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Ponto Cruz

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Autor(a): Antônio Carlos Lemos.
1ª Edição – 2011

Ponto Cruz

Todos os direitos desta edição são reservados a Cresça Brasil Editora S/A.
É proibida a reprodução total ou parcial por quaisquer meios, sem autorização escrita da Editora.

ISBN: 978-85-8153-007-9

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Sumário
Apresentação.................................................................................... 4

Capítulo 1 – Iniciando o Ponto Cruz

1.1 A origem do Ponto Cruz................................................................ 5


1.2 O Ponto Cruz na Idade Média....................................................... 5
1.3 Ensinado apenas para mulheres................................................... 6
1.4 O período do Renascimento.......................................................... 6
1.5 Os primeiros materiais................................................................... 6
1.6 Um novo mercado......................................................................... 7

Capítulo 2 – Os materiais para realizar o Ponto Cruz

2.1 Os tecidos que usamos no Ponto Cruz......................................... 8


2.2 As agulhas próprias para bordar................................................... 9
2.3 Os fios........................................................................................... 9
2.4 Os números de fios na agulha..................................................... 10

Capítulo 3 – Realizando o trabalho

3.1 O primeiro passo......................................................................... 11


3.2 Centralizando o trabalho.............................................................. 12
3.3 Como iniciar o trabalho................................................................ 13
3.4 Arrematando o trabalho............................................................... 13
3.5 Os 10 mandamentos para um Ponto Cruz perfeito..................... 13

Capítulo 4 – Um trabalho que gera emprego

4.1 O gráfico...................................................................................... 15
4.2 O primeiro trabalho: O elefantinho............................................... 15
4.3 O segundo trabalho: Alfabeto e números.................................... 17
4.4 O terceiro trabalho: Cozinha........................................................ 17
4.5 O quarto trabalho: Bebês............................................................. 18
4.6 Como comercializar o trabalho.................................................... 19
4.7 Como manter o trabalho impecável............................................. 20

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Apresentação
Bem-vindo (a) ao livro de Ponto Cruz. Esperamos que você adquira
informações e conhecimentos preciosos que irão ajudá-lo a realizar lindos
trabalhos usando essa técnica simples de bordado e ao mesmo tempo
oferecendo uma chance de adquirir uma nova profissão e uma nova fonte de
renda.
Não vamos nos ater meramente a ensinar o Ponto Cruz, mas sim a
mostrar como você pode ir além, pensando em bordado como uma ferramenta
de trabalho que pode trazer algo a mais, além de ser uma forma de você
relaxar do estresse do dia-a-dia.
Esperamos que este livro lhe traga enriquecimento pessoal e lhe ajude a
ter um momento de lazer, relaxamento ou até mesmo uma nova chance
profissional.

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Capítulo 1
Iniciando o Ponto Cruz
O Ponto Cruz é uma arte milenar, você sabia? Neste capítulo você irá
conhecer a origem deste trabalho manual que até hoje encanta muitas pessoas
e ajuda a deixar as casas mais bonitas e aconchegantes.
Abordaremos esse tipo de bordado mostrando quando ele surgiu, qual era o
seu papel na sociedade e como foi a sua transformação até os dias atuais. E
ainda, de que forma ele foi usado para passar conhecimento, não só do
bordado, mas também da chance de ensinar números, letras e sinais às moças
da época.

1.1 A origem do Ponto Cruz

O Ponto Cruz originou-se em uma época muito antiga, não


existindo relatos precisos do surgimento desse bordado.
Alguns estudos indicam que seu surgimento ocorreu há pelo
menos 5.000 anos e outros sugerem que o bordado apareceu
com os homens das cavernas.
Acredita-se que o Ponto Cruz pode ter realmente surgido na era pré-
histórica e serviria para que as vestimentas com peles de animais fossem
costuradas. Naquela ocasião, eles usavam o osso para fazer as agulhas e a
linha era feita a partir de tripas de animais ou fibras vegetais, ou seja, o
material disponível no momento.
Nos túmulos dos egípcios foram encontrados restos de linhos, que
datam de aproximadamente 5.000 a.C, e que comprovariam que os antigos
usavam esse tipo de ponto para cerzir Coser (parte gasta ou rasgada de um
tecido) de modo que mal se notem as costuras, suas roupas.
O ato de realizar o Ponto Cruz se reduz a passar um fio de linha de
bordar sobre o outro formando uma cruz e repetindo continuamente o
movimento até formar um desenho.
Em 850 A.C, na Ásia Central foram encontrados trabalhos completos de
Ponto Cruz.

1.2 O Ponto Cruz na Idade Média


Na Idade Média o Ponto Cruz iniciou uma travessia se espalhando pela
Europa, mas foi na Inglaterra que ele ganhou muita força e foi lá que, em
1.800, encontramos efetivamente os primeiro trabalhos tal como conhecemos
nos dias atuais.

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Apenas a partir dessa época que as informações sobre a história dessa
técnica, no Ocidente, começaram a ser mais precisas. Os registros do Ponto
Cruz na Europa datam deste mesmo período, sendo utilizado a princípio para
identificar a roupa dos nobres.
Nesta época, a aparência do bordado era muito rudimentar, com
desenhos inspirados em brasões de família; os senhores feudais, por exemplo,
encomendavam esses trabalhos semelhantes aos dos tapetes orientais.

1.3 Ensinado apenas para mulheres

O Ponto Cruz era uma técnica ensinada exclusivamente às


mulheres, que na ocasião eram iniciadas na arte para se
prepararem para o casamento. Esse era o único tipo de
trabalho que permitia o aprendizado feminino: letras do alfabeto, flores, casas,
borboletas, bordas e a fazer amostras, eram utilizados como meios de
alfabetização e de instrução feminina.
Para identificar os trabalhos feitos por essas mulheres, os mesmos eram
assinados, datados e, algumas vezes, era inserida também a idade da
bordadeira.

1.4 O período do Renascimento

Durante esse período histórico, o Ponto Cruz espalhou-se pela


Europa, visto como um símbolo de educação. Os tradicionais
monogramas e letras do alfabeto, atualmente conhecidos como
gráficos ou samplers (mostruário), eram ensinados de mãe para filha e eram
usados pra educar as meninas, ensinando letras, números e sinais.
A educação não foi o único objetivo do Ponto Cruz. Graças à Igreja
Católica, que incentivou o uso desse trabalho como ornamento, também o
transformou em uma forma lucrativa para as bordadeiras.

1.5 Os primeiros materiais

No século XVI, o bordado em Ponto Cruz era feito com fios de seda ou
de lã sobre tecido de linho.
As linhas de algodão como conhecemos hoje, praticamente não
existiam. Tão pouco, existia a variedade de cores que existem atualmente no
mercado.
Em vista desta escassez de material, no começo, os monogramas não
tinham a mesma qualidade e enriquecimento que têm atualmente.

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É durante esse período que começaram a ser impressos os primeiros
gráficos na Alemanha e na Itália, para serem vendidos em toda a Europa e
utilizados como referência pelas bordadeiras.
Antes desse período, o único relato sobre um tema de bordado
publicado é um livro chamado "A chave dos campos", que trazia motivos
florais, animais e heráldica. Refere-se simultaneamente à ciência e à arte de
descrever os brasões de armas ou escudos.
Após, os gráficos passaram a ser confeccionados e distribuídos em larga
escala, ganhando o bordado em Ponto Cruz um novo sentido: o hobby. Ele
passa a ser usado como forma de lazer, para preencher o tempo e realizar
trabalhos artesanais para a casa.

1.6 Um novo mercado

Os comerciantes e fabricantes de material para bordar, percebendo o


crescimento de um novo mercado, notaram que, quando o Ponto Cruz se torna
um hobby, mais clientes buscam materiais novos, buscam novas cores e
suprimentos para realizar seus trabalhos.
Porém, apesar dessa percepção, não conseguiram atender aos seus
clientes dentro daquele período e tiveram que esperar o século XVII que se
iniciou pra isso.
Quando os viajantes começaram a descobrir a riqueza de matérias-
primas nas novas colônias, como pigmentos que geravam cores maravilhosas
e inéditas, são levados para o Oriente e das Américas para a Europa, sendo
que a partir daí uma nova gama de cores surge.
O fio vermelho foi o primeiro a ser obtido, usando a pigmentação
importada. Essa tonalidade se torna um sucesso, porque ressaltava e dava
vida aos trabalhos.

É hora de recapitular!

Neste capítulo conhecemos a origem do bordado Ponto Cruz e a sua


utilização não só como bordado, mas também como uma forma importante de
aprendizagem de números, letras e sinais pelas moças da época.

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Capítulo 2
Os materiais para realizar o Ponto
Cruz
Neste capítulo iremos conhecer todos os materiais usados na confecção
de trabalhos em Ponto Cruz.
Na Idade Média, os materiais utilizados para confecção de um trabalho
em Ponto Cruz eram muito escassos e as bordadeiras precisavam de toda
criatividade do mundo para confeccionar.
Atualmente temos inúmeros materiais como agulhas específicas e
dedais, que facilitam os praticantes deste trabalho manual e ainda uma
infinidade de linhas, tecidos e acessórios que tornam os trabalhos únicos e
mais belos a cada dia.
Pronto (a) para conhecer estes materiais?

2.1 Os tecidos que usamos no Ponto Cruz

Como já vimos no decorrer do livro, existe a possibilidade do


Ponto Cruz ter sido usado pelos homens das cavernas na
confecção de roupas, utilizando-se de materiais disponíveis na
época. Partindo desse princípio, poderíamos entender que
qualquer tecido poderia ser usado para produção do bordado.
Na atualidade, todos os tecidos poderiam ser bordados
através do Ponto Cruz, alguns rendendo trabalhos mais fáceis
e bonitos do que outros. Neste sentido, há alguns tecidos mais
apropriados, que facilitam tanto o trabalho da bordadeira
quanto apresentam um resultado visual mais bonito.
O tecido mais usado é o *étamine, que tem suas tramas em
três tamanhos, isso é, cada trama forma um quadradinho e
esse quadradinho tem tamanhos diferentes.

Outro tecido indicado é o *cânhamo, composto por uma


trama de fios individuais que são entrelaçados um a um ou de
dois em dois, tanto na vertical como na horizontal. Esse tecido
se apresenta em várias composições diferentes, sendo os
mais comuns:

1. Zweigart linda – feito em algodão.


2. Jobelan – feito de algodão com viscose.

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Para bordar o cânhamo, trabalhamos cada ponto em cima de
dois fios horizontais e dois verticais.
Porém, para os iniciantes nesta arte é recomendado começar
usando o étamine de trama maior, que irá facilitar para que
você se familiarize com o “quadradinho”.
Ambos os tecidos indicados podem ser encontrados tantos
em cores neutras como coloridas, que são muito bonitos e
acabam auxiliando no acabamento do trabalho. Dando
requinte e um tom mais sofisticado ao trabalho, este detalhe
auxilia na apresentação do produto, quando bordamos com intuito comercial.
Vamos começar com o que é mais simples, o étamine branco. Quando
você já estiver bem familiarizado (a), abordaremos novas cores e tecidos.

2.2 As agulhas próprias para bordar

As agulhas para confeccionar peças em Ponto Cruz devem ser


apropriadas para bordar e devem ser adequadas ao trabalho que
será feito.
No mercado existem muitos fabricantes, que oferecem vários
tamanhos, espessuras e materiais. Uma agulha adequada para
bordar é pequena e sem ponta, sendo que os tamanhos variam entrem 22, 24,
26 e 28.
Quanto maior for esse número de referência, o tamanho físico da agulha
será menor.
Use agulhas apropriadas ao tecido escolhido. Agulhas grandes demais
podem prejudicar a trama e empobrecer o trabalho.
Também é importante prestar muita atenção na colocação dos fios na
agulha, isso irá facilitar o seu trabalho e deixará o arremate mais bonito e
caprichado.

2.3 Os fios

Os fios usados para o Ponto Cruz são linhas de algodão com


seis fios entrelaçados, conhecidas como mouliné.
Esses fios devem ser separados em um, dois ou mais fios ao
mesmo tempo, para que o trabalho seja iniciado.
Hoje no mercado, há uma infinidade de cores e tons, o que permite a
realização de um trabalho rico em termos de combinações de cores.
Normalmente, quando você iniciar um trabalho com a ajuda de um
gráfico, irá encontrar ao lado do mesmo uma legenda, que irá conter a
referência da cor.

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Atualmente, para facilitar o trabalho das bordadeiras, a indústria de fios
trabalha com uma padronização das cores e praticamente todos identificam
essas cores por números iguais.

2.4 Números de fios na agulha

A seguir temos uma tabela com a correspondência dos tecidos:

O número de fios na agulha varia de acordo com o tamanho do tecido. O


recomendado é o étamine branco para os iniciantes. Use de preferência dois
fios, porque três fios podem conferir ao trabalho um aspecto de poluído.
Corte um fio de linha, una duas pontas e passe pela agulha. Você irá
perceber que o fio fica dobrado no final. Dificilmente os fios se soltam, por isso
recomendamos que sejam usados fios de meadas.

É hora de recapitular!

Neste capítulo vimos os materiais necessários para a confecção de


belíssimos trabalhos em Ponto Cruz.

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Capítulo 3
Realizando o trabalho
Neste capítulo vamos começar a trabalhar no tecido, aprender como
preparar cada detalhe para realizar um trabalho singular, porque o artesanato é
isso: um trabalho único.
Cada bordadeira irá colocar uma resistência na agulha e puxar o ponto
de forma diferente, conferindo exclusividade a cada trabalho.
Então pegue seus tecidos, agulhas, linhas e amostras e vamos ao que
interessa.
Vamos bordar?

3.1 O primeiro passo

O primeiro passo, sem dúvida, é escolher o motivo ou desenho a ser


trabalhado. Como já mencionado anteriormente, existem os gráficos e
amostras que são facilmente encontrados em lojas especializadas ou em
bancas de jornal.
O próximo passo consiste em escolher o tamanho do tecido a ser
trabalhado. Para esta fase, é importante fazermos um cálculo com o intuito de
nos certificarmos de que o tecido proporciona o tamanho ideal para o desenho
escolhido.
Uma dica importante é sempre deixar espaço de sobra no tecido, para
não parecer que o desenho está apertado.
Para saber se o motivo escolhido é o ideal para o tamanho do seu
tecido, coloque uma fita métrica sobre o tecido, como indicado na *imagem, e
conte o número de quadradinhos em 1 centímetro do tecido.
*

Quando estiver utilizando um modelo, deverá ficar atenta à medida


indicada em pontos. A partir daí é só dividir o número de pontos indicados no
gráfico pelo número de pontos medidos em 1 centímetro da trama.
Por exemplo:

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Se ao medir na trama você encontrou o seguinte resultado: em 1 cm
cabem 5 pontos e o gráfico tem 50x100 pontos, vamos fazer as contas:

Altura – 50 / 5 = 10 cm.
Largura – 100 / 5 = 20 cm.

Pronto! Chegamos ao resultado para realizar esse bordado 10 cm de


altura por 20 cm de largura. Então, agora, meça o tecido para comprovar se
este é suficiente para comportar o trabalho.
Após realizar as medições e ter em mãos o tamanho exato a ser
utilizado é hora de centralizar o trabalho no tecido.

3.2 Centralizando o trabalho

Dobre o tecido no meio no sentido do comprimento e da largura,


ou seja, dobre o tecido em quatro. Marcando bem as dobras, elas
irão servir de orientação.

É importante que você alinhe muito bem as pontas para que o


centro seja encontrado com facilidade e de forma correta.
Essa parte do processo é muito importante, porque será por esse
alinhamento que você terá um trabalho centralizado ou não.
Alguns gráficos trazem na parte central uma sinalização. Se for o caso,
comece a bordar a partir do meio do motivo, indicado no gráfico.
Se você não quiser começar no meio do tecido utilize a marcação
como referência, para facilitar na contagem dos pontos.
Como falamos no início, a meada de mouliné tem 6 fios enrolados
(como se fosse uma corda), que devem ser separados na hora de trabalhar.
Desenrole cerca de 40 cm da meada, corte e separe os fios desejados.
Veja o esquema abaixo que identifica a quantidade de pontos que
cabem em um centímetro de tecido, de acordo com seu tipo:

• Étamine – 3 a 8 pontos por cm.


• Cânhamo – 3 a 5 pontos por cm.

Depois de contar quantos pontos a trama tem por centímetros, faça a


relação: quanto mais pontos, menos fios na agulha.
Para a étamine, por exemplo, o ideal é usar 3 fios para dar um aspecto
mais aveludado. Se você deseja uma trama mais aberta, 2 fios são suficientes.
Para o cânhamo, usar 4 fios é o ideal.

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3.3 Como iniciar o trabalho

Para começar o bordado, é necessário colocar o fio na agulha, como


visto anteriormente. Após passar a agulha pelo avesso do tecido deixe em
média 1 cm de linha no avesso, prendendo a sobra com os pontos seguintes,
mas sem dar um nó.
Essa sobra irá deixar o trabalho mais limpo e com uma boa aparência,
mesmo no lado avesso.
A agulha deve estar sempre apontada para você e na
posição vertical. Desta forma, estará sempre com
tracinhos verticais no verso, que conferirão ao trabalho
o acabamento correto. Faça sempre uma carreira
completa de ida e vá voltando completando o Ponto
Cruz. O trabalho deve ter aparência de pequenas cruzes.
O Ponto Cruz é um trabalho simples, requer um pouco de atenção, mas
pode ser feito conversando com as amigas, assistindo TV ou ouvindo rádio. O
importante é que o resultado seja parecido a um conjunto de cruzes.

3.4 Arrematando o trabalho

O arremate
O arremate demonstra o quanto hábil e caprichosa é a bordadeira. Ao
terminar uma carreira com determinada cor, ou a linha acabar, você deve fazer
um laço, no avesso, com a linha e a agulha, fazendo um nózinho.

Acabamento
Corte rente e se sobrar linha passe pelos pontos feitos no tecido, para o
acabamento ficar impecável.

Você também pode


Você também pode decorar com rendas, brocados e apliques, para
enriquecer a obra.

3.5 Os 10 mandamentos para um Ponto Cruz perfeito

O Ponto Cruz requer alguns cuidados para que o trabalho tenha um


bom resultado. De tão rigorosos, esses “cuidados” foram divididos em
mandamentos.
Veja-os a seguir:

 Todos os pontos devem ser feitos na mesma direção.

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 A tensão dos pontos deve ser uniforme, nem apertado demais e nem frouxo
demais. Atenção com a agulha: ela não pode ser grande demais porque
pode alargar os buraquinhos e dar a impressão que o ponto está apertado.
 Os pontos devem estar alinhados e penteados, não podendo estar
enrolados e torcidos. Os fios devem estar paralelos um com os outros,
dando um aspecto uniforme ao trabalho. O trabalho deve ter o número de
pontos proporcional à tela usada.
 Linhas bem arrematadas e sem repuxões.
 Centralização em relação à borda.
 Se você usar outros pontos para arrematar o trabalho, lembre-se de
harmonizar todo o seu bordado, usando cores que combinam e deixando o
trabalho lindo.
 O trabalho, para ficar ainda mais valorizado, deve estar lavado e engomado.
 Detalhes, com uma moldura ou bicos de crochê, irão valorizar ainda mais o
seu trabalho.
 Cuidado com o avesso também, ele deve ter os pontos bem arrematados e
na vertical.
 É muito interessante que o trabalho pareça fazer parte do tecido e não uma
aplicação, isso ainda é mais enriquecedor.

É hora de recapitular!

Neste capítulo você aprendeu a se familiarizar com o processo de


desenvolvimento do ponto cruz, desde os primeiros passos até como executá-
lo do início ao arremate.

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Capítulo 4
Um trabalho que gera emprego
Como já mencionamos na introdução, o objetivo deste livro não é
apenas apresentar um trabalho para o lazer, mas também uma nova fonte de
renda.
O Ponto Cruz é simples e fácil, como você já percebeu no decorrer do
nosso estudo.
Por isso, neste capítulo final iremos colocar em prática o que
aprendemos e também mostraremos como comercializar esses trabalhos.

4.1 O gráfico

Os gráficos são a forma mais fácil de aprender, para quem está


começando um trabalho em Ponto Cruz.
Eles podem ser desenhos, monogramas ou letras, que nos ajudarão a
guiar o trabalho.
Ao lado dos gráficos, normalmente encontramos uma
legenda, onde estão descritas as cores que iremos usar no
motivo escolhido.

4.2 O primeiro trabalho: O elefantinho

Então, não há maneira mais interessante de aprender o Ponto Cruz, do


que realizando um trabalho.
Agora é a hora, vamos fazer nossa primeira atividade.
Escolhemos um motivo bem simples e divertido para você aplicar no
tecido: um elefantinho.
Observe que no gráfico a seguir existe a legenda com as
cores e correspondência, esses símbolos à esquerda,
que são praticamente usados por todos os fabricantes
de fios. E então, é só acompanhar as cores
correspondentes.
Vamos recapitular o material que precisamos para colocar esse trabalho
em prática:
Tesoura.
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Tecido para bordar – sugerido étamine branco.

Uma agulha correspondente aos fios que vamos usar e conferir a tabela de
referência.

Os fios pedidos.

Dica importante:
Como esse motivo é infantil, uma forma de comercializá-lo e ter um
retorno interessante é realizar esse trabalho em toalhas de mão ou rosto que
tenham aquele barrado para bordar.
As mães e as crianças irão adorar!

4.2.1 Passo-a-passo

O primeiro passo
Agora vamos, passo-a-passo, colocar em prática tudo que aprendemos.
O primeiro passo é pegar o tecido e fazer a contagem dos pontos para saber
se o motivo caberá nele.

O gráfico
O gráfico do elefantinho tem 36 pontos na altura e 40 no comprimento,
então para realizar esse trabalho você irá precisar de um tecido com 7,5 cm por
8 cm, para um tecido em que cabem 5 pontos por centímetro.

Agora
Agora, dobre o tecido em quatro para encontrar o centro do mesmo,
unindo as quatro pontas e marcando bem as dobras.

Começar o trabalho
É sempre interessante começar o trabalho do centro para as
extremidades, fazendo uma linha inteira de ida e volta, fechando, desta forma,
o ponto.

Arremate
Quando a linha terminar, arremate o ponto, fazendo um nózinho e
cortando bem próximo a esse nó. Caso sobre linha na agulha introduza-a entre
os outros pontos, no lado avesso do trabalho.

Dica importante:
Sempre comece o bordado com as mãos limpas. Lembre-se que você
estará trabalhando com um tecido branco e que poderá manchar em contato
com sujeira.

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4.3 O segundo trabalho: Alfabeto e números

Outro trabalho muito solicitado às bordadeiras é o trabalho


com nomes ou frases.
Por isso, vamos passar um trabalho com letras e números.
Esse é um trabalho mais complexo e que necessita de
mais atenção.
Vamos lá, siga o passo-a-passo para que você assimile
com exatidão a técnica.
Utilize os mesmos materiais do trabalho anterior.

4.3.1 Passo-a-passo

O primeiro passo
O primeiro passo é medir o tecido para fazer a contagem dos pontos e
descobrir se o motivo caberá nele.
No caso desse trabalho, não será possível passar as medidas porque
cada letra tem um espaço.
Por exemplo: ao fazer um trabalho onde o nome de alguém deve ser
escrito, todas as letras devem ser contadas para saber se o motivo irá caber.
Exemplo: PAULA E FELIPE
Para realizar um trabalho assim, você deve contar cada espaço utilizado
por cada letra até formar o desenho como um todo.

Fita métrica
Por isso é essencial colocar a fita métrica para avaliar quantos pontos
irão caber em determinado espaço.

Agora
Agora, dobre o tecido em quatro para encontrar o centro do mesmo,
unindo as quatro pontas e marcando bem as dobras.
Nesse trabalho que acabamos de concluir, não temos uma legenda
porque você pode usar a sua imaginação e fazer os alfabetos e letras usando a
cor de sua preferência.

Dica importante
Esse é um trabalho que pode ser feito em barrados de toalhas de banho
e barrados de panos de copa.

4.4 O terceiro trabalho: Cozinha

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Com este trabalho você poderá gerar uma renda a mais
para a sua família e, portanto, estamos trazendo temas que
são facilmente comercializados.
Como por exemplo, os temas de flores, cozinha, borboletas,
entre outros agradam muito em toalhas de mesa, panos de
copa, panos de prato, toalhas para aparador, etc.
Vamos lá, passo-a-passo para que você assimile com exatidão a
técnica.
Utilize os mesmos materiais dos trabalhos anteriores.

4.4.1 Passo-a-passo

Primeiro passo
Novamente, o primeiro passo é medir o tecido em mãos e fazer a
contagem dos pontos para saber se o motivo caberá nele.

Esse trabalho
Esse trabalho tem 100 pontos de largura e 99 de altura, se estivermos
trabalhando com uma medida de 5 pontos por centímetro, isso significa que
teremos um tecido com 20 cm de largura por 20 de altura. É importante sempre
deixar uma sobra no tecido.

Lembre-se
Lembre-se: a fita métrica é muito importante para se avaliar quantos
pontos cabem em um determinado espaço.

Agora
Agora, dobre o tecido em quatro para encontrar o centro do mesmo,
unindo as quatro pontas e marcando bem as dobras.

4.5 O quarto trabalho: Bebês

Outro motivo que você poderá usar muito em seus


trabalhos são os direcionados a bebês. No mercado
existem toalhas e babadouros que têm espaços para
bordar.

Legenda
Anc 60
Anc 889
Anc 1021

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Vamos lá, passo-a-passo para que você assimile com exatidão a
técnica.Utilizar os mesmos materiais dos trabalhos anteriores.

4.5.1 Passo-a-passo

O primeiro passo
O primeiro passo é estar com o tecido em mãos e fazer a contagem dos
pontos para saber se o motivo caberá nele.

Esse trabalho
Esse trabalho tem 32 pontos de largura e 22 de altura, se estivermos
trabalhando com uma medida de 5 pontos por centímetro, isso significa que
teremos um tecido com 6,5 cm de largura por 5,5 de altura. É importante
sempre deixar uma sobra no tecido.

Agora
Agora, dobre o tecido em quatro para encontrar o centro do mesmo,
unindo as quatro pontas e marcando bem as dobras.

4.6 Como comercializar o trabalho

Algumas dicas são importantes para você que quer usar o Ponto Cruz
como uma ferramenta de trabalho.
Veja a seguir:
O primeiro passo é saber com clareza como você irá realizar o
trabalho e qual é seu objetivo.

Na prática, o importante é divulgar o seu trabalho montando um


mostruário. Busque uma variedade de gráficos e monte os
trabalhos, buscando trabalhar com materiais e motivos que de fato
suas clientes podem querer.

Faça trabalhos em panos de copa, de louça, toalhas de mesa,


toalhas de aparador, capas de botijão de gás, capa de galão de
água, toalhas de banho, toalhas de rosto e de mão.

Também é importante enriquecer o trabalho com outras *técnicas


ou até mesmo aplicar diferenciais, como acabamento em crochê
ou renda.

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Tenha sempre um trabalho à pronta entrega, pois nem toda
cliente tem paciência para esperar pela encomenda.

4.7 Como manter o trabalho impecável

Como já dito, o primeiro passo é lavar as mãos e mantê-las limpas


durante todo o processo, para que não haja o risco do tecido se sujar ou
manchar.
O local onde você irá realizar esse trabalho deve ser arejado e
confortável, o ponto cruz pode ser feito de forma bastante à vontade, mas com
atenção.
Os fios devem estar em boas condições, sem serem muito esticados ou
reaproveitados muitas vezes.
Siga as instruções dadas durante todo o livro para fazer um trabalho
satisfatório.
Lembre-se de arrematar todos os pontos, dando nó ao fim de cada linha
ou uso de uma determinada cor, cortando bem rente ou passando por detrás
do ponto.
Ao concluir o trabalho observe os pontos para conferir se estão
alinhados e na mesma direção.
Assim que concluir o trabalho, com um pano umedecido em água, passe
no avesso do bordado a peça com o ferro, em uma temperatura média.

É hora de recapitular!

Neste capítulo vimos, através de técnicas, como produzir os trabalhos


manuais seguindo os gráficos e também aprendemos algumas dicas de como
comercializar esses trabalhos.
Chegamos ao fim do nosso livro com a certeza de que conseguimos
transmitir uma boa noção do Ponto Cruz.
Temos total segurança que, com as informações que você recebeu
poderá fazer lindos trabalhos deixando seu lar ainda mais bonito, e ainda,
proporcionar a outras pessoas o prazer de dividir com você essa arte tão bela
que é o Ponto Cruz.
Agora o limite é a sua imaginação, tenha certeza que tudo que se propor
a fazer será muito bem feito, tendo em vista as práticas que aprendeu em
nosso livro.

Boa sorte e Sucesso!

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