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República de Angola

Ministério da Educação
Instituto Médio comercial de Luanda

O EMPREENDEDORISMO

Luanda, 2018.
O EMPREENDEDORISMO EM LUANDA

Prova de Aptidão
profissional
Apresentado á comissão de
Avaliação do instituto Médio
Comercial de Luanda como
um dos requisitos para a
obtenção de Nível Técnico
Médio de Contabilidade, sob a
orientação do Professor
Manuel Indo.

Luanda, 2018
FICHA TÉCNICA
DEDICATÓRIA

Dedicamos este trabalho as nossas famílias e ao nosso Deus pai todo


poderoso.
Agradecimentos

Agradecemos á Deus em primeiro lugar por ter nos dado saúde e disposição
para podermos realizar este trabalho e chegarmos até o dia hoje, a nossa família
principalmente aos nossos pais pelo suporte que nos deram para conceder esta
tarefa, ao Institulo Médio Comercial de Luanda, ao orientador, unidade pesquisada
aos nossos colegas pelo companheirismos e a dedicação.
EPÍGRAFE
INTRODUÇÃO
CAƤĺTULO I:FUNDAMENTAÇÃO TÉORICA
1.1 EMPREENDEDOR E EMPREENDEDORISMO

Empreendedorismo é o processo de iniciação de implementar novos negócios


ou mudanças em empresas já existentes. É um termo muito usado no âmbito
empresarial e muitas vezes está relacionado com a criação de empresas ou
produtos novos, normalmente envolvendo inovanções e riscos.

Pessoas como Bill Gates e Steve Jobs são consideradas empreendedoras


por terem inovado no ramo da técnologia como no desenvolvimentode sistemas
operacionais, no caso de Bill Gates.

O empreendedorismo está muito relacionado com a questão de inovação na


qual há determinado objectivo de se criar algo dentro de um sector ou produzir algo
novo. Diversas startups,por exemplo, inovam-se dentro de um sector existente uma
grande startup hoje, que teve inovações dentro de um sector existente, Uber que
deu novas possibilidades no mercado dos taxis.

O termo empreendedor (entrepeneur) é de origem francesa e


significa“assumir riscos e começar algo novo”. Já o termo empreendedorismo tem
sua criação atribuída ao escritor e economista Richard Cantillon (séc. XVII), pois foi
um dos primeiros a distinguir o empreendedor (pessoa que assume riscos) do
capitalista (fornecedor de capital).

Em 1814, o economista francês Jean-Baptiste Say usou o


termo“empreendedor”para identificar o indivíduo que transfere recursos econômicos
de um setorde baixa produtividade para um setor de produtividade mais elevada. O
autor enfatizou ainda a importância do empreendedor para o bom funcionamentodo
sistema econômico.

Schumpeter (1984), economista austríaco, defendeu o papel do


empreendedor e seu impacto sobre a economia. Ele definiu o termo como alguém
com desejo e potencial de converter uma nova ideia ou invenção em uma inovação
bem sucedida, tendo como principal tarefa a “destruição criativa”. Para o autor, o
empreendedor é capaz de modificar a economia introduzindo novos produtos ou
serviços no mercado.Um empreendedor é capaz de conceder a algo já existente
uma nova funcionalidade.

Constantemente empenha-se em descobrir oportunidades para inovar,sem


medo de assumir riscos. Aquele que empreende, alem de ser capaz de detectar
oportunidades rentáveis, também busca informações e conhecimentos,pois entende
que esse é o caminho para o êxito do seu negócio.

Para Chiavenato (2005), ser empreendedor é ser uma pessoa com


sensibilidadee “tino” fnanceiro para os negócios; é ser dinâmico e realizador de
propostas;é alguém que inicia e opera um negócio para realização de uma ideia ou
um projeto pessoal, assumindo riscos, responsabilidades e, enfm, inovando em sua
area de actuação. Os empreendedores são individuos que tem a capacidadede criar
algo novo,sucesso em seu negocio,estas pessoas são ousadas,aprendem com os
erros e encaram seu negocio como um desafio a ser superado;tem facilidade para
resolverem problemas que podem influenciarem seu empreendimento,e
mais,identificam oportunidades que possibilitam melhores resultados;são ousadas
usadas usadas,aprendem com os erros e encaram seu negocio como um desafio a
ser superado;tem facilidade para
Segundo Carvalho (1996, p.79-82),os empreendedores são indivíduos que
têm a capacidade de criaralgo novo, assumindo responsabilidades em função de um
sonho, o deobter sucesso em seu negócio, estas pessoas são
ousadas,aprendemcom os erros e encaram seu negócio como um desafo a ser
superado;têm facilidade para resolverem problemas que podem influenciarem
seuempreendimento, e mais, identifcam oportunidades que possibilitam melhores
resultados; são pessoas incansáveis na procura deinformações interessadas em
melhorias para o seu setor ou ramo deatividade, elevando ao máximo sua gestão.

De acordo com Bernardi (2010), a ideia de um empreendimento surge da


observação, da percepção e da análise de atividades, tendências
edesenvolvimentos,na cultura, na sociedade, nos hábitos sociais e de consumo.
Assim tambémas oportunidades detectadas, racional ou intuitivamente, nas
necessidades enas demandas prováveis (atuais e futuras), bem como nas
necessidades não atendidas, para o autor, defnem o conceito de empreendimento.
1.2 VANTAGENS E DESVANTAGENS AO SE TORNAR EMPREENDEDOR

A maioria dos empreendedores abre o seu negócio sem o devido


planejamento,e, infelizmente acabam fechando as suas portas nos três primeiros
anos de existência. Chiavenato (2008, p. 15) descreve os principais fatores e causas
mais comuns para o fracasso do empreendedorismo, sendo estes:
-A incompetência do empreendedor;
-Falta de experiência gerencial;
-Lucros insuficientes;
- Juros elevados;
-Perda de mercado;
- Mercado consumidor restrito
-Pouca competitividade;
-Recessão economica;
-Vendas insuficientes
-Dificuldades de administração de estoque
-Localização inadequada;
-Dívidas e cargas tributarias demasiadas;
-Capital e ativos insuficientes.

É necessário avaliar algumas barreiras de um novo empreendimento. Por


conta disso, Chiavenato (2008, p. 21) lista alguns elementos demonstrando os
pontos fundamentais de desvantagens no empreendedorismo. E numerando esses
pontos, temos:

- Esqueça o tempo de oito horas de jornada, os fins de semana e os feriados,


pelo menos no transcorrer de alguns meses ou, até mesmo, anos.

- Existe a probabilidade de o empreendedor deteriorar seu investimento de


capital financeiro ($) e quem sabe o dinheiro de outras pessoas que também
contribuíram com a entrada de numerário para o desenvolvimento do negócio.
- Possivelmente, o empreendedor não poderá contar com um ganho regular
ou nem mesmo com algum ganho durante o momento inicial do empreendimento,
até porque se trata
do início do negócio.

- O empreendedor assumirá um enorme papel de responsabilidades. Terá de


tomar decisões, muitas vezes sem o conhecimento de seus cooperados
(colaboradores), em todas as
dificuldades e decisões importantes do negócio.

- O empreendedor terá de realizar o que gosta, isso é extremamente


importante para sua realização pessoal, e mais o que não adora para tocar seu
próprio empreendimento.

- Todo o tempo e todas as forças terão de ser aproveitadas e


concentradas.Devendo se concentrar nessa missão. Isso diminuirá a atenção
disponível para a família e para os amigos.

Para Chiavenato (2008, p. 15), observa-se que nos novos negócios a


mortalidade prematura é tão alta que por muitas vezes driblar tais fatores negativos
se tornam cansativos para quem luta contra eles. Conforme o autor, os riscos na
abertura do seu negócio são grandes e perigos não faltam. Assim, quem decide abrir
a sua empresa, deverá ter muita cautela e jogo de cintura para enfrentar os
possíveis obstáculos encontrados no caminho.Outra realidade do empreendedor é
que ele promove a visão com paixão entusiástica. Há, entretanto, um único senão:
essa promoção da visão com tanta paixão, dura apenas pouco tempo, considerando
que o forte do empreendedor não é o planejamento estratégico. O empreendedor é
adaptativo por natureza. O seu planejamento é moldado às contingências do
ambiente, as ações, em grandeparte das vezes, são ações do tipo apaga-incêndio.
DANTAS (2008, p. 10).

Conforme Marcondes e Bernardes (2004) antes de criar uma empresa, se faz


necessário que o empresário tenha alguém que o oriente sobre o empreendimento e
o alerte sobre os perigos das decisões erradas e comportamentos inadequados.
Dessa forma, observa-se que o monitoramento do negócio com a ajuda de alguém
que entenda sobre o mundo dos
empreendimentos, é uma escolha fundamental para o sucesso do empreendimento.
Em relação a esse aspecto, cabe destacar que o SEBRAE possui meios de
assessoramento para os micros e pequenos empresários.Existem muitas razões
pelas quais muitas pessoas constituem os seus próprios negócios e assumem os
riscos, se seguir cuidadosamente as instruções possivelmente conseguirá sua
independência laboral e financeira. São alguns ingredientes para o empreendedor
começar a pensar em seu próprio negócio: cautela, bom senso e não ter pressa.
(CHIAVENATO, 2008, p. 24) Ao montar seu próprio negócio o empreendedor
assume a responsabilidade e os riscos pelo seu desenvolvimento e sobrevivência, e
em compensação usufrui de algumas vantagens. Para Chiavenato (2008, p. 17) a
lista a seguir apresenta algumas razões pelas quais as pessoas se engajam em
negócios:

- forte desejo de ser seu próprio patrão, de ter independência e não receber
ordens de outros, fundamentando-se apenas em seu talento pessoal. A isso
se dá
o nome de espírito empreendedor;

- oportunidade de trabalhar naquilo que gosta, em vez de trabalhar como


subalterno apenas para ter segurança de um salário mensal e férias a cada
ano;

- sentimento que pode desenvolver sua própria iniciativa sem o guarda-chuva


do
patrão;

- desejo pessoal de reconhecimento e de prestígio;

- poderoso impulso para acumular riqueza e oportunidade de ganhar mais que


quando era simples empregado;

- descoberta de uma oportunidade que outros ignoram ou subestimaram;


- desafio de aplicar recursos próprios e habilidades pessoais em um ambiente
desconhecido.

Para Bernardi (2003, p. 66) “entre muitas motivações e razões objetivas para
empreender encontram-se predominantemente as seguintes”:
- necessidade de realização;
- implementação de idéias;
- independência;
- fuga da rotina profissional;
- maiores responsabilidades e riscos;
- prova de capacidade;
- auto-realização;
- maior ganho;
- status;

TIPOS DE EMPREENDEDORES

Tipo 1 — O Empreendedor Nato (Mitológico) Geralmente são os mais


conhecidos e aclamados. Suas histórias são brilhantes e, muitas vezes, começaram
do nada e criam grandes impé- rios. Começam a trabalhar muito jovens e adquirem
habilidade de negociação e de vendas. Em países ocidentais, esses
empreendedores na- tos são, em sua maioria, imigrantes ou seus pais e avós o
foram. São visionários, otimistas, estão à frente do seu tempo e comprometem-se
100% para realizar seus sonhos. Suas referências e exemplos a seguir são os
valores familiares e religiosos, e eles mesmos acabam por se tor- nar uma grande
referência. Se você perguntar a um empreendedor nato quem ele admira será
comum lembrar da figura paterna/materna ou algum familiar mais próximo ou, em
alguns casos, não haver algum exem- plo específico para citar. Exemplos: Bill
Gates, Andrew Carnegie, Sílvio Santos, Irineu Evangelista de Souza (Barão de
Mauá) etc.

Tipo 2 — O Empreendedor que Aprende (Inesperado) Este tipo de


empreendedor tem sido muito comum. É normalmen- te uma pessoa que, quando
menos esperava, se deparou com uma opor- tunidade de negócio e tomou a decisão
de mudar o que fazia na vida para se dedicar ao negócio próprio. É o caso clássico
de quando a opor- tunidade bate à porta. É uma pessoa que nunca pensou em ser
empreen- dedor, que antes de se tornar um via a alternativa de carreira em gran-
des empresas como a única possível. O momento de disparo ou de to- mada de
decisão ocorre quando alguém o convida para fazer parte de uma sociedade ou
ainda quando ele próprio percebe que pode criar um negócio próprio. Geralmente
demora um pouco para tomar a deci- são de mudar de carreira, a não ser que esteja
em situação de perder o emprego ou já tenha sido demitido. Antes de se tornar
empreendedor, acreditava que não gostava de assumir riscos. Tem de aprender a
lidar com as novas situações e se envolver em todas as atividades de um negó- cio
próprio. Quem está pensando em uma alternativa à aposentadoria muitas vezes se
encaixa nesse tipo.

Tipo 3 — O Empreendedor Serial (Cria Novos Negócios) O empreendedor


serial é aquele apaixonado não apenas pelas em- presas que cria, mas
principalmente pelo ato de empreender. É uma pessoa que não se contenta em criar
um negócio e ficar à frente dele até que se torne uma grande corporação. Como
geralmente é uma pessoa dinâmica, prefere os desafios e a adrenalina envolvidos
na criação de algo novo a assumir uma postura de executivo que lidera grandes
equi- pes. Normalmente está atento a tudo o que ocorre ao seu redor e adora
conversar com as pessoas, participar de eventos, associações, fazer networking.
Para esse tipo de empreendedor, a expressão “tempo é di- nheiro” cai como uma
luva. Geralmente tem uma habilidade incrível de montar equipes, motivar o time,
captar recursos para o início do negócio e colocar a empresa em funcionamento.
Sua habilidade maior é acreditar nas oportunidades e não descansar enquanto não
as vir implementadas. Ao concluir um desafio, precisa de outros para se man- ter
motivado. Às vezes se envolve em vários negócios ao mesmo tempo e não é
incomum ter várias histórias de fracasso. Mas estas servem de estí- mulo para a
superação do próximo desafio.

Tipo 4 — O Empreendedor Corporativo O empreendedor corporativo tem


ficado mais em evidência nos úl- timos anos, devido à necessidade das grandes
organizações de se reno- var, inovar e criar novos negócios. São geralmente
executivos muito competentes, com capacidade gerencial e conhecimento de
ferramen- tas administrativas. Trabalham de olho nos resultados para crescer no
mundo corporativo. Assumem riscos e têm o desafio de lidar com a falta de
autonomia, já que nunca terão o caminho 100% livre para agir. Isso faz com que
desenvolvam estratégias avançadas de negociação. São há- beis comunicadores e
vendedores de suas idéias. Desenvolvem seu networking dentro e fora da
organização. Convencem as pessoas a faze- rem parte de seu time, mas sabem
reconhecer o empenho da equipe. Sabem se autopromover e são ambiciosos. Não
se contentam em ga- nhar o que ganham e adoram planos com metas ousadas e
recompen- sas variáveis. Se saírem da corporação para criar o próprio negócio po-
dem ter problemas no início, já que estão acostumados com as regalias e o acesso
a recursos do mundo corporativo.

Tipo 5 — O Empreendedor Social O empreendedor social tem como missão


de vida construir um mundo melhor para as pessoas. Envolve-se em causas
humanitárias com comprometimento singular. Tem um desejo imenso de mudar o
mundo criando oportunidades para aqueles que não têm acesso a elas. Suas
características são similares às dos demais empreendedores, mas a dife- rença é
que se realizam vendo seus projetos trazerem resultados para os outros e não para
si próprios. Os empreendedores sociais são um fenô- meno mundial e,
principalmente em países em desenvolvimento, como o Brasil, têm um papel social
extremamente importante, já que através de suas ações e das organizações que
criam preenchem lacunas deixa- das pelo poder público. De todos os tipos de
empreendedores é o único que não busca desenvolver um patrimônio financeiro, ou
seja, não tem como um de seus objetivos ganhar dinheiro. Prefere compartilhar seus
recursos e contribuir para o desenvolvimento das pessoas.

Tipo 6 — O Empreendedor por Necessidade O empreendedor por


necessidade cria o próprio negócio porque não tem alternativa. Geralmente não tem
acesso ao mercado de trabalho ou foi demitido. Não resta outra opção a não ser
trabalhar por conta própria. Geralmente se envolve em negócios informais,
desenvolvendo tarefas simples, prestando serviços e conseguindo como resultado
pouco retorno financeiro. É um grande problema social para os países em
desenvolvimento, pois apesar de ter iniciativa, trabalhar arduamente e buscar de
todas as formas a sua subsistência e a dos seus familiares, não contribui para o
desenvolvimento econômico. Na verdade, os empreendedores por necessidade são
vítimas do modelo capitalista atual, pois não têm acesso a recursos, à educação e
às mínimas condições para empreender de maneira estruturada. Suas iniciativas
empreendedoras são simples, pouco inovadoras, geralmente não contribuem com
impostos e outras taxas, e acabam por inflar as estatísticas empreendedoras de
países em desenvolvimento, como o Brasil. Sua existência em grande quantidade é
um problema social que, no caso brasileiro, ainda está longe de ser resolvido.

Tipo 7 — O Empreendedor Herdeiro (Sucessão Familiar) O empreendedor


herdeiro recebe logo cedo a missão de levar à frente o legado de sua família.
Empresas familiares fazem parte da estrutura empresarial de todos os países, e
muitos impérios foram construídos nos últimos anos por famílias empreendedoras,
que mos- traram habilidade de passar o bastão a cada nova geração. Mais
recentemente, porém, tem ocorrido a chamada profissionalização da gestão de
empresas familiares, através da contratação de executivos de mercado para a
administração da empresa e da criação de uma estrutura de governança corporativa,
com os herdeiros opinando no conselho de administração e não necessariamente
assumindo cargos executivos na empresa. O desafio do empreendedor herdeiro é
multiplicar o patrimônio recebido. Isso tem sido cada vez mais difícil. O
empreendedor herdeiro aprende a arte de empreender com exemplos da família, e
geralmente segue seus passos. Muitos começam bem cedo a entender como o
negócio funciona e a assumir responsabilidades na organização, e acabam por
assumir cargos de direção ainda jovens. Alguns têm senso de independência e
desejo de inovar, de mudar as regras do jogo. Outros são conservadores e preferem
não mexer no que tem dado certo. Esses extremos, na verdade, mostram que
existem variações no perfil do empreendedor herdeiro. Mais recentemente, os
próprios herdeiros e suas famílias, preocupados com o futuro de seus negócios, têm
optado por buscar mais apoio externo, através de cursos de especialização, MBA,
programas especiais voltados para empresas familiares, com o objetivo de não
tomar decisões apenas com base na experiência e na história de sucesso das
gerações anteriores.
Tipo 8 — O “Normal” (Planejado) Toda teoria sobre o empreendedor de
sucesso sempre apresenta o planejamento como uma das mais importantes
atividades desenvolvidas pelos empreendedores. E isso tem sido comprovado nos
últimos anos, já que o planejamento aumenta a probabilidade de um negócio ser
bem sucedido e, em conseqüência, leva mais empreendedores a usarem essa
técnica para garantir melhores resultados. O empreendedor que “faz a lição de
casa”, que busca minimizar riscos, que se preocupa com os pró- ximos passos do
negócio, que tem uma visão de futuro clara e que traba- lha em função de metas é o
empreendedor aqui definido como o “normal” ou planejado. “Normal” do ponto de
vista do que se espera de um empreendedor, mas não necessariamente do que se
encontra nas esta- tísticas gerais sobre a criação de negócios (a maioria dos
empreendedores ainda não se encaixa na categoria “normal”). Então, o empreende-
dor normal seria o mais completo do ponto de vista da definição de empreendedor e
o que a teria como referência a ser seguida, mas que na prática ainda não
representa uma quantidade considerável de em- preendedores. No entanto, ao se
analisar apenas empreendedores bem- sucedidos, o planejamento aparece como
uma atividade bem comum nesse universo específico, apesar de muitos dos bem-
sucedidos tam- bém não se encaixarem nessa categoria.

No próximo capítulo serão apresentados os resultados do estudo com os


empreendedores de sucesso. Todos os tipos de empreendedores aqui definidos,
com exceção do tipo 6 (empreendedor por necessida- de), foram contemplados na
amostra e, por isso, o estudo pode ser con- siderado bastante completo.

1.4 SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS ENTRE EMPREENDEDORES


E EMPRESÁRIOS

Muitas vezes o termo empreendedor e o termo empresário são usados como


sinônimos no dia-a-dia, porém existem diferenças conceituais e prática entre eles.
Nem todo empreendedor é empresário, enquanto nem todo empresário é
empreendedor, no entanto, o ideal é ser empresário empreendedor, o que
certamente facilita a sobrevivência no mundo dos negócios. O empreendedor
costuma ter boas ideias, não somente quando cria uma empresa, mas durante toda
a existência dela, tendo a iniciativa de renová-la sempre. Já o empresário é sinônimo
de cautela. Ele consegue a empresa porque a montou, comprou ou herdou, mas sua
atuação limita-se a administrála da maneira em que ela está montada. Possui um
estilo conservador. O empreendedor tem a capacidade de enxergar objetivos com
clareza e traçar planos para atingi-los em prazo pré-estabelecido, tendo a
capacidade de identificar oportunidades nos locais mais improváveis. Ele sabe
montar um projeto e ainda colocá-lo em prática, mesmo que, para isso, ele corra
riscos, o que exige tolerância às frustrações e motivação diante dos desafios.
Segundo Dornelas (2005), os empreendedores são pessoas diferenciadas, que
possuem motivação singular, apaixonadas pelo que fazem, não se contentam em
ser mais um na multidão, querem ser reconhecidas e admiradas, referenciadas e
imitadas, querem deixar um legado. Um empresário com personalidade
empreendedora é de fundamental importância para a empresa, porque para
momentos em que seja necessário dar equilíbrio à mesma ou depois de uma
mudança na organização, certamente suas características como empresário não
criaria nenhum tipo de instabilidade, além de poder contar com a criatividade e
inovação pertinentes aos empreendedores em momentos de dificuldades.

CARACTERÍSTICAS DOS EMPREENDEDORES

O empreendedorismo está cada vez mais se tornando essencial nas atitudes


diárias dentro de uma empresa. Em um período em que a duração dos empregos
formais está menor e, os mais diversos setores industriais comerciais são
caracterizados por expressiva volatilidade, o empreendedorismo ao ser aplicado
diariamente, passa a ser um importante diferencial para fortalecer a capacidade de
superar desafios. Para Leite (2002), ser empreendedor significa ter capacidade de
iniciativa, imaginação fértil para conceber as ideias, flexibilidade para adaptálas,
criatividade para transformá-las em uma oportunidade de negócio, motivação para
pensar conceitualmente e a capacidade para ver, perceber a mudança como uma
oportunidade. Algumas características são decisivas para identificar um indivíduo
empreendedor. De acordo com SEBRAE (2007), observando o modo como agem,
as características dos empreendedores são as seguintes:
a) Iniciativa: agir espontaneamente antes de ser forçado pelas circunstâncias;
b) Busca de oportunidades: reconhecer e saber aproveitar oportunidades
novas e pouco comuns, precisa estar atento e capaz de perceber, no momento
certo, as oportunidades de negócio que o mercado oferece;
c) Persistência: não desistir diante das dificuldades encontradas, nunca deixar
de ter esperança e lutar para ver seus projetos realizados;
d) Busca de informação: valorizar a informação e buscá-la pessoalmente para
elaborar um plano ou tomar decisões, buscar conhecimentos em livros, cursos ou
até mesmo com pessoas que tenham experiência no setor;
e) Preocupação com a alta qualidade do trabalho: interesse em manter um
alto nível de qualidade nos produtos ou serviços prestados;
f) Eficiência: preocupação em reduzir o custo, os recursos necessários e o
tempo para realizar as tarefas;
g) Autoconfiança: Acreditar na própria habilidade e capacidade;
h) Persuasão: habilidade de convencimento diante dos demais;
i) Uso de estratégias de influência: tendência a pensar e definir formas para
influenciar os demais;
j) Reconhecimento das próprias limitações: admitir suas limitações
aprendendo com os próprios erros;
k) Comprometimento com os contratos de trabalho: comprometimento pessoal
para cumprir contratos firmados;
l) Assertividade: apresentar os problemas aos outros de forma direta e tomar
decisões fortes no papel de oposição;
m) Monitoramento: acompanhamento do trabalho dos outros para assegurar
que o trabalho satisfaz as expectativas relativas a procedimento, planejamento e
qualidade;
n) Perícia: experiência ou capacitação prévia em áreas relacionadas ao
próprio negócio, pois quanto mais dominar o ramo em que atua, maiores serão as
chances de êxito;
o) Planejamento Sistemático: uso de análise lógica para desenvolver planos
específicos para a tomada de decisões;
p) Resolução de problemas: habilidade para mudar de estratégia quando se
torna necessário identificar novas soluções para os problemas.

o empreendedor é uma pessoa capaz de demonstrar um


comportamento inovador, criando uma satisfação para seu cliente. É
considerada uma pessoa que identifica as oportunidades de negócios, nichos
de mercados, estabelece metas, corre riscos calculados, busca novas
informações, realiza um planejamento e monitoramento sistemático, é
persistente, comprometido, persuasivo, exige qualidade, possui
independência e autoconfiança. O empreendedor deve ser capaz de tomar
decisões corretas no momento exato, estar bem informado, analisar friamente
a situação e avaliar as alternativas para poder escolher a solução mais
adequada. Precisa ter iniciativa de agir objetivamente e confiança em si
mesmo. (Drucker, 1986)

o empreendedor, em essência, é a pessoa que tem a capacidade de


idealizar e realizar coisas novas. Pense em qualquer pessoa empreendedora
que conheça e você identificará nela a capacidade de imaginar e fazer as
coisas acontecerem. Outras pessoas, ao contrário, podem ser apenas
criativas ou apenas implementadoras, sem a habilidade de combinar esses
dois traços básicos de comportamento. Além de ser líder, incentivando as
pessoas a alcançarem as metas definidas, precisa definir e produzir
condições de relacionamento equilibradas entre a equipe de trabalho. È
necessário que tenha talento e um certo inconformismo diante das atividades
rotineiras para transformar simples ideias em negócios efetivos.
(MAXIMILIANO,2006)

IMPORTÂNCIA DO EMPREENDEDOR NA ECONOMIA

De acordo com ANDRADE FILHO (2000), redução dos níveis de emprego é, dentre
os diversos problemas que hoje afligem a_ sociedade mundial, um dos mais
claramente percebidos. Seja pelo desenvolvimento tecnológico, pela globalização,
pelos processos de redução das estruturas internas e terceirização em pequenas
empresas públicas e privadas, a busca de soluções para ocupar a população
economicamente ativa é prioridade nas agendas de líderes e governos mundiais.
Diversos autores consideram o estímulo a formação de empreendedores um
ingrediente vital no desenvolvimento das nações no atual cenário mundial. E, mais
do que teorias acerca do tema, diversas formas de incentivos ao empreendedorismo
podem ser vistas atualmente. O presente capítulo procura mostrar o papel do
empreendedor na economia. A partir destas perspectivas são discutidas as formas
pelas quais são percebidos os programas de formação de empreendedores. A
reduçao dos níveis de emprego formal em todos os setores da economia e níveis
das organizações é um dos maiores problemas da sociedade mundial. Nos niveis
inferiores (pessoal operacional) os crescentes índices de automação de processos
vêm reduzindo em escalas nunca antes vistas, o número de postos de trabalho.
Também nos níveis intermediários (representados pelas tradicionais gerências e
Supervisões), também são afetados cada vez mais pelos eficientes sistemas de
informação que desenvolvem atividades antes realizadas por grupos de pessoas.
Muito mais rápidos e eficientes, agrupam, tratam e disponibilizam as informações
vitais à tomada de decisões, principalmente de ordem rotineira, para um grupo cada
vez menor de decisores (REZENDE et al., 1996).

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