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Universidade Federal do Ceará

Centro de Tecnologia
Curso de Engenharia Química

Ensaios Mecânicos
Relatório de aula prática

Aluno: Francisco Therry Rodrigues Ribeiro


Matricula: 385761
Professor: Sebastião Mardônio Pereira de Lucena

Fortaleza - CE
08 de junho de 2018
Sumário

INTRODUÇÃO ...........................................................................................................3

2 TESTES DE TRAÇÃO ............................................................................................3

2.1 Descrição geral de uma máquina de tração .........................................................4

2.2 Peças de teste de tração .......................................................................................4

2.3 Medições de deslocamento ..................................................................................5

3 DIAGRAMA TENSÃO DEFORMAÇÃO .............................................................5

3.1 Deformação elástica ............................................................................................6

3.2 Limite de proporcionalidade ................................................................................6

3.3 Estricção ..............................................................................................................7

4 PARTE A - ENSAIO MECÂNICO METAL .........................................................8

5 PARTE B - ENSAIO MECÂNICO MATERIAIS CERÂMICOS.......................9

6 CONCLUSÃO.........................................................................................................11

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Ensaios Mecânicos

1. Introdução

Ensaios mecânicos são realizados para determinar várias propriedades


mecânicas de materiais, tais como tração, resistência, dureza, ductilidade, tenacidade e
fragilidade. Existem vários tipos de testes para determinar várias propriedades
mecânicas e físicas do material. Os resultados de precisão desses testes são utilizados
para determinar a adequação dos materiais para a aplicação em campo. Durante a
fabricação e montagem de produtos, há uma ampla gama de testes e inspeções
realizadas para garantir que os materiais e itens atendam às suas especificações ou
sejam adequados para o propósito desejado.
A propriedade de enfoque no presente relatório é a tração imposta aos
materiais. Analisando testes de tração, descrições gerais de equipamentos utilizados,
diagrama-tensão deformação, limite de resistência, estricção e medições realizadas para
o cálculo da deformação sofrida pelo corpo de prova. Outras características desse tipo
de teste também serão abordadas a fim de caracterizar não apenas o teste de tração,
mas como relacioná-lo ao estudo dos ensaios mecânicos realizados em laboratórios
destinados a essa função.

Figura 1. Máquina de testes

2. Testes de tração

O teste de tração é um dos testes mais utilizados para a caracterização mecânica


de materiais. Sendo puramente uniaxial, pelo menos enquanto não houver estricção
(diminuição catastrófica da seção transversal da amostra no centro da mesma), torna-
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se possível livrar-se dos métodos de cálculo inversos para conduzir diretamente a uma
lei de comportamento uniaxial. Isso permite determinar muitas quantidades
normalizadas, como a tensão de ruptura, a tensão máxima, a força de escoamento e
assim por diante, necessárias em cálculos estruturais.
A fim de caracterizar o conhecimento de testes mecânicos exemplificados
durante a visita ao laboratório, segue-se uma descrição geral de uma máquina de tração,
em seguida, elementos relativos às amostras, a deformação e medições de carga
aplicada.

2.1. Descrição geral de uma máquina de tração

Uma máquina de tração consiste de uma estrutura que transporta uma cruzeta
móvel. A peça de ensaio de tração, aparafusada ou presa entre as garras, de acordo com
a sua geometria, é fixada na sua parte inferior na base da máquina e na sua parte
superior na travessa móvel (no caso de uma máquina mecânica) ou cilindro de tração
(no caso de uma máquina hidráulica). Mover a cabeça cruzada para cima alcança a
tração. Uma máquina de tração possui uma célula de carga, o que possibilita medir a
força aplicada à amostra e o deslocamento da amostra pode ser monitorado de várias
maneiras. Os dispositivos experimentais são geralmente dependentes e podem ser
controlados em velocidade de rampa, carga constante, velocidade constante de
deformação. De acordo com o que pode ser proposto pelo sistema de direção.

2.2. Peças de teste de tração

As peças de teste de tração adotam duas geometrias: cilíndricas ou planas. A seção


deve ser constante em um comprimento suficiente para obter um estado de tensão
homogênea durante o teste. Em ambas as extremidades são cabeças de ancoragem
usinadas com raios de curvatura grandes o suficiente para evitar concentrações
excessivas de tensão. No caso de amostras planas, a centralização da amostra pode se
tornar problemática se furos calibrados não forem perfurados nas cabeças.
As extremidades da amostra são alargada, com um pequeno espaçamento, a fim de
ter a certeza de que a deformação plástica e a ruptura terão lugar na parte central do

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teste. As dimensões da amostra são padronizadas, o que não impede o uso de outras
formas de teste.
Amostras cilíndricas são geralmente obtidas por meio de torneamento. As peças de
teste planas podem ser obtidas serrando uma folha e depois moendo . As peças de teste
são frequentemente retiradas de uma sala real ou de um espaço em branco (lingote,
folha, perfil). Neste caso, o local onde a amostra é retirada e a direção da amostragem
têm uma importância: o material é frequentemente heterogêneo e anisotrópico . Isso
coloca o problema da representatividade do teste ( amostragem ).
No entanto, o teste só faz sentido se o próprio espécime é homogêneo, sendo
geralmente garantido pelo seu tamanho pequeno em comparação com as variações de
propriedades do material. Além disso, para a análise do resultado, geralmente é
considerado isotrópico.

2.3. Medição do deslocamento

A medição do deslocamento pode ser feita de duas maneiras: medindo o


deslocamento da peça transversal ou colocando um dispositivo de medição na seção útil
da peça de teste. As medições podem atingir uma precisão de cerca de 1 a 0,1 μm com
os dispositivos mais sensíveis, excluindo as medições de campo.

3. Diagrama tensão-deformação

O diagrama tensão-deformação varia muito de material para material,e, para um


mesmo material, podem ocorrer resultados diferentes em vários ensaios, dependendo da
temperatura do corpo de prova ou da velocidade de crescimento da carga. Entre os
diagramas tensão-deformação de vários grupos de materiais é possivel, no entanto,
distinguir algumas características comuns; elas nos levam a dividir os materiais em duas
importantes categorias, que são os materiais dúteis e os materiais frágeis.
Os materiais dúteis, que compreendem o aço estrutural e outros metais, se
caracterizam por apresentarem escomaneto a temperaturas normais. O copor de prova é
submetido a carregamento crescente, e seu comprimento aumenta, de início, lentamente,
sempre proporcional ao carregamento. Desse modo, a parte inicial do diagrama tensão-
deformação é uma linha reta com grande coeficiente angular.

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Já os materiais frágeis, como ferro fundido, vidro e pedra, são caracterizados por
uma ruptura que ocorre sem nenhuma mudança sensível no modo de deformação do
material. Então, para os materiais frágeis não existe diferença entre tensão última e tensão
de ruptura. Além disso, a deformação até a ruptura é muito menor nos materiais frágeis
do que nos materiais dúteis.

Figura 2. Gráfico tensão deformação

3.1. Deformação elástica

Para a maioria dos metais que são solicitados em tração e com níveis de tensão
relativamente baixos, a tensão e a deformação são proporcionais de acordo com a relação
abaixo.

σ = Eε

Esta é a conhecida lei de Hooke uniaxial e a constante de proporcionalidade “E”


é o módulo de elasticidade, ou módulo de Young. As deformações elásticas não são
permanentes, ou seja, quando a carga é removida, o corpo retorna ao seu formato original.
No entanto, a curva tensão-deformação não é sempre linear, como por exemplo, no ferro
fundido cinzento, concreto e polímeros.

3.2. Limite de proporcionalidade

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A lei de Hooke só vale até um determinado valor de tensão, denominado limite de
proporcionalidade, a partir do qual a deformação deixa de ser proporcional a carga
aplicada. Muitas vezes, considera-se que o limite de proporcionalidade coincide com o
limite de elasticidade.

3.3. Estricção

É a redução percentual da área da seção transversal do corpo de prova na região


onde vai se localizar a ruptura. A estricção determina a ductilidade do material. Quanto
maior for a porcentagem de estricção, mais dúctil será o material.

Figura 3. Visualização da estricção em um corpo de prova

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4. Parte A - Ensaio mecânico - Materiais Metálicos

A partir da curva de tensão deformação para o cobre feito no Laboratório de Metalurgia


e Materiais determine:
a) A resistência mecânica (𝜎) definida como a resistência máxima suportada pelo material
com base nas suas dimensões originais. Compare com valores tabelados.
Segundo o gráfico, a tensão 𝝈 máxima suportada pelo corpo de prova é de 250MPa.

b) A força máxima em Newtons suportada pelo material se o diâmetro do vergalhão fosse


de 9 mm.
A tensão máxima suportada pelo cobre é de 250Mpa, então se utiliza a equação:
𝑭 𝝅𝑫𝟐
𝝈 = 𝑨 ; 𝑭 = 𝝈𝑨, onde a área é fornecida por 𝑨 = . Assim, tem-se que
𝟒

𝟐𝟓𝟎 × 𝝅 × (𝟎, 𝟎𝟎𝟗)𝟐


𝑭= = 𝟏𝟓, 𝟗𝟎 𝑲𝑵
𝟒
c) O módulo de elasticidade do material. Compare com os valores tabelados.
𝝈 𝟏𝟓𝟎.𝟏𝟎𝟔
Sabendo que 𝑬 = 𝜺, tem-se que 𝑬 = 𝟎,𝟓 = 𝟑𝟎𝑮𝑷𝒂
𝟏𝟎𝟎

d) A tensão de ruptura.
A tensão de ruptura é o último valor mostrado no gráfico de tensão deformação,
logo é aproximadamente 147Mpa.
e) A resistência do escoamento (𝜎𝑦 ).

Segue-se o traçado da linha reta paralela a curva de subida no gráfico, logo temos
que a resistência é aproximadamente:
𝝈𝒚 = 𝟏𝟔𝟎𝑴𝑷𝒂

f) Se um cabo de 4m do material fosse submetido à tensão 𝜎 (resistência mecânica), qual


seria seu novo comprimento.

𝒍−𝒍𝒐 𝟏𝟓𝟎.𝟏𝟎𝟔
Sabendo que 𝜺 = , onde 𝜺 = .
𝒍𝒐 𝟑𝟎.𝟏𝟎𝟗

𝒍−𝟒
𝟓. 𝟏𝟎−𝟑 = , 𝒂𝒔𝒔𝒊𝒎 𝒍 = 𝟒, 𝟎𝟎𝟒 𝒎
𝟒

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5. Parte B - Ensaio mecânico - Materiais Cerâmicos

Observe nas planilhas anexas os valores de carga para os corpos de prova cerâmicos,
feitos de amostra de argilas desconhecidas, ensaiado a cru e após queima em duas
temperaturas (900 e 1100ºC).
a) Determine os respectivos módulos de ruptura em kgf/cm² (equação abaixo).
𝟑𝑭𝑳 𝑽𝑳 𝒙 𝑭𝑻
𝐌ó𝐝𝐮𝐥𝐨 𝐝𝐞 𝐑𝐮𝐩𝐭𝐮𝐫𝐚 = =
𝟐𝒃𝒅² 𝑳 𝒙 𝑬²

Cru
Ensaios L E VL X FT Módulo de Ruptura
I 2,18 1,09 62 23,93768788
II 2,18 1 80 36,69724771
III 2,17 0,99 60 28,21117191
IV 2,18 0,98 48 22,92622722
V 0 0 0
Média Módulo de Ruptura = 26,07
900 ° C
Ensaios L E VL X FT Módulo de Ruptura
I 2,11 0,97 228 114,844162
II 2,13 0,77 234 185,2912041
III 2,15 0,82 246 170,1644923
IV 2,16 0,96 210 105,4928627
V 2,15 0,95 294 151,5171037
Média Módulo de Ruptura = 151,52
1100 ° C
Ensaios L E VL X FT Módulo de Ruptura
I 2,04 0,92 447 258,8819082
II 2,04 0,95 432 234,6423334
III 2,05 0,91 441 259,7777457
IV 2,03 0,91 402 239,1372499
V 2,06 0,97 402 207,4031577
Média Módulo de Ruptura = 239,14

b) Compare com valores tabelados para materiais de cerâmica vermelha.


O material estudado na tabela anterior mostra que ele apresenta uma maior
resistência que a cerâmica vermelha tanto crua quanto após a queima.

c) Sugira quais produtos de cerâmica vermelha podem ser elaborados com a argila testada,
baseado nos parâmetros da tabela abaixo:
Uma vez que o módulo de ruptura é maior do que os da cerâmica vermelha em todas
as situações propostas, a argila testada pode ser utilizada em qualquer material.

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VALORES LIMITES RECOMENDADOS
(Ensaio Padronizado) – Persio de Souza Santos – USP/IPT

TIJOLO TIJOLO
TELHA LADRILHO
ALVENARIA FURADO
MOR CRU
15 25 30 xxx
(mínimo) kgf/cm²
MOR após
QUEIMA 20 55 65 xxx
(mínimo) kgf/cm²
*MOR – Módulo de ruptura

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6. Conclusão
Cada material possui características próprias como dureza, fragilidade,
resistência, impermeabilidade e tensão. As propriedades mecânicas aparecem quando o
material está sujeito a esforços de natureza mecânica. Isso quer dizer que essas
propriedades determinam a maior ou menor capacidade que o material tem para transmitir
ou resistir aos esforços que lhe são aplicados. Essa capacidade é necessária não só durante
o processo de fabricação, mas também durante sua utilização.
Do ponto de vista da indústria mecânica, esse conjunto de propriedades é
considerado o mais importante para a escolha de uma matéria-prima. Assim como feito
na parte B da atividade proposta, em que o módulo de ruptura de uma argila foi
comparado com o de outro material, a cerâmica vermelha.
As propriedades mecânicas dos materiais são verificadas pela execução de ensaios
cuidadosamente programados, que reproduzem o mais fielmente possível as condições de
serviço. Durante a visita ao Laboratório de Metalurgia e Materiais foi possível observar
como esses testes são realizados na prática de fabricação. Dentre os fatores a serem
considerados nos ensaios incluem-se a natureza da carga aplicada, a duração de aplicação
dessa carga e as condições ambientais. A carga pode ser de tração, compressão ou
cisalhamento, e a sua magnitude pode ser constante ao longo do tempo ou então flutuar
continuamente.
Um dos ensaios mecânicos de tensão-deformação mais usados é executado sobre
carga de tração. O ensaio de tração consiste na aplicação gradativa de carga de tração
uniaxial nas extremidades de um corpo de prova especificado. Sendo preciso a
compreensão da tensão-deformação de cada material e de suas características de
interpretação como a tensão limite, resistência máxima e a estricção. Essas definições e
suas aplicações foram abordadas na parte A da atividade, por meio da análise da
resistência mecânica do cobre.
Portanto, tem-se que os testes realizados diferem um pouco do presente na
literatura, uma vez que há fatores que interferem no seu cálculo. Porém funcionam como
boas aproximações e podem ser utilizados como base de cálculo.

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