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Mecânica dos Sólidos I

Análise experimental de vigas

Diego Felipe Sarzosa Burgos

Lucas Feris Araujo – 9835290


1. INTRODUÇÃO:

O estudo de mecânica dos sólidos é baseado no entendimento de alguns


conceitos, que tornam possível a formulação necessária e a observação de
situações aplicáveis na análise e projeto de estruturas reais de engenharia e
sistemas mecânicos.

A experiência por nós realizada objetiva comparar e confirmar a validade


dos estudos de deformação e deflexão de vigas feitos em sala com uma situação
real desses fenômenos montada pela turma com auxílio do professor.

Para tal experiência adotamos algumas premissas iniciais, como o


material ser homogêneo e contínuo. Além disso, o módulo de elasticidade
utilizado foi 210GPa.

Ainda com todos os cuidados devemos, também, considerar possíveis


erros ao longo do experimento. Alguns erros possíveis é o de medição com a
trena e paquímetro e do material não ser contínuo, apesar de termos
considerado para fim de conta.

2. METODOLOGIA:

2.1. Dimensões das vigas:

Viga retangular engastada:


Largura: 0.325m
Base: 0.03797m
Altura: 0.00227

Viga circular biapoiada:


Largura: 0,95m
Diâmetro interno: 0.0124m
Espessura: 0.0016m
Vão livre: 0,045mm

2.2. Formulário de equações:

As equações para deformação são:

𝑀.𝑌
σ=− , onde σ é a tensão máxima teórica; M é o momento
𝐸𝐼

fletor; Y é a distância da linha neutra até o ponto; I é o momento de


inércia em relação a linha neutra.

∆𝐿
𝜎 = 𝜀. 𝐸 , onde E é o módulo de Young; 𝜀 é a deformação ( ).
𝐿

𝑑2 𝑣(𝑥) 𝑀
= 𝐸𝐼 , onde v(x) é a linha elástica.
𝑑𝑥 2

𝜀𝑦
𝑣= , onde 𝜀𝑦 é a deformação no eixo y; 𝜀𝑥 é a deformação no
𝜀𝑥

eixo x; v é o coeficiente de Poisson.

2.3. Dedução da equação da linha elástica

Para chegarmos à equação da linha elástica basta integrar duas vezes a


𝑑2 𝑣(𝑥) 𝑀
equação = 𝐸𝐼 .
𝑑𝑥 2

Para a viga retangular engastada:

-condição de contorno:

v(0) = 0 e v’(0) = 0

M ( x)  P.(0,325  x)
d 2 v( x) P.(0,325  x)

dx 2 EI
2
d v( x) P.(0,325  x)
  dx 2    EI
dv( x) P  x2 
  1
C  0,325 x  
dx EI  2 
P  x3 
v( x)   C2  C1 x  0,1625 x  
2

EI  6
Aplicando a condição de contorno apresentada:

C2  0
C1  0
P  x3 
 v( x)   0,1625 x 2
 
EI  6
bh3
I ret 
12
0, 03797.(0, 00227)3
I ret   3, 7.10 11
12
P  x3 
v( x)   0,1625 x 2
 
7, 77  6

Para viga circular biapoiada:

-condição de contorno:

v(0) = 0 e v’(L/2) = 0

P.x
M ( x) 
2
2
d v( x) P.x

dx 2 2.EI
2
d v( x) P.x
  dx 2    2 EI
dv( x) P  x2 
  1
C  
dx 2 EI  2
P  x3 
v( x)   2
C  C1 x  
2 EI  6
Aplicando as condições de contorno temos:

C2  0
L2
C1  
8
P  L2 x x 3 
 v( x)    
2 EI  8 6
 (rext 4  r 4int )
I circ 
4
 ((0, 0078) 4  (0, 0062) 4 )
I circ   1, 75.10 9
4
P  x3 
v( x)    0, 025 x  
735  6

2.4. Deformação das vigas:


-viga retangular engastada:
d 2v( x) M
x  y 2
 y
dx EI
M ( x)  P (0,325  x)
h
y  0, 001135
2
 x  0, 00014 P( x  0,325)

-viga circular biapoiada:


d 2v( x) M
x  y 2
 y
dx EI
Px
M ( x) 
2
y  rext  0, 0078
 x  0, 00001061Px

3. RESULTADOS EXPERIMENTAIS

O experimento realizado foi dividido em duas partes:


A primeira parte que envolvia uma viga retangular, de dimensões já
apresentadas (2.1), engastada, que em sua extremidade livre adicionou-se
pesos gradativamente, enquanto um Strain Gage media a deformação sofrida
pela viga. Ao longo do experimento os alunos anotavam os valores do peso, as
deformações e a voltagem do extensômetro elétrico. A seguir está a tabela com
os valores:

𝒔𝒖𝒑 𝒔𝒖𝒑
P [N] 𝜺𝒙 (𝟏𝟎−𝟔 ) 𝒊𝒏𝒇
𝜺𝒙 (𝟏𝟎−𝟔 ) 𝜺𝒚 (𝟏𝟎−𝟔 ) V (volt)

0 -39 -89 0 1,786


5 111 -239 -8 1,836
10 262 -391 -26 1,896
20 570 -692 -51 2,007
30 880 -995 -79 2,120
40 1190 -1296 -116 2,242
50 1506 -1610 -170 2,376
30 910 -1119 -103 2,134
10 303 -419 -47 1,903
0 -1 -113 -15 1,795
Já a segunda parte envolvia uma viga circular, com dimensões também já
apresentadas (2.1), biapoiada, cujo peso foi suportado no meio de seu vão livre.
Nesse experimento também foi medida a deformação, ao longo da adição de
peso, através do Strain Gages. As anotações dos alunos estão na seguinte
tabela:

P [N] 𝜺𝒙 (𝟏𝟎−𝟔 ) V (volt)


0 3 1,872
20 -48 1,880
40 -90 1,884
50 -108 1,888
60 -125 1,891
70 -140 1,892
80 -153 1,894
60 -102 1,891
40 -51 1,861
30 -32 1,861
0 30 1,842

No início do experimento houve a calibração do extensômetro elétrico,


que converte a voltagem em mm para que pudéssemos identificar a deflexão da
viga em questão. A seguir está a tabela de relação entre voltagem e mm, além
do gráfico que nos fornece a equação que relaciona voltagem e deflexão:

V (volts) V (mm)
2,534 0
2,069 25
1,748 43,42
1,502 58,01
70

60

Deflexão (mm) 50 y = -56,138x + 141,82

40

30

20

10

0
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3
-10
Voltagem (volts)

A tabela a seguir apresenta a relação estabelecida entre as vigas


circular e regular com as voltagens:

Voltagem viga Deflexão viga Voltagem viga Deflexão viga


retangular retangular circular circular
1,786 0 1,872 0
1,836 -2,8069 1,88 -0,4491
1,896 -6,17518 1,884 -0,673652
2,007 -12,406498 1,888 -0,898204
2,12 -18,750092 1,891 -1,066618
2,242 -25,598928 1,892 -1,122756
2,376 -33,12142 1,894 -1,235032
2,134 -19,536024 1,891 -1,066618
1,903 -6,568146 1,861 0,617522
1,795 -0,505242 1,861 0,617522
1,842 1,684144
4. RESULTADOS TEÓRICOS ANALÍTICOS

Iremos, agora, analisar os valores obtidos através das fórmulas apresentadas


anteriormente (2.2, 2,3).

-Viga retangular:
𝒔𝒖𝒑 𝒔𝒖𝒑
P [N] 𝜺𝒙 (𝟏𝟎−𝟔 ) 𝒊𝒏𝒇
𝜺𝒙 (𝟏𝟎−𝟔 ) 𝜺𝒚 (𝟏𝟎−𝟔 ) Deflexão
(mm)
0 0 0 0 0
5 221,389 -221,389 -66,4167 0,00786776
10 442,778 -442,778 -132,8334 0,01573552
20 885,556 -885,556 -265,6668 0,03147104
30 1328,334 -1328,334 -398,5002 0,04720656
40 1771,112 -1771,112 -531,3336 0,06294208
50 2213,89 -2213,89 -664,167 0,07867761
30 1328,334 -1328,334 -398,5002 0,04720656
10 442,778 -442,778 -132,8334 0,01573552
0 0 0 0 0

-Viga circular:

P[N] 𝜺𝒙 (𝟏𝟎−𝟔 ) Deflexão (mm)


0 0 0
20 -47,745 -0,10140306
40 -95,49 -0,20280612
50 -119,3625 -0,25350765
60 -143,235 -0,30420918
70 -167,1075 -0,35491071
80 -190,98 -0,40561224
60 -143,235 -0,30420918
40 -95,49 -0,20280612
30 -71,6175 -0,15210459
0 0 0
5. COMPARAÇÕES

-Comparação da deformação viga retangular:

𝒔𝒖𝒑 𝒔𝒖𝒑
P [N] 𝜺𝒙 (𝟏𝟎−𝟔 ) - 𝜺𝒙 (𝟏𝟎−𝟔 ) -
experimental teórico
-39
0 0
111
5 221,389
262
10 442,778
570
20 885,556
880
30 1328,334
1190
40 1771,112
1506
50 2213,89
910
30 1328,334
303
10 442,778
-1
0 0

2500

2000
Deformação em x (mm)

1500

1000

500

0
0 5 10 20 30 40 50 30 10 0
-500
Carga aplicada (N)

Deformação Teórica Deformação Experimental


-Comparação da deflexão da viga retangular:

P [N] Deflexão viga retangular


Deflexão (mm)
0
0 0
-2,8069
5 0,00786776
-6,17518
10 0,01573552
-12,406498
20 0,03147104
-18,750092
30 0,04720656
-25,598928
40 0,06294208
-33,12142
50 0,07867761
-19,536024
30 0,04720656
-6,568146
10 0,01573552
-0,505242
0 0
5

0
0 5 10 20 30 40 50 30 10 0
-5

-10

-15

-20

-25

-30

-35

Deflexão Experimental Deflexçao Teórica


-Deformação na viga circular:

𝜺𝒙 (𝟏𝟎−𝟔 ) - 𝜺𝒙 (𝟏𝟎−𝟔 ) - Teórico


P[N] experimental
3
0 0
-48
20 -47,745
-90
40 -95,49
-108
50 -119,3625
-125
60 -143,235
-140
70 -167,1075
-153
80 -190,98
-102
60 -143,235
-51
40 -95,49
-32
30 -71,6175
30
0 0
50

0
0 20 40 50 60 70 80 60 40 30 0
-50

-100

-150

-200

-250

- experimental - Teórico
-Deflexão na viga circular:

Deflexão (mm) -
Deflexão (mm) –
Teórico
P[N] Experimental
0 0 0
20 -0,10140306 -0,4491
40 -0,20280612 -0,673652
50 -0,25350765 -0,898204
60 -0,30420918 -1,066618
70 -0,35491071 -1,122756
80 -0,40561224 -1,235032
60 -0,30420918 -1,066618
40 -0,20280612 0,617522
30 -0,15210459 0,617522
0 0 1,684144
2

1,5

0,5

0
0 20 40 50 60 70 80 60 40 30 0
-0,5

-1

-1,5

Experimental Teórico

6. CONCLUSÃO

Como chegamos a resultados satisfatórios, concluímos que apesar das


diferenças entre os dados calculados e os experimentais, é possível aproximar-
se da realidade através do plano teórico.

Logo ao projetarmos qualquer estrutura dessas vigas podemos nos valer


dessas premissas e calcular os esforços e as deformações esperadas.
Entretanto vale ressaltar que qualquer erro pode afetar a integridade da
estrutura, causando acidentes. Por isso é importante sempre dimensionar o
projeto considerando um coeficiente de segurança que permite assegurar que
eventuais diferenças entre o real e o teórico não gere imprevistos.

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