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~. GEl'UUO VARGAS
Biblioteca Mario Henrique .....o...n
FERNANDO GEWANDSZNAJDER
Volume I
-TJIES.AE
0396g
V.I
1
I
I1 -
1
~
Fernando Gewandsznajder
.~
1
I
t
I
o QUE t O MtTODO CIENTIFICO I
i
Fernando Gewandsznajder
Dissertação apresentada c~
Rio de Janeiro
Fundação Getulio Vargas
Instituto de Estudos Avançados em Educação
Departamento de Psicologia da Educação.
- 1987 -
II
I
t
.f
~
I
,!
III
Karl Popper
Albert Einstein
Bertrand Russell
IV
SUMJ{RIO
Página
VOLUME I
RESUMO .......................................... XV
1 •1. O que -
e . -
Clenc"a ~?
•••••••••••••••••••••.••••.. 2
tir de problemas......................... 7
1.2.2. As' hipóteses cientificas devem ser passi-
veis de teste ............................ 10
1.2.3. A experiência'cientifica deve ser control!
da. • • • . . • . • . . . • • • • • . . • . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
VOLUME II
sas - 'medida \
304
x
Pãgina
5 • 3. Ava 1 i a ndo a s te ô r i as c' i e n t 1f i c as. . . . . . . . . . . . . 31 3
5.3.1. Uma teia de hipõteses e teorias. ... ....... 314
5.3.2. Procurando o culpado - os testes irldepen-
dentes .................................... 321
XI
Página
elas...................................... 497
t'rologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 510
CONCLUsAo. . . . . . • . . . •• . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 535
BIBLIOGRAFIA...................................... 540
XII
LISTA DE FIGURAS
Pãgina
VOLUME I
Figura 1 A teoria do balde mental .............. . 64
Figura 2 - A teoria do holofote 68
Fi gu ra 3 Ilusões ~e õtica que exemplificam a teo-
ri a do ho 1ofote ........................ 70
Figura 4 - Cruzamento entre plantas "maravilha". V
é o fator (gene)para cor vermelha e B o
fator para cor branca. Nas celulas somã-
ticas da planta os fatores estão presen-
tes em dose dupla. Nos gametas eles OCO!
f
aquec i dos ............................ . 193 !
I
f
XI II
Página
Figura 10 - Os fatos sao percebidos por nosso siste
ma neurossensorial de forma parcial ,in~
VOLUME 11
XIV
RESUMO
realidade,
I
I
!I
que explica o visivel pelo invisivel. Nessa linha de ra- I
ciocinio, devemos opor ã idéia de uma observação pura e
imparcial dos fatos, a ideia da observação guiada por hi-
póteses e teorias.
I!
!
Ensinar o meto do cientifico é questionar a ideia !
de que descobrimos e verificamos hipõteses através de pr~
!
i.
cedimentos indutivos, substituindo-a pela ideia de que i~
I
ventamos conjecturas ousadas, surgidas de nossa imagina- i
çao. Essas conjecturas, contudo, deverão ser testadas o I
mais severamente possivel, através de tentativas de refu- I
I
tação que façam uso de experimentos controlados. No lugar t
da ilusória busca de teorias verificãveis, verdadeiras --
i
ou pelo menos cada vez mais provãveis devemos
teorias de maior refut,bilidade, cada vez mais amplas,pr!
buscar
I
1
!
cisas, profundas, de maior grau de corroboração e, tal- t
;
, {
f
vez, mais p;õximas da verdade.
xv
Finalmente, ensinar o metodo científico significa
tambem criticar cada uma das visões alternativas de cien-
cia, propondo novos criterios para avaliar hipóteses e
teorias cientlficas. r desnecessãrio dizer que estes cri-
terios, por sua vez, devem tambem ser criticados, visto
que a ausência de discussão crítica e a aceitação passiva
e dogmãtica de um conjunto de ideias ou teorias e a nao-
ciência, a pseudociênci"a, enfim, a negação do espírito
critico e da racionalidade do homem.
XVI
ABSTRACT
XVIII
APRESENTAÇAO
XIX
concordariam que ensinar ciência e, principalmente, ensi-
nar o metodo cientifico. Entretanto,ainda se encontra mui
to difundida uma concepção errônea da ciência e de seu m~
xx
Infelizmente, a maioria dos livros didáticos re-
força esta visão, por conter pouca ou nenhuma referência
ao metodo cientifico, ou então por abordá-lo erroneamente,
ou de forma exageradamente sucinta. Até mesmo no nivel
universitário o ensino do metodo cientifico e feito de
forma incompleta, concentrando-se na parte prática, em de
trimento de uma reflexão critica e de uma discussão teóri
ca sobre seus fundamentQS filosóficos. Ensina-se a cons-
trução e a análise de gráficos, técnicas de medidas, tes-
tes estatisticos e outros procedimentos rotineiros, mas
nao se discute convenientemente o que e uma explicação ci
entifica, o que são hipóteses, leis e teorias ou qual a
diferença entre ciência e outras formas de conhecimento.
Afinal, por que procuramos medir os fenómenos? A ciência
começa com a observação pura e imparcial, livre de preco~
XXIV
CAPiTULO I
Isaac Newton
,I
I. '
os resultados previstos pela hipõtese,esta sera aceita,p!
lo menos provisoriamente. Se os resultados forem contra
rios aos previstos, ela sera considerada falsa, e outra
hipótese tera que ser buscada.
If-
,
agora mais de perto.
17
.,
t
27
Formais
Física
Química
Ciências Biologia
Psicologia Fisiológica
Antropologia Física
Factuais
Psicologia Social
Antropologia Cultural
Culturais, Sociologia
Sociais ou Economi a
Humanas Ciência política
Histôria
30
Todo A e B.
Alguns A sao C.
-
-A-forma do argumento e a mesma e as premissas sao
verdadeiras, mas a conclusão e falsa: há aves que nao sao
vegetarianas, como e o caso, por exemplo, da águia. A sub~
tituição nos mostra então que este tipo de argumento admi
te um contra-exemplo, isto e, um exemplo que indica que'
de premissas verdadeiras derivamos uma conclusão falsa.
32
Logo, nao se trata de um argumento logicamente vâlido,pa-
ra o qual não hã qualquer contra-exemplo~.
nao servem sequer para dar uma palida ideia do enorme de-
senvolvimento da lógica moderna. Alem de ter larga aplic~
39
humanas 17 •
ca.
id~nticas.
45
46
rar a verdade mesmo que ela não possa ser alcançada. Emb~
1.5. Resumo
A c i ê n c i a e uma te n ta t i va d e c o n h e c e r o mu nd o a t ra
ves do metodo cientifico. Atraves deste metodo, tentamos
resolver problemas inventando hipóteses capazes de serem
testadas experimentalmente. Se os resultados dos testes
forem positivos, a hipótese e provisoriamente aceita,pois,
a qualquer momento, podemos descobrir novos fatos que en-
trem em conflito com ela, levando-nos a rejeitã-la.Assim,
".
as hipóteses cientificas -- e tambem as leis e teorias --
arriscam-se a serem refutadas. A experiencia controlada
aumenta mais ainda o rigor dos testes cientificos, dando
maior credibilidade a seus resultados. Jã certas profecias
feitas por astrólogos e vicrentes acomodam-se a qualquer
acontecimento, sem correr o risco da refutação,mas,por ou
53
tro lado, fornecem pouca ou nenhuma informação a respeito
dos fatos.
9 Ibid., p. 45.
60
10 Id. La investigaciBn cientifica, p. 38.
30 Ibid, p. 194.
62
CAPITULO II
·0
'"
x e
Figura 3 - Ilu~ões de Etica que exempJificam a teoria do
holofote.
71
Esses exemplos ilustram a teoria, aceita por psi-
cólogos e fisiólogos em geral, de que mesmo em percepçoes
visuais simples nossa mente é bastante ativa, apresentan-
do categorias interpretativas que influem na percepçio 14 •
Tudo se passa como se estivéssemos constantemente testan-
do nossas interpretações (ou hipóteses) contra as informa
ções sensoriais recebidas. Para o psicólogo Richard Gre-
gory, essas figuras permitem concluir que nós nio perceb!
mos o mundo apenas a partir de informações sensoriais,pois
as figuras sio sempre as mesmas; as informações senso-
riais que nos chegam nio mudam e são usadas para testar
diferentes hipóteses, produzidas em nosso cerebro,sobre o
que a figura representa (vaso ou figuras de perfil?).Como
nenhuma das hipóteses concorrentes "explica melhor" as in
formações, elas se alternam, produzindo interpretações di
ferentes. Nenhuma subsiste por muito t empo 15.
que vao muito al~m daquilo que podemos observar. Como diz
Watkins, lias leis de Kepler, por exemplo, não podem rece-
ber apoio de enunciados autobiograficos do tipo lIem meu
campo visual, um ponto brilhante coincide agora com a in-
terseção de uma linha horizontal e vertical ll
• são necessa
rios enunciados muito mais complexos que estes, a respei-
to de telescópios, ~ngulos de elevação etc. 2I
• Do mesmo
modo, para Bunge,
79
te, isto e, para que ele não procure tornar suas hip5te-
ses imunes às criticas.
I.
fica, l-e va ndo - nos a f o rm ul a r h i pó te se s e r e a 1 i z a r o b s e r va
I
çoes.
..
Como estamos vendo, os problemas nascem a partir
82
I. '
2.3. Resumo
1
Cf. WEDBERG, Anders. A history of Phi1osophy: London,
Oxford University, 1982, v. 2, pp. 89-90.
2
POPPER, Kar1. Conhecimento objetivo, pp. 67-8.
90
3
Cf. Ibid.~ pp. 66-7.
4
Cf. Ibid., p. 66.
, 5
Cf. WATKINS, John. Science and scepticism. Princeton,
Princeton University, 1984, pp. 136-41 e LOSEE, John.
Introdução histôrica ã filosofia da ciência. Belo Hori
zonte, Itatiaia; sio ~aul0, Ed. da Universidade de são
,Paulo, 1979, pp. 175-87.
,6
Cf. RUSSELL, Bertrand. Nosso conhecimento do mundo ex-
terior. são Paulo, Companhia Editora Nacional; Ed. da
Universidade de Sio Paulo, 1986, pp. 46-98.
, t
7
Cf. WEDBERG, Anders. Op. cit., v. 2, p. 208.
8
Cf. Ibid., pp. 208-10.
.9
Cf. Ibid., pp. ·212-3.
:. ~ -~
10 Cf. 'Ibid., pp. 221-2.
11 Cf. POPPER,
, Karl. Conhecimento objetivo, Op. Cit~, p.
69. .1
"
12 Ibid., p. 318.
2 3 POPPER, Ka r 1. Co n j e c tu r a s e r e f u ta ç õ e s, p. 76 .
"
93
CAPITULO rrr
David Hume
Bertrand Russell
ou conjectura"4.
PRIMEIRO CRUZAMENTO SEGUNDO CRUZAMENTO
Vermelha Branca Vermelha Rosa
Genes VV BB Genes VV VB
Gametas V
Gametas V B
/ I
\ \lB
FECUNDAÇJ1:0
I
.I
FECUr~DAçOES
POSSIVEIS
l
VV VB
la.U"IO.
NNIMCAo . . . . fi • •
/,
101
3.1.3. As crIticas de Hume
..
'justificado pela lógica. Aliãs, em termos lógicos,ele nao
e vãlido. Assim, enquanto a lógica apenas nos faz ver uma
conclusão que jã estava "embutida" nas premissas, a indu-
çio vai alem das premissas, não sendo, portanto, um argu-
102
guida por ele· e os motivos pelos quais ela nao foi adotada .f
·1
107
sar que inferimos as leis da natureza apenas atraves da
experiência: de algum modo nós impomos certas leis ã natu
re za 1 7
3 . 2 . 1. A i dei a g e r a 1 do p'r o j e t o i nd u t i v i s ta - a p r o ba b i -
lidade como guia de nossas decisões
tes ~asos, uma hipótese poderia ser apoiada por uma evi-
dência incerta, que contaria com apoio de outra
~
evidência,
tamb~m incerta, e assim por diante. Por~m, como a probabl
lidade composta de todas as evidências ~ obtida multipli-
cando-se as probabilidades de cada uma 'delas, o resultado
se aproxima de zero, tornando-se incapaz de dar um apoio
sensivel ã hipótese 27 •
são brancos;
h2 = todos os cisnes do mundo são não-brancos, exceto os
da ~ustria, que são brancos 3o • Pode-se demonstrar en
tão que a razão entre as probabilidades iniciais das
duas hipóteses não e afetada pela evidência disponi-
velou, em outras palavras, esta evidência confere
igual apoio is duas hipóteses e não pode ser usada
para aumentar a probabilidade relativa de nenhuma de
1a s 3 1 •
Se n do a s sim, q u a 1 a g e n e r a 1 i z a ç ã o o u h i pó te s e ma i s
adequada? O registro de dados e a indução feita a partir
deles não fornecem nenhum critério para. essa escolha. Por
conseguinte, a indução por si só não e suficiente para
passarmos do nlvel da observação ao nlvel das leis gerais
da ciência.
'-.
118
cas revela: cada vez descobrimos uma complexidade maior
por detras de fenômenqs aparentemente simples 34 •
I,
1
"
119
o correto entio seria di~er, como sugere Popper,
que "o futuro seri em parte semelhante ao passado e em
parte nio semelhante" 36 • Estamos agora diante de um prin-
clpio vago demais para ter qualquer utilidade em casos es
, \
"(I
de certos acontecimentos. Se algum princlpio geral for ab
120
r
121
11( ••• ) embora algumas conjecturas sejam efetiva
mente o resultado de experiências acumuladas em
uma direção ( ... ) essas conjecturas carecem de
interesse cientlfico precisamenté porque não ul
trapassam em muito a experiência. As conjectu~
ras mais importantes são obtidas a partir de
pouca ou nenhuma experiência~ de tipo prê-concei
tual. Elas não solucionam problemas emplricos
correntes e recorréntes, mas sim novos proble-
mas de natureza tbnceitual. O indutivismo,que ê
suficiente para justificar certos procedimentos
rotineiros, deixa de explicar a colocação de
problemas originais e sua resolu~ão media~te a
invenção de hipõteses inteiramente novas, mais
precisamente de hipõteses que se referem a fa
tbs objetivos ou a modelos idealizados dos mes~
mos, e não ã experiência imediata ll39 •
Assim, uma vez obtida uma hipótese ou lei geral (não im-
porta como), ha um modo lógico de testa-la. Basta subme-
ter a hipótese a testes que tentem refuta-la. Não quere-
mos dizer com isso -- este ponto merece especial atenção
-- que- na pratica devemos rejeitar automaticamente uma
hipótese se ela se chocar com uma experiência. Popper ad-
mite que, em termos praticos, uma experiência ou uma ob-
servação podem ser questionadas. Podemos dizer que a exp~
riência não foi bem feita, que a ave vista não era um cis
ne negro e sim outro tipo de passaro etc.~2. Enfim,quando
uma experiência contraria uma hipótese ou uma lei, pode
ser dificil fldescobrir o culpado fl . Mas,como de um ponto
de vista lógico, uma lei geral ou uma hipótese são refuta
veis, vale a pena investir em testes ou observações que
procurem refuta-las,aprimorando a experiência de forma a
aumentar a precisão das medidas, cuidando para que haja
um grupo de controle adequado, realizando observações cui
dadosas etc. Desse modo~ se a experiência foi bem reali-
zada, podemos, em principio, considerar que a hipótese e
falsa. Por outro lado, uma serie de resultados positiv~s
. em ~ue ameaçamos
.
cair.. Em ambos os casos tentamos resolver
um problema"atraves de tentativas, propondo soluções pro-
visórias e eliminando -- isto e, rejeitando as solu-
ções insatisfatórias. Estamos nestes casos, nos valendo
do metodo.de ensaio e erro,e a repetição serve justamente
para eliminar nossos erros e nao para nos fornecer certe
za atraves da indução. 52 . ,I
TS 1
/ ~
P EE
~~/
1
TS n
cohh~ti~~ht6d~ ·base
139
,,
Uma ci~ncia que. pudesse explicar todos os fen~me
3.5. Resumo
te válido, uma vez que ela leva a conclusões com mais in-
formações do que as contidas nas premissas. Ela tambem
não pode ser confirmada experimentalmente, uma vez que
estabelece conclusões a respeito de acontecimentos ainda
nao observados. A ideia de uma causa ou conexão necessã-
,
ria entre dois acontecimentos ou propriedades (o cisne e
sua brancura, por exemplo) também foi questionada por
Hume, ao mostrar que essa ideia nao pode ser extraida da
lógica nem da observação.
tir aos testes, isto ~, se não for refutada, ela será acei
ta provisoriamente, caso contrário será substituida por
outra hipõtesemelhor sucedida nos testes. O processo po-
de ser resumido atraves da seqüência: problema inicial~
ma.
2
Cf. ALVES, Rubem. Filosofia da ciencia, pp. 114-6.
3
Cf. DAVIS, P. Willialr. & SOLOMON, E1dra Pearl.The Wor1d
of biology. New York, McGraw-Hill, 1979, p. 40.
4
POPPER, Karl. Conhecimento objetivo, pp. 20-1.
5
BLACK, Max. Op. cit., p. 223.
6
Cf. RUSSELL, Bertrand. Hist5ria da filosofia ociden-
tal. v. 3, pp. 198-206; OLSCAMP, Paul J. Introdução ã
filosofia. Rio de Janeiro, Livros Tecnicos e Cientifi-
cos, 1980, pp.137-46.
7
Cf. RUSSELL, Bertrand. Hist5ria da filosofia ociden-
tal, v. 3, p. 203.
9
HUME, David. Treatise of human nature. 1740. tomo I,
- VI, . ci ta do em POPPER, Ka r1 . Conjectu-
parte II I, seçao
ras e refutações" p . 72.
1 o
HUME, David. Op. c i t . , P . 187.
1 1
Cf. WATKINS, John. Op. c i t. , p. 19.
19 Ibid., p. 218.
21+
Cf. Op. Ci t. , pp. 84-6, pp.64-6.
25
Ibid., P . 66.
26
Cf. Ibid., pp. 59-61 .
27
Cf. Ibid., pp. 80-2.
154
28 Cf. SKYRMS, Brian. Escolha e acaso; uma introdução -a
1õgica indutiva. são Paulo, Cu1trix, 1971, pp. 85-102.
44 Ibid., p. 1021.
45 Ibid., p. 1022.
46 Ibid., p. 1018.
50 Ibid., p. 75-6.
54 Ibid., p. 43.
56 Ibid., p. 143.
60 Ibid., p. 226.
156
6 1
I d . , Conjecturas e refutações, p . 54.
62
Ibid., P. 55.
6 3
BUNGE, Ma ri o . Op. c i t. , p. 206.
64
Ibid., P. 204.
68 Ibid., p. 153.
CAPITULO IV
Robert. A.Millikan
1 58
-
4.1. Respostas aos porques - as expl icações cientificas
L1 ' L2
Cl ' C2
Ln (1 e i s gerais)
. . . c·n . ( c o nd i. ç õ e s iniciais)
1
J
Expl anans
E ( explanandum')
Ou ainda
{L, C} t- E
.' ,
que pode' s e r 1 i do: l ê c o ns e q ü ê nc i a '1 õg·i c a, ou s e s~gue
".,"'-
(explanandum) pode ser deduzido logicamente das leis e
,
das condições iniciais. Estamos portanto diante de um ar-
gumento dedutivo em :::uJb explanans hã uma lei geral de carã-
,
t
161
ter hipotetic0 2 • r importante tambem compreender que sem
as leis gerais o argumento não seria vi1ido:-qua1quer ex-
plicação cientifica pressupõe leis que ligam a causa ao
efeito, mesmo que, na pritica, nao sejam mencionadas. As-
sim, quando dizemos que um fio metilico se dilatou porque
foi aquecido, omitimos a generalização de que os metais
se dilatam quando aquecidos. Com o auxilio desta premissa
adicional, a explicação adquire a forma de um argumento
logicamente vil ido.
• '1
t" corpo mais quente para um corpo mais frió. Para a f;sica
atual, quando um fen6meno mãcroscõpico. resul tar de um gra.!!,
de numero de eventos microscõpicos de.cariter indetermina
, r
do - c O mos ã O Os f e n6 me nos e s tu da dos pe la Il) e c â n i é: a q uâ n-,
tica -,ele poderi ser explicado por leis,estat;sticas. I
do; o suor faz com que percamos calor quando nossa tempe-
ratura aumenta, ajudanto a mantê-la constante.
Hã v ã r i os mo t i vos pe los q ua í s a s e x p1 i c a ç õe s te 1 e 0-
177
lógicas ou por forças vitais foram consideradas insatisfa
tórias. Em primeiro lugar, a evolução não produz necessa-
riamente formas mais complexas: uma especie pode originar
. .
tura.
1. :
189
190
- em tem-
Assim, sempre que aumentarmos a pressao de um gas
peratura constante-(f), seu volume diminuirã (.§); sempre
que um corpo cair em queda livre (f) desde que seja no
vãcuo e de alturas .não muito grandes sua velocidade
aumentarã proporcionalmente ao tempo (.§); quando as subs-
tâncias reagem para formar outras (f), elas sempre o fa-
fcfl\ zem nas mesmas proporções em rn..assa (.§). ~s "vezes esta for
ma pode estar implicita:-quando afirmamos que todo ser v!
vo provêm de outro ser vivo (lei da biogênese), estamos
afirmando que se algo ê um ser vivo (f) então ele provem
de outro ser vivo (.§).
VARIAÇAO DO
COMPRIMENTO
VARIAÇAO DA
TEMPERATURA
h '
longo de um intervalo de tempo muito grande (cerca de um
bilhão de anos), um ser'vivo pode ter se'originado a par-
tir de mat~ria bruta, contrariando a biog~nese. Nas condi
ções atuais de nosso planeta, entretanto, isto dificilmen
te poderi ocorrer novamente. Assim, temos mais um' exemplo
de como leis e teorias mais profundas çonferem, por um l~
,I
200
dem com mais freqüência contra as paredes do recipiente,
produzindo uma pressão maior, como podemos ver na figura
9. Desse modo, a pressão ê interpretada em termos micros-
copicos, atraves de uma reconstrução hipotetica da reali-
dade.
1 \
205
No entanto, segundo a maioria dos filósofos, os
exemplos mais tipicos de leis não causais seriam as leis
probabilisti~as ou estatisticas. Estas leis valem-se do
cãlculo de probabilidade, que e uma teoria matematica. Po
rem, como vimos no primeiro capitulo (em 1.3.4.),qualquer
teoria matematica para ser utilizada em ciências factuais
precisa receber uma interpretação. Como podemos então in-
terpretar os enunciados e leis probabilisticos? O que qu~
206
v~stigação cientifica.
11Pa r a s i n te t i z a - 1 a s e d e r i va - 1 a s [a s 1e j s de Ga 1i
leu e de Kepler] Newton inventou uma teoria di-=-
nâmica: introduziu um sistema de hipóteses in-
teiramente novas que, diferentemente do que fa-
ziam as leis cinematicas, não descrevem trajetó
rias observaveis de particulas, mas que se refe
rem a forças e massas~não perceptiveis,e a suas
nianifestações cinematicas (acelerações)1I91+.
224
__ _..J
226
cionam. Ela sabe apenas que se fizer determinadas mano-
bras ou fornecer certas informações a qualquer um desses
sistemas obterá certos resultados. Um cientista tambem p~
232
çao dos tipos de onda eletromagnetica existentes. Não po-
demos ver raios gama, raiox X, raios ..inf..r..avermelho;.; e ul
travioleta~ ondas de rádio etc. Do mesmo modo, embora
nossa audição seja incrivelmente sensivel, ela tambem e
limitada para sons de freqüência entre 20 e 20.000 ciclos
por segundo.
.'
?
Representação
fatos
Fa tos do
mundo real
do 12 o •
_,I.
sas concepções têm dificuldade de explicar a importincia
das conjecturas a respeito da natureza profunda e do's me-
canismos internos dos fenômenos, para o progresso da ciên
cia. Como diz Bunge,
4.5. Resumo
so cientlfico.
1
Cf. HEMPÉL, Carl G. Filosofia da ciência natural. pp.
68-70;e BUNGE, Mario. La inves~igaciõn cientifica.pp.
562-4.
2
Cf. HEMPEL, Carl G. Op. cit., p. 69.
3
Cf. NAGEL, Ernest. The structure of science, p. 17 .
5
Cf. NICOLSON, Iain. Gravidade, buracos negros e o uni
..
verso. Ri? de Janeiro, Livraria Francisco Alves, pp.
214-21~e HEMPEL, Carl G. "Explicação cientifica", In:
MORGENBESSER, Sidney (org.). Filosofia da ciência. p.
166.
8
Cf. Ibid., p. 94.
9 -
Cf. Ibid., p. 73.
252
10
Cf. BUNGE, Mario. Causa1ity and modern science, pp.
318-9.
11
HEMPEL, Car1 G. IIExplicação cientlfica ll
, p. 167.
12
LAPLACE, Pierre S. Essais philosophiqUessur les pro-
babi1it~s. Z ed. Paris, Bachelier, 1814, pp. 3-4.
13
Cf. BUNGE, Mario. Op. cit., pp. 42-3 e p.68.
14
Cf. Ibid., p. 43.
23
Cf. Ibid., p. 246.
26
Cf. Ibid., p .. 92.
27
Cf. LOSEE, John. Op. cit., p. 23.
28
WEDBERG, Anders. Op. cit., p. 90.
29
BUNGE, Mario, Causa1ity and modern science, p. 32.
31
HULL, L.W.H. Historia yfi1osofia de la ciencia. Bar-
celona, Ariel, 1984, pp. 65-6 . . "
32
Cf. MAYR, Ernest. The growth of bio1ogica1 thought;
diversity, evo1ution, and inheritance. Cambridge, Har
vard University Press, 1982, p. 50.
3 3
Cf. Ibid., p. 50.
34
Cf. Ibid., pp. 72-3.
35
Cf. Ibid., pp. 47-51.
36
Cf. BUNGE, Mario. La investigaciõn cientlfica,p.249.
37
Cf. Ibid., p. 249.
38
Cf. HEMPEL, Car1 G. Op. cit., p. 28.
39
Cf. Ibid., p. 27.
li 2,
Cf. Ibid., P • 861 .
li 3
Cf. Ibid., p. 271 .
Ibid., p. 274.,
li5
Cf. STRAWSON, Peter R. 'Introduction to logical theory.
li6
Cf~ BUNGE, Ma ri o . Op. c i t . , p. '255.
li 7
Cf. Ibid., p. 286.
li 8
Cf. I b i d'. , p. 283.
li 9
Cf. Ibid., pp. 275-6.
5 o
Cf. Ibid., p. 276
5 1
Ibid., p. 278.
52
Cf. Ibid., p. 281.
53
Cf. HEMPEL, Carl G. Op. cit., p. 74.
5 li
Cf. BUNGE, Mario. Op. cit., p. 340.
55
Cf. Ibid., p. 341.
56
Cf. HEMPEL, Carl G. Op. cit., p. 74.
57
Cf. Ibid., p.74.
I.
58
Cf. Ibid., p. 74.
255
59 Cf. HEMPEL, Car1 G. Op. cit., p. 75;e GOODMAN,Ne1son.
62
Cf. Ibid., p. 390.
6 If
Cf. SCHLAGEL, Richard H. "A reasonab1e rep1y to Hume's
6 5
Cf. BUNGE, Mario. Causa1ity and modern science, pp.
108-9 e p. 150.
6 6
Cf. POPPER, Ka r1 . A lõgica da investigação cientifi-
ca, p . 166.
67
Cf. BUNGE, Ma ri o . Raciona1idad y realismo, p . 136.
68
Cf. WATKINS, John. Op. cit., p. 232.
69
OIHEAR, Anthony. Kar1 Popper. London, Routledge &
70
Cf. Ibid., p. 129.
,I
p. 71-7.
72
Cf. BUNGE, Mario. Op. cit., p. 140.
256
73
Cf. Ibid., p. 141
.71+
Cf. OIHEAR, Anthony. Op. cit., p. 133 e POPPER, Karl.
75
Cf. POPPER, Karl. "The propensity interpretation of
76
Cf. ICi. Conheci,mento objetivo, p .. 203
~ , 77
Cf. BUNGE, Mario. La investigaci6n cientlfica, p.323. '-
78
Cf. BUNGE, Mario. Causa1ity and modern science, p. 14.
79
Cf. Id., Teoria e realidade, p. 13.
8 o
Cf. Id., p. 15.
..
8 1
Ibid., pp. 15-6.
'82
Cf. LUCIE, Pierre. Flsica bãsica. 2.v, Rio de Janei-
83
Cf. BUNGE, Ma ri o. Op. c i t. , P. 16.
84
Cf. Ibid., p. 30.
85
Cf. KNELLER, George F. A ciência como atividade huma-
na, p. 1 38
86
Cf. RUSSELL, John B.QUlmica geral. São Paulo.MeGraw-
92
BUNGE, Mario. Op. cit., p. 416.
9 3
Cf. BANFI, Antônio. Galileu. Lisboa, Edições 70,1981,
p. 34.
94
BUNGE, Mario. Op. cit., pp. 493-4.
9 5
Cf. Ibid., p. 425.
96
Ibid., p. 438.
97
Cf. Ibid., p. 425.
98
Cf. Ibid., p. 448.
99
Cf. Ibid., p. 426.
I
I
j
105
Cf. KNELLER, George F. Op. cit., pp. 141-2.
258
, 1 06
Cf. BUNGE, Mario. Op. cit., p. 513.
109
Cf. Ibid., p. 69.
113
Cf. Id., Teoria e realidade, p. 87.
11'+ ,
Cf. WEDBERG, Anders. Op. cit., v. 2, p. 122. /
115
Cf. BUNGE, Mario. La investigaciõn cientifica,pp.717-
9.
116
Cf. WAT~INS, John.Op. cit., p. 262.
1 17
Cf. LINHARES, Sergio & GEWANDSZNAJDER, Fernôndo. 8io10
gia do organismo. São Paulo, ~tica, 1981, pp. 57-9.
119
Cf. OIHEAR, Anthony. Op. c i t. , P . 92; BUNGE, Ma r i o .
Filosofia da fisica. Lisboa, Edições 70, 1973, p.60.
120
Cf. LOSEE, John. Op. c i t . , p. 190-4.
121
Cf. POPPER, Ka rl .. Conjecturas e refutações, p . 140.
1
1
r
I
259
1
122 Cf. BUN~E, Mario. Filosofia da frsica, p. 18.
123
Cf. P OP P ER, Ka r 1. Op. c i t ., p. 1 4 1 .
12 ..
Ibid., p. 145.
125
Ibid.', p. 144.
127
Ibid., p. 57.
I
"
128
Cf.Ibid.,p.67;e BUNGE,Mario.Racionalidade e realismo,
p. 80.
129
Id., Filosofia da fisica, p. 14.
,\
--
I
--.)