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CONSERVAÇÃO E REABILITAÇÃO

DA
CONSTRUÇÃO
Ç

APOIO À DISCIPLINA

Docente: Pedro Lança

- Escola Superior de Tecnologia e


Gestão de Beja
Conservação e Reabilitação
da Construção
Pedro Lança

ÍNDICE

1. Durabilidade de estruturas de betão armado


1 1 Introdução
1.1
1.2 Qualidade como condição de durabilidade
1.3 Regulamentação actual sobre a durabilidade
1 3 1 Exigências
1.3.1 E i ê i da d NP ENV 206 e E E-378
378
1.3.2 Parâmetros que afectam a durabilidade
2. Deterioração de estruturas de betão armado
2.1 Deterioração química e corrosão
2.1.1 Mecanismos de deterioração
2.1.2 Ataque químico
2.1.3 Corrosão das armaduras

2
Conservação e Reabilitação
da Construção
Pedro Lança

Durabilidade de estruturas de
betão armado

3
Conservação e Reabilitação
Durabilidade de estruturas de betão armado
da Construção
Introdução
Pedro Lança

> Características fundamentais do


betão como material de construção:

1. Resistência à acção das forças a que está sujeita;

2. Resistência às acções ambientais com a passagem


do tempo,
tempo ou durabilidade
durabilidade.

(Fonte: Martini)

4
(Costa, 2005)
Conservação e Reabilitação
Durabilidade de estruturas de betão armado
da Construção
Introdução
Pedro Lança

> No início da utilização do betão armado:

•Betões e ligantes de baixas resistências

•Peças com maiores dimensões Maior


durabilidade
•Maiores dosagens de cimento das
armaduras
•Espessuras de recobrimento elevadas

•Colocação
C l ã d
do b
betão
tã mais
i cuidada
id d
5
Conservação e Reabilitação
Durabilidade de estruturas de betão armado
da Construção
Introdução
Pedro Lança

Evolução das resistências médias à


compressão do betão aos 28 dias fabricado
com cimento portland

Curva tensão-extensão de dois


tipos
p de aços
ç diferentes

(Aço macio)
(Coutinho, 1998)

6
Conservação e Reabilitação
Durabilidade de estruturas de betão armado
da Construção
Introdução
Pedro Lança

> Utilização actual do betão armado

Diminuição 1 Deficiente
1.
• Conhecimento propriedades
da secção protecção natural
• Métodos de cálculo
resistente das armaduras
pela elevada
• Aumento da quantidade de alcalinidade do
armadura betão envolvente
• Dificuldade passagem e Betão mais
acomodação do betão fresco poroso
p 2. O betão
• Utilização de sobre dosagens envelhece
de água
3. Necessidade de
• Recobrimento mais pequeno Betão armado manutençãoã d
da
• Construções de betão pré- mais sensível estrutura
esforçado, com secções a fenómenos
mais reduzidas e com o aço
ç de corrosão
sujeito a tensões mais Conceito de
7 elevadas
DURABILIDADE
Conservação e Reabilitação
Durabilidade de estruturas de betão armado
da Construção
Qualidade como Condição de Durabilidade
Pedro Lança

Qualidade como Condição de


Durabilidade

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Conservação e Reabilitação
Durabilidade de estruturas de betão armado
da Construção
Qualidade como Condição de Durabilidade
Pedro Lança

> Durabilidade
D bilid d

•Uma estrutura é considerada durável se durante a sua vida


conserva os requisitos de projecto em termos de segurança,
de funcionalidade e estética, sem custos de manutenção não
previstos (Andrade,1996)
previstos. (Andrade 1996)

•O desempenho de estruturas de betão armado ao longo da


sua vida
id não
ã pode
d ser melhorado
lh d apenas pelo l aumento
t dda
qualidade dos materiais utilizados. (CEB, 1992)

•Terá que se actuar em fase de projecto de estrutura e


arquitectura, a nível de processos de execução da obra e nos
procedimentos relativos à inspecção e manutenção (incluindo
manutenção preventiva) (CEB, 1992)
9
Conservação e Reabilitação
Durabilidade de estruturas de betão armado
da Construção
Qualidade como Condição de Durabilidade
Pedro Lança

> Durabilidade

•“Uma
Uma falta de controlo da qualidade durante a
construção e a existência de planos inadequados de
inspecção e manutenção da durabilidade durante a
vida de serviço das estruturas também tem uma
contribuição importante para esta situação.”

•"…TTudod iisto
t faz
f que o betão,
b tã e em especiali lob
betão

armado, seja um material muito vulnerável e pouco
estável; a sua duração não será provavelmente muito
longa “
longa.“

Eng.
g Sousa Coutinho
10
"O fabrico e as propriedades do betão"
Conservação e Reabilitação
Durabilidade de estruturas de betão armado
da Construção
Qualidade como Condição de Durabilidade
Pedro Lança

> Metodologia preventiva

Projecto Fiscalização
adequado adequada

Elaboração de Planos
de Manutenção
(inspecções
periódicas)

Durabilidade
11
(qualidade)
Conservação e Reabilitação
Durabilidade de estruturas de betão armado
da Construção
Qualidade como Condição de Durabilidade
Pedro Lança

> Metodologia curativa


Inspecção e Ensaio
- avaliação intensidade e extensão dos danos;
- determinação dos agentes agressores e
mecanismos de deterioração

Elaboração de Plano Projecto de recuperação


de Manutenção (incluir os requisitos de durabilidade
e eventuais planos de monitoragem)

Durabilidade
12 (qualidade)
Conservação e Reabilitação
Durabilidade de estruturas de betão armado
da Construção
Qualidade como Condição de Durabilidade
Pedro Lança

> Correspondência entre causas e as


fases do processo de construção
Fonte de pesquisa Concepção e Materiais Má Deficiente Outras
Projecto Inadequados Execução utilização falhas
Deficientes e/ou
manutençã
F. Gabaldón (Madrid, 82) o

Espanha 41 13 31 11 4
Bélgica 49 15 22 9 5
Reino Unido 49 11 29 10 1
Alemanha 37 14 30 11 8
Dinamarca 36 25 22 9 8
Roménia 37 22 19 11 11
C.E.B. Boletin 157 (82) 50 40 10
Building Research 50 10 30 10
Establishment (UK, 76)
D. Plum & J. Hayes 46 11 33 10
Cóias e Cachadinha 12 81 7
(Lisboa, 83)
Jean Bléovot (Paris, 74) 35 58 7
J. Loss (USA, 87) 62 32 6
J. Hauser (USA, 79) 36 10 44 5 5
FEFAAP (São Paulo, 89) 18 6 52 14 10

P. Aranha, D. Molin 30 5 39 26
(IBRACON, 89)
ENR (USA, 79) 10
20
10
43
65
23
15
14
Média aritmética do
LEMIT (venezuela, 75)
A. Paterson (Londres, 84) 37 5 51 7 quadro (à direita)
T. Ripper
ppe ((Lisboa,
sboa, 97)
9 ) 36 17 32 9 6

(Ripper, 1997)
13
Conservação e Reabilitação
Durabilidade de estruturas de betão armado
da Construção
Qualidade como Condição de Durabilidade
Pedro Lança

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(Coutinho, 1998)
Conservação e Reabilitação
Durabilidade de estruturas de betão armado
da Construção
Qualidade como Condição de Durabilidade
Pedro Lança

DURABILIDADE
•meio ambiente
•agentes agressores
•protecção

DESEMPENHO

VIDA ÚTIL

VERIFICAÇÃO DIMENSIONAMENTO
em SERVIÇO à ROTURA

• controlo de tensões e
d f
deformaçõesõ
δf x F
• estabilidade ≤
15 • solo-estrutura R/δr
(Adaptado de Ripper, 1997)
Conservação e Reabilitação
Durabilidade de estruturas de betão armado
da Construção
Qualidade como Condição de Durabilidade
Pedro Lança

> Vida útil,


ú o que é? Há
á vida inútil?
ú ? Em Marte?
?

•Na fase de projecto de uma determinada estrutura e com


base nas solicitações do tipo mecânico e ambiental a que
estará sujeita, são definidos os requisitos de segurança e
funcionalidade.

•Vida útil da estrutura será então o período de tempo durante


oqqual a estrutura satisfaz esses requisitos
q de segurança,
g ç de
funcionalidade e estéticos, sem custos de manutenção não
previstos, isto é, o período de tempo durante o qual o
desempenho da estrutura é satisfatório (superior ao mínimo
aceitável)

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Conservação e Reabilitação
Durabilidade de estruturas de betão armado
da Construção
Qualidade como Condição de Durabilidade
Pedro Lança

• Período de iniciação da corrosão corresponde


ao tempo necessário para a destruição da película
passivante que em geral ocorre por carbonatação
passivante,
do betão de recobrimento e/ou por penetração de
cloretos até à armadura.

• Período
P í d ded propagação
ã em que a corrosão
ã
evolui até ser atingido um limite de deterioração
inaceitável doponto de vista de segurança,
funcional, ou estético, em que portanto termina a
vida útil dessa estrutura a não ser que se proceda
a reparação da mesma.

17
(Coutinho, 1998)
Conservação e Reabilitação
Durabilidade de estruturas de betão armado
da Construção
Qualidade como Condição de Durabilidade
Pedro Lança

> Vida útil e vida residual

18
(Coutinho, 1998)
Conservação e Reabilitação
Durabilidade de estruturas de betão armado
da Construção
Qualidade como Condição de Durabilidade
Pedro Lança

> Modelação do tempo de iniciação

x = K√t
√t

x – profundidade do agente agressivo


t – tempo
K – coeficiente de durabilidade
(KCO2 + KCl-)

19
(Coutinho, 1998)
Conservação e Reabilitação
Durabilidade de estruturas de betão armado
da Construção
Qualidade como Condição de Durabilidade
Pedro Lança

> Modelação do tempo de propagação

ρ – resistividade do betão (Ω.m)


C – Constante (depende dos autores,
autores p.e.
p e 10 000 ou 1 000)

tp – período de propagação (anos)


xlim – valor limite de perda de secção (μm)

Exemplo: xlim = 100 μm para tp entre 20 e 100 anos


(carbonatação) com Vcorr entre 1 a 5 μm/ano.
m/ano
20
Conservação e Reabilitação
Durabilidade de estruturas de betão armado
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Qualidade como Condição de Durabilidade
Pedro Lança

> Modelação
M d l ã dod tempo
t d propagação
de ã

21
(Coutinho, 1998)
Conservação e Reabilitação
Durabilidade de estruturas de betão armado
da Construção
Qualidade como Condição de Durabilidade
Pedro Lança

> Vida útil e vida residual


CARBONATAÇÃO DIFUSÃO DE CLORETOS
Espessura de recobrimento das Espessura de recobrimento das armaduras em
armaduras em função do ambiente função
ç do ambiente (zona
( de respingos
p g de maré))

22 (Gomes, 2005) (Gomes, 2005)


Conservação e Reabilitação
Durabilidade de estruturas de betão armado
da Construção
Qualidade como Condição de Durabilidade
Pedro Lança

> Nível de q
qualidade ao longo
g do tempo:
p

- trabalhos de conservação, os que


pretendem repor a qualidade inicial da
construção, sendo a sua extensão
correspondente ao vector designado
pela letra A indicada na figura.

- trabalhos de reabilitação os que


pretendem repor a qualidade
regulamentar equivalente da
construção, sendo a sua extensão
correspondente ao vector da letra B
indicada na figura.

- trabalhos de renovação os que


pretendem introduzir ganhos na
qualidade e melhoramentos funcionais
de uso da construção realizando,
sendo a sua extensão correspondente
p
à letra C indicada na figura como grau
23 (Mansos, 2003) de melhoria funcional e orgânica
conseguida.
Conservação e Reabilitação
Durabilidade de estruturas de betão armado
da Construção
Regulamentação actual sobre a durabilidade
Pedro Lança

Regulamentação actual sobre a


durabilidade

24
Conservação e Reabilitação
Durabilidade de estruturas de betão armado
da Construção
Regulamentação actual sobre a durabilidade
Pedro Lança

> Exigências da NP EN 206 (I)

Esta norma define 4


classes de
exposição ambiental
para a corrosão
induzida por
carbonatação: XC1,
XC2,, XC3 e XC4.

25
Conservação e Reabilitação
Durabilidade de estruturas de betão armado
da Construção
Regulamentação actual sobre a durabilidade
Pedro Lança

> Exigências da NP EN 206 (II)

Esta norma define 6


(3+3) classes de
exposição ambiental
para a corrosão induzida
por cloretos,
dependendo da sua
origem: XD1, XD2 e XD3
ou
XS1, XS2 e XS3.

26
Conservação e Reabilitação
Durabilidade de estruturas de betão armado
da Construção
Regulamentação actual sobre a durabilidade
Pedro Lança

> Exigências da NP EN 206 (III)


Esta norma define 4 classes de exposição ambiental para a acção do
gelo/degelo: XF1, XF2, XF3 e XF4.

27
Conservação e Reabilitação
Durabilidade de estruturas de betão armado
da Construção
Regulamentação actual sobre a durabilidade
Pedro Lança

> Exigências da NP EN 206 (IV)


Esta norma define 3 classes de exposição ambiental para a acção do
gelo/degelo: XA1, XA2 e XA3.

28
Conservação e Reabilitação
Durabilidade de estruturas de betão armado
da Construção
Regulamentação actual sobre a durabilidade
Pedro Lança

> Exigências da NP EN 206 (V)


Devem ser respeitos os valores de dosagem do cimento (C) mínimo, da
razão água/cimento (A/C) máxima e da classe resistência e do mínimo teor
em ar (gelo/degelo).
( l /d l )

29
Conservação e Reabilitação
Durabilidade de estruturas de betão armado
da Construção
Regulamentação actual sobre a durabilidade
Pedro Lança

> Teor em cloretos vs. Tipo de betão vs Classe de exposição ambiental

Quadro 2/DNA (ENV 206) – Classes de teor de cloretos (%) do betão

30 (Gomes, 2005)
Conservação e Reabilitação
Durabilidade de estruturas de betão armado
da Construção
Regulamentação actual sobre a durabilidade
Pedro Lança

> Parâmetros que afectam a durabilidade


A composição de um betão, para atender às exigências de durabilidade, deverá
ser estudada cuidadosamente, em obediência aos seguintes parâmetros,
quantificando em conformidade com as classes de exposição ambiental:

• Razão Água/cimento
• Dosagem de cimento
• Teor de ar no betão fresco
• Tipo de cimento
• Classes de resistência
• Permeabilidade
• Recobrimento

Os valores
O l d
da razão
ã A/C máxima
á i edda d
dosagem C mínima
í i referem-se
f aos ligantes
li t
definidos na norma NP 2064. Ao empregar adições (pozolanas ou outras adições
com propriedades hidráulicas latentes), os valores referidos na norma NP ENV 206
deverão ser convenientemente modificados, conforme o que for estabelecido nas
normas nacionais.
i i
31
Conservação e Reabilitação
Durabilidade de estruturas de betão armado
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Regulamentação actual sobre a durabilidade
Pedro Lança

> Parâmetros que afectam a durabilidade

Razão Água/cimento

Para relações a/c baixas (≈0,20 a 0,38), possíveis devido ao uso de


super plastificantes, o volume de capilares é muito reduzido, resultando
numa pasta de cimento muito densa (pouco porosa).

Para relações a/c superiores a cerca de 0,38 todo o cimento hidrata


t
transformando-se
f d em gell cujo
j volume
l não
ã preencheh todo
t d o espaço livre.
li
A porosidade, após a hidratação final, será tanto maior quanto a relação
a/c.

O volume de poros capilares aumenta muito a partir da relação a/c 0,4 a


0,5 e uma cura inadequada pode levar a uma hidratação incompleta
agravando
g o volume dos pporos e a aderência aos inertes.

32
Conservação e Reabilitação
Durabilidade de estruturas de betão armado
da Construção
Regulamentação actual sobre a durabilidade
Pedro Lança

> Parâmetros que afectam a durabilidade

Zona de interface pasta-agregado


pasta agregado

Gomes e Pereira
Pereira, UBI

33
(Coutinho, 1998)
Conservação e Reabilitação
Durabilidade de estruturas de betão armado
da Construção
Regulamentação actual sobre a durabilidade
Pedro Lança

> Parâmetros que afectam a durabilidade

Tipos de cimento

Segundo a NP ENV 196


196-4,
4, e tendo em vista a diversidade de
aplicações:

• CE I – cimento Portland simples;


• CE II – cimento Portland composto;
• CE III – cimento de alto forno;
• CE IV – cimento pozolânico.

34
Conservação e Reabilitação
Durabilidade de estruturas de betão armado
da Construção
Regulamentação actual sobre a durabilidade
Pedro Lança

> Parâmetros que afectam a durabilidade


• CE I – cimento Portland simples;
• CE II – cimento Portland
composto;
Tipos de cimento • CE III – cimento de alto forno;
• CE IV – cimento pozolânico.

O cimento do tipo I confere boa protecção contra a corrosão das


armaduras, dada a sua maior reserva alcalina (carbonatação).

Os cimentos compostos (tipo II) apresentam maior resistência às


acções químicas (ataque pelos sulfatos, por ácidos e reacções
álcali-agregado) e maior resistência à penetração de cloretos.
adicionado ao clínquer a escória granulada de alto forno (LNEC E-375), a pozolana natural (NP
4220),
) as cinzas volantes (NP
( EN 450)) e o filler (LNEC
( E-377))

Se ambiente é muito agressivo a utilização de cimento tipo IV


poderá ser mais indicado, também preferível se os agregados
f
forem siliciosos
ili i reactivos
ti com os álcalis.
ál li
35
Conservação e Reabilitação
Durabilidade de estruturas de betão armado
da Construção
Regulamentação actual sobre a durabilidade
Pedro Lança

> Parâmetros que afectam a durabilidade


Clinquer de cimento Portland Escória de alto forno

Cal Cinzas volantes

36
Durabilidade de estruturas de betão armado
Regulamentação actual sobre a durabilidade
Conservação e Reabilitação
da Construção
Pedro Lança Clinquer de cimento Portland

37
Durabilidade de estruturas de betão armado
Regulamentação actual sobre a durabilidade
Conservação e Reabilitação
da Construção
Pedro Lança Escória de alto forno

38
Durabilidade de estruturas de betão armado
Regulamentação actual sobre a durabilidade
Conservação e Reabilitação
da Construção
Pedro Lança Cal

39
Durabilidade de estruturas de betão armado
Regulamentação actual sobre a durabilidade
Conservação e Reabilitação
da Construção
Pedro Lança Cinzas volantes

40
Durabilidade de estruturas de betão armado
Regulamentação actual sobre a durabilidade
Conservação e Reabilitação
da Construção
Pedro Lança Sílica de fumo

41
Conservação e Reabilitação
Deterioração de estruturas de betão armado
da Construção
Pedro Lança

Deterioração de estruturas de
betão armado

42
Conservação e Reabilitação
Deterioração de estruturas de betão armado
da Construção
Pedro Lança Mecanismos de deterioração

> Mecanismos de deterioração (básicos)


• Deterioração Física
- Acções
ç indirectas ((deformações
ç ou deslocamentos
impostos)
- Temperatura
- Água
g ((humidade,, chuva,, g
gelo/degelo)
g )
- Poluição

• Deterioração Química (betão)


- CO2 - Carbonatação
- Cloretos
- Sulfatos - Reacções expansivas com o cimento
- Álcális - Reacções expansivas com os inertes

• Deterioração por Corrosão (armaduras)


(armad ras)
43
Conservação e Reabilitação
Deterioração de estruturas de betão armado
da Construção
Pedro Lança Mecanismos de deterioração

> Mecanismos de deterioração (básicos)

• Corrosão das Armaduras

(Gomes, 2005)
• ácidos, sais e águas puras
• sulfatos
• Ataque Químico • álcalis

(Coutinho, 2001)
44
(FASE)
Conservação e Reabilitação
Deterioração de estruturas de betão armado
da Construção
Pedro Lança Mecanismos de deterioração

> Mecanismos de deterioração


(corrosão das armaduras por acção dos cloretos)

45
Conservação e Reabilitação
Deterioração de estruturas de betão armado
da Construção
Pedro Lança Ataque químico

> ATAQUE QUÍMICO DO BETÃO

- Ataque por Sulfatos

- Reações alcali-inerte

46
Conservação e Reabilitação
Deterioração de estruturas de betão armado
da Construção
Pedro Lança Ataque químico

> Ataque por Sulfatos


Reacção expansiva, cerca de 2,5 vezes o volume inicial,
causando tensões internas e a fissuração irregular do betão
betão,
promovendo a penetração de agentes agressivos e a sua
deterioração.

47
(CEB, 1992)
Conservação e Reabilitação
Deterioração de estruturas de betão armado
da Construção
Pedro Lança Ataque químico

> Parâmetros que influenciam a reacção


expansiva

Permeabilidade do
Severidade do betão (A/C
(A/C, cura e
ambiente compactação)
(substância Quantidade de
agressiva) água presente

Ataque químico
- Quantidade elevada de
(Sulfatos e Água Aluminatos na composição
do cimento
do Mar))
48
Conservação e Reabilitação
Deterioração de estruturas de betão armado
da Construção
Pedro Lança Ataque químico

> Reacções alcali-inerte


Deterioração do betão por reacções expansivas de alcali-
sílica reactiva p
presente nos inertes.

49
(CEB, 1992)
Conservação e Reabilitação
Deterioração de estruturas de betão armado
da Construção
Pedro Lança Ataque químico

> Parâmetros que influenciam a reacção


expansiva

Permeabilidade do
betão (A/C
(A/C, cura e
compactação)
Quantidade de Quantidade de
inerte activo água disponível

Ataque químico
(alcali-sílica) - Tipo de cimento (utilização
de aditivos)

50
Conservação e Reabilitação
Deterioração de estruturas de betão armado
da Construção
Pedro Lança Ataque químico

Deterioração
D t i ã d
do b
betão
tã por reacções
õ por reacções
õ
alcali-sílica

51
(Coutinho, 1998)
Conservação e Reabilitação
Deterioração de estruturas de betão armado
da Construção
Pedro Lança Corrosão das armaduras

> Corrosão das armaduras


O betão constitui um excelente meio de p
protecção
ç alcalino
(grandes quantidades de hidróxido de cálcio, entre outros) para
as armaduras, desde que presente uma qualidade adequada e
seja convenientemente aplicado.

Esta função protectora actua de duas formas:

> Por um lado a camada de betão de recobrimento


constitui uma barreira à penetração de elementos
agressivos, impedindo que estes ataquem as
armad ras
armaduras;

> Por outro, gera no seu interior um ambiente com


uma elevada
l d alcalinidade
l li id d que iimpeded a corrosão
ã ddo
52 aço.
Conservação e Reabilitação
Deterioração de estruturas de betão armado
da Construção
Pedro Lança Corrosão das armaduras

> CORROSÃO DAS ARMADURAS

- Carbonatação

- Cloretos

- Lixiviação dos alcális do cimento

53
Conservação e Reabilitação
Deterioração de estruturas de betão armado
da Construção
Pedro Lança Corrosão das armaduras

> INTRODUÇÃO

A elevada alcalinidade do betão (Ph ≈ 12 a 13) promove a passivação


das armaduras contra a corrosão. Neste ambiente, o aço apresenta
um comportamento passivo devido à formação de uma película
protectora de óxido de ferro, onde a velocidade de corrosão é
insignificante.

A rotura desta película de passivação do aço pode ocorrer devido aos


seguintes factores essenciais:

> Decréscimo do pH do betão a valores inferiores a 8-9,5,


principalmente pela acção do dióxido
dió ido de carbono
atmosférico (CO2);

> Presença de agentes despassivantes, principalmente


cloretos, em quantidade suficiente para que haja
54 destruição da película passivante.
Conservação e Reabilitação
Deterioração de estruturas de betão armado
da Construção
Pedro Lança Corrosão das armaduras

> Factores que determinam o início da


corrosão das armaduras:
Acção dos cloretos
(danifica a película
passiva))
p
Lexiviação dos álcalis
Carbonatação
pela água corrente
(redução do pH)
((redução
ç do p pH))

Corrosão das
armaduras
Uma vez removida a película passiva basta a presença de
oxigénio e humidade para que a corrosão se desenvolva.
desenvolva
55
Para um pH < 9 e/ou para um teor de cloretos (Cl-) > valor
crítico a corrosão é possível.
Conservação e Reabilitação
Deterioração de estruturas de betão armado
da Construção
Pedro Lança Corrosão das armaduras

A despassivação das armaduras origina o início do


mecanismo de corrosão do aço: formação de óxidos do
tipo lâmina com a correspondente expansão.

56
(Gomes, 2005)
Conservação e Reabilitação
Deterioração de estruturas de betão armado
da Construção
Pedro Lança Corrosão das armaduras

> Modelo simplificado


Ânodo:
Zona da armadura
despassivada
Cátodo:
Zona da armadura com
acesso de O2
Condutor:
Armadura
Electrólito:

(Coutinho 1998)
(Coutinho, Betão + H2O

Ferro + O2 + H2O ↔ Produtos de corrosão + electrões


57
Conservação e Reabilitação
Deterioração de estruturas de betão armado
da Construção
Pedro Lança Corrosão das armaduras

> VELOCIDADE DA CORROSÃO

A velocidade de corrosão depende essencialmente de 2


factores:

• Quantidade de O2 que atinge o cátodo


> Permeabilidade e espessura do betão de
recobrimento
> Teor de humidade do betão

• Resistência eléctrica (resistividade) do betão


> Teor de humidade do betão (influenciado pela
porosidade do betão)

•Após a despassivação das armaduras a corrosão não


ocorrerá em:
> betão
b tã estiver
ti seco (electrólito)
( l t ólit )
58 > betão saturado (difusão O2)
Conservação e Reabilitação
Deterioração de estruturas de betão armado
da Construção
Pedro Lança Corrosão das armaduras

> FORMA DE MANIFESTAÇÃO DA CORROSÃO


• Corrosão generalizada
> Associada à carbonatação
> Velocidade de corrosão geralmente baixa

•Corrosão localizada
> Associada à presença de cloretos
> Velocidade de corrosão geralmente elevada

59
(Salta, 1996) (Gomes, 2005)
Conservação e Reabilitação
Deterioração de estruturas de betão armado
da Construção
Pedro Lança Corrosão das armaduras

> CORROSÃO GENERALIZADA

Por carbonatação, por lixiviação do hidróxido de cálcio ou ainda pela


presença de quantidades excessivas de cloretos
cloretos.

(Gomes, 2005)
(Gomes, 2005)

60
Conservação e Reabilitação
Deterioração de estruturas de betão armado
da Construção
Pedro Lança Corrosão das armaduras

> CORROSÃO POR PICADAS

O ataque processa-se em profundidade podendo conduzir à rotura da


armadura.
armadura
Formação de células de corrosão
(arejamento diferencial)
Fissuras no betão de
recobrimento

(Gomes, 2005) (Gomes, 2005)

(Gomes, 2005)
61
Conservação e Reabilitação
Deterioração de estruturas de betão armado
da Construção
Pedro Lança Corrosão das armaduras

> CONSEQUÊNCIAS ESTRUTURAIS

62
(Gomes, 2005)
Conservação e Reabilitação
Deterioração de estruturas de betão armado
da Construção
Pedro Lança Corrosão das armaduras

> ACÇÃO DOS CLORETOS

A velocidade de penetração de no betão depende dos


seguintes factores:

Permeabilidade do
betão (A/C
(A/C, cura e
compactação)
Teor de cloretos no Teor de humidade
meio exterior do betão

Velocidade de
penetração de - Quantidade e composição
de cimento: C3A
Cloretos
- Tipo de cimento (aditivos)
63
Conservação e Reabilitação
Deterioração de estruturas de betão armado
da Construção
Pedro Lança Corrosão das armaduras

> Variação do teor de crítico de cloretos em


função de vários parâmetros

64

(Coutinho, 1998)
Conservação e Reabilitação
Deterioração de estruturas de betão armado
da Construção
Pedro Lança Corrosão das armaduras

> Influência da relação a/c

Diferença entre permeabilidade


e porosidade

65
Conservação e Reabilitação
Deterioração de estruturas de betão armado
da Construção
Pedro Lança Corrosão das armaduras

> Influência da cura do betão


Granulos de cimento Portland – 1h de hidratação

66 (Fonte: ACS)
Conservação e Reabilitação
Deterioração de estruturas de betão armado
da Construção
Pedro Lança Corrosão das armaduras

> Influência da cura do betão


Granulos de cimento Portland – 4h de hidratação

67 (Fonte: ACS)
Conservação e Reabilitação
Deterioração de estruturas de betão armado
da Construção
Pedro Lança Corrosão das armaduras

> Influência da cura do betão


Granulos de cimento Portland – 5h de hidratação

68 (Fonte: ACS)
Conservação e Reabilitação
Deterioração de estruturas de betão armado
da Construção
Pedro Lança Corrosão das armaduras

> Influência da cura do betão


Granulos de cimento Portland – h de hidratação

69 (Fonte: ACS)
Conservação e Reabilitação
Deterioração de estruturas de betão armado
da Construção
Pedro Lança Corrosão das armaduras

> Limite crítico do teor de cloretos

(Gomes, 2005)

O valor correspondente a portugal (NP ENV 206) é de 0,4% da


massa de cimento
cimento, para obetão armado
armado.
70
Conservação e Reabilitação
Deterioração de estruturas de betão armado
da Construção
Pedro Lança Corrosão das armaduras

> Perfil de penetração de cloretos


Influência da variação de humidade Influência de ambientes marítimos

(Gomes, 2005)
71
(Gomes, 2005)
Conservação e Reabilitação
Deterioração de estruturas de betão armado
da Construção
Pedro Lança Corrosão das armaduras

> CARBONATAÇÃO
à (acção do C02)

Num betão totalmente


saturado de água não
haverá carbonatação,
pois a difusão do CO2
é conseguida através
dos poros do betão
betão.

72
Conservação e Reabilitação
Deterioração de estruturas de betão armado
da Construção
Pedro Lança Corrosão das armaduras

> Frente de carbonatação

[indicador da fenolftaleína]

73
(Coutinho, 1998)
Conservação e Reabilitação
Deterioração de estruturas de betão armado
da Construção
Pedro Lança Corrosão das armaduras

A velocidade de carbonatação do betão depende dos


seguintes factores:

Permeabilidade do
betão (A/C, cura e
compactação)
Quantidade de Teor de humidade
substâncias do betão
carbonáveis

- Ambiente
Velocidade de - Alcális no cimento
carbonatação - Tipo de cimento (aditivos,
como escórias e cinzas)

74
Conservação e Reabilitação
Deterioração de estruturas de betão armado
da Construção
Pedro Lança Corrosão das armaduras

A velocidade de carbonatação do betão depende dos


seguintes factores (cont.):

QuickTime™ and a
TIFF (LZW) decompressor
are needed to see this picture.

(Coutinho, 1998)

75
Conservação e Reabilitação
Deterioração de estruturas de betão armado
da Construção
Pedro Lança Corrosão das armaduras

A velocidade de carbonatação do betão depende dos seguintes


factores (cont.):

Humidade ambiente Relação A/C

QuickTime™ and a
HR ~ TIFF (LZW) decompressor
are needed to see this picture.
40 a 80 %

(Coutinho 1998)
(Coutinho,

76
Conservação e Reabilitação
Deterioração de estruturas de betão armado
da Construção
Pedro Lança Corrosão das armaduras

> PATOLOGIA “TIPO”

Por ordem crescente de importância:

• manchas de óxido de ferro

•fissuras de delaminação no betão, dispostas segundo o


eixo das armaduras

• delaminação do betão sem exposição das armaduras

•delaminação do betão com exposição das armaduras, que


se encontram na maioria dos casos corroídas, com
ç importante
eventual redução p da sua secção.
ç Pode verificar-
se, também, a lixiviação dos alcális

•delaminação do betão com exposição das armaduras, que


se encontram desagregadas
77
Conservação e Reabilitação
Deterioração de estruturas de betão armado
da Construção
Pedro Lança Corrosão das armaduras

(Oz, 2002a)

78 (Oz, 2002a)
Conservação e Reabilitação
Deterioração de estruturas de betão armado
da Construção
Pedro Lança Corrosão das armaduras

(Oz, 2002d)

79 (Oz, 2002d)
Conservação e Reabilitação
Deterioração de estruturas de betão armado
da Construção
Pedro Lança Corrosão das armaduras

80
Conservação e Reabilitação
Deterioração de estruturas de betão armado
da Construção
Pedro Lança Corrosão das armaduras

(Oz, 2002c) (Oz, 2002c)

81
(Oz, 2002c)
Conservação e Reabilitação
Deterioração de estruturas de betão armado
da Construção
Pedro Lança Corrosão das armaduras

(Oz, 2002b)

82 (Oz, 2002c)
(Oz, 2002c)
Conservação e Reabilitação
Deterioração de estruturas de betão armado
da Construção
Pedro Lança Corrosão das armaduras

•Densidade de armadura elevada associada a


recobrimento reduzido.

•Os produtos expansivos resultantes da


corrosão das armaduras provocaram a rotura
dos estribos

83
(Costa, 2005)
Conservação e Reabilitação
Deterioração de estruturas de betão armado
da Construção
Pedro Lança Corrosão das armaduras

• Deficiente betonagem na base de pilar,


resultando
esu ta do numu betão mais
a s po
poroso
oso e
susceptível aos fenómenos de corrosão
das armaduras.

84
(Costa, 2005)
Conservação e Reabilitação
Deterioração de estruturas de betão armado
da Construção
Pedro Lança Corrosão das armaduras

• Destacamento do betão de recobrimento


inferior
e o devido
de do à corrosão
co osão das a
armaduras.
adu as

85
(Costa, 2005)
Conservação e Reabilitação
Deterioração de estruturas de betão armado
da Construção
Pedro Lança Corrosão das armaduras

• Recobrimento
inexistente na face
inferior de uma
lage.
lage

(Costa, 2005)

86
Conservação e Reabilitação
Deterioração de estruturas de betão armado
da Construção
Pedro Lança Corrosão das armaduras

(Costa, 2005)
87
Conservação e Reabilitação
da Construção Fendilhação de estruturas de betão armado
Pedro Lança

2.1 Fendilhação de estruturas de


betão armado

88
Conservação e Reabilitação
da Construção Fendilhação de estruturas de betão armado
Pedro Lança

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Conservação e Reabilitação
da Construção Fendilhação de estruturas de betão armado
Pedro Lança

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Conservação e Reabilitação
da Construção Fendilhação de estruturas de betão armado
Pedro Lança

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Conservação e Reabilitação
da Construção Fendilhação de estruturas de betão armado
Pedro Lança

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Conservação e Reabilitação
da Construção Fendilhação de estruturas de betão armado
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Conservação e Reabilitação
da Construção Fendilhação de estruturas de betão armado
Pedro Lança

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Conservação e Reabilitação
da Construção
Pedro Lança
BIBLIOGRAFIA

PUBLICAÇÕES

> Chubb, Mike. Bridge Engineering. Research Activities. Power


Point WS atkins
Point.
> Costa, Douglas C. PCC2540 – Durabilidade. Apresentação em
PowerPoint. 2005
> Coutinho, Joana Sousa. Durabilidade. Ataque por sulfatos. FEUP,
2001.
2001
> Gomes, J.P. Castro; Pereira, C. Gonilho. Introdução ao Estudo e
Caracterização da Microestrutura do Cimento e Betão. Grupo de
Construção, DEC, Universidade da Beira Interior. Apoio ao
mestrado de estruturas, geotecnica e fundações da Universidade
do Minho, 2005. Gomes,
> Castro. Corrosão – Degradação das Armaduras. Apoio ao
mestrado de estruturas, geotecnica e fundações da Universidade
do Minho, 2005.
> Lança, Pedro; Mesquita, Carlos. Relatório Oz n.º 416. 2002a.
> Lança, Pedro; Mesquita, Carlos. Relatório Oz n.º 439. 2002b.
> Pedro; Mesquita, Carlos. Relatório Oz n.º 444. 2002c.

95
Conservação e Reabilitação
da Construção
Pedro Lança
BIBLIOGRAFIA

> Lança, Pedro; Mesquita, Carlos. Relatório Oz n.º 484. 2002d.


> Manso, Armando Costa. Conservação e reabilitação de edifícios .
Avaliação de custos e recentes desenvolvimentos. 2º. Simpósio
Internacional Sobre Patologia,
Patologia Durabilidade e Reabilitação dos
Edifícios. LNEC, 2003.
> Ripper, Thomaz. Curso de durabilidade, reparação e reforço de
estruturas de betão. IST, 1997

INTERNET

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em http://www.ics.trieste.it/Documents/Downloads/df2894.pdf
> Coutinho, Joana Sousa. Durabilidade de estruturas de betão armado. Tese de
disserteção para a obtenção do grau de Doutor. FEUP, 1998. Disponível em
http://paginas.fe.up.pt/~jcouti/

> Faculty of Applied Science and Engineering (FASE). University of


Toronto. Disponível em
http://www.civil.engineering.utoronto.ca/English/page-6-7370-
1 html
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96

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