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II.

O Direito Romano: História


1. Primeiro período: Roma do rex e das gentes (753-509 a.C.)
1.1.O período do Rex e das gentes

1.2. As características do ordenamento jurídico


• Prioridade das comunidades era defesa face aos ataques externos.
• Prosperidade económica + politica expansionista etrusca = alargamento dos critérios de
atribuição de cidadania com o intuito de ter um exército maior.
• Organização militar: a falange hoplita detinha o papel principal, tendo primazia sobre a
cavalaria na decisão da batalha. Reflexos no plano político com reivindicações do poder
decisório da plebe, quebrando a hegemonia patrícia.
• No exército – fim da igualdade aritmética nos postos e honras militares em paz e partição do
espólio capturado em guerra -»

1.3. Os órgãos do governo quiritário: REX, Senatus, comitia curiata

1.3.1. O rex
magister populi (para chefiar o exército)
• Imperator militiae, delegando poderes nos magister equitum ( para chefiar a cavalaria)
Questores parricidii ( para perseguirem e reprimirem
crimes+graves)
• Imperator domi – resolve aspectos da vida colectiva (pessoas e comunidade). Ex: leges
regiae (reunidas no ius papirianum1)
• Poder de mediação divina (base do seu poder politico). Nota: rex sacrorum manteve-se com o
fim da monarquia.

Simbolismo etrusco do poder sempre presente com os Tarquinios, no âmbito da tradição


etrusca. VC considera que o simbolismo é mais a liturgia e espectacularidade do que
representando símbolos de 1 poder exercido e reconhecido e pelos romanos.

Escolha do rex:
Quando morria um rex:
- o seu poder sagrado de ler auspícios - » passa para o Senado ( assembleia de anciãos com
poderes de aconselhamento ao rei)
- Senado elegia entre os seus membros um interrex (por 5 dias. Seria o garante temporário
da continuidade do imperium politico, que mantinha a comunidade agregada.Se os deuses
não se pronunciassem, Senado escolhia outro interrex).
- Interrex lia os auspícios -» indicava nome do novo Rei (de entre os Senadores)
- Propunha-se o nome aos comitia curiata que votava (no suffragium), o nome seria aprovado
(creatio do rex romanorum)
- Procedia-se à inauguratio (cerimónia religiosa de aceitação pelos deuses do novo rex e
investidura nos poderes supremos e poder politico “soberano”.
Conclusão: interrex determinava td o poder de escolha e a forma de exercício do titular do
poder poliutico.. Fundamento do cargo “rex” era mágico, religioso e vitalício. N era somente
religioso, caso em que não sobreviveria a uma comunidade que racionalizava os processos
de criação jurídica (sagrado afastado da solução de litígios pelo ius).

1.3.2. O Senatus
Orgão representante do patriciado (aristocracia romana). Só o rei podia convocar este seu
órgão consultivo.
Na monarquia primitiva - » n era somente 1 assembleia constituída pelos chefes das gentes (
nd garanta que existisse 1 chefe por gens)

1 Ius papirianum – Incluia as leges regiae. Estas não permitem dizer que o rex tinha poder
normativo próprio cm expressão de poder político, antes são consideradas como conjunto de
regras que formalizam máximas consuetudinárias que circulavam oralmente e de rituais
religiosos que se cumpriam na liturgia da época
Evolução: 100 patres -» 150 patres -» reinado de Tarquinio Prisco 300 patres
Efeitos da evolução: surgimento de 1 grupo social (minores gentes) ; diminuição da
autoridade e prestigio do Senado (no plano social e relação politica com rei – cd vez mais
meramente consultivo).
Interregnum – forma de garantir a continuidade dos
auspicia
Competências do Senatum na Monarquia auctoritas – permite a ratificação das
deliberações de outros orgãos
Ius belli et pacis – dto de concluir os foedera ( ttdos
internacionais)
Conselho e auxilio ao Rei
1.3.3. Os comitia curiata
Comitium curiatum = Órgão que reunia todo o populus de Roma.
Concilia = apenas da plebe romana.

Cidadania
3 Tribos
( chefiadas por um tribuno)
cd
cd tribo
tribo
fornecia uma
fornecia uma
cd
cd tribo:
tribo: 10
10 cúrias
cúrias centuria
(chefiadas peditum
peditum
(chefiadas cada
cada 11 por
por 1cúrião)
1cúrião)
(100
(100 soldados
soldados
de infantaria)

cd
cd cúria:
cúria: 10
10 decúrias
decúrias
(( chefiadas
chefiadas cada
cada 11 por
por 1
1 decurião)
decurião)

Sistema politico romano inicial: 1 rex, 3 tribos, 30 cúrias, 300 decúrias.


Com Sérvio Túlio – 3 tribos originárias foram substituídas por 9, organizadas com critérios
geográficos.
Genera hominum – laços que ligavam membros da msm cúria eram, por regra, familiares ou
linhagem.

Legitimidade assente em elementos religiosos, dai que presidência da assembleia cabia ao


curio maximus ( 1 sacerdote).
Refere-se que teriam competência legislativa própria:
a) aqui seriam votadas as propostas de lei do rei que, uma vez aprovadas, vigorariam
cm leges regiae;
b) era tb aqui que se aprovava o nome do futuro rei, proposto pelo interrex;
c) era tb aqui que ocorria uma segunda votação ( lex curiata de imperio) para
reconhecimento e investidura do novo rex nos poderes do imperium.
VC considera que provavelmente não tinham competência deliberativa própria (presença de
membros de pleno direito clientes e fillii familiarum, submetidos à potestas de patres +
dificuldade de deliberação numa assembleia de 30 cúrias). Considera que, a haver alguma
competência deliberativa, seria por acto de adesão/rejeição a 1 pergunta feita por 1
magistrado. Assim, seria o magistrado que determinaria o conteúdo da solução e a
assembleia só aceitaria/rejeitaria. Esta natureza passiva revela a importância do rex
em todos os planos da criação de soluções e na tomada de decisões. Tudo o resto é-lhe
auxiliar na tarefa de governar com poderes concentrados e indivisos.
Campo das competências legislativas e executivas→LEX CURIATA DE IMPERIO: nexo de
ligação rex –populus, correspondendo a uma estrutura da civitas que já não se bastava com
uma mera investidura senatorial cm legitimação dos poderes do rex.
Campo jurisdicional → LEX VALERIA DE PROVOCATIONE (300ª.C.): permitiu aos comitia
curiata intevir, a pedido do condenado, para trocar a pena de morte por pena de exílio.
C.C. tb importts na formulação de regras concretizadoras dos mores maiorum, qt a relações
entre sujeitos e negócios.

1.3.4. Os collegia sacerdotalia


Não são órgão do governo mas antes uma instituição com forte influência sobre decisões
políticas.
Os colégios sacerdotais mais imp. eram o dos pontífices, o dos áugures e os duoviris sacris
faciundis.
Colégio de pontífice: modo de limitar os poderes político-religiosos do rei na relação com os
patrícios na medida em que era uma instituição que protegia os interesses das famílias
patrícias no confronto com o rex.
- Poderes:
A ) fazer sacrifícios rituais
b) Execução de rituais litúrgicos supremos de Roma
c) Desenvolvimento do ius e do fas (comptcia exclusiva na interpretação dos mores maiorum
e no exercício da jurisdição)
d) Supremacia hierárquica e exercício de jurisdição sobre os magistrados de culto (ex.:
flâmines e vestais)
Ausência de distinção entre entre ius sacrum e ius humanum. Para garantir a observação do
ius sacrum, cabia-lhes a interpretação de regras de ius humanum.
Eleição -

2. Segundo período: transição monarquia-república (509-307 a.C.)


2.1. Limitação ao arbítrio do julgador: a Lei das XII Tábuas
2.2. Impedir qualquer tentativa de restaurar a monarquia: a provocatio ad Populum
2.3. Abrir as magistraturas aos plebeus: os tribunos militum consulari potestate
2.4. A parificação jurídico-política entre patrícios e plebeus: as leges Liciniae Sextiae
3. Terceiro período: o Populus Romano e a res publica (367-27 a.C.)
3.1. Os cidadãos do Populus
3.2. As assembleias do Populus
3.3. Os comitia curiata
3.4. Os comitia tributa
3.5. Os concilia plebis
3.6. O território e a propriedade do Populus Romanus
3.7. As magistraturas do Populus
3.8. O Senado
3.9. Os jurisprudentes da res publica
4. Quarto período: o Princeps como primus inter pares (27 a.C.-285)
4.1.A transição do ius para a lex
4.1.1. O ius publice respondendi
4.1.2. Os jurisprudentes do principado
4.1.3. A regra de ius civile transformada em lei geral e abstracta
4.2. A decadência dos órgãos constitucionais
4.2.1. Os comícios
4.2.2. O Senado
4.2.3. As magistraturas
4.3. O princeps
4.5. A criação do Direito e o carisma pessoal dos imperadores
4.6. O principado como império
4.7. O fim do principado
5. O Princeps como rex no império único (285-395)
5.1. Diocleciano
5.2. A tetrarquia
5.3. Constantino e o cristianismo
5.4. Após Constantino: a iurisprudentia possível

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