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DIREITOS DE APRENDIZAGEM DE HISTÓRIA E GEOGRAFIA NO

CICLO DE CICLO DE ALFABETIZAÇÃO

Janete Souza de Luiz 1


Mirna Susana Viera Martinez 2

RESUMO:

O presente artigo intitulado Direitos de Aprendizagem de História e Geografia no


Ciclo de Ciclo de Alfabetização requerido para a conclusão do Curso de Especialização em
Gestão do Currículo na Formação Docente tem como proposta conhecer se na prática os
Direitos de Aprendizagem está sendo desenvolvido em uma turma de terceiro ano de uma
escola de Ensino Fundamental de Bagé, de acordo com as sugestões dos autores da área e
de alguns órgãos competentes como a SMED (Secretaria Municipal de Educação) e o MEC
(Ministério da Educação). Conforme a DCNEB O processo de implantação e implementação
do disposto na alteração da LDB pela Lei nº 11274/2006, que estabeleceu o ingresso da
criança a partir dos seis anos de idade no Ensino Fundamental, tem como perspectivas
melhorar as condições de equidade e qualidade da Educação Básica, estruturar um novo
Ensino Fundamental e assegurar um alargamento do tempo para as aprendizagens da
alfabetização e do letramento. Através de uma pesquisa que assume características de um
estudo de caso com análises das rotinas planejadas pela professora, que teve formação no
PACTO totalizando na área de Linguagem 160h, Matemática 160h, Formação de Professores
80h assim como um questionário respondido pela Coordenadora dos Anos Iniciais da S MED,
análise da BNCC e dos Direitos de Aprendizagem. Por entender que a alfabetização deveria
incluir além da Língua Portuguesa, os estudos de outras áreas do conhecimento, acreditamos
que esta pesquisa possa servir de alerta aos professores da importância de assegurar ao
educando os direitos de aprendizagem em sua plenitude como contribuição para a formação
do aluno. Só assim ele se sentirá membro da sociedade e não apenas um espectador de tudo
o que acontece em sua volta, mas como agente ativo de sua hist ória.

Palavras-chave:
Direitos de aprendizagem – Ciclo de alfabetização – PNAIC – Ciências humanas.

1 Acadêmica do Curso de Especialização em Gestão do Currículo na Formação Docente, da


Universidade Estadual do Rio Grande do Sul - UERGS.
2 Dra. Orientadora; Professora do Curso de Especialização em Gestão do Currículo na Formação
Docente, da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul - UERGS.
INTRODUÇÃO

A alfabetização inclui além da Língua Portuguesa, também os estudos


de outras áreas do conhecimento, aqui nos dedicamos em pensar na área das
Ciências Sociais.
Ao esclarecer o conceito de alfabetização entende-se de forma efetiva,
como:
A compreensão da alfabetização com a capacidade de leitura
não só de texto, mas também da experiência humana vivida por todos,
cotidianamente, e de escritura, igualmente não só de texto, mas
também como construção da própria história (CALLAI e CALLAI,
1999, p. 65).

A autora ainda complementa que isso não ocorre, isto é, não acontece
a construção da história a partir da alfabetização. O que percebemos é que na
prática não existe nos primeiros anos um trabalho sistematizado para que haja
uma alfabetização na área de Ciências Sociais.
Atualmente, observa-se que as Ciências Sociais, muitas vezes, é
deixada de lado, pois o professor não entende o que deve trabalhar ou mesmo
não dá a devida importância à área.
Desde a graduação me instiga a curiosidade de entender porque na
alfabetização a História e a Geografia por vezes não são trabalhadas como as
demais disciplinas, muitas vezes somente é dado um texto para fazer a
compreensão.
O professor como mediador, é peça fundamental no processo de
aprendizagem e o mesmo deve proporcionar ao aluno condições para que
possa analisar e perceber o mundo a sua volta de forma crítica, agindo com
consciência na construção da sociedade.
Atualmente no Ciclo de Alfabetização conforme BNCC Aprendizagem e
desenvolvimento são processos contínuos que se referem a mudanças que se
dão ao longo da vida, integrando aspectos físicos, emocionais, sociais e
cognitivos. Ao tratar do direito de aprender e de se desenvolver, busca-se
colocar perspectiva as oportunidades de desenvolvimento do/a estudante e os
meios para garantir-lhe a formação comum, imprescindível ao exercício da
cidadania. Nesse sentido, no âmbito da BNCC, são definidos al guns direitos
fundamentais à aprendizagem e ao desenvolvimento com os quais o trabalho
que se realiza em todas as etapas da Educação Básica deve se comprometer.
Esses direitos se explicitam em relação aos princípios éticos, políticos e
estéticos, nos quais se fundamentam as Diretrizes Curriculares Nacionais, e
que devem orientar uma Educação Básica que vise à formação humana
integral, à construção de uma sociedade mais justa, na qual todas as formas
de discriminação, preconceito e exclusão sejam combatidas. São
desenvolvidos Direitos de Aprendizagem no qual fazemos um estudo sobre os
direitos de aprendizagem de História e Geografia no ciclo de alfabetização em
uma escola municipal de Bagé.
Na atuação como supervisora de anos iniciais em uma escola da rede
municipal percebi a dificuldade encontrada por alguns educadores do ciclo da
alfabetização em organizar as suas rotinas que são propostas conforme
orientação do material do PNAIC. Essas rotinas aqui analisadas são divididas
em eixos temáticos conforme os cadernos do PNAIC. Sendo que os conteúdos
propostos no currículo do plano anual da escola tem que ser desenvolvido
nessas rotinas. Cada escola tem seu modelo de rotina adotada e percebi que
quando modifiquei o modelo da escola aqui pesquisada ouve uma desiqu ilíbrio
entre os professores que por vezes não conseguiam introduzir os conteúdos
nos eixos temáticos propostos no material. Nesse momento me reportei a teoria
de Piaget que diz que havendo esse desiquilíbrio entre o sujeito e o objeto
causado entre os professores nós haveríamos a construir novos
conhecimentos. Estamos aqui trabalhando com colegas que não é nada fácil,
onde uns acolhem e outros rejeitam mudanças.
O presente trabalho refere-se a uma pesquisa de análise das rotinas de
setembro a dezembro de 2015 desenvolvidas pelos professores do ciclo de
alfabetização que no decorrer do segundo semestre continuaram em formação
do PNAIC (Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa) do Governo
Federal como bolsistas nessa formação. Uma das minhas inquie tações é
compreender se está havendo uma coerência entre as orientações dada pela
SMED (Secretaria Municipal de Educação de Bagé) e PACTO e o trabalho
desenvolvido em sala de aula pelas professoras.
As questões de pesquisa que busco investigar são as segui ntes:
a) As orientações fornecidas as professoras no pacto priorizam os
direitos de aprendizagem?
b) Há um trabalho das áreas do conhecimento?
c) Qual a ênfase no trabalho do professor?
d) A História e Geografia são desenvolvidas sistematicamente?

Tenho como objetivos específicos:


– Investigar se as práticas desenvolvidas em sala de aula são coerentes
com o material orientado pela Secretaria.
– Observar com que frequência é trabalhada História e Geografia
– Analisar o material do PNAIC 3, Planejamento Anual da Escola e as
Rotinas para ver se há coerência entre elas.
– Perceber se a História e Geografia são trabalhadas de forma
sistemática.
– A pesquisa dá-se de forma qualitativa descritiva com enfoque na
metodologia de Estudo de caso.

1 REFERENCIAL TEÓRICO

1.1 CICLO DE ALFABETIZAÇÃO

Segundo Nascimento (2006), Assessora Técnica em Assuntos


Educacionais da Coordenação Geral do Ensino Fundamental do MEC :
O ciclo de alfabetização nos anos iniciais do Ensino
Fundamental é um tempo sequencial de três anos, ou seja, sem
interrupções, no qual se considera, pela complexidade da
alfabetização, que raramente as crianças conseguem construir todos
os saberes fundamentais para o domínio da leitura e da escrita
alfabética em apenas 200 (duzentos) dias letivos. No Ciclo concebe-
se que o tempo de 600 (seiscentos) dias letivos é um período
necessário para que seja assegurado a cada criança o direito as
aprendizagens básicas da apropriação da leitura e da escrita; a
consolidação de saberes essenciais dessa apropriação; o
desenvolvimento das diversas expressões e o aprendizado de outros

3 Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa.


saberes fundamentais das áreas e componentes curriculares,
obrigatórios, estabelecidos nas Diretrizes Curriculares Nacionais para
o Ensino Fundamental de Nove Anos (2006).

1.2 PACTO

O Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa é um compromisso


formal assumido entre o Governo Federal, Distrito Federal, Estados,
Municípios e sociedade de assegurar que todas as crianças estejam
alfabetizadas até os 8 anos de idade, ao final do 3º ano do Ensino
Fundamental.
É constituído por um conjunto integrado de ações, materiais e
referências curriculares e pedagógicas a serem disponibilizados pelo MEC,
tendo como eixo principal a formação continuada de professores
alfabetizadores.
As ações do Pacto apoiam - se em quatro eixos de atuação:
a) Formação continuada presencial para professores alfabetizadores e
seus orientadores de estudo.
b) Materiais didáticos, obras literárias, obras de apoio pedagógico,
jogos e tecnologias educacionais.
c) Avaliações sistemáticas.
d) Gestão, controle social e mobilização.

1.3 DIREITO DE APRENDIZAGEM

Conforme caderno do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa


não esperamos uma resposta única e inquestionável, apenas apontar alguns
elementos que ajudem a compreender a perspectiva do “direito”.
De acordo com dicionários jurídicos, a palavra direito possui vários
significados. Pode ser pensada como sistema de normas de conduta imposto
por um conjunto de instituições para regular as relações sociais, o que os
juristas chamam de direito objetivo. Também pode ser pensada como a
faculdade concedida a uma pessoa para mover a ordem jurídica em favor de
seus interesses, o que os juristas chamam de direitos subjetivos.
Compartilhamos a perspectiva do direito a aprender como um direito
humano objetivo. Além disso, conforme a BNCC Ao tratar do direito de
aprender e de se desenvolver, busca-se colocar perspectiva as oportunidades
de desenvolvimento do/a estudante e os meios para garantir -lhe a formação
comum, imprescindível ao exercício da cidadania.
1.4 DIREITOS DE HISTÓRIA E GEOGRAFIA

Conforme caderno do Pacto os direitos gerais de aprendizagem em


ciências humanas são os seguintes:
I. Situar acontecimentos históricos e geográficos, localizando -os em
diversos espaços e tempos.
II. Relacionar sociedade e natureza reconhecendo suas interações e
procedimentos na organização dos espaços, presentes tanto no cotidiano
quanto em outros contextos históricos e geográficos.
III. Saber identificar as relações sociais no grupo de convív io e/ou
comunitário, na própria localidade, região e país. Saber identificar também
outras manifestações estabelecidas em diferentes tempos e espaços.
IV. Conhecer e respeitar o modo de vida (crenças, alimentação,
vestuário, fala e etc.) de grupos diversos, nos diferentes tempos e espaços.
V. Apropriar-se de métodos de pesquisa e de produção de textos das
Ciências Humanas, aprendendo a observar, analisar, ler e interpretar
diferentes paisagens, registros escritos, iconográficos e sonoros.

1.4 BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR - SEGUNDA VERSÃO

Conforme a BNCC a aprendizagem e desenvolvimento são processos


contínuos que se referem a mudanças que se dão ao longo da vida, integrando
aspectos físicos, emocionais, afetivos, sociais e cognitivos.
Esses direitos se explicitam em relação aos princípios, éticos, políticos
e estéticos, nos quais se fundamentam as Diretrizes Curriculares Nacionais, e
que devem orientar uma Educação Básica que vise a formação humana
integral, a construção de uma sociedade mais justa, na qual todas as formas
de discriminação, preconceito e exclusão sejam combatidas. S ão eles:
1.5 QUADRO DEMONSTRATIVO DOS DIREITOS DE APRENDIZAGEM, BNCC
E OS ASPECTOS TRABALHOS NO 3º ANO
DIREITOS DE APRENDIZAGEM BNCC ASPECTOS TRABALHADOS
EIXO ORGANIZAÇÃO DO TEMPO E DO ESPAÇO. 3º CONHECIMENTOS HISTÓRICOS
ANO
 Nomear acontecimentos ocorridos em I/A  Conhecer marcos históricos da cidade em que vive.  Cotidiano da criança atual
diferentes tempos e lugares de importância  Identificar semelhanças e diferenças existentes entre  A criança no meio
afetiva e significante para a sua comunidade comunidades que formam a cidade. tradicionalista
familiar, local, regional e nacional.  Identificar registros do passado na cidade (nomes de  Dos Dinossauros
 Localizar no espaço a posição do corpo e de ruas, monumentos, edifícios...).  A chegada da eletricidade
outros objetos, reconhecendo noções de
C  Conhecer modos de vida na cidade em épocas passadas.  Os transportes ontem e
posicionamento (frente, atrás, entre, perto,  Comparar os modos de nos modos de vida na cidade com os hoje
longe) lateralidade (esquerda, direita). modos de vida no campo.
 Desenvolver noções de localização espacial  Perceber como as transformações ocorridas na cidade no
(dentro e fora, ao lado, entre), orientação passado interferem nos modos de vida de seus habitantes no
(esquerda e direita) e legenda (cores e presente.
formas).  Identificar os espaços públicos no lugar em que vive: ruas,
 Localizar nos trajetos de deslocamentos A/C praças, escolas, hospitais, prédios, da prefeitura e da Câmara de
diários informações como endereços, nomes vereadores.
de ruas, pontos de referência.  Analisar as diferenças entre os espaços públicos e o espaço
 Identificar instrumentos e marcadores de doméstico.
tempo (relógios, calendários) elaborados e  Identificar as diferentes atividades realizadas na cidade, para fins
/ou utilizados por sociedades ou grupos de A/C
de produção, comércio, cultura, educação e lazer.
convívio em diferentes localidades.
 Identificar diferenças entre formas de trabalho realizadas na
 Compreender a ordenação dos dias da cidade e no campo.
semana, mês e ano na perspectiva da
 Comparar as relações de consumo do tempo presente com as de
construção do tempo cronológico. A/C
outros tempos e espaços.
 Identificar as mudanças e permanências
ocorridas nos diferentes espaços ao longo do
tempo.

I/A

Fonte: Nº de rotinas: 14 elaboradas pela professora do 3º ano Período: 14/09/2015 a 18/12/2015


LEGENDA:I- Introduzir; A – Aprofundar; C- Consolidar
Fonte: Nº de rotinas: 14 elaboradas pelas professoras 3º ano Período: 14/09/2015 a 18/12/2015
DIREITOS BNCC ASPECTOS TRABALHADOS
EIXO PRODUÇÃO E COMUNICAÇÃO 3º
ANO
 Distinguir elementos naturais e A/C  Identificar mudanças e permanências ao longo do tempo nas relações Clima da nossa região
construídos, existentes nas de consumo. Nosso município e suas paisagens
paisagens.  Identificar a presença de deslocamentos populacionais na formação È preciso cuidar dos rios
 Identificar e comparar as condições A/C das cidades.
de existência (alimentação,  Identificar a organização político – administrativa do Estado em
moradia, saúde, lazer, vestuário, municípios.
educação) de diferentes grupos de
convívio, em diferentes períodos
de tempo e participação política e
em diferentes localidades. A/C
 Identificar impactos no ambiente
decorrentes da ação humana.
 Reconhecer transformações nos I/A
modos de vida relacionadas ao
desenvolvimento das tecnologias
de informação e comunicação.
 Reconhecer práticas de
conservação do ambiente e sua
I/A
relação com a qualidade de vida e
saúde, desenvolvendo atitudes
sustentáveis.

LEGENDA:I- Introduzir; A – Aprofundar; C- Consolidar


DIREITOS DE APRENDIZAGEM BNCC ASPECTOS TRABALHADOS
EIXO DE IDENTIDADE E DIVERSIDADE 3º LINGUAGEM E PROCEDIMENTOS DE PESQUISA
ANO

 Construir a sua identidade como A  Conhecer e registrar, a partir de múltiplas linguagens, os patrimônios
sujeito individual e coletivo. históricos e culturais de sua cidade.
 Identificar o contexto histórico dos  Consultar fontes de diferentes naturezas para obter informações sobre
espaços de convivência (casa, rua, A/C acontecimentos ocorridos ao longo do tempo na cidade em que vive.
bairro) como elemento constituinte  Identificar variações de pontos de vista na compreensão das fontes que
da sua identidade. permitem obter informações sobre acontecimentos ocorridos ao longo
 Identificar nas práticas do tempo na cidade em que vive.
socioculturais as interações, no A/C  Comparar pontos de vista em relação à cidade em que vive,
passado e no presente, comparando considerando aspectos relacionados a condições sociais e à presença
com a localidade a qual pertencem. de diferentes grupos e culturas, em especial culturas africanas,
 Desenvolver a noção de indígenas, e de migrantes.
pertencimento, a partir das A  Relacionar acontecimentos ocorridos na cidade em que vive, tomando
semelhanças e diferenças dos como referência o encadeamento de ações ao longo do tempo.
grupos de convívio de que participa.  Selecionar, a partir de alguns critérios, lugares de memória coletiva da
 Respeitar as diversidades história da cidade, registrando esses lugares a partir de múltiplas
socioculturais, políticas, linguagens.
etnicorraciais e de gênero que A  Registrar critérios de marcação da passagem do tempo de
compõem a sociedade atual. acontecimentos ocorridos na cidade em que vive.
 Comparar marcadores temporais que registram a passagem do tempo
em períodos específicos, como década, século, milênio, considerando
o uso do calendário. Relacionar a história da cidade aos lugares de
memória coletiva.
 Registrar, por meio de múltiplas linguagens, práticas sociais e culturais
significativas do cotidiano da cidade no tempo presente, observando
mudanças e permanências dessas práticas.

Fonte: Nº de rotinas: 14 elaboradas pela professora do 3º ano Período: 14/09/2015 a 18/12/2015


LEGENDA:I- Introduzir; A – Aprofundar; C- Consolidar
DIREITOS DE APRENDIZAGEM BNCC ASPECTOS TRABALHADOS
3º ANO GEOGRAFIA
EIXO CARTOGRAFIA, FONTES HISTÓRICAS
E GEOGRAFIA

 Reconhecer as diferentes formas de A/C


representação do espaço de  Compreender como os processos naturais e históricos atuam na
convivência. produção e na mudança das paisagens nos seus lugares de
 Identificar ações humanas nos vivências, comparando-as a outros lugares.
espaços e nos serviços públicos do  Diferenciar, em seus lugares de vivências, marcas de contribuição
cotidiano (coleta de lixo, correio, posto A/C de grupos de diferentes origens nos aspectos culturais, econômicos
de saúde, lazer). etc.
 Identificar registros históricos (certidão  Comparar tipos variados de mapas, identificando suas  Localização da nossa cidade
de nascimento, calendários, cartas, A/C características, elaboradores, finalidades, diferenças e (mapas)
fotos, álbuns) e cartográficos (mapas, semelhanças.
guias de ruas, endereços),  Analisar elementos que compõem o endereço de sua moradia e da
observando seus usos sociais. sua escola.
 Reconhecer diversas fontes escritas  Comparar impactos das atividades humanas sobre o meio ambiente
midiáticas, iconográficas e orais que em paisagens urbanas e rurais.
I/A
representam a diversidade histórica e  Reconhecer matérias-primas (papel, madeira, plástico etc.) de
geográfica de sua localidade. objetos presentes no cotidiano, identificando suas origens e
trabalhos para a sua produção.

Fonte: Nº de rotinas: 14 elaboradas pela professora do 3º ano Período: 14/09/2015 a 18/12/2015


LEGENDA:I- Introduzir; A – Aprofundar; C- Consolidar
2 METODOLOGIA

A pesquisa foi realizada através de um Estudo de Caso com


levantamento bibliográfico com autores que deram embasamento ao trabalho,
análises das rotinas de uma turma de 3º ano de uma escola municipal de Bagé,
bem como uma entrevista realizada com a Coordenadora Pedagógica SMED
(Secretaria Municipal de Educação de Bagé).

2.1 TIPO DE PESQUISA

A pesquisa é um estudo de caso.


Como esforço de pesquisa, o estudo de caso contribui, de forma
inigualável, para a compreensão que temos dos fenômenos individuais,
organizacionais, sociais e políticos. Yin (2001) aponta que:
Não surpreendentemente, o estudo de caso vem sendo uma
estratégia comum de pesquisa na psicologia, sociologia, na ciência
política, na educação, na administração, no trabalho social e no
planejamento (p. 21).

Pode-se observar que o estudo de caso surge do desejo de


compreender fenômenos sociais complexos. Pois, ele permite uma
investigação para se preservar as características holísticas e significativas dos
eventos da vida real.
Sendo que nossa proposta é justamente fazer essa relação entre o
mundo real e o sujeito para então conhecermos um pouco da realidade a ser
investigada.

2.2 COLETA DE DADOS

A coleta de dados foi realizada em uma escola municipal de Bagé


sendo que priorizamos um 3º ano. Estudamos rotinas programadas pela
professora perfazendo um total de 14 rotinas, ou seja, um trimestre conforme
o calendário da escola da rede municipal de ensino do município de Bagé no
ano de 2015.

Além das rotinas foi realizado um questionário com a Coordenadora


Pedagógica dos Anos Inicias da SMED com perguntas abertas, como: Quais
as orientações fornecidas aos professores do PACTO sobre os direitos de
aprendizagem? Na sua perspectiva houve aceitação? Quais as principais
dificuldades que você percebeu com os professores? Há resistências para o
planejamento das rotinas? Sabemos que as formações de Língua Portuguesa
e Matemática tiveram uma duração de 80h, além do seminário de
encerramento. Nas Ciências Humanas, já houve a formação e qual foi o tempo
de formação dos professores alfabetizadores? Os professores receberam os
cadernos de formação durante o curso? Você percebe que no planejamento
das rotinas os professores se preocupam em assegurar os direitos de História
e Geografia? Qual a metodologia mais adequada que você considera para a
efetivação dos Direitos de Aprendizagem?
Pretendemos através das respostas destas perguntas obter mais
informações que possam esclarecer melhor o processo de implementação dos
Direitos de Aprendizagem na área de Ciências Sociais ou Ciências Humanas
em sala de aula.

2.3 ANÁLISE DOS DADOS

As categorias de análise serão:


a) Direitos de Aprendizagem
Os direitos gerais de aprendizagem na área de Ciências Humanas
estão divididos em eixos, no qual o professor é orientado a trabalhar todos
esses eixos no decorrer no ano letivo. Abaixo cito os direitos gerais e logo
abaixo os seus eixos.
I. Situar acontecimentos históricos e geográficos, localizando-os em
diversos espaços e tempos.
II. Relacionar sociedade e natureza reconhecendo suas interações e
procedimentos na organização dos espaços, presentes tanto no cotidiano
quanto em outros contextos históricos e geográficos.
III. Saber identificar as relações sociais no grupo de convívio e/ou
comunitário, na própria localidade, região e País. Saber identificar outras
manifestações estabelecidas em diferentes tempos e espaços.
IV. Conhecer e respeitar o modo de vida (crenças, alimentação,

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vestuário, fala e etc.) de grupos diversos, nos diferentes tempo e espaços.
V. Apropriar-se de métodos de pesquisa e de produção de textos das
Ciências Humanas, aprendendo a observar, analisar, ler e interpretar
diferentes paisagens, registros escritos, iconográficos e sonoros.
Eixos:
– Organização do Tempo e do Espaço.
– Produção e Comunicação.
– Identidade e Diversidade.
– Cartografia, Fontes Históricas e Geografia.
Percebe-se que no decorrer do trimestre aqui analisado pouco foi
desenvolvido esses direitos na turma pesquisada. Percebendo-se que existe
bastante dificuldade do professor operacionalizar os direitos de aprendizagem
no que se refere a História e Geografia.
Analisando o quadro acima percebe-se que são poucos os direitos de
aprendizagem desenvolvidos em todo o trimestre.
De acordo com Penteado (2010):
A presença das Ciências Humanas nas cinco séries do
Ensino Fundamental, através da disciplina História e Geografia, deve
garantir a iniciação do estudante nessa preparação mais ampla. Para
isso é necessário assegurar para cada série um conhecimento
significativo, ainda que introdutório, que possa ser utilizado pelo
estudante ao longo de sua vida, na convivência com seus
semelhantes, como um instrumento que lhe possibilite pensar sua
realidade e melhor conhece-la, para melhor atuar nela e se apossar
dela, em vez de ser engolido por ela.

Entendemos que a área de Ciências Sociais alfabetiza para o mundo.


Para isso devemos desenvolver atividades que envolvam os alunos em uma
dimensão de questionamentos, que despertem o entusiasmo e o interesse
pelas novas descobertas com um olhar mais investigativo construindo assim
novos saberes.
Ao analisar as rotinas percebemos que há uma prioridade nas áreas de
Linguagem e Lógico-Matemático sendo que a área de Ciências Sociais e
Ciências Naturais ficam com uma menor quantidade de objetivos a serem
desenvolvidos.
Na turma aqui analisada não é diferente em relação a prioridade de
algumas áreas como foi possível constatar.
Sendo algumas áreas privilegiadas na elaboração das rotinas

14
semanais percebemos que o nosso aluno não é trabalhado na sua plenitude
para desenvolver uma leitura de mundo.
Constatamos que é fundamental que se estabeleça a relação do
passado e presente, isto é, que os fatos não se restrinjam apenas ao passado,
mas sim que este seja entendido como chave para a compreensão do
presente, assim entendendo o passado.
A realidade de uma criança hoje é muito ampla, não se resumindo
apenas ao espaço e tempo que, em geral, consideramos próximas a ela. As
informações que recebe cotidianamente pelos diversos meios de comunicação
sobre outros lugares, povos, culturas, hábitos, valores, apresentam diferentes
tempos e diferentes espaços, que tornam próximos da criança, ganhando
significação e importância para ela.
Para Benjamim (2006):
Trabalhar com os conhecimentos das Ciências Sociais nessa
etapa de ensino reside, especialmente, no desenvolvimento da
reflexão crítica sobre os grupos humanos, suas relações, suas
histórias, formas de se organizar, de resolver problemas e de viver
em diferentes épocas e locais. Assim, a família, a escola, a religião,
o entorno social (bairro comunidade, povoado), a cidade, o pais e o
mundo são esferas da vida humana que comportam inúmeras
relações, configurações e organizações (p. 59).

Percebemos a importância de trabalhar a área de Ciências Sociais nos


primeiros anos do Ensino Fundamental, pois o aluno precisa desenvolver a
sua capacidade de se relacionar com o mundo e compreendê -lo na sua
totalidade.
Para o autor acima citado, o trabalho com a área de Ciências Sociais
também “objetiva ajudar a criança a pensar e a desenvolver atitudes de
observação, de estudo e de comparação das paisagens, do lugar onde habita,
das relações entre o homem, o espaço e a natureza” (2006, p. 60).
Para Benjamim nessa perspectiva, poderemos desenvolver cidadãos
críticos e ativos na sociedade no qual está inserido. Para isso devemos propor
atividades por meio das quais os alunos possam investigar e intervir sobre a
realidade, reconhecendo-se como parte integrante da natureza e da cultura.

b) Planejamento das rotinas


As rotinas são planejadas pela professora titular da turma, tendo como
prioridade os direitos de aprendizagem assegurados no planejamento semanal

15
em todas as áreas.
Conforme Coordenadora dos Anos Iniciais da SMED no
questionamento se houve dificuldades dos professores em relação aos direitos
de aprendizagem justifica que o entendimento dos itens dos “Quadros de
Direitos de aprendizagem foi a principal dificuldade que os professores
encontraram”.
Percebe-se que existe ainda certa dificuldade de alguns professores
para compreender os Direitos de Aprendizagem principalmente na área aqui
estudada ou seja Ciências Humanas.
Conforme Castrogiovanni e Costella (2006):
Oportunizar o aluno a pensar sobre o espaço vivido para
compreender com igual capacidade de interpretação a concepção de
espaços maiores se torna o fundamento filosófico que norteia os
chamados Estudos Sociais nas series iniciais (p. 29) .

c) Formação das professoras no PACTO


Desde 2013 o Governo Federal juntamente com o Governo Estadual e
as Prefeituras oferece cursos de Formação PACTO para os professores
alfabetizadores distribuído da seguinte maneira:
– Em 2013 Linguagem totalizando 160h
– Em 2014 Matemática totalizando 160h
– Em 2015 Formação de professores 80h
Sendo que a previsão de estudos de Arte e Ciências Humanas é para
2016, porém até o presente momento não foi realizada.
Quanto a preocupação dos professores em assegurar os direitos de
aprendizagem em História e Geografia em seus planejamentos a
Coordenadora ressalta que um dos motivos de ter adotado os quadros de
rotina foi exatamente para que todos os direitos fossem contemplados. Sendo
assim, aconteceu formações com as supervisoras para “treinar o olhar” e
verificar se há diversidade nos quadros de rotinas.

CONCLUSÃO

Tendo em vista os aspectos pesquisados e aqui analisados somos


levados a acreditar que não são todas as áreas do conhecimento

16
contempladas para o desenvolvimento do aluno, mesmo havendo esforços
tanto da secretaria com formações bem como o Ministério da Ed ucação. Na
turma pesquisada houve prioridade nas áreas da linguagem e lógico. Quando
se trata da área de Ciências Humanas percebe-se pouco conhecimento como
trabalhar em sala de aula.
A BNCC traz novas perspectivas para nortear a educação brasileira ao
propor uma referencia nacional, igualando todos os níveis sociais e garantindo
os direitos de aprendizagem e desenvolvimento. Superando a fragmentação
das politicas públicas.
O Pacto trouxe várias melhorias no ensino brasileiro entre eles o
planejamento, o pensar do professor em suas atividades de como fazer? Essa
reflexão e uma nova visão de trabalhar com rotinas e sequencias didáticas,
que englobe todas as áreas do conhecimento, faz com que a aula fique mais
prazerosa para o aluno pois ele é individuo ativo na construção do
conhecimento. Através de um livro de histórias o professor tem a oportunidade
explorar todas as áreas do conhecimento, utilizando-se também do material
concreto para desenvolver as atividades propostas. Sendo assim muitos
professores tiveram a oportunidade de repensar as suas práticas pedagógicas
no interior das escolas.
Acreditamos que através dos esforços de todas as esferas as
dificuldades que ainda rodeiam o trabalho do professor possam ser sanadas
para que possamos desenvolver alunos críticos e ativos na sociedade no qual
está inserido.

BIBLIOGRAFIAS

BENJAMIM, Walter. As crianças de seis e as áreas do conhecimento. In :


NASCIMENTO, Aricélia Ribeiro do; BEAUCHAMP, Jeanete; PAGEL, Sandra
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17
2006.

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(Revista). Abril/2016.

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