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Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável

Revista trimestral publicada pela EMATER/RS

Porto Alegre/RS - BRASIL - V. 1, n° 3 Jul/Set 2000

Editorial

Enfoque agroecológico: para uma agricultura familiar sustentável

A crise vivenciada pela agricultura familiar foi objeto de estudos e debates ao longo dos anos 1980 e, de forma
mais intensa, nos anos 1990. Neste terceiro número de Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável, o
artigo de Wilkinson resgata os principais enfoques analíticos formulados no período, demonstrando que alguns
estudos patrocinados pela FAO, no início da década, evidenciavam o papel estratégico da agricultura familiar
para o desenvolvimento rural, embora subestimando a dimensão da crise enfrentada pelo setor. Exames desta
crise, detalhados com base na noção de pluriatividade, superestimaram o papel e o caráter de irreversibilidade
da modernização agrícola, extrapolando elementos característicos da agricultura paulista para todo o país. Da
mesma forma que as avaliações centradas em modelos de desenvolvimento apoiados na integração da
agricultura familiar a complexos agro-industriais, tais abordagens não conseguem explicar a persistência e a
relevância das atividades de subsistência e dos mercados tradicionais, permitindo concluir que, "por razões
diferentes, todas as correntes convergem na necessidade de estratégias e políticas que visam o
desenvolvimento do espaço rural com a diversificação e a densificação dos mercados de trabalho e de produtos
no meio rural". Segundo Wilkinson, as diferentes abordagens ainda discordam quanto ao "grau de reversibilidade
do modelo produtivista dominante", "o potencial para revalorização da agricultura familiar através da incorporação
de novas funções ligadas ao meio ambiente, lazer e o consumo cultural do espaço rural", entre outros. Na
realidade, o artigo aponta para o eixo das discussões atuais no campo da transição de modelos produtivos. A
discordância entre autores revela suas disposições antagônicas e divergentes face a modelos alternativos de
desenvolvimento rural propostos para o país, determinando produções em paralelo, aplicadas ao mesmo objeto,
porém visualizando futuros heterogêneos.

Gomes e Borba apresentam abordagem que aponta no sentido de modelos ou estilos que parecem mais
adequados e conseqüentes. Sustentam, com fartas referências bibliográficas, que a globalização de práticas e
tecnologias uniformes determinou a geração e massificação de padrões de consumo e crises de produção que,
embora atualmente comuns a todos os ambientes do planeta, não possuem caráter de permanência. Ao
contrário, resultam em arcabouço frágil, uma vez que decorrem de circunstância insustentável onde, em troca da
liberdade de escolher uma mesma alternativa, em qualquer ambiente (bastando "que possam pagar" o preço
estipulado), cidadãos de todos os continentes se vêem submetidos à forte pressão de substâncias
desconhecidas na natureza, produtos cancerígenos, carcinogênicos, hormônios sintéticos e esteróides, entre
outros artifícios criados para viabilizar produtos "competitivos". As reações a este modelo emergem em todos os
países e apontam, como via alternativa, para a valorização das especificidades locais, para a potencialização
das diferenciações regionais, para o fortalecimento do caráter individual que a agricultura familiar impõe a seus
produtos em todos ambientes, ou seja, para o rumo oposto da globalização. Os autores concluem,
exemplificando com situação concreta observada no município de Pelotas/RS, que a produção social de
qualidade desponta como alternativa para o desenvolvimento rural sustentável, com base na agricultura familiar.

O relato de experiência descrito por Claro permite avaliação similar, com base no Plano Piloto de Agricultura
Ecológica, conduzido desde 1998 em 8 municípios da região Centro-Serra do Rio Grande do Sul, onde mais de
90 UEP’s (Unidades de Experimentação Participativa) geram tecnologias localmente apropriadas para mais de
20 culturas em sistemas agroecológicos (em Alternativa Tecnológica, ver, por exemplo, o uso da farinha de trigo
como espalhante adesivo). Como resultado destas ações, Claro evidencia o surgimento da marca regional
Produtos Ecológicos Centro-Serra e a formação de cooperativa de produção e comercialização comprometida
com as orientações ecológicas. É necessário mencionar que esta experiência, cujas origens situam-se ainda no
início dos anos 1980, constitui uma importante base de referência para a irradiação do enfoque agroecológico,
apoiando a formação de extensionistas rurais, a consolidação de programas de produção programada, além de
outras iniciativas de cunho local e/ou regional.

Apresentamos ainda o artigo de fundo, elaborado por membro da Comissão Brasileira de Advogados
Ambientalistas e integrante da Comissão de Ecologia da OAB-RS, Auro Machado, relativamente às
responsabilidades do Estado no que diz respeito aos produtos transgênicos. Atuar de forma preventiva, afirma o
autor, é direito e dever do Estado, cabendo aos governos estaduais legislar, fiscalizar e implementar
providências necessárias à proteção dos cidadãos, existindo competência legal e instrumentos jurídicos que
sustentam a adoção de iniciativas concretas no sentido de evitar o plantio de espécies geneticamente
modificadas, pois "a proteção ao meio ambiente é de relevante interesse público, e a sua supressão causa grave
lesão à ordem pública, à economia pública e à saúde pública". Deduz-se, pois, que a posição adotada pelo
Governo do Estado do Rio Grande do Sul, de declarar o território gaúcho como zona livre de transgênicos, é
coerente e compatível com o que se espera do poder público quando se trata de novas tecnologias, insumos ou
processos produtivos que apresentam "riscos potenciais" de difícil mensuração no médio e longo prazos e que
atentam contra o equilíbrio do meio ambiente, à saúde pública e à economia da população.

Por último, e não menos importante, merece destaque a entrevista realizada por Ângela Felippi com um dos
mais proeminentes pesquisadores em Agroecologia na atualidade, o professor Stephen R. Gliessman, da
Universidade da Califórnia – EUA. Em sua recente visita ao Rio Grande do Sul, o professor Gliessman teve a
oportunidade de participar do lançamento de seu livro Agroecologia: processos ecológicos em agricultura
sustentável e proferir diversas palestras na capital e no interior, reafirmando o enfoque agroecológico como a
"aplicação dos conceitos e princípios ecológicos no manejo e desenho de agroecossistemas sustentáveis". Sua
mensagem é clara: a agricultura moderna ou convencional, num certo grau, perdeu sua base ecológica e, por
esta razão, não é sustentável. Um dos desafios da Agroecologia, portanto, é proporcionar os conhecimentos
necessários para restaurar a capacidade produtiva dos agroecossistemas, tendo-se como meta a
sustentabilidade e como horizonte temporal o longo prazo.

Uma vez mais, os editores de Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável esperam estar contribuindo
para a consolidação do enfoque agroecológico como via adequada para a promoção de estilos de agricultura e de
desenvolvimento rural sustentáveis, ao mesmo tempo em que reafirmam estar abertos a críticas, sugestões e
contribuições de nossos estimados leitores. Boa leitura a todos.
Entrevista

Stephen Gliessman: "a agricultura pode ser sustentável"

Felippi, Ângela – Jornalista da EMATER/RS

Os conceitos da Agroecologia podem ser aplicados em qualquer sistema e escala de produção. É o que pensa o
professor e pesquisador da Universidade da Califórnia, Estados Unidos, Stephen Gliessman, que há 25 anos
trabalha nessa área. Ele esteve no Rio Grande do Sul em junho, falando para estudantes e técnicos sobre
Agroecologia e agricultura sustentável. Ele veio a convite da Secretaria Estadual da Agricultura e
Abastecimento, através da EMATER/RS, e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, pelo Programa de
Pós-Graduação em Desenvolvimento Rural, que editaram o livro Agroecologia: processos ecológicos em
agricultura sustentável, lançado por Gliessman aqui.

Com formação em Botânica, Biologia e Ecologia de Plantas pela Universidade da Califórnia, Gliessman se
dedica ao ensino, à pesquisa e a experiência de produção agroecológicas. Seus trabalhos internacionais vão da
agricultura tropical à temperada, dos sistemas de pequenas à grandes propriedades rurais, do manejo agrícola
tradicional ao convencional. É diretor-fundador do Programa de Agroecologia da Universidade da Califórnia, um
dos primeiros programas de Agroecologia formais do mundo. Atualmente, ocupa a cátedra Alfred Heller de
Agroecologia, no Departamento de Estudos Ambientais.

Na sua passagem por Porto Alegre, falou à Revista de Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável.

Revista - O que o senhor tratou nas palestras que fez no RS?

Gliessman - O que tenho tratado é o que é Agroecologia, como a Agroecologia se oferece como alternativa aos
problemas que observamos na agricultura convencional, na agricultura moderna, que necessitamos voltar a
incorporar dentro dos agroecossistemas todo um conhecimento ecológico de desenho, de manejo que tomem
conta de como manter dentro dos agroecossistemas toda a complexidade de interações de componentes
necessários para sustentar esses sistemas através do tempo e, ao mesmo tempo, seguir produzindo o que
necessitamos. A agricultura moderna, num certo grau, perdeu sua base ecológica. A Agroecologia está nos
oferecendo uma forma de reintroduzir as bases ecológicas.

R - O que seria Agroecologia?

G - Eu sempre começo dizendo que a Agroecologia é a aplicação dos conceitos e princípios ecológicos no
desenho e manejo de agroecossistemas sustentáveis.

R - E agricultura sustentável?

G - É uma agricultura que protege a base de recursos naturais e permite uma economia viável e também propõe
um aspecto social justo e aberto a todos que fazem parte da sociedade.

R - A agricultura convencional, dita moderna, não é sustentável?

G - Não, não é. Na realidade há muitos indicadores de sua falta de sustentabilidade: o custo excessivo dos
insumos, o impacto negativo que tem sobre o meio ambiente, o baixo ingresso econômico que produz e também
todo o impacto que tem havido sobre o setor agrícola sob o aspecto do campo.

R - É possível tornar a agricultura sustentável?

G – Sim, porque um aspecto da Agroecologia é restaurar a capacidade produtiva dos agroecossistemas, e da


mesma forma que a natureza sempre está se renovando, renovando sua capacidade produtiva, podemos fazer o
mesmo com os agroecossistemas.

R - Uma das principais críticas feitas à Agroecologia é de que não seria possível produzir alimentos para
todos se a produção for ecológica. O que o senhor tem a dizer sobre isso?

G - Há duas formas de contestar essa crítica. Por um lado, pode-se perguntar se a agricultura convencional está
produzindo alimentos suficientes para todos. Há muita fome no mundo. Por outro, a Agroecologia é realidade.
Segundo os conhecimentos que estão se desenvolvendo, mostra-se que se pode produzir mais em menos áreas
com o enfoque agroecológico do que pelo enfoque convencional, porque esse último sempre vai para o lado de
produzir um só cultivo por área. Já a Agroecologia trata de produzir múltiplos cultivos na mesma área, através de
associações, rotações, combinações de cultivos que permitem uma maior produção por unidade/área. Tem que
se pensar mais para o futuro. Sabemos que os agroecossistemas sempre, quando estão estabelecidos com
bases sustentáveis, vão seguir produzindo, ano após ano, e não vão perder sua capacidade produtiva.

R - Há áreas no mundo cultivadas de forma agroecológica há muitos anos mantendo a produtividade?

G - Eu estou convencido que isso é possível. Quando entramos num processo de conversão dos sistemas
convencionais aos sistemas agroecológicos, o enfoque é como manter a produtividade, a capacidade produtiva
através do tempo. O enfoque não é mais o de produzir, de aumentar a produção. Esse é exatamente o problema,
quando consideramos que forçamos o sistema por meio de alterações de sua base ecológica, dependência de
insumos, uso de pesticidas e fertilizantes químicos. Estamos forçando o sistema a produzir mais que sua
capacidade produtiva a longo prazo. Pode ser que no momento consigamos aumentar a produção, mas estamos
sacrificando sua capacidade produtiva. Então, com um enfoque sobre quais são os componentes necessários
num agroecossistemas para manter a produtividade, vamos produzir e ao mesmo tempo manter a capacidade
produtiva e a qualidade do alimento e a quantidade do alimento vai ser melhor ao longo do tempo. Para mudar
temos que estar conscientes de que cada ecossistema tem certa capacidade de produção. Da mesma forma
quando falamos da produção animal.

Outra questão é que há muitas áreas agrícolas que utilizamos para produzir alimentos consumidos diretamente
pelo ser humano, como por exemplo o café. Todos consumimos café, mas na realidade não é um alimento.
Outro exemplo é alimento para animais. Ocupa muita área. Concentramos os animais e produzimos alimentos e
damos os alimentos aos animais. Há outras formas de produzir animais sem concentrar a produção em uma
área tão concentrada como estamos fazendo. Podemos converter essas áreas numa produção diversificada, que
pode incluir alimentos para animais e também alimentos para consumo humano.

R - Os princípios da Agroecologia também dão base para o trabalho com a pecuária?

G - Esse é um aspecto interessante da Agroecologia. Temos separado a produção animal completamente da


produção de alimentos, enquanto nos ecossistemas naturais sempre estão integrados. Em muitos ecossistemas
tradicionais, locais, indígenas, encontramos animais e plantas bem integrados. Temos que voltar a integrar
esses dois para não utilizar áreas tão grandes para produzir para os animais, se eles estão integrados nos
processos ecológicos.

R - Aonde a Agroecologia foi buscar seus princípios?

G - De uma resposta à busca do entendimento de como funciona a natureza, os sistemas naturais, da Ecologia -
uma ciência que oferece muitos conhecimentos, metodologias de entendimentos de como funciona a natureza,
de como a natureza se manteve depois de tanto tempo e como se adapta às mudanças com o tempo também.
Trouxemos esses conhecimentos para a agricultura. Primeiro, os observamos dentro dos agroecossistemas
tradicionais, nos locais indígenas, que têm uma larga história de funcionamento sem dependência de insumos
externos. Dentro desses sistemas há muitos elementos importantes que têm servido para estabelecer as bases
da Agroecologia. Finalmente, estamos vendo que muitos agricultores modernos, convencionais, estão decidindo
mudar seus sistemas de produção, estão diversificando outra vez, estão reintroduzindo o manejo agroecológico.
Eles estão respondendo às várias demandas do consumidor por produto limpo, ecológico, orgânico, conhecendo
os danos que a agricultura tradicional está causando ao meio ambiente e a pouca viabilidade econômica do
sistema, especialmente para o pequeno e médio produtor. E que na Agroecologia se encontra uma alternativa à
agricultura tradicional. Isso está produzindo uma demanda de conhecimentos agroecológicos, que irão ajudar
nesse processo de transição, e nós temos trabalhado com esses produtores, participando com eles em suas
propriedades nesse processo de conversão para entender qual são os processos ecológicos necessários para,
com o tempo, restaurar a capacidade produtiva do sistema.

R - Em que locais o senhor tem acompanhado experiências em Agroecologia?

G - Por todo mundo. No entanto, o local onde posso passar mais tempo e que conheço um pouco mais é a
Califórnia. Lá, há um grande número de agricultores que fizeram a transição agroecológica e também há grupos
de consumidores muito informados e convencidos da necessidade de fazer essa conversão também. Então, os
consumidores buscam produtos específicos e isso ajuda muito no processo de transição. Porque se não há um
incentivo econômico, não acontece nada mais.
Eu tenho visto também experiências no México, na Espanha, nos países latino-americanos, na China, em partes
da Europa. Todos têm desenvolvido conhecimentos e têm o entendimento sobre a necessidade de mudança.

R - Há algum lugar que desponta na produção agroecológica?

G - Está se desenvolvendo em várias partes do mundo. Não é mais uma característica de um lugar ou de um
grupo de pessoas, mas está crescendo por todos os lados. Agora, o mundo está tão conectado, as linhas de
comunicação estão tão abertas e rápidas e os sistemas de economia, com a globalização e o crescimento dos
mercados mundiais, todos são afetados ao mesmo tempo e todos estão mais conscientes da necessidade de
mudança.

Temos que recordar que a Agroecologia não é uma prática, não é uma técnica, é um conceito, uma forma de ver
como funcionam os sistemas, como determinamos se têm sustentabilidade e como conectamos o conhecimento
ecológico com o conhecimento econômico e social para que se juntem todos os elementos do que é um
agroecossistema – que nada mais é do que o solo, a água, as matas, os animais e também nós, partes dos
sistemas. Outro aspecto importante é que a Agroecologia nos dá uma forma de ver como o ser humano é um
aspecto integrado ao sistema. A agricultura convencional ou moderna tem isolado as pessoas da agricultura,
quando na realidade, como diz a palavra agricultura – há cultura nesse sistema – temos que voltar a incorporar
as pessoas. Também temos visto em muitas partes do mundo pessoas que pensam que a agricultura não é um
caminho viável para o futuro e saem do campo indo para a cidade em busca de outras formas de viver. Na
realidade, a agricultura forma a base principal da vida e da sociedade humana.

O consumidor e o produtor estão tão separados que o consumidor não dá conta do impacto das compras que
faz, da forma que compra, do tipo de alimento que compra e do que paga - que uma porcentagem pequena
chega ao produtor. A maior parte fica com o intermediário. Mas temos visto também que os dois lados,
consumidores e produtores, estão encontrando formas de reduzir essas distâncias, para que uma porcentagem
maior do que paga o consumidor chegue ao produtor e o produtor gaste menos tratando de vender e receba mais
pela sua força de trabalho. Através das feiras diretas de produtores a consumidores, tem se conseguido isso. Na
Califórnia, por exemplo, existe todo um sistema para vender numa feira de produtores. O agricultor tem que ser
produtor do alimento que está vendendo. E isso é independente se é ecológico ou convencional. E o
consumidor, consciente de que o que é oferecido é produto do agricultor, pode questionar sobre a qualidade, a
variedade, a forma de produção. Então, tem-se novamente uma relação pessoal, importante no processo de
produção, que dá todo o sentido diferente ao produtor, porque há contato pessoal com o consumidor, propicia até
um orgulho do produtor em fazer o que faz. Esse é um enfoque bem importante agora, sob o ponto de vista da
mudança que está havendo. Conseqüentemente, o consumidor está mais informado sobre o meio ambiente, a
qualidade do alimento, alternativas de produção, quer e busca produtos orgânicos ou ecológicos. E a única forma
de converter o sistema de produção para esse tipo de produto é por meio de uma transição agroecológica.

R - Essa consciência do consumidor existe só nos Estados Unidos ou também em outros locais?

G - Eu estou vendo por todos os lugares. Inclusive aqui em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Eu vi uma
mudança de cinco anos para cá, quando vim numa conferência, na qual falamos da sustentabilidade e da
Agroecologia e do início do processo de transição. E agora há experiências em muitas partes do Rio Grande do
Sul e muito mais produtores participando e muito mais conhecimento por parte do consumidor da necessidade
desse tipo de transição.

R - Atualmente, no RS, existe uma política pública de estímulo à Agroecologia...

G - Isso demonstra a necessidade de um apoio político, mas também há necessidade de informar o setor
político da importância da Agroecologia para que sigam apoiando. É uma posição política, mas é também uma
posição econômica, ecológica e social.

R - O senhor visitou experiências de Agroecologia no RS?

G - Tive a oportunidade de visitar a propriedade de agricultores que têm feito a mudança em suas práticas, que
têm encontrado tecnologias e metodologias de produção que estão funcionando, que estão colhendo bem e
estão vendendo os produtos. Eles têm energia, motivação para seguir fazendo e ensinar outros como fazer.
Esse é um processo único de desenvolvimento, de confiança no que está fazendo. Para mim, são exemplos
muito bonitos de produção em nível de produtor. Sempre há resistência às mudanças, é difícil estimular,
promover as mudanças. É um processo de convencimento e hoje existe menos resistência e muito mais
aceitação da Agroecologia como uma alternativa com boas possibilidades de aplicação no campo agrícola

R - Como é promover a aplicação dos conceitos e princípios da Agroecologia num país como os Estados
Unidos, local de excelência da agricultura moderna? Parece contraditório, não?

G - Sim, nós temos nos dado conta dos problemas que temos com a agricultura convencional. Aí está, como se
pode ver, que os mesmos problemas que se encontram por todo o mundo estão presentes na agricultura
convencional e moderna dos Estados Unidos. Isso é o que chamou a atenção e tem permitido o
desenvolvimento da Agroecologia, como uma alternativa.

R - Quantos agricultores ecológicos existem nos Estados Unidos?

G - O número eu não sei, mas sabe-se que à cada ano - dos últimos oito ou nove anos para cá - têm havido um
crescimento de 20% na produção de orgânicos. Também tem aumentado a unidade/área de produção. O setor
agrícola convencional não tem crescido isso por ano.

R - Qual sua postura em relação aos transgênicos?

G – Primeiro, eu vejo os transgênicos como um insumo a mais que o produtor tem que comprar. Sob o ponto de
vista econômico, vai desenvolver maior dependência do produtor. A Agroecologia está tratando de buscar formas
de reduzir essa dependência econômica. Comprando os transgênicos, os produtores vão estar sempre
dependentes desses produtos. Enquanto [tradicionalmente] eles próprios cultivam as sementes que produzem
ao longo do tempo, com os transgênicos vêm as sementes através de um pacote de insumos – adubos
químicos, agrotóxicos, todos juntos, às vezes, até mais. E, independente do perigo que podem ter alguns dos
trangênicos do ponto de vista da contaminação da biodiversidade, da genética local, da transposição de
informações genéticas dos transgênicos para ervas, ou enfermidades, há muitos e muitos riscos, em certos
casos comprovados e em outros não. Os transgênicos, dentro do agroecossistema moderno, implicam que o
desenho do sistema não está mudando. E quando eu falo desenho, estou falando em aspectos ecológicos, de
processos ecológicos dentro do sistema que o mantém através do tempo. Se não mudamos a organização
ecológica dentro do agroecossistema e introduzimos os transgênicos, os problemas vão seguir sendo
problemas, vai haver seleção e resistência aos problemas com os transgênicos. Estamos falando nos
agroecossistemas num redesenho completo dos sistemas, numa reorganização, onde reintroduzimos no sistema
a complexidade de relações, de interações, de interdependência no próprio sistema para reestabelecer outra vez
o bom funcionamento do aspecto ecológico, que é a base complementar da sustentabilidade. Os transgênicos
são mais do mesmo, na realidade.

R - O senhor acha que nesta briga entre grandes empresas e ecologistas, pequenos agricultores, há
alguma chance de reverter esse quadro?

G - Sim, existe. Os conceitos da Agroecologia podem ser aplicados em qualquer sistema e escala de produção.
É bem importante que apliquemos a análise de sustentabilidade aos grandes e aos pequenos produtores para
demostrar onde estão os problemas e para produzir evidências e tudo o que vai nos ajudar no redesenho dos
sistemas. E quando falo em redesenho, pode ser mudanças nas práticas e também pode ser uma reorganização
social. Um agroecossistema está bem desenhado se tem flexibilidade, resistência, capacidade de manter-se
através do tempo, o que implica em introdução de espécies, rotação de cultivos, muitas coisas diferentes que
permite que o sistema resista aos problemas.

R - O senhor tem acompanhado alguma grande propriedade que seja ecológica?

G - Vemos nos Estados Unidos que, por um lado, pela demanda de mercado que existe para esses produtos,
muitos grandes produtores estão bem interessados em entrar. Por outro lado, graças à pesquisa em
Agroecologia, em agricultura orgânica, já estamos tendo – na Califórnia, especialmente – a entrada de grandes
produtores na produção orgânica. Estão destinando áreas grandes ao manejo ecológico. Mas têm seus
problemas, porque muitos deles se interessam em responder mais ao mercado do que a outros aspectos da
Agroecologia. Estão se dedicando a monocultivos de orgânicos, e em monocultivos orgânicos, assim como em
convencionais, sob a perspectiva ecológica, falta muito equilíbrio e são muito difíceis de se manter. Grandes
monocultivos, sejam convencionais ou orgânicos, vão ter problemas. Os grandes monocultivos orgânicos que
existem estão se mantendo com muita dependência de insumos, são muito caros, às vezes mais que os
convencionais. Então, vai se chegar um momento em que vamos ter a escala, o tamanho ideal para o manejo
dos agroecossistemas.
R - O senhor poderia falar um pouco do seu livro...

G - Para mim, é um grande prazer ver meu livro editado em português. Estou contente com a forma como foi
publicado. Gosto mais da apresentação do livro em português que em inglês. Também, tendo o livro em outros
idiomas, estou vendo que há muito mais interesse, muitas possibilidades para que a Agroecologia siga se
ampliando. Não é um conceito que tem aplicações em um lugar, tem aplicações em mais lugares. Observando o
livro em mais idiomas, convenço-me que estamos no caminho desse processo de mudança.

O livro é para ensinar Agroecologia. Ensinar alunos, técnicos, agricultores, muita gente diferente. Depois de 25
anos ensinando Agroecologia, cada vez que ensino, observo o impacto que tem sobre o aluno. Então, sempre
quis fazer um livro para levar a outros, para que eles façam o mesmo, e não só para os estudantes da
universidade, mas a qualquer pessoa que está dentro desse sistema agrícola, inclusive para os que estão como
consumidores. Há muito que aprender sobre o porquê dessa forma de agricultura, dos problemas da agricultura
moderna, quais são as alternativas, quais são os conceitos ecológicos, porque também queremos um
consumidor informado para ajudar nesse processo de transição.

R - O senhor é também um agricultor...

G - Sim. Eu e meu irmão estamos tratando de demonstrar que podemos fazer o que falamos. Plantamos uvas e
azeitonas. Esse ano é o primeiro de colheita de uva, e vai bem. Estamos trabalhando em nível familiar aplicando
todos os conceitos. A propriedade tem 10 hectares e cultivamos em dois porque temos pouco tempo, mas aos
poucos iremos ampliar.

R - E a safra vai ser boa?

G - Sim.

Texto-legenda

- Agricultura sustentável é uma agricultura que protege a base de recursos naturais, permite uma economia
viável e propõe um aspecto social justo e aberto a todos que fazem parte da sociedade.

- A Agroecologia nos dá uma forma de ver como o ser humano é um aspecto integrado ao sistema. A agricultura
convencional ou moderna tem isolado as pessoas da agricultura.

- Agroecologia é a aplicação dos conceitos e princípios ecológicos no desenho e manejo de agroecossistemas


sustentáveis. Um agroecossistema está bem desenhado se tem flexibilidade, resistência, capacidade de manter-
se através do tempo, o que implica em introdução de espécies, rotação de cultivos, muitas coisas diferentes que
permite que o sistema resista aos problemas.
Opinião

Energia para um Novo Século

Flavin, Christopher Flavin*

"A idade da pedra não acabou porque o mundo não tinha mais pedras, e a idade do petróleo não acabará por não
termos mais petróleo." Dom Huberts, Shell Hidrogênio (Divisão da Royal Dutch Shell)

A idade do petróleo dominou de tal forma as tendências sociais e econômicas durante os últimos 100 anos, que
a maioria de nós tem dificuldade em imaginar um mundo sem ele. O petróleo é barato, abundante e conveniente
– fácil de transportar por meio mundo num super petroleiro, ou pela cidade no tanque de um utilitário da família.
Do consumidor comum até os economistas PhD em energia empregados por governos e corporações, temos a
tendência de pensar que iremos queimar combustíveis fósseis até se esgotarem, e que a transição final será
dolorosa e dispendiosa.

Porém, se invertermos o problema, nossa situação energética assume um aspecto diferente: sob uma
perspectiva ecológica, a continuidade de nossa dependência em combustíveis fósseis, mesmo por mais 50 anos
– sem falar no século ou dois que poderá levar para exauri-los – é um absurdo. Quando o novo século iniciar, as
6 bilhões de pessoas viverão ainda com o sombrio legado de um sistema energético altamente poluído que
moveu o século. É um legado que inclui lagos e estuários empobrecidos, florestas degradadas e milhões de
pulmões humanos prejudicados.

A queima de combustíveis fósseis está ao mesmo tempo adicionando bilhões de toneladas de dióxido de
carbono na atmosfera, a cada ano, uma escalada inexorável que precisa terminar logo, ou desequilibraremos
praticamente todos os ecossistemas e economias do planeta.

Uma transição energética no novo século, portanto, é não somente ecologicamente necessária quanto
economicamente lógica. A mesma revolução tecnológica que criou a Internet e tantas outras maravilhas para o
século XXI, pode ser utilizada para dominar e armazenar eficientemente a gigantesca oferta de vento, biomassa
e outras formas de energia solar do mundo _ que são 6.000 vezes tão abundantes, numa base anual, quanto os
combustíveis que consumimos hoje. Esses novos dispositivos de conversão de energia podem transformar
esses fluxos abundantes, porém difusos, de energia renovável em eletricidade e hidrogênio concentrados, que
podem ser utilizados para mover indústrias, lares, carros e aviões.

Uma série de tecnologias revolucionárias, inclusive células solares, células de combustível e turbinas eólicas,
ocupam praticamente a mesma posição na economia hoje que o motor de combustão interna e o gerador
eletromagnético detinham no fim do século XIX. Essas importantes tecnologias viabilizadoras já foram
desenvolvidas e comercializadas, mas ocupam apenas pequenos nichos de mercado – e sua importância
potencial futura ainda não é amplamente apreciada. Como ocorreu com o automóvel e a lâmpada incandescente
anteriormente, a célula solar e o carro elétrico a hidrogênio estão lentamente conquistando participação de
mercado – e poderão em breve estar prontos a contribuir para uma terceira revolução energética. Poderiam
fomentar uma nova geração de máquinas produzidas em massa que proporcionassem de forma eficaz e limpa, a
energia necessária para se tomar um banho chuveiro quente, uma cerveja gelada ou surfar na Internet.

Graças a uma combinação possante de tecnologia avançada e incentivos governamentais, motivados em grande
parte por preocupações ambientais, os mercados energéticos anteriormente insensíveis estão agora mudando.
Durante a década de 90, a energia eólica cresceu a uma taxa de 26 porcento ao ano, enquanto a energia solar
elevou-se em 17 porcento ao ano. Durante o mesmo período, a fonte dominante de energia mundial o petróleo –
cresceu apenas 1,4 porcento ao ano.

A energia eólica e solar atualmente geram menos de um por cento da energia mundial. porém, como a indústria
da informática descobriu há tempos atrás, o crescimento em dois dígitos pode rapidamente transformar um
minúsculo setor num gigante. Nos últimos dois anos, cerca de uma dúzia de grandes corporações se uniram à
Royal Dutch Shell, anunciando investimentos novos, de porte, em gigantescas fazendas eólicas, indústrias
solares e no desenvolvimento da célula de combustível. A indústria de energia "alternativa" está começando a
ter o mesmo tipo de excitação que cercou a ampliação febril de John D. Rockefeller da indústria do petróleo em
torno de 1880 – ou os primeiros passos de Bill Gates no negócio de software, na década de 80. Em janeiro deste
ano, as ações de empresas de células solares e de combustível subiram repetidamente em um mês, seguindo o
padrão das ações da Internet.
O século XXI poderá ser tão profundamente reformulado pelo abandono dos combustíveis fósseis, como o
século XX foi moldado por eles. Os mercados energéticos, por exemplo, poderão mudar subitamente,
paralisando as vendas de usinas convencionais e carros numa questão de anos e influenciando os preços das
ações de dezenas de empresas. A saúde econômica – e a força política – das nações poderão ser
incrementadas ou, no caso do Oriente Médio, severamente afetadas. E nossas economias e estilos de vida
provavelmente se tornarão mais descentralizados com o advento de novas fontes de energia que proporcionem
sua própria rede de transmissão – por exemplo, a luz solar que já atinge nossos telhados.

A rapidez com que a economia energética mundial será transformada dependerá, em parte, nos preços dos
combustíveis fósseis permanecerem baixos e na superação da oposição de tantas empresas de petróleo e de
energia a um novo sistema. O ritmo da mudança será influenciado em grande parte pelo ritmo das negociações
internacionais sobre a mudança climática e dos planos nacionais de implementação que se sigam. Na década de
80, a Califórnia concedeu incentivos fiscais e acesso à grade energética para novas fontes de energia, que
possibilitou ao estado dominar os mercados de energia renovável, mundialmente. Incentivos e acesso
semelhantes provocaram um rápido crescimento de mercado em vários países europeus na década de 90.
Essas medidas começaram a reduzir o ímpeto dos investimentos de um século em combustíveis fósseis.

O Dia da Terra 2000 – com seu tema central, "Energia Limpa Agora!" – proporciona um momento oportuno para
os cidadãos expressarem seu desejo de um novo sistema energético, e para insistirem que seus dirigentes
eleitos implementem as mudanças políticas necessárias. Agindo assim, chaminés e carros poderão em breve se
tornar tão antiquados quanto as máquinas de escrever manuais e as carruagens.

* Christopher Flavin é Presidente Executivo do Worldwatch Institute. Este artigo foi extraído do site da
Worldwatch, http://www.worldwatch.org.br dia 19 de julho de 2000.
Relato de Experiência

Plano Piloto de Agricultura Ecológica para a Região Centro-Serra do Rio Grande do Sul

Claro, Soel Antonio*

Introdução

Ao retornarmos ao Escritório Municipal da EMATER/RS de Sobradinho, após a conclusão do curso de mestrado


na UFRGS, no início do ano de 1998, apresentamos à empresa um projeto de Ecoturismo Rural e
Desenvolvimento Rural Sustentável para ser implementado na região Centro-Serra do Rio Grande do Sul. Após
inúmeras análises e trabalhos em torno da proposta, envolvendo a participação da equipe do Escritório Regional
da Depressão Central, assim como as equipes dos Escritórios Municipais de Sobradinho, Arroio do Tigre,
Ibarama, Segredo, Estrela Velha e Passa Sete, resultou o Plano Piloto de Agricultura Ecológica para a Região
Centro-Serra. Posteriormente, as equipes de Tunas e Lagoão também se integraram ao trabalho, ampliando para
oito o número de municípios participantes no plano.

As atividades relativas ao desenvolvimento do Plano Piloto foram iniciadas em junho de 1998. Cabe salientar, no
entanto, que este plano representa precisamente a continuidade e a evolução de um trabalho iniciado pela equipe
do Escritório Municipal da EMATER/RS de Sobradinho ainda nos primeiros anos da década de 1980. Tal trabalho
culminaria, mais tarde, na criação da Associação do Fruticultores Ecológicos de Sobradinho (AFES), uma das
organizações pioneiras na promoção da agricultura ecológica no estado Rio Grande do Sul e que inspira o
surgimento de novas associações ecológicas na região Centro-Serra.

O objetivo principal do Plano Piloto é promover a transformação da região em pólo de produção de produtos
ecológicos, bem como alavancar o ecoturismo rural no Centro-Serra. Além disso, outros resultados e benefícios
também são esperados, tais como a melhoria da situação econômica e da qualidade de vida no campo e na
cidade; o saneamento ambiental na região; o auto-abastecimento da propriedade rural e das cidades com
produtos ecológicos; a redução da dependência em relação ao sistema agribusiness; o resgate de recursos
genéticos que estejam em processo de extinção; e o aumento da estabilidade da produção.

Atualmente, a produção ecológica está assentada nas seguintes culturas: uva, pêssego, laranja, bergamota,
kiwi, figo, feijão, tomate, alho, cebola, batata, pepino, vagem, ervilha, melancia, cenoura, beterraba, repolho,
couve-flor, alface e ervas medicinais, tendo sido iniciada também a criação de frango caipira. O trabalho de
assessoria técnica aos agricultores ecológicos e suas organizações vem sendo prestado por extensionistas
rurais da EMATER/RS.

Estratégias de ação do Plano Piloto

As estratégias de ação do Plano Piloto estão formadas por diversas linhas e orientações, entre as quais
podemos destacar:

Promover a organização dos agricultores em formas associativas.

Criar uma central regional de comercialização de produtos ecológicos (Cooperativa de Associações


Ecológicas), com o objetivo de facilitar as ações agroecológicas, principalmente em relação ao
processo de comercialização.

Consolidar uma marca para os produtos ecológicos produzidos na região. Com a qualidade,
consistência, autenticidade e credibilidade da marca, pretende-se sensibilizar a sociedade sobre a
importância de apoiar a produção e o consumo deste tipo de produtos.

Formar um banco de sementes ecológicas para promover o resgate e a multiplicação das


sementes crioulas entre os agricultores. Estes poderão selecionar, multiplicar e intercambiar
aquelas sementes com características apropriadas ao sistema de cultivo agroecológico da região.

Criar uma Comissão Técnica e um Conselho de Ética para organizar e disciplinar o uso de
tecnologias de produção agroecológica e a comercialização de produtos ecológicos.

Apoiar a criação de associações ou cooperativas de consumidores ecológicos para possibilitar


maior participação, valorização e comprometimento da sociedade com a produção ecológica,
alavancando assim o plano em seu todo.

Sensibilizar e capacitar técnicos e agricultores sobre a importância e necessidade da agricultura


ecológica e sobre as tecnologias em sistema de cultivo agroecológico. Isto deverá se dar através
de cursos, reuniões e demonstrações técnicas, giras técnicas, seminários, encontros, apostilas e
UEPs (Unidades de Experimentação Participativa que envolvem produção, pesquisa e troca de
experiências entre técnicos e agricultores).

Aprimorar continuamente as tecnologias em sistema de cultivo agroecológico através das UEPs.

Incrementar a produção de matéria prima necessária para alavancar um plano complementar de


agregação de renda aos agricultores, através da agroindustrialização de produtos ecológicos.

Tecnologias em sistemas de cultivo agroecológico

As tecnologias em sistema de cultivo agroecológico, aplicadas no âmbito do Plano Piloto da Região Centro-
Serra, consistem no uso de práticas que atendam os princípios científicos da Agroecologia, esta entendida como
um campo de conhecimentos que apoia a conformação de estilos de agricultura sustentáveis. Entre estes
princípios está o manejo ecológico do solo com o uso de adubação verde, estercos, biofertilizantes, compostos
orgânicos, cinzas, resíduos orgânicos internos e externos a propriedade, cobertura morta, rotação e
consorciação de culturas e rochas moídas (calcários, fosfatos naturais), capaz de tornar o solo química e
fisicamente equilibrado e biologicamente ativo, tornando também a planta nutricionalmente equilibrada. Assim, o
solo torna-se supressor de pragas e doenças e a planta mais resistente a elas. Outro princípio importante é
favorecer o controle biológico natural de pragas e doenças, estimulando a biodiversidade com práticas de manejo
ecológico de inços, consorciações, quebra-ventos ou barreiras vegetais, faixas com vegetação expontânea para
abrigo, alimentação e reprodução de inimigos naturais.

Priorizar o uso de cultivares adaptadas às condições agroecológicas locais, evitar plantio em épocas muito
adversas quanto às condições climáticas e altas populações de pragas, e fazer rigoroso controle de umidade,
luminosidade, ar e temperatura, são práticas fundamentais do enfoque agroecológico. Práticas complementares,
como o uso de armadilhas luminosas e pulverizações com defensivos alternativos (que favoreçam a síntese de
proteínas), como biofertilizantes enriquecidos com micronutrientes (super-magro, por exemplo), aminoácidos,
caldas sulfocálcica e bordalesa, água de cinza e cal, extratos de plantas, entre outras, são também de suma
importância, sobretudo no período de transição agroecológica, que pode variar de um até quatro ou cinco anos.

Resultados alcançados

Os objetivos traçados para a primeira etapa do Plano Piloto (junho/1998 a junho/2000) vêm sendo alcançados,
tal como se expõe a seguir:

As equipes técnicas da EMATER/RS dos municípios integrantes do plano foram sensibilizadas


sobre a importância e necessidade do trabalho com agricultura ecológica. Criou-se, entre os
extensionistas, um clima favorável para a aplicação dos princípios básicos da Agroecologia.

As equipes vêm sendo treinadas e já adquiriram um grau satisfatório de conhecimentos teóricos e


práticos sobre a Agroecologia e sobre tecnologias em sistema de cultivo agroecológico.

Através da instalação de mais de 90 UEPs, geraram-se tecnologias localmente apropriadas para o


cultivo de mais de 20 culturas em sistema agroecológico. Estabeleceu-se, portanto, uma base
tecnológica para apoiar a segunda etapa do plano, que é o programa de produção programada de
produtos ecológicos.

Através destas UEPs, um número expressivo de famílias adquiriu um nível satisfatório de


conhecimentos sobre sistemas de cultivo agroecológico, servindo assim de referencial para outras
famílias da região.

Devido a divulgação de suas ações e resultados através de diversos métodos de extensão rural, e
considerando o recebimento de visitas e excursões de técnicos e agricultores de diversas regiões
do estado e país, o Plano Piloto já alcançou reconhecimento público na região e representa um
importante referencial do enfoque agroecológico no âmbito do Rio Grande do Sul.
Também, como resultado da primeira etapa, foi criada a Cooperativa Ecológica COAGRICEL, que
constitui um dos principais componentes estratégicos do plano.

A COAGRICEL tem a missão de trabalhar exclusivamente com produtos ecológicos, priorizando o trabalho com
grupos de famílias ou associações ecológicas. Nesse sentido, sua atuação principal é com a organização da
produção e comercialização de produtos produzidos pelas famílias dos agricultores ecológicos. Brevemente,
esta cooperativa terá também a função de centro expedidor de produtos ecológicos dos municípios que integram
o Plano Piloto.

Como parte das estratégias de ação, o banco de sementes, a marca regional para a comercialização de produtos
ecológicos, o conselho de ética e a central regional de comercialização ficam incorporados a estrutura da
cooperativa. A marca regional Produtos Ecológicos Centro-Serra, embora com caráter ainda provisório,
acompanha o logotipo da COAGRICEL.

Programa de produção programada

Integrando a estratégia geral de ação, a segunda etapa (ano 2000 em diante) do Plano Piloto vem dando
continuidade a instalação e condução de UEPs e promovendo, simultaneamente, um programa de produção
programada de produtos ecológicos.

Participam deste programa todos os oito municípios integrantes do Plano Piloto, o que vem sendo construído
participativamente desde janeiro de 2000, com o envolvimento de diversas instituições municipais, da região e
do estado (EMATER/RS, UNISC, PRODER, CEASA, Projeto Esperança–Coesperança, Coordenadoria Regional
da Secretaria da Agricultura e Abastecimento, Prefeituras Municipais, etc.).

Os primeiros plantios referentes ao programa tiveram início em junho de 2000. São plantios escalonados, de
uma área de 14 hectares com as culturas de cenoura, beterraba, repolho, couve-flor, tomate em estufa, ervilha,
alho e cebola. Estima-se uma produção de aproximadamente 20 toneladas por semana, com previsão de
colheita a partir de novembro do corrente ano.

A partir de setembro/outubro, haverá expansão das áreas de plantios e das culturas, prevendo-se um acréscimo
de aproximadamente 45 hectares e inclusão de outras culturas, como feijão, melancia, batata e tomate a campo,
incluindo colheitas de uva, pêssego, laranja e figo de pomares já em produção, com previsão de uma produção
de 35 toneladas por semana de produtos ecológicos a partir dos meses de novembro e dezembro do corrente
ano. Salienta-se que em torno de 200 famílias e 16 grupos ou associações de agricultores ecológicos estão
envolvidas no programa.

Considerando que o Plano Piloto da Região Centro-Serra está em sua fase inicial (possui apenas dois anos de
existência), a área de cultivo das UEPs e o volume de produção ecológica ainda são pequenos. Contudo, os
municípios integrantes do plano já apresentam resultados positivos com a produção agroecológica de diversas
culturas e podem mostrar isto a nível de campo, propiciando condições para demonstração prática sobre
tecnologias em sistema de cultivo agroecológico. Por esta razão, o Plano Piloto passou a contribuir com o
programa de formação dos extensionistas da EMATER/RS, sendo sede de um dos cursos sobre produção
agroecológica. Até dezembro de 2000, cem extensionistas rurais de diversas regiões do estado, divididos em 3
turmas, já haverão recebido formação técnico-agronômica com enfoque agroecológico na área de ação do Plano
Piloto.

No seu conjunto, as experiências até agora levadas a cabo na região Centro-Serra do Rio Grande do Sul
demonstram a grande potencialidade do enfoque agroecológico para a promoção de estilos de agricultura e de
desenvolvimento rural sustentáveis, objetivo nobre e complexo que, certamente, continuará a nos desafiar nos
próximos anos.

* Eng. Agr., M.Sc., Extensionista Rural do Escritório Municipal da EMATER/RS de Sobradinho e Coordenador do
Plano Piloto de Agricultura Ecológica para a Região Centro-Serra do RS. E-mail: soelclaro@viavale.com.br
Artigo

Distintos enfoques e debates sobre a produção familiar no meio rural

Wilkinson, John *

Resumo: Distintos enfoques vem permeando o debate do "lugar" da agricultura familiar no Brasil. Estas
diferentes contribuições podem ser distinguidas em três grandes eixos. Primeiro, a relação entre reforma agrária
e agricultura familiar. Segundo, a pluriatividade e, por último, o enfoque agroindustrial. A permanência e
pertinência destas grandes questões nos auxiliam a distinguir as limitações e debates destes enfoques e as
estratégias da agricultura familiar.

Palavras-chave: agricultura familiar; reforma agrária; pluriatividade; rural não-agrícola; agroindústria

Introdução

Nos últimos dez anos a literatura sobre a produção familiar tomou um novo fôlego, inicialmente pela necessidade
de refletir sobre a re-introdução do tema da Reforma Agrária ao centro da política agrícola e depois, cada vez
mais, à luz da crise do modelo fordista e da emergência de uma nova ordem econômica.

Três correntes que se intercruzem podem ser identificados. A primeira surge a partir do esforço de contextualizar
a reforma agrária dentro de uma visão mais ampla da posição histórica ou atual (no mundo) e potencial (no
Brasil) da produção familiar. A segunda corrente focaliza o exato oposto, a marginalização da renda agrícola na
economia rural e na própria agricultura familiar e a importância da pluriatividade e de atividades não-agrícolas no
meio rural. A terceira corrente, focaliza a ruptura no modelo de integração agroindustrial com a produção familiar,
o que exige formas mais autônomas de re-inserção agrícola e agroindustrial. Houve uma maior convergência
entre estas correntes ao longo da década, mas ainda existem importantes temas de debate que serão
identificados neste artigo.

Reforma Agrária e os Estudos sobre a Produção Familiar

Durante os anos noventa os estudos sobre a reforma agrária receberam um grande impulso do convênio
FAO/INCRA. Num primeiro momento estes trabalhos foram caracterizados por esforços de vindicar as áreas da
reforma agrária em termos de desempenho econômico e nisso foram bastante bem sucedidas, servindo para
reposicionar a reforma agrária como um locus para a recomposição mais geral da produção familiar.

No entanto, estes estudos, na sua legítima valorização de atividades de subsistência no cálculo de renda,
subestimaram a centralidade de inserção comercial e da capacidade de gerar rendas monetárias. Assim, níveis
aparentes de bem estar dos assentados podem mascarar uma fragilidade fatal por não demonstrar formas
dinâmicas de integração ao mercado. A abertura para a corrente de sistemas agrários permitiu pensar em forma
mais sistêmica as atividades agrícolas, otimizando o uso de mão-de-obra e da terra, mas não avançou a
teorização da relação entre a produção agrícola e a transformação dos circuitos de comercialização e dos
mercados alimentares e não-alimentares.

Em colaboração com outros estudiosos houve um esforço de revalorização conceitual e empírica da produção
familiar. Retomando as distinções, estabelecidas no início dos anos 80 pela corrente agroindustrial, entre a
pequena produção tradicional e o produtor tecnificado, estes novos estudos difundiram a categoria de produtor
familiar, em ruptura com noções do campesinato, como o esteio da agricultura moderna nos países
industrializados e mesmo da sua dinâmica macroeconômica. A produção familiar agora torna-se a ancora de um
modelo econômico, ao mesmo tempo, mais eqüitativo (na distribuição de renda) e mais eficiente (no
abastecimento alimentar mais barato). Desta forma os males da sociedade brasileira, (péssima distribuição de
renda e falta de densidade endógena dos mercados) são reinseridos na herança da estrutura fundiária. Estas
análises tentam mostrar que a produção familiar ainda é responsável para uma parte substancial dos bens
alimentares, apesar do viés a favor da grande propriedade em todos os mecanismos de modernização,

Com base numa reinterpretação dos dados censitários três categorias de produtor familiar foram identificadas -
os consolidados, os produtores em transição e os periféricos. A reforma agrária visaria, sobretudo, a categoria
intermediária cujo reforço generalizado aproximaria o Brasil aos modelos agrícolas dos países desenvolvidos.
Neste sentido, a reforma agrária se transforma num componente de uma estratégia mais geral de reestruturação
da produção familiar.
Esta orientação, naturalmente, suscitou polêmicas de toda ordem. Por um lado, a menor atenção dada aos
periféricos tendia a se chocar contra a realidade dos assentados e a base social dos movimentos pela reforma
agrária, composta fundamentalmente das camadas mais pobres. Ao mesmo tempo, analises que destacaram a
marginalização crescente da produção familiar do sistema agroalimentar moderno e que tinham uma visão mais
social da reforma agrária, também, deram mais centralidade aos periféricos.

Por outro lado, a categoria de consolidados carecia de embasamento teórico e expressava um recorte estatístico
de difícil interpretação. Faltaram trabalhos de correlação entre esta categoria e as distintas formas de inserção
nos mercados e nas cadeias agroindustriais. Dada a velocidade das transformações na agricultura brasileira nos
anos 90, com a desregulamentação, a abertura, e a integração regional, muitos "consolidados" iam se
transformar em produtores em transição, agora, para a categoria de periféricos a depender da sua forma
específica de inserção nas principais cadeias de commodities que sofreram processos profundos de
reorganização espacial, técnica e nos padrões mínimos de qualidade. A indefinição da categoria de
"consolidados", por sua vez, coloca em questão a trajetória dos produtores em "transição" e a tipologia adotada
parecem mais uma realidade estatística que analítica. No entanto ela desfruta de uma grande popularidade entre
os estudiosos da produção familiar e virou uma espécie de ponto de partida para contextualizar o mundo da
reforma agrária.

Vários trabalhos na segunda metade da década enfatizam tendências de decomposição da produção familiar,
entendida como uma categoria social caracterizada por policultura em lotes de 5-50 hectares que
tradicionalmente mistura atividades de subsistência, produção comercial e em menor grau integração
agroindustrial. O peso da previdência na renda de famílias rurais seria um indicador disto (Delgado, G.,1997)
como também o envelhecimento e masculinização do campo (Abramavay et al 1997). Nesta ótica, o
"consolidado" seria uma exceção mais do que o alvo de aspiração realista e encontrado, sobretudo, nos
produtores especializados que conseguiram acompanhar as economias de escala das commodities.

Em contribuições mais recentes destes autores, os conceitos de desenvolvimento rural e território assumem
cada vez mais importância. (Abramovay, 1998 Veiga). Por um lado, estes trabalhos se apoiam na literatura
sobre distritos industriais e capital social que enfatizam os ganhos em competitividade para pequenos produtores
decorrentes de aglomeração, proximidade, cooperação e aprendizagem coletiva. Por outro, eles refletem um
reconhecimento da importância de atividades não agrícolas no meio rural para a consolidação da produção
familiar.

Pluriatividade , o agricultor em tempo parcial e o rural não-agrícola

O conceito de pluriatividade e a noção do agricultor em tempo parcial tornam-se mais presentes durante a
década de 90 e um bom número de publicações e teses foi dedicado ao fenômeno de pluriatividade entre as
quais os estudos de caso de Carneiro (1993, 1996), Schneider (1999), Alentejano (1997), Teixeira (1997). O
esforço mais abrangente de avaliar o peso e o significado de pluriatividade e o rural não-agrícola tem sido a
pesquisa, coordenada por Graziano com base numa analise dos dados da PNAD.

No artigo "O Novo Rural Brasileiro" (1997), Graziano faz uma síntese das principais conclusões desta pesquisa e
destaca, em primeiro lugar, a maior taxa de crescimento anual da categoria de Pessoal Economicamente Ativa
(PEA) rural na década de 80 (1,9%) quando comparada com o PEA agrícola (0,6%).

Em seguida, mostra que em 1990, a agropecuária contou em média para 64,8% do PEA rural, baixando para
58,5% na região Centro-Sul e chegando a seu nível mais alto na região Sul (73,1%). No país como um todo,
portanto, 35% do PEA rural estava ocupado em atividades não agrícolas, chegando a mais de 40% no Estado
de São Paulo "com destaque para serviços pessoais e agroindustriais". A taxa de crescimento de todas as
categorias rural não-agricolas se mostra positiva e bastante acima das agrícolas, cuja taxa é negativa nas
regiões Sudeste e Sul. O autor aponta para o crescimento de ocupações na categoria de serviços o que implica
em melhoria e urbanização do campo, uma tendência que paralela o que aconteceu nos EUA nos anos 70.

Uma análise mais detalhada do Estado de São Paulo indica um forte crescimento nas seguintes categorias de
ocupação: empresários não-agrícolas, técnicos de segundo grau e nível superior, jardineiros, trabalhadores da
indústria alimentar e trabalhadores no comércio. Ao mesmo tempo, a importância de emprego doméstico e
trabalho braçal capta um processo de "desdiferenciação" em relação ao mercado de trabalho urbano.

Na sua apreciação deste novo mercado de trabalho rural não-agrícola, Graziano conclui: "deve-se destacar em
primeiro lugar, aquelas (tendências) relacionadas com a proliferação de indústrias, em particular das
agroindustriais no meio rural". Em segundo lugar, vêm as atividades ligadas à crescente urbanização do meio
rural. Em terceiro lugar, o autor enfatiza o aumento de chácaras que gira em torno de 70 mil e que se envolvem
em novas atividades comerciais, sobretudo os mercado de nicho, turismo e ecologia. Para Graziano, este
fenômeno pode ser entendido como uma versão terceimundista da noção de agricultura a duas velocidades
desenvolvida na Europa. No entanto, o lado positivo das chácaras como guardiões da natureza ainda está
maculado pela forte motivação especulativa desta atividade. Entre os impactos positivos são enumerados:
emprego, moradia, povoamento rural em novos moldes, atividades intensivas em pequena escala visando os
mercados de nicho, e menor uso de insumos. Esta categoria, se encaixaria naquela de "neo-rurais" desenvolvida
por vários autores e levanta a questão se estes nichos de mercado não poderiam ser ocupados por agricultores
tradicionais se existissem programas e treinamento apropriados. Trata-se fundamentalmente dos desafios de
aprendizagem que a produção familiar enfrenta com a ruptura nas suas tradicionais formas de inserção no
mercado. (Wilkinson, 1998).

A conclusão de peso que Graziano tira desta análise é que somente com acesso a ocupações não-agrícolas
seria possível estabilizar e elevar as rendas das famílias rurais aos níveis das famílias urbanas. Os dados da
PNAD mostram que, na mesma região, as rendas não-agrícolas são substancialmente maiores que as rendas
agrícolas, fazendo com que as pessoas ocupadas no meio rural em atividades não-agrícolas tenham uma renda
maior que nas atividades agrícolas. A existência de ocupações não agrícolas no meio rural, implica, na frase
lapidar do autor, que o produtor rural "não precisa mudar para a cidade pode mudar de ramo". O aumento do
numero de desocupados no meio rural procurando emprego reforça esta conclusão. No entanto, na mesma
atividade a rendia média urbana é sempre maior que a rural, com o diferencial mais acentuado no caso de
agricultura.

Nos anos 90, as PNADs começam a incluir nos seus cálculos o PEA de 10 anos ou mais que não recebe
remuneração e trabalha uma hora ou mais e aquele que trabalha por conta própria e na construção civil por
finalidades de moradia. O fato mais notável nos anos 1992-5 é a queda absoluta do PEA agrícola em 359 mil se
incluímos a categoria de mais de 10 anos que trabalham mais de uma hora (sem contar trabalho exclusivamente
para autoconsumo) e em 459 mil se nos limitamos a PEA com mais de 15 horas. O autor ressalta, porém, que
houve um aumento na categoria do PEA que trabalha menos de 15 horas o que confirmaria a importância do
trabalho em tempo parcial. O aumento das categorias "não-remunerados e auto-consumo" também pode ser
interpretado no mesmo sentido. E neste ponto, que enfoques de estudo de caso podiam captar a dinâmica
familiar destas tendências.

Os dados da PNAD retabulados para permitir uma comparação com a década de 80 confirmam a queda no PEA
agrícola. Mas, enquanto o PEA agrícola cai, o PEA rural aumenta como resultado das atividades não-agrícolas e
serve para estabilizar a renda rural.

O autor levanta a hipótese que uma parte importante do crescimento da população rural residente se deve ao
aumento do produtor part-time. Isto coincide com um estancamento do êxodo rural e até um crescimento da
população rural para famílias com filhos de mais de 10 anos. Neste caso, o êxodo rural seria composto,
sobretudo, de famílias com crianças.

Estas tendências são ainda mais claras no caso do Estado de São Paulo onde o PEA rural aumenta apesar das
ocupações agrícolas declinarem 4.5% ao ano porque o PEA não-agrícola aumenta 10%. Agora as ocupações
não-agrícolas de pessoas residentes no meio rural são majoritárias.

Dados sobre a demanda para mão-de-obra assalariada no campo também confirmam este resultado. Houve uma
forte retração nesta demanda na medida em que aumentaram as culturas que exigem pouca mão-de-obra e
houve um declínio nas culturas de tipo plantation que usa muita mão-de-obra, sobretudo na colheita. Ao mesmo
tempo, a mecanização da colheita avança em muitas culturas, exatamente onde se concentrava a maior
demanda para mão-de-obra.

O autor conclui que "nos segmentos não patronais, as atividades agrícolas vêm se convertendo em ocupações
parciais e de remuneração insuficiente para mantê-los residindo no meio rural em condições dignas de vida". A
criação de empregos não agrícolas, portanto, é "a única maneira de estancar o êxodo e elevar renda" o que
coloca em questão estratégias exclusivamente agrícolas, inclusive para a reforma agrária. Neste mesmo
sentido, encaixa-se, também, o enfoque de desenvolvimento rural adotado por esta corrente que converge com
os trabalhos mais recentes da corrente "produção familiar" analisada acima.

Três questões podem ser levantadas em relação às analises e propostas políticas desenvolvidas nos estudos
sobre o rural não-agrícola e a pluriatividade. Em primeiro lugar, a separação de agricultura e agroindústria em
distintos tipos de ocupação muitas vezes não corresponde à realidade e onde ela existe pode ser parcialmente
revertida. Analisamos, em outro lugar, a importância de agroindústrias rurais onde o próprio agricultor processa
seu produto agrícola. Esta estratégia de verticalização ou de agregação de valor tem sido responsável pela
elaboração de políticas como Pronaf Agroindústria a nível nacional, e PROVE no Distrito Federal, agora
reduplicado em vários municípios. A miniaturização de tecnologias, a segmentação dos mercados e a
persistência de mercados de proximidade abrem oportunidades para manter e fortalecer tendências de
agroindustrialização integrada à atividade agrícola. A valorização de produtos "naturais", também, age no mesmo
sentido a medida em que promove um agroindustrialização light (produtos preparados e embalados) integrada à
atividade agrícola.

Segundo, os novos mercados de nicho não precisam ser ocupados, prioritarmente, por "chacaristas" ou "neo-
rurais". Se os recursos para programas visando o setor de PMEs (Sebrae, Programa de Crédito, Agregar e
outros) fossem dirigidos à reconversão de atores tradicionais e se fossem acompanhados de programas de
capacitação uma parte importante destes mercados de nicho poderia ser contestada por produtores agora sendo
excluídos dos mercados tradicionais de commodities. Nestes novos mercados a barreira mercadológica parece
mais forte que a tecnológica o que favorece os "neo-ruralistas". Por outro lado, muitas vezes existem
importantes elementos de continuidade entre os mercados de proximidade ocupados por produtores tradicionais
e os novos mercados de nicho. Não é indiferente que categoria social ocupa estes novos espaços de mercado,
tanto do ponto de vista do êxodo rural quanto da dinâmica social do meio rural. Políticas de aprendizagem dos
atores tradicionais nas áreas críticas de mercados, tecnologia e gestão podem influenciar fortemente o
resultado.

Em terceiro lugar, o enfoque de pluriatividade, tende a aceitar a irreversibilidade da modernização agrícola,


evidente na referencia a uma agricultura de duas velocidades e também na maneira de interpretar as tendências
de declínio das ocupações agrícolas. Novas exigências dos atores econômicos ligados ao mercado a favor de
produtos que usam menos insumos químicos, bem como a explosão do mercado para produtos orgânicos e a
campanha contra os transgênicos colocam em questão o futuro do modelo produtivista. Nada exclui que estas
tendências sejam reapropriadas pela agricultura em escala, mas no momento elas criam um ambiente propicia a
uma revalorização da produção familiar, sobretudo se acrescentamos as preocupações em torno do meio
ambiente. Esta conjunção de fatores aponta pelo potencial de promover a multifuncionalidade da propriedade
agrícola que complementaria a pluriatividade do produtor rural e cujo eixo natural seria a agricultura familiar.

O Enfoque Agroindustrial

Os estudos sobre cadeias agroindustriais e o complexo agroindustrial na América Latina e no Brasil distinguiram
entre o pequeno produtor tradicional e o pequeno produtor capaz de incorporar pacotes tecnológicos que agora se
tornou alvo de contratos de integração por parte da agroindústria. Esta distinção foi fundamental porque rompeu
com a identificação entre modernização e a tecnificação da grande propriedade com a conseqüente expulsão e
marginalização do pequeno produtor. O enfoque de complexos agroindustriais identificou o lugar da pequena
produção na modernização agrícola, dando destaque aos sistemas de integração com a produção familiar.

Estudos sobre este tema durante os anos 80, influenciados muito pela literatura francesa e por problemáticas da
tradição marxista, focalizaram fortemente as características de subordinação na relação entre produtor familiar e
agroindústria. Ao mesmo tempo, no esforço de mapear o alcance deste fenômeno, eles privilegiavam a análise
dos "integrados". Hoje, à luz de tendências mais recentes, podemos identificar três questões que não foram
devidamente exploradas.

Em primeiro lugar, pouca atenção foi dada ao caráter parcial de integração. O produtor integrado mantinha uma
diversidade de outras atividades, tanto de subsistência quanto mercantis que, embora sendo manipulado
também pelas agroindústrias para aviltar os níveis de remuneração, aumentou a autonomia do produtor e
permitia que ele mantivesse inserção em outros mercados. Em segundo lugar, embora reconhecendo a sua
dinâmica seletiva, não houve análise dos excluídos de integração. No esforço de demonstrar o caráter dinâmico
desta modalidade de articulação entre agricultura e indústria e a sua expansão com o aprofundamento da
modernização, as implicações dela ser uma alternativa apenas para uma minoria do conjunto da produção
familiar não foram examinadas. Em terceiro lugar, houve uma preocupação quase exclusiva com o setor
dominante e formal da cadeia agroindustrial, deixando de analisar o mundo de atividades agrícolas e
agroindustriais, formais e informais envolvendo atores não integradas nas grandes agroindustriais e co-
operativas. Assim, as implicações não explicitadas destas análises apontariam para o êxodo rural como o
destino dos excluídos e a eliminação das atividades formais e não-formais em pequena escala no processo de
dest o dos e c u dos e a e ação das at dades o a s e ão o a s e peque a esca a o p ocesso de
reorganização das cadeias sob a hegemonia das grandes agroindústrias.

Três constatações, a partir das transformações nos anos 90, modificaram os pressupostos do enfoque
agroindustrial desenvolvido na década anterior. Em primeiro lugar, o modelo de integração tornou-se cada vez
mais excludente, com as exigências de maiores escalas de produção, maior capacidade financeira por parte dos
integrados e maior especialização nas suas atividades agrícolas. Assim, a integração agroindustrial não se
coloca mais como opção realista a ser almejada pela grande maioria dos produtores familiares. Em segundo
lugar, a policultura praticada tanto pelos integrados quanto pelos aspirantes à integração, permitia que os
excluídos e não incluídos se mantivessem com base nas opções alternativas de inserção mercantil, não sendo
necessariamente forçados a sair do campo. Em terceiro lugar, as atividades agrícolas e agroindustriais, formais
e informais, de pequenos e médios atores se mostraram muito mais resistentes à absorção que os estudos nos
anos ´80 sugeriram e elas até aumentaram os seus espaços na expansão econômica decorrente da
estabilização do Plano Real.

Face esta nova realidade três estratégias podem ser delineadas para a produção familiar. Em primeiro lugar,
várias experiências têm mostrado a viabilidade de distintas formas de ação coletiva para aumentar escala na
produção agrícola e/ou baixar custos na logística para manter competitividade nos principais mercados de
commodities. As inovações mais notáveis, neste sentido, têm sido os condomínios na suínocultura e em menor
grau na pecuária leiteira. Mais recentemente, nesta última cadeia as exigências de granelização estão sendo
enfrentadas pela opção de compra de tanques de expansão em comum e pela montagem de sistemas
alternativos de coleta. Nestes casos, o desafio organizacional, na consolidação de novas formas de ação
coletiva, talvez seja mais decisivo que as barreiras tecnológicas.

Em segundo lugar, a persistência de mercados locais e regionais, onde as vantagens de proximidade dão maior
competitividade aos PMEs, permite pensar no desenvolvimento ou fortalecimento de atividades agroindustriais
rurais em pequena escala. Aqui, mais importante que o poder econômico das grandes agroindustriais são os
empecilhos da uma legislação sanitária e higiênica desenhada para atividades em grande escala.

Em terceiro lugar, retomando os comentários na seção sobre pluriatividade, abrem-se muitas oportunidades para
uma inserção nos novos mercados onde a qualidade é fortemente associada à produção em forma artesanal e à
atividade familiar. Produtos "coloniais" ou "sertanejos" envolvem uma forte continuidade com os saberes
tradicionais dos produtores, favorecendo a agroindústria familiar. Os desafios maiores são de ordem gerencial e
de comercialização. Os novos mercados de qualidade, passando por noções de terroir ou de saúde, implicam
uma redefinição também das relações tradicionais entre agroindústria e agricultura. Podemos dizer que nem a
agroindústria nem a agricultura é a mesma do modelo construído no mundo das commodities. O desejo para
produtos mais "naturais" aponta para uma agroindústria menos processadora e mais preservadora e para uma
agricultura que reincorpora valor agregado na atividade agrícola e dentro da propriedade rural. O fenômeno de
produtos frescos, pre-preparados e empacotados exemplifica bem este redesenho dos espaços agrícolas e
agroindustriais.

Se nos anos 80 a questão central foi a capacidade ou não de acompanhar as exigências da agroindústria, agora
o futuro da produção familiar depende também da sua capacidade de desenvolver iniciativas autônomas de
agroindustrialização e inserção mercantil. Ao mesmo tempo, deve-se reconhecer que o Brasil passa por um
período de transição em que o fôlego das cadeias agroindustriais persiste, muito embora os novos mercados
assumem cada vez mais importância. Assim, as estratégias devem combinar ações para aumentar
competitividade nos mercados tradicionais como o desenvolvimento de competências apropriadas aos novos
mercados de nicho.

Por uma série de razões - terciarização, exigências de maior coordenação para garantir qualidade, vantagens de
proximidade - a noção de cadeias agroindustriais está sendo complementada por aquelas de redes a clusters
que captam melhor as novas formas de cooperação entre os atores e as vantagens de aglomeração espacial.
Em se tratando do estímulo a pequenas e médias agroindustriais a competitividade passa por ações
associativas e o desenvolvimento de serviços de apoio o que caminha na direção de conceitos de
desenvolvimento rural e regional presentes, também, tanto no enfoque de produção familiar quanto nos estudos
de pluriatividade.

Conclusões

Neste artigo tentamos captar distintas abordagens sobre a produção familiar desenvolvidas ao longo da década
passada. Os estudos elaborados no âmbito da reforma agrária restauraram uma visão estratégica da produção
familiar mas tendem a subestimar a crise desta categoria social nos anos 90 e não situam as suas perspectivas
dentro de uma visão dos desafios impostos pelas transformações a nível macro do sistema agroalimentar. Os
trabalhos sobre pluriatividade focalizam, precisamente a fragilidade agrícola da família rural tanto nos mercados
tradicionais como novos e o papel estratégico da diversificação dos mercados de trabalho no meio rural. Esta
corrente, porém, tende a subestimar as oportunidades agrícolas para a família rural, tanto na manutenção de
mercados atuais como na conquista de espaços nos mercados novos, bem como o potencial para uma
revalorização da agricultura familiar decorrente das crescentes crises afetando o modelo produtivísta dominante.
Na década de 80 a corrente agroindustrial, destacou a importância do produtor familiar tecnificado e integrado á
agroindústria, mas superestimou o grau de controle desta agroindústria sobre o produtor e também sobre a
cadeia como um todo, ao mesmo tempo em que subestimou a persistência e relevância de atividades de
subsistência e mercantis mais tradicionais. Nos 90, estes estudos identificaram uma crise na articulação da
agroindústria com a produção familiar, focalizaram o potencial de reestruturação do setor informal e apontaram
pela necessidade de estratégias autônomas tanto para se manter nas cadeias de commodities quanto para
ocupar espaços nos novos mercados de nichos.

Por razões diferentes todas as correntes convergem na necessidade de estratégias e políticas que visam o
desenvolvimento do espaço rural com a diversificação e a densificação dos mercados da trabalho e de produtos
no meio rural. Pontos de divergência, porém, persistem sobre o grau de reversibilidade do modelo produtivista
dominante, a capacidade das famílias tradicionais rurais de contestar os novos mercados de nicho bem como o
potencial para a revalorização da agricultura familiar através da incorporação de novas funções ligadas ao meio
ambiente, lazer e o consumo cultural do espaço rural.

Referências Bibliografias

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Alternativa Tecnológica

Farinha de trigo: espalhante adesivo ecológico

Claro, Soel Antonio*

Introdução

A maioria dos defensivos alternativos, tais como calda bordalesa, calda sulfocálcica, água de cinza e cal,
biofertilizante enriquecido, extrato de fumo, entre outros, precisa ser misturada com um espalhante adesivo para
quebrar a tensão superficial da gota e propiciar um melhor molhamento das folhas e demais partes pulverizadas,
de maneira a assegurar uma absorção mais efetiva dos pulverizados pelas plantas e uma melhor ação sobre as
pragas e doenças. Quando as gotas permanecem inteiras sobre a superfície folhar, por falta de espalhante
adesivo, elas podem danificar os tecidos vegetais pelo efeito lente quando o sol incide sobre elas. Além disso,
por não espalhar-se sobre toda superfície folhar, a gota concentra nela e, consequentemente, sob o tecido que
está em contato com ela, uma quantidade maior do produto aplicado. Esta maior concentração pode prejudicar a
absorção e lesionar tecidos, especialmente após a evaporação da água contida na gota, o que resulta em uma
maior concentração de sais no local, principalmente quando aplicam-se, por exemplo, calda sulfocálcica, calda
bordalesa ou biofertilizante enriquecido.

Quanto mais cerosa for a superfície da folha ou ramos, maior número de gotas se forma, menor a área de
molhamento, maior a possibilidade de injúrias e menor a eficiência da pulverização para a nutrição ou controle de
pragas e doenças. Alho, cebola, repolho, couve-flor, são exemplos de culturas com alta cerosidade nas folhas e
que exigem, por isso, o uso de espalhante adesivo junto aos pulverizados.

Existem insetos (pulgões, por exemplo) que, devido a sua capa cerosa, dificultam a ação de produtos que, como
o extrato de fumo, os matem por contato. Neste caso, o espalhante adesivo melhora a ação de contato do
extrato de fumo sobre o pulgão e, consequentemente, permite um controle mais efetivo. Portanto, os
espalhantes adesivos são importantes na fase de transição para estilos de agricultura de base ecológica.

Contudo, muitos dos espalhantes adesivos sintéticos utilizados na agricultura convencional não são apropriados
para uso na agricultura de base ecológica, pois contêm substâncias contaminantes. O Nonil fenol, por exemplo,
contém estrogênio sintético que age a nível celular como mimetizador e bloqueador hormonal, causando um
desbalanço no sistema hormonal de pessoas e animais e, por conseqüência, distúrbios no sistema reprodutivo e
imunológico, o que pode provocar câncer, anomalias nos órgãos genitais, feminilização de homens e animais,
diminuição da memória e aprendizagem, diminuição do volume de sêmen e número de espermatozóides (Colborn
et al, 1997). Ademais, estes produtos, assim como os agrotóxicos, aumentam a dependência econômica da
agricultura em relação à industria.

Por isto, resolvemos iniciar pesquisas com o objetivo de descobrir um espalhante adesivo que fosse eficiente,
ecológico, sustentável e que, além disso, pudesse ser produzido pelo próprio agricultor. Já em 1997, a partir de
testes que realizamos em propriedades rurais dos municípios de Sobradinho e Ibarama, constatamos que a
farinha de trigo apresentava boa atuação como espalhante adesivo, na dosagem de 200 gramas para cada 10
litros de água.

Vantagens e resultados

Na área de ação do Plano Piloto de Agricultura Ecológica para a Região Centro-Serra do RS (ver Relato de
Experiência neste mesmo número), o uso de farinha de trigo como espalhante adesivo já constitui uma prática
rotineira. Em função dos resultados positivos, alguns agricultores acreditam inclusive que a farinha de trigo age
não só como espalhante adesivo, mas também como estimulante do crescimento das plantas. Esta hipótese
não pode ser desconsiderada, uma vez que a farinha de trigo apresenta teores relativamente elevados de
substâncias nutritivas importantes, como hidratos de carbono, proteínas, aminoácidos, cálcio e ferro. Há
evidências de que estas substâncias podem ser absorvidas pelas plantas, contribuindo para o equilíbrio
metabólico e maior resistência às pragas e doenças.

Existe ainda a hipótese de a farinha contribuir no controle direto de algumas pragas (alguns tipos de pulgões e
lagartas), principalmente em épocas de altas temperaturas. Nessas condições, a calda com farinha seca rápido,
prejudicando a mobilidade e o comportamento do inseto por ela atingido. Em 1998, no município de Ibarama,
acompanhamos cultivo ecológico de pepino tutorado em estufa. Em novembro (altas temperaturas), observamos
forte infestação de lagartas que, no entanto, foram mantidas em níveis não prejudiciais à cultura, através da
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utilização de biofertilizante enriquecido, água de cinza e cal e farinha de trigo. As observações que realizamos
dão indicativos que a farinha de trigo teve o papel mais importante neste controle.

Além disso, ao optarmos pela utilização da farinha de trigo como espalhante adesivo, não podemos perder de
vista que:

O agricultor pode produzir sua própria farinha de trigo através de sistema de cultivo de trigo
agroecológico. Produzida nestas condições, o uso da farinha de trigo não polui e não apresenta
nenhuma toxicidade.

A farinha de trigo não interfere na atividade de produtos biológicos. Dipel e Supermagro, por
exemplo, possuem microorganismos benéficos que atuam no controle de pragas ou doenças. A
farinha de trigo pode ser considerada como um espalhante adesivo apropriado para produtos desta
natureza.

Divulgação do uso da farinha de trigo como espalhante adesivo

Desde 1997, quando iniciamos nossas pesquisas com farinha de trigo como espalhante adesivo, o Escritório
Municipal da EMATER/RS de Sobradinho vem contribuindo intensamente para a divulgação desta prática, seja
através de palestras, dias de campo e artigos de jornal, seja através de cursos e outros eventos sobre
agricultura ecológica que temos promovido. Nossa contribuição tem ocorrido também por meio da produção de
materiais técnicos sobre práticas complementares para o controle ecológico de pragas e doenças, materiais que
têm sido distribuídos para extensionistas e técnicos não apenas no Rio Grande do Sul, mas também fora dele.

Atualmente, constatamos que o uso de farinha de trigo como espalhante adesivo vem se ampliando em diversas
regiões do estado. Recentemente, com satisfação recebemos depoimento do Eng. Agr. Luiz Carlos Rupp (Centro
Ecológico – RS), que se dizia contente e surpreso com os bons resultados obtidos por agricultores ecologistas
da região de Ipê, o que demonstra uma das repercussões positivas de nossa contribuição.

Recomendações de uso

Preparo:

Em um recipiente apropriado, misture com a água os ingredientes a serem pulverizados,


acrescentando a farinha por último.

Adicione a farinha aos poucos, lentamente e sob forte e constante agitação com auxílio de um
dispositivo de madeira ou taquara para que a dissolução da farinha seja completa.

Para evitar obstrução de bicos do pulverizador, é prudente coar a calda, podendo-se utilizar para
isto a própria peneira do pulverizador.

Dosagem:

Utilizam-se 200 gramas de farinha de trigo em cada 10 litros de calda.

Esta dose pode ser aumentada ou diminuída de acordo com o grau de cerosidade das folhas.

* Eng. Agr., M.Sc., Extensionista Rural do Escritório Municipal da EMATER/RS de Sobradinho e Coordenador do
Plano Piloto de Agricultura Ecológica para a Região Centro-Serra do RS. E-mail: soelclaro@viavale.com.br
Artigo

Transgênicos: é melhor prevenir do que remediar...

Machado, Auro de Quadros*

É preciso pensar que "Todos têm


direito ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado, bem de
uso comum do povo e essencial à
sadia qualidade de vida, impondo-se
ao Poder Público e à coletividade o
dever de defendê-lo e preservá-lo para
as presentes e futuras gerações". 1

Resumo: O artigo pretende trazer à tona um assunto que vem sendo discutido no mundo inteiro, tanto nos níveis acadêmicos, políticos e comerciais. O
enfoque dado é no sentido de que os governos ao mesmo tempo em que se preocupam com o problema da alimentação, levem em consideração a
proteção ao consumidor, seus direitos assegurados pelos ordenamentos jurídicos nacionais, como o direito à rotulagem, fiscalização e segurança
alimentar. Também não se pode esquecer das normas ambientais em vigor no Brasil, consideradas uma das legislações ambientais mais avançadas do
mundo. O Rio Grande do Sul tem competência para legislar e fiscalizar, inclusive os organismos geneticamente modificados, conhecidos como
transgênicos.

Palavras-chave: Planta transgênica, Legislação, Desenvolvimento Rural Sustentável, Código de Defesa do Consumidor.

1 Aspectos Legislativos

Os cultivos transgênicos são resultado das modernas técnicas de engenharia genética, que permitem que genes sejam retirados de uma espécie e
transferidos para outra. Esses genes quebram a seqüência de DNA – que contém as características básicas de um ser vivo – do organismo receptor, que
sofre uma espécie de reprogramação, tornando-se capaz de produzir novas substâncias. Esses são os chamados transgênicos ou organismos
geneticamente modificados (OGMs).

O artigo 1° da lei 8.974, de 5 de janeiro de 1995, que regulamenta os incisos II e V do § 1° do artigo 225 da Constituição Federal de 1988, reza que:

"Esta lei estabelece normas de


segurança e mecanismos de
fiscalização no uso das técnicas de
engenharia genética na construção,
cultivo, manipulação, transporte,
comercialização, consumo, liberação
e descarte de organismo
geneticamente modificado (OGM),
visando a proteger a vida e a saúde do
homem, dos animais e das plantas,
bem como o meio ambiente". ( grifo
nosso)

Ora, como pode a CTNBio, através da Instrução normativa n. 18, de 15/12/98, ter entendido que, do ponto de vista da biossegurança, não há risco
ambiental ou para a saúde humana e animal na utilização da soja transgênica?

A CTNBio não pode liberar o produto sem antes a empresa interessada apresentar EIA – Estudo de Impacto Ambiental e, consequentemente, a realização
de audiência pública.

Houve uma contradição entre a instrução normativa e o conteúdo do artigo 1° da lei 8.974.

O dossiê apresentado pela Monsanto, em juízo, é referente às informações sobre a soja cultivada nos Estados Unidos da América do Norte. Variações
climáticas brasileiras e as espécies existentes aqui, bastante diferenciadas daquelas existentes nos Estados Unidos da América do Norte, não foram
levadas em consideração pela CTNBio.

Através da lei 6.938/81, é introduzida a Política Nacional do Meio Ambiente, na qual o ambiente passa a ser protegido de maneira integral, como sistema
ecológico integrado e com autonomia valorativa.

Só com a lei 6.938/81, portanto, é que verdadeiramente tem início a proteção ambiental como tal no Brasil. Além de estabelecer princípios, entre eles o
princípio da precaução, objetivos e instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente, consagrava-se, no ordenamento jurídico nacional, o Estudo de
Impacto Ambiental, instituindo, inclusive, um regime de responsabilidade civil objetiva para o dano ambiental, sem falar que coube ao Ministério
Público, pela primeira vez, legitimação para agir na matéria ambiental. Esta legitimação foi posteriormente ampliada através da lei federal 7.347/85 – Lei
da Ação Civil Pública.

Com efeito, o artigo 225, da Constituição Federal de 1988 2 reza, in verbis:

"Todos têm direito ao meio ambiente


ecologicamente equilibrado, bem de
uso comum do povo e essencial à
sadia qualidade de vida, impondo-se
ao Poder Público e à coletividade o
dever de defendê-lo e preservá-lo para
as presentes e futuras gerações".

A Constituição Federal de 1988 veio trazer um novo status para a proteção ao meio ambiente.

Após a Constituição de 1988, o poder-dever, deferido à Administração Pública, para exercer a proteção ao meio ambiente, foi acentuadamente alargado.
Isto decorreu basicamente da constitucionalização do princípio da defesa dos direitos do consumidor, que a Carta Federal acolheu no inciso XXXII do
artigo 5º, quando anunciou que "o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor", e no inciso V do artigo 170, quando incluiu a defesa do
consumidor como um dos princípios que norteiam a nossa ordem econômica.

Conforme muito bem descreveu o juiz Antônio Souza Prudente, na sentença prolatada na ação cautelar inominada número 1998.34.00.027681-8, no
Distrito Federal "para se construir uma sociedade livre, justa e solidária, como objetiva a República Federativa do Brasil, há de se buscar uma ordem
econômica que assegure a todos uma existência digna, observando-se, dentre outros, os princípios da soberania nacional, da defesa do consumidor e do
meio ambiente".

Causa estranheza a conduta da empresa Monsanto no processo judicial referente à ação cautelar inominada 1998.34.00.027681-8 Seção judiciária do
Distrito Federal, a respeito da discussão sobre os efeitos vinculantes do princípio da precaução de não levar a lugar algum, à medida em que a
Convenção da Diversidade Biológica, que é um tratado internacional, assinado, ratificado pelo Brasil e incorporado no direito interno, expressamente
acolhe o princípio da precaução como meio de proteção da variedade biológica no planeta.

Inclusive a Monsanto alegou em juízo que o Ministério Público teve uma intromissão indevida no processo judicial. Ora, esta empresa desconhece ou
desconsidera o sistema constitucional brasileiro, artigo 129, inciso III, da Constituição Federal de 1988.

A propósito, a ilustre pesquisadora e membro integrante da CTNBio, Eliana Gouveia Fontes, defende abertamente a aplicação do princípio da precaução
em relação aos novos produtos gerados pela biotecnologia. Ela afirma, corretamente, penso, em artigo publicado no Boletim Informativo n. 01/CTNBio,
que, verbis:

"Nova tecnologia deve ser analisada


previamente, a fim de verificar se sua
aplicação poderá ter qualquer impacto
indesejável. Tomar conhecimento
prévio é apenas uma questão de bom
senso. Já aprendemos a nossa lição
no passado com o que aconteceu com
novas tecnologias e produtos,
pesticidas sendo o caso em questão."

"Os dados apresentados pela revista New Scientis mais uma vez evidenciam que as próprias empresas de biotecnologia não conhecem todos os efeitos
colaterais de sua tecnologia e estão expondo os agricultores e o meio ambiente a sérios riscos", diz Marijane Lisboa, da Campanha de Engenharia
Genética do Greenpeace Brasil.

2 Órgãos e países envolvidos

A iniciativa do Governo do Rio Grande do Sul é louvável. A polêmica envolvendo os organismos geneticamente modificados, mais conhecidos como
transgênicos, é mundial. Setores importantes da comunidade internacional têm se manifestado em defesa do governo gaúcho. O parlamento inglês, por
exemplo, aprovou uma moção de apoio à medida, enquanto o Carrefour anunciou que não venderá produtos transgênicos no Brasil. Por sua vez, o jornal
Folha de São Paulo, em editorial do dia 24 de abril passado, elogiou a destruição pelo fogo de uma plantação experimental de arroz transgênico no Rio
Grande do Sul.

A EMATER/RS - Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural, contribui no sentido de efetivamente apoiar
estratégias que levem ao desenvolvimento rural sustentável, privilegiando a participação do agricultor e a qualidade de vida e do meio ambiente, fazendo
valer para aquele que lida com a terra que os organismos geneticamente modificados apresentam riscos potenciais, tanto do ponto de vista ambiental
como econômico e social, considerando as circunstâncias.

No Reino Unido, a Associação Médica Britânica (BMA), com 115 mil sócios 3 , pediu ao governo a interrupção no plantio de alimentos transgênicos até
que novas pesquisas comprovem que eles não são prejudicais à saúde humana ou ao meio ambiente.

A Espanha, por sua vez, aplicará a moratória de fato sobre transgênicos acordada pela União Européia até que as novas autorizações cumpram os
princípios que inspiram a nova diretiva européia sobre organismos modificados geneticamente, informou o Ministério do Meio Ambiente espanhol.

Sob o título "Few Federal Checks on Genetically Altered Crops" (Pouco Controle Federal sobre as Plantações Transgênicas), o The New York Times, no
dia 2 de novembro passado, publicou um artigo que questiona a falta de regras para avaliação dos riscos para o meio ambiente de espécies transgênicas
nos Estados Unidos.

O Governo da França, por sua vez, pediu às demais nações européias a "suspensão da venda" de novas variedades de produtos trangênicos. O anúncio
foi feito no dia 23 de junho passado pela Ministra do Meio Ambiente, Dominique Voynet 4 .

A União Européia está tentando alterar a legislação que permite liberar novos produtos transgênicos, em meio à crescente preocupação dos
consumidores em relação à segurança dos alimentos derivados das sementes alteradas geneticamente. (grifo nosso)

Ora, esta breve análise foi realizada para demonstrar que o Rio Grande do Sul, assim como outras nações, está preocupado com a segurança alimentar
que envolve os organismos geneticamente modificados.

Isto comprova que os governantes estão preocupados com a segurança de seus cidadãos e, principalmente, com a soberania de seus países, que não
pode ficar a mercê de interesses privados e, especialmente, de empresas multinacionais.

Desnecessário se torna destacar as implicações econômicas e políticas da entrada no mercado de tais produtos. Para a autorização do plantio em larga
escala, todos os países exigem a análise dos riscos para o meio ambiente e para a saúde animal e humana. Além disso, o ilustre professor Nelson Nery
Júnior, na qualidade de Chefe do Departamento de Direitos Humanos, Difusos e Coletivos da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, afirma que a
conceituada entidade científica européia "Physicians and Scientists for Responsible Application of Science and Technology" – PSRAST (Médicos e
Cientistas pela aplicação responsável da ciência e da tecnologia) afirma que não há comprovação científica de que os alimentos geneticamente
modificados sejam seguros do ponto de vista da saúde humana e ambiental. 5

Alertam os cientistas para os riscos incalculáveis para o meio ambiente, os efeitos desconhecidos para a saúde humana, decorrentes do consumo de
alimentos transgênicos, além dos problemas de dependência econômica que resultarão para os agricultores. Não se encontra, ainda, unanimemente
segura a comunidade científica, sobre os efeitos dos transgênicos nos seres vivos e no meio ambiente, sugerindo evidências de que os transgênicos
causam impactos maléficos à saúde humana e ao meio ambiente (Jeremy Hifkins, economista norte-americano especialista em biotecnologia, em seu
recém-lançado livro no Brasil denominado O Século da Biotecnologia, Ed. Makron, 1999).

Outro fator que os agricultores têm que ter em mente é que é a mesma empresa – Monsanto, quem comercializa a semente de soja e o herbicida ao qual é
resistente, gerando uma dupla dependência.

3 Regime de competências

De outra banda, a questão de quem tem poder de fiscalização parece singela. A Constituição Federal vigente, em seu artigo 23, reza que "é competência
comum da União, do Distrito Federal e dos Municípios proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas". 6

Estudando-se o sistema de competências legislativas e administrativas dos entes políticos estabelecido na Constituição Federal de 1988, verifica-se que a
União, em matéria ambiental, tem competência legislativa concorrente, cabendo a ela editar normas gerais de conduta (art. 24, e § 1º, da CF/88). Os
Estados têm a chamada competência residual ou suplementar à da União (art. 24, § 2º, CF/88), enquanto os Municípios têm competência para legislar
sobre assuntos de interesse local (art. 30, I CF/88), ou supletivamente à legislação federal e estadual (art. 30, II CF/88).
O município, em matéria ambiental, exerce competência administrativa em comum com a União e o Estado e tem competência legislativa concorrente, ou
seja, suplementar. Consequentemente, suas normas devem conformar-se com as da União e do Estado, não podendo ignorá-las ou dispor contrariamente
a elas. Sua ação administrativa também não afasta a dos Estados e da União. Competência concorrente é, essencialmente, não excludente.

Antes da vigência da Constituição Federal de 1988, cabia, com exclusividade, à União legislar sobre o meio ambiente. Os Estados, de regra, agiam
somente por delegação, para tanto firmando convênios entre seus órgãos e o extinto IBDF.

A situação alterou-se com a Constituição Federal de 1988. Nela, efetivamente, repartiu-se a competência. Teve início uma nova fase de participação das
pessoas que compõem a organização político-administrativa da República.

Ensina, a respeito, Toshio Mukai que "trata-se do denominado federalismo cooperativo, onde os níveis de governo não se digladiam pelas suas
competências, mas se unem para, cada qual, dentro de suas atribuições, darem conta das necessidades dos administrados". Destarte, parece evidente
que, dentro do contexto constitucional em vigor, o Estado do Rio Grande do Sul tem competência para legislar e, logo, para fiscalizar a situação dos
transgênicos.

Nesta linha de pensamento foi o parecer número 4747, emitido pela Procuradora Márcia Bellini Freitas, da Assembléia Legislativa do Estado do Rio
Grande do Sul. Segundo a Procuradora Márcia, é "inconstestável a competência de o Estado fiscalizar, ao lado da União e dos Municípios, qualquer
produto ou atividade que possa provocar danos ao meio ambiente, enquadrando-se, aqui, os transgênicos."

4 A participação da sociedade civil e os direitos do consumidor.

É importante que a CTNBio seja constituída de modo mais democrático. Ela precisaria incorporar outros segmentos da sociedade para que tenham a
possibilidade de discutir essas alterações que estão sendo introduzidas na agricultura.

A sociedade civil deve, penso, acompanhar e participar ativamente de todo o processo, vez que estamos diante de um desafio de final de século e que a
genética será, sem dúvida, um dos marcos do próximo século.

É preciso que haja mais transparência no processo de regulamentação e autorização de experimentos, plantio ou comercialização dos produtos no país.

Outro equívoco é supor que a CTNBio teria poder discricionário para solicitar, quando bem entendesse, o EIA e que, após emitido o parecer técnico
conclusivo, aprovando o plantio e a comercialização de uma planta geneticamente modificada, os outros órgãos estariam vinculados a tal decisão.

Além do mais, não há informações claras sobre os graus de toxicidade do produto para a espécie humana – o que é exigido pelas Instruções Normativas
da própria CTNBio. Ora, o artigo 225, inciso IV diz que:

"Inciso IV – exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou


atividade potencialmente causadora de significativa degradação
do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que
se dará publicidade".

Como pode o regimento interno da CTNBio, em seu artigo 2°, inciso "XV", "exigir, se julgar necessário, estudo de impacto ambiental e relatório de
impacto no meio ambiente de projetos e aplicação que envolvam a liberação de OGM no meio ambiente..."? Como pode um regimento interno contrariar
a Lei fundamental de um país?

A implementação do princípio da precaução não tem por finalidade imobilizar as atividades humanas. Não se trata da precaução que tudo impede ou que
em tudo vê males. O princípio da precaução visa a durabilidade da sadia qualidade de vida das gerações humanas e a continuidade da natureza existente
no planeta. A precaução deve ser visualizada não só em relação às gerações presentes, como em relação ao direito ao meio ambiente das gerações
futuras, como afirma Michel Preieur, Professor na Universidade de Limoges. 7

O que preocupa é que a empresa Monsanto, em sua defesa administrativa, admitiu não ter realizado, e nem pretende realizar, em tempo algum,
apresentar EIA.

Com efeito, a Lei nº 8.078/90 exige do Poder Público o seu envolvimento direto e explícito na promoção do controle de qualidade dos produtos em geral.
Tão relevante é essa participação do Poder Público no controle de qualidade que se integra na própria Política Nacional de Relações de Consumo.

De fato, o Código de Defesa do Consumidor define, em seu artigo 4º, uma série de objetivos, entre os quais estão o atendimento das necessidades dos
consumidores, o respeito a sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria de sua qualidade de vida, bem
como a transparência e a harmonia das relações de consumo. Para alcançar a meta, que são esses objetivos, propõe o emprego de determinados meios,
que arrola como princípios, que devem ser atendidos pela Política Nacional de Relações de Consumo.

Ali o Código de Defesa do Consumidor promete, textualmente, "ação governamental no sentido de proteger efetivamente o consumidor: a) por iniciativa
direta; d) pela garantia dos produtos e serviços com padrões adequados de qualidade, segurança, durabilidade e desempenho" (Lei n.º 8.078/90, artigo 4º,
inciso II, letras a e d).(grifo nosso).

Além de exigir a presença do Poder Público, através de ações governamentais que assegurem a garantia de qualidade dos produtos, com padrões
adequados de qualidade, a mesma lei considera um direito básico do consumidor "a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e
serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade e preço" (Lei nº 8.078/90, artigo 6º, inciso III).(grifo nosso)

5 Considerações finais

Este ensaio procurou enfatizar alguns pontos relevantes acerca dos transgênicos, sobretudo a questão referente aos aspectos legais não obedecidos pela
CTNBio e os direitos do consumidor e o direito ambiental, matéria esta tão em evidencia nos dias de hoje, o que denota que o cidadão brasileiro passou
a exercer os seus direitos constitucionalmente assegurados, como por exemplo, exigir do empreendedor que queira comercializar organismos
geneticamente modificados, o prévio estudo de impacto ambiental e respectiva audiência pública.

A proteção ao meio ambiente é de relevante interesse público, e a sua supressão causa grave lesão à ordem pública, à economia pública e à saúde
pública. É importante que tenhamos normas eficientes para rotulagem, segregação, fiscalização e segurança alimentar e que o empreendedor apresente o
devido estudo de impacto ambiental, na forma da lei e da Constituição Federal vigente.

* Advogado, Integrante da Comissão de Ecologia da OAB/RS, Membro da Associação Brasileira dos Advogados Ambientalistas; Chefe da Assessoria
Jurídica da EMATER/RS, aurors@zaz.com.br

Referências Bibliográficas:

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BOLETIM INFORMATIVO n° 01/CTNBio

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WAINER, A. H. Legislação Ambiental Brasileira: subsídio para a história do direito ambiental. Rio de Janeiro: Forense, 1991.

NOTAS:

1 Artigo 225, caput, da Constituição Federal de 1988, ed.Saraiva, 1999

2 Constituição Federal de 1988, artigo 225 caput, Ed. Saraiva, 1999.

3 Transgênicos. Sementes do desastre. http:// www.bancnet.com.br/prosa16/trans1.htm

4 França intensifica cerco a transgênicos. http://sbpcnet.org.br/forum8/doc42.htm

5 fl. 46 da sentença proferida na ação cautelar inominada 1998.34.00.027681-8, do Distrito Federal.

6 Artigo 23, inciso VI, da Constituição Federal de 1988, Editora Saraiva, 1999.

7 Sentença prolatada pelo juiz Antonio Souza Prudente na ação cautelar inominada 1998.34.00.027681-8, Distrito Federal, p. 31.
Tópico Especial

"América Latina" como unidad ilusoria del discurso de la economía del desarrollo*

Mauro Márcio Oliveira**

Recorrido Histórico

Hace mucho tiempo, y sin que las eventuales restricciones hayan sido consideradas, ha sido usual tomar
grandes porciones territoriales – "Primer Mundo", "Tercer Mundo", "Países Desarrollados" "Países
Subdesarrollados", "Norte" y "Sur" – para tratar y para confrontar problemas de distintas naturalezas en el ámbito
del desarrollo de las sociedades. Aunque las dimensiones territoriales no sean las mismas, lo mismo se pasa
con el uso de "América Latina" como categoría del discurso académico.

Es probable que la generalización de tal procedimiento a lo largo del tiempo atienda a la comodidad de
disponerse y de manejarse categorías amplias, proporcionadas por los grandes números lo que, además,
concurre para la concisión del discurso académico, por cierto una de las fuentes de su elegancia, cuando la
tiene. El resultado de tal procedimiento es la convivencia forzosa de la diversidad bajo reducidas categorías de
clasificación de datos, situaciones y circunstancias.

El planteamiento que se sigue no objetiva identificarse los responsables o echarlas reproches a cualquier de las
partes involucradas, esté en las academias, en los parlamentos o en los gobiernos, mismo porque la
responsabilidad primera siempre fue y sigue siendo de los propios latinoamericanos, especialmente por lo que
les toca la endogenía del proceso de desarrollo.

En nombre de la aclaración de tal estado se quita una de sus causas probables, cual sean los valores que
impregnan el discurso desde el mundo desarrollado. Es bien verdad que la corrección y escrúpulos de
planteamientos técnicos y científicos no se encuentran inmunes a la influencia de valores y creencias que no
habitan el terreno de la racionalidad (en nosotros hay mucho de los animal spirits keynesiano). Fuera ese el
ámbito de la manifestación del problema, lo mismo estaría bien delimitado y susceptible de tratamiento que le
correspondiera. Ocurre que el uso de categorías amplias como "América Latina" está generalizado y aceptado en
esta parte del mundo.

A uno puede parecerle tentador defender que tal deformidad presente distintos grados, de forma que pueda
delimitarse sus problemas y correspondientemente presentarse recomendaciones por separado. Así, un primer
intento sería considerarse, separadamente, el "síndrome de agregación" –en términos meramente estadísticos–,
y enseguida, los efectos en la construcción de "relatos razonados"1.

Cuando el manoseo de datos cumple función meramente agregativa la gravedad relativa a la "unidad" de
América Latina queda casi despreciable. Pero, como se sabe, a los datos no se les dan solamente eso uso, lo
de la agregación. Los datos son una de las fuentes más ricas para la creación e interpretación, especialmente
para formulación de teorías y esquemas explicativos como suele ser en Economía. Además, es ampliamente
sabido que la metodología de la ciencia no abriga la concepción de que haya "datos brutos", exentos de teoría.

Pero, si hay gravedad distinguible esa quedaría subrayada en los casos en que se discuten y se sugieren
proposiciones normativas para "América Latina" como un todo, vale decir, políticas públicas, acciones
coordinadas y demás aspectos que puedan ser considerados. Así es porque el normativo y más que el
normativo, la acción concertada supone –en términos concretos– la existencia de vínculos, acuerdos,
estructuras y otros órdenes de institucionalidad (a los que se enganche) los cuales, todavía no se encuentran ni
implantados ni en funcionamiento. Si estuvieran, habría correspondencia entre el planteamiento (general y
unitario) y la realidad, aunque no completa, integral o deseable. No es por otra razón que particularmente la
categoría "América Latina", cuando suele ser empleada como "unidad del discurso" suena artificial o impropia.

En términos institucionales los de las organizaciones concertadas y volcadas para objetivos y estrategias
amplias, ¿Cuál es el patrimonio de "América Latina" a lo largo de ese siglo? En primer lugar, la historia impuso la
figura retórica de los países de América Latina de espaldas unos para otros. Solamente a partir unas décadas,
tal aislamiento interno ha recibido tratamiento político, económico y diplomático. En segundo lugar, los foros
comunes se resumirían a CEPAL (+ ILPES), BID y OEA (+ IICA). Un mínimo de exención llevaría uno a excluir
de pronto BID y OEA de las instituciones que congregaron intereses legítimos de América Latina por su estricta
subordinación a los intereses de Washington. Restaría CEPAL, con su espectacular contribución en estudios,
propuestas, formación de personal calificado pero con sin destinación institucional para la acción directa y
concertada hacia las transformaciones en América Latina.. Los que se la siguieran como Pacto Andino, ALALC,
ALADI, CARICOM proporcionaron parcos resultados en términos globales para la "América Latina". La "tercera
generación" está tan solo iniciando su hornada: TLC –que no es de América Latina– y MERCOSUR.

Planteamiento Teórico

Desde ya, el planteamiento aquí sostenido deriva de la concepción del "todo" o de la "totalidad" reivindicada por
Aristóteles. Según el Autor, todo sería en primer lugar aquello en lo cual no falta ninguna de sus partes
constitutivas y, en segundo lo que contiene sus partes componentes de manera que formen una unidad. Tal
concepto contrasta con compositum, cual sea la simple adición de partes en un mero agregado. La propugnada
"unidad" no sería por lo tanto una mera suma ni una yuxtaposición, sino un cuerpo que presentara "cualidades de
forma" y "perfiles estructurales", el sentido de integrar elementos y incorporar relaciones 2.

Tal vez uno pueda argumentar sobre la base de la "unidad" latinoamericana por su patrimonio cultural común. Y
solo. Nada más. Y con la consecuencia que si tal característica no se convierte en agenda política, diplomática,
económica y social lo posible queda en estado potencial sin despertar las relaciones que confieren organicidad al
conjunto.

Aún así, como parte de una herencia que se proyecta desde el pasado, los técnicos y científicos persisten en la
senda de los estudios sobre "América Latina", sin darse cuenta del sesgo que implica tomar el continente como
unidad del discurso. Resulta curiosa la pretensión –aunque ni siempre reivindicada– del discurso imponerse al
lector por el rigor de su la técnica y lenguaje, lo que denotaría una cierta "cientificidad"... pero de todo descolada
del mundo real.

La pretensión de una teoría de carácter global o amplio, como un día fue el caso del Estructuralismo y más tarde
de la Teoría de la Dependencia indican que habría razones teóricas para persistir en busca de unidades
necesariamente complejas del mundo real como sería el caso de América Latina. Recientemente, se ha
propuesto el Neoestructuralismo, explotando la misma senda. BUSTELO (1999:23) 3 adoptando otro punto de
vista es de opinión que "ya no es posible contar con una teoría general del subdesarrollo". Aunque los problemas
planteados en este texto y en BUSTELO no sean los mismos, no dejan de presentar aspectos comunes. Pero
no es que no haya más condición de una teoría general del subdesarrollo. No más habría si no más hubiese el
problema del subdesarrollo. En tanto persista, queda abierta la posibilidad de una teoría general del subdesarrollo
4. El problema planteado es menos por el lado de la teoría y más por el lado del objeto. No se entiende correcta
una teoría para América Latina, sea el continente o algo aproximado al continente latinoamericano. O bien las
teorías son generales y comprensivas en grado suficiente que explique la diversidad o bien son parciales y por lo
tanto restringidas a situaciones determinadas. Y, evidentemente, tales partes restringidas no necesitan coincidir
con porciones geográficas determinadas del mundo subdesarrollado. Así no hay porque erigir América Latina a la
condición de unidad de un discurso teórico.

Evidencias Técnicas y Políticas

Algunos textos recientes publicados o no por la CEPAL, pero que tratan de América Latina, sirven para ilustrar el
planteamiento hasta ahora expresado.

ROSALES (1990) se propone a aplicar una teoría general, la de la productividad y de la competitividad, a la


inserción de América Latina en la economía mundial 5. Pero su texto pierde la fecundidad potencial al no lograr
la integración entre una teoría de carácter general y las condiciones concretas –históricas e institucionales– de
América Latina. Aunque que lograra tal intento los resultados serían criticables si no fueran aplicables a países
concretamente elegibles. Desde el punto de vista de la aplicabilidad de las teorías generales, entes reales
intermediarios no parecen cumplir funciones significativas. Así, la teoría de productividad y competitividad una
vez aplicable a país X o Y no se vería más o menos adecuada o indicada sometiéndose a la instancia "América
Latina". Por lo tanto, los puntos débiles de la propuesta del Autor son dos: 1) no asocia al carácter genérico de la
teoría las condiciones concretas del objeto; y 2) aplica la teoría a la instancia intermediaria y no a la instancia
decisiva.
Una de las consecuencias de mantenerse "América Latina" como unidad del discurso implica en transformarla en
unidad amorfa cuando del discurso erige evaluación o juicio. HORISAKA (1994) 6 al tratar de las características
estructurales de las relaciones entre Japón y América Latina, dijo:

"Las relaciones entre Japón y América Latina han sido predominantemente


económicas y en gran medida unilaterales. Japón ha desempeñado el papel activo,
en tanto que las naciones latinoamericanas han permanecido más bien pasivas.
Japón envió a millares de personas a América Latina como emigrantes. Quienes
iniciaron y expandieron el comercio entre los dos socios eran principalmente
empresarios japoneses. Las compañías japonesas, (...) buscaron en América Latina
mercados para sus exportaciones y oportunidades de inversión... A consecuencia del
carácter unilateral, las relaciones se estancaron cuando Japón perdió su interés por
América Latina." (73-74)

El discurso es por lo menos contradictorio. Al tiempo en que considera Japón y América Latina como socios,
atribuye "actividad" a uno y "pasividad" a otro, como si una "sociedad" pudiera ser movida en esos términos.
Pero eso no es el punto fundamental. Lo que interesa es que toma inmigración como indicadora de "pasividad".
Tal caracterización no cumple ninguna función informativa o conceptual. Cumple tan solamente un papel
ideológico. Al revés de que postula el Autor, Brasil puede ser considerado un ejemplo de "política activa" de
emigración al fomentar el ingreso de extranjeros al final del periodo de esclavitud para recomponer su mercado
de trabajo en nuevas bases. Si la inmigración fuera indicadora de "pasividad", entonces serían "pasivos"
prácticamente todos los países nuevos y grandes como los son los Estados Unidos, Australia, Nova Zelanda,
por su histórico grado de apertura a las inmigraciones, incluso en el presente siglo. En el ámbito estricto de la
relación Brasil y Japón, el propio Japón sería "pasivo", ya que abriga en torno a 200.000 brasileños (dekaseguis).

Sobre el hecho de que los empresarios japoneses hayan detenido la iniciativa del comercio y el posterior
estancamiento de las relaciones por pérdida de interés de Japón en América Latina, hay que considerarse que
las primeras iniciativas industriales de los empresarios japoneses se inscriben en el marco del proceso de
substitución de importaciones, típica iniciativa latinoamericana en general y brasileña en particular. En ese
contexto, la participación de Japón fue valiosa, pero no fundacional, sino instrumental. El citado caso de la
siderurgia japonesa en Brasil (USIMINAS) es el ejemplo típico de iniciativa recíproca. Por otro lado, al desinterés
japonés no le corresponde necesariamente falta de iniciativa latinoamericana. Hay ocasiones en que la retirada
de un "socio" corresponde a la entrada de otro. En la base de los juicios está América Latina como unidad lo que
verdaderamente no es 7.

Otro ejemplo de cómo la "unidad" de "América Latina" conlleva juicios despreciativos está en los tres modelos
analizados por STALLINGS & SZÉKELY (1994) 8. En todos ellos "América Latina" es pasiva. La "pasividad" en
este caso como en todos los demás en que se patenta, proviene de la asimetría aberrante utilizada por sus
proponentes. En eso caso, la interacción bajo análisis ocurre entre Japón (un país singular), Estados Unidos (un
país singular) y "América Latina" (¡Un continente con 33 países!) 9 ¿Cómo sería si reemplazáramos Japón por
Asia y Estados Unidos por América del Norte, para colocar los socios en pie de igualdad geográfica o territorial?
Si así no se hace por improcedente, la extravagancia de la situación imaginada se presta para alumbrar el lado
absurdo y abstruso de la propuesta original. Y ahí reside gran parte del problema, ya que corresponde a tomar el
absurdo y abstruso como se fuera normal 10.

Hay que se esclarecer que el planteamiento no es sobre la imposibilidad o indeseabilidad de la constitución de


amplias unidades de discurso. Por lo contrario, es ampliamente posible y deseable la reunión de la diversidad
bajo una unidad, como es el caso de la Unión Europea (UE), MERCOSUR, TLC, ASEAN y tantos otros.
Respecto a eso, tal unidad no puede erigirse solamente sobre una referencia geográfica, necesaria pero no
suficiente. Para que tal unidad cumpla su papel con eficacia es fundamental que, además de una base
geográfica consistente, esté suficientemente apoyada en una referencia institucional estructurada como son los
Acuerdos y otros tipos de organización de carácter político, diplomático, social y económico. Desde este punto
de vista, la unidad "América Latina" debería ser reemplazada por unidades articuladas (a ejemplo de
MERCOSUR o TLC) y ser utilizada estrictamente en los marcos que le constituyen, vale decir, si está
constituida como unión aduanera, ser utilizada como tal y no para una acción que desborde tal marco. Para el
cambio de "pasivo" a "activo", además de una base geográfica, se debe tomar en cuenta las organizaciones que
congregan capacidades de negociación en nombre del colectivo representado.
Para una reflexión comparada, la expansión de la UE hacia 28 países revela el eventual problema de la
diversidad no articulada o sea que diluya con su propia ampliación. Para mantener la fundamental coordinación
del proceso se sugiere "varias Europas", una "Europa de dos velocidades" y "países (que) avancen más rápido
que otros". En todas las propuestas a cada una Europa se asociaría un conjunto de funciones 11. Esta sería una
posibilidad remota para América Latina pues supone una ancla de experiencia pasada además de unos pocos
países polarizadores de la propuesta. Sin tal graduación y vertebración, un conjunto de países yuxtapuestos
siempre será pasivo y amorfo.

Madrid, 15-1-00

* Reflexiones a la margen de la asignatura "América Latina: la Inserción Externa y los Procesos de Integración
Económica Regional", impartida por Profesor José Déniz Espinós. El autor agradece a Andréia Ingrid Michele do
Nascimento por la revisión del texto y por sus sugerencias.

** Alumno de Doctorado de Economía Internacional y Desarrollo, de la Universidad Complutense de Madrid.

NOTAS:

1 Expresión utilizada por Profesor Antonio Ramos Barrado, de la UCM.

2 Véase FERRATER MORA, José. Diccionario de filosofía. Madrid, Alianza Editorial, 1988. 4 v. (vocablos
"todo", "totalización", "uno", "unidad" y "número").

3 BUSTELO, Pablo. Teorías Contemporáneas del Desarrollo Económico. Madrid, Síntesis, 1999.

4 Habría que firmarse, ante todo, por una "teoría general del desarrollo" y no por una "teoría general del
subdesarrollo". Además, al carácter general pretendido, debería incorporarse elementos de abstracción más
altos, relativamente lejos de los hechos históricos y singulares de las sociedades que la inspiran. A estos
elementos de abstracción se asociarían aspectos teóricos específicos de distintas temáticas, volcados para sus
correspondencias en el campo real. Por fin, los bloques teóricos específicos estarían coordinados a los
elementos abstractos que no aplicarían de forma aislada, pero combinada con estos últimos.

5 ROSALES, Osvaldo (1990). Competitividad, productividad e inserción externa de América Latina. Comercio
Exterior, 8, agosto, México, pp. 711-723

6 HORISAKA, K. (1994). Las relaciones económicas de Japón con América Latina, en B. STALLINGS y G.
SZÉKELY (comp.)(1994). "Japón, los Estados Unidos y la América Latina. ¿Hacia una relación trilateral en el
hemisferio occidental?". FCE, México, pp. 61-87.

7 Regístrese dos errores materiales del autor a propósito de Brasil: 1) Tubarao Steel está ubicada en sudeste y
no en nordeste (p. 70); 2) El ecosistema "Cerrados" é un tipo de sabana y no de semiárido (p. 78).

8 STALLINGS, B. Y SZÉKELY, G. (1994). La nueva trilateralidad: los EE.UU., Japón y América Latina, en B.
STALLINGS y G. SZÉKELY (comp.)(1994). "Japón, los Estados Unidos y la América Latina. ¿Hacia una relación
trilateral en el hemisferio occidental?". FCE, México, pp. 15-57.

9 Se llama la atención para el hecho de que la propuesta de trilateralidad de los autores al reemplazar América
Latina por países o por acuerdos (TLC y MERCOSUR) coincide con los puntos de vista aquí expuestos.

10 A creer en la validez de las propuestas analizadas, en una trilateralidad ficticia entre Japón, Estados Unidos y
Continente Europeo, la posibilidad de este último participar como miembro "pasivo" y "desarticulado" sería alta
por supuesto.

11 Véase "DELORS condena la gran ampliación de la UE como una huida hacia delante". EL PAÍS, Madrid, 19
enero 2000; "La Comisión abre la puerta a una Europa de dos velocidades". EL PAÍS, Madrid, 27 enero 2000 y
"La ampliación al Este puede alejar más a Europa de EEUU, según un experto". EL PAÍS, Madrid, 4 febrero
2000.
Dica Agroecológica

Tratamento Hidrotérmico de Sementes de Hortaliças

No manejo ecológico de doenças, usam-se diversas práticas que permitam às plantas risistir aos agentes
causadores de doenças. As sementes podem ser eficientes veículos de disseminadores desses agentes, que
nelas encontram um meio seguro de sobrevivência entre o período de colheita e a semeadura. Uma das formas
de tratar as sementes, sem lançar mão de produtos tóxicos é através da hidrotermoterapia ou tratamento
hidrotérmico.

O que é tratamento hidrotérmico?

É o uso de água quente para eliminar eliminar microorganismos maléficos das sementes. É um componente
importante que pode ser usado no controle ecológico de doenças, causadas por fungos ou bactérias, e
transmissíveis através da sementes, tais como mancha bacteriana (Xantomonas vessicatoria) no pimentão,
pinta preta (Alternaria solani) no tomate e podridão negra (Xantomonas campestris) na couve ou no repolho.

Condições para se fazer o tratamento hidrotérmico.

As sementes devem ser:

Novas

Secas

Vigorosas

Intactas

Não peletizadas

Com bom poder germinativo

Material necessário para fazer o tratamento:

Garrafa térmica – capacidade 1 litro

Pedrinha (peso)

Termômetro graduado até 100 º C

Pano tipo tule

Água quente

Sementes de hortaliças

Passos para fazer o tratamento hidrotérmico:

colocar as sementes, com uma pedrinha (para afundar), em um pano ralo para fazer uma boneca
bem frouxa, e que possa passar pela boca de uma garrafa térmica comum;

Aquecer a água em chaleira até 60º C;

Despejar a água quente em uma garrafa térmica de 1 litro, preenchendo ¾ de seu volume total;

Deixar a garrafa térmica aberta. Acompanhar a diminuição da temperatura da água até 1ºC acima
da temperatura recomendada para a semente a ser tratada;

Passar a boneca de pano com a pedrinha e as sementes rapidamente em álcool;

Mergulhar a boneca dentro da garrafa térmica e fechá-la;

Aguardar o tempo recomendado para o tipo de semente que está sendo tratada;
g p p p q
Durante este tempo, movimentar de vez em quando a garrafa;

Passado o tempo recomendado, abrir a garrafa, retirar a boneca e esfriar as sementes em água em
temperatura ambiente;

Espalhar as sementes sobre jornal, à sombra, para enxugá-las;

Semear após o enxugamento.

Hidrotermoterapia para diversas espécies de hortaliças:

Espécie Temperatura da água (ºC) Tempo (minutos)

Couve-de-bruxelas 50 25

Espinafre 50 25

Pimentão 50 25

Repolho 50 25

Tomate 50 25

Brócoli 50 20

Cenoura 50 20

Copuve-Flor 50 20

Couve-galega 50 20

Nabo 50 20

Pepino 50 20

Rábano 50 20

Repolho chinês 50 20

Mostarda 50 15

Rabanete 50 15

Alface 45 30

Salsão 45 30

Fonte: EPAGRI/Estação Experimental de Itajaí


Eco Links

Contribuição para os Eco - feministas - links

· http://ekeko.rcp.net.pe/FLORA/index.htm

Este é o site da ONG Flora Tristán, do Perú, que trabalha mulheres rurais e projetos de desenvolvimento.
Neste endereço se pode saber mais sobre campanhas, publicações, artigos, enfocando mulheres rurais da
América Latina. Em particular, a revista "Chacarera", dedicada ao tema da organização das mulheres rurais

· http://www.tcd.ufl.edu/merge/casePort.html

Neste endereço se pode baixar artigos em português do Programa "Manejo de Ecossistemas e Recursos com
Ênfase em Gênero", da Universidade da Florida em conjunto com o Pesacre – Grupo de Pesquisa e Extensão
em Sistemas Agroflorestais do Acre. Os textos apresentam casos concretos de pesquisa aplicada, em que o
enfoque de gênero vem sendo utilizado para a conservação de recursos naturais através de metodologias
participativas.

· http://www.agruco.org/

Página Web do Programa de Agroecologia da Universidade de Cochabamba. Disponibiliza informações gerais


de atividades e projetos desenvolvidos, nos âmbitos da pesquisa, formação e interação social. Tem
informações gerais de temas como ecologia, agroecologia, saber local, biodiversidade, economia camponesa,
agrofloresta, conservação de solos entre outros.

Idioma: espanhol

· http://www.abd.com.br/

Este é o endereço da Associação Brasileira de Agricultura Biodinâmica. Entidade que desenvolve trabalhos de
promoção da agricultura ecológica e certificação de produtos orgânicos. Este endereço fornece informações
sobre publicações, pesquisas e demais atividades desenvolvidas pela ABD.

Idioma: português

· http://www.ambiental.net/claes/redlaces/index.html

Red Latinoamericana y Caribeña de Ecologia Social. Esta Rede iniciada em 1989, congrega diversas
instituições e pessoas interessadas em ecologia social e humana. O ingresso na Rede permite participar de
discussões eletrônicas, receber textos e um boletim de informações , sendo esta participação gratuita.

Idioma: espanhol

· http://www.geocities.com/rap_al/

A página da Red de Acción en Plaguicidas y sus Alternativas para América Latina foi fundada em 1983 e
reúne organizações, instituições e indivíduos que se opõe ao uso indiscriminado de agrotóxicos, fomentando
alternativas viáveis de agricultura sustentável e propondo propostas de redução do uso de agroquímicos.
Promove diversas atividades dentro deste enfoque, além de discussões eletrônicas e o Boletim Enlace.

Idioma: espanhol
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