Professional Documents
Culture Documents
1.2. Critério funcional – o Estado exerce três conjuntos de funções típicas que
constituirão os três Poderes do Estado (Executivo, Judiciário e Legislativo), e ainda
três funções independentes constitucionais, quais sejam, o Ministério Público, a
Defensoria Pública e o Tribunal de Contas.
*neste sentido, temos que o Tribunal de Justiça, bem como o Congresso Nacional
são órgãos, logo, compõem a Administração direta. Agora o Fundo Previdenciário
Suplementar dos Magistrados, que é uma fundação pública, compõe a
Administração indireta – conclusão: nos três Poderes do Estado estarão órgãos da
Administração direta e pessoas jurídicas da Administração indireta, afetados às
funções típicas e atípicas de cada um dos três Poderes.
*em sentido contrário, a concepção objetiva toma por base o que a entidade, de
fato, “faz”. Para tanto, são atividades da administração pública: a) serviço público,
que são as prestações concretas que representam utilidades ou comodidades
materiais para a população em geral; b) polícia administrativa, que são restrições
ou condicionamentos impostos ao particular em prol do interesse público; c)
fomento, que é o incentivo à iniciativa privada de utilidade pública; d) intervenção,
que se dá por toda intervenção do Estado no setor privado, salvo quando da sua
atuação direta como agente econômico.
2.3. Teoria do Órgão de Otto Giërke: esta teoria se contrapõe às demais, quais
sejam, as teorias do mandato (em que o Estado conferiria uma procuração aos seus
agentes públicos) e da representação (tal qual a representação do incapaz), não
sendo nenhuma das duas adotadas no Brasil. A teoria do órgão define os dois
elementos fundamentais dos órgãos:
a) Quanto à estrutura:
*de acordo com o critério formal adotado pelo Brasil, como vimos, apenas
serão entidades da administração pública indireta as que o direito assim
determina, ou seja, as autarquias, as fundações pública, as empresas públicas e as
sociedades de economia mista (quer exerçam atividade administrativa ou não, tal
qual ocorre na maioria das vezes com as sociedades de economia mista, que
possuem atividade econômica) – com isso, tem-se que as concessionárias e as
organizações sociais, por exemplo, não são administração, uma vez que, embora
exerçam atividade administrativa, não são assim denominadas pelo direito.
(ARRUMAR AS CORES).
3.2. Autarquia: são as pessoas jurídicas da Administração indireta que mais caem
nas provas de concursos. As autarquias são diretamente criadas por lei para a
prestação de serviços públicos próprios do Estado. Por isso não podem ter natureza
econômica, senão deveriam ser descentralizados às Empresas Públicas ou
Sociedades de Economia Mista.
Regime público: em função disto, os bens das autarquias são sempre bens
públicos, conforme o art. 98 do CC. Portanto, os bens das autarquias não podem ser
penhorados, onerados (dar o bem em garantia), e não sofrem usucapião. Neste
mesmo sentido, para as suas alienações, é necessária a prévia desafetação,
avaliação de mercado, autorização legislativa e realização licitação. Seus bens,
anteriormente, compunham determinada pessoa política, a qual reintegrará tais
bens com a extinção dessa autarquia (extinção que só se dá por lei).
*para a nomeação, poderá ser exigida prévia aprovação pelo Senado Federal
(alguns casos a própria CF fez menção expressa dessa obrigatoriedade, o que
ocorre, por exemplo, com a nomeação do presidente e diretores do BACEN). Isso
também poderá ocorrer nos demais entes federativos, em virtude do princípio da
simetria, conforme já decidiu o STF (ADI 2.225/SC de 2014).
Tipos de autarquias:
- A lei permite que a associação adote regime privado. Neste caso, não
integrará a Administração Indireta (será pessoa privada, do mercado).
3.4. Fundações Públicas: uma fundação é uma pessoa jurídica sem sócios e nem
cotistas (fundações não possuem nem capital social) e é constituída por Estatuto,
através de um conjunto de bens (que formam um acervo de bens). Ninguém é dono
de uma fundação, e elas sempre pertencem a uma atividade beneficente ou
assistencial – tem como características: a) a figura de um instituidor, que faz a
dotação patrimonial para a consecução de uma finalidade específica; b) o objeto
consistente em atividades de interesse social; c) ausência de fins lucrativos.
a) Atividades desenvolvidas:
II) Segundo o art. 173 da CF, são sempre de regime privado, e estão
obrigadas, segundo a Constituição a se sujeitarem às mesmas regras
tributárias, previdenciárias, trabalhistas e comerciais aplicadas a
todas as demais empresas privadas comuns.
*regime misto ou híbrido: isso NÃO existe. Isso porque a maioria das
atribuições é predominantemente privada. Somente se adotará um
regime mais publicista quando estas forem exploradoras de serviços
públicos, em decorrência do postulado da continuidade dos serviços
públicos.
d) Principais diferenças:
**acionista majoritário: pode ser que seja outro o acionista majoritário, uma vez
que existem ações preferenciais em que se pode excluir o direito de voto.
f) Aumento na autonomia gerencial (art. 37, par. 8º da CF): assim como nas
autarquias, as empresas estatais também poderão aumentar sua autonomia
gerencial, quando da firmação de contratos de gestão com o Poder Público. No
entanto, ao contrário do que ocorre com as autarquias e fundações públicas, o
simples fato de firmarem contrato de gestão com o Poder Público não implica na
qualificação delas como agências executivas.
4. Terceiro Setor:
4.1. Noções:
Se não substitui, a OSCIP não absorve nem órgão, nem bens, nem agentes
públicos e nem rendas públicas. Aqui, somente se fala em parceria, fomento.
II) a
4.2.3. OS VS. OSCIP – guardar estas distinções, pois em provas o examinador faz
um texto longo, em que coloca um dos termos que faz distinção. Decorar esta
tabela, portanto:
Organização Social Organização da Sociedade Civil de
Interesse Público
Associação ou sociedade privada. Associação ou sociedade privada.
Há participação de agente do Poder Não há a exigência de tal participação,
Público no conselho de administração. sendo que sequer é necessária a
existência de um conselho de
administração.
Não há necessidade de existência Deve já ter sido constituída há pelo
prévia. menos 3 anos.
A qualificação é ato discricionário. Vinculado (a área está na lei).
Otimização e eficiência. Sem eficiência.
Contrato de gestão. Termo de parceria.
Absorve: a) órgão; b) bens; c) agentes Não absorve nada.
públicos; d) rendas públicas.
*melhor evitar o termo paraestatal, pois há doutrinador que entende que todas as
entidades do terceiro setor são paraestatais. Portanto, pode dar confusão.
*as ICES não estão sujeitas à obrigatoriedade de realizar licitação pública para as
suas contratações.