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Intróito
A esfera dos Direitos Trabalhistas, no Brasil, passou por inúmeras transformações de
meados do Sec. XX até este primeiro quarto do Sec. XXI . Partindo-se da Consolidação das
Leis do Trabalho, com o Decreto 5452/1943, e sucessivas adaptações, até culminar na mais
radical das modificações com a recente edição da lei xxx/2017. Tal circunstância gerou uma
variedade de vínculos contratuais trabalhistas, conservando-se entre si semelhanças e também
diferenças.
Assim, conquanto o Direito do Trabalho seja disciplina de grande vastidão e
importância, neste texto os esforços serão concentrados na descrição e análise dos contratos
trabalhistas em regime parcial (Art.. 58-A da CLT e nos contratos de trabalho doméstico
(regulamentado pela lei Complementar 150/2015).
‘’"Art.58-A. Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não
exceda a vinte e cinco horas semanais.’’
Por último, a Lei 13467/2017 traz a atual redação do caput do Art. 58-A da CLT, que
vigora com o seguinte:
“Art. 58-A. Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não
exceda a trinta horas semanais, sem a possibilidade de horas suplementares semanais, ou,
ainda, aquele cuja duração não exceda a vinte e seis horas semanais, com a possibilidade de
acréscimo de até seis horas suplementares semanais. ‘’
O mesmo art. 58-A traz sete parágrafos que delineiam a estrutura do contrato de
trabalho em tempo parcial, o que também é examinado e sintetizado pela Doutrina, em
autores como Delgado (2017): ‘’A figura em exame submete-se a certas regras jurídicas
específicas. Tratam elas da proporcionalidade salarial, do sistema de férias anuais
remuneradas e da vedação dirigida à extrapolação da jornada laborativa pactuada.’’
Para melhor compreensão desta modalidade contratual, abaixo segue um modelo que
exemplifica este tipo de contrato:
Dessa forma, trata-se de contrato empregatício sui generis, regulado por lei própria
(Lei Complementar 150/2015) e que reflete a necessidade de se regular uma antiga atividade
de trabalho já bastante arraigada no Brasil.
Abaixo, um modelo de Contrato de Trabalho Doméstico, no escopo da referida Lei
Complementar 150/2015:
O Sr. Cláudio Nunes, brasileiro, solteiro, residente e domiciliado a Rua dos Franciscanos, nº 10, bairro Jardim do
Sol, São Gotardo, MG, CEP 38000-000, CPF 23456789-09, doravante designado EMPREGADOR(A), e de
outro o Sr. Pablo Augustus Vitar, brasileiro, solteiro, residente e domiciliado a Rua Rainbow, nº 01, Bairro dos
Periquitos, São Gotardo, MG, CEP 38000-000, CPF nº 12456789-0, RG nº 12456790, CTPS nº 03456729 ,
denominado EMPREGADO(A), resolvem celebrar este contrato, mediante as seguintes cláusulas e condições.
Art. 1º - O presente contrato tem como objeto a prestação de trabalho doméstico, na forma preconizada pela Lei
Complementar nº 150, de 1º de junho de 2015, consistente nos serviços de limpeza e arrumação de residência e
poda de jardim.
Parágrafo único – O local de trabalho é no seguinte endereço: Rua dos Franciscanos, nº 10, bairro Jardim do Sol,
São Gotardo, MG, CEP 38000-000.
Art. 2º – O(A) EMPREGADO(A) obriga-se a prestar os serviços domésticos que vierem a ser objeto de ordens,
verbais ou escritas, segundo as necessidades do(a) EMPREGADOR(A), desde que compatíveis com as suas
atribuições, mediante o pagamento do salário mensal de R$ 1 mil reais, (Um mil reais), a ser pago até o dia 7
(sete) do mês subsequente ao vencido, estando autorizada a realização de todos os descontos previstos em lei,
inclusive os referentes a danos causados, decorrentes de culpa ou dolo, na execução deste contrato.
Art. 3º - O presente contrato de trabalho é firmado pelo prazo determinado de 60 dias, a título de experiência,
iniciando-se em 04/02/2018 e terminando em 04/05/2018, podendo ser prorrogado, desde que a soma dos
períodos não ultrapasse o limite máximo de 90 (noventa) dias.
Parágrafo único - Permanecendo o(a) empregado(a) a serviço do(a) empregador(a) após o término do período de
experiência, continuarão em vigor por prazo indeterminado as cláusulas constantes deste contrato.
§ 1º – O(A) EMPREGADO(A) terá direito a repouso semanal remunerado, que será concedido
preferencialmente aos domingos, como também ao gozo dos feriados nacionais, estaduais e municipais, sem
prejuízo de sua remuneração, podendo, se houver trabalho nesses dias, ser concedida folga compensatória ou
efetuado o pagamento correspondente, em dobro.
§ 2º - As horas extras prestadas, objeto de acordo escrito de prorrogação de jornada, deverão ser remuneradas
com o adicional de, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) do valor da hora normal, ou compensadas, se houver
a formalização de acordo de compensação de jornada, obedecidas as regras estabelecidas na Lei Complementar
150, de 1º de junho de 2015.
E por estarem justos e contratados, assinam o presente em duas vias de igual teor e forma, para um só
efeito, juntamente com duas testemunhas, abaixo nomeadas e identificadas, para que surta seus jurídicos e legais
efeitos.
TESTEMUNHAS: