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PROURGEN
PROGRAMA DE ATUALIZAÇÃO
EM MEDICINA DE URGÊNCIA
Diretor científico
Antonio Carlos Lopes
Diretores acadêmicos
Hélio Penna Guimarães
Renato Delascio Lopes
Estimado leitor
PROURGEN SEMCAD
URGÊNCIAS
OFTALMOLÓGICAS
INTRODUÇÃO
Olho vermelho e baixa de acuidade visual são as principais queixas no atendimento oftalmológico
ambulatorial e de urgência. Um grande número de doenças e condições pode causar olho vermelho, desde
inflamações e infecções até aumento súbito da pressão intra-ocular.
Algumas condições requerem avaliação oftalmológica de urgência, não sendo, portanto, de competência do
médico não-oftalmologista. São exemplos a alteração aguda da transparência da córnea, trauma ocular e dor
intensa no olho. Quadros de baixa de visão aguda e recente, defeito pupilar relativo e anisocoria podem indicar
alteração neurológica ou oftalmológica e serão abordados com detalhes durante este capítulo.
Há várias situações em que, apesar de haver urgência oftalmológica, o atendimento deve ser adiado pela
condição clínica do paciente. Cuidado deve ser tomado para não agravar lesões oculares, como ferimentos
perfurantes, lacerações de córnea ou esclera em politraumatizados. Nesses casos, a anestesia tópica e,
eventualmente, o bloqueio anestésico, são mandatórios para evitar compressão sobre o olho por reflexo
palpebral. Da mesma maneira, deve-se proteger a córnea de pacientes inconscientes e intubados. Deve-se
lubrificar o olho com pomada, colírios lubrificantes ou até fechar as pálpebras com esparadrapo, para evitar
ceratopatia por exposição.1
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Conjuntivite viral
Conjuntivite bacteriana
Conjuntivites
Conjuntivite bacteriana
hiperaguda do recém-nascido
Conjuntivite alérgica
Glaucoma agudo
Ceratites
Celulite pré-septal
Celulite
Celulite pós-septal
Olho vermelho
Uveíte
Trauma ocular contuso
e perfurante
Queimadura fotoelétrica
(ceratoconjuntivite fotoelétrica)
Queimaduras químicas
Edema de disco
Paralisia de III
Alterações da motilidade par craniano (oculomotor)
ocular (diplopia)
Paralisia de VI par (abducente)
Neurite óptica
Obstrução da artéria
central da retina
Descolamento de retina
Endoftalmite
Casos clínicos
Na grande maioria das vezes, o olho vermelho é sinal de uma inflamação ocular e não representa urgên-
cia, mas os diagnósticos diferenciais de olho vermelho são importantes e úteis na prática do médico não-
oftalmologista.
Como regra geral, o médico não-oftalmologista nunca deve prescrever corticosteróides ou anes-
tésicos tópicos, devido ao risco de causar dano irreversível, podendo causar cegueira.
A seguir, discorreremos sobre as enfermidades de urgência oftálmica em seus aspectos mais importantes.
CONJUNTIVITES
LEMBRAR
Conjuntivites não constituem verdadeira urgência, mas são a causa mais comum de busca
de atendimento oftalmológico em pronto-socorro.
A causa mais freqüente de olho vermelho, caracterizado pela dilatação dos vasos superficiais da conjuntiva
e secreção, são as conjuntivites agudas ou crônicas, de causa irritativa, infecciosa (viral ou bacteriana)
ou secundária à alteração do filme lacrimal. Dependendo do tipo dessa secreção e das características
clínicas e epidemiológicas, pode-se ter boa idéia do agente causador da conjuntivite.2
Conjuntivite viral
Contágio viral é a causa mais comum de conjuntivites. A conjuntivite viral é geralmente unilateral de iní-
cio, podendo acometer o outro olho em 50% dos casos. É causada por adenovírus, picornavírus ou
herpes vírus. Pode-se apresentar acompanhando uma infecção das vias aéreas superiores ou febre, após
exposição a alguém com conjuntivites ou resfriados. Pacientes de todas as idades podem ser acometidos.
Linfonodo pré-auricular palpável corrobora o diagnóstico.2
O quadro clínico da conjuntivite viral caracteriza-se por olho vermelho, edema de conjuntiva (quemose),
secreção mucosa (o paciente refere que acordou com o olho grudado), lacrimejamento e fotofobia. Pode
haver hemorragia subconjuntival e edema palpebral. A conjuntivite viral dura de 7 a 14 dias, quando opaci-
dades subepiteliais podem surgir e causar diminuição da acuidade visual.
Um quadro mais grave de conjuntivite viral, chamado conjuntivite membranosa, com edema palpebral e
formação de cicatrizes conjuntivais pode também ocorrer.
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fechadas diminuem a ardência e o desconforto. Deve-se evitar água boricada, pois o ácido bórico
pode causar alergia, além de piorar a irritação ocular e estar contaminado. O paciente deve ser
encaminhado a um oftalmologista se não houver melhora em uma semana.
Corticóides tópicos são indicados somente para os casos de baixa de acuidade visual por opaci-
dades no eixo visual, com diminuição lenta e gradual da dose, pois a interrupção abrupta do
corticóide pode levar à recidiva da opacidade corneana. Os pacientes devem ser informados
sobre o risco de infecção e glaucoma com o uso prolongado de corticoesteróides tópicos.
Conjuntivite bacteriana
O paciente com conjuntivite bacteriana aguda refere que está apresentando cílios grudados ao acordar,
assim como pode ocorrer na conjuntivite viral, entretanto, o quadro pode estar associado à secreção
mucopurulenta e edema palpebral uni ou bilateral.
A conjuntivite bacteriana é crônica somente quando secundária a infecções da pálpebra ou das vias
lacrimais.2
Conjuntivites podem ser agudas ou crônicas e, sob a denominação de conjuntivite alérgica, tem-se uma
série de formas clínicas diferentes, cada uma com suas peculiaridades no quadro clínico, epidemiologia,
tratamento e prognóstico. Está fora do escopo deste capítulo detalhar cada forma clínica, mas o médico
não-especialista deve ter em mente que, independentemente da forma clínica, o paciente com conjuntivite
alérgica precisa obrigatoriamente apresentar prurido.4
Crianças com conjuntivite alérgica devem ser encaminhadas para um oftalmologista para acompanhamento
do quadro. Os casos mais graves também necessitam acompanhamento oftalmológico, pois, geralmente, ne-
cessitam tratamento com corticoesteróides tópico ou sistêmico ou imunossupressores nos casos refratários.4
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GLAUCOMA AGUDO
O glaucoma agudo é caracterizado pelo aumento brusco da pressão intra-ocular, pelo bloqueio do fluxo do
humor aquoso da câmara posterior para a anterior, através da pupila. Isso causa o abaulamento da íris
anteriormente, obstruindo a drenagem do humor aquoso pelo trabeculado (região entre a íris e a córnea).
corneana (edema de córnea), aumento da pressão intra-ocular, midríase paralítica e baixa de acuidade
visual. Alguns pacientes apresentam vômito. Pode haver edema do disco óptico durante a crise, mas a
avaliação do pólo posterior costuma ser difícil pelo edema de córnea.
CERATITES
As ceratites são lesões das camadas mais superficiais da córnea (epitélio e estroma anterior). Podem ser causa-
das por trauma, olho seco, infecções (herpéticas, bacterianas ou fúngicas), alergia ou doenças auto-imunes.
Figura 4 – Ceratite herpética formando típico aspecto de Figura 5 – Úlcera herpética geográfica corada com
dendrito, corado com rosa bengala. fluoresceína.
Fonte: Arquivo de imagens do Dr. Rubens Belfort Jr. Fonte: Arquivo de imagens do Dr. Rubens Belfort Jr.
Ceratites são caracterizadas por dor, fotofobia, diminuição da visão e injeção ciliar (hiperemia da conjuntiva
ao redor do limbo).
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A ceratite deve ser tratada de acordo com a causa e por isso requer avaliação de um oftal-
mologista.
CELULITE
Celulite é uma infecção bacteriana da pele ao redor da pálpebra, geralmente secundária à sinusite, trauma,
blefarite, picada de insetos ou conjuntivites. É classificada em pré e pós-septal e sua diferenciação é
importante, pois norteia o tratamento.
Celulite pré-septal
Celulite pré-septal acomete apenas a pele e tecido superficial, não afetando estruturas posteriores ao
septo palpebral.6
O quadro clínico da celulite pré-septal apresenta edema palpebral. Pode ser acompanhado de hiperemia e dor.
Celulite pós-septal
A celulite pós-septal pode manifestar-se com baixa de acuidade visual, defeito pupilar aferente, alteração da
motilidade extrínseca ocular e diplopia.
Piora da acuidade visual ou da proptose são sinais de formação de abscesso e, nesse caso, o tratamento da
celulite pós-septal passa a ser cirúrgico. Outras complicações são trombose do seio cavernoso e meningite.
Crianças com celulite pós-septal devem ser internadas e tratadas com ceftriaxone (100mg/kg/dia em 2
doses, máximo de 4g por dia) e vancomicina (40mg/kg/dia em 2 doses).
Os organismos causadores de celulite pós-septal são em sua grande maioria aeróbios, mas no caso de
suspeita de anaeróbios, pode-se utilizar metronidazol. O paciente deve ser submetido à tomografia de órbita
para confirmar o diagnóstico e descartar abscesso subperiosteal, corpo estranho e sinusite. Nos casos de
abscesso, deve-se proceder com drenagem cirúrgica e, na suspeita de envolvimento do sistema nervoso
central, está indicada punção liquórica.6
O tipo mais comum de uveíte anterior é a denominada uveíte anterior aguda idiopática. Em relação à
uveíte posterior, a toxoplasmose é a principal causa em nosso meio, sendo de urgência, pois pode acome-
ter a visão permanentemente por lesão macular (região da retina responsável pela visão central) ou de
nervo óptico.
As uveítes apresentam quadros clínicos muito variados. Podem ser uni ou bilaterais, e os que procuram o
pronto-socorro, geralmente, têm dor, olho vermelho e queda aguda de visão. Dessa maneira, torna-se
indispensável exame biomicroscópico (na lâmpada de fenda) e de fundo de olho.
O tratamento da uveíte é à base de corticosteróide tópico e midriático, para aliviar a dor e dimi-
nuir a chance de sinéquias (aderência da íris à cápsula anterior do cristalino) nos casos mais
graves de uveíte anterior. Investigação etiológica em caso de recidiva de uveíte anterior e nos
casos de acometimento posterior (retina ou corpo ciliar).
Todo caso de trauma ocular deve ser avaliado por oftalmologista em busca de perfurações,
lacerações, uveíte, hemorragias no vítreo ou câmara anterior (hifemas), aumento da pressão
intra-ocular e descolamentos de retina.
Durante o primeiro atendimento dos casos de trauma ocular, deve-se aferir a visão do paciente e verificar
a presença de defeito aferente pupilar relativo, visto que esses são, junto ao mecanismo de trauma e idade
do paciente, os principais indicadores de prognóstico.
Se o paciente de trauma ocular não puder ser encaminhado a um oftalmologista em decorrência de seu
estado clínico, o olho deve ser ocluído com cuidado, sem realizar pressão, o que aumenta a chance de
extrusão do conteúdo ocular.
Nos casos de trauma ocular, não se deve instilar colírios nem tracionar qualquer estrutura que se
encontre exposta. Às vezes, a íris ou a úvea podem ser confundidas com um corpo estranho
preso à superfície do olho.
Comum nos pacientes usuários de solda sem equipamento de proteção ocular, a queimadura fotoelétrica,
geralmente, se apresenta 6 horas após o uso da solda elétrica. É caracterizada por dor intensa e fotofobia.
O paciente de queimadura fotoelétrica deve ser encaminhado para avaliação oftalmológica, para
garantir que não haja corpo estranho na córnea. O tratamento consiste em oclusão com pomada
de antibiótico por 8 a 12 horas.5
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O prognóstico visual do paciente que sofreu queimadura química é determinado pelo tipo e quantidade do
produto que atingiu os olhos e pela demora até ser instituído o primeiro atendimento, que consiste em
lavagem copiosa dos olhos, conjuntivas e pálpebras.
Produtos alcalinos tendem a causar queimaduras químicas mais sérias porque penetram mais
facilmente no globo ocular, enquanto os ácidos costumam causar danos mais superficiais.
O tratamento de queimaduras químicas deve ser imediato e intenso, com lavagem copiosa com
água limpa. Pode ser utilizada qualquer água limpa, de torneira ou soro fisiológico. Teoricamente,
a irrigação deve ser realizada até que o pH da superfície ocular esteja restabelecido (pH normal
da lágrima é de 7,4). Mas, devido às dificuldades de ter fitas para aferição do pH, irriga-se,
copiosamente, por 10 minutos, com as pálpebras abertas e o paciente olhando para cima e para
baixo, tentando retirar qualquer vestígio do agente químico da córnea e da conjuntiva.5
6. É comum em usuários de solda sem equipamento de proteção ocular. Estamos falando de:
A) queimadura química.
B) queimadura fotoelétrica.
C) glaucoma agudo.
D) trauma ocular.
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EDEMA DE DISCO
Edema de disco (anteriormente denominado edema de papila) deve-se à interrupção do fluxo axoplasmático
e não ao edema propriamente dito; são lesões que afetam o disco óptico ou a porção intra-orbital do nervo
óptico. Por convenção, o termo papiledema é reservado ao edema de disco secundário ao aumento da
pressão intracraniana. Serão discutidos apenas os casos de urgência.
Condições que causam edema de disco e baixa de acuidade visual serão discutidas no decorrer do capítulo.7
Alterações da motilidade ocular podem ser divididas em casos em que há acometimento da órbita e casos
em que a órbita não foi acometida, como no caso das paresias dos nervos motores oculares.
O III par craniano é responsável por inervar o músculo reto medial, músculo reto inferior, músculo reto
superior, músculo oblíquo inferior, músculo ciliar (responsável pela acomodação) e pela inervação
parassimpática da pupila (constrição pupilar). O IV par inerva o músculo oblíquo superior, e o VI par, o
músculo reto lateral. A paresia do IV par raramente apresenta-se como urgência, devendo-se a trauma ou à
isquemia e não será abordada em detalhes neste capítulo.
Os pacientes com doenças microvasculares, geralmente, têm mais de 50 anos e apresentam risco de
doença vascular como hipertensão, diabetes ou dislipidemia. Os pacientes com aneurisma têm idade entre
20 e 50 anos e podem não apresentar comorbidades. As duas formas podem ser acompanhadas de dor, e
a presença de comprometimento da pupila é o sinal clínico mais importante para diferenciá-las.
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das pelo aneurisma, causando midríase. Essa regra é válida em casos de paralisia completa do III par
craniano, não sendo útil nos casos parciais.7
LEMBRAR
O diagnóstico diferencial da paralisia do III par craniano é muito importante, já que a etiologia
vascular tem prognóstico bom e costuma normalizar em 6 meses, enquanto a aneurismática
é uma urgência.
O quadro clínico da paralisia do III par craniano dá-se com ptose de grau variado, perda da adução, eleva-
ção e depressão, com ou sem envolvimento pupilar. No caso de envolvimento pupilar, a etiologia mais
provável é a aneurismática e está indicada angiografia cerebral, assim como nos casos de pacientes jovens
sem risco de doença vascular, com ou sem envolvimento pupilar. Pacientes acima dos 50 anos sem
envolvimento de pupila podem ser observados.7 A angiografia ainda é mais sensível do que tomografia
computadorizada ou ressonância magnética, sendo capaz de identificar aneurismas de menos de 5mm.
A paralisia de causa microvascular do III par craniano deve ser observada e a de causa
aneurismática deve ser avaliada por neurocirurgião ou cirurgião endovascular.7 Em caso de es-
trabismo ou ptose persistente, pode estar indicada cirurgia reparadora.
Na paralisia de VI par, devem-se observar outros sinais para localizar a topografia da lesão. Quando o VI
par é acometido em sua origem, na ponte, costuma ser acompanhado de paralisia facial e oftalmoplegia
internuclear; quando acompanhado de outras neuropatias ou síndrome de Horner, deve-se suspeitar de
lesão no seio cavernoso (aneurisma, meningioma, adenoma de hipófise), enquanto a presença de papiledema
e cefaléia sugerem hipertensão intracraniana.
A paralisia do VI par produz um quadro de esotropia, como o olho desviado nasalmente e déficit de abdução.
Em crianças, costuma ser de etiologia viral e apresenta excelente prognóstico. Nos casos sem melhora em
algumas semanas, deve-se suspeitar de glioma de ponte.7
Para diagnóstico da paralisia do VI par, pede-se ressonância nuclear magnética, de acordo com
a área suspeita identificada pelo exame clínico. Em pacientes acima dos 65 anos solicitar velo-
cidade de hemossedimentação e proteína C-reativa para descartar arterite de células gigantes.7
Doenças que acometem a retina, nervo óptico e cérebro podem causar baixa de visão aguda. É importante
tentar diferenciar o caso de baixa recente de visão de casos de descoberta recente de baixa visual antiga.
Alguns dados da história e exame clínico podem ajudar. Às vezes, o paciente refere que coçou um olho e
percebeu que a visão do olho contralateral estava ruim. Normalmente, essa queixa é mais freqüente em
caso de descoberta de déficit visual antigo. Casos em que o paciente refere piora gradual ou aguda da
visão são mais compatíveis com perda recente.
cada olho individualmente, porque, algumas vezes, os pacientes têm dificuldade de diferenciar hemianopsias
homônimas de baixa monocular de visão.
Serão abordadas as causas neurológicas mais comuns de baixa de acuidade visual e seus diagnósticos
diferenciais oftalmológicos.
Neurite óptica
Baixa de visão em horas ou dias, geralmente unilateral, em pacientes entre 18 e 45 anos caracteriza a
neurite óptica. É devida à perda da mielinização do nervo óptico, secundária à inflamação, e a causa mais
comum é idiopática. Outras possíveis etiologias incluem esclerose múltipla, infecções virais (varicela,
cachumba, mononucleose, herpes) e processos inflamatórios granulomatosos (sífilis, tuberculose,
sarcoidose).
O prognóstico de pacientes com neurite óptica costuma ser bom, com 95% dos pacientes recuperando
visão de 20/40 em 12 meses.7,8
O quadro clínico da neurite óptica envolve baixa de acuidade visual sem inflamação ocular ou olho verme-
lho. Costuma ser associada à dor com movimentação do globo.
Tipicamente, a neurite óptica se apresenta com defeito pupilar aferente, defeito no campo visual e baixa de
visão de cores. O exame de fundo de olho pode ser normal, no caso de neurite retrobulbar, ou evidenciar
edema do disco óptico (papila) que pode ser associado a hemorragias superficiais.7
O diagnóstico da neurite óptica está relacionado à neuropatia óptica isquêmica (descrita a se-
guir), papiledema (edema de disco bilateral, sem baixa de visão de cores e sem dor à mobilização)
e hipertensão sistêmica maligna (apresenta edema de disco bilateral e hipertensão arterial).
Os pacientes devem ser submetidos à ressonância nuclear magnética, que tem valor prognóstico e, para
maior sensibilidade, deve ser realizada com supressão da gordura orbitária e injeção de gadolínio. Aproxi-
madamente metade dos pacientes apresenta lesões na substância branca, e a chance de desenvolver
esclerose múltipla em 5 anos é de 15% se a ressonância for normal, 37% se houver 1 ou 2 lesões e 51%
com mais de 3 lesões.8
No caso de lesão desmielinizante sugestiva de esclerose múltipla, o interferon reduz a chance de novas
lesões no SNC, mas seu benefício em longo prazo ainda não foi determinado.9
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A neuropatia óptica isquêmica (NOI) é causada por insuficiência vascular e classificada de acordo com
sua localização (anterior ou posterior) e baseada na etiologia – se secundária à arterite temporal ou não.
São mais freqüentes em pacientes acima dos 50 anos.
No caso da neuropatia óptica isquêmica, a insuficiência vascular ocorre na região da artéria ciliar posterior
e observa-se baixa de acuidade visual unilateral de início, geralmente, percebida ao acordar, acompanhada
de defeito pupilar relativo, baixa de visão de cores, defeito no campo visual e edema de disco óptico.
No caso da neuropatia óptica isquêmica posterior, muito menos comum do que a anterior, não é observado
edema de disco que, no início, encontra-se normal e depois atrofia.7
A forma arterítica da neuropatia óptica isquêmica representa uma emergência e deve ser
diagnosticada e tratada assim que possível.
Relativamente freqüente, a neuropatia óptica isquêmica anterior (NOIA) não-arterítica afeta pacientes
de meia-idade e idosos (55-65 anos). Sua patogênese é considerada multifatorial e acredita-se que a
hipotensão arterial tenha papel importante, especialmente em pacientes que usam hipotensores antes de
dormir. Outro fator de risco são discos ópticos com pequena escavação (crowded disks). Doença carotídea
ou êmbulos não costumam estar implicados na patogênese da NOIA não-arterítica pelo ângulo de emer-
gência das artérias ciliares posteriores, quase de 90 graus.7
O quadro clínico da NOIA não-arterítica engloba baixa de acuidade visual moderada ou defeito inferior no
campo visual, indolor. Um terço dos pacientes continua a apresentar piora da acuidade visual por 10 dias.
Meses após a crise, pode haver discreta melhora na acuidade visual, mas os defeitos no campo visual
costumam ser permanentes. De 15 a 40% dos pacientes apresentam crise semelhante no olho contralateral.7
Normalmente, não são necessários exames subsidiários para o diagnóstico de NOIA não-arterítica. Prote-
ínas de fase aguda, como velocidade de hemossedimentação, e proteína C-reativa estão normais. A forma
arterítica da doença é o principal diagnóstico diferencial.
Nos casos de NOIA não-arterítica, deve-se tentar identificar possíveis fatores de risco, como uso de
hipotensores e diuréticos, ou mudança do horário de administração. Apnéia obstrutiva do sono foi conside-
rada fator de risco e deve ser investigada.
Não existe tratamento efetivo para a NOIA não-arterítica. Existem relatos do uso tópico de tartarato
de brimonidina, mas sem estudos clínicos maiores para validar seu efeito benéfico; alguns estu-
dos reportam piora com seu uso. Fenestração cirúrgica do nervo óptico mostrou-se pior que a
história natural da doença e só existem dados preliminares sobre a neurotomia óptica radial.
Alguns pacientes recebem aspirina na esperança de prevenir outros eventos vasculares.7
Arterite de células gigantes é uma doença auto-imune, com lesão da lâmina elástica interna de artérias
de médio e grande calibre, levando à isquemia. A média de idade dos pacientes é de 70 anos e eles
costumam apresentar sintomas sistêmicos, como perda de apetite, febre e sudorese noturna. Envolvimento
ocular ocorre em 50% dos casos e pode ser precedido por episódios de amaurose fugaz, associada a
edema de disco.7
O quadro clínico da NOIA arterítica apresenta baixa de visão importante (chegando à perda de percepção
de luz), aguda, unilateral, e que, na ausência de tratamento, acomete o segundo olho 2 semanas após o
primeiro. O exame do nervo óptico do olho acometido revela edema e palidez. A artéria temporal superficial
pode ser palpada endurecida e sem pulso.7
Costuma haver elevação da velocidade de hemossedimentação (VHS) e da proteína C-reativa, essa última
é mais sensível, enquanto a VHS pode estar normal em até 20% dos casos.
O diagnóstico da NOIA arterítica é firmado pela biópsia de artéria temporal, mas o tratamento
não deve ser protelado aguardando a biópsia, pois as alterações histopatológicas persistem, ao
contrário dos exames laboratoriais, que devem ser colhidos antes do tratamento, sendo úteis
para controlar a eficácia do tratamento.7
O tratamento de pacientes com forte suspeita clínica de arterite temporal deve ser instituído
imediatamente, assim que os exames de sangue forem colhidos. Há controvérsia em relação à
via de administração do corticóide e, ao contrário dos pacientes com neurite, pode ser utilizado
corticóide via oral. Geralmente, utiliza-se pulsoterapia com 1 a 4g de metilprednisolona por dia
por 3 dias, seguido de prednisona oral.
A dose de corticóide costuma ser reduzida lentamente, 80mg/dia no primeiro mês, 60mg/dia no segundo e
40mg/dia no terceiro, observando os parâmetros inflamatórios laboratoriais.7
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12. Sobre a arterite de células gigantes podemos afirmar corretamente que:
14. Durante o exame clínico de baixa acuidade visual aguda, por que é importante testar o
campo visual de cada olho individualmente?
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Defeito homônimo no campo visual de aparecimento agudo é característico de acidente vascular cere-
bral occipital por oclusão da artéria cerebelar posterior. A causa mais comum é embolismo cardíaco, e um
eletrocardiograma de urgência deve ser realizado para descartar infarto do miocárdio ou fibrilação atrial.
Outras causas de perda visual homônima incluem tumores, hemorragia, doenças desmialinizantes e infec-
ções (como leucoencefalopatia multifocal progresiva). Doenças que causam perda de campo visual homô-
nima sem alteração na RNM são Creutzfeldt-Jakob, Alzheimer e hiperglicemia não-cetótica.7
vascular cerebral, e a visualização do êmbolo pela oftalmoscopia foi relacionada à maior mortalidade.10
O quadro clínico de obstrução da artéria central da retina apresenta baixa de acuidade visual unilateral,
aguda e indolor. Visão de conta-dedo à percepção de luz em 90% dos casos. O exame de fundo de olho
revela retina pálida, manchas algodonosas e mácula em cereja (região macular avermelhada, em relação à
retina pálida ao redor). O êmbolo pode ser visível na emergência da artéria central da retina e pode ajudar
a localizar a fonte de embolismo (carotídeo no caso de êmbolo de colesterol, amarelado ou de origem
cardíaca no caso de êmbolo calcificado, branco).10
Não existe tratamento efetivo para a obstrução da artéria central da retina. Recanalização es-
pontânea ocorre em 48 a 72 horas, mas a baixa visual é permanente. Acredita-se que 24 horas
após o início dos sintomas o dano neuronal será irreversível, qualquer tratamento deve ser
realizado antes desse período.
Tratamentos descritos incluem: massagem ocular (pressão por 15 segundos seguida de descompressão
brusca), com objetivo de mobilizar o êmbolo; inalação de oxigênio e dióxido de carbono (com o objetivo de
aumentar a pO2 na superfície da retina e causar vasodilatação, respectivamente) e uso de agentes fibrinolíticos
endovenosos.10
Descolamento de retina
O descolamento de retina é uma causa freqüente de baixa de visão unilateral e tem como principais
fatores de risco alta miopia, diabetes, cirurgia ocular e trauma. A retina pode ser descolada por três meca-
nismos:
■ exsudativo – quando o descolamento é causado por doenças exsudativas, como vasculites ou tumores;
■ regmatogênico – o vítreo traciona a retina em sua base, causando um buraco que permite que o vítreo
disseque o espaço sub-retiniano, descolando a retina;
■ tracional – comum em pacientes diabéticos, uma membrana neovascular em involução puxa a retina,
causando o descolamento.
O paciente com descolamento de retina costuma queixar-se de fotopsias (flashes de luz, causados pela tração
na base da retina) e moscas volantes (opacidades móveis no vítreo, causadas pelo sangramento de pequenos
vasos lesados no início do processo). Os pacientes podem referir sensação de uma cortina fechando.10
Endoftalmite
Endoftalmite é uma inflamação intra-ocular grave causada por uma infecção na cavidade vítrea. É classi-
ficada em exógena quando resulta de inoculação direta, por uma úlcera de córnea ou cirurgia, ou endógena
quando as bactérias chegam ao olho por via hematogênica. A causa mais freqüente é cirurgia de catarata.
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AIDS, endocardite, uso de drogas injetáveis, imunossupressão ou hemodiálise. Metade desses pacientes
não apresenta sintomas sistêmicos no momento do diagnóstico de endoftalmite, sendo importante investi-
gar a fonte da infecção primária.3
Baixa progressiva de visão, olho vermelho, dor ocular e hipópio (acúmulo de leucócitos na câmara anterior)
são apresentações do quadro clínico da endoftalmite. Pode haver edema de córnea, e o exame de fundo de
olho costuma ser impossível pelas opacidades vítreas.
O início do tratamento da endoftalmite deve ser o mais rápido possível. O tratamento depende
da etiologia e da visão do paciente. Pacientes com endoftalmite pós-operatória com visão de
percepção luminosa ou pior devem ser submetidos à vitrectomia imediata com cultura e
antibiograma do material retirado e injeção de antibióticos. Pacientes com melhor visão podem
ser submetidos à punção vítrea e administração intra-ocular de antibióticos. Geralmente, são
injetadas vancomicina 1,0mg/0,1mL e ceftazidima 2,25mg/0,1mL. Não existe evidência de be-
nefício na antibioticoterapia sistêmica no caso de endoftalmite pós-operatória.3
No caso de endoftalmite endógena, além da punção vítrea para cultura e administração de antibióticos, a
cultura de sangue, urina e liquor identificam o agente causador em até 70% dos casos. Com base no resultado
das culturas, antibioticoterapia sistêmica empírica deve ser instituída, e o foco primário de infecção, investiga-
do. Se houver suspeita ou confirmação de infecção fúngica, antifúngicos sistêmicos devem ser utilizados.
LEMBRAR
Não há consenso sobre o uso de corticosteróides no tratamento das endoftalmites.
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CASOS CLÍNICOS
Caso clínico 1
20. Com base no caso clínico 1, qual o provável diagnóstico e tratamento para esse
paciente?
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Paciente de 25 anos com queixa de baixa visual aguda à direita há 12 horas. Ao exame apresen-
ta acuidade visual de 20/100 e 20/20 e defeito pupilar aferente relativo à direita. Restante do
exame oftalmológico normal.
21. Com base no caso clínico 2, responda qual a hipótese diagnóstica, qual exame subsi-
diário deve ser solicitado e qual o tratamento, respectivamente.
Caso clínico 3
Paciente de 65 anos do sexo feminino diabética mal controlada com queixa de dor no olho direito
há 6 horas. Apresenta visão de 20/200 e 20/50, hiperemia conjuntival no olho direito e pupila em
média midríase.
Paciente de 35 anos, soldador, chega ao pronto-socorro de madrugada com queixa de dor, olho
vermelho e fotofobia em ambos os olhos há algumas horas.
23. Com base no caso clínico 4, diga qual o diagnóstico para o paciente e qual a conduta
a ser seguida.
Caso clínico 5
Paciente de 12 anos de idade vem ao pronto-socorro com baixa de acuidade visual no olho
direito, descoberta no exame de acuidade visual realizado na escola no mesmo dia. Ao exame
apresenta acuidade visual de 20/30 no olho direito e movimentos de mão no olho esquerdo. A
pressão dos olhos está aumentada, e o exame de fundo de olho revela escavação glaucomatosa
bilateral do nervo óptico. Seu único antecedente mórbido é alergia ocular medicada com colírio
de corticóide nos últimos 4 anos.
24. Com base no caso clínico 5, responda qual o diagnóstico para esse paciente.
PROURGEN SEMCAD
Paciente com 60 anos, diabético mal controlado, apresenta visão dupla e ptose da pálpebra
direita. Ao exame oftalmológico apresenta visão de 20/20, pupilas isocóricas (de mesmo tama-
nho), fotorreagentes e fundo de olho normal. O exame de motilidade ocular demonstra déficit de
adução, depressão e elevação do olho direito.
25. Com base no caso clínico 6, diga qual o diagnóstico para o paciente e qual a conduta
a ser seguida.
Atividade 3
Resposta: A
Comentário: A conjuntivite bacteriana é causada por Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae e
Staphylococcus aureus, é relativamente rara e costuma acometer pacientes com outras doenças sistêmicas
ou da superfície ocular. O paciente com conjuntivite bacteriana aguda refere que está apresentando cílios
grudados ao acordar.
Atividade 6
Resposta: B
Comentário: Comum nos pacientes usuários de solda sem equipamento de proteção ocular, a queimadura
fotoelétrica, geralmente, se apresenta 6 horas após o uso da solda elétrica. É caracterizada por dor intensa
e fotofobia.
Atividade 7
Resposta: D
Comentário: A alternativa D está incorreta, pois se refere à queimadura química, e não às ceratites.
Atividade 12
Resposta: B
Comentário: Arterite de células gigantes é uma doença auto-imune, com lesão da lâmina elástica interna de
artérias de médio e grande calibre, levando à isquemia. A média de idade dos pacientes é de 70 anos e eles
costumam apresentar sintomas sistêmicos, como perda de apetite, febre e sudorese noturna. Envolvimento
ocular ocorre em 50% dos casos e pode ser precedido por episódios de amaurose fugaz, associada a
edema de disco.
Atividade 15
Respostas: (De cima para baixo) C, A, B.
Atividade 19
Resposta: C
Comentário: Não existe tratamento efetivo para a obstrução da artéria central da retina. Recanalização
espontânea ocorre em 48 a 72 horas, mas a baixa visual é permanente. Acredita-se que 24 horas após o
início dos sintomas o dano neuronal será irreversível, qualquer tratamento deve ser realizado antes desse
período.
Atividade 20
Resposta: O paciente apresenta quadro clássico de conjuntivite viral, conjuntivite autolimitada causada por
adenovírus, e se apresenta com olho vermelho, lacrimejamento, fotofobia (sensibilidade aumentada à luz),
sensação de corpo estranho (areia no olho) e secreção. Em 50% dos casos, é bilateral. Não existe trata-
mento específico e o paciente deve ser orientado a realizar compressas frias sobre as pálpebras fechadas,
com água filtrada ou fervida, gelada, 4 vezes por dia. No caso de piora do quadro ou da visão, um oftalmo-
logista deve ser consultado. É importante orientar os pacientes sobre a forma de contágio (por contato
indireto) e orientar a não coçar os olhos, lavar as mãos freqüentemente, evitar banho de mar ou piscina e
evitar compartilhar roupa de cama e banho.
PROURGEN SEMCAD
Resposta: B
Comentário: As três partes da questão referem-se a caso de neurite óptica retrobulbar, doença inflamatória
desmielinizante do nervo óptico. O paciente apresenta baixa de acuidade visual unilateral, acompanhada
de perda de campo visual e defeito pupilar aferente. A ressonância nuclear magnética pode identificar
lesões desmielinizantes do SNC e tem valor prognóstico para desenvolvimento de esclerose múltipla. O
tratamento é pulsoterapia, que aumenta a velocidade de recuperação visual e diminui a chance de novos
episódios desmielinizantes. No caso de lesões desmielinizantes na RNM, deve ser considerado tratamento
com interferon.
Atividade 22
Resposta: D
Comentário: A paciente apresenta olho vermelho, dor, baixa de visão e pupila em média midríase, quadro
clínico clássico de glaucoma agudo e deve ser medicada com agentes hiperosmóticos – manitol EV 20%
250mL, 80 gotas por minuto, e acetazolamida 500mg, seguidos de 250mg de 6 em 6 horas (diamox®) VO e
tratamento com colírio hipotensor (pilocarpina e betabloqueadores).
Atividade 23
Resposta: D
Comentário: Esse paciente apresenta ceratite fotoelétrica, que ocorre horas depois do uso de solda elétrica
sem óculos de proteção. Se possível, deve ser avaliado por oftalmologista para identificar a presença de
corpo estranho metálico na córnea. O tratamento consiste na oclusão com pomada oftalmológica por 8 a 10
horas, permitindo a reepitelização da córnea. Colírio anestésico é utilizado apenas no exame oftalmológico,
e os pacientes não devem receber a medicação para analgesia, pois seu uso prolongado pode causar
perfuração ocular e cegueira.
Atividade 24
Resposta: B
Comentário: Este caso ilustra criança medicada com colírio de corticóide por tempo prolongado, causando
glaucoma desencadeado pelo uso de corticóide e dano irreversível ao nervo óptico. Ele deve ser avaliado
imediatamente por oftalmologista para reduzir a pressão intra-ocular e impedir maior dano no olho que
ainda apresenta boa visão. Corticosteróides tópicos nunca devem ser utilizados sem acompanhamento
oftalmológico, pelo risco de infecção ou desenvolvimento de glaucoma.
Atividade 25
Resposta: B
Comentário: A paralisia de III par apresenta-se com déficit de adução, elevação e depressão do olho aco-
metido e ptose palpebral variada. A causa mais comum em pacientes acima dos 60 anos com fatores de
risco para doença vascular é mononeuropatia microvascular, o prognóstico é bom e não existe tratamento
específico, devendo-se observar os casos. O acometimento da pupila costuma estar presente em casos de
compressão externa do nervo óculo-motor, geralmente, por aneurisma de comunicante posterior. Esses
pacientes são mais jovens, entre 20 e 50 anos, e apresentam uma urgência, devendo ser submetidos à
neuroimagem e avaliação neurocirúrgica.
3 Rhee DJ, Pyfer MF, Friedberg MA, Rapuano CJ. Wills Eye Manual (The): Office and Emergency Room
Diagnosis and Treatment of Eye Disease: Lippincott Williams & Wilkins 2004.
4 Belfort R, Marbeck P, Hsu CC, Freitas D. Epidemiological study of 134 subjects with allergic conjunctivitis.
Acta Ophthalmol Scand Suppl. 2000;(230):38-40.
6 Ferguson MP, McNab AA. Current treatment and outcome in orbital cellulitis. Aust N Z J Ophthalmol.
1999 Dec;27(6):375-9.
8 The 5-year risk of MS after optic neuritis. Experience of the optic neuritis treatment trial. Optic Neuritis
Study Group. Neurology. 1997 Nov;49(5):1404-13.
9 Comi G, Filippi M, Barkhof F, Durelli L, Edan G, Fernández O, et al. Effect of early interferon
treatment on conversion to definite multiple sclerosis: a randomised study. Lancet. 2001 May
19;357(9268):1576-82.
Diretoria
Presidente
Antonio Carlos Lopes
Vice-Presidente
Cesar Alfredo Pusch Kubiak
1º Secretário
Sérgio Hernani Struhr Domingues
1º Tesoureiro
Abrão José Cury Jr.
Diretores
Assuntos Internacionais - Waldemar Mazar Jr.
Relações Públicas - Flávio José Mombru Job
Marketing e Publicidade - Luiz José de Souza
Diretor científico:
Antonio Carlos Lopes
Professor Titular da Disciplina de Clínica Médica da Universidade Federal
de São Paulo/Escola Paulista de Medicina. Professor Titular de Medicina
de Urgência pela Universidade Federal de São Paulo/Escola Paulista de Medicina.
Presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica. Fellow do American College of Physicians.
Diretores acadêmicos:
Hélio Penna Guimarães
Médico Assistente da Disciplina de Clínica Médica – Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM).
Coordenador do Núcleo de Estudos em Emergências Clínicas da Disciplina de Clínica Médica – Universidade Federal de
São Paulo (UNIFESP-EPM). Especialista em Clínica Médica com certificação de área de Atuação em Medicina de
Urgência pela Sociedade Brasileira de Clínica Médica (SBCM) e Associação Médica Brasileira (AMB). Especialista em
Terapia Intensiva pela Associação Brasileira de Medicina Intensiva (AMIB) e Associação Médica Brasileira (AMB).
Médico da Divisão de Pesquisa do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia. Coordenador do Centro de Treinamento
em Emergência do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia.
ISSN: 1982-047X
CDU 616-083.98
Catalogação na publicação: Mônica Ballejo Canto – CRB 10/1023