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EFEITOS DA FALÊNCIA QUANTO A PESSOA DO FALIDO:

 INFABILITAÇÃO EMPRESARIAL:
 Art: 102 da Lei 11.101/05:
O falido fica inabilitado para exercer qualquer atividade empresarial a partir da
decretação da falência e até a sentença que extingue suas obrigações, respeitando
o disposto no parágrafo 1 do artigo 181 da mesma lei.
PARÁGRAFO ÚNICO: Findo o período de inabilitação, o falido poderá requerer ao juiz
da falência que proceda à respectiva anotação em seu registro.
 CAPACIDADE PROCESSUAL DO FALIDO:
 Art: 103 da lei 11.101/05:
Desde a decretação da falência ou do sequestro, o devedor perde o direito de
administrar os seus bens ou deles dispor.
PARÁGRAFO ÚNICO: O falido poderá fiscalizar a administração da falência, requerer
as providências necessárias para a conservação de seus direitos ou dos bens
arrecadados e intervir nos processos em que a massa falida seja parte ou
interessada, requerendo o que for de direito e interpondo os recursos cabíveis.
 Art: 76, parágrafo único da lei 11.101/05:
O juízo de falência é indivisível e competente para conhecer todas as ações sobre
bens, interesses e negócios do falido, ressalvadas as causas trabalhistas, fiscais e
aquelas não reguladas nesta Lei em que o falido figurar como autor ou litisconsorte
ativo.
PARÁGRAFO ÚNICO: Todas as ações, inclusive as executadas no caput do artigo 76
da LRF, terão prosseguimento com o administrador judicial, que deverá ser intimado
para apresentar a massa falida, sob pena de nulidade do processo.
 SIGILO DE CORRESPONDÊNCIA:
 Art: 22, inciso III, alínea d, da LRF:
Ao administrador judicial compete, sob a fiscalização do juiz e do Comitê, além de
outros deveres; na falência, receber e abrir a correspondência dirigida ao devedor,
entregado a ele o que não for assunto de interesse da massa.
 OBRIGAÇÕES DO FALIDO:
 Art: 104 da LRF:
A decretação da falência impõe ao falido os seguintes deveres: I- Assinar nos autos,
desde que intimado da decisão, termo de comparecimento, com a indicação do
nome, nacionalidade, estado civil, endereço completo do domicílio, devendo ainda
declarar, para constar do dito termo: A) As causas determinantes da sua falência,
quando requerida pelos credores. B) Tratando-se de sociedade, os nomes e
endereços de todos os sócios, acionistas controladores, diretores ou
administradores, apresentando o contrato ou estatuto social e a prova do respectivo
registro, bem como suas alterações. C) O nome do contador encarregado da
escrituração dos livros obrigatórios. D) Os mandatos que porventura tenha
outorgado, indicando seu objetivo, nome e endereço do mandatário. E) Seus bens
imóveis e móveis que não se encontram no estabelecimento. F) Se faz parte de
outras sociedades, exibindo respectivo contrato. G) Suas contras bancarias,
aplicações, títulos em cobrança e processos em andamento em que for autor ou réu.
II- Depositar em cartório, no ato de assinatura do termo de comparecimento, os seus
livros obrigatórios, a fim de serem entregues ao administrador judicial, depois de
encerrados por termos assinados pelos juiz.
III- Não se ausentar do ligar onde se processa a falência em motivo justo e
comunicação expressa ao juiz, e sem deixar procurador bastante, sob as penas
cominadas na lei. IV- Comparecer a todos os atos da falência, podendo ser
representado por procurador, quando não for indispensável sua presença.
V- Entregar, sem demora, todos os papeis e documentos ao administrador judicial,
indicando-lhe, para serem arrecadados, os bens que porventura tenha em poder de
terceiros. VI- Prestar as informações reclamadas pelo juiz, administrador judicial,
credor ou MP sobre circunstâncias e fatos que interessam à falência. VII- Auxiliar o
administrador judicial com zelo e presteza. VIII- Examinar as habilitações de crédito
apresentadas. IX- Assistir ao levantamento, à verificação do balanço e ao exame dos
livros. X- Manifestar-se sempre que for determinado pelo juiz. XI- Apresentar o prazo
fixado pelo juiz, a relação de seus credores. XII- Examinar e dar parecer sobre as
contas do administrador judicial.
PARÁGRAFO ÚNICO:
Faltando ao cumprimento dos deveres que a lei lhe impõe, após intimado pelo juiz a
fazê-lo, responderá o falido por crime de desobediência.
 DIREITOS DO FALIDO:
 Art: 103, parágrafo único, da LRF:
Desde a decretação da falência ou do sequestro, o devedor perde o direito de
administrar os seus bens ou deles dispor.
PARÁGRADO ÚNICO: O falido poderá fiscalizar a administração da falência, requerer
providências necessárias para a conservação de seus direitos ou dos bens
arrecadados e intervir nos processos em que a massa falida seja parte ou
interessada, requerendo o que for de direito e interpondo os recursos cabíveis.
 Art: 8 da LRF:
No prazo de 10 dias o comitê, qualquer credor, o devedor ou seus sócios ou o MP
podem apresentar ao juiz impugnação a relação de credores, apontando a ausência
de qualquer crédito ou manifestando-se contra a legitimidade, importância ou
classificação de crédito relacionado.
 Art: 43 da LRF:
Os sócios do devedor, bem como as sociedades coligadas, controladoras,
controladas ou as que tenham sócio ou acionista com participação superior a 10%
do capital social do devedor ou em que o devedor ou algum de seus sócios detenham
participação superior a 10%, poderão participar da assembleia geral de credores,
sem ter direito a voto e não serão considerados para fins de verificação do quórum
de instalação e de deliberação.
PARÁGRAFO ÚNICO: Também se aplica ao cônjuge ou parente, colateral de 2º grau,
ascendente ou descendente do devedor, de administrador, do sócio controlador,
fiscal ou semelhantes da sociedade devedora e à sociedade em que quaisquer dessas
pessoas exerçam essas funções.
 EFEITOS DA FALÊNCIA QUANTO AS OBRIGAÇÕES DO FALÍDO:
 Todas as obrigações do falido se submetem a esses efeitos, menos as que forem
inexigíveis na falência. Exemplo: Artigo 5 da LRF aduz que não são exigíveis do
devedor, na recuperação judicial ou na falência: I- As obrigações a título gratuito.
II- As despesas que os credores fizeram para tomar parte na recuperação judicial ou
na falência, salvo as custas judiciais decorrentes de litigio com o devedor.
 VENCIMENTO ANTECIPADO:
 Art: 77 da LRF:
A decretação de falência determina o vencimento antecipado das dívidas do devedor
e dos sócios ilimitada e solidariamente responsáveis com o abatimento proporcional
dos juros, e converte todos os créditos em moeda estrangeira para a moeda do país,
pelo câmbio do dia da decisão judicial, para todos os efeitos da lei.
 OBSERVAÇÃO: NÃO poderão ser exigidas na falência as cláusulas penais dos
contratos unilaterais vencidas em virtude de falência. Art: 83, parágrafo 3 da LRF.
 CONVERSÃO CAMBIAL:
 Art: 77 da LRF:
É convertido todos os créditos em moeda estrangeira para a moeda do País, pelo
câmbio do dia da decisão judicial, para todos os efeitos da lei.
 SUSPENSÃO CONDICIONAL DA EXIGIBILIDADE DE JUROS POSTERIORES A FALENCIA:
 Art: 124 da LRF:
Contra a massa falida não são exigíveis juros vencidos após a decretação da falência,
previsto em lei ou em contrato, se o ativo apurado não bastar para o pagamento
dos credores subordinados.
*Não é o fim da fluência dos juros, mas a subordinação da sua exigibilidade ao
pagamento de todos os outros credores.
 FORMAÇÃO DO JUÍZO UNIVERSAL E INDIVISIVEL:
 Art: 76 da LRF:
O juízo de falência é indivisível e competente para conhecer todas as ações sobre
bens, interesses e negócios do falido, ressalvadas as causas trabalhistas, fiscais e
aquelas não reguladas nesta lei em que o falido figurar como autor ou litisconsorte
ativo.
PARÁGRAFO ÚNICO: Todas as ações, inclusive as executadas neste artigo, terão
prosseguimento com o administrador judicial, que deverá ser intimado para
representar a massa falida, sob pena de nulidade do processo.
 AÇÕES ANTERIORES À FALENCIA:
 Art: 192 da LRF:
NÃO se aplica aos processos de falência ou de concordata ajuizados anteriormente
ao início de sua vigência, que serão concluídos nos termos do Decreto-Lei 7.661”.
 AS AÇÕES TRABALHISTAS:
 Segundo o artigo 76 da LRF, o juízo de falência não é indicado para ações
trabalhistas, fiscais e outras não reguladas nesta lei em que o falido configurar como
autor ou litisconsorte ativo. Segundo o artigo 114 da CF, as ações trabalhistas
competem a penas a Justiça do Trabalho julgá-las.
 EFEITOS DA FALÊNCIA QUANTO AOS BENS DO FALIDO
 Submissão do bens do falido ao processo: formação da massa falida objetiva.
A massa falida subjetiva (massa de credores ou corpus creditorum) concorre aos
bens que estão a cargo da massa falida objetiva (patrimônio colocado sob regime
falimentar)
 BENS ABSOLUTAMENTE IMPENHORÁVEIS:
 Art: 108, da LRF:
Ato contínuo à assinatura do termo de compromisso, o administrador judicial
efetuará a arrecadação dos bens e documentos e a avaliação dos bens,
separadamente ou em bloco, no local em que se encontrem, requerendo ao juiz, para
esses fins, as medidas necessárias.
PARÁGRAFO 1: Os bens arrecadados ficarão sob a guarda do administrador judicial
ou de pessoa por ele escolhida, sob responsabilidade daquele, podendo o falido ou
qualquer de seus representantes ser nomeado depositário dos bens. § 2o O falido
poderá acompanhar a arrecadação e a avaliação. § 3o O produto dos bens
penhorados ou por outra forma apreendidos entrará para a massa, cumprindo ao
juiz deprecar, a requerimento do administrador judicial, às autoridades
competentes, determinando sua entrega. § 4o Não serão arrecadados os bens
absolutamente impenhoráveis. § 5o Ainda que haja avaliação em bloco, o bem
objeto de garantia real será também avaliado separadamente, para os fins do § 1o
do art. 83 desta Lei.
 PATRIMONIO DE AFETAÇÃO:
 Art: 119, da LRF: Nas relações contratuais a seguir mencionadas prevalecerão as
seguintes regras: I - o vendedor não pode obstar a entrega das coisas expedidas ao
devedor e ainda em trânsito, se o comprador, antes do requerimento da falência,
as tiver revendido, sem fraude, à vista das faturas e conhecimentos de transporte,
entregues ou remetidos pelo vendedor; II - se o devedor vendeu coisas compostas
e o administrador judicial resolver não continuar a execução do contrato, poderá o
comprador pôr à disposição da massa falida as coisas já recebidas, pedindo perdas
e danos; III - não tendo o devedor entregue coisa móvel ou prestado serviço que
vendera ou contratara a prestações, e resolvendo o administrador judicial não
executar o contrato, o crédito relativo ao valor pago será habilitado na classe
própria; IV - o administrador judicial, ouvido o Comitê, restituirá a coisa móvel
comprada pelo devedor com reserva de domínio do vendedor se resolver não
continuar a execução do contrato, exigindo a devolução, nos termos do contrato,
dos valores pagos; V - tratando-se de coisas vendidas a termo, que tenham cotação
em bolsa ou mercado, e não se executando o contrato pela efetiva entrega daquelas
e pagamento do preço, prestar-se-á a diferença entre a cotação do dia do contrato
e a da época da liquidação em bolsa ou mercado; VI - na promessa de compra e
venda de imóveis, aplicar-se-á a legislação respectiva; VII - a falência do locador não
resolve o contrato de locação e, na falência do locatário, o administrador judicial
pode, a qualquer tempo, denunciar o contrato; VIII - caso haja acordo para
compensação e liquidação de obrigações no âmbito do sistema financeiro nacional,
nos termos da legislação vigente, a parte não falida poderá considerar o contrato
vencido antecipadamente, hipótese em que será liquidado na forma estabelecida
em regulamento, admitindo-se a compensação de eventual crédito que venha a ser
apurado em favor do falido com créditos detidos pelo contratante; IX - os
patrimônios de afetação, constituídos para cumprimento de destinação específica,
obedecerão ao disposto na legislação respectiva, permanecendo seus bens,
direitos e obrigações separados dos do falido até o advento do respectivo termo
ou até o cumprimento de sua finalidade, ocasião em que o administrador judicial
arrecadará o saldo a favor da massa falida ou inscreverá na classe própria o
crédito que contra ela remanescer.
 PRIVAÇÃO DOS PODERES DE ADMINISTRAÇÃO E DISPOSIÇÃO SOBRE OS BENS DO
FALIDO:
 Art: 75 da LRF: A falência, ao promover o afastamento do devedor de suas
atividades, visa a preservar e otimizar a utilização produtiva dos bens, ativos e
recursos produtivos, inclusive os intangíveis, da empresa.
Parágrafo único. O processo de falência atenderá aos princípios da celeridade e da
economia processual.
 EFEITTOS DA FALÊNCIA QUANTO AOS CONTRATOS DO FALIDO:

REGRA GERAL PARA OS CONTRATOS BILATERAIS: (POSSIBILIDADE DE


CUMPRIMENTO)
Art 117 da LRF: Os contratos bilaterais não se resolvem pela falência e podem ser
cumpridos pelo administrador judicial se o cumprimento reduzir ou evitar o
aumento do passivo da massa falida ou for necessário à manutenção e
preservação de seus ativos, mediante autorização do Comitê. § 1o O contratante
pode interpelar o administrador judicial, no prazo de até 90 (noventa) dias,
contado da assinatura do termo de sua nomeação, para que, dentro de 10 (dez)
dias, declare se cumpre ou não o contrato. § 2o A declaração negativa ou o
silêncio do administrador judicial confere ao contraente o direito à indenização,
cujo valor, apurado em processo ordinário, constituirá crédito quirografário.
 PARA OS CONTRATOS UNILATERIAIS:
Art: 118 da LRF: O administrador judicial, mediante autorização do Comitê, poderá
dar cumprimento a contrato unilateral se esse fato reduzir ou evitar o aumento do
passivo da massa falida ou for necessário à manutenção e preservação de seus
ativos, realizando o pagamento da prestação pela qual está obrigada.
 REGRAS ESPECIAIS:
 Art 119 da LRF: Nas relações contratuais a seguir mencionadas prevalecerão as
seguintes regras: I - o vendedor não pode obstar a entrega das coisas expedidas ao
devedor e ainda em trânsito, se o comprador, antes do requerimento da falência,
as tiver revendido, sem fraude, à vista das faturas e conhecimentos de transporte,
entregues ou remetidos pelo vendedor; II - se o devedor vendeu coisas compostas
e o administrador judicial resolver não continuar a execução do contrato, poderá o
comprador pôr à disposição da massa falida as coisas já recebidas, pedindo perdas
e danos; III - não tendo o devedor entregue coisa móvel ou prestado serviço que
vendera ou contratara a prestações, e resolvendo o administrador judicial não
executar o contrato, o crédito relativo ao valor pago será habilitado na classe
própria; IV - o administrador judicial, ouvido o Comitê, restituirá a coisa móvel
comprada pelo devedor com reserva de domínio do vendedor se resolver não
continuar a execução do contrato, exigindo a devolução, nos termos do contrato,
dos valores pagos; V - tratando-se de coisas vendidas a termo, que tenham cotação
em bolsa ou mercado, e não se executando o contrato pela efetiva entrega daquelas
e pagamento do preço, prestar-se-á a diferença entre a cotação do dia do contrato
e a da época da liquidação em bolsa ou mercado; VI - na promessa de compra e
venda de imóveis, aplicar-se-á a legislação respectiva; VII - a falência do locador não
resolve o contrato de locação e, na falência do locatário, o administrador judicial
pode, a qualquer tempo, denunciar o contrato; VIII - caso haja acordo para
compensação e liquidação de obrigações no âmbito do sistema financeiro nacional,
nos termos da legislação vigente, a parte não falida poderá considerar o contrato
vencido antecipadamente, hipótese em que será liquidado na forma estabelecida
em regulamento, admitindo-se a compensação de eventual crédito que venha a ser
apurado em favor do falido com créditos detidos pelo contratante; IX - os
patrimônios de afetação, constituídos para cumprimento de destinação específica,
obedecerão ao disposto na legislação respectiva, permanecendo seus bens, direitos
e obrigações separados dos do falido até o advento do respectivo termo ou até o
cumprimento de sua finalidade, ocasião em que o administrador judicial arrecadará
o saldo a favor da massa falida ou inscreverá na classe própria o crédito que contra
ela remanescer.

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