GERAIS • Distanciamento da experiência comum e da língua usual • Discursividade • Intertextualidade RUY BELO 1933-1978 • Crença neorrealista e a hipérbole surrealista • Denúncia da opressão social • Inquietações metafísicas • Tradição lírica portuguesa • Criação poética E TUDO ERA POSSÍVEL Na minha juventude antes de ter saído da casa de meus pais disposto a viajar E tudo se passava numa outra vida eu conhecia já o rebentar do mar e havia para as coisas sempre uma saída das páginas dos livros que já tinha lido Quando foi isso? Eu próprio não o sei dizer
Só sei que tinha o poder duma criança
Chegava o mês de maio era tudo florido entre as coisas e mim havia vizinhança e tudo era possível era só querer o rolo das manhãs punha-se a circular e era só ouvir o sonhador falar da vida como se ela houvesse acontecido http://ensina.rtp.pt/artigo/e-tudo-era-possivel-de-ruy-belo/ Relação com Saramago
“A si mesmo se vê como um ser duplo, o
“pega na caneta, e escreve no livro das Ricardo Reis limpo, barbeado, digno de entradas, a respeito de si mesmo, o todos os dias, e este outro, também Ricardo que é necessário para que fique a Reis, mas só de nome, porque não pode ser saber-se quem diz ser […] nome a mesma pessoa o vagabundo de barba Ricardo Reis, idade quarenta e oito crescida, roupa amarrotada, camisa como anos, natural do Porto, estado civil um trapo, chapéu manchado de suor, sapatos solteiro, profissão médico, última só poeira, um pedindo contas ao outro da residência Rio de Janeiro, Brasil”(p.19) loucura que foi ter vindo a Fátima sem fé, só por causa duma irracional esperança. (p.377) Ano da morte de Ricardo Reis Ano da morte de Ricardo Reis Relação com Saramago Ricardo Reis Pessoano Ricardo Reis Saramaguiano Preocupado com questões existenciais e básicas Alheio e indiferente a tudo do quotidiano Procura o ideal e a perfeição clássica Atraído pelas imperfeições terrenas Move-se, num lugar caótico, sem tempo para a Move-o a contemplação contemplação Disciplinado Descuidado QUESTÃO • O poema está claramente marcado por um “antes” e um “agora”. Escreve um texto expositivo, onde explicita a que momentos da vida do eu correspondem o “antes” e o “agora”; qual o acontecimento separa os dois momentos; que fontes do conhecimento estão associadas ao “antes” e explica a utilização do pretérito imperfeito.