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por
Luis Roriz e Pedro Alves da Silva
Desta forma, pretende-se com este exemplo apenas entrar em considerações que não
têm implicação com o RSECE /2/, dado a potência a instalar ser inferior ao limite
estabelecido por este regulamento, nem com a norma NP 378 /3/, devido à carga de
refrigerante ser reduzida.
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Embora estas indicações possam eventualmente levar a concluir sobre qual as marcas utilizadas, a não
indicação das marcas é propositada, dado não se estar a proceder a uma comparação em termos de marcas
mas sim de concepção de sistemas.
2. Metodologia utilizada
Foram consideradas diferentes utilizações dos escitórios. Desta forma foi possível obter
situações onde a carga térmica é aproximadamente constante ao longo do dia, onde não
existe ocupação durante o período de almoço, ou onde o equipamento tem uma
utilização muito variável ao longo do dia, daí resultando uma forte variação da carga
térmica, sendo mais elevada no período da manhã do que no período da tarde.
A soma das cargas térmicas através da estrutura do edifício (as cargas térmicas
exteriores) e as que resultam da utilização dos escritórios (as cargas térmicas interiores)
dá a carga térmica total que o sistema de climatização deveria remover. Como os
sistemas escolhidos possuem diferentes concepções, nem todos os sistemas
considerados podem remover a carga térmica em todas as condições, ou seja, em todas
as alturas do ano. Estas situações ocorrem nos seguintes casos:
- O sistema em análise é um sistema VRV a 2 tubos. Neste caso, tal como no anterior, o
sistema não permite o aquecimento e arrefecimento simultâneos quando alguns dos
escritórios apresentam cargas térmicas de sinal contrário.
Para os casos acima indicados, foi determinado o periodo (número de horas) em que o
sistema de ar condicionado não funciona.
A correlação RC 100 pode ser expressa por uma expressão polinomial, para as diferentes
cargas parciais. Verificou-se ainda que a variação da temperatura do ar exterior tem uma
influência muito reduzida no valor de RC100 . Quando a temperatura do ar exterior varia
entre 35 e 31ºC, o efeito no COP do sistema é inferior ao observado para a variação da
temperatura do ar interior. Para o caso de um dos equipamentos estudados, funcionando
no regime de arrefecimento e no regime de aquecimento, as equações que relacionam o
valor de COP/COP (a 100%) no domínio de carga (parcial) de 50% a 130% são,
respectivamente:
onde:
RC100 = COP/COP (at 100%)
Pl = carga real / carga nominal
Onde o valor do COP a 100% pode ser obtido directamente da informação técnica sobre
o equipamento.
Quando se considera uma ocupação constante ao longo das horas normais de serviço
(para uma utilização de 5 dias / semana) e inexistência de ocupação durante a hora do
almoço, o resultado obtido para os sistemas VRV-3 tubos (VRV3), VRV 2-tubos
(VRV2) e centralizado com bomba de calor reversível (BCR) é o indicado na tabela 1.
A comparação dos consumos mensais pode ser observado na tabela 2. Neste caso
considera-se como solução base o uso do sistema centralizado e a temperatura interior
regulada para 25ºC.
Acresce o facto de ser comum o desligar dos sistemas centralizados durante o periodo
de meia-estação (primavera e outono). Este periodo corresponde às alturas em que os
sistemas VRV são geralmente mais eficientes do que os sistemas centralizados. Desta
forma, caso este procedimento seja utilizado, as diferenças de consumo anual indicadas
na tabela 1, serão fortemente reduzidas.
Quando se consideram os valores horários, existem várias horas ao longo do ano em que
os sistema VRV a 2 tubos e os sistemas centralizados a 2-tubos não podem dar resposta
às cargas térmicas existentes. Num dia de Sol e ao princípio da manhã em Março, por
exemplo, considerando condições normais de funcionamento, as zonas próximo da
fachada norte podem apresentar uma perda térmica enquanto que as restantes zonas do
edifício apresentam um carga térmica positiva. Se o sistema VRV a 2-tubos ou o
sistema centralizado estiverem regulados para condições de arrefecimento, os sistemas
não podem garantir as correctas condições em todo o edifício. No entanto o sistema
VRV a 3-tubos já permite que o sistema efectue o aquecimento e o arrefecimento
simultâneos. É nestes periodos, de necessidade simultânea de frio e de calor, que os
sistemas VRV a 3-tubos permitem fortes poupanças de energia quando comparados com
os sistemas que produzem separadamente calor e frio. O sistema recupera calor das
zonas frias para as zonas quentes o que não occorre com os outros 2 sistemas indicados
nas tabelas.
4. Retorno do investimento
Um sistema VRV a 3 tubos é bastante mais caro que um sistema centralizado. Este extra
custo inicial terá que ser compensado pelas poupanças resultantes duma redução dos
consumos e dos gastos com a manutenção para o tornar economicamente aconselhável.
O custo anual da manutenção influencia fortemente o resultado. Diferenças de 120 a
180 contos no valor deste parâmetro2 e a alteração do tempo de vida da instalação num
número reduzido de anos (ou seja variação do número de anos em que é considerada a
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Ter em atenção que este valor está relacionado com as potências em análise, ou seja cerca de 25kW.
amortização) podem alterar a conlusão final, e portanto levar à indicação de que um ou
outro sistema é o mais económico e o mais aconselhável.
De acordo com /4/ o tempo médio de vida dos sistemas de climatização (desde os
sistemas "split" aos sistemas de várias centenas de kW de frio) é de 13 anos. Para este
tempo de vida os sistemas VRV são economicamente mais atractivos do que os sistemas
centralizados (sem recuperação de calor), se a diferença entre os custos de manutenção
for superior a 100 contos / ano, aproximadamente.
Estas conclusões são válidas apenas se existirem condições de ocupação normais. Pelo
que foi dito, e em termos gerais, se forem consideradas temperaturas interiores menores,
ou maiores níveis de ocupação, se o sistema não estiver sobredimensionado, ou mais
concretamente, se as cargas térmicas forem bastante constantes e que obriguem o
sistema a funcionar sempre próximo das condições nominais, o sistema centralizado é a
solução aconselhável em termos económicos.
5. Conclusões
A escolha dum sistema VRV a 2-tubos, VRV a 3-tubos ou por um sistema centralizado
deve ser efectuada com cuidado. Uma estimativa da eficiência anual e dos custos não
deve ser efectuada sem conhecimento prévio do sistema que se pretende
especificamente instalar, de quais as condições interiores efectivamente pretendidas e
quais os níveis de ocupação / utilização que irão ter lugar.
Referências