicas não
usuais no meio urbano. Construído com vias paralelas, a fim de escoar o crescente tráfego de
ônibus e veículos que disputavam espaço com o fluxo de bondes da Rua da Consolação e da
Av. Brigadeiro Luís Antônio. Logo depois de inaugurada, a Av. Nove de Julho transformou-
se no principal meio de acesso à Zona Sul da cidade, e a capacidade de vazão do túnel foi
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Copacabana e integrado bairros da Zona Sul com bairros da Zona Norte e a Barra da Tijuca,
esta última área a mais emergente da cidade na época. Naquele período foi também escavado
o Túnel da Lagoinha, em Belo Horizonte, MG, expressivo para o transporte rodoviário na
cidade. A partir desse período o país estava prestes a mudar totalmente a concepção adotada
na execução de túneis.
a questão. Desde então a idéia pareceu boa, porém a falta de tecnologia não permitia nenhum
projeto viável. A história provou que a construção do metrô de São Paulo só foi possível
graças à coragem, entusiasmo e dedicação de toda uma geração de jovens engenheiros
brasileiros, com experiência na indústria pesada. O começo caminhou a passos lentos e, pela
dimensão do projeto, parecia que nunca seria terminado. Na construção da primeira linha tudo
era novidade e os engenheiros foram a todos os cantos do mundo buscar tecnologia e
soluções. Esse contato com tecnologia de ponta em outros países capacitou-os a enfrentar os
grandes problemas que apareceriam com criatividade.
Assim, a evolução das engenharias elétrica e mecânica, fez com que engenharia
civil se tornasse detentora de obras de arte fascinantes, desafiando a lógica e imaginação de
qualquer um. Túneis subaquáticos, túnel sob os Alpes Suíços e metrôs subterrâneos são
exemplos de construções fabulosas e que chamam a atenção de todos os que passam,
passaram ou passarão por eles um dia.
3.1. PLANEJAMENTO
Como exemplo, temos a cidade de Nova Iorque; que fazia com seu sistema de
balsas o transporte de veículos até Nova Jersey, pelo rio Hudson. Desta forma, com a
construção do túnel Holland, o fluxo de veículos entre as duas cidades que antes era de
20.000, passou para mais de 50.000 apenas no primeiro dia de utilização e, com tempo de
viagem médio de apenas 8 minutos.
FINALIDADE
IMPACTO AMBIENTAL
• Tratamento de entulhos;
IMPACTO SOCIAL
Como qualquer outro tipo de obra a execução de um túnel requer a divisão dos
serviços em etapas, dessa forma temos o apresentado a seguir:
3.3.1. Escavação
Uma maquina tuneladora (TBM) é uma máquina tão larga que geralmente precisa
ser transportada em partes. Ela usa discos e raspadores para esmigalhar e remover rochas e
entulho, criando o túnel. Um transportador remove esse entulho do túnel para que as equipes
possam ajustá-lo. Apesar de se mover lentamente, uma TBM pode cavar através de leitos
rochosos sólidos e solo mais mole, e suporta o túnel à medida que cava.
O New Austrian Tunneling Method (NATM) tem como base à consideração que o
terreno, no perímetro da escavação, se integra no arco resistente total, formando ele próprio
parte da estrutura de suporte. Ao adaptar esta filosofia de aproveitamento da existência
própria dos terrenos, beneficiada pela aplicação do suporte inicial, permite o
dimensionamento de suportes mais ligeiros e baratos. Porém o NATM só é lucramente viável
em túneis com extensão superior a 7 km, devido a seu próprio comprimento.
A geometria do túnel pode apresentar variadas formas durante a sua escavação até
que chegue à sua forma final. Haja vista, que sua abertura pode ser realizada em face plena à
subdivisão da face, formando calotas, bancadas, galeria lateral e galerias múltiplas. A redução
do avanço da escavação, ou, se necessário realização de escavação e suporte contínuo está
condicionado ao encontro de solos extremamente moles (viscosos). Geometria e avanço da
escavação são passíveis de adequação na medida do necessário.
3.3.2. Estrutura
Após finalizar o estudo preliminar da obra, o estudo estrutural do túnel poderá ser
iniciado.
Engenheiros que constroem túneis devem ter uma preocupação especial com uma
área da física chamada de estática. É a estática que descreve como as seguintes forças
interagem para produzir equilíbrio em estruturas como túneis:
O túnel deve usar materiais fortes para contrapor essas forças, matérias como
alvenaria, aço, ferro e concreto.
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Para se manterem estáticos, os túneis devem ser capazes de suportar as cargas que
se colocam contra eles. O peso próprio diz respeito ao peso da estrutura em si, enquanto
sobrecarga diz respeito ao peso dos veículos e pessoas que o atravessam.
3.3.3. Suporte
Para situações onde se há tempo hábil para realização (solos firmes, rochas, etc.) é
utilizado à aplicação de concreto projetado com ou sem tela, estruturas metálicas pré-
moldadas (combotas ou emboques metálicos), placas de concreto pré-moldado (emboques em
concreto), etc., em locais de solo extremamente moles, a execução do suporte se torna
imprescindível simultaneamente, ou, até mesmo previamente a escavação. Para essa situação
é comumente utilizada aplicação de enfilagens contínuas (aplicação de barras metálicas em
furos realizados no solo e posterior grouteamento), enfilagens estruturais passantes (Barrel
Vault Method – BVM), injeção de Jet-grouting (enrijecimento do solo com calda de cimento),
etc.
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Nota: O método de Jet-grouting apresentado acima é considerado novo, pois a aplicação comum
desse método é na posição vertical e não horizontal. Sua aplicação em solos na vertical já vem sendo utilizada a
mais de 40 anos.
Outros tipos de suporte utilizados, no entanto, não são tão convencionais, como
congelamento do solo e utilização de ar comprimido, por exemplo. O ar comprimido, antes
muito utilizado em realização de poços e fundações do tipo tubulão, vem ganhando espaço na
execução de túneis após aliança com os métodos (NATM; em português, Novo Método
Austríaco de Perfuração de Túneis), sua eficácia já foi comprovada em diversas obras
realizadas, principalmente na ajuda em manter as águas de lençóis freáticos controladas
durante os serviços de escavação. Contudo, quando todos os sistemas testados falham, o
último recurso se torna o congelamento do solo. Sua execução consiste no congelamento da
água existente no solo, o que forma grandes paredes de gelo. O congelamento pode ser
realizado com salmonela, ou, em casos específicos com utilização de nitrogênio.
Nota: O congelamento do solo também é utilizado para realizar escavações e não apenas como
método de suporte do solo. Neste sistema de escavação o terreno é congelado e, em seguida, submetido a altas
temperaturas. Desta forma, a variação brusca de temperatura faz com que grandes pedaços de solo/rochas
acabem se desagregando do maciço.
Há algumas soluções que evitam transtornos futuros, substituir o ferro por aço ou
fibras de aço, evita problemas com corrosão, além de melhorar a estrutura.
Na superfície dos túneis pedem ser construídos em chapas de aço, pintado no seu
interior com tinta eletrostática a pó, ou em chapa de aço inox.
Métodos históricos comuns incluem revestir os pisos dos túneis com cascalho,
aplicando material à prova de umidade revestida de concreto e revestindo o túnel com asfalto
e tijolo. Muitos túneis, particularmente aqueles que hospedam as estações de metrô, também
têm uma camada decorativa de azulejo ou pedra.
4. MÉTODOS CONSTRUTIVOS
Túneis com mais de 250m a 500m de comprimento podem ser atacados por seus
extremos, quando condições topográficas o favorecem. O avanço por única frente pode
aumentar seus custos em 15 até 30%.
Para furação, quando a altura dos túneis for maior que a altura máxima alcançável
com martelo de avanço pneumático simples apoiado no piso é utilizado equipamentos
hidráulicos tipo jumbo.
Sua correta adequação requer prévia investigação, bastante detalhada e exata, para
evitar surpresas, capazes de inviabilizar sua utilização, podendo comprometer um
investimento de alguns milhões de dólares.
Há dois tipos de couraças: com face aberta e com face fechada. As couraças com
face aberta são mais simples e avançam com menor velocidade, porém, são mais versáteis
diante das eventuais mudanças na categoria do material a ser escavado. Já as couraças com
face fechada escavam automaticamente e são mais seguras em terrenos desmoronáveis e, em
geral, apresentam produtividade mais elevada, quando adequadamente dimensionadas,
todavia, seus custos de investimento são elevados.
Simplicidade na operação;
Métodos antigos, como o madeiramento, têm atuação pontual. Por mais cuidadoso
que seja o encunhamento de fixação, estes processos causam vazios na interface, oferecendo
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O suporte do túnel trabalha como um anel contínuo, que deve ser concluído o
mais brevemente possível. Por questões de organização construtiva, quando é previsto o
avanço pronunciado da abóbada do túnel, muitas vezes é colocado um fechamento provisório
do anel, para estabilizar aquela área do maciço enquanto as demais áreas são escavadas.
Quando a escavação é finalizada, este piso é retirado para a construção do piso definitivo.
4.2.3. Pipe-Jacking
Pipe Jacking é uma técnica de execução de obras subterrâneas onde todo o túnel
se movimentaem sincronia com o avanço da escavação.
Muitas vezes a presença da água é o fator mais importante, juntamente com o tipo
de maciço, para a escolha do método executivo.
4.3.1. Pré-Suporte
4.3.4. Ar Comprimido
Por mais de 100 anos o ar comprimido tem sido usado para construir fundações
em caixões ou tubulões, e também para túneis com escavação manual, com utilização de
eclusas. Mais recentemente, o NATM tem tirado vantagem do ar comprimido para manter a
água subterrânea fora da escavação, em escavações manuais com frente aberta. Como o uso
do ar comprimido em obras subterrâneas tem sido exaustivamente estudado e regulamentado,
tornou-se um método simples e comum de construção.
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Já foi dito que “quando todos os outros métodos falham, o congelamento de solo
ainda funciona”. Esta técnica foi introduzida na escavação de poços e túneis cerca de 50 a 60
anos atrás, e é utilizada junto com o NATM atualmente em Boston, com sucesso.
Este método pode também ser aplicado em formações arenosas saturadas de água.
Os principais problemas de se construir uma vala nestas condições é o controle da água, e a
manutenção do teto e piso estáveis enquanto a estrutura avance por dentro das paredes
diafragmas.
DE TÚNEIS
4.4.1. Equipamentos
monitorado online por especialistas. Com recursos tecnológicos que o caracterizam como
“inteligente”, o comando de operação é feito de forma computadorizada de uma cabine que
tem comunicação direta com o túnel e o fabricante europeu. Assim, qualquer falha eventual
pode ser sanada à distância, via satélite. O sistema informatizado permite ainda antever as
condições do solo com que a máquina se deparará logo adiante.
Ao término da obra, o megatatuzão estará desgastado, com metade de sua vida útil
consumida. E só servirá para escavar túnel nas mesmas condições e especificações que a
anterior. Caso contrário, o equipamento é aposentado de suas funções e vira sucata.
Figura 9 Frente do megatatuzão utilizado nas obras da Linha 4 - Amarela do Metrô de São Paulo
Seu sistema é constituído por uma unidade hidráulica ligado a uma estrutura em
que são acionados cilindros que, apoiados em uma placa de encosto, deslocam a coluna de
tubos simultaneamente com a escavação do Shield.
4.4.2. Materiais
4.4.2.2. Enfilagens
por barras de aço, em geral com cerca de 3m de comprimento ou com chapas de aço, cravadas
lado a lado, com comprimento entre 2 e 3m, neste caso para solos de resistência muito baixa.
4.4.2.4. Ancoragem
5. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Comitê Brasileiro de Túneis. Túneis do Brasil. São Paulo, SP: DBA Editora, 2006.