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Gás Perfeito ou Ideal, Dúvida Fatal!

João Cardoso Pereira Netto


(Univ. Mogi das Cruzes)

Não há uma opinião uniforme e coerente entre os pesquisadores e


autores de Química Geral, Físico-Química e Física, quanto aos termos "gás
ideal" e "gás perfeito" [1-29]. Alguns identificam essas duas denominações
[1,3,8,9,12,29], outros procuram estabelecer uma ligeira diferenciação [1,2,7],
e há aqueles que simplesmente adotam uma delas, sem tomar conhecimento
da outra, como se ela não existisse [4-7,10,11, 13-29]. Outro aspecto que pode
ser considerado como mais um elemento complicador na análise das
definições desses termos é que algumas delas não possuem, do ponto de vista
físico, uma estrutura coerente [1,8]. Finalmente, encontramos mais um
elemento que contribui para aumentar a confusão existente nessas definições,
quando conseqüências da Termodinâmica e da Teoria Cinética dos Gases são
chamadas para auxiliá-las ou justificá-las [1,3,5,7,9,12].

Em alguns casos semelhantes há uma certa preocupação em apresentar


a definição dos termos envolvidos com alguma coerência. Isto pode ser
observado, por exemplo, quando conceitos bem estabelecidos são alterados
para esse fim, como é o caso do conceito de ponto material - uma entidade
abstrata e sem dimensão -, para se fazer uma distinção entre ponto matemático
e ponto material físico [5], cuja finalidade é atribuir uma dimensão
desprezível ao ponto. O objetivo é óbvio, uma vez que partículas pontuais não
tem dimensão, e portanto, não podem colidir.

Não é difícil perceber a confusão, decorrente da falta de uma definição


clara e concisa, existente nas formulações encontradas nesses livros e artigos;
há confusão tanto no tratamento macroscópico quanto no microscópio. Com
base na análise das definições e afirmações encontradas, as seguintes
alternativas foram usadas para definir gás ideal e/ou gás perfeito:

1) procedimento experimental, com P 0 (ou T )


2) equação empírica: PV = nRT
3) leis empíricas: Boyle, Gay-Lussac e Charles;
4) conseqüências da Termodinâmica Clássica;
5) Teoria Cinética dos Gases:
a) modelo das partículas pontuais;
b) modelo de esferas rígidas.
De fato, os termos "ideal" e "perfeito" não têm o mesmo significado, o
que se pode observar já nas suas próprias definições:

Ideal - é o que existe apenas na idéia; imaginário; aquilo que é objeto da nossa
mais alta aspiração; é o modelo sonhado ou ideado pela fantasia de um
pesquisador;

Perfeito - é aquilo em que não há defeito; magistral; notável, incomparável;


que corresponde precisamente a um conceito ou padrão ideal; executado ou
fabricado da melhor maneira possível.

Nas Ciências Exatas, a situação se complica ainda mais, uma vez que
esses termos podem ter outros significados. Assim, com relação ao termo
"ideal", ele pode ser interpretado como a aspiração máxima de representação
físico-matemática de um modelo, entendendo, neste caso, como aquele que
leva em consideração todas as variáveis que podem atuar em um determinado
fenômeno e cujo desenvolvimento conduz a equações que reproduzem
exatamente aquele fenômeno. Contudo, o termo "ideal" também pode estar
associado à representação físico-matemática ou conceitual mais simplista do
mesmo fenômeno (Cfr. Salvagnini in ReGEQ 1). Isto é, ele pode corresponder
a uma situação em que expressões mais simples são obtidas, envolvendo ou
não um menor número de variáveis. Nestas condições, ocorre em geral, a
imposição de uma ou mais condições a uma ou mais variáveis microscópicas
ou macroscópicas, a partir das quais se obtém aquela representação
fenomenológica extrema (limite). Como existem diferenças nessas definições,
somos levados a concluir que deve haver uma distinção também entre as
denominações "gás ideal" e "gás perfeito".

Esta distinção para nós é pertinente, uma vez que, tomando o vapor
d’água a 10 mmHg e 20C como exemplo, podemos dizer que ele tem
comportamento ideal, mas não é gás perfeito, já que nestas condições pode ser
condensado.

Acreditamos que uma das dificuldades inerentes a esta questão esteja


em se estabelecer, com critério, a diferença conceitual entre o símbolos:

=0e0

Quando escrevemos igual a zero (= 0), estamos nos referindo a uma


igualdade, a uma relação precisa, a uma afirmação, real ou não, a partir da
qual queremos obter ou construir, sem aproximações, sem falhas, alguma
coisa como por exemplo, uma teoria. A Teoria Cinética dos Gases Perfeitos
(T.C.G.P.) estabelece em seus postulados dois vínculos extremos, em termos
de igualdade, respectivamente, para o volume próprio das moléculas gasosas,
e para as forças de interação entre as moléculas, representados por:
vi = 0 e fi = 0

a partir dos quais, juntamente com as leis do movimento de Newton aplicadas


às partículas, e da definição de pressão, se obtém, de forma rigorosa, a
equação:

PV = nRT

sem a necessidade de haver qualquer menção acerca do comportamento da


pressão ou da temperatura para a sua obtenção. Conseqüentemente, de acordo
com a T.C.G.P., ela deve ser válida para todo o intervalo dessas variáveis.
Como resultado, quando representamos, graficamente, as leis de Boyle (T =
cte) e de Gay-Lussac (P = cte), conforme os gráficos abaixo:

estamos nos referindo a essas leis como "Leis dos Gases Perfeitos" [3c]; caso
contrário, como veremos mais adiante, não teria sentido representar, por
exemplo, o eixo das pressões ou das temperaturas. Conseqüentemente, as
representações bidimensionais e tridimensionais das isotermas, isócoras e
isóbaras encontradas na maioria dos livros e artigos científicos [3b, 18c], são
representações de "gás perfeito" e não de gás ideal".

O símbolo tender a zero ( 0) impõe uma condição, um vínculo para a


validade do resultado que se vai obter após a sua utilização (a igualdade não
necessita dessa lembrança). Não se trata de uma igualdade, mas de uma
condição limite, em geral relacionada com uma impossibilidade prática, se ela
fosse substituída pela igualdade (P = 0 em vez de P 0). Na igualdade, os
resultados dependem rigidamente da relação assumida; na condição tender a
( ), por outro lado, a concordância com os resultados experimentais vai se
tornando cada vez melhor à medida que nos aproximamos da condição
imposta. Assim, ao escrevermos x = 0, estamos afirmando que só interessa o
resultado obtido a partir dessa condição, enquanto que expressões do tipo X 0
(ou X ) significam que a relação obtida é tanto mais correta quanto mais nos
aproximamos da condição imposta, isto é, em X 0. Assim, neste caso não tem
sentido utilizar X como um dos eixos coordenados, a não ser na validade do
vínculo.

O presente trabalho tem dois objetivos fundamentais: apresentar as


definições de gás real, perfeito e ideal, de modo que haja coerência e
uniformidade entre elas e encontrar um elo entre as três definições, de modo
que o estudo dos gases seja mais consistente.

A) Gás Real
É todo gás que existe, em qualquer condição de pressão e temperatura.
É constituído de pequenas partículas materiais de massa mi, e dotadas de
movimento caótico. Estas partículas estão sujeitas a forças de atração em
longas distâncias e a forças de repulsão quando em curtas distâncias. A idéia
de que elas têm massa é antiga e remonta aos tempos dos filósofos gregos: se
elas não tivessem massa, não sentiríamos o ar bater em nossas faces. Por outro
lado, as forças de interação são necessárias para explicar, por exemplo, o
fenômeno da condensação. A existência e importância das forças de interação
sugere a necessidade do conhecimento do potencial de interação entre
partículas, para o conhecimento real do comportamento dos gases. É a falta de
compreensão correta desses potenciais de interação entre partículas - mesmo
empregando técnicas da Mecânica Estatística ou da Mecânica Quântica - que
tornam este assunto um dos poucos sem resolução, desde o início da sua
interpretação no século passado.

Concluindo, podemos dizer que o gás real é um gás cujas partículas têm
massa mi>0, volume vi >0 e forças de interação fi 0.

B) Gás Perfeito
É um gás hipotético, que não existe; é um modelo físico-matemático de
umas das teorias mais bem construídas pela mente humana: a Teoria Cinética
dos Gases. Um dos sucessos dessa teoria foi explicar, de forma convincente,
as leis empíricas dos gases, a lei de Graham e outros resultados importantes
como, por exemplo, a eqüipartição da energia total de um sistema. As duas
maneiras mais simples de apresentar essa teoria são: 1) Teoria Cinética dos
Gases Perfeitos e 2) Teoria Cinética dos Gases como Esferas Rígidas.

Teoria Cinética dos Gases Perfeitos


Seus postulados são os seguintes:

1) um gás perfeito é um sistema formado por um grande número de partículas


puntiformes, dotadas de movimento caótico;

2) suas partículas tem massa mi > 0, mas seus volumes são nulos, isto é, vi =0;

3) não existe força de interação, atração ou repulsão, entre as partículas, isto é,


fi = 0, conseqüentemente, não há potencial de interação entre elas;

4) toda energia interna se encontra na forma de energia cinética translacional;

5) possuem velocidade e obedecem as leis do movimento de Newton;

6) propagam-se em linha reta;

7) os choques com as paredes do recipiente são perfeitamente elásticos, isto é,


a energia cinética não pode ser convertida em outras formas de energia, como
por exemplo, o calor;

A partir desses postulados, podemos tirar as seguintes conclusões:

1) como as partículas são pontuais, não há choque entre elas, os choques só


ocorrem entre partículas e as paredes do recipiente;

2) a fim de que o movimento seja aleatório, a mudança de direção no


movimento das partículas é decorrente dos seus choques com as paredes do
recipiente;

3) como não há forças de interação, um gás perfeito não sofre condensação;

4) para terem apenas energia cinética translacional, as partículas constituintes


de um gás perfeito só podem ser associadas a átomos ou moléculas
monoatômicas, moléculas poliatômica possuem energias cinéticas de vibração
e rotação.

Com esse modelo, a Teoria Cinética dos Gases fornece como um de


seus resultados mais expressivos, a equação [3d]:

que, com a seguinte relação:


reproduz a famosa equação de Clapeyron:

estabelecendo um vínculo entre teoria e resultados experimentais.

Teoria Cinética dos Gases como Esferas Rígidas

Seus postulados são os seguintes:

1) um gás perfeito é um sistema formado por um grande número de partículas


consideradas como esferas rígidas de diâmetro d, dotadas de movimento
caótico;

2) suas partículas tem massa mi > 0, mas o tamanho das moléculas (volume) é
pequeno ( desprezível) em comparação com a distância média entre elas e o
tamanho do frasco que contém o gás;

3) as partículas não exercem forças de interação (atração ou repulsão)


apreciáveis entre si, exceto nas colisões que são elásticas;

4) toda energia interna se encontra na forma de energia cinética translacional;

5) possuem velocidade e obedecem as leis de Newton;

6) propagam-se em linha reta;

7) os choques com as paredes do recipiente são perfeitamente elásticos, isto é,


a energia cinética não pode ser convertida em outras formas, como por
exemplo o calor.

A partir destes postulados, podemos tirar as seguintes conclusões:

1) ao se estabelecer que o tamanho molecular é pequeno, queremos firmar a


idéia de que o somatório dos volumes de todas as partículas é desprezível, isto
é, existem poucas partículas, em outra palavras, estamos assumindo que o
sistema se encontra em baixa pressão;

2) afirmar que as partículas não exercem forças de interação apreciáveis,


também implica na existência de um número pequeno de partículas;
conseqüentemente, também estamos assumindo que o sistema se encontra em
baixas pressões;
3) para terem energia cinética translacional, as partículas constituintes do gás
só podem estar associadas a átomos ou partículas monoatômicas, uma vez que
moléculas poliatômicas possuem energias cinéticas de vibração e de rotação.
Com estes postulados, temos duas alternativas para desenvolver a Teoria
Cinética dos Gases:

a) sem levar em conta o tamanho das partículas, mas aceitando os vínculos vi


0 e fi 0, o modelo reproduz a equação de Clapeyron; contudo, com essas
condições somente são válidas em situações de pressões muito baixas (P 0),
elas limitam a aplicação do modelo às regiões onde elas possam ser
verificadas. Este modelo é comumente denominado "modelo de gás ideal";

b) levando em conta o tamanho das partículas, existirá um volume de


moléculas que deve ser descontado do volume total do recipiente, a fim de se
obter espaço livre para o gás; considerando ainda a ausência das forças
intermoleculares, o modelo irá reproduzir a seguinte equação, conhecida como
equação de Hirn:

e não a equação de Clapeyron.

C) Gás Ideal
Comparando as considerações apresentadas anteriormente para os gases
reais e perfeito, deparamo-nos com o seguinte problema: temos um gás real
cujas propriedades P, V e T, podem ser determinadas experimentalmente e
para o qual queremos obter uma equação chamada de "Equação de Estado",
que apresente boa concordância quando comparada com valores
experimentais. Em contrapartida, temos uma equação teórica, válida para um
gás que não existe! Além disso, temos equações empíricas, obtidas de
resultados experimentais sobre o comportamento dos gases reais, em
condições particulares, que concordam com as conclusões da Teoria Cinética
dos Gases Perfeitos. O gás ideal desempenha o elo entre o gás real e o gás
perfeito, com o objetivo de dar coerência à situação apresentada
anteriormente. Nestas condições, o gás ideal é um gás real, submetido a
determinadas condições, em geral P 0, tais que sejam satisfeitos os seguintes
vínculos:

1) o volume vi das partículas é muito pequeno em relação ao volume V do


recipiente. Nestas condições temos:
2) as distâncias entre as partículas são tão grandes que as forças de interação
entre elas são muito fracas; isto quer dizer que podemos escrever:

fi 0

Esses vínculos podem ser observados se adotarmos as seguintes


condições:

P 0 ou T

Como é muito mais fácil trabalhar com a condição P 0 (a outra, T , além


da dificuldade de operação, fica limitada pela dissociação da partícula), esta é
a condição mais empregada para se obter a equação do "gás ideal". Com essas
considerações, a equação que representa, rigorosamente, o comportamento de
gás ideal é:

lim P.V = n.R.T

p0

Portanto, um gás ideal é um gás para o qual temos: massa mi > 0,


volume vi 0 e forças de interação fi 0.

Com essas definições de gás real, perfeito e ideal, e suas interações, é


mais fácil compreender e entender a evolução do estudo do gases. No
esquema que segue, apresentamos as características mais marcantes de cada
definição e do elo entre elas
I) modelo teórico;

II) modelo do gás ideal, a partir das condições do gás perfeito;

III) levantando as duas condições limites do gás ideal, deve-se obter a equação
para gás real.

Conclusões
A partir das definições propostas anteriormente, podemos tirar as
seguintes conclusões:

1) elas permitem estabelecer uma diferença mais clara entre os termos " gás
ideal" e gás real",

2) através dessas definições, é possível estabelecer um vínculo entre elas,


mostrando de forma natural a evolução do estudo dos gases reais;

3) esse mesmo tipo de tratam,ento pode (ou deve) ser aplicado a todo o
fenômeno onde seja possível mostrar a diferença entre "ideal" e "perfeito".

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