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Ideal - é o que existe apenas na idéia; imaginário; aquilo que é objeto da nossa
mais alta aspiração; é o modelo sonhado ou ideado pela fantasia de um
pesquisador;
Nas Ciências Exatas, a situação se complica ainda mais, uma vez que
esses termos podem ter outros significados. Assim, com relação ao termo
"ideal", ele pode ser interpretado como a aspiração máxima de representação
físico-matemática de um modelo, entendendo, neste caso, como aquele que
leva em consideração todas as variáveis que podem atuar em um determinado
fenômeno e cujo desenvolvimento conduz a equações que reproduzem
exatamente aquele fenômeno. Contudo, o termo "ideal" também pode estar
associado à representação físico-matemática ou conceitual mais simplista do
mesmo fenômeno (Cfr. Salvagnini in ReGEQ 1). Isto é, ele pode corresponder
a uma situação em que expressões mais simples são obtidas, envolvendo ou
não um menor número de variáveis. Nestas condições, ocorre em geral, a
imposição de uma ou mais condições a uma ou mais variáveis microscópicas
ou macroscópicas, a partir das quais se obtém aquela representação
fenomenológica extrema (limite). Como existem diferenças nessas definições,
somos levados a concluir que deve haver uma distinção também entre as
denominações "gás ideal" e "gás perfeito".
Esta distinção para nós é pertinente, uma vez que, tomando o vapor
d’água a 10 mmHg e 20C como exemplo, podemos dizer que ele tem
comportamento ideal, mas não é gás perfeito, já que nestas condições pode ser
condensado.
=0e0
PV = nRT
estamos nos referindo a essas leis como "Leis dos Gases Perfeitos" [3c]; caso
contrário, como veremos mais adiante, não teria sentido representar, por
exemplo, o eixo das pressões ou das temperaturas. Conseqüentemente, as
representações bidimensionais e tridimensionais das isotermas, isócoras e
isóbaras encontradas na maioria dos livros e artigos científicos [3b, 18c], são
representações de "gás perfeito" e não de gás ideal".
A) Gás Real
É todo gás que existe, em qualquer condição de pressão e temperatura.
É constituído de pequenas partículas materiais de massa mi, e dotadas de
movimento caótico. Estas partículas estão sujeitas a forças de atração em
longas distâncias e a forças de repulsão quando em curtas distâncias. A idéia
de que elas têm massa é antiga e remonta aos tempos dos filósofos gregos: se
elas não tivessem massa, não sentiríamos o ar bater em nossas faces. Por outro
lado, as forças de interação são necessárias para explicar, por exemplo, o
fenômeno da condensação. A existência e importância das forças de interação
sugere a necessidade do conhecimento do potencial de interação entre
partículas, para o conhecimento real do comportamento dos gases. É a falta de
compreensão correta desses potenciais de interação entre partículas - mesmo
empregando técnicas da Mecânica Estatística ou da Mecânica Quântica - que
tornam este assunto um dos poucos sem resolução, desde o início da sua
interpretação no século passado.
Concluindo, podemos dizer que o gás real é um gás cujas partículas têm
massa mi>0, volume vi >0 e forças de interação fi 0.
B) Gás Perfeito
É um gás hipotético, que não existe; é um modelo físico-matemático de
umas das teorias mais bem construídas pela mente humana: a Teoria Cinética
dos Gases. Um dos sucessos dessa teoria foi explicar, de forma convincente,
as leis empíricas dos gases, a lei de Graham e outros resultados importantes
como, por exemplo, a eqüipartição da energia total de um sistema. As duas
maneiras mais simples de apresentar essa teoria são: 1) Teoria Cinética dos
Gases Perfeitos e 2) Teoria Cinética dos Gases como Esferas Rígidas.
2) suas partículas tem massa mi > 0, mas seus volumes são nulos, isto é, vi =0;
2) suas partículas tem massa mi > 0, mas o tamanho das moléculas (volume) é
pequeno ( desprezível) em comparação com a distância média entre elas e o
tamanho do frasco que contém o gás;
C) Gás Ideal
Comparando as considerações apresentadas anteriormente para os gases
reais e perfeito, deparamo-nos com o seguinte problema: temos um gás real
cujas propriedades P, V e T, podem ser determinadas experimentalmente e
para o qual queremos obter uma equação chamada de "Equação de Estado",
que apresente boa concordância quando comparada com valores
experimentais. Em contrapartida, temos uma equação teórica, válida para um
gás que não existe! Além disso, temos equações empíricas, obtidas de
resultados experimentais sobre o comportamento dos gases reais, em
condições particulares, que concordam com as conclusões da Teoria Cinética
dos Gases Perfeitos. O gás ideal desempenha o elo entre o gás real e o gás
perfeito, com o objetivo de dar coerência à situação apresentada
anteriormente. Nestas condições, o gás ideal é um gás real, submetido a
determinadas condições, em geral P 0, tais que sejam satisfeitos os seguintes
vínculos:
fi 0
P 0 ou T
p0
III) levantando as duas condições limites do gás ideal, deve-se obter a equação
para gás real.
Conclusões
A partir das definições propostas anteriormente, podemos tirar as
seguintes conclusões:
1) elas permitem estabelecer uma diferença mais clara entre os termos " gás
ideal" e gás real",
3) esse mesmo tipo de tratam,ento pode (ou deve) ser aplicado a todo o
fenômeno onde seja possível mostrar a diferença entre "ideal" e "perfeito".
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