You are on page 1of 20

FACULDADE KURIOS - FAK

INSTITUTO SUPERIOR DE ENSINO - ISE


CURSO DE GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA

ANTONIA NAYARA MARQUES CONDE

OS BENEFÍCIOS DA MÚSICA NAS ESCOLAS

MARANGUAPE - CE

2017

1
ANTONIA NAYARA MARQUES CONDE

OS BENEFÍCIOS DA MÚSICA NAS ESCOLAS

Artigo apresentado a Banca


Examinadora do departamento de
Graduação do curso de Licenciatura
em Pedagogia da Faculdade Kurios-
FAK, como requisito parcial para a
obtenção do título de graduado em
Pedagogia.

Orientador: Ms. Jenivando Lira Braz

MARANGUAPE - CE

2017

2
OS BENEFÍCIOS DA MÚSICA NAS ESCOLAS

Artigo apresentada à Banca Examinadora do Departamento de graduação,


Licenciatura em Pedagogia da Faculdade Kurios – FAK, como requisito
parcial para a obtenção do título de Graduado Pedagogia.

Monografia aprovada em ___/___/_____ Nota: _____

_______________________________________________

Antônia Nayara MarquesConde

Banca Examinadora:

_______________________________________________

Prof.Ms. Jenivando Lira Braz

Orientador

_______________________________________________

Prof.Ms. Rosângela Duarte Marques Castro

Coordenador do Curso

3
OS BENEFÍCIOS DA MÚSICA NAS ESCOLAS

CONDE, Antônia Nayara Marques¹

BRAZ, Jenivando Lira²

RESUMO

Este artigo objetiva apresentar o uso da educação musical para o


desenvolvimento da aprendizagem e consecutivamente os demais benefícios
da musicalidade para as crianças. A pesquisa de cunho qualitativo e
demonstrativo realizada em uma creche particular e junto aos relatos de uma
colônia de férias realizada em uma instituição de ensino público abre-se para
o questionamento de como o ensino da música é visto pela as crianças. Esta
pesquisa teve a intervenção do pesquisador, que propôs atividades da escuta
sensível, bem como outras práticas musicais. Como bem será apresentado, a
música tanto nas escolas públicas como privadas impulsionam aprendizagem
e agradam as crianças, a música na vida humana é uma ferramenta de
expressão, há quem considere uma mera arte, muito pelo contrário música é
não é só técnica é a própria demonstração de sentimentos humanos, por é
intrínseco intensificar a musicalidade nas escolas.
Palavras-chave: musicalidade, escolas, educação musical.

ABSTRACT

This article pretends to present the user education for the development of
learning and consecutively the other benefits of musicality for children. The
qualitative and demonstrative research carried out in a private day care center
and along with the reports of a vocation colony held in a public educational
institution opens up to the questioning of how the teaching of music it is seen
by the children. This research had an intervention of the researcher, who
proposed sensitive listening activities, as well as other musical practices. As it
will be presented, music in the both public and private schools drives learning
and children’s enjoyment, music in human life is a tool of expression, some
people consider it a mere art, quite the contrary, music is not only technical, it
is the demonstration of human feelings, because it is intrinsic to intensify
musicality at schools.
Keywords: musicality, schools, music education.

¹ Acadêmica do curso de Pedagogia, e-mail: nay.clarinets@gmail.com

² Orientador(a) do artigo.Prof. Mestre (a), do Curso de Graduação em Pedagogia da


Faculdade Kurios – FAK, e-mail: vando_lira@yahoo.com.br

4
1.0 INTRODUÇÃO

No momento bom ou ruim, há sempre uma música para relembrar,


feitade tantos estilos, ritmos e junção de palavras, umas se tornam febres
outras apenas agradam a poucos, entretanto é quase improvável que haja
alguém que não goste de ouvir ou cantar uma música, assim como bem diz
odito popular: “quem canta seus males espanta.”
A música ao longo do processo histórico foi constantemente modificada,
arranjos e instrumentos modernos melhoraram a qualidade do som e
harmonia, um entretenimento, uma forma de relaxamento, terapia e até
estratégia de ensino-aprendizagem a musicalidade tem funções intrínsecas
na vida humana.
Em muitas escolas a música tem se tornado uma metodologia que se
objetiva aprimorar a aprendizagem, controlar a indisciplina e também, com
efeito, musicoterápico, por observar as vantagens da musicalização no ensino
que esta pesquisa de cunho descritivo, qualitativa e quantitativa, onde há o
método comparativo entre o ensino da música em uma instituição particular e
outra pública.
O presente artigo visa demonstrar em teoria e prática os benefícios do
ensino da música nas escolas, tanto para a aprendizagem como ao
psicológico, embasado nos estudos de Nicole Jeandot, no qual em tese
propõe o universo musical no mundo infante, com o uso de jogos e do
aprender a ouvir o ambiente.
Mais do que uma expressão artística, a música pode ser a porta voz de
lutas sociais, não é preciso ir ao tempo do Tropicalismo para evidenciar tal
premissa, no ano de 2013 uma propaganda fez um chamado a vir pra rua, tal
proporção tomou que, as mudanças impulsionadas por tal movimento ainda
continuam a ganhar proporções.
Musicalizar não é impor técnicas de canto ou domínio instrumental, pois,
são grandes as vantagens do ensino musical, mas é ensinar as crianças a
ouvirem e educarem sua audição para saber discernir e influenciar em valores
culturais e dar sentido a musicalidade, de modo específico a música tem que

5
ser vista como um instrumento de aprendizado e que torna o ensino mais
flexível.

2.0 Abordagem histórica sobre a música

Uma arte, técnica, conjunto, muitos buscam definir o que é música,


ainda mais em meio à multiculturalidade, é correto afirmar que é uma arte
imaterial, porém como as demais manifestações artísticas não se podem dar
uma definição absoluta.
O homem em sua essência sempre buscou se expressar mesmo antes
de terem um conjunto de símbolos para emitir mensagens o ser com o auxilio
de seus sentidos se atém em está sempre expondo ou transmitindo algo, se
ainda no tempo das cavernas os homens já desenhavam pra exibir suas lutas
com os animais ferozes o homem de hoje publica nas redes as coisas que
faz.
Música em sua variedade e predominância é algo que não esgota,
aquele que compõe se atém a contar algo, exprimir uma ideia, o ser que
canta tende a expressar aquilo que a letra eleva, associam a história da
música aos gregos, civilização esta que se destacou por fazer do corpo uma
máquina de produzir arte.
O termo MÚSICA é derivado da palavra grega musikétéchne que nada
mais é do que arte das musas, tal alcunha se deve ao fato de que, as
divindades musicais eram responsáveis por elevar o conhecimento e inspirar
qualquer pessoa que precisasse se sentir preparado para participar de
qualquer situação.
A música é um conjunto, onde é agrupado o som, que a física denota
como uma onda mecânica que é captada pela audição e emana no espaço, o
som é divido em parâmetros que podem ser vistos como: altura, intensidade,
duração e timbre.
Por fim o ritmo, no qual é uma ordem que é natural do espaço, na
música é como se fosse o cérebro sem que ele esteja funcionando nada
maistambém estar. Ao se contar a história é imprescindível notar que, não há
muitos registros antigos que digam com veemência há quantos séculos o
homem desenvolvea musicalidade.

6
O canto era bem comum nas civilizações, em escavações arqueológicas
foram identificados dois objetos semelhantes à flauta e a lira. Os indígenas
por fazerem seus ritos usavam instrumentos e o canto, na Bíblia no Antigo
testamento na fuga do povo hebreu pelo Mar Vermelho uma mulher de nome
Miriam se destaca por cantar para animar os cativos.
Em meio a Primeira Guerra Mundial, como o auxilio de diversos inventos
Marconi fez a estreia do rádio em todo o campo da Marselha, nos anos
cinquenta o impulso do poderio norte-americano influenciou a juventude a
conhecer um estilo rebelde que se contrariava ao clássico de Goethe e
Mozart, o Rock´nrollmodificou gerações.
Na década seguinte, os loucos anos 60 marcou a cultura conservadora
para sempre, os jovens ébrios pela a ideologia hippie anti-consumista com a
cabeça guiada pelas letras de Rolling Stones e Beatles, impuseram novas
vertentes musicais.
Nos anos 70, a década do ouro negro o mundo cultural se dividiu e os
anos 80 ficou um marco para as discotecas, a fita cassete, a música negra, do
soul ao rapper, os cantores populares, as mulheres, as grandes bandas de
pop rock, o heavy metal, enfim no presente momento pode se dizer que há
músicas para todos gostos e idades.
A indústria da música no Brasil até os anos 60 era apenas a cópia ou a
própria canção norte-americana, os Tropicalistas que surgiram nas gerações
posteriores cantaram o Brasil com era, não é atoa que muitos desses artistas
foram exilados.
No processo ditatorial a música era uma das estratégias de denúncia,
diante da globalização o Brasil é um país que abriga todos os estilos, no
carnaval tem samba, axé, forró, funk, em show de rock os músicos da MPB
participam, sertanejos são milionários, tem festival de jazz e blues, há eventos
musicais pra todos os gostos, de certo um país tão miscigenados não podia
ser diferente, o próprio Brasil emana sons e ritmos com naturalidade.

2.1 Infância, sensibilidade e meio social

A infância é o período da vida humana que parte desde o nascimento


aos doze anos de idade, a legislação protege e garante que nada pode

7
impedir o crescimento do individuo, que deve está a salvo de maus tratos e
abusos, sua tarefa é apenas estudar para se tornar uma pessoa digna na
sociedade.
Mas, nem sempre foi assim, as crianças eram tratadas como réplicas
pequenas de adultos, os filhos dos pobres desde os cinco de idade
trabalhavam em atividades pesadas, no tempo da escravidão as meninas
eram violentadas ainda muito criança, era obrigada a trabalhar na casa das
sinhás.
O abandono e o descaso sempre marcaram a historicidade da infância,
simplesmente o fato de não haver métodos que impedissem a gravidez já era
um motivo de levar as mulheres a abandonarem seus rebentos, em séculos
que a igreja e suas convicções conservadoras imperavam o aborto e
abandono era uma realidade.
O abandono em grande escala não partia só de mulheres pobres, jovens
solteiras, na maioria das vezes senhoras casadas do hall society após se
envolverem em relações extraconjugais e moças de famílias nobres que
engravidavam antes de casarem cometiam abortos ou colocavam os recém-
nascidos nas portas de instituições religiosas.
Em muitos países só foi possível recontar a história da infância por haver
registros de batistério, documento esse que prova na igreja católica que o
individuo foi batizado. O maior historiador da infância foi Philippe Arièsele se
ateve em pesquisar da infância a família em sociedade, onde ele considerou
que:
Afirmei que essa sociedade via mal a criança, e pior ainda a
adolescência, a duração da infância era reduzida a seu período mais
frágil, enquanto o filhote do homem ainda não conseguia bastar-se; a
criança então, mal conseguia um desembaraço físico, era logo
misturada aos adultos e partilhava dos jogos. ARIES (1986. p, 10)

Não havia distinção entre crianças e adultos, no contexto


contemporâneo há estudiosos e ciências que consideram a possibilidade de
existir um universo infante que compreende a junção de valores e aspectos
propriamente da fase que chamamos de infância.
Mas, os séculos que Ariès cita com veemência em seu livro não havia
uma definição ou estudo sobre o que era ser criança, os pequenos eram

8
amostras de adultos em forma precoce, mas Piaget ao por em tese seus
estudos baseado na coleta de dados descritivos feito ao ver suas filhas o
biólogo que questionou como se dava o aprender, também dividiu em fases o
desenvolvimento humano.
Como a educação sempre foi uma mercadoria nem sempre o direito ao
ensino foi um dever do Estado, nem toda criança frequentava uma escola, no
Brasil até a década de 80 ainda havia um grande índice de analfabetos,
surgiu a necessidade de aproveitar a infância como uma fase essencial para
construir uma base de conhecimento sólido.
Provindo da Europa, os jardins de infância idealizados por Froebel
consistiam na inserção das crianças há espaços de acolhimento onde à arte e
as demais ciências seriam introduzidas na mente infantil, como se fosse um
método de preparação para a vida adulta, só que de forma lúdica e agradável.
O olhar de Froebel também era indiscutível ele pensava na criança como
um momento que aclamava a alma e o homem não era homem se não
cultivasse a beleza de ser menino.Nos dias atuais existe uma vasta gama de
leis que cuidam da infância, o ser criança é visto como uma fase para brincar
e aprender, viver e adquirir bons hábitos.
O que afeta a fase infante não é mais o trabalho, mas os abusos são
constantes, a mídia enfeitiça com propagandas, o uso de bebidas alcoólicas e
a exploração sexual vitimiza e deturpa o conceito de infância, precocemente
as crianças têm tentado ser adultas.
Educar crianças no mundo contemporâneo tem sido uma tarefa árdua,
na escola os educadores querem a participação da família, a família em
muitos casos por não terem tempo para seus filhos consideram que a escola
que tem que educar e encaminhar para o trabalho e cidadania.

2.2 Benefícios da música na infância

Desde que nasce o ser humano com o uso seus cinco sentidos busca
compreender e sentir o mundo a sua volta, audição é um dos sentidos que o
bebê de modo aguçado tem percepção dos barulhos que o cercam, o sono
ainda leva demonstra quão sensível é o aparelho auditivo, de modo particular,
o bebê pode ser despertado até por simples arrastar de chinelos.

9
O universo da sonoridade é extenso, a noite em sua magnitude produz
uma diversidade de som, provando que não há um silêncio total, a criança
desde o primeiro contato com o ambiente na sua ânsia por adaptação usa
seus meios, a musicalidade no bebê parte da vontade de até mesmo de sentir
prazer, quando escutam uma música animada de modo brusco remexem o
corpo, aos poucos vão reproduzindo a canção.
Para o bebê o barulho de jogar a colher no chão pode ser repetida
infinitas vezes, já que, aquele som agrada seu ouvido, se bem observar, até
décimo oitavo mês de vida que reproduzem uma sequência sonora única, não
é atoa que o chocalho ou bater palma o faz também.
Atualmente as crianças que estão/são inseridas no infantil podem ser
usada o recurso musical como intuito de acalmar, na hora da acolhida, do
cochilo da tarde, no ensino, para amenizar muitas vezes o peso do ambiente,
por que ela tem o poder de influenciar e modificar o ouvinte.
Jeandot(1997, p.20) em sua percepção exprime que: ‘‘ É interessante
observar a grande influência que a música exerce na criança. ’’ A influência
musical depende do convívio social e do acesso a mídia, já o gosto musical
impulsiona o jeito de se vestir, de falar, os trajes e acessórios.
O ensino da música tem mais ênfase na educação infantil como bem se
apresenta na RCNEI em sua estrutura que ao explicitar os objetivos gerais da
educação infantil mediante seu currículo tem como importância a formação
pessoal e social e proporcionar conhecimento de mundo, intercalando entre:
movimento, música, artes visuais entre outros, Brasil (1998, p.85).
As escolas têm investido muito mais no ensino da música do que mesmo
em disciplinas das áreas exatas, todavia, o grande trunfo destas escolas não
é fazer uma fábrica de artistas, mas usar da música o prazer que ela produz
para ensinar e aprender.
O aprendizado através da música já foi provado tanto na área da
medicina mental como das demais ciências, ela motiva o aprender, uma
canção quando toca em todas as estações radiofônicas, nas redes sociais, na
TV se ver em inúmeras reportagens com o artista, claramente pode nem ser
boa, mas por tanto ouvir-se a pessoa aprende a cantar.
O aprender com música é muito mais fácil, isso por que o ritmo, o som e
a harmonia provoca sensação positiva, a mensagem chega ao cérebro mais

10
rápido do que uma aula com aparelhos tecnológicos, na educação infantil
onde tudo começa e termina com música as crianças adquirem com facilidade
o domínio das letras, números e tantas outras coisas.
A canção de ninar que os pais usam para embalar os bebês pode até
ser vista como um método de iniciação musical, também como uma troca de
afeto, Beyeret al.(2009, p.22), fica evidente, também, canções de ninar,
modernas ou não, continuam sendo importantes nos laços do bebê com seus
pais, suas funções na constituição da criança como sujeito, e seu significado
para o desenvolvimento de sua criatividade, bem como na transmissão de
valores culturais.
Os benefícios da música não são visíveis somente na infância como na
vida humana, a musicoterapia para gestante e recém-nascido, crianças com
transtornos globais e outras deficiências são favorecidos e alcançam
diagnósticos de reverter problemas.
A educação infantil segundo os PCN da qualidade da educação infantil,
deve favorecer o desenvolvimento integral da criança de 0 a seis anos em
todos os aspectos, Brasil (2016, p.9), por isso é tão necessário a música, pois
ela é a linguagem da alma, ela diz muito sobre aquele que escuta, a música
representa também o mundo, a fase da vida, do momento, do meio social,
musicalizar as crianças significa preparar a audição para ter uma boa
aquisição e domínio da escuta sensível.
Deve-se aproveitar a atividade musical como uma ferramenta educativa,
pois o mercado da música conquista muito mais para o consumismo e a
erotização, mas se as crianças se educarem musicalmente podem criar uma
nova cultura.

3.0 A escola pública e o ensino da música

Na escola pública com todo o seu histórico de defasagem tem apenas


como obrigação oferecer uma aula de artes por semana, como bem é sabido
nessas aulas se prende mais a desenhar ou pintar uma figura, o que se deve
relembrar que o ensino da arte é para melhorar a formar de expressar e sentir
o mundo.

11
Nos programas do governo federal, como Mais cultura e o Novo Mais
Educação oferecem oficinas de canto e coral ou de fanfarra, muitas vezes os
monitores não dominam o ensino musical o que deixa defasagem, de modo
que não é bem aproveitado o ensino da música.
Para Nascimento (2011, p. 68), Debussy foi o precursor da idealização
de música moderna, também da defesa pelo o ensino da apreciação musical,
da compreensão de ritmos, tudo isso, partiu como o pós-romantismo
buscando mostrar o quão à musicalidade tem influência sobre as pessoas.
Nas férias de junho do ano de 2014, ao participar de uma colônia de
férias realizada pela a secretaria de educação do município de Maranguape,
foi possível compreender como o ensino da música pode transcorrer nas
instituições públicas.
A turma trabalhada neste período foi uma turma do infantil III, creche
essa situada em um bairro muito carente de assistência e as próprias crianças
eram humildes, talvez poucos tinham uma noção ou contato com algum
instrumento musical.
Ao planejar as atividades surgiam desafios principalmente em questão
de recursos, o uso do violão já tomou a atenção da maioria, com as canções
a euforia presente na turma já era contornada, principalmente após os
intervalos que as crianças retornavam com muita energia.
Crianças de três anos de idade já podem ser iniciadas a tocar algum
instrumento e já podem desenvolver o canto, como bem afirma Jeandot
(1997, P.63):
3 anos, a criança consegue reproduzir canções inteiras, embora
geralmente fora do tom. Tem menos inibição para cantar em grupo.
Reconhece várias melodias. Começa a fazer coincidir os tons simples
de seu canto com as músicas ouvidas. Tenta tocar instrumentos
musicais. Gosta de participar de grupos rítmicos: marcha, pula,
caminha, corre, seguindo o compasso da música.

As crianças dessa idade gostam de mostrar seu talento, na experiência


vivida ao poderem tocar no violão eles só ao ouvirem o barulho das cordas já
os motivavam ao considerar que haviam produzido uma música,
principalmente por que cada um tinha sua particularidade musical.
Elas não chegam à escola sem nada saber, em seus lares também
traziam consigo seus hábitos culturais, tanto do pai que ouve forró ou da mãe

12
que gosta de MPB, todos mesmo sem ter o domínio sobre a apreciação
musical já tinha em si a noção de musicalidade.
Ao serem apresentados a flauta doce todos puderam ouvir sons
diferentes, ao terem este contato com o som da flauta eles se concentraram,
certamente se tivessem o manuseio diário com este instrumento, aprenderiam
rapidamente, essa idade já de fácil aprendizagem ainda mais com algo
prazeroso.
As crianças quando possuem este contato musical, crescem sabendo
apreciar os sons, a música proporciona além do aprimoramento da escuta
sensível, a valorização da cultura, o engrandecimento até mesmo do mercado
da música.
Geralmente as crianças criadas em condições mais precárias escutam
músicas de teor pejorativo, onde palavrões e preconceitos são bem colocados
em suas letras, é comum já se ver crianças pequenas dançando e cantando
essas músicas.
A escola pública já tem suas deficiências no ensino das disciplinas
comuns, mas se enganam ao negar importância ao ensino da música e
demais artes, muitas vezes quando o professor mesmo de uma disciplina
comum faz uma atividade onde inclui uma canção os alunos assimilam com
mais facilidade do que horas de aulas lendo e falando.
Não somente nas salas de educação infantil, mas como em qualquer
situação que haja a necessidade do ensino-aprendizagem a música é uma
atividade prazerosa, a mente humana costuma a se agradar daquilo que o faz
se sentir bem, as escolas precisam valorizar a musicalidade nem que seja de
modo extracurricular.

3.1 A escola particular e suas intervenções

No Brasil quando o assunto é educação há uma grande polêmica entre


as instituições pública e particular, o fato de ser algo pago as escolas privadas
são vistas como de qualidade, um ensino diferenciado que prepara para
provas externas e o mercado de trabalho.
O currículo incrementado com disciplinas extracurriculares proporciona
odesenvolvimento integral das crianças, estas escolas investem no ballet,

13
artes marciais, escoteirismo as mais sofisticadas até na gastronomia, uma
das aulas extracurriculares é o da música, o mercado da educação musical é
bem requisitado em decorrência destas instituições.
Na creche em que a pesquisa foi realizada o ensino de música é da
escolha dos pais, ao fazer uma atividade com a turma de infantil III a primeira
coisa a ser observado é o encantamento pela a novidade os faz atentos, o
universo de sons ainda está se fazendo nos pequenos, não somente o som
de uma música ou instrumento, mas do próprio ambiente já os motiva a
querer descobrir, a tentar experimentar seja o canto ou mesmo o simples
ouvir.
Na educação infantil já é comum o uso das músicas na hora da acolhida,
para findar a aula, simplesmente ser um professor de educação infantil tem
que saber usar a música como forma de influenciar as crianças a realizarem
as atividades da rotina de sala.
Pestallozzi apud Michel Söetard (2010, p.95), em seus escritos chegou a
considerar que a música tinha sido uma grande ferramenta de ensino, mas
também a linguagem da alma:
O mais importante que vemos na música está na influência real e
altamente benfeitora que exerce nos sentimentos. Predispõe a alma
para as mais nobres impressões e a sintoniza com elas, por assim
dizer. A deliciosa harmonia de uma composição sublime ou a graça
da interpretação de uma obra musical, podem proporcionar, a quem
sabe apreciá-la, uma autêntica satisfação; mas é o simples e natural
encanto da melodia que fala ao coração de todo o ser humano.

Mas, quando a educação musical é inclusa na infância o principal teste é


a da apreciação musical, no caso atividade proposta na escola particular que
foi coletada os dados o uso a primeira atividade feita foi esta de apreciar, no
caso esta técnica foi criada por J.M Wisnik.
De certo tais experimentos foram feitos até com adultos, mas as
crianças também tem uma escuta muito boa para perceberem o ambiente,
muitos pesquisadores já fizeram observações em torno do ouvir os sons que
o próprio universo propõe ao ser humano.
Na creche particular para se fazer as intervenções foi necessário criar
atividades que mostrassem o lado primitivo do som, mas para isto a tarefa foi
simples, junto a professora de sala, foi pedido as crianças para que ficassem
em silêncio.

14
Quando restabelecido a conversação as crianças compartilharam em
grupo o que puderam ouvir, o barulho das outras salas, carros na rua, um
cachorro que latia ao longe, aos poucos eles foram compreendendo que o
próprio som vinha do ambiente.
John Cage (1952) apud Frenda (2013, p.107) um grande contemporâneo
da música ao produzir uma música conceitual, onde o som era a letra e
canção, concluiu que o silêncio também produz seu próprio som, chegando
aideia de que, não há nada mesmo, pois os sons ocupam todos os espaços
existentes.
A música serve como instrumento de expressão e um jogo simbólico,
para as crianças quando se canta a música do lanchinho, elas já sabem
mecanicamente que é a hora de irem lanchar, mas também que devem comer
por que ficarão fortes e grandes, por que na música se diz isso.
Na experiência na escola privada, uma intervenção foi proposta com a
professora, já que, no livro das crianças havia uma atividade com a música de
domínio público A loja do mestre André, primeiramente todos cantaram juntos,
depois ao longo da canção ao falar em cada instrumento as crianças
identificavam e pintavam a figura correta.
Todos sentiram a vontade de também saberem manusear aquele
instrumento, além de lúdica a aula com musical ou propriamente de educação
musical consegue como mais facilidade a atenção das crianças, instigam, a
saber, ouvir e gradativamente conseguem usar suas energias.
Na escola particular os aparatos proporcionam um trabalho melhor, mas
tudo isso se deve a organização, pois tanto a criança da pública como da
particular possuem o mesmo encantamento pela a novidade e a música
sempre o bem a quem gosta.

3.2 Dados reais e resultados da pesquisa

Ao ver como as crianças de três anos tanto da escola pública como da


particular reagem ao ensino da música que se pode observar que todas são
crianças precisam ser motivadas para gostarem do universo escolar,
escolarizar uma criança é dar a ela uma imagem de lugar que se vai para

15
ouvir um professor falar, depois teste para ver se conseguiu o assimilar o que
foi dito.
Ao comparar a colônia de férias da creche pública de um centro de
educação infantil situada em Maranguape e de uma creche, em Maracanaú.
Foram realizadas atividades musicais de apreciação e conceituação sonora
com as crianças de Infantil III, fase esta que compreende o período pré-
operatório.
A educação musical ou mesmo o uso de músicas nas creches e pré-
escolas são práticas indispensável no processo de ensino-aprendizagem,
sendo que, enquanto mais ludicidade maior a qualidade do aprender.
Segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (2010,
p.25):Favoreçam a imersão das crianças nas diferentes linguagens e o
progressivo domínio por elas de vários gêneros e formas de expressão;
gestual, verbal, plásticas, dramáticas e musical.
Na colônia de férias da escola pública ficou perceptivo que para as
crianças o universo da música era algo inédito, não que é eles não tenham
musicalidade, todavia não possuem o aprimoramento da escuta sensível, os
alunos da creche privada tinham mais concentração, ao questionar isso é
viável comparar os fatores negativos e positivos na coleta de dados.
Os fatores positivos presente nas duas creches foram às atividades
realizadas, o trabalho de apreciação musical iniciada com escutar os sons do
ambiente fizeram com que de início a concentração fosse alcançada com
facilidade, o novo já o instigou para que ouvissem.
Na creche pública tudo era novo, o próprio projeto de colônia de férias
era algo ainda não experimentado pelas as crianças atendidas na instituição,
uma comunidade carente, consequentemente a falta de recursos foi sentido
com veemência.
Na creche privada, o livro já havia uma atividade que auxiliasse a própria
pesquisa, na entidade pública tinha que se fazer adaptações de tudo para que
as atividades fossem feitas, como muitos programas do governo possuem
uma ótima parte teórica, mas a realidade é bem distante.
As carências de recursos impossibilitam o trabalho qualitativo, em muitas
escolas não tem espaço para se fazer as oficinas ou misturam diferentes

16
aulas em um mesmo espaço, as escolas particulares planejam melhor suas
aulas, principalmente adaptam os espaços físicos e materiais.
A realidade das práticas pedagógicas nas duas instituições são distintas,
mas isso não interfere na aprendizagem, se o educador musical planejar com
clareza ele pode alcançar seus objetivos e assim ter resultados consideráveis,
logo que, a música naturalmente consegue atrair as crianças.
A partir da pesquisa se observa que a música é de interesse de qualquer
criança, com os alunos do Infantil III, apesar de ser uma fase de agitação o
ensino da música consegue atrair e acalmá-los, os efeitos das atividades
concretizadas ao longo das experiências foram bem executados,
simplesmente por que de modo automático se sentiram cativados.
Os benefícios impetrados através das práticas vistas ultrapassaram os
objetivos estipulados no planejamento, cujo, buscava provar o quanto o
ensino da música pode melhorar o ensino-aprendizagem e consecutivamente
os educandos.
Na escola particular houve um auxílio maior de outros artifícios didáticos,
de certo, ao comparar a creche pública, tudo ocorreu em um projeto onde o
improviso prevaleceu comparar as instituições é um assunto que chega a ser
clichê, pois, são realidades distintas, contudo, infância é um momento
indescritível a qualquer condicionamento social.
A música é uma arte universal, assim como a infância é um momento de
descoberta, sabe-se que as discussões em torno do currículo escolar é
imensa, são muitas disciplinas que querem incluir, mas o ensino da música
pode ser pensada pelo menos no currículo da educação infantil.

4.0 METODOLOGIA

Esta pesquisa emanou da vontade de mostrar os benefícios do ensino


da música nas escolas, a partir da coleta de dados bibliográficos e com a
observação e intervenção em duas instituições de ensino infantil, sendo uma
pública e outra particular, foi possível compreender como a educação musical
tem êxito na concentração das crianças e proporciona a aprendizagem de
qualidade.

17
Ao longo da pesquisa ficou claro que há muitos desafios para a
implantação da educação musical no sistema de ensino brasileiro,
principalmente na rede pública, a carência de profissional qualificados e
recursos impossibilitam tais práticas, na parte teórica que guiou as práticas
realizadas na intervenção JEANDOT (1997), BEYER et al (2009) foram
essenciais na defesa do universo musical e na escuta sensível.

5.0 CONCLUSÕES FINAIS

As crianças reagem com entusiasmo a qualquer atividade que os façam


movimentar ou divertir, ao longo do trabalho ao realizar experimentos em
Centro de Educação Infantil e uma Creche particular, ambas com turmas de
Infantil III ficou conclusivo o quanto o ensino da música pode melhorar a
qualidade da aprendizagem nessa fase da vida.
As atividades de apreciação musical e descoberta dos sons são as mais
viáveis para esta idade, muitos educadores musicais se atêm em querer que
as crianças tenham domínio de técnicas musicais, esquece que é preciso
fundamentar o que é o som, da onde ela provem, as crianças são curiosas e
atentas.
Musicalizar é mais importante do que mostrar o que é timbre, ritmo, pois
a música pertence o cotidiano do ser humano, musicalizar é fazer com que o
ouvinte saiba apreciar o som até mesmo da noite, as escolas trabalham com
a ideia de que o aluno só aprende quando ele começa a conceituar o assunto,
um plano de aula é baseado no objetivo de aprender dar noção do assunto
visto.
Trabalhar com música nas salas de aulas como bem foi explanado ao
longo do escrito, é transversal no sistema de educação brasileiro, até mesmo
nas entidades particulares é uma oficina opcional, mas, do berçário ao maior
nível do ensino superior a musicalidade pode ser uma metodologia que bem
planejada pode provocar grandes avanços.
Fica útil grifar que a música é uma obrigação das salas de aulas infantis,
mesmo por que se apóiam em termos legais para isso, entretanto é viável
considerar que a música é uma ferramenta não somente artística, sendo que,
proporciona efeitos variados nos ouvintes, por isso, a educação musical pode

18
ser um antídoto contra a indisciplina até mesmo nos anos finais e médios,os
profissionais também precisam ser capacitados para elevar a musicalidade,
não sendo preciso que este seja formado na área, porém que tenha
disponibilidade para mostrar a qualidade dos sons.
Fica claro que, a música é um antídoto para o corpo e para alma,
independente da fase da vida, por isso é necessário se trabalhar elas nos
espaços de ensino, uma terapia, também uma forma de controlar a
indisciplina os benefícios são incontáveis, a adesão de projetos que envolvam
a arte pode transformar tanto a escola pública ou particular.

6.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARIÈS, Philippe. História social da infância e da família/ tradução: Dora


Flaskman- Rio de Janeiro: Guanabara, 1986.

BEYER, Esther. Pedagogia da música: experiência de apreciação


musical/ Esther Beyer e Patrícia Kebach (orgs). Porto Alegre: Mediação,
2009.

BRASIL. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil.


Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental.
Brasília: MEC/ SEF, 1998.

_________ Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica


Parâmetros nacionais de qualidade para a educação infantil vol I/
Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica – Brasília. DF,
2006.

_________Diretrizes curriculares nacionais para educação infantil-


Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Brasília: MEC, SEB,
2010.

FRENDA, Perla (org). Arte em interação. São Paulo: IBEP.2003.

JEANDOT, Nicole. Explorando o universo da Música. São Paulo: Scipione,


1997.

19
NASCIMENTO, João Paulo Costa do. Abordagens do pós-moderno em
música e o saber musical contemporâneo- São Paulo: Cultura Acadêmica,
2011.

SOËTARD, Michel.Johann Pestallozzi. Tradução: Martha Aparecida


SantanaMarcondes, Pedro Marcondes, CirielloMazzetto; (orgs): Recife:
Fundação Joaquim Nabuco, EditoraMassangana, 2010.

20

You might also like