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Polícia Militar da Bahia

PM-BA
Curso de Formação de Oficiais Auxiliares Policiais Militares – CFOAPM

Edital n.º IEP/CPCP 006/02/2018

FV013-2018
DADOS DA OBRA

Título da obra: Polícia Militar da Bahia - PM-BA

Cargo: Curso de Formação de Oficiais Auxiliares Policiais Militares – CFOAPM

(Baseado no Edital n.º IEP/CPCP 006/02/2018)

• Língua Portuguesa
• História do Brasil
• Geografia do Brasil
• Atualidades
• Noções de Direito Constitucional
• Noções de Direitos Humanos
• Noções de Direito Administrativo
• Noções de Direito Penal
• Noções de Direito Penal Militar

Gestão de Conteúdos
Emanuela Amaral de Souza

Diagramação
Elaine Cristina
Igor de Oliveira
Camila Lopes
Thais Regis

Produção Editoral
Suelen Domenica Pereira

Capa
Joel Ferreira dos Santos

Editoração Eletrônica
Marlene Moreno
SUMÁRIO

Língua Portuguesa

Ortografia oficial. ...............................................................................................................................................................................................................01


Acentuação gráfica.............................................................................................................................................................................................................05
Flexão nominal e verbal. ................................................................................................................................................................................................08
Pronomes: emprego, formas de tratamento e colocação. ...............................................................................................................................10
Emprego de tempos e modos verbais. Vozes do verbo. ..................................................................................................................................19
Concordância nominal e verbal. ..................................................................................................................................................................................32
Regência nominal e verbal. ............................................................................................................................................................................................37
Ocorrência de crase. .........................................................................................................................................................................................................44
Pontuação. .............................................................................................................................................................................................................................49
Aspectos redacionais (confronto e reconhecimento de frases corretas e incorretas). ........................................................................52
Intelecção de texto. ...........................................................................................................................................................................................................60
Redação oficial......................................................................................................................................................................................................................64

História do Brasil

A sociedade colonial: economia, cultura, trabalho escravo, os bandeirantes e os jesuítas......................................................... 01


A independência e o nascimento do Estado Brasileiro. ........................................................................................................................... 06
A organização do Estado Monárquico. ........................................................................................................................................................... 10
A vida intelectual, política e artística do século XIX. ................................................................................................................................. 15
A organização política e econômica do Estado Republicano. ............................................................................................................... 17
A Primeira Guerra Mundial e seus efeitos do Brasil. .................................................................................................................................. 28
A revolução de 1930. ............................................................................................................................................................................................. 33
O Período Vargas. .................................................................................................................................................................................................... 35
A Segunda Guerra Mundial e seus efeitos no Brasil. ................................................................................................................................. 39
Os governos democráticos, os governos militares e a Nova República. ........................................................................................... 41
A cultura do Brasil Republicano: arte e literatura, ...................................................................................................................................... 55
História da Bahia: Independência da Bahia. .................................................................................................................................................. 61
Revolta de Canudos................................................................................................................................................................................................. 62

Geografia do Brasil

Organização político-administrativa do Brasil: divisão política e regional........................................................................................ 01


Relevo, clima, vegetação, hidrografia e fusos horários.............................................................................................................................. 04
Aspectos humanos: formação étnica, crescimento demográfico.......................................................................................................... 20
Aspectos econômicos: agricultura, pecuária, extrativismo vegetal e mineral, atividades industriais e transportes.......... 25
A questão ambiental: degradação e política de meio ambiente........................................................................................................... 35
Geografia da Bahia: aspectos políticos, físicos, econômicos, sociais e culturais............................................................................. 42

Atualidades

Domínio de assuntos relevantes e atuais (nacionais e internacionais) divulgados pelos principais meios de
comunicação.............................................................................................................................................................................................................. 01

Noções de Direito Constitucional

1. Constituição da Republica Federativa do Brasil: Poder Constituinte............................................................................................... 01


2. Dos Princípios fundamentais........................................................................................................................................................................... 03
3. Dos Direitos e Garantias fundamentais....................................................................................................................................................... 06
SUMÁRIO

3.1 Dos direitos e deveres individuais e coletivos.................................................................................................................................. 06


3.2 Da nacionalidade......................................................................................................................................................................................... 06
3.3 Dos direitos políticos.................................................................................................................................................................................. 06
4. Da organização do Estado............................................................................................................................................................................... 11
4.1 Da organização politico- administrativa............................................................................................................................................. 11
4.2 Da União.......................................................................................................................................................................................................... 11
4.3 Dos Estados Federados............................................................................................................................................................................. 11
4.4 Do Distrito Federal e dos Territórios.................................................................................................................................................... 11
4.5 Da administração publica :....................................................................................................................................................................... 11
4.5.1 Disposições gerais.................................................................................................................................................................................... 11
4.5.2 Dos servidores Público........................................................................................................................................................................... 11
4.5.3 Dos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios........................................................................................... 11
5. Da organização dos poderes........................................................................................................................................................................... 17
5.1 Do poder Legislativo.................................................................................................................................................................................. 17
5.1.1 Do Congresso Nacional......................................................................................................................................................................... 17
5.1.2 Da atribuições do Congresso Nacional .......................................................................................................................................... 17
5.1.3 Da Câmara dos Deputados................................................................................................................................................................... 17
5.1.4 Do Senado Federal ................................................................................................................................................................................. 17
5.2 Do poder Executivo................................................................................................................................................................................... 17
5.2.1 Do Presidente e do Vice- Presidente da Republica..................................................................................................................... 17
5.2.2 Das atribuições do Presidente Judiciário........................................................................................................................................ 17
5.3.1 Disposições gerais.................................................................................................................................................................................... 17
5.4 Das funções essenciais à Justiça............................................................................................................................................................ 17
5.4.1 Do Ministério Publico............................................................................................................................................................................. 17
6. Da defesa dos Estados e das instituições democráticas....................................................................................................................... 40
6.1 Do estado de defesa e do estado de sitio......................................................................................................................................... 40
6.2 Das Forças Armadas.................................................................................................................................................................................... 40
6.3 Da segurança publica................................................................................................................................................................................. 40
7. Constituição do Estado da Bahia................................................................................................................................................................... 42
7.1 Dos servidores públicos militares.......................................................................................................................................................... 42
7.2 Da segurança Publica. ............................................................................................................................................................................... 42

Noções de Direitos Humanos

1. Precedente históricos : Direitos Humanitários, Liga das Nações e Organização Internacional do Trabalho ( OIT). .... 01
2. A Declaração Universal dos Direitos Humanos / 1948. ....................................................................................................................... 06
3. Convenção Americana sobre Direitos Humanos/1969 ( pacto de São Jose da Costa Rica) (arts 1 ao 32). ..................... 08
4 . Pacto Internacional do Direitos Econômicos, Sociais e Culturais ( art. 1 ao 15). Pacto Internacional dos Direitos Civis
e Políticos/ 1966 ( arts. 1 ao 27). ....................................................................................................................................................................... 13
5 Convenção Internacional Sobre Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra Mulher ( Decreto n.
65.810/69) . ............................................................................................................................................................................................................... 20
6. Convenção Sobre Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Conta a Mulher ( Decreto n. 4.377/02). Lei Esta-
dual n. 13.182/14 ( Estatuto da Igualdade Racial e de Combate a Intolerância Religioso), regulamentada pelo Decreto
Estadual n. 15.353/14.............................................................................................................................................................................................. 26

Noções de Direito Administrativo

1. Administração Publica: conceito e Princípios........................................................................................................................................... 01


2. Poderes administrativos.................................................................................................................................................................................... 01
3. Atos administrativos........................................................................................................................................................................................... 01
3.1 Conceito.......................................................................................................................................................................................................... 01
3.2 Atributos.......................................................................................................................................................................................................... 01
SUMÁRIO

3.3 Requisitos........................................................................................................................................................................................................ 01
3. Atos Administrativos..................................................................................................................................................................................... 01
3.4 Classificação................................................................................................................................................................................................... 01
3.5 Extinção............................................................................................................................................................................................................ 01
4. Organização Administrativa ........................................................................................................................................................................... 22
4.1 Órgãos Públicos : conceito e classificação......................................................................................................................................... 22
4.2 Entidades administrativas: conceito e espécies. Agentes públicos : espécies .................................................................... 22
5.Regime jurídico do militar estadual: Estatuto dos Policiais Militares dos Estado Da Bahia ( Lei Estadual n. 7.990 de 27
de dezembro de 2001 e suas alterações, em especial a Lei N.11.356, de 06 de janeiro de 2009)........................................... 46
6. Criação da Secretaria de Politicas de Promoção de igualdade racial da presidência da Republica ( Lei n. 10.678/03)..............88
7. Criação da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial ( Lei n. 10.549/06, modificada pela Lei n. 12.212/11)........... 89
8. Estatuto da Igualdade Racial ( Lei n. 12.888/10)....................................................................................................................................102

Noções de Direito Penal

1. Da aplicação penal. ............................................................................................................................................................................................ 01


1.1 Lei penal no tempo. ................................................................................................................................................................................... 01
1.2 Lei penal no espaço. .................................................................................................................................................................................. 01
2. Do crime. ................................................................................................................................................................................................................ 05
2.1 Elementos. ..................................................................................................................................................................................................... 05
2.2 Consumação e tentativa. ......................................................................................................................................................................... 05
2.3 Desistência voluntária e arrependimento eficaz. ............................................................................................................................ 05
2.4 Arrependimento posterior. ...................................................................................................................................................................... 05
2.5 Crime impossível. ........................................................................................................................................................................................ 05
2.6 Causas de exclusão de ilicitude e culpabilidade. ............................................................................................................................ 05
3.Contravenção. ....................................................................................................................................................................................................... 16
4.Imputabilidade penal. ........................................................................................................................................................................................ 17
5. Dos crimes contra a pessoa (homicídio, lesão corporal e rixa). ....................................................................................................... 19
6. Dos crimes contra a liberdade pessoal (ameaça, sequestro e cárcere privado). ....................................................................... 21
7.Dos crimes contra o patrimônio (furto, roubo, extorsão, apropriação indébita, estelionato e outras fraudes e re-
ceptação). .................................................................................................................................................................................................21
8. Dos crimes contra a paz pública (quadrilha ou bando). ...................................................................................................................... 25
9. Dos crimes contra a administração pública (peculato e suas formas, concussão, corrupção ativa e passiva, prevarica-
ção, usurpação de função pública, resistência, desobediência, desacato, contrabando e descaminho). ............................ 25
10. Legislação esparsa: Lei nº 4.898, de 9 de dezembro de 1965 (Abuso de Autoridade); ........................................................ 28
Lei nº 9.455/97 (Tortura); ...................................................................................................................................................................................... 30
Lei n.º 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente). ........................................................................................................................ 31
Lei n.º 10.826/03 (Estatuto do Desarmamento)............................................................................................................................................ 69

Noções de Direito Penal Militar

1. Das penas. ............................................................................................................................................................................................................. 01


1.1 Das penas principais. ................................................................................................................................................................................. 01
1.2. Das penas acessórias. ............................................................................................................................................................................... 01
2. Dos crimes contra a autoridade ou disciplina militar. .......................................................................................................................... 14
3. Dos crimes contra o serviço militar e o dever militar. .......................................................................................................................... 14
4. Dos crimes contra a Administração Militar. .............................................................................................................................................. 14
4.1 Do desacato e da desobediência........................................................................................................................................................... 14
GEOGRAFIA DO BRASIL

Organização político-administrativa do Brasil: divisão política e regional........................................................................................ 01


Relevo, clima, vegetação, hidrografia e fusos horários.............................................................................................................................. 04
Aspectos humanos: formação étnica, crescimento demográfico.......................................................................................................... 20
Aspectos econômicos: agricultura, pecuária, extrativismo vegetal e mineral, atividades industriais e transportes.......... 25
A questão ambiental: degradação e política de meio ambiente........................................................................................................... 35
Geografia da Bahia: aspectos políticos, físicos, econômicos, sociais e culturais............................................................................. 42
GEOGRAFIA DO BRASIL

ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA
DO BRASIL: DIVISÃO POLÍTICA E REGIONAL.

Os estudos da Divisão Regional do IBGE tiveram início


em 1941 sob a coordenação do Prof. Fábio Macedo Soares
Guimarães. O objetivo principal de seu trabalho foi de sis-
tematizar as várias “divisões regionais” que vinham sendo
propostas, de forma que fosse organizada uma única Di-
visão Regional do Brasil para a divulgação das estatísticas
brasileiras. Com o prosseguimento desses trabalhos, foi
aprovada, em 31/01/42, através da Circular nº1 da Presi-
dência da República, a primeira Divisão do Brasil em re-
giões, a saber: Norte, Nordeste, Leste, Sul e Centro-Oeste.
A Resolução 143 de 6 de julho de 1945, por sua vez, esta-
belece a Divisão do Brasil em Zonas Fisiográficas, baseadas
em critérios econômicos do agrupamento de municípios.
Estas Zonas Fisiográficas foram utilizadas até 1970 para a
divulgação das estatísticas produzidas pelo IBGE e pelas
Unidades da Federação. Já na década de 60, em decor-
rência das transformações ocorridas no espaço nacional, Pequeno retrato das grandes regiões
foram retomados os estudos para a revisão da Divisão Re-
gional, a nível macro e das Zonas Fisiográficas. Atualmente o Brasil possui 27 Unidades Federativas,
Hoje, nos parece tão óbvio que o Brasil seja dividido divididas em 26 estados e um Distrito Federal, distribuídos
em cinco regiões, que nem paramos para perguntar por em cinco regiões. E você já sabe que para fazer parte de
que ele foi organizado desse jeito. Da mesma forma, não uma mesma região os estados precisam apresentar carac-
questionamos por que um estado pertence a determinada terísticas comuns. Na região Norte, Acre, Amazonas, Ama-
região e não a outra. O Brasil é o maior país da América do pá, Rondônia, Roraima, Pará e Tocantins têm em comum o
Sul. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geo- fato de serem, em sua maior parte, cobertos pela Floresta
grafia e Estatística (IBGE), sua área é de 8.515.767,049 km2, Amazônica. Grande parte da população vive na beira de
publicado no DOU nº 234 de 08/12/2015, conforme Re- rios e a atividade econômica que predomina é a extração
solução Nº 07, de 4 de dezembro de 2015. Apenas quatro vegetal e de minerais, como o ferro, a bauxita e o ouro. Já
países no mundo inteiro -- Rússia, Canadá, China e Estados os estados da região Sudeste - Espírito Santo, Minas Gerais,
Unidos -- têm território maior do que o brasileiro. Dividir Rio de Janeiro e São Paulo - são os que mais geram rique-
o Brasil em regiões facilita o ensino de geografia e a pes- zas para o país, reunindo a maior população e produção
quisa, coleta e organização de dados sobre o país, o seu industrial. Na região Centro-Oeste, a vegetação predomi-
número de habitantes e a idade média da população. nante é o cerrado, que está sendo ocupado por plantações
A razão é simples: os estados que formam uma grande de soja e pela criação de gado. Na região Nordeste, o clima
região não são escolhidos ao acaso. Eles têm característi- que predomina no interior é o semiárido, embora no litoral,
cas semelhantes. As primeiras divisões regionais propostas onde as principais atividades econômicas são o cultivo de
para o país, por exemplo, eram baseadas apenas nos as- cana-de-açúcar e de cacau, o clima seja mais úmido. Na
pectos físicos -- ou seja, ligados à natureza, como clima, região Sul - que apresenta o clima mais frio do país, desta-
vegetação e relevo. Mas logo se começou a levar em conta ca-se o cultivo de frutas, como uva, maçã e pêssego, além
também as características humanas -- isto é, as que resul- da criação de suínos e de aves.
tam da ação do homem, como atividades econômicas e
o modo de vida da população, para definir quais estados
fariam parte de cada região. Brasil dividido = pequenos ‘brasis’
Então, se os estados de uma região brasileira têm mui-
to em comum, o que é mais útil: estudá-los separadamen- A primeira divisão do território do Brasil em grandes
te ou em conjunto? Claro que a segunda opção é melhor. regiões foi proposta em 1913, para ser usada no ensino
Para a pesquisa, coleta e organização de dados, também. de geografia. Os critérios usados para fazê-la foram físi-
Assim é possível comparar informações de uma região com cos: levou-se em consideração o relevo, o clima e a vegeta-
as de outra e notar as diferenças entre elas. Dessa forma, ção, por exemplo. Não foi à toa! Na época, a natureza era
por exemplo, os governantes podem saber em qual região considerada duradoura e as atividades humanas, mutáveis.
há mais crianças fora da escola. E investir nela para resolver Considerava-se que a divisão regional deveria ser baseada
o problema. em critérios que resistissem por bastante tempo. Observe
o mapa e veja que interessante:

1
GEOGRAFIA DO BRASIL

Maranhão e Piauí - que atualmente fazem parte da re-


gião Nordeste - foram incluídos na região Norte, junto com
o território do Acre e os estados do Amazonas e do Pará.
No Nordeste, ficavam Ceará, Rio Grande do Norte, Paraí-
ba, Pernambuco e Alagoas. Não existia a região Sudeste,
mas, sim, uma região chamada Este, onde se localizavam
os estados de Sergipe, Bahia e Espírito Santo. Na região
Sul, veja só, estavam o Rio de Janeiro - que, na época, era
a capital do país - e São Paulo, que hoje fazem parte da re-
gião Sudeste. Além deles, ficavam na região Sul os estados
do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A região
Centro-Oeste não existia, mas, sim, a região chamada Cen-
tro, onde estavam Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais, que
hoje em dia localiza-se na região Sudeste. Como a divisão
proposta em 1913, esta organização do território brasilei-
ro não era oficial. Mas, em 1936, o Instituto Brasileiro de
Em 1913, o território nacional foi dividido em cinco Geografia e Estatística (IBGE) foi criado. E começou uma
“brasis” e não em regiões. O Brasil Setentrional ou Amazô- campanha para adotar uma divisão regional oficial para o
nico reunia Acre, Amazonas e Pará. Maranhão, Piauí, Ceará, Brasil.
Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas for-
mavam o Brasil Norte Oriental. O Brasil Oriental agregava Divisão para valer
Sergipe, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro - onde ficava Após fazer estudos e analisar diferentes propostas, o
o Distrito Federal, a sede do governo brasileiro - e Minas IBGE sugeriu que fosse adotada a divisão feita em 1913
Gerais. São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do com algumas mudanças nos nomes das regiões. A escolha
Sul faziam parte do Brasil Meridional. E Goiás e Mato Gros- foi aceita pelo presidente da República e adotada em 1942.
so, do Brasil Central. Logo ela seria alterada com a criação de novos Territórios
A forma como foi feita a divisão revela que, na épo- Federais. Em 1942, o arquipélago de Fernando de Noronha
ca, havia uma preocupação muito grande em fortalecer a foi transformado em território e incluído na região Nordes-
imagem do Brasil como uma nação, uma vez que a Re- te. Em 1943, foram fundados os territórios de Guaporé, Rio
pública havia sido proclamada há poucos anos, em 15 de Branco e Amapá - todos parte da região Norte, o território
novembro de 1889. A divisão em grandes regiões proposta de Iguaçu foi anexado à região Sul e o de Ponta Porã, colo-
em 1913 influenciou estudos e pesquisas até a década de cado na região Centro-Oeste. É bom lembrar que a divisão
1930. Nesse período, surgiram muitas divisões do território em grandes regiões tinha de acompanhar as transforma-
do Brasil, cada uma usando um critério diferente. Acontece ções que estavam ocorrendo na divisão em estados e terri-
que, em 1938, foi preciso escolher uma delas para fazer o tórios do país. Assim, a divisão regional do Brasil em 1945
Anuário Estatístico do Brasil, um documento que contém era a seguinte:
informações sobre a população, o território e o desenvolvi-
mento da economia que é atualizado todos os anos. Mas,
para organizar as informações, era necessário adotar uma
divisão regional para o país. Então, a divisão usada pelo
Ministério da Agricultura foi a escolhida. Observe o mapa e
note quantas diferenças!

Na região Norte, estavam os estados do Amazonas e


Pará, os territórios do Acre, Amapá, Rio Branco e Guaporé.
A região Nordeste foi dividida em ocidental e oriental. No
Nordeste ocidental, encontravam-se Maranhão e Piauí. No
oriental, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco
e Alagoas, além do território de Fernando de Noronha. Ain-
da não existia a região Sudeste, mas uma região chamada

2
GEOGRAFIA DO BRASIL

Leste, dividida em setentrional e meridional. Sergipe e Bah- pesquisa especializado em “descobrir” nosso país, o Ins-
ia estavam na parte setentrional. Na meridional, ficavam tituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Recen-
Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro (na época, temente, acompanhamos a divulgação pela mídia de que
sede do Distrito Federal). A região Sul incluía os estados de o Brasil ultrapassou os 169 milhões de habitantes. Essas
São Paulo, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, além informações e outras, como. por exemplo, sobre desempe-
do território de Iguaçu. E, na região Centro-Oeste, os esta- nho econômico ou mortalidade infantil, são de responsa-
dos de Mato Grosso e Goiás e o território de Ponta Porã. bilidade do IBGE.
Em 1946, os territórios federais de Iguaçu e Ponta Porã
foram extintos. Em 1960, Brasília foi construída e o Distrito O IBGE e a divisão regional do Brasil
Federal, capital do país, foi transferido para o Centro-Oes-
te. Na região Leste, o antigo Distrito Federal tornou-se o Foi com o objetivo de conhecer o território nacional e
estado da Guanabara. Em 1969, uma nova divisão regional os dados estatísticos da população brasileira que Getúlio
foi proposta porque a divisão de 1942 já não era consi- Vargas fundou o IBGE em 1938. Para realizar essa tarefa, era
derada útil para o ensino de geografia ou para a coleta e preciso considerar as grandes diferenças existentes entre
divulgação de dados sobre o país. Veja como ficou o mapa as diversas áreas do país. Dessa forma, entre 1941 e 1945
do Brasil em 1970: foram feitas as duas primeiras divisões regionais do Brasil,
baseadas no critério de região natural. Compreende-se por
região natural uma determinada área geográfica que passa
a ser caracterizada segundo um ou mais aspectos naturais,
como o clima, o relevo ou a vegetação, Veja como o IBGE
dividiu inicialmente o Brasil.
Apenas em 1969, o IBGE elaborou uma nova divisão re-
gional, adorando dessa vez o critério de regiões homogê-
neas. O conceito de região homogênea é mais abrangente
do que o de região natural, pois vai além dos aspectos cria-
dos pela natureza, E definido pelo conjunto de elementos
naturais, sociais e econômicos da região. A principal mo-
dificação em relação à divisão anterior foi a criação da re-
gião Sudeste, em virtude da cristalização dessa área como
o “coração econômico do país”. A divisão regional de 1969
continua vigorando, apesar de a Constituição de 1988 ter
Na região Norte, estão os estados do Acre, Amazonas
aprovado algumas modificações; os territórios de Roraima
e Pará; Territórios de Rondônia, Roraima e Amapá. Na re-
c do Amapá foram transformados em estados; Fernando de
gião Nordeste, os estados de Maranhão, Piauí, Ceará, Rio
Noronha foi anexado ao estado de Pernambuco; o estado
Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e
de Tocantins foi desmembrado do estado de Goiás e incor-
Bahia, e o Território de Fernando de Noronha. A região Les- porado à região Norte.
te sumiu! Quem a substituiu foi a região Sudeste, formada O Brasil é formado por cinco diferentes regiões: Norte,
por Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, estado da Nordeste, Centro-Oeste, Sul e Sudeste. A região Sudeste é
Guanabara e São Paulo. Na região Sul, localizavam-se Pa- a mais populosa e desenvolvida, e é onde está situada as
raná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Na região Cen- cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. O nordeste é turisti-
tro-Oeste, Goiás, Mato Grosso e Distrito Federal (a cidade camente conhecido por suas praias, e possui duas grandes
de Brasília). cidades: Salvador e Recife. Historicamente a região Nor-
Atualmente, continua em vigor essa proposta em 1970. deste foi a mais rica, exportando cana-de-açúcar e madeira
Apenas algumas alterações foram feitas. Em 1975, o estado (principalmente o pau-brasil). A região Norte é a menos
da Guanabara foi transformado em município do Rio de desenvolvida e populosa de todas, e onde está situada a
Janeiro. Em 1979, Mato Grosso foi dividido, dando origem Floresta Amazônica, conhecida mundialmente por sua ex-
ao estado do Mato Grosso do Sul. A Constituição Federal tensão e grande quantidade de rios. Suas cidades mais
de 1988 dividiu o estado de Goiás e criou o estado de To- importantes são: Manaus e Belém. A Região Centro-Oeste
cantins, que foi incluído na Região Norte. Com o fim dos abriga a cidade de Brasília, capital do país, que foi construí-
territórios federais, Rondônia, Roraima e Amapá tornaram- da na década de 60 pelo presidente Juscelino Kubitchek,
se estados e Fernando de Noronha foi anexado ao estado e projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer. A região sul é
de Pernambuco. marcada pela imigração italiana e alemão (principalmente),
República Federativa do Brasil, com 26 estados e l Dis- possui diversas cidades com grande influência da cultura
trito Federal, nosso país teve outros sistemas de organiza- desses países europeus. Possui apenas três estados, e as
ção político-administrativa: capitanias hereditárias (1534- três capitais são cidades importantes: Porto Alegre no Rio
1548), governo-geral (1549-1808), vice-reino (1808-1822), Grande do Sul, Florianópolis em Santa Catarina e Curitiba
monarquia (1822-1889) e república (de 1889 até hoje). no Paraná.
Desde a década de 1940 existe um centro de estudos e

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GEOGRAFIA DO BRASIL

Estados e Capitais
RELEVO, CLIMA, VEGETAÇÃO, HIDROGRAFIA
Região Norte E FUSOS HORÁRIOS.
- Amapá – AP (Capital: Macapá)
- Acre - AC (Capital: Rio Branco)
- Roraima - RR (Capital: Boa Vista)
- Rondônia – RO (Capital: Porto Velho) A superfície da Terra é de 510 milhões de quilômetros
- Amazonas – AM (Capital: Manaus) quadrados, sendo 29,7% ocupados pelos continentes: Eu-
- Pará - PA (Capital: Belém) ropa, Ásia, África, América, Oceania e Antártida. A América
- Tocantins - TO (Capital: Palmas) possui 42.160 quilômetros quadrados, onde 6,4% é consti-
tuído por penínsulas e 6,1% é constituído por ilhas.
Região Nordeste
Linha do Equador: O equador é a linha imaginária cujo
- Bahia – BA (Capital: Salvador)
plano em que está contida, o plano equatorial, divide o glo-
- Sergipe - SE (Capital: Aracaju)
bo terrestre em dois hemisférios: norte (setentrional ou bo-
- Alagoas - AL (Capital: Maceió)
real), e sul (meridional ou austral). Essa linha imaginária, de
- Paraíba - PB (Capital: João Pessoa) pouco mais de 40 mil quilômetros de extensão, atravessa a
- Pernambuco – PE (Capital: Recife) América, no seu trecho centro meridional.
- Rio Grande do Norte – RN (Capital: Natal) No hemisfério norte situam-se cerca de 80% das terras
- Maranhão - MA (Capital: São Luís) emersas do planeta Terra.
- Piauí - PI (Capital: Teresina)
- Ceará - CE (Capital: Fortaleza) Meridiano de Greenwich: Meridianos são linhas imagi-
nárias que ligam um polo do planeta ao outro, possuindo a
forma de uma semicircunferência. Em 1884, por convenção,
escolheu-se o plano que contém o Meridiano de Greenwi-
Região Centro-Oeste ch para dividir o planeta em dois hemisférios: oriental (ou
- Goiás - GO (Capital: Goiânia) leste) e ocidental (ou oeste). Esse meridiano, também cha-
- Mato Grosso - MT (Capital: Cuiabá) mado de meridiano inicial, atravessa a Grã Bretanha, na ex-
- Mato Grosso do Sul - MS (Capital: Campo Grande) tremidade oeste da Europa e a porção ocidental da África.
- Distrito Federal – DF Com relação à distribuição dos blocos continentais, observa-
se que a maior parte situa-se no hemisfério oriental, desta-
Região Sudeste cando a América como o único continente inteiramente no
- São Paulo – SP (Capital: São Paulo) hemisfério ocidental.
- Rio de Janeiro - RJ (Capital: Rio de Janeiro)
- Espírito Santo - ES (Capital: Vitória) O Brasil é considerado um país de dimensões continen-
- Minas Gerais - MG (Capital: Belo Horizonte) tais, pois apresenta uma superfície de 8.515.767,049 qui-
lômetros quadrados e se enquadra entre os cinco maiores
Região Sul países do mundo. Veja abaixo os países com maior extensão
- Paraná – PR (Capital: Curitiba) territorial:
- Rio Grande do Sul – RS (Capital: Porto Alegre) - 1º - Rússia (17.075.400 km2)
- 2º - Canadá (9.922.330 km2)
- Santa Catarina – SC (Capital: Florianópolis).
- 3º - China (9.461.300 km2)
- 4º - Estados Unidos (incluindo o Alasca e Hawaii:
Censos Demográficos
9.363.124 km2)
- 5º - Brasil (8.515.767,049 km²)
Os censos populacionais produzem informações im- O território brasileiro representa 1,6% de toda a super-
prescindíveis para a definição de políticas públicas e a to- fície do planeta, ocupando 5,7% da porção emersa da Terra,
mada de decisões de investimento, sejam eles provenien- 20,8% da área de toda a América e 47,3% da América do Sul.
tes da iniciativa privada ou de qualquer nível de governo, e Para se ter uma ideia da dimensão do nosso país (leste
constituem a única fonte de referência sobre a situação de - oeste), veja que a distância de Natal (RN) a Cruzeiro do Sul
vida da população nos municípios e em seus recortes inter- (AC) é de aproximadamente 4.100 km. Já a distância de Natal
nos, como distritos, bairros e localidades, rurais ou urbanas, até Monróvia, capital da Libéria (na África Ocidental), é de
cujas realidades dependem de seus resultados para serem aproximadamente 2.900 km.
conhecidas e terem seus dados atualizados. A realização de
um levantamento como o Censo Demográfico representa Localização do Brasil: Localizado na América do Sul, o
o desafio mais importante para um instituto de estatística, Brasil ocupa a porção centro oriental do continente. Apre-
sobretudo em um país de dimensões continentais como o senta uma extensa faixa de fronteiras terrestres (15.719 km),
Brasil. limitando-se com quase todos os países sul-americanos
(exceção do Chile e do Equador). Apresenta também uma
extensa orla marítima (7.367 km), banhada pelo oceano
Atlântico.

4
GEOGRAFIA DO BRASIL

O Brasil localiza-se a oeste do meridiano inicial ou de de pico de consumo de energia elétrica é retardado em
Greenwich, situando-se, portanto, inteiramente no hemis- uma hora. Usado várias vezes no Brasil no decorrer do sé-
fério ocidental. É cortado, ao norte, pela linha do equador e culo XX (1931, 1932, 1949 a 1952, 1963 e 1965 a 1967), o
apresenta 7% de suas terras no hemisfério norte, ou seten- horário de verão é retomado a partir de 1985.
trional, e 93%, no hemisfério sul, ou meridional. Ao sul, é Em 1998 tem início em 11 de outubro, com duração
cortado pelo Trópico de Capricórnio (esta linha imaginária prevista até 21 de fevereiro de 1999. Atinge 12 estados e
passa em São Paulo), apresentando 92% do seu território o Distrito Federal: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Para-
na zona intertropical, isto é, entre os trópicos de Câncer e ná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais,
de Capricórnio. Os 8% restantes estão na zona temperada Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins e Bah-
do sul, entre o trópico de Capricórnio e o círculo polar An- ia. Nos demais estados, tanto no inverno quanto no verão,
tártico. não há diferença significativa na duração do dia e da noi-
A localização geográfica do Brasil e suas caracte- te. A economia resultante da adoção do horário de verão
rísticas políticas, econômicas e sociais enquadram-no em equivale, em média, a 1% do consumo nacional de energia.
determinados blocos de nações. Quando havia o chamado Em 1997, a redução média do consumo de energia elétri-
conflito leste-oeste, o Brasil assumia sua posição de país ca durante os três primeiros meses (outubro a dezembro)
ocidental e capitalista; como país meridional, no diálogo de vigência do horário de verão nas regiões Sul, Sudeste
norte-sul, alinha-se entre os países pobres (do sul); e como e Centro-Oeste é de 270 megawatts, ou 0,9%. Esse valor
país tropical compõe o grupo dos países espoliados pelo corresponde à energia consumida, no mesmo período, por
colonialismo europeu e posteriormente pelo neocolonialis- um estado do tamanho de Mato Grosso do Sul. No horário
mo dos desenvolvidos sobre os subdesenvolvidos. de pico, entre 17h e 22h, a redução registrada é de 1.480
MW, ou cerca de duas vezes a capacidade de geração da
As Coordenadas Geográficas do Brasil usina nuclear Angra I. 
Segundo a Lei nº 12.876, de 30 de outubro de 2013,
- Área total do território brasileiro: 8.515.767,049 passaram a vigorar no Brasil 4 (quatro) fusos horários.
km2 A presidenta da república Dilma Rousseff sancionou a
- Área ocupada por águas (rios, lagos, córregos, lei que revogou a Lei no 11.662, de 24 de abril de 2008.
etc): 55.457 km²
Os 22 municípios do Acre ficarão com diferença de
- Centro Geográfico: Barra do Garças (município situa-
uma hora em relação a Brasília. Municípios da parte oes-
do no estado do Mato Grosso)
te do Amazonas, na divisa com o Acre, sofrerão a mesma
- Distância entre o ponto extremo Norte e Sul: 4.320
mudança, o que igualará o fuso dos Estados do Acre e do
km
Amazonas.
- Distância entre o ponto extremo Leste e Oeste: 4.336
km
O Processo de Regionalização do Brasil
- Ponto extremo setentrional: fica no estado de Rorai-
ma, na nascente do rio Ailã (monte Caburaí), fronteira com
a Guiana O espaço geográfico é um espaço diferenciado. Pai-
- Ponto extremo Meridional: fica no Rio Grando do sagens diversas aparecem aos olhos de quem se deslo-
Sul, numa das curvas do rio Arroio Chuí, a 33° 45’ 03” de ca, produzindo sensações de alegria, depressão, espanto,
latitude Sul, na fronteira com o Uruguai. curiosidade, etc.
- Ponto extremo Oriental: fica no estado da Paraíba, Viajando de carro ou de ônibus, observamos uma su-
na Ponta do Seixas cessão de imagens: montanhas e vales desaparecem e são
- Ponto extremo Ocidental: fica no estado do Acre, na substituídos por planícies, florestas verdejantes tomam o
Serra da Contamana, nascente do rio Moa (fronteira com lugar de arbustos ressecados ou gramíneas rasteiras. Via-
o Peru) jando de avião, abaixo do tapete de nuvens, observamos
campos cultivados que desenham formas geométricas,
Fusos Horários: O território brasileiro está localizado pastagens extensas quase vazias, montanhas recobertas de
a oeste do meridiano de Greenwich (longitude 0º) e, em árvores. Quando o avião decola ou aterrissa, aparecem edi-
virtude de sua grande extensão longitudinal, compreende fícios, favelas, ruas movimentadas, chaminés: a paisagem
quatro fusos horários, variando de duas a cinco horas a da cidade.
menos que a hora do meridiano de Greenwich (GMT). O Quais são as causas de todas essas diferenças? Por que
primeiro fuso (30º O) tem duas horas a menos que a GMT. o espaço geográfico apresenta paisagens tão variadas?
O segundo fuso (45º O), o horário oficial de Brasília, é três A primeira causa da variedade de paisagens está na
horas atrasado em relação à GMT. O terceiro fuso (60º O) natureza. A natureza é bastante diversificada. Ela produz
tem quatro horas a menos que a GMT. O quarto e último variações muito grandes no espaço geográfico. Climas, re-
possui cinco horas a menos em relação à GMT. levo, solos e vegetação são responsáveis pelo aparecimen-
Horário de verão: Prática adotada em vários países to de diferentes paisagens naturais. Lugares muito quentes
do mundo para economizar energia elétrica. Consiste em e secos exibem vegetação pobre, de arbustos cinzentos e
adiantar os relógios em uma hora durante o verão nos lu- gramíneas esparsas. Lugares quentes e úmidos exibem ve-
gares onde, nessa época do ano, a duração do dia é signi- getação florestal e grandes rios. Em lugares frios aparecem
ficativamente maior que a da noite. Com isso, o momento monótonas florestas de pinheiros.

5
GEOGRAFIA DO BRASIL

A Segunda causa da variedade de paisagens está na A região Nordeste já foi a mais rica, na época colo-
sociedade. A produção de riquezas e as culturas diferen- nial. Depois, sua economia declinou e ela se transformou
ciam o espaço geográfico e as paisagens. na mais pobre região brasileira. Por isso, tornou-se foco
Algumas áreas foram ocupadas pela economia moder- de repulsão de população. Os migrantes nordestinos, ao
na a tempos. Com isso, foram profundamente modificadas longo do século XX, espalharam-se por todo o país. Atual-
pelo trabalho social dos homens que ergueram cidades e mente, o rápido crescimento econômico de algumas áreas
indústrias, cultivaram os campos, construíram rodovias e do Nordeste está mudando essa situação.
ferrovias. Outras áreas dedicam-se à produção agrícola tra- As regiões Centro-Oeste e Norte são os espaços geo-
dicional. gráficos de povoamento mais recente, que continuam a so-
Regionalizar o espaço geográfico é dividi-lo em re- frer um processo de ocupação. Por isso, a paisagem natural
giões, levando em conta as diferenças paisagísticas e a or- encontra-se, em grande parte, preservada.
ganização sócio econômica das diversas áreas. É possível A região Centro-Oeste, espaço dos cerrados, começou
regionalizar espaços geográficos grandes ou pequenos. a ser ocupada mais rapidamente após a construção de Bra-
Pode-se regionalizar um bairro, dividindo-o em áreas resi- sília, inaugurada em 1960. De lá para cá aumentou bastante
denciais, industriais, e comerciais. Pode-se também dividir a população regional. Aumentaram também a criação de
o mundo inteiro, identificando, por exemplo, regiões de- gado e a produção agrícola. Mesmo assim, existem áreas
senvolvidas e subdesenvolvidas. com densidades demográficas muito baixas, como o Pan-
tanal.
A divisão regional oficial A região Norte, espaço da floresta equatorial, é de ocu-
pação ainda mais recente. Mas essa ocupação vem cres-
A ocupação humana e econômica do território brasilei- cendo rapidamente. A derrubada da mata, as queimadas,
ro produziu modificações importantes no espaço natural. a poluição dos cursos de água por garimpos e os conflitos
Em vastas áreas, a vegetação original foi quase inteiramen- pela posse da terra são consequências ambientais e sociais
te destruída, como aconteceu com as matas tropicais dos da colonização da Amazônia.
mares de morros ou a mata de araucária nos planaltos do
Os complexos regionais
sul do país. No seu lugar, surgiram pastagens, campos cul-
tivados, regiões industriais, cidades.
Existe outra forma de regionalizar o Brasil, de uma ma-
As primeiras propostas de divisão regional do Brasil
neira que capta melhor a situação sócio econômica e as
baseavam-se nas diferenças da paisagem natural. Atual-
relações entre sociedade e o espaço natural. Trata-se da
mente, porém, não faz mais sentido elaborar uma divisão
divisão do país em três grandes complexos regionais: o
regional que não leve em conta as alterações da paisagem
Centro Sul, o Nordeste e a Amazônia.
produzidas pelo homem. Ao contrário da divisão regional oficial, esta regiona-
Por isso, a divisão oficial do Brasil em regiões baseia- lização não foi feita pelo IBGE. Ela surgiu com o geógrafo
se principalmente nas características humanas e econômi- brasileiro Pedro Pinchas Geiger no final da década de 60,
cas do território nacional. A regionalização elaborada pelo nela o autor levou em consideração o processo histórico de
IBGE divide o país em cinco macrorregiões. Os limites de formação do território brasileiro em especial a industriali-
todas elas acompanham as fronteiras político-administrati- zação, associado aos aspectos naturais.
vas dos estados que formam o país. A divisão em complexos regionais não respeita o limite
Cada uma das macrorregiões do IBGE apresenta carac- entre os estados. O Norte de Minas Gerais encontra-se no
terísticas particulares. São “sinais” que ajudam a identificá Nordeste, enquanto o restante do território mineiro encon-
-las, como os sinais de nascença ou as impressões digitais tra-se no Centro Sul. O leste do Maranhão encontra-se no
distinguem as pessoas. Alguns desses sinais são muito an- Nordeste, enquanto o oeste encontra-se na Amazônia. O
tigos, como se a região já tivesse nascido com eles: trata-se sul de Tocantins e do Mato Grosso encontra-se no Cen-
das características naturais impressas na paisagem. Outros tro Sul, mas a maior parte desses estados pertencem ao
são recentes: foram, e continuam sendo, produzidos pela complexo da Amazônia. Como as estatísticas econômicas
atividade social de construção do espaço geográfico. e populacionais são produzidas por estados, essa forma de
A região Sudeste é a mais industrializada do país e regionalizar não é útil sob certos aspectos, mas é muito
também a mais urbanizada. As maiores empresas instala- útil para a geografia, porque ajuda a contar a história da
das no país têm as suas sedes no Sudeste. Nessa região, produção do espaço brasileiro.
estão as duas principais metrópoles brasileiras: São Paulo e O Nordeste foi o polo econômico mais rico da América
Rio de Janeiro. O domínio natural mais importante é o dos portuguesa, com base na monocultura da cana de açúcar,
mares de morros, antigamente recoberto por verdes matas usando trabalho escravo. Tornou-se, no século XX, uma re-
tropicais. gião economicamente problemática, com forte excedente
A região Sul caracteriza-se pela presença de numero- populacional. As migrações de nordestinos para outras re-
sos descendentes de europeus: alemães, italianos ou esla- giões atestam essa situação de pobreza.
vos. Essa região apresenta também os melhores indicado- O Centro Sul é na atualidade o núcleo econômico do
res sociais do país. A sua agropecuária, moderna e produti- país. Ele concentra a economia moderna, tanto no setor
va, transformou-a em fornecedora de alimentos para todo industrial como no setor agrícola, além da melhor estrutura
o país. É a única do Brasil com clima subtropical. de serviços. Nele se também a capital política do país.

6
GEOGRAFIA DO BRASIL

A Amazônia brasileira é o espaço de povoamento mais A natureza e a história dividiram o Nordeste em sub
recente, ainda em estágio inicial de ocupação humana. A -regiões, ou seja, áreas menores que possuem uma série de
área está coberta por uma densa floresta, com clima equa- características comuns. São quatro as sub-regiões nordes-
torial, que dificulta o povoamento. Os movimentos migra- tinas: a Zona da Mata, o Agreste, o Sertão e o Meio Norte.
tórios na direção desse complexo regional partem tanto
do Centro Sul como do Nordeste, sendo que hoje a região a) A zona da mata
mais recebe população. É a faixa litorânea de planícies que se estende do Rio
Essa é uma visão superficial da organização do espa- Grande do Norte até o sul da Bahia. As chuvas são intensas
ço geográfico brasileiro. Ela resume as principais caracte- e há duas estações bem definidas: o verão seco e o inverno
rísticas naturais e humanas de cada uma dessas regiões. chuvoso.
Por serem vastas áreas, verdadeiros complexos regionais, o Na época colonial, instalou-se nesse área o empreen-
Nordeste, o Centro Sul e a Amazônia registram profundas dimento açucareiro escravista. As condições ecológicas são
desigualdades naturais, sociais e econômicas. As regiões ideais para o cultivo da cana. Os solos, férteis e escuros,
apresentam diferenças entre si e variedade interna de pai- conhecidos como massapê, cobrem os vales dos rios, que
sagens geográficas. ficaram conhecidos como “rios do açúcar”. Vários desses
Em meio à pobreza tradicional, o Nordeste abriga rios são temporários, pois suas nascentes localizam-se no
imensos recursos econômicos e humanos, que apontam interior do semi árido.
caminhos para a superação de uma crise que já se pro- No início da colonização, a Zona da Mata não era do-
longou demais. As transformações introduzidas nas zonas minada completamente pelas plantações de cana. A popu-
irrigadas do Vale do São Francisco e a criação de zonas lação das cidades e das fazendas necessitava de alimentos.
industriais na área litorânea comprovam essa possibilidade. Por isso, uma parte das terras ficava reservada para culturas
A geração de riquezas no Centro Sul tornou essa re- de milho, mandioca, feijão e frutas. Também existiam pas-
gião a mais rica do país, estabelecendo um polo de atração tagens para a criação de gado. Essas terras eram os tabulei-
populacional que, no século XX, originou as maiores me- ros, áreas um pouco mais elevadas situadas entre os vales
trópoles nacionais. O ritmo acelerado desse crescimento de dois rios.
criou disparidades sociais gravíssimas, como desemprego, Como os solos dos tabuleiros são menos úmidos e
favelamento, e problemas ambientais de difícil solução. mais pobres que o massapê, não eram usados para o plan-
Áreas significativas da Amazônia já foram ocupadas, tio da cana. Assim, inicialmente, toda a produção agrícola
especialmente aquelas situadas na parte oriental da região e até a pecuária localizavam-se na faixa úmida do litoral,
ou nas margens dos rios. Hoje esse povoamento se acele- onde se instalaram sítios familiares produtores de alimen-
rou muito, a tal ponto que os conflitos pela posse da terra tos e fazendas de gado.
se tornaram tristemente comuns. Formaram-se também Mas a produção de cana, crescia, à medida que au-
grandes cidades, caracterizadas pelo crescimento explo- mentavam as exportações de açúcar para a Europa. As
sivo e por profundos desequilíbrios sociais e econômicos. sesmarias se dividiam entre os herdeiros dos primeiros
proprietários. Cada um deles criava novos engenhos, que
O Nordeste (as sub-regiões nordestinas) necessitavam de mais cana. Depois, os sítios foram com-
prados pelos fazendeiros e as culturas de alimentos foram
Os espaços geográficos são muito diversificados no substituídas por novas plantações de cana.
Nordeste. A organização geográficas das atividades econô- Muita coisa mudou na Zona da Mata desde a época
micas ajuda a compreender essas diferenças. No complexo colonial. A escravidão deu lugar ao trabalho assalariado
regional, encontram-se importantes centros industriais vol- dos bóias frias. Os antigos engenhos foram substituídos
tados para a produção de petróleo, aço e substâncias quí- por usinas de açúcar e álcool. Mas a cana permaneceu
micas, produtos que são comercializados em todo o país. como produto principal da faixa litorânea do Nordeste.
Mas também há pequenas tecelagens domésticas espalha- O principal motivo dessa permanência esta na força
das por cidades do interior. política dos proprietários de usinas e fazendas. Durante o
A agricultura também exibe situações muito desiguais. século XX, a produção de cana, açúcar e álcool do Centro
Existem usinas canavieiras que empregam bóias frias, imen- Sul evoluiu tecnicamente, superando a produção da Zona
sos latifúndios de criação de gado, modernas explorações da Mata. Mas os usineiros sempre conseguiram ajuda do
irrigadas onde se cultivam frutas tropicais, e minifúndios governo federal ou dos governos estaduais, sob a forma
familiares que produzem produtos para subsistência. de empréstimos, perdão de dívidas ou garantia de preços
No interior semi árido, muitas pessoas jamais viram mínimos. Dessa forma, impediram a diversificação da agri-
uma grande cidade, usam jumentos como meio de trans- cultura do litoral nordestino.
porte e de carga, vestem-se com roupas feitas de couro Isso não significa que a cana seja a única cultura da
dos animais criados nas fazendas. Por outro lado, no litoral Zona da Mata. No litoral da Bahia, principalmente na área
úmido e turístico, há metrópoles de milhões de habitantes, do Recôncavo Baiano, nas proximidades de Salvador, apa-
que apresentam problemas típicos das grandes cidades do recem importantes culturas de tabaco. No sul da Bahia, na
Centro Sul: favelamento, poluição do ar, congestionamen- área das cidades de Ilhéus e Itabuna, concentram-se as fa-
to de trânsito, etc. zendas de cacau.

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