You are on page 1of 6

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ

CAMPUS PROFESSORA CINOBELINAS ELVAS

CURSO BACHARELADO EM ENGENHARIA AGRONÔMICA

DISCIPLINA ADMINISTRAÇÃO RURAL

DOCENTE Dr. PAULO RODRIGO RAMOS XAVIER PEREIRA

RESENHA CRÍTICA

A LÓGICA DO CISNE NEGRO

BOM JESUS, PIAUÍ

NOVEMBRO DE 2017
AMARILDO GABRIEL BISSOLOTTI DOS SANTOS

CAROLINE CARNEIRO MARQUES

HENDRIW DE SOUSA SANTOS

KAIO GABRIEL DA CONCEIÇÃO SANTOS

MARIA ALANA LIMA DA COSTA

MAURICIO FIGUEIREDO TOLEDO

RESENHA CRÍTICA

A LÓGICA DO CISNE NEGRO

BOM JESUS, PIAUÍ

NOVEMBRO DE 2017
A LÓGICA DO CISNE NEGRO

A Lógica do Cisne Negro, de Nassim Nicholas Taleb, surge de um episódio ocorrente


na história da humanidade, no que se trata do conhecimento. Nesse episódio povos do mundo
antigo acreditavam apenas na existência de cines com plumagem de cor branca, e que ao
conhecerem o novo mundo, notaram que seu conhecimento a respeito dos cines era limitado,
uma vez que observaram a existência de cines com plumagem de cor preta. O autor descreve
que esse episódio representa uma limitação no processo de aprendizado, isto porque, este
processo se limita a uma ou poucas observações, tornando-o frágil e restrito.

A discussão do autor sobre essa Lógica é embasada em três atributos: Outiler, impacto
extremo e a natureza humana. O Outiler corresponde a um valor aberrante ou atípico que
interfere na interpretação sobre o evento. A existência do impacto extremo é decorrente da
imprevisibilidade do evento. A natureza humana está centrada em buscar explicações, com base
nas estratégias e fatos após o evento, para descrever a previsibilidade do mesmo. A baixa
previsibilidade e grande impacto tornam o Cisne Negro em improvável complicado, sendo esta
complicação acelerada com a Revolução Industrial, quando o mundo passa a ter uma
centralidade de conhecimento, onde acreditam que o imponderável não existisse.

Dessa forma, a lógica do Cisne Negro representa no cotidiano o que não se sabe ou não
imagina mais relevante do que aquilo que se sabe. Com tudo, a humanidade busca alterar o
curso dos eventos histórico, subestimando a previsão da ocorrência dos mesmos, e mais
importante, não se conscientizam desse processo. Essa capacidade de subestimar e não se
conscientizar da manifestação do Cisne Negro torna a mesma defasada no que diz respeito a
amplitude do conhecimento. A capacidade de adaptar-nos à ideia de que o Cisne Negro existe,
e pode acontecer a qualquer momento, nos torna mais estrategistas para lidar com a situação de
existência dele, ao contrário daqueles que tentam prevê-los por meio de projeto e de
planejamento, e muitas vezes se limitam apenas ao seu conhecimento deixando de lado a visão
hostil. A limitação de conhecimentos causada por acreditarmos em modelos prontos de estudo
e interpretação dos fatos do cotidiano faz com que o indivíduo observe apenas o comum e
despreze a possibilidade de observar aquilo que foge do comum, e muitas fezes o incomum traz
mais consequência do que o comum que era tanto observado e estudado. Isso se torna uma
desvantagem em um mundo vulnerável, onde aquilo que é desconhecido e que dificilmente
pode acontecer, principalmente quando estamos extremamente concentrados no que se conhece
e no que acontece com frequência, torna-se o colapso no seu campo de atuação.

Ao atribuir o fato da pessoa ter uma biblioteca e ter conhecimento, não é plausível
questionar o possuidor de quantos livros de fato já leu. Talvez ele não é possuidor do
conhecimento que se pensa que ele tem, pois, esse conhecimento estar nos livros não lidos, e é
nesses mesmos livros não lidos que a ideia de Cisne Negro está inserida. Nesse caso, o
questionamento representa nada mais que uma evasão intelectual do questionador, que em sua
grande maioria torna-se incapaz de reverter.

Em um lugar onde prevalecia a harmonia e o equilíbrio, segundo os moradores locais,


onde havia uma convivência saudável entre vários povos e suas culturas, economia bem
estruturada e muitos outros atributos, ainda que próspera também estava sujeita a um Cisne
Negro que mudaria todas essas características. As pessoas não imaginavam que nada lhes
podiam acontecer, pois acreditava apenas no conceito de que ali se tinha uma harmonia que
jamais poderia ser quebrada. Mas foi devido uma guerra civil avassaladora entre povos, aqueles
que viviam em harmonia, que viera a durar mais de uma década e meia resultando em uma
destruição física daquela região e do conceito de harmonia local. O lugar que antes era desejado
por todos para morar se viu afetado pelo êxodo rural. Acreditar que tudo está em um equilíbrio
constantes nos deixa seguros demais impossibilitando de acompanhar os possíveis
desequilíbrios futuro. E essa incapacidade está relacionada a três fatores que assolam a mente
humana: a ilusão da compreensão, a distorção retrospectiva e a supervalorização da informação
factual.

Existe uma tendência das pessoas se sentirem mais sabedores pela sua profissão e não
pelo conhecimento que tem sobre ela. Elas se acham capazes de explicar a causa de alguns
eventos que não à tem. Isso faz com quem, muitas vezes, de modo algum aceitemos a ideia da
imprevisibilidade. A forma como os eventos históricos são contados por livros é destorcida,
isto porque os mesmos são construídos a partir de rupturas, havendo saltos no entendimento,
mas ainda assim, sentimos o prazer de acreditar em tal escala temporal, onde a progressão
parece ser previsível.

Meios de comunicação muito acessados pelas pessoas, como jornais, noticiam,


geralmente, as mesmas notícias. Para quem os acompanha e somente a eles, e os tem como
essencial para a sua vida, e faz dessas notícias referencial para si está contribuindo para a
redução de conhecimento, deixando assim espaço para consequências explosivas da falta de
visão hostil. E a probabilidade de nós auto enganar é bem mais propensa. Os Cisne Negro são
impulsionados ou causados pelos resultados científicos que criam uma ideia de perfeição e
exatidão em tudo que tenta explicar.

Outrossim, os meios de comunicação eram dados como fornecedores da verdade pois


aqueles que transmitiam a mensagem, ou transcreviam o papel, eram dados como pessoas de
elite e que por tal posição social, automaticamente dominavam mais do assunto do que aqueles
que não eram da elite. Nesse sentido, tanto os grandes da elite, quanto a não elite, se
transformavam em enciclopédias de informações, formando um aglomerado, mas que não
obtinham quaisquer resultados. Essa aglomeração impede que as pessoas considerem o que há
além do observado, o que caracteriza uma redução na complexidade do que é o real. Essa
caracterização demonstra uma manifestação do gerador de Cisne Negros.

Com a aglomeração nos sistemas mundiais, o Cisne Negro ultrapassa a crença dos jogos
de azar, e atinge os grandes negócios, provocando impactos irreversíveis no cenário mundial,
principalmente no setor financeiro, tornando-se, em alguns casos, mais catastróficos que os
cenários de guerra supracitado.

Um exemplo de Cisne Negro que ocorrera de forma positiva, ou seja, o fracasso foi
representado como de pouca importância, foi quanto ao caso da neurocientista, Yevgenia
Nikolayevna Krasnova. Ela costumava enriquecer suas teorias como histórias e as misturava
com sua auto bibliografia. Traduzia diálogos em línguas estrangeiras para o idioma original, de
forma semelhante a legendas de filmes.

Inicialmente, nenhum escritor daria atenção a Yevgenia, porém, surgiu interesse de


cientistas e alguns editores que concordaram em conversar com a romancista; esperavam que
ela amadurecesse e viesse a escrever um “livro popular de ciência sobre a consciência”. Ela
ainda suportou o silêncio, no lugar de respostas, comentários ofensivos e cartas de rejeição.
Editores ficavam confusos com o manuscrito. Ela não conseguia responder perguntas simples
relacionadas ao livro, assim teve que ouvir palavras como: “Você precisa compreender quem é
seu público” e “Amadores escrevem para si próprios, profissionais escrevem para os outros”.
Também lhe disseram que era necessário enquadrar-se em um gênero específico, porque
“Livrarias não gostam de ser confundidas e precisam saber em qual prateleira um livro deve ser
colocado”.
Yevgenia tinha participado de uma oficina de redação famosa e saíra de lá nauseada.
“Escrever bem” parecia significar obedecer a regras arbitrárias que haviam se tornado dogmas,
com o reforço confirmatório do que chamamos de “experiência”. Os escritores que conheceu
estavam incorporando o que era considerado sucesso, imitando histórias que tinham aparecido
em edições antigas do The New Yorker, sem perceber que boa parte do que é novo, por
definição, não pode ser moldado a partir de edições antigas do The New Yorker. Para Yevgenia,
até mesmo a ideia de um “conto” era um conceito baseado em imitações. O instrutor da oficina,
gentil mas de discurso firme, disse a ela que seu caso era completamente sem esperança.

Posteriormente, Yevgenia havia colocado o manuscrito completo de seu principal livro,


A Story of Recursion, na Web. Isso atraiu um pequeno público, dentre este, um perspicaz
proprietário de uma pequena e desconhecida editora, que ofereceu publicá-la concordando em
manter o texto completamente integral. E ofereceu uma fração do valor-padrão pago pelos
direitos autorais. Yevgenia aceitou, uma vez que não tinha escolha. Ela levou cinco anos para
ser promovida da categoria de “egocêntrica injustificada, teimosa e de difícil trato” para a de
“perseverante, determinada, esforçada e de uma independência feroz”. Pois o livro pegou fogo
lentamente, tornando-se um dos grandes e estranhos sucessos da história da literatura, vendendo
milhões de cópias e conquistando o que se chama de aclamação crítica. Desde então, a pequena
editora tornou-se uma grande corporação. O livro foi traduzido para quarenta línguas.

O livro de Yevgenia pode ser considerado um Cisne Negro devido a proporção inesperada
alcançada pelo fenômeno que alcançou a autora e a editora com a publicação da obra. Isso
quando em vista a observação dos cientistas e escritores que “menosprezaram” sua obra durante
a tentativa de Yevgenia de persuadi-los. Porém, para a romancista e neurocientista, o sucesso
do seu livro era evidente, ausentando apenas a oportunidade e aceitação das editoras para que
isso ocorresse.

You might also like