You are on page 1of 31

RESUMO DA LEGISLAÇÃO ESTRUTURANTE

DO SUS
APRESENTAÇÃO

O Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro tem mais de uma década e meia de existência. Ao
longo desse tempo foi possível estruturar e consolidar um sistema público de saúde relevante
e resolutivo, que gera impacto na vida da população brasileira e permanece evoluindo, sendo
implantado como um processo social em permanente construção.

A principal mudança estabelecida pelo SUS foi a saúde para todos, tornando a assistência à
saúde pública acessível a todos sem discriminação, além de instituir a participação social no
processo de implementação, controle e regulamentação do SUS. Com isso, a saúde tornou-se
um espaço menos desigual e mais democrático.

Esse livro propõe-se a analisar a Legislação Estruturante do SUS, que tem como base a
Constituição Federal de 1988 e as Leis Orgânicas da Saúde, além de outras tantas leis,
portarias, decretos, normas operacionais básicas e o Pacto pela Saúde, e continua sofrendo
acréscimos. Para isso, o primeiro capítulo destina-se ao histórico da construção do SUS, que
apesar de ter surgido em 1988, as bases para a sua criação vêm desde muito antes, portanto
nesse capítulo também é feito um resumo do panorama da saúde pública anterior ao SUS.

No capítulo 2, são abordados os artigos 196 ao 200 da Constituição Federal de 1988, as Leis
Orgânicas da Saúde e outras leis relevantes. O terceiro capítulo discorre sobre as Normas
Operacionais Básicas e o Pacto pela Vida. Por fim, o último capítulo abrange os avanços e
desafios do SUS.

Este livro tem como principal objetivo facilitar o processo de entendimento do SUS e sua
legislação, contribuindo para a formação de alunos e profissionais.
SEÇÃO 1
1. A CONSTRUÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS

A construção do sistema de saúde do Brasil acompanhou as tendências econômicas, políticas e


sociais dos diversos momentos históricos pelos quais passou o país, sempre seguindo a ótica
do capitalismo nacional, que por sua vez, era guiado pelos avanços do capitalismo
internacional. Seguindo o modelo capitalista, a saúde pública não se constituía como uma
prioridade da política brasileira, sendo-lhe dispensada maior atenção apenas em momentos de
endemias e epidemias que representavam um risco econômico e social, refletindo no modelo
capitalista vigente. A evolução da previdência social foi o fator que desencadeou o
desenvolvimento da assistência em saúde. O modelo de assistência adotado inicialmente
enfatizava a medicina curativa e lucrativa (modelo médico assistencial privatista).
A instituição formal do Sistema Único de Saúde (SUS) ocorreu apenas com a Constituição
Federal de 1988. As origens do SUS, no entanto, remontam da crise do modelo médico
assistencial privatista, no qual se baseava a saúde brasileira na segunda metade do século XX,
devido ao processo de industrialização do país. Esse modelo tinha como características:
 Extensão da cobertura previdenciária a segmentos economicamente integrados da
população urbana;
 Privilégio da prática médica curativa e individual, em detrimento das ações coletivas;
 Criação de complexo médico-industrial; e
 Deslocamento da prestação dos serviços médicos a entes privados lucrativos e,
também para os não lucrativos.
No entanto, para uma melhor compreensão do processo de construção do SUS e da
necessidade de sua criação, é necessário fazer um resgate histórico da política de saúde do
Brasil.

1.1 1500 – 1889: BRASIL COLÔNIA E IMPÉRIO

Nesse período da história brasileira, o quadro sanitário do


país caracterizava-se pela presença de inúmeras doenças
transmissíveis, trazidas a princípio pelos portugueses e,
posteriormente pelos escravos africanos e povos de outras
nacionalidades que vinham para o Brasil com fins comerciais
ou para aqui se estabelecer. Essas doenças transmissíveis
transformavam-se em epidemias ou endemias acometendo e
dizimando uma parcela populacional bastante significativa.

Nota do autor: endemia é a ocorrência coletiva de uma doença transmissível em uma área
geográfica acometendo a população de forma permanente e contínua. Epidemia é a ocorrência de
uma doença transmissível em uma área geográfica acometendo um grande número de pessoas em
um curto espaço de tempo.
Não existia ainda uma política de saúde de fato e apenas as classes dominantes tinham acesso
à assistência médica, prestada por uma pequena quantidade de médicos vindos da Europa.
Visando a redução dos problemas de saúde pública, eram adotadas medidas que refletiam na
produção econômica, influenciando negativamente o comércio internacional.

• Saneamento dos portos;


• Urbanização e infraestrutura dos centros urbanos
Medidas insalubres e que contribuiam significativamente para
a economia;
adotadas • Campanhas para erradicar epidemias frequentes
que impactavam negativamente a produção. Pontuais e esquecidas
assim que a epidemia
era controlada.
Principais contribuições desse período para o desenvolvimento das políticas públicas de saúde
Casas de Misericórdia Acolhiam e cuidavam dos problemas de
saúde dos indigentes, doentes e viajantes
que não possuíam assistência médica.
Escola de Medicina do Rio de Janeiro Fundada em 1813
Escola de Medicina da Bahia Fundada em 1815
Imperial Academia de Medicina Prestava consultoria ao imperador em
relação às questões de saúde pública
Inspetoria de Saúde dos Portos Fundada em 1828

1.2 1889 – 1930: REPÚBLICA VELHA

Após a extinção da
monarquia, foi iniciada a
organização do Estado
moderno, dando início à
Primeira República ou
República Velha,
instaurada após a
proclamação da
república e, se estendeu
até a Revolução de 1930,
quando o então
presidente Washington Luís foi deposto, dando início a Segunda República, também conhecida
como Era Vargas.
Nessa fase, houve um favorecimento da produção agrícola em larga escala, especialmente do
café, com incentivo dos presidentes, cargo ocupado alternadamente por políticos de São Paulo
e Minas gerais (política do café com leite). O setor industrial e a pecuária também cresceram,
aumentando a demanda por mão de obra, e por isso, o governo se viu obrigado a adotar
políticas de incentivo a imigração europeia.
Já no campo da saúde, a situação permanecia praticamente inalterada no início desse novo
período em relação ao anterior. Com predomínio de doenças como:
 Coléra;
 Tifo; Epidemias + condições precárias de saneamento
básico = entrave para o recrutamento de
 Varíola;
trabalhadores europeus .
 Tuberculose.

Os programas e ações de saúde seguiam mantendo o mesmo objetivo do período anterior:


controlar as epidemias, especialmente nas principais regiões exportadoras, visando atrair
imigrantes para as lavouras do café e para a indústria. Ações de saneamento básico e
infraestrutura eram voltadas unicamente para cidades exportadoras, sendo ações
importantes:

Programa de Saneamento do Rio de


Janeiro
Instituídos pelo Presidente
Rodrigues Alves, em 1902.
Programa de Combate a Febre
Amarela

Objetivo: amplificar o estímulo ao comércio


internacional e, novamente a imigração de mão de obra
para trabalhar nas lavouras de café

Oswaldo Cruz foi nomeado diretor geral de saúde


pública por Rodrigues Alves e, se tornou o
responsável pelos programas voltados para a saúde
pública. Ele optou por combater as epidemias rurais e
urbanas através das campanhas sanitárias, esse
modelo caracterizava-se:
 Pelo caráter centralizador das estruturas
administrativas;
 Concentração de poder; e
 Intervenção médica repressiva nos âmbitos
individual e social.
Oswaldo Cruz também foi o responsável pela criação
do Instituto Soroterápico de Manguinhos (atualmente
Instituto Oswaldo Cruz), no Rio de Janeiro e aprovação da Lei da Vacinação, em 1904, que
tornava obrigatória a vacinação contra a varíola, gerando uma forte revolta popular, de
médicos contrários à vacinação e oposição política, chamada Revolta da Vacina.
Alguns anos após, em 1920, o Comando
do Departamento Nacional de Saúde foi
assumido por Carlos Chagas que:
 Manteve o modelo Sanitarista
Campanhista de Oswaldo Cruz, porém
sem o caráter repressivo;
 Criou programas que pregavam
a educação sanitária da população
objetivando a prevenção de doenças;
 Criou órgãos para controle das
doenças sexualmente transmissíveis,
lepra e tuberculose.
Foi com as mudanças instituídas por Carlos Chagas, que nasceu a saúde pública brasileira de
fato, sendo o sanitarismo campanhista o modelo escolhido.
A Previdência Social, que nasceu na mesma época da saúde pública brasileira, foi outro grande
avanço. A assistência médica aos trabalhadores se tornou sua atribuição em parceria com os
CAPs (Caixas de Aposentadorias e Pensões). Ao mesmo tempo, a medicina liberal apresentou
um crescimento importante, no entanto, era acessada apenas pela classe alta e, portanto, aos
que não possuíam capital financeiro para pagar um profissional de medicina liberal, e também
não tinham direito às CAPs, restavam apenas os hospitais filantrópicos e a medicina popular.
Pode-se perceber, portanto, que no contexto histórico da República Velha, surgiram dois
modelos de intervenção em saúde: o curativo-privatista e o sanitarismo campanhista.

1.3 1930-1945: ERA VARGAS

A Revolução de 1930 depôs o presidente Washington Luís, e o comando político do país


passou para as mãos de Getúlio Vargas, que instaurou uma reforma política e administrativa
que culminou com a Constituição de 1934. O governo constitucional perdurou até 1937,
quando foi estabelecida a ditadura do Estado Novo, que manteve Getúlio Vargas no poder.
Expansão do setor industrial em São Paulo, Rio de Janeiro e
Belo Horizonte

Oferta de emprego aumentou

Aumento da migração (êxodo rural)

Crescimento urbano desordenado e proliferação das favelas

Agravo dos riscos e doenças laborais

Aumento da incidência e prevalência Doenças


tranmissíveis, ocupacionais, acidentes trabalhistas,
estresse, verminose, desnutrição.

A demanda por infraestrutura exigida pela industrialização fez com que o Estado criasse o
salário mínimo, ao que se seguiu o surgimento do Ministério do Trabalho, da Indústria e do
Comércio e, da Educação e Saúde. Apesar disso, o foco do Estado, era recuperar a mão de obra
que houvesse sido acometida por algum acidente ou doença, e manter o restante em
condições de produzir, o que era feito através da assistência médica vinculada à Previdência
Social por meio dos CAPs. Em 1933, os CAPs foram substituídos pelos Institutos de
Aposentadorias e Pensões (IAPs), cujo controle acabou passando a ser estatal, com isso, o
Estado passou a centralizar os recursos financeiros e instituiu que o financiamento dos IAPs
seria tripartite. A prioridade dos IAPs era a contenção de gastos, ao contrário dos CAPs, cujo
principal objetivo era prestar assistência médica a classe trabalhista.
O ponto máximo do modelo de sanitarismo campanhista na saúde pública brasileira ocorreu a
partir da criação do Ministério de Educação e Saúde, em 1930, cuja função era coordenar as
ações de saúde pública dentro desse modelo. Essa política adotada é consonante com a do
período anterior, já que existia uma separação entre as ações coletivas estabelecidas pelo
ministério e as curativas individuais vinculadas aos IAPs.

1.4 1945 – 1963: PERÍODO DESENVOLVIMENTISTA


Esse período também é denominado Redemocratização e, existe uma divergência quanto às
datas exatas, algumas fontes citam que ele durou de 1946 a 1964, independentemente da
duração dessa fase da história brasileira, ela foi marcada:
 Pelo fim da segunda guerra mundial; e Juntamente com a crise
 Esgotamento do regime ditatorial. econômica, esses fatos foram
responsáveis pela deposição de
Getúlio Vargas em 29 de outubro
de 1945.

Por meio de eleições populares elegeu-se para presidente


Eurico Gaspar Dutra, que governou de 1946 até 1951.
Durante o seu governo:
 Aprovou a quarta Constituição Federal;
 Criou o Plano Salte, em 1950, que destacava
quatro prioridades: saúde, transporte, energia e
alimentação. No entanto, na prática a maior parte dos
recursos foi destinada para o transporte, deixando a saúde
em segundo plano; e
 Manteve modelo de saúde pública que continuou
sendo o centralizador e autoritário sanitarismo
campanhista;
 Foi proposto um ministério exclusivo para a saúde;
 Ocorreu a redução dos casos de malária, outras
doenças transmitidas por insetos e tuberculose devido as
campanhas sanitárias e os avanços na organização urbana.
Getúlio Vargas substituiu Dutra como presidente através de eleições diretas, assumindo em
1951 até 1954. No âmbito da saúde Vargas:
 Expandiu a assistência médica nos IAPs, entretanto, o clientelismo foi muito
favorecido, devido à vinculação dos IAPs e sindicatos ao Estado;
 Criou o Ministério da Saúde, em 1953.

Suas ações eram limitadas pela pouca verba que lhe era destinada,
recebendo apenas um terço da verba destinada ao antigo
Ministério de Educação e Saúde, justificando o desenvolvimento
pouco significativo da saúde pública no país.

Juscelino Kubitschek foi o presidente que assumiu em


seguida, seu governo durou de 1956 a 1960, onde foi
enfatizado o desenvolvimento em detrimento das políticas
sociais. A saúde pública avançou pouco, a assistência
prestada pelos IAPs permaneceu voltada para a restituição e
manutenção do trabalhador para que ele permanecesse
produtivo, fortalecendo o modelo médico curativo. Algumas
empresas passaram a contratar serviços médicos
particulares, o que originaria futuramente a medicina de grupo, deixando claro sua
insatisfação com a assistência ofertada pelos IAPs.

Após o governo de Juscelino


Kubitschek, seguiu-se um
período conturbado. Em 1961,
foi eleito presidente Jânio
Quadros, entretanto, ele
renunciou no mesmo ano,
sendo então, a presidência
assumida por seu vice João
Goulart, que foi deposto pelo
Golpe Militar de 1964.

1.5 1964 – 1984: DITADURA MILITAR

Esse período, no âmbito da saúde, caracteriza-se pela instauração gradual, porém intensa de
um sistema de saúde financiado principalmente pelas instituições previdenciárias e a
mercantilização da saúde. Durante essa fase o cenário da saúde no Brasil configurou-se da
seguinte forma:
 1966: unificação dos IAPs originando o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS),
cuja gestão era centralizada. O INPS possibilitou a unificação dos benefícios entre as
classes trabalhistas cobertas, no entanto, a assistência por ele prestada se dava,
principalmente, mediante a contratação de serviços privados, fortalecendo a prática
médica voltada para o lucro e a medicina em grupo, direcionada, prioritariamente,
para os trabalhadores com maior poder aquisitivo.
 O Ministério da Saúde foi delegado a uma posição de coadjuvante, pois seus recursos
eram limitados tornando-o pouco eficiente no combate aos problemas de saúde
pública.
 As ações de saúde pública e o combate a epidemias passaram a ser função da
Superintendência de Campanhas de Saúde Pública (SUCAM).
 1974: criação do Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS), com isso, o
sistema previdenciário passou para o seu controle, mas isso não alterou as
características dos serviços de saúde, que continuaram privilegiando o modelo clínico
individual e curativo. Em seguida a criação do MAPS,
 Surgimento do Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Social (FAS), criado pelo MPAS,
cujos recursos eram destinados à construção de hospitais. O novo ministério também
estabeleceu o
 Criação do Plano de Pronta Ação (PPA) pelo MPAS, cujo objetivo era aumentar o
número de hospitais e clínicas particulares contratados para atender casos
emergenciais de segurados e não segurados.
 1975: V Conferência Nacional de Saúde, que ocorreu em 1975, onde o Governo propôs
a criação do Sistema Nacional de Saúde por meio da Lei nº 6.229, mas esse projeto foi
fortemente rejeitado por empresários da área.
 1976: criação do Piass - Programa de Interiorização das Ações de Saúde e Saneamento,
que constituía-se como um programa voltado para a atenção primária seletiva,
caracterizando-se como a primeira experiência de municipalização da saúde no país.
 1977: surgimento do Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social (SIMPAS)
objetivando a reorganização do sistema de saúde brasileiro. Ele era composto pelos
seguintes órgãos - Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) (cuja função era
pagar os devidos benefícios aos segurados); Instituto Nacional de Assistência Médica
da Previdência Social (INAMPS) (prestava assistência médica individual e curativa
através de serviços privados); Fundação Legião Brasileira de Assistência (LBA) (prestava
assistência à população carente); Instituto de Administração Financeira da Previdência
e Assistência Social (IAPAS); Empresa de Processamento de Dados da Previdência
Social (DATAPREV); Fundação Nacional de Bem Estar do Menor (FUNABEM); e Central
de Medicamento (CEME).
 Final dos anos 70: crise do modelo de saúde previdenciária devido ao desvio dos
recursos previdenciários e o alto custo da assistência cuja capacidade resolutiva era
muito pequena. Todas essas mudanças no cenário da política pública de saúde do
Brasil gerou ampla insatisfação popular que culminou com movimentos sociais em prol
da melhoria dos serviços de saúde e das condições de vida.
Essa crise inicia um período de mudanças nos cenários político e econômico do país, levando
ao surgimento dos sujeitos sociais que reivindicavam um modelo alternativo de atenção à
saúde, pressionando o governo. Dessa forma, em 1981, surgiu o Conselho Consultivo da
Administração de Saúde Previdenciário (Conasp), em 1982 veio o Conselho Nacional de
Secretários de Saúde (CONASS) e, em 1983 as Ações Integradas de Saúde (AIS) que constituam-
se como um programa de atenção médica básica voltado para as áreas urbanas.
O movimento sanitário surgiu e se difundiu em meio a esse novo cenário brasileiro.
Encabeçado por intelectuais e articulados com partidos políticos de esquerda, se tornou a base
política e ideológica da reforma sanitária do Brasil. Portanto, esse período termina com uma
forte articulação em prol da Reforma Sanitária e de um novo modelo de saúde.

1.6 1985 – ATÉ OS DIAS ATUAIS: NOVA REPÚBLICA

O movimento iniciado na Ditadura Militar culminou com o fim desse regime e a eleição de
Tancredo Neves para presidente, no entanto, ele morreu antes de assumir o cargo, sendo
substituído por José Sarney, que logo tratou de enviar ao Congresso uma proposta de
convocação da Assembleia Nacional Constituinte. Diante disso, entidades e movimentos
sociais se mobilizaram para participar da discussão da Carta Constitucional. Em meio a esse
cenário de ebulição política, era possível perceber na área da saúde:
 Redução da contaminação por doenças imunopreveníveis e da mortalidade infantil;
 Manutenção dos índices de mortalidade por doenças cardiovasculares e neoplasias;
 Elevação da mortalidade decorrente de causas externas;
 Aumento da contaminação pelo HIV e desenvolvimento da AIDS, e
 Aparição de epidemia de dengue em determinadas capitais.
O sistema de saúde público continuava precário, dando vazão para que a luta popular por
melhores condições ganhasse força, com isso, a saúde entrou na agenda política, com a
convocação do evento político-sanitário considerado o mais importante da segunda metade
do século XX, a VIII Conferência Nacional de Saúde, que ocorreu em março de 1986. Foi lá que
as bases doutrinárias para a criação de um novo sistema público de saúde foram divulgadas.
Imediatamente após esse importante anúncio, teve início um conjunto de trabalhos de caráter
técnico desenvolvidos pela Comissão Nacional de Reforma Sanitária, e eles serviram como
base para a elaboração da Seção da Saúde da Constituição Federal de 1988. O relatório final
da conferência estabeleceu três pontos referenciais para a reforma sanitária brasileira:
 Conceito amplo de saúde;
 Saúde como um direito da cidadania e dever do Estado; e
 Implantação de um sistema único de saúde organizado pelos princípios da
universalidade, integralidade, descentralização e participação da comunidade.
Em 1987, o Executivo Federal criou e implantou o Sistema Unificado e Descentralizado de
Saúde (Suds), que substituiu as AIS. Ao desenho do Suds, tentou-se incorporar alguns
elementos fundamentais da reforma sanitária, como: a universalização, descentralização
através da estadualização e, democratização das instâncias gestoras. Ele também:
 Possibilitou a constituição dos conselhos estaduais e municipais de saúde;
 Descentralizou os recursos e o poder do âmbito federal para o estadual, além de
 Aumentou a cobertura de serviços de saúde para a população, e
 Estadualizar o INAMPS, por meio de uma fusão com as secretarias estaduais de saúde.
No mesmo ano, foi implantada a Assembleia Nacional Constituinte, um espaço democrático,
onde ocorreram constantes negociações durante as suas várias etapas. Nela, um grupo
progressista de congressistas desempenhou um papel fundamental, apoiado por intelectuais
envolvidos com o movimento da reforma sanitária. Finalmente, o texto final da Constituição
Federal de 1988 agregou as principais demandas do movimento em prol da reforma sanitária,
que eram as seguintes:
 O entendimento amplo da saúde como resultado de políticas econômicas e sociais;
 Saúde como direito de todos e dever do Estado;
 A relevância pública das ações e serviços de saúde; e
 Criação de um sistema único de saúde (SUS), organizado pelos princípios da
descentralização, do atendimento integral e da participação da comunidade (Conass).

Entre 1989 e 1990, foi elaborada a Lei nº 8.080 de setembro de 1990, que discorre a respeito
das condições para promoção, proteção e recuperação da saúde. Nessa mesma época,
também foram criadas as Constituições Estaduais e as Leis Orgânicas Municipais. Ainda em
1990, surgiu a Lei nº 8.142, de dezembro de 1990, que regulamenta a participação da
comunidade no SUS, em decorrência de uma reação organizada da comunidade civil. Essas
duas leis (nº 8.080 e 8.142), juntamente com a seção de saúde da Constituição Federal são a
base jurídica, constitucional e infraconstitucional do SUS.
Com a criação do SUS, houve o fim da segregação que ocorria dentro do sistema público de
saúde brasileiro, entre os que eram economicamente incluídos e os não incluídos. Os incluídos
tinham acesso à Saúde Previdenciária por meio da carteira do INAMPS. Já os não incluídos
tinham acesso apenas à atenção ambulatorial, que era prestada em unidades de medicina
simplificada, e hospitalar provida por entidades filantrópicas. Dessa forma, o SUS acabou com
os chamados indigentes sanitários (não incluídos economicamente), por meio da integração do
INAMPS ao sistema público de saúde. O SUS, portanto, é responsável por um processo social
que originou-se através de movimentos de caráter político e sanitário da década de 70. Foi
oficialmente instituído pela Constituição Federal de 1988 e, desde então, reformas
incrementais, estabelecidas por meio de acordos entre os três entes federativos,
representados pelo Ministério da Saúde, Conselho Nacional de Secretários de Saúde e
Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde vêm reinventando o SUS.

SEÇÃO 2
2. A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988, AS LEIS ORGÂNICAS DA SAÚDE - LEI Nº
8.080/90 E LEI Nº 8.142/90 E OUTRAS LEIS.

A Constituição Federal de 1988 instituiu o Sistema Único de Saúde, o SUS. O SUS modificou o A
Constituição Federal de 1988 instituiu o Sistema Único de Saúde, o SUS que é formado por um
grupo organizado e articulado de serviços e ações de saúde que compõem as organizações
públicas de saúde municipais, estaduais, federais e serviços privados complementares,
seguindo sempre os princípios e diretrizes que regem o SUS.
A Constituição instituiu uma nova visão de saúde, onde os níveis de saúde da população
refletem a realidade econômica e social brasileira, portanto os indicadores de saúde podem
ser tomados como parâmetros de mensuração do desenvolvimento do país e do bem estar da
população. O fato do sistema de saúde ser único se deve aos princípios e diretrizes que regem
sua organização serem adotados nas esferas municipal, estadual e federal e, o seu comando
ser único em cada nível de gestão. Também fica estabelecido que a saúde é um direito de
todos que deve ser assegurado pelo Estado mediante o uso de recursos públicos como
estabelecido em lei, trazendo a tona a concepção ampla do direito à saúde.
A criação do SUS dentro da constituição, dá-se no Título VIII – Da Ordem Social, Capítulo II,
Seção II – Da Saúde, artigos 196 ao 200, como mostrado na tabela abaixo:

Artigo 196 Estabelece a saúde como um direito de todos e que o Estado tem o dever de garantir
isso, por meio da criação de políticas sociais e econômicas objetivando reduzir o risco de
doenças e agravos, bem como o acesso universal e igualitário aos serviços e ações,
proporcionando promoção, proteção e recuperação da saúde aos indivíduos.
Artigo 197 Institui que as ações e serviços de saúde são de relevância pública, e sua
regulamentação, fiscalização e controle são instituídas pelo poder público em lei, e
executada por terceiros.
Artigo 198 Refere-se ao SUS como uma rede regionalizada e hierarquizada de ações e serviços
públicos organizada em consonância com as seguintes diretrizes: descentralização com
direção única em cada esfera do governo, atendimento integral priorizando as atividades
preventivas sem prejudicar os serviços assistenciais e participação da comunidade.
Também institui que o financiamento do SUS deve utilizar recursos da seguridade social
da União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
Artigo 199 Mantem a assistência à saúde livre a iniciativa privada, devendo as instituições privadas
participarem de forma complementar do SUS seguindo suas diretrizes, por meio de
contrato público ou convênio, tendo prioridade as entidades filantrópicas e sem fins
lucrativos. Proíbe a destinação de recursos públicos ao auxílio ou subvenções de
instituições privadas com fins lucrativos e a participação de empresas ou capital
estrangeiro na assistência à saúde do país, exceto quando previsto em lei
Artigo 200 Designa as competências e atribuições do SUS, que são as mesmas listadas na Lei
orgânica da saúde nº 8.080/90.
Em 2000, alguns artigos da Constituição Federal de 1988, foram alterados pela Emenda
Constitucional nº 29, de 13 de agosto de 2000. Ela interferiu, entre outros, no artigo 198 da
Constituição Federal e acrescenta artigo ao Ato das Disposições Constitucionais Transitórias,
para assegurar os recursos mínimos para o financiamento das ações e serviços públicos de
saúde.
Pela primeira vez, a saúde figurou no corpo de um texto de uma Constituição, o que foi um
grande avanço, pois o modelo anterior, amplamente excludente, foi substituído por outro cuja
base era a garantia da saúde a todos. Apesar disso, o estabelecimento do SUS veio
acompanhado de uma série de desafios, entre eles, a desvinculação do modelo de assistência
médica individual e curativa e a concretização dos direitos e deveres básicos descritos e, que
ainda precisavam ser regulamentados por atos legislativos. Em meio a todas as dificuldades, o
SUS vem sendo implantado e permanece em constante construção por meio das Leis
Orgânicas da Saúde, portarias e outras leis.
Depois da Constituição Federal, ainda era necessário que os artigos referentes à saúde fossem
regulamentados. Apesar do texto final da Constituição ter ficado pronto em 1988, o presidente
Fernando Collor de Mello dificultou esse processo, que só veio a ocorrer em 1990, com a
aprovação da primeira versão da Lei nº 8.080 pelo Congresso Nacional, mas o poder executivo
vetou diversos artigos. No mesmo ano, no mês de dezembro, foi aprovada a Lei nº 8.142, onde
foram incluídos alguns dos artigos vetados na Lei nº 8.080/90. Juntas, elas recebem a
denominação de Leis Orgânicas da Saúde.
A Lei nº 8.080 foi aprovada em 19 de setembro de 1990 e seu texto dispõe sobre as condições
para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos
serviços correspondentes, além de outras providências. Seus principais artigos estão dispostos
no quadro abaixo:
Artigo 2º Institui que a saúde é um direito fundamental do ser humano, e que o Estado é
responsável por garantir as condições indispensáveis ao pleno exercício da saúde através
de políticas econômicas e sociais objetivando reduzir riscos de doenças e agravos e
estabelecer condições que assegurem acesso universal e igualitário às ações e serviços
para sua promoção, proteção e recuperação.
Artigo 3º Apresenta os fatores que determinam o nível de saúde dos indivíduos e expressam a
organização social e econômica do país. Os fatores são: alimentação, moradia,
saneamento básico, meio ambiente, trabalho, renda, educação, transporte, lazer, e
acesso aos bens e serviços essenciais.
Artigo 4º Estabelece que o SUS é constituído por um conjunto de ações e serviços de saúde
ofertados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais,
administração direta e indireta e fundações públicas e, que a iniciativa privada pode
participar do SUS em caráter complementar.
Artigos 5 e Definem os objetivos e o campo de atuação do SUS respectivamente:
6º  A execução de ações de:
 Vigilância sanitária;
 Vigilância epidemiológica;
 Saúde do trabalhador;
 Assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica;
 Participação na formulação da política e na execução de ações de saneamento
básico;
 Ordenação da formação de recursos humanos na área de saúde;
 Vigilância nutricional e a orientação alimentar;
 Colaboração na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho;
 Formulação da política de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos e
outros insumos de interesse para a saúde e a participação na sua produção;
 Controle e a fiscalização de serviços, produtos e substâncias de interesse para a
saúde;
 Fiscalização e a inspeção de alimentos, água e bebidas para consumo humano;
 Participação no controle e na fiscalização da produção, transporte, guarda e
utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;23
 Incremento, em sua área de atuação, do desenvolvimento científico e
tecnológico; e
 Formulação e execução da política de sangue e seus derivados.
Artigo 7º Enumera os princípios que as ações e serviços públicos de saúde e serviços privados
contratados e conveniados que integram o SUS devem seguir (também descritos no art.
198 da Constituição Federal de 1988):
 Universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência;
 Integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado e contínuo das
ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para
cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema;
 Preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e
moral;
 Igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer
espécie;
 Direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde;
 Divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de saúde e a sua
utilização pelo usuário;
 Utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, a alocação de
recursos e a orientação programática;
 Participação da comunidade;
 Descentralização político-administrativa, com direção única em cada esfera de
governo:
 Ênfase na descentralização dos serviços para os municípios;
 Regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde;
 Integração em nível executivo das ações de saúde, meio ambiente e saneamento
básico;
 Conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios na prestação de serviços
de assistência à saúde da população;
 Capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de assistência; e
 Organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade de meios para
fins idênticos.
Artigo 9º Define que a direção do SUS é única em cada esfera, portanto, na nacional (União) fica a
cargo do Ministério da Saúde, na esfera estadual e Distrito Federal é exercida pelas
Secretarias Estaduais de Saúde ou órgão equivalente, e finalmente na esfera municipal é
função das Secretarias Municipais de Saúde ou órgão equivalente
Artigo 12 Cria as comissões intersetoriais, com a finalidade de articular políticas e programas de
interesse que se enquadrem em áreas que o SUS não abrange.
Artigo 14 Estabelece a criação das Comissões Permanentes que integram os serviços de saúde e as
instituições de ensino profissional e superior objetivando oferecer métodos e estratégias
para formação e educação continuada dos recursos humanos do SUS em cada esfera, e
também no âmbito da pesquisa e colaboração técnica entre instituições.
Capítulo IV Trata das competências e atribuições, como visto no capítulo anterior, cada uma das
esferas de governo dirige, organiza e pratica a gestão do SUS dentro do seu órgão
responsável, já que a direção do SUS é única em cada esfera. Em suma, cabe aos gestores
das três esferas de governo desenvolver políticas e cuidar do planejamento e financiar,
executar e elaborar ações e serviços de saúde.
Artigo 24 Estabelece que o SUS se reserva o direito de recorrer a serviços ofertados pela iniciativa
provada por meio de convênio ou contrato quando suas disponibilidades não forem
suficientes para suprir a demanda de uma determinada área.
Titulo IV Discorre sobre a política de recursos humanos que será formalizada e executada de
forma articulada pelas três esferas governamentais, com os seguintes objetivos:
 Organização de um sistema de formação de recursos humanos em todos os
níveis de ensino, inclusive de pós-graduação, além da elaboração de programas
de permanente aperfeiçoamento de pessoal;
 Valorização da dedicação exclusiva aos serviços do Sistema Único de Saúde
(SUS).
Artigo 36 Institui que o planejamento e orçamento do SUS deve ser ascendente, iniciando no nível
local até o federal, compatibilizando-se as necessidades da política de saúde com a
disponibilidade de recursos em planos de saúde dos Municípios, dos Estados, do Distrito
Federal e da União.

Esse constitui o texto original da Lei nº 8.080/90, no entanto, ao longo dos anos, ela vem
sofrendo alterações com a inclusão de novos títulos e artigos incluídos por outras leis e
decretos, abaixo descritos:
 Lei nº 12.466 de 24 de agosto de 2011 acrescenta os arts. 14-A e 14-B à Lei n 8.080. O
14-A dispõe sobre as comissões intergestores bipartite e tripartite do SUS, que
funcionam como foros de negociação e pactuação entre gestores, quanto aos aspectos
operacionais do SUS. O art. 14-B institui o Conass e o Conasems como entidades
representativas dos entes estaduais e municipais para cuidar de matérias referentes a
saúde e declaradas de utilidade pública e de relevante função social;
 Lei nº 9.836 de 23 de setembro de 1999, acrescenta o Capítulo V – Do Subsistema de
Atenção a Saúde Indígena, onde fica estabelecido basicamente que as populações
indígenas devem ter acesso garantido ao SUS, em âmbito local, regional e em centros
especializados, de acordo com suas necessidades, compreendendo a atenção primária,
secundária e terciária à saúde e, que as populações indígenas terão direito a participar
dos organismos colegiados de formulação, acompanhamento e avaliação das políticas
de saúde, tais como o Conselho Nacional de Saúde e os Conselhos Estaduais e
Municipais de Saúde, quando for o caso.

Nota do autor:
Os princípios do SUS são divididos na literatura como doutrinários e organizativos, que norteiam o seu funcionamento. Os princípios
doutrinários são responsáveis por expressar a filosofia na qual se baseiam a criação e implementação do SUS, são eles, também que
fomentam o conceito ampliado de saúde e a ideia de saúde como um direito de todos. Ao todos são três princípios doutrinários:
universalidade (toda a população tem acesso aos serviços de saúde, em todos os níveis assistenciais, sem qualquer tipo de
preconceito ou privilégio); integralidade (associada a um tratamento digno, de qualidade, com direito a acolhimento e formação de
vínculo); equidade (política de proteção social, pois visa reduzir iniquidades em saúde e sociais). Os princípios organizativos são:
descentralização (processo de redistribuição de funções e responsabilidades no que tange as ações e serviços de saúde entre as três
esferas e estabelece a transferência de recursos para os Estados e Municípios para que eles se tornem responsáveis por promover as
ações e serviços de saúde voltados para a população local); regionalização (a regionalização é a forma como o SUS é organizado, cuja
base é territorial e populacional, já a hierarquização está pautada no conceito de que o SUS deve ser organizado por níveis de
atenção de crescente complexidade, sendo a porta de entrada o serviço de atenção básica, com fluxo de ascendência definido entre
os serviços) e; participação social (garante a participação popular através de entidades representativas na elaboração das políticas
públicas de saúde, seu controle e execução nos níveis municipal, estadual e federal).
 Lei nº 10.424 de 15 de abril de 2002, que adiciona o capítulo VI – Do Subsistema de
Atendimento e Internação Domiciliar. Fica estabelecido que a modalidade de
assistência de atendimento e internação domiciliar inclui procedimentos médicos, de
enfermagem, fisioterapêuticos, psicológicos e de assistência social e mais todos
aqueles necessários ao cuidado integral do indivíduo a serem prestados por equipes
multidisciplinares que atuarão nos níveis da prevenção, terapêutico e da reabilitação,
com a concordância do paciente e sua família.
 Lei nº 11.108 de 7 de abril de 2005 também adicionou o capítulo VII à Lei nº 8.080/90,
que possui o seguinte título: Do Subsistema de Acompanhamento durante o
Trabalho de Parto, Parto e Pós-Parto Imediato. Ela foi criada para garantir as
parturientes o direito à presença de acompanhante durante o trabalho de parto, parto
e pós-parto imediato, no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS.
 Lei nº 12.401 de 28 de abril de 2011, dispõe sobre a assistência terapêutica e a
incorporação de tecnologia em saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS. Ela
adiciona o Capítulo VIII- Da Assistência Terapêutica e da Incorporação de Tecnologia
em Saúde à Lei nº 8.080/90. Institui que a assistência integral referida no art. 6º
consiste em:
1. Dispensar medicamentos e produtos de interesse para a saúde, cuja prescrição deve
estar conformidade com as diretrizes terapêuticas definidas em protocolo clínico para
a doença ou o agravo à saúde a ser tratado ou, na falta do protocolo, em
conformidade com o disposto no art. 19-P;
2. Ofertar procedimentos terapêuticos, em regime domiciliar, ambulatorial e hospitalar,
constantes de tabelas elaboradas pelo gestor federal do Sistema Único de Saúde - SUS,
realizados no território nacional por serviço próprio, conveniado ou contratado.
 Lei 12.864, de 24 de setembro de 2013 altera o texto do art. 3º da Lei nº 8.080/90 para
o seguinte: os níveis de saúde expressam a organização social e econômica do País,
tendo a saúde como determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a
moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, a
atividade física, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais.
Percebe-se, portanto, a importância da Lei Orgânica da Saúde nº 8.080 de 19 de setembro de
1990, pois ela é a regulamentação do disposto da Constituição Federal de 1988. Seu texto traz
os princípios a partir dos quais o SUS é construído e que devem ser seguidos por todos os
serviços, órgãos e ações a ele vinculados. Além disso, também estabelece as funções e
objetivos do SUS e as competências que cambem as esferas municipal, regional e federal no
que tange a direção, gestão e organização do SUS, e as normas para o financiamento do SUS.
Ou seja, ela é fundamental para o estabelecimento do funcionamento do SUS e sua
implantação.
Com os vetos presidenciais, realizados pelo então presidente Fernando Collor de Mello, pontos
importantes apontados nessa lei foram vetados, no entanto, como resposta a uma reação
popular desencadeada pela atitude do presidente, veio a segunda Lei Orgânica da Saúde, a Lei
nº 8.412, que resgatou alguns dos vetos e trouxe novas regulamentações pertinentes ao SUS.
Essa lei foi aprovada em 28 de dezembro de 1990 e dispõe sobre a participação da
comunidade na gestão do SUS, sobre as transferências de recursos financeiros na área da
saúde e outras providências. Consolidando o controle social através da participação popular
por meio dos conselhos e conferências de saúde. Seus principais artigos são:
Artigo 1º Institui no âmbito do SUS os conselhos e conferências de saúde. A Conferência
de Saúde tem a função de avaliar a situação de saúde e propor diretrizes para a
formulação da política de saúde nos níveis correspondentes. Sua representação
é composta pelos vários segmentos sociais, que se reúnem a cada quatro anos.
O Conselho de Saúde, por sua vez, é um órgão colegiado de caráter permanente
e deliberativo composto por representantes do governo, prestadores de
serviço, profissionais de saúde e usuários. Sua atuação abrange a formulação de
estratégias e controle da execução da política de saúde na instância
correspondente, sendo as decisões homologadas pelo chefe do poder em cada
esfera do governo.
Artigo 2º Define como serão alocados os recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS), o que
ocorre da seguinte forma:
 Despesas de custeio e de capital do Ministério da Saúde, seus órgãos e
entidades, da administração direta e indireta;
 Investimentos previstos em lei orçamentária, de iniciativa do Poder
Legislativo e aprovados pelo Congresso Nacional;
 Investimentos previstos no Plano Qüinqüenal do Ministério da Saúde;
 Cobertura das ações e serviços de saúde a serem implementados pelos
Municípios, Estados e Distrito Federal (destinam-se ao investimento nas
redes de serviços, cobertura assistencial ambulatorial e hospitalar e
demais ações de saúde).
Artigo 4º Cria critérios que devem ser atendidos pelos municípios, estados e Distrito
Federal para que recebam os recursos (art. 4º). Portanto, eles devem contar com:
 Conselho de Saúde, com composição paritária de acordo com o Decreto
n° 99.438, de 7 de agosto de 1990;
 Plano de saúde;
 Relatórios de gestão que permitam o controle de que trata o § 4° do art.
33 da Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990;
 Contrapartida de recursos para a saúde no respectivo orçamento;
 Comissão de elaboração do Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS),
previsto o prazo de dois anos para sua implantação.

A Lei nº 8.142/90 é de extrema importância por regulamentar à participação popular no SUS,


criando um importante espaço de controle social. Ela preenche essa grande brecha deixada
pela Lei nº 8.080/90 que causou tanto descontentamento popular.
Outras leis relevantes são
 Lei nº 8.689 de 27 de julho de 1999: dispõe sobre a extinção do INAMPS e dá outras
providências, entre elas, a criação do Sistema Nacional de Auditoria no âmbito do SUS
(art. 6º);
 Lei nº 12.438 de 6 de junho de 2011: altera a Lei nº 8.689 que dispõe sobre a extinção
do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social - INAMPS e dá outras
providências, para que a prestação de contas dos gestores do Sistema Único de Saúde
- SUS ao Poder Legislativo estenda-se à esfera federal de governo;
 Lei nº 9.782, de 26 de janeiro de 1999: define o Sistema Nacional de Vigilância
Sanitária e cria a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, e dá outras providências;
 Lei nº 9.787 de 10 de fevereiro de 1999: estabelece o medicamento genérico;
Nota do autor: A lei 8.142/90 define a participação paritária dos usuários nos Conselhos de Saúde, e também nas
conferências, em relação ao conjunto dos demais segmentos, no entanto, a composição paritária foi definida na
resolução 33/1992 do Conselho Nacional de Saúde. Dessa forma, fica estabelecido que 50% dos conselheiros
devem ser representantes dos segmentos dos usuários, 25% do segmento dos trabalhadores em saúde e, os outros
25% pelo segmento dos gestores e prestadores de serviço.
 Lei é nº 9.961, de 28 de janeiro de 2000: cria a Agência Nacional de Saúde
Suplementar ANS e dá outras providências;
 Lei Complementar nº 141, de 13 de janeiro de 2012: regulamento o parágrafo 3º, do
art. 198 da Constituição Federal de 1988, dispondo sobre os valores mínimos a serem
repassados anualmente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios em ações e
serviços públicos de saúde, também institui os critérios de rateio dos recursos de
transferência para a saúde e as normas de fiscalização, avaliação e controle das
despesas com saúde nas três esferas governamentais e, ainda revoga dispositivos das
Leis nº 8.080/90 e 8.689/93, além de outras providências.

SEÇÃO 3
3. NORMAS OPERACIONAIS BÁSICAS E PACTO PELA SAÚDE

O momento político e econômico do país após a Constituição dificultou a adoção das medidas
estabelecidas, não apenas pela própria Constituição, mas como também as descritas nas Leis
Orgânicas da Saúde. Dessa forma, o Ministério da Saúde criou as Normas Operacionais Básicas
(NOBs) após negociações entre gestores do SUS, com o objetivo de regular o processo de
descentralização das ações e serviços de saúde. A quatro primeiras NOBs vieram ainda nos
anos 90, e ajudaram a normatizar o repasse de recursos federais para os Estados, Municípios e
Distrito Federal, já em 2001, veio a NOAS – Norma Operacional de Assistência à Saúde, que foi
responsável pela criação dos Planos Diretores de Regionalização e Investimentos e das redes
assistenciais. Em 2002, veio a NOAS-SUS 01/2002 com o objetivo de ampliar as
responsabilidades dos municípios na Atenção Básica, estabelecer a regionalização como
estratégia de hierarquização dos serviços de saúde e busca de maior equidade, criar
mecanismos para fortalecer a capacidade de gestão do SUS e proceder à atualização dos
critérios de habilitação de Estados e Municípios.
O Pacto pela Saúde surgiu em 2006, como um acordo interfederativo, que traz elementos que
regulamentam a descentralização e estimulam a gestão pública voltada para resultados e
responsabilidade sanitária compartilhada.
Dessa forma, essas normas e o Pacto pela Saúde são importantes para entender os critérios
usados para colocar em prática a descentralização das ações e serviços de saúde, portanto é
fundamental entender cada uma delas.

3.1 NOB-SUS 01/91

A NOB-SUS 01/1991 foi aprovada por meio da Resolução nº 258, em 1991, criado pelo antigo
INAMPS, após as portarias de nº 15, 16, 17, 18, 19 e 20 do Ministério da Saúde, que criaram o
Sistema de Informação Hospitalar (SIH) e o Sistema de Informação Ambulatorial (SIA-SUS).
Os principais pontos dessa norma operacional são abordados no quadro abaixo:
Objetivo Adoção de uma nova política de financiamento do SUS.
Financiamento Definiu que enquanto a aplicação dos critérios previstos no art. 35 da Lei nº
das atividades 8.080/90 não fossem regulamentados, o montante transferido para os
ambulatoriais Estados, Distrito Federal e Municípios seria definido no Convênio, de acordo
com os critérios abaixo:
 O critério populacional com base nos dados estatísticos do Instituto
Brasileiro de Geografia e estatística – IBGE;
 Empenho global (valor semestral e/ou anual);
 Índice de reajuste com base na Unidade de Cobertura Ambulatorial –
UCA.
Criação da Responsável pelo reajuste de valores a serem repassador aos Estados,
UCA Distrito Federal e Municípios.
Estabelece Esses critérios são:
critérios para  Criação de Conselhos de Saúde;
que o repasse  Estabelecimento dos Fundos de Saúde;
dos recursos  Apresentação dos Planos Municipais e do relatório de gestão local;
via convênio  Possuir um de Programação e Orçamentação da Saúde (PROS);
entre gestores  Contrapartida de recursos para a saúde de no mínimo 10% de seu
orçamento;
 Constituição de Comissão de Elaboração do Plano de Carreiras,
Cargos e Salários (PCCS), com o prazo de 02 (dois) anos para a sua
implantação.
Expande a Passam a ser responsáveis pela aprovação dos Planos de Saúde em cada
atuação dos esfera de sua atuação.
Conselhos de
Saúde
Atribui função Tornam-se responsáveis pelas avaliações técnica e financeira do SUS no
ao Ministério Território Nacional.
da Saúde e
INAMPS

Apesar de importante, a NOB-SUS 01/91 em seu texto, ainda estabelece a centralização


decisória, principalmente nos campos dos investimentos e repasse de recursos para a gestão
do SUS. Valoriza o financiamento das atividades hospitalares e ambulatoriais de acordo com o
princípio antigo da assistência médica curativa.

3.2 NOB-SUS 01/1992

Foi instituída pela Portaria nº 234, em 7 de fevereiro de 1992, com os seguintes objetivos:
 Normalização da assistência à saúde no SUS;
 Estímulo à implantação, ao desenvolvimento e ao funcionamento do sistema;
 Concretizar e dar instrumentos operacionais para a efetivação dos preceitos
constitucionais da saúde.

Foi criada pela Secretaria Nacional de Assistência à Saúde do Ministério da Saúde e pelo
INAMPS e pouco difere da NOB-SUS 01/91. A principal diferença é a alocação dos recursos do
INAMPS para o Fundo Nacional de Saúde, mas manteve as formas de pagamento pelo SIH/SUS
e SIA/SUS.

3.3 NOB-SUS 01/1993

Regulamentada pela Portaria nº 545, de 20 de maio de 1993, ela visa:


 Regulamentar o processo de descentralização da gestão dos serviços e ações no
âmbito do SUS;
 Estabelecer os mecanismos de financiamento das ações de saúde, em particular da
assistência hospitalar e ambulatorial e diretrizes para os investimentos no setor.
Advinda de um trabalho realizado pelo Grupo Especial de Descentralização com a aprovação
do Conselho Nacional de Saúde, ela foi o resultado de um processo que envolveu discussão e
negociação entre diversos órgãos e gestores da saúde, o que fez com que ela diferisse das duas
anteriores. Com a extinção no INAMPS no mesmo ano, ela foi muito importante para a
descentralização através da Comissão Bipartite a nível estadual e Tripartite a nível federal.
Além disso, propõe que a descentralização se dê de forma gradual e flexível, dessa forma, as
condições de gestão para cada esfera foram estabelecidas considerando-se o estágio em que
casa uma se encontrava, e por isso, criou as modalidades de gestão incipiente, parcial e
semiplena.
Apesar dos avanços no campo da descentralização das ações e serviços de saúde, no campo do
financiamento ela não trouxe grandes alterações, de forma que:
A UCA permaneceu como critério base para o financiamento dos serviços e ações
ambulatoriais, e a AIH para as atividades hospitalares.
No entanto, ela acabou com a necessidade dos convênios, além de criar:
 O Fator de Apoio ao Estado (FAE), e Criados para beneficiar os Estados e
 O Fator de Apoio ao Município (FAM) Municípios que se enquadraram em
alguma das modalidades de gestão, que
3.4 NOB-SUS 01/1996 passariam a receber 5% da UCA.

Criada pela Portaria ministerial nº 2.203, de 5 de novembro de 1996, “redefine o modelo de


gestão do Sistema Único de Saúde, constituindo, por conseguinte, instrumento imprescindível
à viabilização da atenção integral à saúde da população e ao disciplinamento das relações
entre as três esferas de gestão do Sistema”. Também conhecida como Gestão Plena com
Responsabilidade pela Saúde do Cidadão, ela objetiva:
 A promoção e consolidação do pleno exercício, por parte do poder público municipal e
do Distrito Federal, da função de gestor da atenção à saúde dos seus munícipes, e
 Conseqüente redefinição das responsabilidades dos Estados, do Distrito Federal e da
União, representado um avançando na consolidação dos princípios do SUS.
 Reordenar o modelo de atenção à saúde, por meio da redefinição dos seguintes
pontos:
1. Os papéis de cada esfera de governo e, em especial, no tocante à direção única;
2. Os instrumentos gerenciais para que municípios e estados superem o papel exclusivo
de prestadores de serviços e assumam seus respectivos papéis de gestores do sus;
3. Os mecanismos e fluxos de financiamento, reduzindo progressiva e continuamente a
remuneração por produção de serviços e ampliando as transferências de caráter
global, fundo a fundo, com base em programações ascendentes, pactuadas e
integradas;
4. A prática do acompanhamento, controle e avaliação no sus, superando os mecanismos
tradicionais, centrados no faturamento de serviços produzidos, e valorizando os
resultados advindos de programações com critérios epidemiológicos e desempenho
com qualidade;
5. Os vínculos dos serviços com os seus usuários, privilegiando os núcleos familiares e
comunitários, criando, assim, condições para uma efetiva participação e controle
social.
Suas principais contribuições são:
 Instituição do repasse fundo a fundo da esfera federal para os Estados, Municípios e
Distrito Federal, favorecendo a descentralização do SUS e autonomia.
 Definição dos tetos financeiros dentro das esferas governamentais, constituídos de
acordo com o quadro abaixo:

Teto Financeiro Global Recursos de custeio da esfera federal destinados às


ações e serviços de saúde, cujo valor repassado para
cada Estado e Município é definido a partir da
Programação Pactuada e Integrada (PPI)
Teto Financeiro Global do Estado Obtido através da soma dos Tetos Financeiros da
Assistência (TFA), vigilância sanitária (TFVS) e
epidemiologia e controle de doenças (TFECD), também
é definido com base na PPI.
Teto Financeiro Global do Também é definido de acordo com a PPI, seu valor
Município final é estipulado com base em negociações realizadas
pelas Comissões Intergestoras Bipartite, observados os
limites do TFGE com formalização em ato próprio do
Secretário Estadual de Saúde.

 Criação do Piso Assistencial Básico: consiste em um montante de recursos destinado a


custear os procedimentos e ações de assistência básica de responsabilidade municipal.
 Estabelecimento do Piso Básico de Vigilância Sanitária (PBVS): montante de recursos
financeiros destinado ao custeio de procedimentos e ações básicas da vigilância
sanitária, de responsabilidade tipicamente municipal.
 Definição do papel dos gestores dentro das esferas governamentais, substituindo as
formas de gestão anteriores criadas pela NOB-SUS 01/93, pelas modalidades: Gestão
Plena de Atenção Básica e Gestão Plena do Sistema Municipal no âmbito municipal e
Gestão Avançada do Sistema Estadual e Gestão Plena do Sistema Estadual a nível
estadual.
Apesar de ter sido lançada em 1996, só foi implantada em 1998, após o surgimento de
algumas portarias que alteraram alguns aspectos do seu texto original e da Contribuição
provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).

3.5 NORMA OPERACIONAL DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE – NOAS-SUA 01/2001

A NOAS-SUS 01/2001 foi editada para superar a burocracia existente na relação entre
municípios e estados, o que não foi alcançado com a NOB –SUS 01/96. Sua instituição se deu
por meio da Portaria nº 95, de 26 de janeiro de 2001, com o intuito de:
 Ampliar as responsabilidades dos municípios na Atenção Básica;
 Definir o processo de regionalização da assistência;
 Cria mecanismos para o fortalecimento da capacidade de gestão do Sistema Único de
Saúde;
 Proceder à atualização dos critérios de habilitação de Estados e Municípios.
No que tange a regionalização, considera que ela deve contemplar uma lógica de
planejamento integrado, que compreende as noções de territorialidade na identificação de
prioridades de intervenção e conformação de sistemas funcionais de saúde, não
necessariamente restritos à abrangência municipal, respeitando seus limites como unidade
indivisível, garantindo o acesso dos cidadãos a todas as ações e serviços necessários para a
resolução de seus problemas de saúde, e a otimização dos recursos disponíveis.
Essa norma mantem as modalidades de gestão estabelecidas na anterior e estabelece
condições para que os Estados e Municípios se enquadrem nelas, atualizando a NOB-SUS
01/96.

3.6 NOAS-SUS 01/2002

Seu estabelecimento se deu por meio da portaria nº 373, de 27 de fevereiro de 2002. Ela
mantem as mesmas diretrizes organizativas da anterior e possui como objetivos:
 Ampliar as responsabilidades dos municípios na Atenção Básica;
 Estabelecer o processo de regionalização como estratégia de hierarquização dos
serviços de saúde e de busca de maior eqüidade;
 Criar mecanismos para o fortalecimento da capacidade de gestão do Sistema Único de
Saúde; proceder à atualização dos critérios de habilitação de Estados e Municípios.
Seu texto é bastante similar ao da NOAS-SUS 01/2001, havendo algumas modificações,
descritas abaixo:
 Permite que o município-sede do módulo assistencial se habilite nos modelos de
Gestão Plena de Sistema Municipal e Gestão Plena da Atenção Básica Ampliada;
 Altera questões relacionadas ao limite financeiro da assistência nos Estados e Distrito
Federal, estabelecendo que ele deve ser programado e apresentado incluindo: a
relação dos Municípios de um Estado; a condição de gestão ou nível de governo
responsável pelo comando único de média e alta complexidade; a parcela de recursos
financeiros destinados ao atendimento da população sob gestão municipal; a parcela
de recursos financeiros destinados ao atendimento das referências municipais, a
parcela de recursos financeiros para a população que reside sob gestão do Estado;
outros recursos sob gestão estadual e Limite Financeiro Global.
 Estabelece que a gerência das unidades públicas de hemocentros/núcleos de
hemoterapia e de laboratórios de referência para controle de qualidade, vigilância
sanitária e epidemiológica cabe aos Estados, e
 Institui a transferência de recursos referentes ao financiamento per capita do conjunto
mínimo de serviços de média complexidade, qualificados em regiões ou microrregiões
nos casos em que o município-sede do módulo assistencial estiver habilitado na
Gestão Plena da Atenção Básica como prerrogativa dos Estados.
Ela foi responsável por uma ampla descentralização das ações e serviços de saúde no sentido
da municipalização, aumentando o poder de gestão municipal, já que um de seus focos é a
regionalização, mas ao mesmo tempo fortalece a gestão estadual, a partir do momento que
transforma o gestor estadual em coordenador da organização da regionalização e referências
intermunicipais territoriais.
3.7 PACTO PELA SAÚDE

 Foi criado por meio da Portaria nº 399, de 22 de fevereiro de 2006, que consolida o
SUS e aprova as diretrizes operacionais do pacto.
 Seu objetivo é ajudar a superar os desafios que o sistema brasileiro de saúde enfrenta,
em uma ação conjunta dos gestores de saúde das três esferas, que assumiram o
compromisso de construção do Pacto pela Saúde.
 É formado por um conjunto de compromissos sanitários, expressos em objetivos de
processos e resultados e derivada da análise da situação de saúde do País e
prioridades definidas pelos governos federal, estadual e municipal.
 Deve ser revisado anualmente e, se subdivide em três: Pacto pela Vida, Pacto em
Defesa do SUS e Pacto de Gestão do SUS.

3.7.1 Pacto pela Vida

Reforça o modelo de gestão pública focada em resultados, visando a ação prioritária no campo
da saúde que deve contar com a inequívoca explicitação, por parte da União, estados e
municípios, dos compromissos orçamentários e financeiros necessários para o alcance de suas
metas. Os gestores de SUS se comprometem a definir prioridades que impactam na situação
de saúde da população brasileira. Os gestores do SUS são responsáveis por definir prioridades
por meio de metas nacionais, estaduais, regionais ou municipais, juntamente com as metas e
diretrizes para que sejam contempladas. Para 2006, as prioridades estabelecidas estão listadas
no quadro abaixo:

Prioridade Metas e diretirzes


Saúde do idoso Implantar aa Política Nacional de Saúde da
Pessoa Idosa, buscando a atenção integral.
Câncer do colo de útero e mama Contribuir para a redução da mortalidade por
câncer de colo do útero e de mama.
Mortalidade infantil e materna Reduzir a mortalidade materna, infantil
neonatal, infantil por doença diarréica e por
pneumonias.
Doenças emergentes e endemias com ênfase Fortalecimento da capacidade de resposta do
na dengue, hanseníase, tuberculose, malária sistema de saúde às doenças emergentes e
e influenza endemias.
Promoção da saúde Elaboração e implantação da política nacional
de promoção da saúde, com ênfase na
adoção de hábitos saudáveis por parte da
população brasileira de forma a internalizar a
responsabilidade individual da prática de
atividade física, regular a alimentação
saudável e combate ao tabagismo
Atenção básica à saúde Consolidação e qualificação da estratégia da
saúde da família como modelo de atenção
básica à saúde e como centro ordenador das
redes de atenção à saúde do SUS.

Como essas prioridades devem ser revisadas, em 2008, cinco novas prioridades foram
adicionadas as cinco já existentes, totalizando onze. Elas são:
 Saúde do trabalhador;
 Saúde mental;
 Fortalecimento da capacidade de resposta do sistema de saúde às pessoas com
deficiência;
 Atenção integral às pessoas em situação ou risco de violência; e
 Saúde do homem.
Além disso, foi adicionado à quarta prioridade - fortalecimento da capacidade de respostas às
doenças emergentes e endemias, com ênfase na dengue, hanseníase, tuberculose, malária,
influenza - a hepatite e a Aids.
Para o biênio 2010-2011 as mesmas onze prioridades foram mantidas, cujos indicadores e
metas são compartilhados para o processo de monitoramento do Pacto pela Saúde.

3.7.2 Pacto em Defesa do SUS

Representa uma movimentação de consolidação do SUS, por meio de repolitização da saúde


através da articulação de ações desenvolvidas pelos gestores das três esferas, que visam
qualificar o SUS como política pública e a consolidar a Reforma Sanitária brasileira.
Suas prioridades são:
 Implementar um projeto permanente de mobilização social com a finalidade de:
 Mostrar a saúde como direito de cidadania e o SUS como sistema público
universal garantidor desses direitos;
 Alcançar, no curto prazo, a regulamentação da Emenda Constitucional nº 29,
pelo Congresso Nacional;
 Garantir, no longo prazo, o incremento dos recursos orçamentários e
financeiros para a saúde.
 Aprovar o orçamento do SUS, composto pelos orçamentos das três esferas de
gestão, explicitando o compromisso de cada uma delas.

3.7.3 Pacto de Gestão do SUS

Esse pacto amplia o processo de descentralização das atribuições inerentes ao Ministério da


Saúde para os estados e municípios, juntamente com a desburocratização dos processos
normativos, estruturação das regiões sanitárias e fortalecimento das Comissões Bipartite. Ele
também reitera e importância da participação e controle social comprometendo-se a apoiar
sua qualificação e determina as diretrizes para o financiamento público tripartite.
As diretrizes do Pacto pela Gestão e alguns pontos importantes relacionados a elas estão
descritos no quadro abaixo:

Descentralização Possui como premissas: o aprofundamento do processo de


descentralização enfatizando a descentralização compartilhada, orientada
pela regionalização. Seus objetivos são:
 Garantir o acesso, resolutividade e qualidade às ações e serviços
de saúde cuja complexidade e contingente populacional
transcenda a escala local/municipal;
 Garantir o direito à saúde, reduzir desigualdades sociais e
territoriais e promover a eqüidade;
 Garantir a integralidade na atenção a saúde, visando ampliar o
conceito de cuidado à saúde no processo de reordenamento das
ações de promoção, prevenção, tratamento e reabilitação com
garantia de acesso a todos os níveis de complexidade do sistema;
 Potencializar o processo de descentralização, com o objetivo de
fortalecer os estados e municípios para que exerçam papel de
gestores e para que as demandas dos diferentes interesses loco-
regionais possam ser organizadas e expressadas na região;
 Racionalizar os gastos e otimizar os recursos, permitindo o ganho
em escala nas ações e serviços de saúde de abrangência regional.
Regionalização Regiões de saúde são recortes territoriais que inseridos em um espaço
geográfico contínuo. São identificadas pelos gestores municipais e
estaduais considerando-se a identidade cultural, econômica e social, redes
de comunicação e infra-estrutura de transporte compartilhadas do
território. As regiões podem ser:
 Regiões intraestaduais: são compostas por mais de um município,
dentro de um mesmo estado;
 Regiões Intramunicipais: estão organizadas dentro de um mesmo
município de grande extensão territorial e densidade populacional;
 Regiões Interestaduais: estão conformadas a partir de municípios
limítrofes em diferentes estados; e
 Regiões Fronteiriças: estão conformadas a partir de municípios
limítrofes com países vizinhos.
Financiamento É responsabilidade das três esferas governamentais e tem como princípios
gerais:
 Redução das iniqüidades macrorregionais, estaduais e regionais, a
ser contemplada na metodologia de alocação de recursos,
considerando também as dimensões étnico-racial e social;
 Repasse fundo a fundo, definido como modalidade preferencial de
transferência de recursos entre os gestores;
 Financiamento de custeio com recursos federais constituído,
organizados e transferidos em blocos de recursos;
 O uso dos recursos federais para o custeio fica restrito a cada
bloco, atendendo as especificidades previstas nos mesmos,
conforme regulamentação específica;
 As bases de cálculo que formam cada Bloco e os montantes
financeiros destinados para os Estados, Municípios e Distrito
Federal devem compor memórias de cálculo, para fins de histórico
e monitoramento.
Define os blocos para envio dos recursos: Atenção básica; Atenção de
média e alta complexidade; Vigilância em Saúde; Assistência Farmacêutica;
e Gestão do SUS.
Programação Objetiva definir a programação das ações de saúde em casa território e
Pactuada e nortear a alocação dos recursos financeiros para a saúde utilizando-se de
Integrada critérios e parâmetros pactuados entre os gestores. Deve ser realizada a
cada nova gestão e revisada periodicamente.
Regulação Engloba os seguintes campos:
 Regulação da Atenção à Saúde: objetiva a produção de todas as
ações diretas e finais de atenção à saúde, dirigida aos prestadores
de serviços de saúde, públicos e privados.
 Contratação: conjunto de atos que envolvem desde a habilitação
dos serviços/prestadores até a formalização do contrato na sua
forma jurídica.
 Regulação do Acesso à Assistência ou Regulação Assistencial:
conjunto de relações, saberes, tecnologias e ações que
intermedeiam a demanda dos usuários por serviços de saúde e o
acesso a estes.
 Complexos Reguladores: é uma das estratégias de Regulação
Assistencial e consiste na articulação e integração de Centrais de
Atenção Pré-hospitalar e Urgências, Centrais de Internação,
Centrais de Consultas e Exames, Protocolos Assistenciais com a
contratação, controle assistencial e avaliação, assim como com
outras funções da gestão como programação e regionalização.
 Auditoria Assistencial ou clínica: processo regular que visa aferir e
induzir qualidade do atendimento amparada em procedimentos,
protocolos e instruções de trabalho normatizados e pactuados.
Deve acompanhar e analisar criticamente os históricos clínicos com
vistas a verificar a execução dos procedimentos e realçar as não
conformidades.
Participação e As ações a serem desenvolvidas para fortalecer esse processo são:
Controle Social  Apoiar os conselhos de saúde, as conferências de saúde e os
movimentos sociais que atuam no campo da saúde, com vistas ao
seu fortalecimento para que os mesmos possam exercer
plenamente os seus papéis;
 Apoiar o processo de formação dos conselheiros;
 Estimular a participação e avaliação dos cidadãos nos serviços de
saúde;
 Apoiar os processos de educação popular em saúde, para ampliar e
qualificar a participação social no SUS;
 Apoiar a implantação e implementação de ouvidorias nos estados
e municípios, com vistas ao fortalecimento da gestão estratégica
do SUS;
 Apoiar o processo de mobilização social e institucional em defesa
do SUS e na discussão do pacto.
Planejamento Construído de maneira articulada, integrada e solidária pelos entes
municipal, estadual e federal, criando assim, um Sistema de Planejamento
embasado nas responsabilidades de cada esfera de gestão, conferindo
direcionalidade ao processo de gestão do SUS.
Gestão do Estabelece como eixo estruturante do SUS a política de recursos humanos,
trabalho como forma de se alcançar a valorização do trabalho e dos trabalhadores
de saúde, o tratamento dos conflitos e a humanização das relações de
trabalho.
Educação na Considera a educação essencial para o estabelecimento de uma política de
Saúde formação e desenvolvimento de trabalhadores para a qualificação do SUS,
que comporte diferentes metodologias e técnicas de ensino e
aprendizagem inovadores.

O Pacto também estabelece alguns pontos relacionados à Responsabilidade Sanitária,


definindo-a como responsabilidade federal, estadual e municipal. Dispõe sobre a gestão
solidária e cooperado do SUS, onde existe um apoio mútuo estabelecido através de
compromissos assumidos nas Comissões Intergestores Bipartite e Tripartite. Ela também
define as responsabilidades sanitárias de cada esfera.
Desde a publicação do Pacto pela Saúde, várias portarias surgiram com o intuito de viabilizar a
sua implantação e permitir o seu acompanhamento e monitoramento. Abaixo estão listadas as
principais:
 Portaria GM/MS n. 699, de 30 de março de 2006, que regulamenta as diretrizes
operacionais dos Pactos pela Vida e de Gestão e seus desdobramentos para o processo
de gestão do SUS, bem como a transição e os monitoramentos dos Pactos, unificando
os processos de pactuação de indicadores;
 Portaria/GM/MS n. 1.097, de 22 de maio de 2006, que define o processo de
elaboração da Programação Pactuada e Integrada da Assistência;
 Portaria GM/MS n. 3.085, de 1º de dezembro de 2006, que regulamenta o Sistema de
Planejamento do SUS;
 Portaria GM/MS n. 3.332, de 28 de dezembro de 2006, que aprova orientações gerais
 relativas aos instrumentos do Sistema de Planejamento do SUS;
 Portaria GM/MS n. 204, de 29 de janeiro de 2007 (publicada no dia 31 de janeiro), que
regulamenta o financiamento e a transferência dos recursos federais para as ações e
os serviços de saúde, na forma de blocos de financiamento, com o respectivo
monitoramento e controle;
 Portaria GM/MS n. 1.559, de 1º de agosto de 2008, que institui a Política Nacional de
Regulação do SUS;
 Portaria GM/MS n. 3.176, de 24 de dezembro de 2008, que aprova orientações acerca
da elaboração da aplicação e do fluxo do Relatório Anual de Gestão;
 Portaria GM/MS n. 837, de 23 de abril de 2009, que altera a Portaria n. GM/ MS n.
204, de 29 de janeiro de 2007, para inserir o Bloco de Investimentos na Rede de
Serviços de Saúde na composição dos blocos de financiamento relativos à
transferência de recursos federais para as ações e os serviços de saúde no âmbito do
SUS;
 Portaria GM/MS n. 2.046, de 3 de setembro de 2009, que regulamenta o Termo de
Ajuste Sanitário – TAS;
 Portaria GM/MS n. 2.751, de 11 de novembro de 2009, dispõe sobre a integração dos
prazos e processos de formulação dos instrumentos do sistema de planejamento do
SUS e do Pacto pela Saúde;
 Portaria GM/MS n. 3.252, de 22 de dezembro de 2009, que aprova as diretrizes para
execução e financiamento das ações de vigilância em saúde pela União, estados,
Distrito Federal e municípios; e
 Portaria GM/MS n. 161, de 21 de janeiro de 2010, que estabelece o Protocolo de
Cooperação entre Entes Públicos – PCEP.

O Pacto pela Saúde, portanto, surge de diagnósticos dos avanços e dificuldades enfrentadas
pelo SUS e propõe a gestão pautada no planejamento estratégico com cooperação entre
entidades gestoras e a criação de redes de atenção. Resgata questões importantes da
implementação e até, princípios do SUS, representando um avanço no desenvolvimento do
SUS.
4. Considerações Finais: Avanços e Desafios do SUS

O sistema de saúde público brasileiro evoluiu bastante desde a época colonial e imperial até a
Constituição Federal de 1988, quando o SUS foi criado. No entanto, apesar desse salto
enorme, muito ainda precisava e precisa ser regulamentado, o que vem ocorrendo desde
então por meio de leis, decretos, portarias, normas operacionais e Pacto pela Saúde. O SUS
acompanha a evolução econômica, política e social, por isso, é um sistema em constante
construção, que apesar de toda a evolução alcançada desde sua criação, está sempre
enfrentando desafios.
O SUS é uma política juvenil que ainda vai enfrentar diversos desafios, no entanto já alçou
vários avanços no campo da saúde da população e, inclusive, na impulsão de outras políticas
sociais. Implementar o SUS em sua totalidade é romper com um modelo cuja construção foi
feita em muitas décadas que o antecederam, em uma conjuntura política e econômica adversa
à concretização de políticas sociais abrangentes e pautadas na solidariedade humana.
Mesmo enfrentando dificuldades, o reconhecimento mundial quanto à nobreza de muitos
programas de atendimento à saúde - AIDS, imunização, dentre outros – a melhoria de dados
epidemiológicos e do grau de satisfação da população em relação à qualidade de atenção
oferecida pelo SUS são degraus avançados que concorrem para a legitimação da política da
saúde brasileira.
Vencer os desafios para implementar o SUS, não está limitado a área da saúde, já que abarca a
aquisição de direitos dos cidadãos que está ligado com um movimento de luta pelo
crescimento do país e fortalecimento de um lugar de proteção social.
REFERÊNCIAS

AGUIAR, ZN. SUS: antecedentes, percurso, perspectivas e desafios, Ed. Martinari, 1ª edição,
192p., 2011.

LUZ MT. Notas sobre políticas de saúde no Brasil de “Transição Demográfica” – anos 80. In
Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde. Desenvolvimento Gerencial de Unidades
Básicas de Saúde do Distrito Sanitário – Projeto GERUS. Brasília (DF): Ministério da Saúde,
1995.

ESCOREL S. História das políticas de saúde no Brasil de 1964 a 1990: do golpe militar a reforma
sanitária. In: GIOVANELLA L, et al. Políticas e Sistemas de Saúde no Brasil. Rio de Janeiro:
FIOCRUZ, 2005.

POLIGNANO MV. História das políticas de saúde no Brasil: uma pequena revisão [Internet].
Belo Horizonte (MG). Disponível em: //
http://dgx64hep82pj8.cloudfront.net/PAT/Upload/170052/mimeo-23p.pdf.

Ministério da Saúde (BR). Secretária de Políticas de Saúde. Departamento de Atenção Básica.


Competências para o trabalho em uma unidade básica de saúde sob a estratégia de saúde da
família: médico e enfermeiro. Brasília (DF): MS, 92p., 2011.

Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência Social. Manual para a organização da Atenção


Básica. Brasília (DF): MS, 1999.

BRASIL. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. SUS: avanços e desafios. 1ª edição, Brasília
(DF): CONASS, 2006.

BRASIL. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Legislação Estruturante do SUS. Coleção


para Entender a Gestão do SUS. 1ª edição, Brasília (DF): CONASS, 2011.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília (DF): Senado Federal, 1988.

Brasil. Emenda Constitucional n.29 de 13/09/2000. Altera os Artigos 34,35, 156,160, 167 e 198
da Constituição Federal e acrescenta artigo ao Ato das Disposições Transitórias, para assegurar
os recursos mínimos para o financiamento das ações e serviços públicos de saúde. Brasília,
Diário Oficial da União, 13 de setembro de 2000.

BRASIL. Lei n. 8.080/90. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação
da saúde, a organização, e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras
providências. Brasília, Diário Oficial da União, 19 de setembro de 1990.

BRASIL. Lei n. 8.142/90. Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema


Único de Saúde e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área
da saúde e dá outras providências. Brasília, Diário Oficial da União, 28 de dezembro de 1990.
BRASIL. Lei n. 8.689/93. Dispõe sobre a extinção do Instituto Nacional de Assistência Médica da
Previdência Social (Inamps) e dá outras providências. Brasília, Diário Oficial da União, 28 de
dezembro de 1990.

BRASIL. Lei n 12.438/2011. Altera a Lei no 8.689, de 27 de julho de 1993, que dispõe sobre a
extinção do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social - INAMPS e dá
outras providências, para que a prestação de contas dos gestores do Sistema Único de Saúde -
SUS ao Poder Legislativo estenda-se à esfera federal de governo. Brasília, Diário Oficial da
União, 27 de julho de 1993.

BRASIL. Lei n. 9.782/99. Define o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, cria a Agência
Nacional de Vigilância Sanitária, e dá outras providências. Brasília, Diário Oficial da União, 26
de janeiro de 1999.

BRASIL. Lei n. 9.787/99. Altera a Lei n. 6.360/76 que dispõe sobre a Vigilância Sanitária,
Estabelece o Medicamento Genérico, Dispões sobre a Utilização de Nomes Genéricos em
Produtos Farmacêuticos e dá outras providências. Brasília, Diário Oficial da União, 10 de
fevereiro de 1999.

BRASIL. Lei n. 9.961/2000. Cria a Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS e dá outras
providências. Brasília, Diário Oficial da União, 28 de janeiro de 2000.

Brasil. Lei Complementar n. 141/2012. Regulamenta o § 3o do art. 198 da Constituição Federal


para dispor sobre os valores mínimos a serem aplicados anualmente pela União, Estados,
Distrito Federal e Municípios em ações e serviços públicos de saúde; estabelece os critérios de
rateio dos recursos de transferências para a saúde e as normas de fiscalização, avaliação e
controle das despesas com saúde nas 3 (três) esferas de governo; revoga dispositivos das Leis
nos 8.080, de 19 de setembro de 1990, e 8.689, de 27 de julho de 1993; e dá outras
providências. Brasília, Diário Oficial da União, 16 de janeiro de 2012.

Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Assistência Médica e Previdência Social (INAMPS).


Resolução n. 258/91. Aprova a Norma Operacional Básica/SUS nº 01/91, constante do Anexo I
da presente Resolução, que trata da nova política de financiamento do Sistema Único de
Saúde – SUS para 1991. Diário Oficial da União, Brasília, 7 de janeiro de 1991.

Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Assistência Médica e Previdência Social (INAMPS).


Norma Operacional Básica/SUS nº 01/91. Resolução 273/91. Diário Oficial da União, Brasília,
18 de julho de 1991.

Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Assistência Médica e Previdência Social (INAMPS).


Portaria n. 234, de 07 de fevereiro de 1992. Edita a Norma Operacional Básica do Sistema
Único de Saúde para 1992 (NOB – SUS/92), conforme texto constante no Anexo I da presente
Portaria. Diário Oficial da União, Brasília, 07 de fevereiro de 1992.
Ministério da Saúde (BR). Portaria n. 545, de 20 de maio de 1993. Estabelece normas e
procedimentos reguladores do processo de descentralização e gestão das ações e serviços de
saúde através da norma operacional SUS 01/93. Diário Oficial da União, Brasília, 20 de maio de
1993.

Ministério da Saúde (BR). Portaria n. 2.203, de 5 de novembro de 1996. Aprova, nos termos do
texto anexo a esta Portaria, a NOB 1/96 que redefine o modelo de gestão do Sistema Único de
Saúde. Diário Oficial da União, Brasília, 05 de novembro de 1996.

Ministério da Saúde (BR). Portaria n. 95, de 26 de janeiro de 200. Aprova na forma do Anexo
desta Portaria, a Norma Operacional da Assistência à Saúde – NOAS-SUS 01/2001. Diário
Oficial da União, Brasília, 26 de janeiro de 2001.

Ministério da Saúde (BR). Portaria n. 373, de 27 de fevereiro de 2002: aprova na forma do


Anexo desta Portaria, a Norma Operacional da Assistência à Saúde – NOAS-SUS 01/2002.
Diário Oficial da União, Brasília, 27 de fevereiro de 2002.

Ministério da Saúde (BR). Portaria n. 399, de 22 de fevereiro de 2006. Divulga o Pacto pela
Saúde 2006 – Consolidação do SUS e aprova as Diretrizes Operacionais do Referido Pacto
Diário Oficial da União, Brasília, 22 de fevereiro de 2006.

You might also like